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Mariana Marques - TXXIX Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças | ABBAS, Abul K. ; KUMAR, Vinay ; FAUSTO, Nelson ; ASTER, Jon C. 9ª Edição – Capítulo 4 Bogliolo, patologia | Geraldo Brasileiro Filho – 9ª edição – Capítulo 9 Hiperemia e Congestão ---------------------------------------------------------------------------------- INTRODUÇÃO CLASSIFICAÇÃO: Processo patológico geral: Distúrbio Circulatório Processo patológico específico: Hiperemia ou Congestão CONCEITO: Ambos os processos decorrem do aumento do volume sanguíneo dentro dos tecidos, no entanto, possuem mecanismos subjacentes e consequências diferentes HIPEREMIA ATIVA Processo ativo Resultante da dilatação arteriolar, que por consequência leva à um aumento do fluxo sanguíneo Causa fisiológica: mucosa gastro intestinal durante a digestão, músculo em exercício etc Causa patológica: inflamação Maior volume de sangue na microcirculação resulta do aumento da velocidade do fluxo sanguíneo Eritema: tecidos afetados ficam vermelhos devido ao aumento no aporte de sangue oxigenado Etiopatogênese: Mecanismo central: estímulos vasodilatores neurogênicos ou metabólicos Mecanismo periférico localizado: regulado por substâncias vasoativas Exemplos: - Hiperemia facial: rubor facial → origem neurogênica - Rubor facial que acompanha o exercício físico - Hiperemia no início da inflamação aguda → rubor no tecido inflamado Morfologia: Macroscopia: aumento do volume, aumento da temperatura, coloração avermelhada, vascularização evidente, pulsátil Microscopia: vasos dilatados e repletos de hemácias Hiperemia de vasos na serosa do apêndice Mariana Marques - TXXIX Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças | ABBAS, Abul K. ; KUMAR, Vinay ; FAUSTO, Nelson ; ASTER, Jon C. 9ª Edição – Capítulo 4 Bogliolo, patologia | Geraldo Brasileiro Filho – 9ª edição – Capítulo 9 CONGESTÃO OU HIPEREMIA PASSIVA Processo passivo Resultante da redução do efluxo sanguíneo de um tecido Sistêmica: redução do retorno venoso generalizado ou regional, de origem cardíaca (insuficiência cardíaca) ou hipertensão portal Localizada: obstrução venosa por trombose ou redução do retorno venoso causando varizes, devido à ação da gravidade somada à insuficiência das válvulas venosas (obstrução venosa isolada) Frequentemente ocasiona o edema, devido ao aumento da pressão hidrostática Congestão crônica: longa duração, a hipóxia crônica associada pode resultar em lesão tecidual isquêmica e cicatrização Cianose: tecido afetado fica mais azulado, devido à hemoglobina desoxigenada nos tecidos afetados Etiopatogênese: Alteração do órgão central da circulação (insuficiência cardíaca) Mecanismo localizado: perturbação da circulação venosa por causas intrínsecas do vaso (trombose) Compressão extrínseca das veias (dedo preso por um cordão) Morfologia da congestão sistêmica: Macroscopia: periferia do aparece mais pálida e tumefeita e o centro mais vermelho (no fígado, é tipicamente conhecido como fígado em noz moscada) Microscopia: os tecidos apresentam dilatação de vênulas e capilares (cheios de sangue), o interstício fica expandido por edema, pode ocorrer extravasamento de hemácias (saem dos vasos devido ao aumento da pressão hidrostática capilar e venular) Morfologia da congestão localizada: Macroscopia: ocorre aumento do volume, coloração cianótica, áreas de hemorragia (acúmulo de hemossiderina) Microscopia: macrófagos encontram-se carregados de hemossiderina Consequências da Congestão: Aumento da pressão hidrostática: causa EDEMA e possíveis hemorragias Estase Venosa: causa trombose venosa e diminui a cicatrização Hipóxia: lesão celular irreversível, gera necrose, podendo causar infarto vermelho Mariana Marques - TXXIX Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças | ABBAS, Abul K. ; KUMAR, Vinay ; FAUSTO, Nelson ; ASTER, Jon C. 9ª Edição – Capítulo 4 Bogliolo, patologia | Geraldo Brasileiro Filho – 9ª edição – Capítulo 9 Edema CONCEITO Acúmulo de fluido intersticial nos tecidos ou cavidades do corpo (como pleura, pericárdio, peritônio) ETIOPATOGÊNESE AUMENTO DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA O aumento na pressão hidrostática é causado por disfunções que impedem o retorno venoso (comprometimento do retorno venoso – trombos, compressão extrínseca ou insuficiências de válvulas) Obstrução for localizada, então o edema resultante estará limitado à parte afetada Aumento sistêmico da pressão venosa os edemas são mais generalizados Aumento da pressão venosa sistêmica por insuficiência cardíaca direita REDUÇÃO DA PRESSÃO OSMÓTICA PLASMÁTICA As condições que levam à síntese inadequada ou ao aumento da perda da albumina da circulação são causas comuns da redução da pressão oncótica do plasma pois, em condições normais, a albumina é responsável por quase a metade da proteína total de plasma A redução na síntese de albumina ocorre principalmente: Doença hepática grave (cirrose) Desnutrição proteica (hiponatremia) Síndrome nefrótica (albumina perdida na urina devido ao aumento da permeabilidade glomerular) AUMENTO DA PERMIABILIDADE VASCULAR Permite a passagem de água, íons e proteínas plasmáticas para o interstício O aumento da retenção de sal, associado à retenção de água, provoca aumento da pressão hidrostática (expansão de volume líquido intravascular) e diminuição da pressão coloidosmótica vascular (diluição) A retenção de sal ocorre sempre que a função renal está comprometida, como nos distúrbios primários do rim e nos distúrbios cardiovasculares que diminuem a perfusão renal DIMINUIÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA Traumas, fibroses, tumores invasivos e agentes infecciosos podem romper vasos linfáticos e bloquear a eliminação de líquido intersticial, resultando em linfedema na parte afetada do corpo Obstrução inflamatória (colapso do vaso pela destruição das fibras da matriz extracelular por enzima hidrolíticas) Neoplasia e tratamentos radioterápicos Filariose (elefantíase) Mariana Marques - TXXIX Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças | ABBAS, Abul K. ; KUMAR, Vinay ; FAUSTO, Nelson ; ASTER, Jon C. 9ª Edição – Capítulo 4 Bogliolo, patologia | Geraldo Brasileiro Filho – 9ª edição – Capítulo 9 MACROSCOPIA: Ocorre aumento do volume dos tecidos que cedem facilmente a pressão localizada, dando origem a depressão que lentamente desaparece (cacifo ou sinal de Godet) MICROSCOPIA: Ocorre clareamento e separação da matriz extracelular e uma discreta tumefação celular DENOMINAÇÕES GENERALIZADO Desde o início (ICC e hipoproteinemia) ou por mecanismos de compensação Anasarca → com tumefação profunda do tecido subcutâneo LOCALIZADO Causas locais que alteram as pressões ou que interferem na drenagem linfática - Cavidade Pleural → Hidrotórax - Cavidade Peritoneal → Ascite - Pericárdio → Hidropericárdio FILTRADO Água, eletrólitos e pequenas moléculas orgânicas (carboidratos simples, ácidos graxos) - Transudato (edema hemodinâmico): água e eletrólitos, pobre em células e proteínas (desequilíbrio entre as pressões hidrostática e osmótica) - Exsudato (inflamatório): rico em proteínas e células inflamatórias (aumento da permeabilidade)
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