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Imunologia do Transplante

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Mariana Marques -TXXIX 
Imunologia do Transplante 
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
INTRODUÇÃO 
 Transplante: retirada de órgãos, tecidos ou 
células (que passam a ser chamados de 
enxertos) de um indivíduo e sua inserção em um 
indivíduo geralmente diferente. 
→ Essa doação pode ser entre partes de um 
mesmo indivíduo ou entre indivíduos diferentes 
 O indivíduo que fornece o enxerto é chamado de 
doador, enquanto o que recebe o enxerto é 
chamado de receptor ou hospedeiro 
 A técnica de transplante surgiu para suprir um 
déficit funcional ou anatômico do receptor 
 Uma grande limitação para alcançar o êxito do 
transplante é a resposta imune ao receptor ao enxerto doado (podendo se adaptar ou ser rejeitado) 
 
CLASSIFICAÇÃO TERMOLÓGICA DOS TRANSPLANTES 
 Quanto ao local: 
→ Ortotópico: enxerto colocado em sua localização anatômica (exemplo: coração, córnea) 
→ Heterotópico: enxerto colocado fora da sua localização anatômica (exemplo: rim) 
 
 Quanto à origem: 
→ Alto-enxerto (enxerto autólogo): enxertos transplantado de um indivíduo para si mesmo 
 Exemplos: enxertos de pele, medula óssea, ponte de safena, mamária, capilar 
 Não há chances de rejeição imunológica, podem ocorrer falhas de vascularização que levem à 
determinado tipo de rejeição 
 
 
→ Isoenxerto (enxerto singênico): enxertos 
transplantados entre dois indivíduos 
geneticamente idênticos (gêmeos univitelínicos) 
 Exemplos: mesmos exemplos dos 
enxertos autólogos. 
 Pode haver rejeição devido aos estímulos 
distintos vividos por cada indivíduo, afetando 
assim, as variações proteícas entre os mesmos 
(essas proteinas podem ser reconhecidas pelo 
sistema imunológico como proteínas não 
próprias) 
O processo é muito lento e pode ser, inclusive, 
imperceptível 
 
Mariana Marques -TXXIX 
→ Aloenxerto (enxerto alogênico): enxertos transplantados entre dois indivíduos geneticamente 
diferentes, mas da mesma espécie. 
 Exemplos: enxertos de coração e rim 
 Sempre haverá rejeição, porém, quanto mais compatibilidade, mais tempo irá levar para que 
ocorra a rejeição 
Exceção: transplante de córnea, pois é pouco vascularizada e não há ação de células 
imunológicas nessa região, dificultando ainda mais a rejeição. 
 
→ Xenoenxerto (enxerto xenogênico): enxertos transplantados entre dois indivíduos de espécies 
diferentes 
 Exemplos: pele de tilápia, válvula cardíaca bovina 
 Serão sempre muito rejeitados, de forma rápida, porém são enxertos tratados com formalina 
(substância que serve para impedir com que o sistema imune rejeite os antígenos de superfície, 
possuindo uma ação conservante, evitando a rejeição instantânea, porém, com o tempo e 
passagem sanguínea, ocorre rejeição por calcificação – endurecimento do antígeno) 
 
TIPOS DE DOADORES 
 Doador vivo relacionado: qualquer pessoa (normalmente familiar) que concorde com a doação e seja 
compatível, desde que não prejudique a sua própria saúde 
 Doador vivo não relacionado: qualquer pessoa que concorde com a doação e seja compatível (não 
necessariamente alguém conhecido), desde que não prejudique a sua própria saúde 
 Doador cadáver: óbitos por morte encefálica 
 
SELEÇÃO DO DOADOR 
 Avaliação clínica do doador: anamnese, exame físico e solicitação de exames (se necessário) 
 Ausência de doenças crônicas: diabetes, DPOC, hipertensão, câncer 
 Tipagem ABO: tipos sanguíneos tolerantes (não necessariamente iguais) possuem maiores chances de 
sucesso no transplante, ou seja, deve haver compatibilidade sanguínea 
 Tipagem HLA: (antígeno leucocitário humano) complexo de genes que codifica proteínas do sistema 
imunitário (codifica a proteína do MHC de classe I e II) 
 Cross-match (prova cruzada): identificar se o receptor do enxerto possui anticorpos pré formados 
contra o doador, ou seja, avalia se existem outros antígenos no sangue do doador que podem ser 
reconhecidos por anticorpos presentes no sangue do receptor, caso isso ocorra haverá rejeição do 
órgão (aglutinação) 
→ Cross-match positivo: o receptor não vai se beneficiar do transplante, mesmo que todos os outros 
fatores sejam favoráveis ao transplante. 
 
RECONHECIMENTO DOS ALOANTÍGENOS – 
ALORRECONHECIMENTO 
 O mecanismo de reconhecimento e rejeição tem 
como principal elemento o MHC (responsável por 
quase todas as reações de rejeição forte e rápida) 
 Moléculas do MHC do doador são apresentas das 
para o reconhecimento pelas células T de um 
receptor de enxerto por duas vias fundamentais 
de maneira direta ou indireta: 
Mariana Marques -TXXIX 
→ Aloreconhecimento direto: 
 Ocorre até todas as células apresentadoras de antígeno (APC) do enxerto transplantado serem 
mortas (rejeição não dura pra sempre) 
 Ao realizar a implantação do enxerto transplantado no receptor, o TCR do receptor reconhece o MHC 
do doador como não próprio, assim, as moléculas do MHC1 do doador migram via vasos linfáticos para 
os linfonodos do receptor, realizando o processo de apresentação de antígenos nos linfonodos (MHC é 
apresentado intacto) 
 Dessa forma, linfócitos CD8 presentes no linfonodo do receptor, reconhecem as moléculas do MHC1 do 
doador como não próprias e iniciam a expansão clonal da resposta imune, fazendo com que ela chegue 
até o enxerto doado 
 Assim, ocorre o reconhecimento dos antígenos das células do MHC1, fazendo com que os linfócitos T 
citotóxicos matem as células do enxerto, causando a rejeição. 
 O fato de os linfócitos TCD8 criarem uma resposta direta contra o MHC1 do enxerto transplantado 
faz com que a morte das APC seja mais rápida. 
 
→ Aloreconhecimento indireto: 
 Ocorre até que ocorra falência no órgão 
 Ao realizar a implantação do enxerto transplantado no receptor, os peptídeos do doador são 
reconhecidos pelas células apresentadoras de antígeno (APC) do receptor, que migram para o enxerto 
doado e fagocitam o MHC1 do doador 
 Em seguida, como consequência da fagocitose, as células apresentadoras de antígeno processam o 
MHC1 do doador de forma que o MHC do receptor apresente o antígeno do doador, ou seja, as APC ao 
retornarem aos linfonodos e apresentam o antígeno do enxerto através do MHC do próprio receptor, 
estimulando os linfócitos T. 
 O TCD8 ao chegar ao enxerto não encontra o MHC com o antígeno que lhe foi apresentado nos 
linfonodos, encontrando apenas o MHC do doador com seu antígeno correspondente, não conseguindo 
gerar uma resposta imune contra o enxerto. 
 No entanto, quando as células ativadas são os TCD4, eles migram para o enxerto em busca do MHC2 e 
ao infiltra-lo, juntamente com as APC do receptor, gera uma inflamação que vai ter como consequência 
a secreção de citocinas que lesam o tecido por uma reação de hipersensibilidade tardia, matando as 
células. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINFÓCITO CD4 – aloreconhecimento indireto 
Ocorre a produção de anticorpos pelo linfócito B contra 
as células dos órgãos e com isso os anticorpos 
opsonizam as células do órgão (marcação para que as 
células NK se ligam aos receptores de morte → 
apoptose das células) 
Sistema complemento: é ativado para levar a apoptose 
das células → ativação da via clássica (dependente de 
anticorpo) 
 
RESUMINDO AS ETAPAS 
Ativação linfócito B → produção de anticorpos → 
deposição nos enxertos → IgG normalmente depositado 
no enxerto → acionamento outras vias de sinalização → 
via de complemento → ativar clássica → deposição do 
sistema complemento → células mortas por necrose 
 
 
Mariana Marques -TXXIX 
TIPOS DE REJEIÇÃO 
 Rejeição hiperaguda (minutos/horas após o transplante) 
→ Caracterizada por trombose de vasos do enxerto e necrose isquêmica. 
→ Formação previa de anticorpos acionam o sistema complemento 
→ Mediada por anticorpos circulantes específicos (IgM específicos pra antígenos de grupos sanguíneos 
ou anticorpos específicos para moléculas de MHC) para antígenos nas células endoteliais do enxerto 
→ As primeiras célulasà morrerem são as células dos vasos sanguíneos e o órgão morre por isquemia. 
→ Normalmente, em pacientes que já entraram em contato com antígenos do doador, já que o receptor 
já tem anticorpos formados contra esses antígenos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Rejeição aguda (3 a 5 meses pós transplante – ocorre rejeição humoral e celular) 
→ Aloantígenos são reconhecidos, não havia uma imunidade pronta (foi montada) 
→ Há alorreconhecimento direto e indireto, ativação do sistema complemento e da citotoxidade 
(começa com quadro de endotelite - inflamação no endotélio) 
→ Mediada por células T (CD4 e CD8) que irão circular por dentro dos vasos do tecido (sanguíneos e 
linfáticos) enxertado, podendo destruir diretamente as células do enxerto ou contra as células nos vasos 
→ Acontece quando o paciente para de tomar os remédios de imunossupressão 
→ Ocorre dano celular no parênquima do órgão e inflamação intersticial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Rejeição crônica: (6 meses a anos após o transplante) 
→ Acontece depois de anos por ser administrado imunossupressor para o paciente 
→ Leva a preda progressiva da função do enxerto 
→ Ocorre várias lesões celulares no órgãos que vão causando morte celular e em consequência pode 
se manifestar como fibrose ou estenose gradual dos vasos do enxerto 
→ As células T reagem contra aloantígenos do enxerto e secretam citocinas que estimulam a 
proliferação e as atividades dos fibroblastos e células musculares lisas no enxerto 
 
 
 
 
Mariana Marques -TXXIX 
DOENÇA DO ENXERTO x HOSPEDEIRO 
 Condição que ocorre quando as células da medula óssea ou células-tronco do doador atacam o 
receptor (pode ocorrer a qualquer momento após um transplante) 
 Mais comum depois que a medula começa a produzir células saudáveis, podendo variar de leve à grave. 
 Sintomas: variam de acordo o tempo de duração da doença, podem incluir úlceras na boca, dor 
abdominal e irritação na pele. 
 Tratamento: medicamentos para suprimir o sistema imunológico, como esteroides 
 
TERAPIA IMUNOSSUPRESSORA 
 Tem como objetivo prevenir a rejeição do órgão transplantado. 
 Realizada com medicamentos que podem comprometer o funcionamento do sistema imunológico, 
reduzindo a resposta imunológica. 
 Pessoas que fazem uso dessa terapia se tornam imunocomprometidos.

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