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Racismo e Sociedade/Desvendando a História para descortinar a gênese do racismo
A obra Racismo & Sociedade: novas bases epistemológicas para entender o racismo, de Carlos Moore,
nasce com a intenção de revelar e ensinar coisas nunca ditas entre nós sobre as origens mais profundas do
racismo na história da Humanidade.
Como sugere o próprio título da obra, a partir de fartas fontes bibliográficas atualizadas Carlos Moore recoloca a
problemática da gênese histórica do racismo e questiona a relação que se tenta estabelecer hoje entre o racismo e
a Modernidade ocidental por causa da noção de raça, que teria dado a sustentação científica às raízes do racismo.
Ele defende a tese de que o racismo não se estrutura em torno do conceito biológico de raça, nem a partir
da escravização dos africanos, mas sim a partir de um dado universal inegável, o fenótipo; e têm uma
profundidade histórica maior que os 500 anos e mais da hegemonia ocidental sobre o resto do mundo.
Não se trata aqui de desvalorizar a importância do surgimento da categoria raça enquanto um
condicionante relativo das possíveis interpretações contemporâneas do racismo, mas de observar que o projeto
científico moderno de uma compreensão sistemática e racializada da diversidade humana, operada nos séculos
XVIII e XIX, apenas foi possível em função do critério fenotípico em escala planetária. Com isso, a visão de que o
racismo seja uma experiência da contemporaneidade cujas raízes se inserem na escravização dos povos africanos
pelos europeus, a partir do século XVI, não é consistente historicamente.
Embora seja dominante, essa premissa nunca se alicerçou em nenhuma pesquisa séria. De igual modo, a
ideia de que o racismo teve um único berço e período de gestação não parece consistente com a realidade
histórica.
De mesma maneira, aqueles argumentos que pretensamente se enraízam numa visão cientifica para
proclamar a inexistência do racismo devido à inexistência da raça como fenômeno biológico, são inconsistentes.
Todavia, tais argumentos operam de uma base de mínimo conhecimento sobre o racismo como realidade
histórica. Com efeito, desde seu início, na Antiguidade o racismo sempre foi uma realidade social e cultural
pautada exclusivamente no fenótipo, antes de ser um fenômeno político e econômico pautado na biologia.
O fenótipo é um elemento objetivo, real, que não se presta à negação ou confusão; é ele, não os genes,
que configura os fantasmas que nutrem o imaginário social. É o fenótipo que serve de linha de demarcação entre
os grupos raciais, e como ponto de referência em torno do qual se organizam as discriminações “raciais”.
Negar a existência da raça, portanto, é um absurdo, ao qual somente se pode chegar através de uma
postura a-histórica
Assim, é preciso executar uma espécie de reorientação da produção de conhecimento, a qual nos levaria a
examinar a problemática do racismo muito além do horizonte estreito dos últimos 500 anos de hegemonia
europeia sobre o mundo.
Portanto, o raciocínio que baliza essa reflexão se enraíza, naturalmente, nessa problemática cuja vigência é
mais que aparente, no sentido que são, precisamente, os povos de raça negra do planeta que foram e continuam
sendo o foco central de toda a problemática ligada ao racismo na história.
Preconceito, discriminação e segregação
• Preconceito-Preconceitos são atitudes negativas e desfavoráveis contra uma pessoa, um grupo, um povo
ou uma cultura diferente daqueles que os manifestam. Fundamentadas em estereótipos negativos –
generalizações superficiais e depreciadoras do outro -, tais atitudes servem de base para julgamentos
prévios.
• Discriminação- As diferentes formas de preconceito podem levar a várias práticas de discriminação
(socioeconômica, religiosa, cultural, ética, etária, relacionadas às orientações sexuais, gênero, identidades
de gênero, à nacionalidade, etc.). Discriminação é a negação da igualdade de tratamento transformada em
ação concreta. Ocorre pela ação de agentes diversos – indivíduos, grupos, instituições – e pode der, na
maioria das vezes, observável e mensurável. Discriminar é estabelecer algum tipo de distinção que
generalizada contra determinado grupo ou indivíduo no convívio social, pode levá-los a marginalização ou
à exclusão, isto é, à estigmatização e ao isolamento social.
•
1ª SÉRIE - sociologia
• Segregação A segregação é o estabelecimento de uma fronteira social ou espacial que aumenta às
desvantagens de grupos discriminados. É imposta por leis e caracteriza-se como ação política que busca
manter a distância indivíduos e grupos considerados inferiores ou indesejáveis. Portanto, é um ato de
violência de alguns grupos sobre outros. A segregação é colocada em prática de maneira consciente e
institucional, com base em falsas ideias, como a superioridade de uma etnia, gênero, classe social ou
nacionalidade sobre outras.
O exemplo contemporâneo mais significativo de segregação foi o regime do apartheid que vigorou na
África do Sul durante boa parte do século XX.
O mito da democracia racial e miscigenação voluntária no Brasil.
O processo de embranquecimento do Brasil que ocorre no final do século XIX e inicio do século XX,
projetado pelas elites políticas e econômicas brasileiras, são construídas através de teorias que colocavam negros
e indígenas como grupos inferiores em todos os contextos da vida social, para a elite branca dom país eles eram
responsáveis pelo atraso do desenvolvimento do país.
A miscigenação no Brasil é romantizada por alguns intelectuais do pensamento social brasileiro , um dos
seus principais defensores dessa vertente é o sociólogo Gilberto Freire (1993) que abordava a miscigenação como
uma relação concedida por escravizados aos seus senhores, e que o Brasil era o local em que não existia
problemas raciais, embora a miscigenação seja um processo universal, no Brasil ele está distante de ser integrador
do negro ou indígena na sociedade. Ele na verdade e utilizado como velador do racismo no país. Para Lélia
Gonzalez, no Brasil fortificava a negação do racismo , embora seja uma realidade. Além disso, o mito da
democracia racial era um dos mais eficazes mitos de dominação, porque impedia a consciência objetiva do racismo
e o reconhecimento de suas práticas cruéis, já que a crença historicamente construída sobre a miscigenação
voluntária criou o mito da inexistência do racismo em nosso país.
Segundo o sociólogo, historiador e jornalista Clovis Moura, o que ocorre com a abolição no Brasil é a não
inserção do negro na sociedade, a ele não é atribuída o papel de cidadão, as classes dominantes criam valores
discriminatórios . sendo assim conseguem neutralizar através da estrutura social, cultural , econômica, existencial
a importância de uma formação de uma consciência critica negra , que possa construir e reestruturar uma
democracia de fato no país. A estratégia é fazer com o que o a população negra assimilem processos culturais
brancos para possibilitarem mobilidade dentro da sociedade o tornar-se branco é um fator condicionante.
De fato no Brasil não acontece a tão propagada nos meios internacionais a tal democracia racial, através
de estudos solicitados pela UNESCO em todo país na década de 50 , esse mito é contestado, e sociólogos e
antropólogos brasileiros demonstraram em suas pesquisas que a população negra foi excluída dos processos de
inserção na sociedade brasileira. os mecanismos criados pela elite branca do Brasil impediam até legalmente a
inserção em vários aspectos da sociedade, como os exemplos abaixo:
“Lei número 1, de 14 de janeiro de 1837. São proibidos de frequentar as escolas públicas: Primeiro: Todas
as pessoas que padecem de moléstias contagiosas. Segundo: os escravos e os pretos africanos, ainda que sejam
livres pu libertos”
Código Penal – Decreto nº 847, de 11 de outubro de 1890 (atenção, 2 anos depois da abolição) – os que 
perambulavam pelas ruas, sem trabalho ou residência comprovada, iriam pra cadeia. Bem como os que 
estivessem jogando ou portando objetos relativos à capoeira.
Em suas pesquisasO autor Clovis Moura aborda que a condição de homens e mulheres negras no país são
excludentes , eles foram abandonados, marginalizados, excluídos dos espaços de trabalho, sem terra, sem
moradia, nem educação e com nenhuma possibilidade de mobilidade social, principalmente nos grandes centros
urbanos em que estavam as maiores oportunidades de emprego. Sua força de trabalho existente em
1ª SÉRIE - sociologia
diversificadas áreas de trabalho, passa a ser estereotipada como preguiçosa e incapaz, o imigrante e homem 
branco passam a ser modelos de trabalhadores ideais, o preconceito de cor e dinamizado na sociedade brasileira.
Diante de todo esse processo histórico, cultural e social da inserção da população Negra no Brasil, ainda
hoje em pleno século XXI esses mesmos mecanismos de exclusão são utilizados em diferentes contextos sociais,
principalmente no mercado de trabalho como demonstram as estáticas.
A Importância das políticas de ações afirmativas para a produção do multiculturalismo no Brasil
Quando falamos do Brasil, é inevitável não pensarmos sobre suas diversidades, principalmente sobre seu
multiculturalismo, o qual teve início através dos processos imigratórios, onde desde sua exploração pelos
portugueses em 1530, seu território é ocupado por culturas de todas as partes do mundo. Os primeiros imigrantes
não portugueses foram os africanos, que foram escravizados e sequestrados para trabalhar no Brasil,
especialmente nas lavouras de cana de açúcar e mais tarde este processo de imigração se intensificou com o
processo de branqueamento da nação com a chegada de outros imigrantes à procura de emprego nas plantações
de café. Com isso, atualmente o Brasil é conhecido pelas suas variedades de culturas e etnias.
A interculturalidade de modo distinto, aponta a comunicação e a interação entre as culturas como meio de
produzir novos conhecimentos e outras interpretações simbólicas do mundo . A composição dos aspectos positivos
da valorização da diferença e da oposição ao colonialismo cultural compõe uma nova forma de ver o
mundo , reconhecida como multiculturalidade/ e interculturalidade. Ela é um projeto político, um movimento que
ultrapassa a teoria, ela busca superar as discriminações das culturas minoritárias, que sofreram com o processo
histórico de exclusão na sociedade.
Através da pressão social realizada pelos movimento sociais no Brasil, o governo criou a chamada Políticas
de ações afirmativas, com o objetivo de auxiliar, reconhecer e proteger essa coletividade que tem sido vítima de
exclusão social-econômica ao longo da história. Algumas ações criadas pelo governo por exemplo, são as cotas
raciais ou bolsas estudantis destinadas a alguns grupos específicos promovendo maiores oportunidades para
ingressarem em instituições de ensino superior como as universidades públicas. Essa iniciativa proporciona à
participação desses grupos discriminados nos processos políticos, de saúde, educação, emprego, bens materiais e
redes de proteção social.
É de suma importância o investimento nesses projetos que além de beneficiar essas pessoas oferecendo
recursos, também ajuda a corrigir alguns danos causados no passado, favorecendo a igualdade e harmonia
perante todos.
Questões de avaliação. (RESPONDA NO VERSO DA FOLHA)
Leiam com atenção e boa sorte!
1 Quais são as definições, segundo texto, para segregação e discriminação.
2 Segundo o texto, o racismo é um fenômeno da Modernidade ou anterior a ela? Justifique sua resposta.
1ª SÉRIE - sociologia
3- As desigualdades étnico-raciais são construções históricas que foram naturalizadas na sociedade para 
manter uma estrutura de exclusão e desvantagens para determinados grupos.
Com base no trecho acima relacione os conceitos abaixo com as definições a seguir:
A) Preconceito B) Discriminação C) Racismo D) Etnia E) Segregação
( ) Teoria que sustenta a superioridade de certas raças em relação às outras preconizando ou não a segregação 
racial e até mesmo a extinção de minorias.
( ) Conceito ou opinião formada antecipadamente sem conhecimento dos fatos ou sem levar em conta teorias 
que contestem este conceito.
( ) É definida como um grupo de pessoas que apresentam características culturais próximas e reconhecidas 
socialmente, tais como língua, religião, valores e tradições.
( ) É um processo de dissociação mediante o qual se estabelece uma distância social ou física que objetiva o 
isolamento de certas minorias sociais dentro de uma sociedade.
( ) É a manifestação do preconceito na prática. É a instauração de um tratamento desigual de forma que 
desfavoreça alguém ou grupo social por suas características raciais, religiosas, de gênero, socioeconômicas.
4De que maneira podemos identificar o que intitulamos como "formas sutis " de racismo presentes no 
cotidiano?
5As ações afirmativas são a principal estratégia para combater e superar as práticas racistas. Dê exemplo de 
uma dessas ações e fale sobre seu impacto na sociedade brasileira.
6 A partir do trecho do livro abaixo e de pesquisas, é possível afirmar que “o modo de funcionamento da
humanidade entrou em crise”? Justifique sua resposta e reflexão.
Pesquisa sobre pensamentos e reflexões dos povos pindorâmicos
Há vários séculos que os povos indígenas do Brasil enfrentam bravamente ameaças que podem levá-los à
aniquilação total e, diante de condições extremamente adversas, reinventam seu cotidiano e suas comunidades.
Quando a pandemia da Covid-19 obriga o mundo a reconsiderar seu estilo de vida, os povos tradicionais,
pindorâmicos emergem com lucidez e pertinência ainda mais impactantes.
Em nossa atividade utilizaremos para reflexão e pesquisa o texto do líder e porta-voz indígena do povo Krenak, 
Ailton Krenakque vive na região do médio rio Doce, em Minas Gerais, no Sudeste do país e que Teve um papel 
fundamental na juventude, para que houvesse a inclusão do Capítulo dos Índios na Constituição Federal de 1988. 
“O povo indígena tem um jeito de pensar, um jeito de viver, tem condições fundamentais para a sua existência, 
pela manifestação da sua tradição, da sua vida, da sua cultura, que não coloca em risco, nem nunca colocaram a 
existência sequer dos animais que vivem ao redor das terras indígenas, quanto mais de outros seres humanos”, 
declarou ele em seu pronunciamento.
Agora, no período de quarentena da pandemia do novo coronavírus, Krenak publicou uma reflexão, no livro “O
amanhã não está à venda”, onde critica o que denomina de “necropolítica” do presidente da República do Brasil,
que aborda a questão do vírus de modo irresponsável, banalizando o poder da palavra e da vida. Neste livro ele
traz importantes reflexões que questionam a ideia de "volta à normalidade", uma "normalidade" em que a
humanidade quer se divorciar da natureza, devastar o planeta e cavar um fosso gigantesco de desigualdade entre
povos e sociedades.
Segue abaixo um trecho de seu livro para nossa atividade e pesquisa.
1ª SÉRIE - sociologia
[...] Faz algum tempo que nós da aldeia Krenak já estávamos de luto pelo nosso Rio Doce. Não
imaginaria que o mundo nos traria esse outro luto. Está todo mundo parado. Quando
engenheiros me disseram que iriam usar tecnologia para recuperar o Rio Doce, perguntaram a
minha opinião. Eu respondi: “A minha sugestão é muito difícil de colocar em prática. Pois
teríamos de parar todas as atividades humanas que incidem sobre o corpo do rio, a cem
quilômetros nas margens direita e esquerda, até que ele voltasse a ter vida”.
Então um deles me disse: “Mas isso é impossível”. O mundo não pode parar. E o mundo
parou.
Vivemos hoje esta experiência de isolamento social, como está sendo definido o confinamento
em que todas as pessoas têm de se recolher. Se durante um tempo éramos nós, os povos
indígenas, que estavam ameaçados da ruptura ou da extinção do sentido de nossa vida, hoje
estamos todos diante da iminência de a Terra não suportar a nossa demanda. [...](KRENAK, 2020,
p. 4.).
1ª SÉRIE - sociologia
Querido aluno, utilize o verso da folha paraas respostas. Não se esqueça de numerar
adequadamente. Bom trabalho!

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