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Q. Ginecologia Victória, 17 anos, vem ao seu consultório com queixa de hirsutismo. Diz que precisa se depilar duas vezes por semanas há uns 4 anos. A menstruação é irregular, ocorrendo a cada 2 a 3 meses. Alega se sentir deprimida pela situação. Qual é a principal hipótese? Quais são os critérios para o diagnóstico desta patologia? Qual exames auxiliam o diagnóstico? Qual é o tratamento? R. Principal hipótese: Síndrome dos ovários policísticos(SOP) Critérios diagnósticos: Irregularidade menstrual, Androgenismo(hirsutismo) e achados na ultrassonografia pélvica(mais de 10 folículos por ovário) Exames: TSH e prolactina, FSH, LH e medições de testosterona. Tratamento: Anticoncepcionais Dica do especialista Calcula-se que 20% a 30% das mulheres tenham ovário policístico, embora apenas de 5% a 10% delas manifestem a síndrome. As outras são assintomáticas. Em consequência do hiperinsulinismo, essas mulheres apresentam maior risco de apresentar distúrbios cardiovasculares. Mais frequentemente, elas são hipertensas e desenvolvem diabetes do tipo II Ginecologia Q. Ginecologia Vânia, 45 anos, G3P3A0, apresenta vários anos de períodos menstruais progressivamente mais intensos e prolongados. Recentemente, foi diagnósticada com anemia moderada. Mãe com histórico de histerectomia, aos 49 anos, por miomas uterinos. Exame físico dentro da normalidade. Ultrassonografia pélvica apresenta múltiplas massas intramurais. Qual é a principal hipótese? Quais são os fatores de risco para esta patologia? Qual é o tipo mais comum? Qual é o tratamento? R. Principal hipótese: Miomas uterinos Fatores de risco: Etnia negra, IMC elevado, nuliparidade. Tipo mais comum: Intramural Tratamento: Assintomáticos não necessitam de tratamento. Antagonistas do GnRH podem diminuir os sintomas. A miomectomia é o tratamento definitivo Dica do especialista A maioria dos miomas é assintomática. No entanto, na fase reprodutiva, quando a mulher menstrua e deseja ter filhos, a sintomatologia se torna mais presente. Mioma é um tumor sólido, monoclonal, isto é, proveniente de uma única célula que tem, em geral, desenvolvimento lento na muscu- latura do útero e pode ou não causar sintomas. Ginecologia Q. Ginecologia Angélica, 18 anos, estudante, vem ao ambulatório de ginecologia com dor em hipogastro e corrimento vaginal há 2 dias. Histórico de infecção por clamídia há menos de 1 mês. Ao exame físico, apresenta-se febril, com dor a palpação difusa do abdômen inferior. Tem dor a mobilização do colo e palpação de anexos. Apresenta corrimento mucopurulento ao exame pélvico Qual é a principal hipótese? Quais são os agentes etioló- gicos mais comuns? Quais são os critérios maiores diagnósticos para essa pato- logia? Qual é o tratamento? R. Principal hipótese: Doença inflamatória Pélvica(DIP) Agentes etiológicos: Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis Critérios diagnósticos maiores: dor no abdômen inferior, a palpação dos anexos e a mobilização do colo Tratamento: Antibióticos e drenagem de abscesso(se necessário) Ceftriaxona + Doxiciclina Dica do especialista Mulheres que tiveram doença inflamatória pélvica têm uma chance seis a dez vezes maior de terem uma gravidez tubária (um tipo de gravidez ectópica). A doença inflamatória pélvica é uma infecção dos órgãos reprodutores femininos superiores (o útero, as trompas de Falópio e os ovários). Ginecologia Q. Ginecologia Jaqueline, 34 anos, nulípara, queixa-se de dor progressiva, associado ao período menstrual. Diz que perde 2-3 dias de trabalho por mês devido a dor. É sexualmente ativa e tem parceiro de longa data. Alega pequena dor a relação sexual. Ao exame vaginal, sua musculatura pélvica se encontra sensível, restante dentro da norma- lidade Qual é a principal hipótese? Qual é a tríade desta patologia Quais são os métodos diagnósticos? Qual é o tratamento? R. Principal hipótese: Endometriose Tríade: Dismenorreia, dispareunia e infertilidade Métodos diagnósticos: Visão direta e/ou biópsia por laparoscopia. Tratamento: AINEs para desconforto, ACO combinados, cirúrgico com ablação do tecido endometrial ou resecção ou histerectomia total Dica do especialista Tratar a dor e, dependendo dos objetivos de fertilidade das pacientes, geralmente usar drogas que suprimem a função do ovário para inibir o crescimento e a atividade dos implantes endometrióticos. Na endometriose, o tecido endometrial funcional é implantado na pélvis fora da cavidade uterina. Ginecologia Q. Ginecologia Salete, 31 anos, chega ao consultório de ginecologia com queixa de corrimento vaginal associado a prurido intenso há 8 dias. Alega corrimento vaginal assemelha-se a queijo cottage e é inodoro. Primeira vez que apresenta esses sintomas. Ao exame físico, paredes vaginais recobertas por placas brancas. São observadas leveduras de brotamento em câmara úmida. Qual é a principal hipótese? Qual é o agente etiológico mais comum? Quais são os diagnósticos diferenciais? Qual é o tratamento? R. Principal hipótese: Candidíase Agente etiológico: Candida albicans Diagnósticos diferenciais: vaginose bacteriana, tricomoníase, vaginite atrófica. Tratamento: Antifúngico Fluconazol, nistatina vaginal. Dica do especialista A ausência de odor é característico de cândida. Porém, na pratica médica, é difícil encontrar esse sinal isolado. Sintomas comuns incluem corrimento, prurido e dispareunia. Mesmo múltiplos parceiros ser fator de risco, a candidíase não é uma infecção sexualmente transmissível Ginecologia Q. Ginecologia Laura, 28 anos em sua segunda semana pós-parto apresenta mastalgia de início recente e sensibilidade na área adjacente de uma das mamas, que está dura, quente e edemaciada, aparentemente eritematosa. Sua produção de leite diminuiu. Ao exame físico, eupneica, corada, FC:89bpm, ela apresenta sintomas semelhantes aos da gripe, pirexia de 38 °C (100.4 °F) e mialgia, além de se sentir cansada. Qual é a principal hipótese? Qual é o agente etiológico mais comum? Qual é a faixa etária mais afetada? Qual é o tratamento? Pode-se pedir algum exame? Por que? R. Principal hipótese: Mastite puerperal Agente etiológico: Staphylococcus aureus Faixa etária mais comum: Entre 15 e 45 anos, sobretudo as lactantes Tratamento: Analgesia e antibiótico Paracetamol + cefalexina Exame: USG de mamas. Para avaliar um possível abscesso mamário. A parada do aleitamento pode ser indicada na mama afetada quando formação de abscesso Dica do especialista Trata-se de processo inicialmente inflamatório, que resulta da estase láctea, distensão alveolar e obstrução ao fluxo do leite A mastite é uma inflamação mamária que ocorre com ou sem infecção. A mastite com infecção pode ser lactacional (puerperal) ou não lactacional (por exemplo, ectasia do ducto) Ginecologia Q. Ginecologia Ana, 24 anos, queixa-se de corrimento vaginal fétido e pruriginoso nos últimos 13 dias. Relata que odor piora após relações sexuais e que tem cor branco-amarelada. Atualmente casada, relação estável, possui um filho. Nega qualquer histórico médico. Ao exame físico, apresenta-se estável, com corrimento branco no fórnice vaginal posterior, mas não há eritema nem sangramento vaginal. Teste de KOH positivo. Qual é a principal hipótese? Qual é a etiologia? Quais são os diagnósticos diferenciais? Qual é o tratamento? Quais são os critérios de Amsel? R. Principal hipótese: Vaginose bacteriana Agente etiológico: Desbalanço de flora bacteriana. Com aumento de Gardnerella vaginalis e diminuição de Lactobacillus Diagnósticos diferenciais: Candidíase, tricomoníase, vaginite atrófica Tratamento:Metronidazol Critérios de Amstel: Corrimento homogêneo, teste KOH +, Clue cells +, pH vaginal >4,5 Dica do especialista É importante ressaltar que essa infecção não tem relação com as infecções sexualmente transmissíveis, pois não é transmitida do homem para a mulher ou vice-versa Três de quatro critérios de Amstel podem estabelecer o diagnóstico de vaginose bacteriana Os sintomas incluem odor forte, semelhante ao de peixe podre, e aumento da secreção vaginal, que pode ser de cor branca ou meio acizentada. Ginecologia Q. Ginecologia Júlia, 34 anos, apresenta-se a rotina de ginecologia para realizar o exame colpocitopatológico. Nega queixas ginecológicas. Diz que mãe teve câncer de colo de útero com 50 anos, porém não tem mais informações. Ao retornar, recebe a notícia que seu exame apresentou células atípicas(ASC-US) Qual procedimento deve ser feito? E se o resultado fosse AGC? E se a amostra fosse insatis- fatória? E se o resultado fosse LSIL? R. Procedimento: Repetir colpocitopatologia em 6 meses AGC: Realizar colposcopia + possível biósia Amostra insatisfatória: Repetir o mais breve possível(6-12 semanas) LSIL: Repetir em 6 meses. Se persistir, deve ir para colposcopia + possível biópsia Dica do especialista No SUS, a vacina é oferecida para meninas de nove a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, pessoas que vivem com HIV e transplantados entre nove e 26 anos. A vacina tem duas doses, com a segunda a 6m após a 1ª AGC: atypical glandular cells LSIL: low-grade squamous intraepithelial lesion Ginecologia Q. Obstetrícia Angelica, 28 anos, grávida de 13 semanas, chega a emergência com queixa de cólica e sangramento vaginal pela manhã. Ao exame especular, percebe pequeno sangra- mento em saída de colo de útero, que encontra-se fechado. Ao USG, útero apresenta-se vazio, sem atividade fetal. Qual é a principal hipótese? Quais são os diagnósticos de aborto com o colo aberto? Quais são os critérios para um aborto legal? Qual é a causa mais comum da hipótese principal? R. Principal hipótese: Aborto espontâneo(completo) Colo aberto: Incompleto, inevitável ou infectado Critérios: Risco de vida materno, estupro e anencefalia Principal causa: Trissomias(16) Dica do especialista Abortamento de repetição(>3x) requer investigação: pode ser incompetência istmo cervical, SAF, insuficiência do corpo lúteo O aborto pode ser classificado em precoce(<12 semanas) e tardio(>12 semanas) Obstetrícia Q. Obstetrícia Adriana, 23 anos, nuligesta, apresenta uma história de 2 dias de dor abdominal intermitente no quadrante inferior direito, sem irradiação, sem fatores atenuantes, exacerbada por movimento, com agravamento progressivo e sem associação com sintomas gastrointestinais. O último período menstrual foi há 7 semanas. Sua história ginecológica aponta uma infecção por clamídia na adolescência, mas no momento é negativo. Qual é a principal hipótese? Como realizar o diagnóstico? Quais são os fatores de risco desta patologia? Quais são os possíveis tra- tamentos? R. Principal hipótese: Gravidez ectópica Diagnóstico: Útero vazio + >1500 Beta- HCG Fatores de risco: DIP, ectópica prévia, endometriose, negra, >35 anos, cirurgia abdominal, DIU(relativo), tabagismo Tratamento: Expectante(HCG declinante) Medicamentoso(Massa < 3,5cm / B-HCG < 5000 / Sem BCF) Cirúrgico: Salpingostomia laparoscópica ou salpingectomia Dica do especialista A única ectópica que pode cursar com hemorragia vaginal intensa é a ectópica cervical O medicamento usado no tratamento medicamentoso é o metotrexate Obstetrícia Q. Janaina, 41 anos de idade, 2 partos normais, marido vasectomizado, refere que seus ciclos menstruais perma- necem regulares de 30 dias, mas sua menstruação vem aumentando em duração e quantidade há 6 meses, inclusive com o aparecimento de cólica. O exame geral é normal. O toque vaginal, não doloroso, identifica útero em AVF, volume e forma normais, regiões anexiais sem alte- rações. Qual é a principal hipótese? Qual exame inicial pedir? Qual é o exame padrão-ouro? Quais são os possíveis tra- tamentos? Ginecologia R. Principal hipótese: Adenomiose Exame inicial: USG transvaginal ou RNM Padrão-ouro: Histologia após histerectomia Tratamento: O mais eficaz é a histerectomia. ACO orais ou um DIU de levonorgestrel podem ajudar no controle da dismenorreia e do sangramento Dica do especialista Na adenomiose uterina, o tamanho do útero pode duplicar ou triplicar. Adenomiose uterina é a presença de glândulas endometriais e estroma na musculatura uterina; ela tende resultar em um útero difusamente aumentado. Ginecologia Q. Derci, 65 anos, queixa-se de 4 meses de distensão abdominal progressiva. Foi diagnosticada previamente com síndrome do intestino irritável. No exame físico, a paciente apresenta sinais de dor. Seu abdômen é maciço a percussão e está distendido com sensibilidade mínima. No exame pélvico, colo desviado para direita. No exame bimanual e retovaginal, é palpável massa no anexo esquerdo se estendendo até o fundo de saco. Qual é a principal hipótese? Quais são os fatores de risco para esta patologia? Como o estadiamento é feito? Quais são os fatores protetores ? Qual é o tipo histológico mais comum? Ginecologia R. Principal hipótese: Câncer ovariano Fatores de risco: Histórico familiar de câncer ginecológico, nuliparidade, menarca precoce, menopausa atrasada O estadiamento é cirúrgico Protetores: Uso de ACO orais Tumores de epitélio(80%), sendo o cistoadenocarcinoma seroso o mais comum Dica do especialista O diagnóstico normalmente é tardio. USG, TC ou RNM podem auxiliar. Marcadores tumorais como o CA125 também ajudam no diagnóstico. Nos EUA, o câncer de ovário é o segundo câncer ginecológico mais comum (afetando cerca de 1/70 mulheres). É a quinta causa principal de mortes relacionadas ao câncer em mulheres Ginecologia Q. Jasmine, branca, 57 anos, traz mamografia de rotina com o achado de microcalcificações na mama direita, que não havia sido observado na mamografia anterior. Está em menacme e fez uso de reposição hormonal durante 6 anos. Seu IMC é 31. Ela alega que teve uma irmã com câncer de ovário. Qual é a principal hipótese? Como confirmar o diagnóstico? Quais são os fatores de risco para esta patologia? O que é o BI-RADS? Qual é o exame de triagem para essas pacientes Ginecologia R. Principal hipótese: Câncer de mama Confirmação: Biópsia percutânea com agulha Fatores de risco: Obesidade, histórico familiar, mutação do gene BRCA1/2, menarca precoce, hormonioterapia Birads: sistema que estima a chance da imagem da mamografia ser câncer. Vai de 0(inconclusivo) a 6(câncer já comprovado) Mamografia Dica do especialista Os resultados da mamografia não devem alterar a decisão de fazer a biópsia, se essa decisão basear-se em achados físicos. Para a maioria das mulheres, o tratamento requer remoção cirúrgica, amostragem de linfonodos, terapia sistêmica (terapia hormonal ou quimioterapia) e radioterapia. Ginecologia
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