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Dor Abdominal - anatomia funcional

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LIGA DE GASTROENTEROLOGIA Mariana Marques - TXXIX 
Dor Abdominal 
ASPECTOS DA ANATOMIA FUNCIONAL 
INTRODUÇÃO 
Dor: experiência sensorial e emocional desagradável associada à lesão tecidual real ou potencial 
→ Tipos: 
 Nociceptiva: causada por uma lesão tecidual contínua, neste caso, o sistema nervoso central 
se mantém íntegro, podendo ser visceral (atinge órgãos internos) ou somática (atinge a 
superfície corporal) 
 Exemplos: irritação, dor pós-operatória 
 Neuropática: ocorre quando nervos do sistema nervoso central ou periférico não estão 
funcionando corretamente (lesão neural) 
 Exemplos: dor pós-acidente vascular cerebral (AVC), dor nos nervos da face 
 
Obs: dor é uma aferência geral (da extremidade para o centro), podendo ser, ainda assim, 
visceral ou somática 
 
→ Aferência somática: provém de articulações, pele, músculos esqueléticos em direção ao 
sistema nervoso central 
→ Aferência visceral: enviam informações das vísceras (órgãos ocos) ao sistema nervoso central 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A dor transita através do sistema nervoso sensorial 
- Existem fibras nervosas (neurônios) localizados em diversas partes do corpo, para que a 
dor seja levada da periferia para o sistema nervoso central. 
- O sistema nervoso é extremamente especializado, ou seja, há vias específicas para cada 
sensação sentida: 
 Dor (terminações livres), pressão, tato, vibração 
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SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO 
→ Características: 
 Periférico 
 Responsável pelas alterações no organismo em situações de estresse ou emergência 
 Aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial, liberar adrenalina, contrair e 
relaxar músculos, dilatar os brônquios, dilatar as pupilas, aumentar a transpiração. 
 Na medula espinal fica localizado na parte cinzenta do H medular 
 Coluna posterior: sensorial 
 Colona anterior: motora 
 
 
 Via de condução da dor: é conduzida pela via 
espinotalâmica, que transmite sensibilidade 
não discriminativa (dor, temperatura, pressão) 
para o córtex através dos funículos posterior, 
lateral e anterior da medula 
 Dores agudas: transmitidas pela via talâmica 
 Dores crônicas: transmitidas pela via 
paleoespinotalâmica 
 
 
 Neurônios: 
 No sistema simpático o pré ganglionar é curto e o pós ganglionar é longo, além disso, a 
fibra pré ganglionar possui o corpo celular do neurônio dentro do sistema nervoso 
central e a fibra pós ganglionar possui o corpo celular do neurônio fora do sistema 
nervoso central 
 A fibra nervosa sai do SNC e vai para os órgãos através dos vasos sanguíneos 
 Fibras aferentes viscerais: acompanham os nervos viscerais e são chamadas de nervos 
esplênicos e surgem no nível torácico e lombar (no nível sacral surgem nervos 
parassimpáticos) 
 O principal nervo da região gástrica é o nervo vago (estimula o sistema nervoso 
autônomo parassimpático e inibe o sistema nervoso autônomo simpático) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Estimulo da dor visceral: 
 Estímulos intensos e potencialmente lesivos que ativam os nociceptores e desencadeiam 
reação inflamatória com liberação de mediadores químicos 
 Exemplos: distensão e estiramento, isquemia, inflamação, contração vigorosa 
 Receptores da dor (nociceptores): térmicos, mecânicos e químicos – terminações livres, ficam 
localizados na cápsula da víscera, no parênquima e mesotélio 
 Anatomia funcional da dor: sensação de dor nociceptiva compreende 3 mecanismos básicos 
 Transdução: ativação de nociceptores por estímulo mecânico, térmico ou químico 
 Transmissão: conjunto de vias e mecanismos que permitem a condução do impulso 
nervoso causado pelo estímulo doloroso, até o SNC e seu reconhecimento 
 Modulação: vias responsáveis pela supressão da dor 
 Dor Crônica: tende a ser conduzida por fibras não mielinizadas, ou seja, ela tende a ser lenta, 
mal localizada e sem somatotopia (localização de sensibilidade no cérebro) 
 Inervação simpática: nervos esplâncnicos torácicos e lombares - T1 a L2/L3 
 Inervação parassimpática: nervos cranianos e nervos esplâncnicos pélvicos - S2, S3 e S4 
 
SENSIBILIDADE 
→ Para todas as modalidades da sensibilidade geral há uma sequência de 3 neurônios entre o 
receptor e a percepção da sensibilidade no córtex cerebral: 
 Neurônio 1 (aferente primário): corpo celular no gânglio sensitivo, prolongamento central 
entra na medula espinal (n. espinal) pelo mesmo lado do receptor. 
 Neurônio 2: corpo celular na medula espinal ou no tronco encefálico, seu axônio cruza para o 
outro lado do SNC e ascende para o tálamo, onde termina 
 Neurônio 3: corpo celular no tálamo, seu axônio se projeta ao córtex somatossensitivo (lobo 
parietal do hemisfério cerebral) 
→ Regiões de sensibilidade do corpo na pele, 
promovem a dor referida chama-se dermátomo 
 Dor visceral: é sentida na pele, apesar de ser 
encontrada efetivamente nos órgãos 
 Dor visceral: advinda de órgãos intra-
abdominais 
 Dor parietal: quanto compromete o peritônio 
 Dor referida: quando ocorre em ponto 
diferente do local acometido

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