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Mariana Marques – T29 Príons INTRODUÇÃO ▪ São moléculas de proteínas anormais que possuem propriedades infectantes e causadoras de um grupo de doenças denominadas encefalopatias espongiformes transmissíveis ▪ Quando comparado aos demais agentes infecciosos, os príons não possuem ácidos nucleicos (DNA e RNA) na composição e não possuem uma morfologia definida ▪ Não possui material genético, mas é capaz de realizar multiplicação ▪ Possuem um longo período de incubação ▪ Não são capazes de gerar efeito citopatológico, resposta imune, produção de interferons e resposta inflamatória ▪ São muito mais resistentes que vírus ou bactérias (resistem ao calor, as enzimas digestivas e raios UV) CARACTERÍSTICAS ▪ São constituídos por um isômero anormal da proteína priônica, que está presente normalmente no cérebro e que é codificada pelo gene PrNP ▪ Mutações em diferentes códons deste gene resultam em conversão da proteína priônica normal (PrP) em seu isômero patológico (PrPsc) que consequentemente se acumula no cérebro ▪ Na sua forma normal e saudável, essa proteína, além de participar do processo de diferenciação neural, ela defende os neurônios de condições que podem levar à sua destruição ▪ Os príons mutados são capazes de alterar a forma de outras proteínas saudáveis, que, também passam a adquirir um comportamento priônico TRANSMISSÃO ▪ PrPsc entra no encéfalo e induz a troca de conformação das proteínas normais, essa infecção ocorre: • Infecção: através do consumo da carne de animais infectados, da utilização de instrumentos cirúrgicos contaminados e através do transplante de membrana meníngea (dura-máter) infectada por príons, durante neurocirurgias • Mutação no gene que codifica PrPc normal: adquirida ou herdada Mariana Marques – T29 PATOGÊNESE ▪ Após a ingestão, os príons acumulam-se no tecido linfoide, em células dendríticas foliculares e células B e em seguida, viajam para cima, pelos neurônios, para o sistema nervoso central e cérebro ▪ A encefalopatia espongiforme descreve o surgimento dos neurônios vacuolizados, bem como a sua perda de função e ausência de resposta imune ou inflamação ▪ São observadas a formação de placas que contêm amiloides e fibrilas, a hipertrofia e a vacuolização de neurônios e células gliais adjacentes ▪ Os príons mutados atingem elevadas concentrações no cérebro e são captados por neurônios e células fagocíticas, sendo de difícil degradação ▪ Não é gerada inflamação ou resposta imune ao agente SÍNDROMES CLÍNICAS ▪ As encefalopatias espongiformes são doenças neurodegenerativas lentas, são causadas por príons ▪ Podem ser esporádicas, genéticas ou adquiridas ▪ Após longos períodos de incubação, esses agentes causam danos no sistema nervoso central, o que conduz à encefalopatia espongiforme subaguda ▪ Características: • Depósitos extra e intracelulares de uma proteína anormal • Presença de pequenos vacúolos na substância cinzenta • Doença fatal, progressiva • Lesões no encéfalo: vacuolização de neurônios PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS PELOS PRÍONS ▪ Em Animais: Encefalopatia Espongiforme Bovina (Doença da Vaca Louca): • Afeta bovinos • O cérebro do animal, ganha um aspecto esponjoso • Há degeneração de neurônios • Há morte do animal em pouco tempo ▪ Em humanos: Kuru: • Afeta apenas seres humanos • Provoca perda da coordenação muscular e tremores • O óbito ocorre em até 1 ano após o surgimento da doença Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) • Tem origem esporádica na maioria dos casos • Os primeiros sintomas são lentidão do pensamento, dificuldade de concentração, déficit de raciocínio e perda de memória • Causa contrações musculares bruscas e breves (mioclonias) • É uma doença incurável • Possui fármacos que retardam a evolução da doença Mariana Marques – T29 Variante da DCJ – vDCJ • Nova variante atribuída à ingestão de carne de animais contaminados e com a encefalopatia espongiforme bovina • Gera sintomas psiquiátricos e alterações motoras são frequentes • Há depósito de proteína amiloide no cérebro e no cerebelo DIAGNÓSTICO ▪ Não existem métodos para detectar diretamente príons nos tecidos e não há resposta sorológica ▪ O diagnóstico inicial deve ser feito baseado no quadro clínico ▪ A confirmação do diagnóstico pode ser feita por imagiologia de ressonância magnética, detecção de níveis elevados de proteína 14-3-3 ou Tau no LCR ▪ Na autópsia podem ser observados placas amiloides características, vacúolos espongiformes e a PrP detectada por via imunohistológica TRATAMENTO ▪ Não existe tratamento para a doença. ▪ É uma doença de rápida evolução ▪ O Obito é precoce (até um ano) ▪ Acompanhamento permanente. ▪ Dentre as terapias relatadas, encontram-se drogas antivirais e corticóides.
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