Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA LABORATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL PARA ENGENHARIA SEMESTRE 2020.1 PRÁTICA IV – MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORMEMENTE VARIADO ALUNO: HADASSA BRAGA TAUMATURGO; MATRÍCULA: 499124; CURSO: ENGENHARIA CIVIL; TURMA: 01 PROFESSOR: FERNANDO OLIVEIRA; DATA: 28/08/2020. 4.1 OBJETIVOS: Determinar o deslocamento, a velocidade e a aceleração de um móvel com movimento retilíneo uniformemente variado; Representar graficamente a posição, a velocidade e a aceleração em função do tempo de um movimento retilíneo uniformemente variado; Representar graficamente a posição em função do tempo ao quadrado de um movimento retilíneo uniformemente variado. 4.2 MATERIAL: Cronômetro; Fita métrica; Para a realização deste experimento remoto será necessário a utilização do filme disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1SQWK65zxOY 4.3 FUNDAMENTOS: O Movimento Retilíneo Uniformemente Variado é caracterizado pela variação da velocidade escalar de forma uniforme ao longo do tempo. Esse movimento apresenta as grandezas vetoriais aceleração (a), deslocamento (∆S) e velocidade (V) ao longo de uma mesma reta. É a aceleração que diferencia o MRU e o MRUV, sendo ela a taxa com a qual a velocidade varia. (Os Fundamentos da Física) Muitos conhecimentos acerca do movimento foram introduzidos por Galileu Galilei tão conhecido por sua frase “A condição natural dos corpos não é o repouso, mas o movimento”. Galileu demonstrou matematicamente que um movimento que parte do repouso, o qual possui alterações constantes de velocidade em intervalos de tempos iguais, percorre distâncias que são proporcionais aos quadrados dos tempos percorridos. (Física e cidadania, UFJF) Figura 4.1. Movimento Retilíneo Uniforme MRUV: velocidade, aceleração e movimento. Blog do ENEM, 2016. Disponível em: <https://blogdoenem.com.br/fisica-enem-velocidade/>. Acesso em: 27 de ago. de 2020. https://blogdoenem.com.br/fisica-enem-velocidade/ Para a realização da prática e produção de um MRUV, um corpo de massa menor foi ligado, através de uma linha, a um corpo de massa maior com a finalidade de reduzir a aceleração do movimento. O vídeo, o qual foi filmado na vertical e rotacionado para a horizontal, mostra o corpo se movendo ao longo de 150 cm, que tiveram marcações nos trechos 10, 20, 30, 50, 70, 90 e 110 cm, fato o qual irá nos permitir, mais a frente, comparar as velocidades em cada trecho e obter a aceleração. As equações do MRUV são: S = S0 + V0 . t + 2 (4.1) V = V0 . (4.2) V 2 = V0 2 + ∆S (4.3) (Halliday e Resnick) Para o movimento filmado, temos X0= 0 e V0= 0, já que o corpo parte do repouso e da posição zero. Dessa forma, a equação 4.1 fica da seguinte maneira: X = 2 (4.4) Assim, a aceleração será: =2X/t2 (4.5) Sendo assim, quando um movimento parte do repouso e da posição zero, é essa a equação que fornece a aceleração do MRUV de um móvel que percorre um distância X em um tempo t. Ao substituirmos a Equação 4.5 na Equação 4.2, considerando o V0= 0, obtêm-se: V= 0 + (2X/t 2 ) t (4.6) Ou seja, V= (4.7) (Halliday e Resnick) Essa Equação nos fornece a velocidade final instantânea em cada percurso S. 4.4 PROCEDIMENTO: Ao assistir o vídeo, nos deparamos com um corpo, o qual parte do repouso e da posição zero, percorrendo uma trajetória retilínea de 150 cm. A trajetória possui marcações que indicam as posições ao longo do percurso. Estas estão situadas nas posições 10, 20, 30, 50, 70, 90, 110 e 150cm. Observa-se que a velocidade do corpo aumenta de maneira constante ao longo do tempo, caracterizando, assim, um MRUV. O vídeo inicia no exato momento que o corpo parte da posição S=0. Nesse momento, utilizei o cronômetro para marcar o tempo em que passa por cada posição. Repeti essa cronometragem 3 vezes, levando em consideração apenas os décimos de segundo. Em seguida, dividi os 3 tempos referentes a cada divisão por 3, obtendo suas respectivas médias aritméticas. O processo precisou ser repetido a fim de garantir uma maior precisão, uma vez que há a possibilidade de erro humano. Dessa forma, elevei os valores das médias ao quadrado, visando utilizá-los na construção do gráfico X x T 2 . Por fim, substituindo os valores de “t” e “x” nas Equações 4.5 e 4.7, cheguei, respectivamente, aos valores da aceleração e velocidade instantânea de cada posição. Por conseguinte, representei os valores citados na Tabela 4.1. Tabela 4.1. Resultados experimentais. N x(cm) medidas de t(s) média de t (s) quadrado de t (s 2 ) V=2x/t (cm/s) a=2x/t 2 (cm/s 2 ) 2,4 1 10 2,6 2,5 6,2 8,0 3,2 2,4 3,7 2 20 3,7 3,73 13,9 10,7 2,88 3,8 4,6 3 30 4,7 4,70 22,1 12,8 2,71 4,8 6,2 4 50 6,4 6,30 39,7 15,9 2,50 6,3 7,6 5 70 7,7 7,67 58,8 18,2 2,38 7,7 8,8 6 90 8,7 8,73 76,2 20,6 2.36 8,7 9,8 7 110 9,6 9,70 94,1 22,7 2,34 9,7 11,2 8 150 11,5 11,3 127,7 26,5 2,35 11,2 A partir dos resultados da Tabela 4.1, obtêm-se os gráficos: 4.5 QUESTIONÁRIO: 1- O que representa o coeficiente angular do gráfico “X contra T”? A equação da reta é dada por y=mx+n, sendo m o coeficiente angular. Este, é dado por m=∆y/∆x. Assim, no caso do gráfico X x T, temos que m=∆x/∆t. Sabendo que o corpo partiu do repouso, temos que . Como citado anteriormente, no MRUV, partindo do repouso, a velocidade é e, dessa maneira, o coeficiente angular do gráfico “x contra t” vale a metade da velocidade. 2- O que representa o coeficiente angular do gráfico “X contra T 2 ”? Utilizando do mesmo método de obtenção do coeficiente angular da questão 1, temos, para este gráfico que m=∆x/∆t 2 . Como o corpo parte do repouso e do início do movimento, obtemos , ou seja, . Sabendo que a aceleração, no MRUV, é dada por , percebe-se queque o coeficiente angular do gráfico “x contra t 2 ” equivale à metade da aceleração. 3- Trace, na folha anexa, o gráfico da velocidade em função do tempo com os dados da Tabela 4.1. Como citado anteriormente, o gráfico referido deve ser linear, contudo, os valores obtidos nas cronometragens, apesar de repetidos severas vezes, não corresponderam a um gráfico completamente linear, o que leva a concluir que podem ter ocorrerido erros na realização da prática. 4- Trace, na folha anexa, o gráfico da aceleração em função do tempo, para os dados obtidos na Tabela 4.1. Assim como ocorreu com a velocidade, a aceleração, apesar de calculada diversas vezes, não foi ideal, ou seja constante, como deveria ser no MRUV. Assim, obtemos: 5- Determine a aceleração pelo gráfico x contra t 2 . e a= 2(90)/76,2 a=2,36 m/s 2 6- Determine a aceleração pelo gráfico V contra t.Utilizando a=∆V/∆t, a=(26,5-8,0)/(11,3-2,5) a=2,10 m/s 2 7- Calcule a velocidade média no movimento total (150 cm) e compare com a velocidade final. Justifique a discrepância. Vm= 150/11,3 Vm=13,3 m/s Vfinal=26,5 cm/s Isso ocorre pois a velocidade média está relacionada a um intervalo de tempo e, a instantânea, à um ponto específico. Ou seja, ao se considerar a velocidade final, considera-se a velocidade total, crescendo ao longo do tempo e não a média do intervalo. 4. 6 CONCLUSÃO: A prática proporcionou conhecimento acerca dos conceitos teóricos e práticos do MRUV, a exemplo do cálculo da velocidade e aceleração instantâneas, como chegar às suas respectivas equações e como elas se aplicam de forma experimental. Pôde-se concluir também que os resultados experimentais podem vir a ser diferentes dos ideais, visto que podem acontecer erros tanto na realização da prática quanto na cronometragem. Por fim, pudemos observar os gráficos do movimento e as diferenças entre grandezas instantâneas e médias. REFERÊNCIAS: HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física, volume 1: Mecânica. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. p. 1-797. JÚNIOR, Francisco Ramalho; FERRARO, Nicolau Gilberto; SOARES, P. A. D. T. Física 1: Fundamentos da Física. 9. ed. [S.l.]: Moderna, 2009. p. 1-322. PROJETO FÍSICA E CIDADANIA, UFJF. Galileu Galilei. Disponível em: https://www.ufjf.br/fisicaecidadania/ciencia-uma-construcao-humana/mentes- brilantes/galileu-galilei/. Acesso em: 26 ago. 2020.