Entrega da Avaliação - Fórum de Discussão [AVA 1]

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Entrega da Avaliação - Fórum de Discussão [AVA 1]
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Prezado Estudante,
Leia, atentamente, os casos apresentados a seguir:
 Caso 1:
Uma empresa contrata um motoboy para retirar e protocolar documentos de seus clientes. Ele comparece ao escritório de segunda a sexta-feira, onde recebe do gerente administrativo-financeiro instruções sobre as atividades que deve realizar. Suas entradas e saídas, inclusive para o almoço, são marcadas em folha de ponto. Todo mês, ele recebe também um contracheque, indicando a quantia que foi depositada em sua conta-salário.
 
Caso 2 :
Uma organização contrata os serviços de uma empresa de motoboys para retirar e protocolar documentos de seus clientes. Sempre que precisa desses serviços, o gerente administrativo-financeiro entra em contato com a empresa, que envia um motoboy de sua equipe que esteja disponível naquele momento. O motoboy recebe o documento a ser entregue, ou o pedido de retirada de documento, realiza a tarefa, reporta-se ao gerente administrativo-financeiro da organização e depois retorna à empresa de motoboys para a qual trabalha. 
Podemos afirmar que existe relação de emprego em ambos os casos apresentados? Justifique seu posicionamento apontando os pressupostos utilizados para embasar sua opinião, bem como apresentando outros exemplos.
Resposta:
De acordo com a interpretação do art. 3º da Consolidação das Leis Trabalhistas em consonância com a doutrina trabalhista podem ser observados 5 (cinco) elementos fáticos-jurídicos para caracterização da relação de emprego: O trabalho deverá ser realizado por pessoa física, mediante pessoalidade, de modo não eventual, sob subordinação jurídica e de forma onerosa.
1) Pessoa Física: O art. 3º da CLT considera como empregado a pessoa física, portanto se a contratação de uma atividade se der por uma pessoa jurídica (terceiro), voltada para prestação do serviço desejado, não haverá, via de regra, relação de emprego entre a tomadora e o efetivo prestador do serviço.
2) Pessoalidade: Para o reconhecimento da relação de emprego o trabalho não pode ser prestado por qualquer pessoa, mas sim de uma pessoa determinada. O contrato de trabalho é infungível com relação à figura do empregado.
3) Não Eventualidade: A doutrina também se refere a este requisito como habitualidade ou continuidade da prestação de serviços. Tal critério, via de regra, não é objetivo, não estando atrelada a quantidade de dias específicos, mas sim se o período que o trabalhador fica a disposição do empregador atende aos fins do negócio. Ou seja, o trabalhador possuiu o compromisso de atender as necessidades do empregador, mesmo que de forma esparsa, diferentemente do trabalho eventual, que só presta seu serviço de acordo com as necessidades esporádicas, que podem ocorrer ou não (Ex.: Técnico que é chamado para consertar um equipamento).
4) Dependência (Subordinação): Podem ocorrer diversas acepções de subordinação dentro da relação de emprego, dentre as mais importantes temos a econômica, técnica, moral, social, hierárquica, pessoal e a jurídica. A subordinação jurídica decorre do contrato de trabalho e é o principal elemento da relação de emprego.
5) Onerosidade: Presume-se que o trabalhador somente irá realizar a prestação de serviços, visto que será remunerado pelo seu trabalho. Haja vista, o contrato de trabalho conter uma relação bilateral.
 
Diante do exposto, podemos concluir que:
No caso 1 o serviço é prestado diretamente por uma pessoa física, mediante pessoalidade, porque é prestado sempre pela mesma pessoa, de forma não eventual, há inclusive controle de ponto, sob subordinação a um superior hierárquico, que lhe passa as instruções, e, por fim, de forma onerosa, pois o trabalho se dá mediante a contraprestação de um salário. Portanto no caso 1 ESTÃO PRESENTES todos os requisitos para a caracterização da relação de emprego.
No caso 2, diversamente do caso 1, podemos observar que a prestação dos serviços se dá mediante a contratação de uma pessoa jurídica (terceiro) que irá providenciar a efetiva prestação dos serviços, o que já seria suficiente para descaracterizar a relação de emprego com a contratante/tomadora. Some-se a isso o fato da questão deixar claro que qualquer motoboy da equipe poderá prestar o serviço, o que afasta a pessoalidade. A subordinação também está relativizada, haja vista o gerente administrativo-financeiro não instruir diretamente o trabalhador que realiza a atividade, mas sim o contato da empresa prestadora do serviço. Por fim somente podemos entender como possíveis no caso 2 a presença da habitualidade, haja vista os serviços serem prestados de forma contínua e de acordo com a necessidade da empresa contratante, bem como a onerosidade, visto que as atividades são realizadas mediante uma contraprestação pecuniária. Portanto no Caso 2 podemos depreender que NÃO ESTÃO PRESENTES todos os requisitos para a caracterização da relação de emprego, com relação a empresa que efetivamente usufrui dos serviços prestados.