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> ABATE BOVINOS · recepção e entrada: . observar horário de entrada e conferir documentos . liberar apenas os animais limpos para abate . a descarga deve ser feita em locais adequados, sem causar sofrimento ao animal e por pessoas qualificadas . respeitar os prazos de vacinação e tratamento de doenças · descanso, jejum e dieta hídrica: . o animal é guiado para a área de descanso; o intuito é repor o glicogênio perdido, completar o jejum (evitar contaminação da carcaça) e dieta hídrica, passar por avaliação veterinária geral · imobilização: . feita no box de atordoamento . limita o movimento do animal · atordoamento: . o animal deve ficar inconsciente, sem sentir dor até o momento da sangria . tipos: mecânico (pistola pneumática), eletronarcose, intoxicação por CO2 · sangria: . feita em até 1 minuto após o atordoamento · esfola: . retirada da pele, decapitação e corte de membros . feita em um corte longitudinal · evisceração: . primeiro deve ser feita a oclusão do reto (evitar contaminação de carcaça) . cavidade pélvica, vísceras e fígado (exceto rim), vísceras torácicas . as cavidades só serão lavadas após a evisceração · serragem: . divide em duas meia carcaças longitudinalmente · inspeção post-mortem: . feita durante a evisceração . evita transmissão de doenças e parasitas, contaminação . inspeciona cabeça, carcaça, aparelho gastrointestinal, baço, pulmão, coração, útero, mama, rim, bexiga · resfriamento da carcaça: . imediatamente após a serragem . elimina o calor do animal, ficando pelo menos 24 horas a 2ºC · desossa: . as meia carcaças são divididas em traseiro, dianteiro e ponta de agulha >ABATE SUÍNOS · desembarque: . tem a conferência da documentação · corredores: . condução em grupos . vão até a área de descanso . são utilizados os métodos de contenção · métodos de contenção: . barreira física e visual: tábuas e lonas; bloqueiam parte do campo de visão do animal . estímulo auditivo: voz, apitos - melhor efeito se usado de forma intermitente . bastão elétrico: deve ser evitado; caso seja utilizado, apenas em animais sem lesões e com a frente livre. jamais em animais machucados ou incapazes de andar · baias de descanso: . para repor o glicogênio, permanecer na dieta e jejum hídrico . por até 6h, para não gerar briga . ocorre avaliação geral veterinária . possui aspersores (diminui estresse térmico e lava) . evitar mistura de lotes · animais incapacitados e abate emergencial: . o abate é realizado no próprio caminhão . os animais incapacitados serão transportados até outra baia para ser avaliado · insensibilização: . por choque elétrico ou intoxicação por CO2 . garante inconsciência se feita de maneira correta . fases: crônica e clônica . se for mal feita causa dor, fratura óssea, petéquia hemorrágica e carne flácida · sangria: . deve ser feita em até 30 segundos após a insensibilização . elimina de 40% a 60% do sangue do animal · escaldagem e depilação: . facilita a retirada da pele · evisceração: . paralela à inspeção . faz divisão longitudinal . oclusão do reto, retirada do cérebro e da medula · resfriamento: . feito de forma rápida para evitar contaminação · desossa: . feita manualmente . retirada das partes comercializadas, processadas (CMS) e vísceras · carne PSE e DFD . PSE: pálida, macia e exsudativa . DFD: escura, firme e seca >ABATE AVES · recepção e espera: . há grande fiscalização sanitária . os caminhões aguardam por 3h (tempo de descanso) em áreas ventiladas . não há inspeção ante-mortem . as aves são presas pela canela na linha de abate · insensibilização: . as aves devem ficar de 40s a 60s penduradas para acalmar . ideal molhar os pés das aves para que a insensibilização tenha melhor efeito . as aves são mergulhadas em salmoura no momento do choque . o atordoamento mal feito causa dor, quebra de asa, sangria ineficiente, coágulos e manchas · sangria: . deve ser feita em até 15s . feita de forma mecânica (decapitação) ou manual (corta a jugular) . a sangria incompleta causa coloração avermelhada nas extremidades . a ave não pode ir respirando para a escaldagem pois facilita a contaminação microbiológica · escaldagem; . liberação das penas . imersão ou aspersão . os escaldadores são em sequência: corpo, pescoço, asa . escaldagem rigorosa: deixa a carcaça amarelada . escaldagem branda: deixa a carcaça branca · depenagem: . feita logo após a escaldagem . entram em túneis (tambores com dedos de borracha) · evisceração: . a carcaça deve passar por uma ducha antes . ocorre o desprendimento do pescoço . extração da cloaca . abre o abdômen para remover as vísceras . na eventração ocorre a inspeção e exposição das vísceras . retirada dos miúdos, pulmão (por pistola a vácuo) e tolete . passa por nova lavagem · resfriamento: . feito de forma rápida . estágio 1: pré chiller: baixa rapidamente a temperatura para evitar contração da fibra muscular (10 a 18ºC) . estágio 2: chiller: mantém a temperatura da água entre 0 e 1ºC · gotejamento: . elimina até 8% de água absorvida no resfriamento >CONVERSÃO DO MÚSCULO EM CARNE · estrutura muscular: . actina + miosina → miofibrila → fibra muscular → feixe de fibra muscular → músculo · química da contração: . o retículo sarcoplasmático e o sistema T liberam cálcio e magnésio para o citoplasma; com esses íons, a actina desdobra o ATP, liberando energia; a energia liberada promove o deslizamento da actina na membrana, gerando o encurtamento das miofibrilas (contração do músculo) . mecanismos de contração: a contração dos músculos esqueléticos é voluntária; o sarcômero diminui pela aproximação da linha Z e a linha H desaparece. No rigor mortis, todos os sítios de ligação são preenchidos. o ATP atua na ligação e separação da actina e da miosina; portanto quando as proteínas se ligam e falta ATP, há o enrijecimento muscular · homeostase: . para o funcionamento ideal, o músculo necessita de: pH, temperatura, concentração de oxigênio e fornecimento de energia regulados . a homeostase é o equilíbrio fisiológico, e a sua regulação possibilita a sobrevivência em situações adversas . o manejo pré-abate pode ser estressante e alterar a qualidade da carne. Quanto mais estresse, menos glicogênio muscular · condições pré-abate: . imobilização e sangria: pode causar danos teciduais, elevação da pressão sanguínea, estimulação nervosa excessiva, hemorragia intravascular, eliminação de apenas 50% do sangue, interrupção no fornecimento de oxigênio ao tecido · queda de pH no pós morte: . o pH cai devido o acúmulo de ácido lático . de 7,4 (animal vivo), chega a 5,6 - 5,7 após 6 a 8 horas de abate . a glicólise termina naturalmente quando o pH chega a 5,5 (ponto isoelétrico da miosina) . suíno: pH entre 7 e 7,4 vivo; 6 a 8 horas depois chega em 5,6 a 5,8 e em 24 horas chega a 5,3 . bovino: pH entre 7 e 7,4 vivo; depois de 24 horas chega em 5,6 a 5,8 . muito ácido lático em período muito rápido gera carne PSE e pouca retenção de água . caso o pH abaixe antes do calor ter dissipado, causa desnaturação proteica . quando o pH fica muito alto, gera carne DFD · produção e dissipação do calor pós-morte . após a sangria, o calor gerado pelo metabolismo gera aumento na temperatura da carcaça . os fatores que aumentam a temperatura geralmente são os mesmos que aumentam o pH . processos que atrasam a dissipação: escaldagem e chamuscação . influenciam na taxa de declínio: temperatura ambiente, temperatura da sala de abate, temperatura inicial do resfriamento · rigor mortis: . uma das mudanças mais drásticas que acontece na conversão . o endurecimento ocorre pela formação de pontes cruzadas permanentes de actina e miosina . imediatamente após a sangria o músculo é bastante flexível, possuindo poucas actomiosinas (atraso no rigor mortis) · rigidez: . bovino e ovino: entre 6 e 12 horas . suínos: entre 15 minutos e 3 horas . aves: entre 5 minutos e 1 hora . o tempo varia de cada grupo muscular >FRIGORIFICAÇÃO DA CARNE · definição e importância: . são tratadas pelo frio industrial . protege contra a decomposição . conserva o sabor e o valor nutritivo · influências: . temperatura:quanto mais baixa, mais lenta a decomposição . umidade relativa: maior umidade relativa, menor perda de peso por evaporação; porém favorece a multiplicação microbiana; a umidade relativa é variável, sendo ideal entre 90% e 95% . circulação de ar: serve para fundir o frio, mas aumenta a perda de peso por evaporação (principalmente se for por ar forçado) · tipos de refrigeração: . carne resfriada: são utilizadas meia carcaças, a 0ºC e UR:90 a 95%. O processo demora 24 horas, dura 7 dias e perde entre 1 e 1,5% de peso. . ultra rápida: -3 a -5ºC por 24 horas e 4ºC por 12 a 18 horas · carne refrigerada: entre -1,5 a 1ºC, dura de 3 a 4 meses, seu interior continua mole . alterações em carnes resfriadas e refrigeradas: encurtamento pelo frio, evaporação da água, alteração de cor, ranço, decomposição microbiana, absorção de odor estranho, contaminação óssea (carnes com muita gordura e pouco frio) · carne congelada: dura mais tempo, atrasando a ação microbiana . métodos: ar em repouso, túnel de congelamento com ar forçado, congelação em aparelhos de placa, processos criogênicos . etapas: resfriar os quartos por 24 horas, colocar em túneis de congelamento, revestir com estoniquetes, armazenar na câmara fria . congelação lenta: forma grandes cristais entre as fibras, que são quebradas. Possui maior choro/dripp (água e mioglobina) e a carne fica mais escura, demora entre 72 a 96 horas o processo e a carne dura 6 meses . congelação rápida: forma pequenos cristais de gelo e danifica menos a fibra. Dura 18 meses e possui coloração mais clara. A rancificação continua na estocagem · estocagem de carnes congeladas: · feita em câmaras especiais com capacidade de 25% a mais · devem ser mantidas entre -18 e -25º com UR=90%, sem variações de temperatura para não formar cristais grandes de água · a carne deve ser revestida com estoniquete · quantos traseiros de macho e fêmeas e dianteiros são estocados separados · alterações em carnes congeladas estocadas: · dessecação (fica seca e parda) · queimadura pelo frio (fica amarela, fibrosa e insípida) · mudança de cor · perda de aroma · alteração da gordura · mofo · animais daninhos · transporte: · não pode variar na temperatura · embarque e desembarque devem ser rápidos >PROCESSOS QUÍMICOS DE CONSERVAÇÃO DA CARNE -SAL E SAIS DE CURA · constituição: . podem ser carnes subdivididas, embutidas . tratadas com sal comum e/ou de cura · conservantes; . sal (cloreto de sódio) . açúcar . nitrito e nitrato · sal: . dá liga, sabor e preserva . extrai proteínas miofibrilantes (garante a liga) . reduz a perda durante o cozimento . melhora qualidade e a textura . os níveis variam de 1,5 a 2,5% . não inibem fungo, bolor e bactérias halofílicas · ação do sal: . solubilizam as proteínas musculares . favorecem oxidação e rancificação . tem ação bactericida ( maior pressão osmótica e menos atividade e água) . dificulta aerobiose . favorece o desenvolvimento de bactérias lácteas → acidifica a carne · mecanismos de ação na cura da carne: . com absorção de 5% do sal, a carne atinge o estado máximo de água retina e inibição; se adicionar mais sal, a carne diminui, perde água e tem desnaturação proteica -AÇÚCAR, NITRITO E/OU NITRATO: · açúcar: . é redutor e serve como base na maturação . são a base para ação láctea . ação: aumenta a pressão osmótica, reduz a atividade de água (causa queda o pH e deixa desfavorável para microrganismos proteolíticos) . tem ação indireta · nitrito e nitrato: . transformação de nitrato de potássio/sódio em nitrito . se ligando ao pigmento ferroso forma a nitrosomioglobina (vermelho brilhante), e se ligando no férico forma a nitrosometaglobina (cor pardacenta) . a carne não tratada pelo calor possui nitrosomioglobina, já a tratada pelo calor possui nitrosohemocromo (cor rósea) . se adicionar muito nitrato, a carne fica verde por queimadura · aroma e sabor na cura: . p aroma e sabor são característicos . o açúcar influencia no sabor >MÉTODOS DE CURA - TIPO DE SALGA -SECA · como ocorre: . fricção ou deposição da carne nos ingredientes de cura . pode ser com sal puro fino ou grosso, sal com nitrito/nitrato com açúcar . deve ser feito o revolvimento das peças . pode-se fazer cortes penetrantes para agilizar . forma salmoura e muito sal em volta . demora muito -ÚMIDA · imersão: . geralmente em peças grandes . caso a salmoura seja reutilizada, necessita de controle microbiológico · injeção: . injeção sob pressão com agulhas . em peças íntegras, a salmoura é injetada pela artéria . a salmoura se distribui entre as fibras musculares · salga mista: . utilização de métodos combinados . finalidade de acelerar o processo · curas rápidas: . salga úmida pelo vácuo . salga rápida a quente . centrifugação de porções de carnes injetadas >PRODUTOS DE SALSICHARIA: · definição: . produtos cárneos picados, cominuídos ou migados, com CMS . pode ser de diversas espécies . pode conter sangue, vísceras e outros produtos . podem ser curados e embutidos · embutidos: . massa cozida a seco: processo lento e por estufa, exemplo mortadela e salsicha . massa escaldada: processo rápido e por imersão, exemplo morcela e patê . massa crua ou semicrua: . dessecados: maturados, exemplo salame italiano e milano . branda: salaminho Santa Catarina, paio, algumas linguiças . frescais: para consumo imediato e necessidade de refrigeração, exemplo algumas linguiças · não embutidos/reestruturados: · migado ou picado, cru ou cozido, nem sempre curado · hambúrguer, almôndega, quibe · matéria prima: · carne de primeira; magra, sem gordura, tecido conjuntivo, glândulas, sangue, nodos linfáticos e vasos calibrosos · carne de segunda: magra, sem gordura, privada grosseiramente de nervos, vasos e desprovida de glândulas, nodos linfáticos e sangue · carne de terceira: cabeça, esôfago, faringe, língua, diafragma, vísceras comestíveis (menos pulmão e baço), sangue e toucinho . retém menos água, necessita de substâncias ligadoras (caseína, albumina e soja) . o teor de hidroxiprolina determina a quantidade de colágeno · aditivos: · conservantes: nitrato (PVII) e nitrito (PVIII) · estabilizantes: polifosfato (ET IV) · antioxidantes: ácido ascórbico (AI) · corantes: urucum (CI) · umectantes: propilenoglicol (U IV) · antiumectantes: fosfato tricálcico (AU III) · aromatizantes - flavorizantes: essências naturais (FI) · sal · açúcar · especiarias -EMULSÕES · como acontece: . a gordura é recoberta por uma camada de proteínas que emulsionam a mistura · fatores relacionados à estabilidade: . temperatura: libera actomiosina, deixa mais escuro, controlada pela adição de gelo . muito quente deixa a carne dura . muito fria deixa a carne mole · pH: com pH mais alto, melhora a ação das proteínas · gordura: ser subdividida em partículas pequenas, para ser recoberta de proteína e emulsificar · proteínas solúveis: mantém estabilidade da emulsão · viscosidade: parte variável da gordura, o colágeno é responsável pela viscosidade. Pode acrescentar ágar-ágar, soro sanguíneo, celulose, proteína láctea e amido · emulsionantes: . se intumescem ao incorporar água, favorece a retenção de água . origem animal: produto lácteo (leite em pó desnatado, soro dessecado e caseinato de sódio) . origem vegetal: soja . justificativas: reduz custo, favorece o rendimento e cozimento, melhora a qualidade de fatiamento, melhora a liga e sabor, aumenta a quantidade de proteína, melhora a estabilidade da emulsão · envoltórios e protetores: . não pode ter espaço vazio, pregas, rugas ou ar . naturais: intestino, esôfago, bexiga, estômago e pele. Pode ser bovino, suíno, ovino, equino e caprino . desvantagem: contaminado, falta de homogeneidade, pouco resistente, tem odor · artificiais: constituído de celulose, colágeno comestível ou não comestível e plástico. Deve ser observado a aparência, disponibilidade, custo, homogeneidade, calibre, odor, encolhimento, termossensibilidade · protetores: película a base de resina e/ou polímeros que vai direto nos embutidos e queijo
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