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© 2016 ISCOM
Todos os direitos reservados:
Instituto Superior de Comunicação – ISCOM
Rua Luiz Elias Daux, 1140 conj. 4 – Ingleses
88058-512 Florianópolis, SC
(48) 3369-6632 – contato@iscom.com.br
Texto
Carla Algeri
Edição e redação final
Aldo Schmitz
Capa
Caroline Schmitz
Nenhuma parte desta apostila pode ser reproduzida.
Aos infratores aplicam-se as sanções da Lei nº 9.610/1998.
Conforme a Lei nº 10.753/2003, para apostilas de concursos não é obrigatória a
adoção do número internacional padronizado (ISBN) nem a ficha de catalogação
para publicação.
Sumário
INTRODUÇÃO....................................................................................................5
PUBLICAÇÕES ORGANIZACIONAIS......................................................................6
JORNALISMO...........................................................................................................6
Um jornal ‘pra chamar de seu’.............................................................................7
O que são e para que servem as publicações jornalísticas...................................8
O que motiva uma organização a ter a sua mídia................................................8
Do jornalzinho ao conteúdo relevante para o público..........................................9
As mídias empresariais e suas características....................................................10
Perfil do jornalista nas organizações públicas e privadas..................................11
HISTÓRICO.............................................................................................................12
As primeiras publicações inseridas na transição gráfica....................................13
Jornais e revistas pioneiros no Brasil..................................................................14
Os motivos das publicações de empresas nos primórdios .................................15
Fatores que contribuíram para a expansão no País...........................................16
Do jornal de empresa à comunicação organizacional........................................16
MÍDIA DAS FONTES................................................................................................17
As ações estratégicas da mídia das fontes.........................................................18
 Mídias das fontes: jornais, revistas, rádio, TV e internet...................................18
Semelhanças entre as mídias comerciais e das fontes.......................................19
FORMATOS.............................................................................................................20
O boletim informa e agrega os funcionários......................................................20
O jornal tem a ‘cara’ da organização..................................................................21
A newsletter é uma ‘carta’ a determinado público.............................................22
O jornal mural constitui a essência da comunicação interna.............................23
A revista divulga a organização..........................................................................24
Revista customizada: sob medida para um público............................................25
Os diários oficiais não chegam ao cidadão........................................................26
Manual, relatório, perfil, position paper etc.......................................................27
PLANEJAMENTO....................................................................................................28
Os 10 passos para o sucesso...............................................................................28
O público interno deve ser o primeiro a saber....................................................30
A internalização do público externo....................................................................30
A avaliação sistemática pelos leitores e conselho editorial................................31
 PRODUÇÃO...........................................................................................................32
 A pauta desencadeia a apuração das matérias.................................................32
A diversidade de fontes torna uma publicação atrativa.....................................33
A linguagem jornalística norteia a redação........................................................34
Os cuidados e o que evitar..................................................................................34
EDITORAÇÃO E PRODUÇÃO GRÁFICA................................................................36
DESIGN EDITORIAL.................................................................................................36
A base do leiaute.................................................................................................37
A importância do grid.........................................................................................37
Princípios do design editorial..............................................................................39
Os elementos da diagramação...........................................................................39
A tecnologia facilita a editoração.......................................................................41
INFOGRÁFICO .......................................................................................................42
A evolução e consolidação da infografia............................................................42
Os infográficos visuais........................................................................................43
Infográficos de arte e texto.................................................................................44
FOTOGRAFIA..........................................................................................................44
A fotografia transmite emoção e informação....................................................45
A versatilidade da fotografia digital...................................................................45
Cada tipo de lente atende uma finalidade..........................................................47
IMAGEM................................................................................................................48
Os fundamentos da resolução e das cores.........................................................49
Formatos de imagens e separação de cores.......................................................50
O backup e o tratamento digital de imagens.....................................................50
TIPOGRAFIA...........................................................................................................51
Cada tipo tem seu estilo e expressa ideias.........................................................52
Os tipos são classificados pela sua anatomia.....................................................52
A hierarquia e a harmonia entre os tipos...........................................................53
A produção tipográfica aprimora e diferencia um impresso..............................54
IMPRESSÃO E ACABAMENTO................................................................................55
O papel ideal para cada tipo publicação............................................................55
 A supremacia do offset como processo de impressão.......................................56
Processos raros e alternativos de impressão......................................................57
Os acabamentos que tornam uma publicação interessante..............................58
REFERÊNCIAS...................................................................................................60
GLOSSÁRIO......................................................................................................63
QUESTÕES COMENTADAS.................................................................................77
SIMULADO....................................................................................................... 82
GABARITO..............................................................................................................94INTRODUÇÃO
Este volume integra a série de apostilas de Concurso para jornalista, 
relativas ao conteúdo de conhecimento específico de concurso público em 
comunicação para jornalistas.
A autora do texto é a jornalista Carla Algeri, mestre em Jornalismo 
(UFSC), pós-graduada em Comunicação Integrada e Marketing (Unoesc) e 
graduada em Jornalismo (UFSM). 
Ela é jornalista concursada do Instituto Federal de Santa Catarina 
(IFSC). Atuou no Senai-SC, jornais A Razão e O Jornal e na cooperativa 
Copérdia. Realiza e examina provas de concursos para jornalistas.
A edição e a redação final é do jornalista e professor Aldo Schmitz.
Esta apostila aborda temas recorrentes de publicações jornalística e 
editoração em concursos para jornalistas, a exemplos dos tipos e 
características das publicações editadas por organizações não-midiáticas, 
além do processo de editoração na mídia impressa em geral. 
Os assuntos abordados foram levantados em mais de 300 concursos 
para jornalistas (2001-2016) e outros introduzidos pela sua relevância nos 
estudos da mídia e do jornalismo, passíveis de inclusão nos concursos.
Constam ainda 40 questões simuladas transcritas de concursos 
recentes (2009-2016), sendo 10 comentadas, além de um amplo glossário 
e referências bibliográficas.
Não basta ler, é preciso estudar para aprender.
Queremos ajudar você a passar no próximo concurso.
PUBLICAÇÕES ORGANIZACIONAIS
Cada vez mais as organizações públicas e privadas criam as suas 
próprias mídias, por não encontrar espaço na mídia comercial ou para 
atender a estratégia de comunicação. 
A quantidade de informações à disposição da mídia comercial é 
exponencialmente crescente, enquanto o tempo para absorvê-las é mais 
ou menos constante.
O espaço editorial na imprensa é escasso e cada vez mais disputado 
por uma infinidade de organizações, fontes e assessorias de imprensa.
Especialmente as instituições públicas têm uma relação complicada 
de “amor e ódio” com a imprensa, em geral acusada de tendenciosa, 
embora afirme isenção e neutralidade. 
A mídia comercial tem sua principal receita nas verbas publicitárias. 
E por conta disso, em alguns casos, essa relação beira à chantagem. 
Trata-se de uma imposição velada, de “toma lá, dá cá”: “se anunciar 
eu falo bem. Se não anunciar, eu bato”.
Essas e outras dificuldades levam as organizações a editarem as suas
próprias mídias, inclusive pela facilidade e baixo custo das mídias digitais 
(Bueno, 2014).
JORNALISMO
O jornalismo deslocou-se das redações para as organizações não-
midiáticas, que buscam no jornalista profissional a aptidão para transmitir 
suas informações aos seus públicos.
Por produzir fatos, essas organizações têm o poder e a capacidade 
de desenvolver conteúdos com atributos de notícia, pois utilizam as 
técnicas e os saberes do jornalismo para validar os seus discursos.
CONCURSO PARA JORNALISTA | 7
Essa competência – em especial nas áreas do poder político, da 
economia e dos negócios – vai muito além da produção e circulação de 
fatos, “tem o poder de influenciar os sistemas e processos jornalísticos” 
(Chaparro, 2007).
Ao tratar do tema, Lorenzo Gomis (2004) confirma que “os 
interessados produzem e fornecem os fatos” estabelecendo uma 
negociação de interesses e deslocando o jornalismo para quem “produz a 
notícia”. 
Também se credita esse fenômeno ao enxugamento das redações, à 
proliferação de assessorias e agências de comunicação, à capacitação das 
fontes jornalísticas e a fatores históricos e culturais.
Um jornal ‘pra chamar de seu’1
O jornalismo que se pratica nas organizações não-midiáticas 
conceitua-se principalmente de jornalismo organizacional, empresarial e 
público. 
As denominações variam de acordo com o público a que se destina a
publicação, se interno, externo ou misto. 
Essas mídias impressas e digitais apresentam várias nomenclaturas:
Jornal de empresa;
Informativo;
Veículo empresarial;
Jornal interno;
Boletim;
Jornal mural;
House-organ;
Home-organ;
Newsletter;
1 Bueno (2009)
CONCURSO PARA JORNALISTA | 8
Mídia da fonte;
Revista;
Revista customizada; 
Jornalzinho.
O que são e para que servem as publicações jornalísticas
As publicações jornalísticas organizacionais abrangem veículos 
impressos, periódicos, de comunicação institucional, publicados por 
empresas, entidades ou órgãos públicos.
São dirigidas aos seus stakeholders, ou seja, seus públicos 
prioritários: interno (funcionários, familiares, terceirizados) e externo 
(clientes, fornecedores, acionistas, cidadãos etc.)
Gaudêncio Torquato (1987), Cláudia Lemos e Rozália Del Gáudio 
(2011) revelam as principais finalidades de uma publicação jornalística 
organizacional:
Ser um instrumento de informação, divulgação, sensibilização e 
fidelização;
Disseminar a cultura organizacional;
Fortalecer a imagem institucional da organização e os vínculos com 
seus públicos de interesse;
Evitar ruídos comunicacionais, ou seja, a “rádio corredor” ou “rádio 
peão”, e boatos.
O propósito é “gerar consentimento e produzir aceitação no corpo 
social da organização” e no público externo (Torquato, 1987).
O que motiva uma organização a ter a sua mídia
As publicações jornalísticas públicas e empresariais, a princípio, 
seguem a função primordial do jornalismo em geral: informar. 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 9
Mas, assumem outras funções básicas, apontadas por Carlos Rabaça
e Gustavo Barbosa (2014):
Informar: notícias sobre a organização, seus planos, objetivos, 
produtos, conquistas;
Educar: saúde e prevenção de acidentes, educação para o trabalho, 
conhecimento sobre legislação;
Entreter: lazer, passatempo, palavras-cruzadas, quadrinhos, 
curiosidades, testes;
Integrar: promover a colaboração e o sentimento de pertencimento 
na organização, mantendo os públicos coesos em relação ao 
objetivo comum;
Motivar: valorizar os públicos e fomentar um comportamento 
positivo e produtivo.
Do jornalzinho ao conteúdo relevante para o público
Foi-se o tempo – embora persistam alguns casos – de publicações 
caseiras, denominadas de “jornalzinho” ou “house-organ”, sem qualquer 
qualidade jornalística.
Embora perceba-se uma evolução gráfica (Nassar, 2000), alguns 
ainda “não passam de clones falsos de jornais e revistas e que lhes faltam 
a alma, a essência, o ‘ethos’ da atividade jornalística” (Bueno, 2005).
Em pleno século 21, na era da tecnologia da informação, essa 
ferramenta de comunicação segue importante, mas exige profissionais 
capacitados e uma linha editorial alinhada aos propósitos da organização e
aos interesses de seu público.
“Jornais pressupõem jornalistas – lembra Mônica Alvarenga (2005) - 
e precisam chegar ao coração” de seus leitores, cada vez mais exigentes e 
cientes do que lhes é relevante.
Aos poucos essas publicações adotam o conceito de comunicação 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 10
de conteúdo (branded content), direcionada aos interesses de seus 
públicos. 
Mais que divulgar a organização, suas atividades, serviços e 
produtos, essa é uma forma de cultivar o público, para que mantenha com 
ele um relacionamento efetivo.
As mídias empresariais e suas características
Ao adotar as técnicas e procedimentos jornalísticos, as publicações 
organizacionais, segundo Torquato (1987), apresentam características do 
jornalismo: universalidade, periodicidade (embora existam os 
“devezenquandário”), atualidade (apesar dos bimestrais e trimestrais), 
difusão, linguagem etc.
Lemos e Del Gáudio (2011) traçam algumas características dessas 
mídias:
Público: interno (funcionários, familiares), externo (clientes, 
fornecedores) e misto2 (acionistas, terceirizados, franqueados);
Tipo: jornal, revista, boletim, informativo, newsletter, mural e 
publicações esporádicas (manual de integração, position paper, 
perfil, relatório);
Plataforma: impresso, visual (mural), eletrônico (principalmente TV) 
e digital (intranet, newsletter, blog);
Periodicidade: varia de acordo com o tipo de publicação. Materiais 
impressos têm periodicidade maior, podendoser mensal, bimestral 
ou até semestral, boletins informativos, em formato digital, têm 
atualização mais ágil, podendo ser semanal ou mesmo diária;
Linguagem: técnica de redação jornalística;
Produção realizada por jornalistas da própria organização ou de 
agência especializada;
2 Alguns são chamados de “bombril”, de “mil e uma utilidades”, dirigidos a todos 
os públicos, mas não atendem a nenhum (Alvarenga, 2005).
CONCURSO PARA JORNALISTA | 11
Projeto gráfico: criação e produção obedecem às modernas do 
design.
Perfil do jornalista nas organizações públicas e privadas
Além de suas atividades na assessoria de imprensa, a maioria dos 
jornalistas vinculados à comunicação de organizações públicas e privadas 
atua na produção de conteúdo para as mais variadas publicações.
Nessas mídias, o leitor é tão exigente quanto na mídia tradicional. 
Daí a necessidade de um profissional capacitado que domine as técnicas 
nos processos e procedimentos jornalísticos, mas também que atenda aos 
objetivos e interesses da organização.
Qualidades que se espera do jornalista nessa configuração, segundo 
Aldo Schmitz (2015), Mônica Alvarenga (2005) e outros autores:
Boa apuração e redação: qualidades inerentes a qualquer jornalista,
independente da área de atuação, no jornalismo organizacional a 
qualidade dos trabalhos jornalístico confunde-se com as exigências 
de qualidade da empresa ou instituição pública;
Habilidades de diagramação e edição: muitas vezes é o próprio 
jornalista o responsável pela diagramação, por isso os requisitos de 
editoração na produção, encaminhamento e controle gráfico;
Equidade: equilíbrio nas pautas, os setores e assuntos mostrados, 
isto é, não preferir um em detrimento do outro.
Conhecimento do objeto da organização, de seu propósito (órgão 
público) e sua estratégia no mercado (empresa);
Habilidade no relacionamento com pessoas: característica útil em 
qualquer profissão, mas exacerbada no jornalista nessas 
organizações, pois, para desempenhar seus serviços, necessita de 
boa circulação entre todos os públicos da empresa;
Profundo conhecimento do processo de comunicação: nesse arranjo 
o assessor assume o papel de gestor da comunicação, de alguém 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 12
que trabalha de forma estratégica e integrada, para evitar a 
dicotomia: o assessor apresenta esforço e a organização espera 
resultado.
Isso evita as improvisações que, segundo Jorge Duarte e Graça 
Monteiro (2009), se deve aos seguintes fatores:
Os assessores têm pouca influência na gestão; as políticas da área 
permanecem no papel (quando existem); os dirigentes não 
assumem seu papel de liderança em comunicação; a comunicação 
transparente, integrada e estratégica fica no discurso; não se faz 
avaliação de resultados; o envolvimento com a qualidade da 
comunicação fica apenas com a equipe da área. 
HISTÓRICO
Um passado distante antecede as publicações. O mais remoto 
remete às cartas circulares da dinastia Han, quando da invenção do papel 
na China, em 202 a.C.
Outra referência antiga é creditada ao imperador romano Júlio 
César, a Acta Senatus e a Acta Diurna, de 69 a 59 a.C., espécies de jornal 
mural, consideradas por alguns como precursoras da propaganda e por 
outros, do jornalismo.
As folhas de aviso (fogli d'avisi), cartas manuscritas por 
comerciantes venezianos no século 16, relatando as suas atividades 
econômicas, deram origem ao gênero “notícia de jornal”, segundo alguns 
autores.
Torquato (1987) conta que, em 1834, o economista alemão Friedrich
List (1789-1846) sugeriu a criação de um “jornal” para “instruir os 
trabalhadores sobre seus interesses” e em 1840, na Suíça, o professor 
Peter Scheitlin (1779-1848) ganhou um concurso com a proposta de uma 
publicação para operários.
CONCURSO PARA JORNALISTA | 13
As primeiras publicações inseridas na transição gráfica
As publicações para os públicos interno e externo surgiram na 
transição gráfica dos tipos móveis de Gutemberg, a impressão a vapor 
(1814), depois a rotativa (1864) e o linotipo, este criado pelo alemão 
Ottmar Mergenthaler, em 1886.
Torquato (1987) e Maristela Mafei (2004) contam a história das 
publicações pioneiras nos Estados Unidos e Europa:
Lloyd's List: considerada a publicação empresarial mais antiga, ainda 
em circulação – desde 2013 apenas na versão on-line –, criada em 
1692 por Edward Lloyd para informar as chegadas e saídas de barcos
no porto de Londres;
The Globe: o percurso do house-organ (termo em desuso), como a 
publicação governamental pioneira, lançada em 1829, durante o 
mandato, de 1829 a 1837, do sétimo presidente dos Estados Unidos,
Andrew Jackson; 
Lowell Offering: primeira publicação regular de empresa, editada 
por um grupo de operários da Lowell Cotton Mills, em 
Massachusetts, de 1840 a 1850. A partir de 1847 mudou de nome 
para New England Offering, ao ser financiado pela empresa;
The Mecanic: surgiu em 1847, também nos Estados Unidos, pela H. 
B. Smith Company, dedicada à produção de material florestal, a 
publicação era destinada aos clientes;
Friedensblatt für unser Haus (jornal da paz para a nossa casa): 
publicado no Natal de 1859, pelo fabricante de tecidos Karl Mez, em
Fribourg, Alemanha, mas não se converteu em periódico;
The Travelers Record: lançada em 1865 pela companhia norte-
americana Travelers, com uma tiragem de 50 mil exemplares, 
mudou de nome para Protection e ainda subsiste;
Bergmannsfreund (o amigo dos mineiros): primeiro jornal 
especialmente dirigido aos funcionários, “para o divertimento e a 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 14
instrução dos operários mineiros”, lançado em 1870, por uma 
entidade nacional de minas, na cidade alemã de Saarbruck. Circulou 
como suplemento do Saarbrucker Zeitung até 1893, quando se 
tornou independente;
Ilustrierte Hausfreund: revista mensal, em circulação a partir de 
1870, por uma indústria têxtil suíça, da cidade de Herisan;
The Triphammer: considerado o primeiro jornal de empresa nos 
moldes atuais, surgiu em 1885, em Daytona, Ohio, editado pela 
Massey Harris Cox;
Hazell's Magazine: começou a circular em 1887, pela empresa 
britânica Hazell, Watson and Linney.
A partir de 1888, com o linotipo, os jornais de empresas começaram 
a surgir regularmente em vários países, “em número e com prestígio cada 
vez maiores. A Primeira Guerra Mundial provocou uma interrupção neste 
progresso. Mas, após o seu término, houve uma verdadeira explosão” 
(Torquato, 1987).
Jornais e revistas pioneiros no Brasil
No Brasil, o jornalismo organizacional concorre com o processo de 
industrialização: dos primórdios até a década de 1940, expansão na 
década seguinte e consolidação nos anos 1960.
Torquato (1987) e Andréa Fischer (2013) traçam a evolução histórica
dessas publicações no País:
Velocípede: revista pioneira, da Casa Bazar 65, de Salvador (BA), em 
1875;
Antarctica Ilustrada: em 1904, revista semanal “literária, comercial e
esportiva”, editada pela cervejaria Antarctica;
Boletim Light: criado em 1925, por um grupo de empregados da 
empresa canadense Light, em São Paulo (atual AES Eletropaulo), que
durou três anos;
CONCURSO PARA JORNALISTA | 15
General Motors: revista da GM do Brasil, de 1926, distribuída aos 
operários. Teve vida-longa, com várias alterações no nome. Marcou 
época pela qualidade gráfica e estilo inovador de redação;
Nossa Estrada: começou a ser publicada em 1929, mantida por 
anúncios e assinaturas dos funcionários da Estrada de Ferro 
Sorocabana;
Ferrovia: publicada pela Associação dos Engenheiros da Estrada de 
Ferro Santos-Jundiaí, no ano de 1938;
Notícias Pirelli: revista lançada em 1956, considerada um marco, por
ter influenciado um movimento de relações humanas no ambiente 
industrial brasileiro.
A partir daí proliferam vários jornais e revistas, principalmente nos 
anos 1960, como a Revista Ipiranga (1960), Atualidades Nestlé (1962), 
Panorama (1962) da GM, Família VW (1963) da Volkswagen, entre outras.
Os motivos das publicações de empresas nos primórdios 
Vários autores especialistasnessa área indicam alguns pontos que 
levaram as organizações a produzirem suas próprias mídias, a partir do 
aprimoramento dos processos de impressão, principalmente nos Estados 
Unidos e Europa, nos primórdios:
Contrapor-se à crescente imprensa sindical, com uma linguagem 
predominantemente ostensiva e contundente;
Oferecer referências que facilitassem a integração de operários 
vindos do campo para o ambiente das fábricas;
Orientar os funcionários, pois a divisão do trabalho impedia a 
compreensão dos objetivos gerais da empresa;
Enfrentar a crescente concorrência na gênese do capitalismo, 
divulgando os próprios produtos e serviços.
CONCURSO PARA JORNALISTA | 16
Fatores que contribuíram para a expansão no País
Atrelado ao processo tardio da industrialização, na década de 1960 
cresce a atuação das assessorias de imprensa, especialmente em empresas
multinacionais instaladas no País, o que levou ao desenvolvimento do 
jornalismo empresarial.
A partir de 1970, impulsionada pela expansão da economia 
brasileira e para reduzir o peso de eventuais informações negativas na 
mídia, dispara o número de jornais e revistas na área empresarial.
Com a redemocratização do Brasil a partir de 1985, a nova 
Constituição Federal, de 1988, que prevê o dever de informar e o direito à 
informação, e o Código de Defesa do Consumidor, em 1990, foram 
instrumentos que impeliram as organizações ao diálogo.
O cidadão e o consumidor passaram a demandar mais informações 
sobre as organizações e a prestação de contas à sociedade, em áreas como
meio ambiente, qualidade de produtos e serviços, atuação social e 
eficiência dos órgãos públicos.
Estes fatores, somados à debandada dos jornalistas da mídia 
comercial para as organizações públicas e privadas, em maior número a 
partir da década de 1990, dotaram essas publicações de melhor conteúdo 
para interferir na esfera pública, utilizando as técnicas do jornalismo para 
conquistar espaço e legitimar os seus discursos.
Do jornal de empresa à comunicação organizacional
O surto industrial e o ingresso das multinacionais no Brasil 
contribuíram para a crescente disseminação do jornalismo organizacional.
Foi a partir das publicações empresariais da década de 1960, 
“trabalho desenvolvido com a expansão dos departamentos de relações 
públicas, que houve a necessidade de aprimoramento daquilo que é 
denominado de comunicação organizacional” (Godói e Ribeiro, 2009).
Em 1967 foi criada a Aberje, originalmente denominada de 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 17
Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresa3, por 
iniciativa e liderança do gerente de Comunicação da Pirelli, o jornalista 
italiano Nilo Luchetti.
A Proal foi a primeira agência brasileira especializada em jornalismo 
empresarial, empreendida a partir de 1970 por Manuel Carlos Chaparro e 
Gaudêncio Torquato, na época, recém-saídos da Folha de S. Paulo.
Na Proal, Torquato começou a construir o arcabouço teórico da área,
até que em 1973 defendeu a primeira tese de doutorado na América 
Latina sobre “jornalismo empresarial”, na Universidade de São Paulo 
(Torquato, 2010).
MÍDIA DAS FONTES
A esfera pública é um espaço de disputa pela difusão de 
informações estratégicas e modos de pensar, dominado por quem detém 
os meios de comunicação ou quem tem acesso a eles.
Assim, ao criar as suas próprias mídias, as organizações, sejam 
públicas ou privadas, encontram uma forma de chegar aos seus públicos 
de interesse, sem a mediação da mídia comercial.
O jornalista Francisco Sant’Anna (2009) fez um estudo aprofundado 
sobre essa questão, que resultou no conceito que ele chama de “mídia das
fontes”:
No cenário da difusão de informação no Brasil, desponta um novo 
ator que se diferencia das tradicionais mídias. Entre os meios de 
comunicação, públicos ou privados, novos veículos informativos são 
ofertados ao público por organizações profissionais, sociais e 
inclusive por segmentos do Poder Público. Uma análise mais 
profunda sobre estas mídias revela que elas são mantidas e 
administradas por atores sociais tradicionalmente vistos como 
fontes de informação. 
3 Atualmente, Associação Brasileira de Comunicação Empresarial
CONCURSO PARA JORNALISTA | 18
As ações estratégicas da mídia das fontes
Com o surgimento da mídia das fontes e a expansão de sua atuação,
a mídia comercial acabou perdendo o monopólio da informação. 
A produção de informação jornalística no Brasil, antes restrita às 
empresas midiáticas, começou a dividir mercado e espaço pela atenção do 
público.
Antes vistas apenas como fontes jornalísticas, elas passaram a se 
comunicar diretamente com o público em geral, sem a intermediação da 
imprensa.
A ação informativa das fontes, agora com suas mídias, inclui a 
veiculação de programas independentes de rádio e televisão, jornais e 
revistas, além da presença expressiva nas mídias digitais. 
Algumas organizações mantêm agências de notícias especializadas 
para abastecer a imprensa tradicional com conteúdos prontos para serem 
divulgados, como áudio e vídeo releases.
Na visão de Sant'Anna (2009), os principais objetivos das mídias das 
fontes são:
Obter espaço na transmissão de informações;
Desempenhar um papel de contra agendamento, participando do 
processo de formatação da agenda midiática;
Falar diretamente à opinião pública, sem a seleção de seus 
conteúdos pelos gatekeepers (selecionadores de notícias);
Produzir seus conteúdos jornalísticos (newsmaking) e transmitir a 
um público de seu interesse.
 Mídias das fontes: jornais, revistas, rádio, TV e internet
Uma característica dessas mídias é seu alcance ao público em geral, 
nos moldes das revistas de bordo, telejornais e radiojornais (A Voz do 
Brasil, por exemplo) e portais de notícias nas mídias digitais.
CONCURSO PARA JORNALISTA | 19
Elas inauguram um novo tipo de jornalismo: o jornalismo das fontes 
na esfera pública.
Exemplos de mídias das fontes conhecidas no Brasil e objeto da 
pesquisa de Sant’Anna (2009):
Emissoras de rádio do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra 
(MST), do Exército, da Justiça e do Senado; 
Rede de mais de 200 rádios da Igreja Católica;
Canais de televisão do Judiciário e do Legislativo municipal, estadual
e federal;
Ações televisivas da Confederação Nacional das Indústrias (CNI);
Folha Universal, jornal com tiragem de dois milhões de exemplares, 
superior aos jornais brasileiros de maior tiragem; 
Revistas como a MIT, da Mitsubishi, vendida em bancas.
O autor confirma que no Brasil há uma diversidade midiática sem 
paralelos em outros países: de um lado, “uma poderosa imprensa 
comercial (escrita e audiovisual)” e de outro, jornais, revistas, estações 
radiofônicas, canais de televisão (telejornais), portais de notícias na 
internet e agências noticiosas sob o controle de grupos sociais e 
organizações não midiáticas. 
Semelhanças entre as mídias comerciais e das fontes
Para diferenciar as mídias das fontes dos veículos comerciais, 
Sant’Anna (2009) relaciona um conjunto de características, às quais o 
enquadramento é compulsório. São elas:
Mídias estruturadas por organizações, movimentos ou segmentos 
corporativos (profissionais, comunitários, econômicos, sociais, 
institucionais);
Gerenciadas por atores sociais que, no passado, eram classificados 
apenas como potenciais fontes jornalísticas;
CONCURSO PARA JORNALISTA | 20
Sem fins lucrativos e financiados com recursos públicos ou privados;
Diferenciam-se das mídias relacionalistas, pois são difusores 
permanentes de informações;
Priorizam o formato jornalístico, por meio de suporte de imprensa 
escrita ou eletrônica, com regularidade, frequência e periodicidade;
Atingem a população em geral, maior do que o seu público 
segmentado.
Sobre a linguagem adotada por essas mídias, o autor faz a seguinte 
reflexão:
A linguagem principal desta nova ferramenta de comunicação é a 
redação jornalística. Ela segue o padrão jornalístico no que se refere 
às morfologias e aos gêneros jornalísticos praticados pela imprensatradicional – reportagens, notas, documentários, ilustrações, 
charges, entrevistas etc. 
FORMATOS
Uma publicação organizacional impressa pode apresentar vários 
formatos. A escolha do mais adequado depende do público, objetivo 
estratégico, da periodicidade e do tipo de informação.
O boletim informa e agrega os funcionários
O boletim, em geral é chamado de “informativo” por apresentar 
quase exclusivamente informações na forma de notas e notícias curtas. 
Tem visual simples. Circula em intervalos menores (semanal, 
quinzenal). 
Geralmente é destinado aos funcionários, mas pode ser dirigido a 
outro público específico (acionistas, comunidades).
Circula com poucas páginas, em geral uma folha, frente e verso, ou 
quatro páginas. “Um boletim de oito páginas já apresenta algumas 
características de jornal” (Torquato, 1987).
CONCURSO PARA JORNALISTA | 21
Cada vez mais, esse tipo de publicação transforma-se ou ganha sua 
versão digital, para potencializar a atualidade e pelo baixo custo na sua 
distribuição, por e-mail e intranet, principalmente.
A plataforma digital facilita o filtro no direcionamento de públicos, 
inclusive funcionários (por unidade, escritório).
Pela dinâmica da comunicação, o boletim teve uma razoável 
evolução, notadamente no design e conteúdo.
James Derriman (1968) aponta algumas de suas características que 
persistem, que pela abrangência também são válidas para outras mídias 
organizacionais:
Melhor compreensão das diretrizes da organização;
Promove a lealdade e o espírito de equipe;
Oportunidade para os públicos emitirem as suas opiniões;
Mostra os êxitos das organizações e seus benefícios sociais;
Mantém a boa vontade dos familiares dos funcionários.
O jornal tem a ‘cara’ da organização
O jornal tem uma identificação direta com a organização, pública ou 
privada, podendo circular para o público interno, externo ou misto, 
embora seja comumente dirigido aos funcionários e familiares.
Devido ao seu formato pequeno, em geral no tamanho A4 ou 
aproximado (21cm x 29,7cm fechado), é chamado de “jornalzinho”, na 
maioria das vezes no sentido “carinhoso” e não depreciativo.
Embora em desuso, ainda persistem as denominações de home-
organ (interno) e house-organ (externo), fruto de suas raízes históricas.
Caracteriza-se também pelo número maior de páginas, acima de 
oito, em média 12, podendo chegar a 20 páginas, mais que isso se 
enquadra como revista, se grampeado.
Tem periodicidade média, mais estendida que o informativo. A 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 22
maioria circula mensalmente, poucos são quinzenais, bimestrais ou 
trimestrais.
A atualidade do seu conteúdo segue a periodicidade, funcionando 
como uma síntese dos acontecimentos na organização em determinado 
período. 
Seu conteúdo abrange uma variedade de gêneros jornalísticos – 
reportagem, entrevista, notas, artigos – com ênfase no “jornalismo de 
interpretação, opinião e entretenimento, gêneros que dão às matérias um 
caráter atemporal” (Torquato, 1987).
Em geral mescla assuntos de interesse da organização e do seu 
público, com uma linguagem simples e de fácil entendimento.
Além de textos mais elaborados, se comparado ao informativo, 
exige uma melhor apresentação gráfica, com fotografia, ilustração e 
infográfico.
A versão impressa perdura nas organizações onde nem todos os 
funcionários têm acesso à internet, embora uma grande parte esteja 
migrando para o ambiente da intranet, mesmo mantendo o impresso.
Bueno (2005) propõe que o jornal de uma organização tenha a sua 
“cara (e que cara!)” e transforme-se em um instrumento de comunicação 
estratégica, caso contrário, “ele continuará sendo, infelizmente, aquela 
cara de empresa que ninguém gostaria de ver: triste, sem sabor, previsível,
repetitivo, enfim, absolutamente descartável”.
Além do pioneiro Gaudêncio Torquato (1987), Cláudia Lemos e 
Rozália del Gáudio (2011) e Marlene Sólio (2011), vários autores tratam do 
jornalismo empresarial: Guilherme Diefenthaeler (2010), Thereza Cunha e 
José Antônio Rosa (1999), Juarês Palma (1994), José Rosa e Maria Lenilde 
Plá de León (1992), entre outros.
A newsletter é uma ‘carta’ a determinado público
A newsletter é uma publicação regular, com uma periodicidade 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 23
definida ou não. Traz notícia ou mensagem sobre um tema peculiar, 
dirigida a um público determinado, com um conteúdo mais especializado 
(Lemos e Del Gáudio, 2011).
Mario Erbolato (2004) define como “boletim com informações ou 
mensagens, destinada a um público específico” e Cesca (2006) conceitua 
como “noticioso em forma de carta”.
É similar ao boletim, difere na eventual irregularidade da 
periodicidade e ao público: enquanto o informativo se dirige mais aos 
funcionários e comunidades, a newsletter direciona-se ao público externo.
A versão jornalística traz informação especializada, geralmente para 
assinantes, além de fatos relevantes da organização. Também se configura 
como ferramenta de marketing, quando se fixa em produtos e serviços.
As informações costumam ser inéditas e exclusivas.
“Esse gênero de publicação, inicialmente impresso, pode ser 
também distribuído por meio eletrônico, via internet, o que lhe confere 
maior agilidade e abrangência” (Rabaça e Barbosa, 2014).
Entre suas características destaca-se a rapidez de circulação e o 
baixo custo, tanto digital como impresso, pelo seu formato, normalmente 
uma única folha.
Tem uma linguagem simples e direta, em tom de carta, daí a 
denominação “newsletter”, com informação relevante sobre um tema de 
utilidade para o público a que se destina.
O jornal mural constitui a essência da comunicação interna
O mural é o meio de comunicação organizacional mais simples e de 
custo ínfimo, dirigido essencialmente aos funcionários, com informações 
rápidas e imediatas, reservadas a este público.
As formas de afixação são variadas e simples, em espaços próprios 
em paredes, divisórias, cavaletes e principalmente nos quadros de avisos, 
em locais de fácil acesso e boa visibilidade, como corredores, refeitórios 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 24
etc.
Por se tratar de um “jornal”, pressupõe um tratamento jornalístico, 
desde a pauta, produção do conteúdo, editoração com recursos gráficos 
fotos e ilustrações.
Em geral as notícias são curtas e apresentadas em letras grandes, 
pelo tempo disponível à leitura, feita a certa distância.
Traz informações complementares, que não costumam circular no 
jornal interno: classificados, lista de aniversariantes, promoções, cardápio 
do refeitório, eventos sociais, esportivos e culturais do dia ou da semana, 
avisos de utilidade pública etc. 
Apresenta várias vantagens: facilidade de produção e atualização, 
baixo custo e acesso direto pelos funcionários.
Para França (1988), entre as mídias organizacionais, “o jornal mural 
constitui uma das formas mais rápidas e eficientes de comunicação com os
empregados”.
Sua transformação na versão digital é simples, porém considera-se o
nível de acesso do público interno à internet, na organização e em casa. 
A revista divulga a organização
As revistas são publicações editadas pelas organizações com o 
propósito de divulgar suas atividades, produtos e serviços. 
Difere da revista customizada (ver a seguir) por não tratar de 
assuntos gerais nem dirigida a um público com interesses específicos.
Se comparada ao jornal, possui um maior número de páginas, acima
de 20, sendo grampeada ou encadernada.
Apresenta uma produção gráfica mais sofisticada: diagramação 
arejada, qualidade de impressão, papel couchê ou similar e possíveis 
acabamentos (cinta, cortes e dobras especiais etc.) e maior qualidade nas 
fotos e ilustrações.
CONCURSO PARA JORNALISTA | 25
Outra característica diferenciada da revista é a capa, com seu título 
em destaque, geralmente com uma foto aberta, uma manchete e, 
eventualmente, outras chamadas.
Tem uma periodicidade definida, em geral, mensal ou bimestral.
Possibilita a edição com matérias que aprofundam os temas, em 
complemento ao jornale mesmo às notícias no site.
Outra peculiaridade: é colecionável, pode ser lida em qualquer lugar,
a qualquer momento.
Revista customizada: sob medida para um público
Além da revista comum, várias organizações editam suas revistas 
customizadas, caracterizadas pelos assuntos de interesse geral e do ponto 
de vista de um público específico.
José Carlos Marques (2007) define revistas customizadas como:
Publicações de circulação direcionada, cujo objetivo principal é 
cativar o público externo (nomeadamente os clientes e 
consumidores) a partir da oferta de conteúdos informativos e de 
entretenimento, sem apelar ostensivamente para a divulgação (da 
organização).
Andréa Fischer (2013) pesquisou este fenômeno e verificou as 
seguintes características da revista customizada:
Vincula os objetivos de comunicação de uma organização à 
informação que o público espera;
Alia de forma eficiente a divulgação subliminar e o conteúdo 
editorial adequado às necessidades e desejos dos leitores;
Conteúdo diferenciado com temas de interesse público: saúde, 
moda, sustentabilidade, meio ambiente e outros vinculados ao setor
em que a organização atua;
Qualidade superior do papel, diagramação, fotos e acabamentos, o 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 26
que garante efeitos visuais atrativos;
Nome da organização geralmente no título.
Entre as revistas customizadas, destacam-se a extinta Ícaro, da Varig,
uma referência pela qualidade gráfica e editorial e outras de bordo (TAM 
nas Nuvens, Gol Linhas Aéreas Inteligentes e Na Poltrona, da Itapemirim).
Mas também proliferam em outros setores, como o automobilístico 
(Notícias Pirelli, Audi Magazine, Estilo Peugeot, V da Volkswagen, Sua Boa 
Estrela da Mercedes-Benz), entre outras (Monet, da Net; Personnalité, do 
Itaú; Vital, da Unilever e Na Weg).
Os diários oficiais não chegam ao cidadão
Alguns órgãos públicos contam com jornais para publicações dos 
atos do governo, a maioria diários oficiais.
A obrigação de publicar na imprensa oficial advém dos códigos do 
País, ou seja, uma vez publicado tem validade. Portanto, a publicação 
estabelece a presunção legal.
No entanto, estas publicações deixaram de ser tão somente veículos 
de atos jurídicos. O que se vê são dois extremos.
De um lado as publicações legais, com o objetivo de legitimar os 
atos do governo. Em geral são jornais impressos e arquivados, que não 
chegam ao público, ao cidadão.
Servem de instrumento de um governo e não da instituição. Sua 
diagramação é um mosaico de editais, avisos burocráticos e decisões do 
governo.
Na outra ponta ocorre uma transformação, muitos órgãos públicos 
estão publicando “diários oficiais” paralelos, ou seja, publicações atraentes
e com conteúdo jornalístico.
Começa por uma nova diagramação. As páginas com textos 
jornalísticos ganham um desenho moderno, semelhante aos grandes 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 27
jornais diários (Collaro, 2011).
Normalmente são destinadas a capa e contracapa às notícias. Em 
outros as matérias avançam para mais duas, quatro, oito páginas.
As matérias aferem contornos atraentes com textos jornalísticos, 
fotos, infográficos e ilustrações.
Manual, relatório, perfil, position paper etc.
Nas organizações encontram-se outras publicações, com 
periodicidade indefinida ou flexível e direcionada a certos públicos. 
Além das versões impressas utilizam outros suportes: digital (site, 
pen drive), eletrônico (vídeo, DVD) etc.
Estas são algumas das publicações mais comuns e que se valem da 
linguagem jornalística:
Manual: orientações de admissão e integração de novos 
funcionários, segurança e prevenção de acidentes, sistemas de 
qualidade;
Relatório: resultados financeiros (anual, para acionistas, investidores
e mercado financeiro), desempenho das atividades, relatório para 
atrair investimentos, responsabilidade social e sustentabilidade;
Position paper: orientações para líderes sobre temas polêmicos, que
eles devem desdobrar com a equipe, clientes, fornecedores e a 
sociedade;
Perfil da organização: atividades, produtos, serviços e informações 
sobre a estrutura, recursos humanos, história;
Gibi: orientações sobre as atividades laborais, saúde, benefícios 
sociais, comportamento;
Livro: história da organização, dos fundadores, atividades científicas,
culturais etc.
CONCURSO PARA JORNALISTA | 28
PLANEJAMENTO
O planejamento contribui para o êxito de uma publicação 
organizacional.
Escolher o tipo de publicação apropriada depende do público que se
deseja atingir. 
Cada público específico tem as suas características. Por isso, uma 
publicação de sucesso tem bem ajustado o perfil dos seus leitores.
Os 10 passos para o sucesso
 Cláudia Lemos e Rosália del Gáudio (2011) atualizam a pesquisa dos
franceses Jean-Philippe Cathelin, Nathalie Bossut e Florence Mailhos 
(1995) sobre a criação ou melhoria de uma mídia própria, para dar um 
estilo e personalidade à publicação.
1. Objetivos
A partir de um diagnóstico, traçar objetivos claros sobre o porquê da
publicação e sua justificativa. É preciso ter clareza qual expectativa acerca 
da publicação. No diagnóstico são usados diversos métodos, como 
questionários, entrevistas, grupos de discussão, envolvendo os gestores da
organização e o público a que se destina.
2. Definir o público
Públicos diferentes demandam publicações diversas. Ao segmentar 
as publicações, é preciso pensar em uma coordenação de ações, para 
evitar discursos dissonantes ou mesmo contraditórios. A comunicação 
torna-se cada vez mais personalizada.
3. Determinar o perfil editorial
Trata-se da definição das editorias, os principais assuntos a serem 
abordados, sempre com foco no público espera.
4. Definir o tipo de mídia, periodicidade e distribuição
Apontar o tipo (newsletter, boletim, boletim digital, revista, jornal, 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 29
mural), a periodicidade de circulação (semanal, mensal, bimestral, 
trimestral) e a forma de difusão (entrega direta, Correios, e-mail, internet, 
intranet).
5. Distribuir os gêneros e os espaços das editorias
Definir os espaços para notícias, reportagens, artigos, fotografias, 
editorial, entrevistas, comentários do público, entre outros elementos 
previstos na política editorial. Os autores recomendam reavaliar esse 
quesito a cada edição.
6. Desenvolver o projeto gráfico
É indispensável criar ou aperfeiçoar a identidade visual. A aparência 
deve ser clara e dinâmica, para atrair a atenção do público, mas adequada 
à cultura organizacional.
7. Estabelecer a linguagem
Atribuir uma linguagem acessível e atraente, compatível com o 
público, sempre de acordo com as técnicas jornalísticas.
8. Prover recursos
Estimar os custos (produção, gráfica, fotografia, distribuição) e os 
respectivos fornecedores e responsáveis. Definir também os recursos 
humanos, se será produzido pelos jornalistas da organização ou 
contratados profissionais (freelancers) ou empresa terceirizada.
9. Compor um conselho editorial
Representantes das áreas afins, com acesso às informações e poder 
de decisão sobre a pauta. Eventualmente envolve gestores e funcionários 
que indicam pautas sugeridas pela organização e pelos colegas. Prever 
treinamento contínuo e rodízio entre os integrantes, para evitar a 
repetição de assuntos.
10. Realizar avaliações sistemáticas
Avaliação a cada edição pelo conselho editorial e periódica como os 
leitores, para o aprimoramento contínuo do conteúdo e de outros 
aspectos.
CONCURSO PARA JORNALISTA | 30
O público interno deve ser o primeiro a saber
O público interno é constituído basicamente por funcionários e seus 
familiares, mas pode incluir acionistas, moradores no entorno da 
organização ou de uma obra.
Pela proximidade, o público interno deve ser “o primeiro a saber” e 
não o último.
Quando os funcionários recebem informações relevantes em 
primeira mão isso gera confiança e eles se tornam porta-vozes qualificados
para a sua disseminação.
Barry House (1997) aponta cinco atitudes da organização em relação
ao público interno:
Respeito:uso de linguagem profissional e objetiva, sem 
paternalismo;
Honestidade: informação dos fatos, sem esconder problemas, 
garantindo assim a credibilidade;
Abertura: revelação de assuntos relevantes não prejudica a 
organização, ao contrário, torna o funcionário mais comprometido;
Oportunidade: o público interno deve ser o primeiro a saber e nunca
surpreendido por notícias na mídia tradicional;
Receptividade: as dúvidas têm espaço nas mídias da organização, e 
as reclamações são ouvidas e esclarecidas. 
Outros autores acrescentam a interatividade: espaço para que, além
de esclarecer dúvidas, o público interno também possa opinar sobre os 
assuntos e sugerir novas pautas para as publicações.
A internalização do público externo
Os limites entre públicos interno e externo são muito tênues, pois os
cidadãos, clientes, consumidores, fornecedores transitam pela organização
com desenvoltura, facilitado pela internet.
CONCURSO PARA JORNALISTA | 31
Esse público, considerado externo, exige cada vez “mais e melhores 
informações”. Por exemplo, pela lei de acesso à informação, o cidadão tem
o direito a qualquer informação e o órgão público, o dever de informar.
As organizações são admiradas ou detestadas não somente pela 
qualidade ou problemas de seus serviços ou produtos, mas principalmente
pela sua postura ética e (des)respeito ao consumidor e ao cidadão.
Por isso, não vale qualquer informação, mas sim aquela que tem 
valor e agrega ao novo e útil às pessoas, como qualidade de vida, serviços, 
cultura, lazer, enfim, informações de relevância e interesse.
 A segmentação é irreversível e a maioria dos autores recomenda 
publicações diferenciadas para cada tipo de público. As razões são várias:
Diferenças dos temas a serem abordados;
A comunicação interna é mais descontraída e simples;
A publicação para o público externo geralmente utiliza linguagem 
mais apurada e qualidade gráfica mais sofisticada.
A avaliação sistemática pelos leitores e conselho editorial
É imprescindível que uma publicação seja avaliada frequentemente 
pelos leitores e pelo conselho editorial, pois a padronização da forma e do 
conteúdo pode desagradar ao longo do tempo. 
Torquato (1987) destaca que as pesquisas permitem um constante 
aperfeiçoamento de uma publicação, a partir das necessidades e gostos de
seus leitores, bem como uma comprovação ou não de que aquela mídia 
está cumprindo os objetivos a que se propõe.
O resultado da avaliação pelo público pode indicar que a publicação 
deva ser ajustada para evitar sua rejeição e gastos inúteis.
Formas comuns de avaliar uma publicação:
Conselho editorial: nas reuniões periódicas de pauta, os conselheiros
avaliam a edição anterior, a partir de comentários e sugestões de 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 32
colegas;
Pesquisa de opinião: questionário com perguntas abertas e 
fechadas, sobre a percepção dos leitores quanto ao design editorial 
(forma), assuntos que agradam e desagradam (conteúdo), falhas, 
melhorias, a indicação de quem mais lê etc.
 PRODUÇÃO
A produção de uma publicação segue um fluxograma.
Ela parte de um planejamento, que envolve a concepção da 
publicação, projetos editorial e gráfico aprovados.
Como apontado por Cathelin, Bossut e Mailhos (1995), o plano 
inclui ainda a definição dos objetivos, públicos, tipo de mídia, 
periodicidade, política editorial, linguagem etc.
Uma publicação jornalística de uma organização pública ou privada 
segue os processos e procedimentos do jornalismo. Assim, muitos de seus 
conceitos são tratados na apostila Jornalismo e redação jornalística.
Estas mesmas concepções são retomadas, principalmente naqueles 
aspectos que se diferem nas publicações organizacionais.
Os temas relacionados ao projeto gráfico são abordados a seguir no 
item de Design e editoração.
 A pauta desencadeia a apuração das matérias
Pauta é uma lista dos assuntos que serão apurados para serem 
posteriormente transformados em matérias nas publicações.
A definição das pautas depende dos elementos do planejamento, 
como público, das editorias, dos objetivos estratégicos. Enfim, na hora da 
pauta, se tem em mente todo o planejamento anterior da publicação.
A partir da definição da periodicidade, são mantidas datas fixas para
a reunião de pauta, com todos os envolvidos no conselho editorial.
CONCURSO PARA JORNALISTA | 33
Para cada público define-se uma pauta específica que atenda às 
suas expectativas. 
Desse modo, a definição da pauta leva em consideração o tipo de 
publicação, a política editorial e o seu público, principalmente.
Independentemente disso, uma boa pauta atende às premissas 
universais do jornalismo, como impacto, intensidade, raridade, 
proeminência, proximidade e atualidade.
A diversidade de fontes torna uma publicação atrativa
Sem as fontes não há notícias. São elas que dão respaldo às 
informações. 
Uma fonte fala por si ou por uma organização, setor ou grupo social,
como interlocutora. Na apostila Jornalismo e redação jornalística o tema é 
amplamente abordado.
Nas publicações jornalísticas organizacionais as fontes mais comuns 
são os gestores, funcionários, clientes, consumidores, cidadãos, 
fornecedores, especialistas e documentos (memorandos, circulares, 
comunicados).
Em qualquer mídia, há um jogo de poder e interesses das fontes. Por
exemplo, para um funcionário pode representar um reconhecimento e, 
para o gestor, a oportunidade de mostrar o seu desempenho 
administrativo.
Por isso, uma publicação cultiva a diversidade das fontes para 
promover a variedade de temas, visões e enfoques.
Para os funcionários e seus familiares, isso evita a monotonia, 
promove a integração e a motivação. 
Enquanto, para o público externo, além disso, acolhe uma riqueza 
de informações e atende às suas expectativas.
Essa prática torna a publicação mais interessante, mais solta, com 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 34
múltiplas fontes.
No entanto, evita-se promover somente as falas “do rei e seus 
amigos”, “de cima para baixo”, o paternalismo das chefias etc.
A linguagem jornalística norteia a redação
A linguagem das publicações organizacionais segue os preceitos 
norteadores da linguagem jornalística: objetividade, clareza, precisão, 
concisão e coerência.
Segundo Torquato (1987) este são os gêneros jornalísticos também 
plausíveis nessas publicações:
Informativo: envolve as matérias de registro e de cunho 
essencialmente informativo, de interesse mais imediato;
Interpretativo: conteúdo mais contextualizado, pode apresentar 
diferentes formatos, como reportagens, entrevistas, análises de 
dados e comentários;
Opinativo: adequado a matérias que apresentem juízo de valor. 
Textos assinados, com defesa de pontos de vista, com cunho 
orientador e persuasivo. Pode haver tratamento de assuntos 
externos a partir do ponto de vista da organização.
O uso de diferentes estilos textuais confere diversidade à 
publicação, com maneiras diversificadas de tratar os assuntos.
A linguagem deve estar alinhada ao objetivo da matéria: informar, 
entreter, educar, persuadir, opinar etc.
Os cuidados e o que evitar
Pelas características deste tipo da publicação exige-se uma série de 
cuidados, além de aspectos a serem evitados.
Termos técnicos: pela sua atividade, alguns jargões e termos 
técnicos comuns na organização talvez não sejam corrente entre os 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 35
leitores. Daí o cuidado do uso e, se forem empregados, cabe uma 
explicação, especialmente quando se tratar de publicação direcionada ao 
público externo;
Tratamento: no texto jornalístico evitam-se alguns termos como 
“doutor” (só para quem tem a titulação), o mesmo vale para “senhor”, 
“excelência”. Trata-se as pessoas pelos cargos que ocupam: governador, 
diretor-presidente, deputado, gerente, juiz etc. Além disso, não se deve 
esquecer de escrever o cargo que a pessoa ocupa, além de atentar para a 
grafia correta do nome;
Equidade: equilíbrio na adequação da linguagem, pois mesmo em 
públicos específicos, existe uma grande heterogeneidade(graus de 
instrução, idade, interesses etc.);
Proporcionalidade: cada edição deve primar pela proporção de 
lógica, estética e emoção, para estabelecer a variedade: alegria, tristeza, 
emoção, divertimento, utilidade;
Tolerância: não se admitem matérias ofensivas ou discriminatórias a 
grupos nem por gênero, raça, cor, credo religioso, opção política ou sexual,
portadores de necessidades especiais, classe social e origem regional;
Crédito: respeitam-se os direitos autorais no uso de fotos, textos, 
referências e citações de autores;
Atenuar: não exagerar nos “feitos” dos gestores nem minimizar 
dificuldades e fracassos, pois a comunicação segue o fluxo ascendente (de 
baixo para cima);
Contradição: evitar matérias que contradizem a prática. Por 
exemplo, enaltecer a responsabilidade ambiental de uma empresa que 
polui. 
Outros elementos da redação são tratados com mais profundidade 
na apostila Jornalismo e redação jornalística.
EDITORAÇÃO E PRODUÇÃO GRÁFICA
Uma publicação jornalística segue os conceitos e procedimentos da 
mídia moderna. Isso pressupõe uma diagramação arejada, agradável e que
privilegie a leitura.
As imagens e os demais recursos gráficos não são para “enfeitar” 
uma matéria, mas para facilitar e complementar o seu conteúdo.
A editoração ou design editorial incorpora os princípios do design 
gráfico.
A editoração e a produção gráfica constituem etapas distintas. A 
primeira trata do ordenamento dos elementos nas páginas, enquanto a 
segunda se concentra no padrão gráfico geral da publicação.
DESIGN EDITORIAL
O design está ligado originalmente ao desenvolvimento industrial e 
à produção em massa (série).
Iniciou com a demanda de materiais gráficos como cartazes, 
fôlderes, folhetos e panfletos em grande escala a partir do final de século 
19.
Este período coincide com os cartazes litográficos coloridos do 
pintor e ilustrador francês Toulouse-Lautrec: marco do início da separação 
da arte pela arte aplicada, ou seja, o design.
O objetivo do design gráfico é comunicar por meio de elementos 
visuais (letras ou não) e certa mensagem, para persuadir o observador, 
guiar sua leitura ou vender um produto.
Inserido no design gráfico está o design editorial ou editoração, que 
corresponde à diagramação ou paginação. Segundo Antonio Collaro 
(2011), sua função é:
CONCURSO PARA JORNALISTA | 37
Levar ao leitor o que o texto sozinho não consegue transmitir;
Hierarquizar as informações;
Instituir a identidade visual e comunicar o conteúdo editorial;
Estabelecer o equilíbrio entre as artes gráficas e a função de 
comunicar conteúdo.
A diagramação segue os objetivos, as linhas gráficas e editoriais de 
uma publicação. Essas linhas se ocupam da hierarquização das matérias 
por ordem de importância. 
A base do leiaute
Uma publicação segue um leiaute elaborado previamente, 
indicando a disposição de texto e imagem.
O leiaute aborda os aspectos práticos e estéticos de um projeto. 
Não existe regras, exceto uma: a prioridade é o conteúdo.
O leiaute parte de uma imposição: o arranjo das páginas na 
sequência e na posição em que ela aparecerão quando impressas.
O suporte do leiaute de uma publicação impressa é a página.
Antes de elaborar um grid é preciso definir o tamanho do papel e 
seus princípios,
Esse processo nas artes gráficas é denominado de “seção áurea”, 
por ser uma maneira de representar proporções. 
A importância do grid
O grid é um meio de dispor e relacionar os elementos de um leiaute.
Trata-se da disposição de linhas, guias, colunas e margens no 
software de diagramação e organização de páginas.
Gavin Ambrose e Paul Harris (2012) distinguem os seguintes tipos de
grid:
CONCURSO PARA JORNALISTA | 38
Simétrico: a página par é uma imagem espelhada da ímpar, 
formando um conjunto de páginas duplas, com colunas da mesma 
largura e posição. As margens externas são proporcionalmente 
maiores que as internas;
Assimétrico: as páginas duplas utilizam o mesmo leiaute, pode ter 
uma coluna mais estreita que a outra, para elementos marginais.
Estes autores também discorrem sobre os elementos básicos de um 
leiaute:
Coluna: espaço vertical em que o texto flui. A sua largura pode ter 
um efeito significativo na apresentação do texto;
Margem: área vazia em volta de um texto. Tradicionalmente a 
margem externa é maior;
Cabeçalho: linha repetida de texto em cada página, exceto o número
da página;
Legenda: em geral, em tipo diferenciado e alinhado horizontalmente
com o texto;
Hierarquia: variedade dos estilos tipográficos que diferenciam o 
texto em diferentes graus de importância;
Marcador: marcação na parte externa da página;
Texto falso: texto, geralmente em latim, para dar representação 
visual de como a página ficará depois de inserido o texto verdadeiro.
Alinhamento: posição tipográfica em um bloco de texto, vertical ou 
horizontal; 
Hifenização e justificação: separação das palavras para produzir 
blocos de texto organizado, sem espaço em branco ou “caminhos de
rato” visíveis; 
Arranjo: diferentes elementos que compõem um leiaute, 
especialmente texto e imagem;
Pontos de entrada: apoio visual que indica por onde começar a 
leitura; 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 39
Ritmo: algumas passagens são de leitura rápida outras requerem 
mais atenção.
Princípios do design editorial
A editoração segue uma série de princípios na paginação dos 
conteúdos jornalísticos:
Ordem de leitura das matérias: da esquerda para a direita, de cima 
para baixo, da mais importante para a de menor peso;
Respeito às zonas óticas de visualização;
Facilidade de percepção de conteúdo;
Rapidez na transformação da informação;
Facilidade na localização de assuntos e na compreensão dos textos;
Equilíbrio e qualidade das fotografias, ilustrações e infográficos.
Estes princípios se constituem em uma espécie de “guia” do leitor, 
que espera similaridade e continuidade do formato para se guiar pelas 
páginas da publicação.
Daí a importância do equilíbrio entre os componentes gráficos para 
compor um todo visualmente unificado.
Os elementos da diagramação
Para diagramar o conteúdo editorial, a paginação lida com 
elementos gráficos e aspectos que influenciam no resultado final.
Yolanda Zappaterra e Cath Caldewell (2014) relacionam os 
elementos da diagramação:
Cartola: também conhecida por chapéu ou retranca, geralmente é 
colocada no topo da página, dando o direcionamento para o assunto
tratado ou designando a editoria;
Antetítulo: colocado acima do título principal, assim como o título 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 40
auxilia na função de instigar a leitura;
Título: além de nomear a notícia também é utilizado para chamar 
atenção para o assunto, tanto pela abordagem do texto quanto pelo 
destaque gráfico (peso visual); 
Linha de apoio: forma de complementação do título, dando-lhe 
sustentação, também é chamada de linha fina, subtítulo ou sutiã e 
usualmente fica abaixo do título;
Olho da matéria: destaque de um trecho da notícia ou uma citação 
(aspas), para quebrar a massa de texto, tornando a leitura mais 
dinâmica;
Lide: essência da notícia, estabelece a fala e comunica os aspectos 
mais relevantes do assunto;
Capitular: letra em tamanho maior usada para marcar o início de um
texto;
Corpo de texto: parte do texto onde os conteúdos são 
desenvolvidos, evidenciando a personalidade da publicação pelo uso
de tipografia padrão;
Entretítulo: colocado no meio do corpo do texto com a finalidade de 
dividir o assunto em seções e facilitar a leitura, também conhecido 
como intertítulo ou quebras;
Box: texto auxiliar que acompanha a notícia principal com propósito 
complementar. Pode ser um conjunto de informações técnicas 
relacionadas ao texto principal (serviços) ou servir para dar 
explicações adicionais ao leitor;
Colunagem: a distribuição do corpo de texto em colunas de 
tamanhos regulares, espaçadas e utilizadas para ‘encaixar’ os 
componentes da página;
Título secundário: tem a mesma função do título, porém se refere à 
matéria secundária;
Legenda:texto curto que explica ou complementa a informação da 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 41
fotografia ou ilustração;
Crédito: assinatura usada em foto ou para marcar material 
produzido por agência ou fotógrafo.
Folio: área destinada a apresentar o número da página, data e nome
da publicação;
Fio: linha utilizada para separar conteúdos na página;
Assinatura: crédito dado ao autor de uma matéria, ilustrações ou
infográficos;
Aspas: declaração inserida em uma matéria;
Serviço: pequeno texto usado no pé da matéria contendo endereço, 
horário, site e outros dados de algo citado na matéria;
Arte: imagens criadas para ilustrar, complementar ou substituir um 
texto.
A tecnologia facilita a editoração
A utilização de novas tecnologias e do desktop publishing (edição 
por computador, edição eletrônica) oferecem novas técnicas de 
editoração, além de redução de custos e flexibilidade na produção.
Tabelas, ilustrações, gráficos, infográficos, fotografias, retrancas, 
boxes e uma série de efeitos estéticos são usados com liberdade cada vez 
maior. 
A criação de plataformas gráficas e de programas de editoração e 
tratamento de imagens, como QuarkXpress, InDesign, Photoshop, Adobe 
Ilustrator, Freehand, MS-Publisher, entre outros, trouxe possibilidades 
infinitas ao trabalho gráfico.
Principais vantagens da edição por computador (edição eletrônica):
Custos: os computadores pessoais substituíram a composição 
tradicional por apresentar custos menores. Porém, os custos 
operacionais tendem a aumentar devido à contratação de pessoal 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 42
qualificado;
Tempo: muito mais rápido para editar.
INFOGRÁFICO 
O infográfico é uma forma de representar informações técnicas 
como números, mecanismos, estatísticas, de forma atrativa, aliando texto 
e imagem.
O primeiro infográfico teria sido publicado em 1702, no The Daily 
Courant, primeiro diário inglês. 
Outro uso pioneiro deu-se na primeira página do The Times, de 
Londres, em 1806, que mostrava o passo a passo de um assassinato 
(Teixeira, 2011).
Na apostila Jornalismo e redação jornalística trata-se de outros 
recursos visuais como a charge, caricatura e ilustrações em publicações 
jornalísticas.
A evolução e consolidação da infografia
Com o avanço tecnológico, uma nova linguagem jornalística foi 
surgindo: a infografia. 
Assim, a linguagem jornalística passou a ser cada vez mais 
imagética, por se encaixar ao estilo de vida, pois o infográfico é de fácil e 
rápida compreensão.
Entre suas características destacam-se a simplicidade, o didatismo e 
a concisão. 
Isto é, cada tema é bem explicado, esmiuçado de forma simples e 
didática, com clareza e precisão.
Eles também são apresentados de forma exata e concisa, tanto a 
parte visual quanto o texto, expondo somente aquilo que é relevante e 
realmente necessário para a compreensão da matéria, evitando excessos. 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 43
Os infográficos não são apenas conjuntos de tabelas, cores, gráficos 
ou desenhos que têm o intuito de deixar a página mais bonita.
A finalidade dos infográficos: 
Descrever processos: acidente, como dar um nó na gravata, a 
propagação de um vírus;
Fazer analogias: tamanho, tempo, espaço, estatísticas, valores;
Explicar coisas que são grandes ou pequenas demais: galáxias, 
constelações, células, partículas.
Os infográficos visuais
Os infográficos mais sofisticados apresentam uma representação 
visual gráfica, muitas vezes complexa, para facilitar a compreensão do 
conteúdo jornalístico.
Mario Kano e Renato Brandão (2008) classificam os infográficos 
visuais em:
Passo a passo: mostra a sequência de um acontecimento, com 
destaque para as ilustrações, apoiadas em breves textos 
explicativos;
Storyboard: ação de um fato, ao estilo de história em quadrinho, 
com desenhos sobre o ocorrido e texto em balões ou boxes;
Arte-foto: a partir de uma imagem fotográfica, texto em tópicos ou 
boxes, destaca e explica um ou mais detalhes que aparecem na foto;
Fotomontagem: combinar foto e ilustração;
Pôster: combina vários tipos de infografia para traduzir visualmente 
a matéria. Normalmente traz uma grande imagem (foto ou 
ilustração) principal e as informações de apoio gravitam em torno 
dela.
CONCURSO PARA JORNALISTA | 44
Infográficos de arte e texto
Os infográficos de arte e texto são os mais simples e servem para 
ressaltar pontos importantes da matéria.
Segundo Kano e Brandão (2008), estes são os infográficos mais 
comuns do tipo arte-texto:
Ficha: box em tópicos, para evidenciar as características de uma 
personagem. Acrescenta e destaca a principal informação;
Fac-símile: reprodução de um documento, com eventual destaque 
no dado relevante;
Resumo: box com as respostas para as perguntas do jornalismo 
(quem, o que, quando, onde e por que). Pode ser em tópicos ou 
fluxograma;
Perguntas e respostas: espécie de entrevista pingue-pongue;
Cronologia: mostra a evolução de um tema ao longo do tempo, em 
geral misturando com charge;
Teste: exige a interação do leitor;
Escore: quando o número ou percentual é a principal informação;
Frases: destaca opiniões sobre temas polêmicos;
Lista: ranking, programação;
Tabela e quadros: números ou texto, associa colunas e linhas; 
Organograma: posições hierárquicas;
Gráfico: substitui números e tabelas, facilita a comparação. Os mais 
comuns são os gráficos de linha, barras e pizza;
Mapas: localização, movimentação, dados.
FOTOGRAFIA
As imagens jornalísticas energizam o design editorial de maneira 
que as fotos feitas em estúdio não conseguem. A fotografia reflete o 
conteúdo jornalístico.
CONCURSO PARA JORNALISTA | 45
A qualidade da imagem é um ponto de atenção, pois qualquer falha 
será ampliada quando impressa. 
A fotografia transmite emoção e informação
O fotojornalismo é um estilo específico de fotografia caracterizado 
por imagens que mostram momentos rápidos e definitivos da vida real.
Essa técnica captura as emoções reais, a alegria e o horror da 
sociedade, e ajuda a definir a nossa percepção da humanidade e do 
mundo.
Por seu forte impacto, o fotojornalismo é usado sem manipulação, 
pois as fotos falam por si.
A fotografia mostra a essência da mensagem, isto é, sintetiza todo 
conteúdo do texto.
Elementos de uma boa foto:
Ponto focal: a foto fixa-se em um elemento de destaque, por onde o 
leitor começa a observar;
Gente: o público gosta de “ver” e “ser visto” nas fotos;
Qualidade: qualquer falha na imagem será ampliada quando 
impressa.
A maioria das fotos são mantidas em arquivo, para uso em futuras 
edições e outras finalidades (assessoria de imprensa e outras publicações).
A versatilidade da fotografia digital
Por sua versatilidade, qualidade, custo e agilidade, a fotografia 
digital e o tratamento digital de imagens são o paradigma quando se fala 
em fotojornalismo. 
As câmeras digitais são bastante variadas – desde uma câmera 
embutida em um celular, câmeras compactas, de baixo custo, até 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 46
profissionais utilizadas em estúdios, de valor elevado.
Steve Bavister (2011) aborda a importância de qualidade:
O número de megapixels que costuma vir estampado nas câmeras 
digitais compactas é uma indicação grosseira da qualidade de 
imagem que se espera, apesar de ele agora não ser mais tão 
importante quanto no começo da era das imagens digitais. 
Isso quer dizer que, além da quantidade de megapixel, há outros 
indicadores de qualidade das câmeras digitais. 
No fotojornalismo digital as câmeras mais comumente usadas são as
monoreflex, ou SLR (Single Lens Reflex), profissionais ou semiprofissionais.
 Nas câmeras SLR, um espelho e um prisma rebatem a luz que passa 
pela lente para a tela de focalização, o que permite ver no visor a mesma 
imagem à qual o filme ou o sensor será exposto quando o botão do 
disparador for pressionado.
Os principais componentes das câmeras monoreflex (SLR): 
Visor: por onde o fotógrafo visualiza a cena a ser fotografada. Pode 
ser óptico ou LCD (display de cristal líquido);
Objetiva:conjunto de lentes responsável por formar a imagem sobre
o sensor;
Diafragma: sistema que controla a quantidade de luz que entra pela 
objetiva;
Obturador: controla o tempo de exposição do filme ou sensor à luz;
Sensor: responsável por captar a imagem.
Câmeras monoreflex permitem vários tipos de ajustes, do 
automático, em que a câmera controla todos os ajustes, ao manual, em 
que é o fotógrafo que os determina. 
Há diversos tipos de ajustes possíveis, como ISO, foco, balanço de 
branco, temperatura da cor, estilo de imagem, entre outros. 
Os dois principais ajustes são o obturador e o diafragma. 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 47
Cada vez que se tira uma fotografia, é preciso ajustar tanto a 
abertura do diafragma quanto a velocidade do obturador, para 
controlar a quantidade de luz na exposição. A abertura controla a 
quantidade de luz recebida, e a velocidade do obturador controla o 
tempo durante o qual essa luz é recebida (Bavister, 2011). 
Por exemplo, para fotografias de imagens em movimento, é 
necessária uma velocidade alta do obturador, para que as imagens não 
saiam desfocadas. 
Cada tipo de lente atende uma finalidade
As câmeras SLR são bastante versáteis, pois permitem a troca de 
lentes. Existem diversos tipos delas, indicadas para diferentes usos. 
Por isso, Bavister (2011) lembra que “conforme aumenta a distância 
focal de uma lente, menor fica o seu ângulo de visão”. 
Além da distância focal, outra característica importante da lente é a 
sua abertura máxima que, quanto maior, mais quantidade de luz permite 
que seja captada.
Entre os tipos de lentes, encontram-se as fixas, que não possuem 
zoom, mas têm a vantagem de captar boa quantidade de luz. É ideal para 
fotografar retratos.
A maioria das lentes utilizam zoom, pela sua versatilidade. Podem 
ser:
Zoom padrão (lente normal): indicada para uso geral (50 mm de 
distância focal, próxima ao olho humano), pois apresenta menor 
distorção da imagem;
Teleobjetiva: curta, média, longa, super, dependendo da distância 
focal e de vários tamanhos. Aproxima a imagem, diminuindo a 
profundidade de campo e o ângulo de visão. Ideal para paisagens, 
esportes, entre outros.
Teleobjetiva rápida: além de mais cara, é volumosa e pesada, mas 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 48
ideal para captar temas como esportes e ação.
Grande angular: indicada para fotografar paisagens ou ambientes 
fechados, pois faz o espaço parecer maior do que realmente é. Pode
apresentar distorção da imagem;
Olho de peixe: grande angular extrema, campo maior de visão e 
distorção da imagem. Usada para arquitetura, paisagens, fotos 
artísticas;
Macro: lente calculada para focar em distâncias muito curtas, 
própria para fotos de insetos ou objetos muito pequenos.
O flash é outro assessório importante na fotografia. Ele pode ser 
embutido na câmera ou portátil, encaixado na sapata quente da câmera.
Os modernos flashes portáteis são peças sofisticadas, capazes de 
produzir tempos de exposição perfeitos uma vez após outra, e 
permitem fotografar em situações nas quais, sem o flash, a 
fotografia seria praticamente impossível (Bavister, 2011).
 Os flashes podem ser utilizados onde há pouca luz, para evitar 
sombras em locais iluminados, fotografar contra uma fonte de luz, como o 
sol, ou criar efeitos dramáticos e atraentes.
Outros requisitos que impactam na boa fotografia dependem da 
habilidade e conhecimento do fotógrafo sobre seu equipamento aliada à 
sua sensibilidade.
Essas habilidades incluem a criatividade e equilíbrio na composição 
fotográfica, adequação da técnica ao tema a ser fotografado, além da 
busca do ponto focal, controle da profundidade de campo, cor, contraste, 
luz etc.
IMAGEM
As imagens são elementos gráficos que dão vida ao design editorial. 
São fundamentais para a identidade visual da publicação.
Elas desempenham diversas funções, como transmitir o drama de 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 49
uma narrativa, resumir e apoiar as ideias de uma notícia, reportagem ou 
nota, ou apenas quebrar visualmente um boco de texto ou espaço vazio.
Fornecem informações detalhas ou suscitam sentimentos que o 
leitor compreende rapidamente.
Os fundamentos da resolução e das cores
Há uma série de terminologias e conceitos relacionadas às imagens.
Um dos aspectos de maior importância é a resolução, que se refere 
ao nível de detalhamento, pois quanto maior o valor de resolução, melhor 
a qualidade de reprodução.
Estas são as diferentes formas de medir uma resolução:
DPI (Dots Per Inch): pontos por polegada. Mede quantos pontos de 
tinta a impressora consegue depositar por uma polegada, 300 dpi é 
o padrão para impressões;
PPI (Pixels Per Inch): pontos por polegada. Número de pixeis, 
horizontal ou vertical em cada polegada quadrada de uma imagem 
digital;
LPI (Lines Per Inch): linhas por polegada. Como as impressoras 
reproduzem uma imagem fotográfica, reproduzida por uma série de 
pontos de meio-tom de tamanhos diferentes.
As informações sobre as cores da imagem são armazenadas em 
CMYK (ciano, magenta, amarelo e preto) ou RGB (vermelho, verde e azul).
A diferença entre os dois processos é o processo de separação:
CMYK: ciano, magenta e amarelo são cores primárias subtrativas, 
porque representam duas primárias aditivas e uma terceira 
subtraída, combinada com o preto na impressão em quadricromia;
RBG: vermelho, verde e azul são cores primárias aditivas, porque 
quando somadas produzem luz branca, que na quadricromia são 
reproduzidas com as primárias subtrativas (CMY+K). Nesse processo 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 50
o arquivo é menor e mais fácil de manipular.
Formatos de imagens e separação de cores
Existem dois tipos básicos de formatos de imagem: bitmap 
(fotográfico) e vetorial (traço).
Ambos têm pontos fortes e fracos específicos que os tornam mais 
adequados a diferentes propósitos.
Bitmap: imagem composta de pixel, que contém informações 
cromáticas para a reprodução e uma resolução fixa, e, se ampliada, 
distorce e torna a imagem “pixelada”, ou seja, serrilhada; 
Vetorial: objeto individual escalonável, definido por fórmula 
matemática em vez de pixel, por isso não dependem de resolução, 
por exemplo, as fontes. No entanto, é inadequado à reprodução de 
fotos.
O bitmap é um elemento gráfico monotom muito simples, isso 
possibilita que suas características cromáticas sejam controladas 
independentemente da imagem original.
As imagens coloridas são produzidas pela separação de três cores, 
tricromáticas (ciano, magenta e amarelo) e a inclusão do preto, formando 
as cores de escala utilizadas na impressão em quadricromia. 
Quase todas as cores podem ser impressas com a combinação das 
cores primárias subtrativas.
O processo de impressão em quadricromia usa matrizes separadas, 
que posiciona as camadas para construir a imagem final. A cor preta é 
incluída para dar profundidade, como as sombras.
O backup e o tratamento digital de imagens
A fotografia é uma constante em publicações jornalísticas, devido à 
sua capacidade de fornecer grande quantidade de informação e transmitir 
CONCURSO PARA JORNALISTA | 51
uma ampla gama de emoções.
Além disso, a fotografia é relativamente barata, especialmente com 
o advento das câmeras digitais e fácil de manipular com software, para 
produzir inúmeros efeitos.
Fotografar é o começo de um processo. O backup e o tratamento 
digital de imagens são quase tão importantes. 
Leitores de cartão, cabo USB, computador, tela LCD (display de 
cristal líquido) são os equipamentos básicos para o armazenamento e 
edição de imagens. 
Segundo Bavister (2011), “em geral, na fotografia digital, são 
necessários dois tipos de aplicativo: um para organização e visualização 
das fotos e outro para editar e aperfeiçoar as imagens”.
Há programas que fazem as duas coisas, porém, em funções 
distintas.
Entre os aplicativos de edição de imagens, destaca-se o Adobe 
Photoshop, além de outros, como Adobe Lightroom e o Gimp (software 
livre, usado em alguns órgãos públicos).
Formatos mais comuns

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