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Unidade V - Cartografia Temática Ambiental

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Prévia do material em texto

Cartografia Temática
Cartografia Temática Ambiental
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Carlos Eduardo Martins
Revisão Textual:
Prof. Esp. Natalia Mendonça Conti 
5
•	Cartografia Temática Ambiental
•	Temas da cartografia nas análises 
ambientais
•	Análise integrada do ambiente por 
meio dos mapas temáticos
Neste módulo em que trataremos sobre a Cartografia Temática Ambiental você terá acesso 
a diversos recursos.
Não deixe de baixar o arquivo em PDF do material teórico. Assim você poderá ter acesso às 
nossas discussões onde quer que esteja.
Veja o mapa mental que sintetiza a estrutura, assunto tratado neste módulo.
Fique atento aos prazos das atividades que serão colocadas no ar.
Recorra sempre que possível às videoaulas e ao PowerPoint narrado para tirar eventuais 
dúvidas sobre o conteúdo textual.
Participe do fórum de discussão proposto para o tema.
No seu tempo livre, procure pesquisar as fontes do material complementar.
Além disto, procure pesquisar o máximo que puder sobre o tema Cartografia Temática. 
Há inúmeros conteúdos na internet que são bastante úteis para o seu estudo e para a sua 
formação profissional.
Neste conteúdo trataremos da Cartografia Temática 
Ambiental por meio do qual será possível perceber a 
significância dos assuntos tratados na atividade profissional 
do professor de Geografia.
Cartografia Temática Ambiental
6
Unidade: Cartografia Temática Ambiental
Contextualização
As tendências atuais de gestão ambiental do espaço geográfico atingem tanto os setores 
privados quanto os públicos.
Sejam motivados por compensações ambientais ou por compromissos na esfera supranacional, 
os estados brasileiros têm adotado medidas de revitalização e recuperação de áreas degradadas, 
despoluição de recursos hídricos e diminuição das emissões de gases do efeito estufa no ar.
Em uma iniciativa que pode ser comparada à de Dom Pedro II que, em 1861, criou a Floresta 
da Tijuca iniciando um audacioso programa de replantio de espécies nativas (em 13 anos foram 
plantadas cerca de 100.000 mudas de árvores) o atual governo do estado está replantando 
mudas em áreas degradadas da floresta que cerca a cidade do Rio de Janeiro.
A Figura a seguir apresenta o estágio em que se encontra o projeto. 
Fonte: Proderj, 2013
Figura 1. Mapa do replantio da floresta no Estado do Rio de Janeiro
7
Cartografia Temática Ambiental
O caminho percorrido até aqui nos indica que, muito além do papel de recurso de ilustração 
visual, a Cartografia Temática é um instrumento de representação dos elementos concretos que 
leva à análise diagnóstica e prognóstica do espaço. Isto porque os mapas temáticos podem ser 
resultado da correlação de temas, que tem como produto final um mapa sintético. 
Os mapas sintéticos têm aplicação em diversas áreas do conhecimento científico e, atualmente, 
tem papel fundamental nas análises ambientais necessárias ao planejamento das atividades 
humanas que têm como premissa a sustentabilidade. 
Antes de abordar os mapas sintéticos como ferramentas das análises ambientais, vamos 
compreender quais são os temas que têm relevância para estas demandas.
Temas da cartografia nas análises ambientais
As análises ambientais são parte integrante da temática da Avaliação do Impacto Ambiental 
- AIA. Este instrumento faz parte de uma conjuntura política iniciada com a institucionalização 
da Política nacional do meio Ambiente – PNMA, promulgada pela Lei Federal nº 6.938, de 31 
de agosto de 19811, seguida da resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA 
N.º 001/86, de 23 de Janeiro de 1986 e pelo artigo 225 da Constituição Federal de 19882. 
A AIA é o resultado da conjunção do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e do Relatório de 
Impacto Ambiental – RIMA. 
O EIA/RIMA e a AIA são aplicados em projetos que exigem o licenciamento ambiental, 
definido pela resolução nº 237 do CONAMA de 19 de dezembro de 19973, como obrigação 
legal prévia à instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente poluidora 
ou degradadora do meio ambiente.
A resolução 237 do CONAMA determina no artigo 1º que os estudos ambientais 
(...) “são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais 
relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade 
ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença 
requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, 
relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano 
de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco”.
De uma forma geral, a finalidade dos estudos ambientais é a de subsidiar a tomada de 
decisão quanto à instalação ou não de projetos de atividade econômica ou de sua renovação. 
A licença é concedida pelo órgão ambiental competente. No Brasil, quando se trata de projetos 
que atingem a esfera federal, este órgão é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis – IBAMA. Nos níveis estadual e municipal o licenciamento está a cargo dos 
órgãos seccionais e locais.
1 Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acessado em 12/06/2014.
2 Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acessado em 12/06/2014.
3 Disponível em http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html. Acessado em 12/06/2014.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html
8
Unidade: Cartografia Temática Ambiental
Uma das fases mais importantes dos estudos ambientais é o chamado diagnóstico ambiental. 
É por meio dele que o órgão responsável pela análise do estudo e, por conseguinte, pelo 
licenciamento propriamente dito, vai ser orientado. Cabe ao empreendedor do projeto a 
contratação de uma equipe de especialistas responsável pela elaboração do estudo, ou seja, o 
estudo ambiental é trabalho de uma equipe interdisciplinar.
 No geral, é no diagnóstico ambiental, embora nas outras etapas dos estudos isto também 
ocorra, que é exigida a elaboração dos mapas temáticos. Assim, além de todo o trabalho 
de levantamento dos dados e informações sobre o ambiente que pode ser afetado por um 
empreendimento, a equipe também é responsável pela geração de mapas de diversos temas 
sobre os atributos do local e que subsidiarão a tomada de decisão.
Subdivisão temática dos estudos ambientais
Normalmente os estudos ambientais, embora contenha uma análise integrada dos impactos 
ambientais, apresentam os temas subdivididos em três campos: o meio socioeconômico ou 
antrópico, o meio físico e o meio biótico. A seguir vamos analisar cada um destes campos e 
dedicar atenção aos seus conteúdos.
Meio socioeconômico ou antrópico
O campo socioeconômico é composto por temas resultado da coleta e tratamento de dados 
resultantes dos levantamentos populacionais, tais como:
•	 População absoluta;
•	 População relativa;
•	 População urbana;
•	 População rural:
•	 População masculina;
•	 População feminina;
•	 População Economicamente Ativa - PEA;
•	 Faixas etárias;
•	 Fertilidade feminina;
•	 Taxa de natalidade;
•	 Taxa de mortalidade;
•	 Taxa de mortalidade infantil.
9
Não necessariamente cada item da lista acima deve conter um mapa temático específico, 
mas, em geral, se algum deles apresentar alguma excentricidade ou destaque, é bem provável 
que seja necessário evidencia-la por meio de um mapa temático. A Figura 1 é um bom exemplo 
de quando um mapa temático de demografia é necessário. 
O Estado de Alagoas apresenta uma das maiores desigualdades demográficas do Brasil. Em 
um universo de 102 municípios, enquanto há apenas 1 município com mais de 1 milhão de 
habitantes e outro com mais de 500 mil e menos de 1 milhão, todos os outros 100 apresentam 
valores inferiores a este índice.
Em geral, os mapas temáticos que são resultantes de tratamentos de dados podem superarlimitações quanto aos padrões espaciais criados pelo senso comum. A Figura 2 é a representação 
da mortalidade infantil no Município de São Paulo, em 1998. 
Fonte: Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico do Alagoas, 2010
Figura 1. Alagoas - Densidade Demográfica
10
Unidade: Cartografia Temática Ambiental
Grandes centros urbanos, como é o caso de São Paulo, capital do estado homônimo, podem dar 
a ideia de que o fato de a região central ser bastante bem aparelhada de serviços e infraestrutura 
e que, ao contrário, nas periferias, a precariedade na disponibilidade destes recursos, isto poderia 
refletir na vida da população produzindo um contraste absoluto entre os indicadores sociais. Mas 
como é possível observar na Figura 2, alguns dos piores indicadores de mortalidade infantil estão 
bem próximos do centro, o que de outra forma seria muito difícil de constatar.
Além dos elementos demográficos clássicos podemos citar como componente do campo 
socioeconômico os atributos associados à população que, normalmente são chamados de 
indicadores sociais. Como exemplo dos indicadores sociais, podemos considerar:
Figura 2. São Paulo – Mortalidade Infantil 1998 
Fonte: Prefeitura de São Paulo
11
•	 Renda per capta;
•	 Grau de escolaridade;
•	 Analfabetismo;
•	 Esperança de vida;
•	 Índice de Desenvolvimento Humano;
•	 Desemprego.
Da mesma forma que no caso anterior, considera-se que seja necessária a apresentação 
de mapas temáticos daqueles temas que oferecerem alguma relevância para a análise do 
diagnóstico que o estudo apresentar. A Figura 3, que representa as taxas de analfabetismo para 
o Estado do Ceará, em 2010. 
Figura 3. Ceará - Taxa de analfabetismo 
Fonte: Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará
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Unidade: Cartografia Temática Ambiental
O campo da socioeconomia dos estudos ambientais também abrange o diagnóstico das atividades 
econômicas que seriam afetadas pelo projeto de empreendimento em análise. Em economia geral 
entendem-se as atividades econômicas como primárias, secundárias e terciárias. Assim, o diagnóstico 
trará um conteúdo descritivo das atividades existentes e suas respectivas participações na economia 
de um determinado ambiente de estudo, o que pode consistir nos seguintes subtemas:
•	 Unidades produtoras, população empregada, valor da produção e produtos agrícolas;
•	 Unidades produtoras, população empregada, valor da produção e produtos pecuários;
•	 Unidades produtoras, população empregada, valor da produção e produtos minerais;
•	 Unidades produtoras, população empregada, valor da produção e produtos vegetais;
•	 Unidades industriais, população empregada, valor da produção e bens industriais;
•	 Unidades comerciais, população empregada, valor do comércio e produtos comerciais;
•	 Unidades de serviços, população empregada, valor dos serviços e oferta de serviços.
A temática deste item é de fundamental importância na avaliação dos impactos de um 
projeto, pois qualquer distúrbio nas relações de trabalho e de produção vão necessariamente 
afetar positivamente ou negativamente a economia em questão.
É consensual o reconhecimento de que grandes ondas de valorização de mercado de um ou outro 
produto, principalmente no campo, geram os famosos ciclos econômicos da economia brasileira. 
Um dos mais recentes é aquele que definiu a soja como um produto líder na pauta recente de 
exportações brasileiras. A Figura 4 apresenta a rápida evolução da área de cultivo de soja no Brasil. 
Figura 4. Expansão da produção de soja e situação das principais agroindústrias.
13
A análise dos mapas permite afirmar que em 15 anos o campo no Brasil, em especial nas 
regiões sul e Cetro-Oeste, foi amplamente destinado à produção de soja e à instalação do 
agronegócio devotado a este setor.
Da análise é possível deduzir que como carro-chefe de uma economia colonizadora, o cultivo 
da soja seja indutor de uma série de outras atividades direta ou indiretamente associadas a 
ele. Poderíamos citar como exemplo desta associação a instalação de empresas de insumos 
agrícolas, como: empresas aéreas de pulverização e de comércio de pesticidas, de adubo e 
minerais corretivos, de sementes, de máquinas agrícolas, entre outras.
A conclusão imediata é a de que o advento de um ciclo ou surto econômico gera impactos 
ambientais positivos à sociedade, pois os atributos supracitados são vistos, de forma geral, 
como benéficos à sociedade, correto? Pois bem, vamos guardar parte desta análise e a resposta 
à questão para serem retomadas mais a frente.
Há que se considerar também no âmbito do meio socioeconômico todos os aspectos possíveis 
de serem relacionados na infraestrutura existente. A saber:
•	 Energia;
•	 Saneamento;
•	 Vias (rodovias, ferrovias, aerovias, hidrovias dutovias);
•	 Portos;
•	 Aeroportos;
•	 Comunicações.
Meio físico
Por meio físico podemos entender todos os aspectos que envolvem a atmosfera, a hidrosfera 
e a geosfera. Neste campo temos os seguintes itens:
•	 Clima;
•	 Recursos hídricos;
•	 Geologia;
•	 Sismologia;
•	 Geomorfologia;
•	 Pedologia.
Fonte: Adaptado de SAUER e LEITE (2012).
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Unidade: Cartografia Temática Ambiental
O meio físico é o tema dos estudos ambientais dedicados aos elementos da natureza e que 
são diretamente afetados pelas atividades humanas. A iminência de aprovação de um projeto 
de empreendimento requer estudos ambientais do meio físico bastante minuciosos.
A Figura 5 representa um levantamento geológico, ou seja, dos tipos de rochas que ocorrem no 
Estado do Espírito Santo. 
Os mapas temáticos de geologia quando relacionados ao solo, além de permitirem a 
análise das potencialidades produtivas, ou seja, das aptidões que os solos guardam, também 
propiciam deduzir as fragilidades diante de uma alteração potencialmente decorrente de 
atividades humanas. Isto é possível pelo fato de que os tipos de solos são classificados 
segundo a porosidade e permeabilidade, podendo ser mais arenosos, mais argilosos ou 
rochosos. Além disto, os solos são classificados segundo as suas qualidades quanto à 
mineralogia, ou seja, há solos que são alcalinos e outros ácidos, devido à composição 
mineral que têm. A composição mineral está diretamente ligada à geologia, alem de outros 
dois temas do meio físico que são o clima e a geomorfologia.
Fonte: CPRM - Serviço Geológico do Brasil
Figura 5. Espírito Santo - Geologia 
15
Meio biótico
O último, não menos importante, campo da nossa análise ambiental é o meio biótico. Este 
envolve temas das mais distintas ordens vegetais, animais e microbiológica.
Curiosamente, as formações vegetais antrópicas formadas geralmente por espécies exóticas 
de pastagem, como a brachiaria de origem africana, ou de silvicultura ou florestas plantadas, 
como o eucaliptus, originário da Austrália e o pinus norte-americano.
Podem fazer parte deste campo, se existir na área do estudo ambiental, as áreas protegidas, 
sejam elas de uso sustentável, que incluem as atividades humanas, ou as de proteção integral.
O tema meio biótico, particularmente no que tange ao levantamento das formações vegetais 
e animais naturais, é de grande importância aos estudos ambientais e, recorrentemente, são 
aqueles que mais oferecem obstáculos ao licenciamento dos projetos de construção. 
As situações mais contundentes ocorrem nos casos de espécies endêmicas ou aquelas que 
figuram em listas de espécies ameaçadas, em risco ou em vias de extinção.
A Figura 6 apresenta uma situação bastante comum nos estudos ambientais: a situação original 
e atual de uma formação vegetal, no caso trata-se do bioma cerrado, ou savana brasileira. 
Figura 6. Ocorrência de Cerrado no Brasil – A) situação original e B) remanescente em 2002 
Fonte: ISPN - Instituto Sociedade, População e Natureza
16
Unidade: Cartografia Temática Ambiental
Retornemos à nossa questão do final da discussão sobre o meio socioeconômico, agora, 
sob outra ótica.
Se, de um lado, a expansão agrícola traz benefícios socioeconômicos,particularmente em 
relação às questões de comércio exterior, de outro lado, o plantio da soja só é possível a partir da 
liberação por meio da supressão, ou desmatamento, da cobertura de espécies nativas do Cerrado. 
Considerando que o método de cultivo é do tipo plantation, no qual, para que haja viabilidade 
econômica, a espécie exótica toma o espaço da original, temos a situação representada na 
Figura 6. Nela é possível constatar que a extensão original do Cerrado deu lugar a incontáveis, 
pequenas e desconectadas manchas ou remanescentes do bioma original. Disto podemos 
deduzir uma série de outros aspectos que, neste caso, podem ser considerados como impactos 
negativos, como, por exemplo, a eliminação dos substratos, abrigos e ecossistemas inteiros 
associados à vegetação do Cerrado.
Essa forma de observar a problemática ambiental é o que chamamos de análise integrada 
do ambiente. Ela nos permite, e é cada vez mais imperativo que adotemos este tipo de análise, 
perceber a questão ambiental por meio de múltiplos vieses, não apenas sob o ponto de vista 
socioeconômico, mas também do ponto de vista ecológico. 
Análise integrada do ambiente por meio dos mapas temáticos
Um dos produtos mais importantes dentro dos estudos ambientais são as cartas temáticas 
de análise integrada. Até bem pouco tempo estas análises eram feitas de modo analógico 
por meio do exercício da comparação óptica de diferentes mapas de um mesmo local. Na 
atualidade os sistemas de Informação Geográfica – SIG são capazes de criar, com alguns 
comandos algébricos que os algoritmos propiciam, mapas temáticos a partir de outros mapas 
temáticos por sobreposição.
Os mapas resultantes compõem uma gama de recursos de avaliação dos impactos ambientais 
bastante nova e, hoje, de extrema importância na toada de decisão quanto ao licenciamento 
ambiental. Esses mapas, denominados de mapas de risco, vulnerabilidade ou de fragilidade 
ambiental, permitem calcular de forma mais eficaz o que uma atividade humana potencialmente 
gerará de impacto em um ambiente considerado equilibrado.
A Figura 7 é um exemplo bastante interessante de carta de fragilidade como recurso de 
análise ambiental. Em geral, estes produtos cartográficos são resultantes da sobreposição 
de mapas de geologia, recursos hídricos, pedologia e geomorfologia. Quando agregamos 
estes mapas, que muito provavelmente estão associados a bancos de dados com tabelas 
que contém uma série de atributos do tema que tratam, criamos subprodutos integrados que 
permitem, com o auxílio de simulações, melhor avaliação das consequências de intervenções 
humanas no terreno estudado. 
17
No caso modelar da figura 7, a fragilidade do terreno analisado foi subdividida em 4 classes 
(muito fraca, fraca, média e forte) de fragilidade. É de se imaginar, a princípio, que se trate de 
fragilidade quanto aos movimentos de massa e inundações repentinas. Neste caso, a porção 
norte-noroeste da bacia em questão apresenta a maior fragilidade, ao passo que ao sul-sudeste, 
a bacia apresenta maior estabilidade morfogenética. 
Figura 7. Carta de Fragilidade Potencial da Bacia do Rio Capivari 
DSG, Org. Alexei Nowatzki (2008)
18
Unidade: Cartografia Temática Ambiental
Material Complementar
A importância da Cartografia Temática Ambiental para os estudos de risco e vulnerabilidade ambiental.
•	 http://www.inpe.br/crs/geodesastres/conteudo/livros/Vulnerabilidade_ambiental_desastres_
naturais_ou_fenomenos_induzidos_MMA_2007.pdf 
Procedimento metodológico para elaboração de mapa de suscetibilidade ou fragilidade ambiental.
•	 http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2006/10.31.19.48/doc/2745-2752.pdf
•	 http://www.geografia.fflch.usp.br/publicacoes/Geousp/Geousp15/Artigo3.pdf
http://www.inpe.br/crs/geodesastres/conteudo/livros/Vulnerabilidade_ambiental_desastres_naturais_ou_fenomenos_induzidos_MMA_2007.pdf
http://www.inpe.br/crs/geodesastres/conteudo/livros/Vulnerabilidade_ambiental_desastres_naturais_ou_fenomenos_induzidos_MMA_2007.pdf
http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2006/10.31.19.48/doc/2745-2752.pdf
http://www.geografia.fflch.usp.br/publicacoes/Geousp/Geousp15/Artigo3.pdf
19
Referências
SAUER, S. e LEITE, S. P. Expansão agrícola, preços e apropriação de terra por 
estrangeiros no Brasil. Rev. Econ. Sociol. Rural, vol.50. nº 3. Brasília. 2012.
20
Unidade: Cartografia Temática Ambiental
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000
http://www.cruzeirodosulvirtual.com.br

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