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RESPOSTAS Questões de Casa Seminário III

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ALUNA: ALINE RODRIGUES JACQUES 
MODULO IV - CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
SEMINÁRIO III – SISTEMA, COMPETÊNCIA E PRINCÌPIOS 
DATA: 15/05/2020 
 
 
Questões 
 
1. Que é sistema? Há diferença entre sistema e ordenamento jurídico? Pode-se 
dizer que o direito positivo se caracteriza como um sistema? 
 
Sistema é um conjunto de elementos interligados por pertencerem a um 
mesmo gênero. Nas ilustres palavras de Paulo de Barros Carvalho1 “o sistema 
aparece como o objeto formado de porções que se vinculam debaixo de um princípio 
unitário ou como a composição de partes orientadas por um vetor comum”. 
 Sim, no sistema ocorre a interpretação científica das normas enquanto no 
ordenamento o texto é bruto e somente se presta a apresentar a legislação 
positivada. Destacamos as palavras de Paulo de Barros Carvalho2 acerca do 
sistema do direito: 
“suas normas estão dispostas numa estrutura hierarquizada, regida pela 
fundamentação ou derivação, que se opera tanto no aspecto material 
quanto no formal ou processual, o que lhe imprime possibilidade dinâmica, 
regulando, ele próprio, sua criação e suas transformações. 
 
 Diante disso, o direito positivo não pode ser caracterizado como sistema visto 
que não há interpretação somente sua exposição/positivação. 
Bem define Paulo de Barros Carvalho3: 
 
“o direito posto não alcançaria o status de sistema, reservando-se o termo 
para designar a contribuição do cientista, a atividade do jurista que, 
pacientemente, compõe as partes e outorga ao conjunto o sentido superior 
 
1 Carvalho, Paulo de Barros Curso de direito tributário/Paulo de Barros Carvalho. – 30.ed.– São Paulo: Saraiva 
Educação, 2019. p. 181. 
2 Carvalho, Paulo de Barros Curso de direito tributário/Paulo de Barros Carvalho. – 30.ed.– São Paulo: Saraiva 
Educação, 2019. p. 186. 
3 Carvalho, Paulo de Barros Curso de direito tributário/Paulo de Barros Carvalho. – 30.ed.– São Paulo: Saraiva 
Educação, 2019. p. 189 e 193. 
 
de um todo organizado. (...) Na semiótica se diz que o sistema do direito 
positivo é fechado sintaticamente, porém aberto em termos semânticos e 
pragmáticos. Explicando melhor, a dinâmica operacional do direito se dá 
pela combinatória dos três modais (permitido, proibido e obrigatório). Como 
são três e somente três (lei do quarto excluído), concluímos que há 
fechamento sintático. Entretanto, estando as hipóteses normativas sempre 
prontas para receber novos fatos que o legislador entenda relevantes, como 
portas abertas para a absorção de matérias sociais, políticas, econômicas, 
morais etc., teríamos abertura na dimensão semântica e pragmática.”. 
 
 
2. Que se entende por “sistema constitucional tributário”? Qual sua função no direito 
tributário? 
 
É o conjunto de normas constitucionais que prescrevem situações relativas ao 
direito tributário. 
O sistema constitucional tributário tem função orientadora do direito tributário 
e representa subsistema visto que apresenta normas estruturais, normas de 
competência, espécies tributárias e limites ao poder de tributar. 
Bem explica Paulo de Barros Carvalho4 “o subsistema constitucional tributário 
realiza as funções do todo, dispondo sobre os poderes capitais do Estado, no campo 
da tributação, ao lado de medidas que asseguram as garantias imprescindíveis à 
liberdade das pessoas, diante daqueles poderes”. 
 
3. Que é princípio, como é e para que serve? Há diferença entre regras e 
princípios? No caso de conflito, qual deve prevalecer? E no caso de conflito entre 
princípios, qual critério deve informar a solução? (Vide anexos I e II). 
 
Princípio é norma de caráter mandamental que harmoniza e direciona 
condutas e regras, interligando elementos do ordenamento jurídico. São diretrizes de 
textualidade aberta permitindo a inserção de elementos valorativos na interpretação 
das normas, preenchendo lacunas para a solução de conflitos. 
 
4 Carvalho, Paulo de Barros Curso de direito tributário/Paulo de Barros Carvalho. – 30.ed.– São Paulo: Saraiva 
Educação, 2019. p. 200. 
 
Portanto, é o componente axiológico, a partir do qual o intérprete da norma, 
valendo-se da carga valorativa do enunciado, deve interpretar os preceitos com o 
intuito de solucionar conflitos que porventura possam surgir nas relações jurídicas. 
Resta consignar que o Sistema Constitucional contempla normas sem carga 
valorativa e com carga valorativa, as primeiras veiculam regras e se carregada de 
valor será princípios. 
Regras são sempre expressas, já os princípios podem ser expressos ou 
implícitos, ambas tem caráter normativo, contudo os princípios possuem alto grau de 
abstraçãona contramão das regras que possuem abstração reduzida. Significa dizer 
que os princípios face sua indeterminação, carecem de mediações concretizadoras 
e estão na base ou constituem a ratio de regras jurídicas enquanto as regras são 
determinações que espeficicam condutas e suas consequências e suscetíveis de 
aplicação imediata com a ocorrência dos fatos descritos. 
Em suma, os princípios tem função estruturante e as regras são a estrutura 
do sistema jurídico, fazendo juízos concretos do dever-ser. 
Quando ocorrer o confronto entre princípio e regra, a regra deverá ser 
interpretada de acordo com o princípio, portanto deve prevalecer a regra 
interpretada, uma vez que este que é elemento norteador de interpretação da 
norma. Como explica Paulo de Barros Carvalho5: “Exercem eles uma reação 
centrípeta, atraindo em torno de si regras jurídicas que caem sob seu raio de 
influência e manifestam a força de sua presença”. 
 
5 Carvalho, Paulo de Barros Curso de direito tributário/Paulo de Barros Carvalho. – 30.ed.– São Paulo: Saraiva 
Educação, 2019. p. 206/207. 
 
No caso de confronto entre princípios, a ponderação faz-se necessária para 
analise do equilíbrio entre valores, com objetivo de harmonização das relações. 
Segundo Carvalho (2019)6 “Entre eles e os expressos não se pode falar em 
supremacia, a não ser pelo conteúdo intrínseco que representam para a ideologia do 
intérprete, momento em que surge a oportunidade de cogitar-se de princípios e de 
sobreprincípios.”. 
 
4. Identificar, nas situações a seguir, se algum princípio foi desrespeitado e, em caso 
afirmativo, indicar qual: 
 
a) instituição e regulamentação de dever instrumental por meio de instrução 
normativa (vide anexo III); 
 
O Superior Tribunal de Justiça entende que não há nenhuma violação, 
contudo, a instrução não pode produzir deveres ou criar interpretações diferentes 
das existentes na legislação tributária, que devem ser previstos em lei em atenção 
ao princípio da legalidade. 
b) estipulação de graus de risco da atividade laborativa (para o SAT) por meio de 
decreto (vide anexo IV); 
 
Não há ofensa a qualquer princípio. 
c) multas sancionatórias na percentagem de 75% (vide anexos V e VI); 
 
Há violação do princípio da razoabilidade e da vedação do confisco, eis que a 
multa apresenta um valor não é razoável com valor do tributo devido, além de 
caráter confiscatório, segundo análise Superior Tribunal de Justiça. 
d) imposto de importação com alíquota de 150%; 
 
 
6 Carvalho, Paulo de Barros Curso de direito tributário/Paulo de Barros Carvalho. – 30.ed.– São Paulo: Saraiva 
Educação, 2019. p. 207. 
 
 
O Imposto de Importação é um tributo eminentemente extrafiscal, portanto as 
alíquotas variam em razão da essencialidade do objeto tributado, não há violação de 
princípio. 
e) lei municipal ou distrital que institui responsabilidade pelo crédito tributário a 
terceira pessoa; 
 
Esta competência foi delegada aos Municípios e ao Distrito Federal pelo 
artigo 6 da LC n.º 116/2003, logo não apresenta violação. 
f) elaboração, pelo CONFAZ, de lista de produtos semielaborados sujeitos à 
incidência do ICMS (vide anexo VII); 
 
Não há violação, o Superior Tribunal Federal entende que o CONFAZ é órgão 
legítimo para a elaboração da lista de produtos semi-elaborados. 
g) penhora, em execução fiscal,de automóvel de pequeno valor utilizado para 
transportar portador de necessidades especiais (vide anexo VIII). 
 
O Superior Tribunal de Justiça entende que o rol de impenhorabilidade de 
bens pode ser ampliado, visando não violar o princípio da dignidade da pessoa 
humana, da razoabilidade (proporcionalidade) e da adequação. 
h) quebra do sigilo bancário em favor da fiscalização. 
Considerando que uma quebra de sigilo bancário se dá por meio de decisão 
judicial, que invade a privacidade do contribuinte, existem outros meios para a 
fiscalização, uma decisão sem bons fundamentos pode ferir os princípios da 
legalidade e da isonomia. 
i) a imposição da desistência das discussões judiciais e administrativas para adesão 
a parcelamento de débitos. 
 
A condição de desistência de ações é uma prática comum nos textos de 
refinanciamento de dívidas lançados por estados e pelo governo federal, os 
 
chamados Refis, assim entende a jurisprudencia que a empresa ao requerer o 
parcelamento de sua dívida, em condições especiais, admite a exigibilidade do 
crédito, o que torna razoável a imposição de desistência das ações judiciais e 
administrtivas em curso, não ocorrendo qualquer violação. 
j) desconsideração de negócio jurídico realizado pelo contribuinte mediante 
planejamento tributário em razão de ausência de propósito negocial nos atos 
praticados pelo contribuinte. 
 
Fere o princípio da livre iniciativa, artigo 1º, IV e artigo 170 da Constituição, já 
que o planejamento tributário visa exclusivamente a redução de tributos, portanto os 
negócios jurídicos não podem ser desconsiderados pelo Fisco só porque 
possibilitaram uma redução da carga tributária, ademais o contribuinte tem o direito 
de gerir suas atividades da forma que melhor lhe convém. 
 
5. Que é, como é e para que serve a competência tributária? Quais as 
características da competência tributária? Qual a diferença entre competência 
tributária e capacidade tributária? Analisar a facultatividade do seu exercício 
relativamente à Lei de Responsabilidade Fiscal (LC n. 101/00), que veda a 
transferência voluntária de receitas a entes que tenham deixado de instituir algum 
tributo de sua competência. (vide anexo IX) 
 
É atribuição outorgada pela Constituição Federal aos entes políticos 
(federativos) para a criação/instituição, por meio de lei, de tributos. Possibilita a 
inovação do ordenamento pela edição de normas jurídicas de matéria tributária. 
Apresenta como características a privatividade, a indelegabilidade, a 
incaducabilidade, a inalterabilidade, a irrenunciabilidade e a facultatividade do 
exercício. 
A privatividade expressa na Constituição Federal somente em relação a 
União, que pode legislar sobre seus impostos e, em casos específicos, sobre 
 
impostos residuais e extraordinários (artigo 154, incisos I e II da Constituição 
Federal), portanto quanto aos demais entes a privatividade será somente quantos 
aos tributos expressamente definidos pela Constituição Federal. 
A indelegabilidade (artigo 7 do Código Tributário Nacional), pois considerando 
a repartição constitucional da competência tributária, não permite ao ente delegar a 
outro a criação de tributo de sua competência preservando a rigidez da Constituição 
Federal, a irrenunciabilidade, visto que o ente público não pode renunciar a esta 
atribuição, contudo, poderá não exercê-la, em face a facultatividade do exercício, 
pois o ente público não está obrigado a criar o tributo que lhe foi conferido. 
A rigidez pressupõe a inalterabilidade, já que a Constituição Federal exige um 
processo legislativo mais elaborado para sua transformação. 
Ainda, não há razão para que a competência tributária se perca pelo tempo 
vista que a Carta magna dever manter-se vigente ao longo do tempo. 
A competência tributária é estabelecida no plano constitucional, habilita 
alguém para legislar na produção das normas jurídico-tributárias. E a capacidade 
tributária relaciona-se ao liame da relação jurídica, ocorre quando o legislador na 
edição das normas nomeia outro para exercer as funções de arrecadação e 
fiscalização de tributos, além a execução de leis, serviços, atos ou decisões 
administrativas em matéria tributária. 
Contudo, ao analisar a facultatividade do exercício das competências 
tributárias perante a Lei de Responsabilidade Fiscal, verifica-se a relativização desta 
faculdade, pois prevê como requisito da responsabilidade fiscal o dever do ente de 
instituir, prever e arrecadar todos os tributos economicamente viáveis dentro de sua 
 
competência constitucional. 
Contudo, não efetuando a criação e a arrecadação de todos os tributos a que 
estiver legitimado, a título de sanção, o ente federativo não estará apto a receber 
receitas voluntárias. 
Como o objetivo maior da LRF é trazer equilíbrio as contas públicas, o ente 
deve ater-se a criação de tributos economicamente arrecadáveis, renunciando aos 
que não apresentem arrecadação maior que os custos de operalização. 
 
6. Proposta de Reforma Tributária Nacional que substitua os impostos estaduais e 
municipais sobre bens e serviços, por um imposto único de competência da União 
por emenda constitucional viola os Princípios do Pacto Federativo e do Federalismo 
Fiscal? E se esta emenda prever expressamente o repasse obrigatório da 
integralidade ou parte do produto da arrecadação desse imposto único para os 
estados e municípios? 
 
Sim, já que estados e municípios possuem competência tributária 
estabelecida pela Constituição Federal, caracterizada pela indelegabilidade, não 
podendo uma alteração dessas ser feita por Emenda Constitucional. 
O pacto federativo preve que os municípios possam instituir e arrecadar seus 
próprios tributos, podendo destinar as verbas da forma que convir. Retirar esta 
capacidade dos entes os tornam dependentes. 
Portanto, se atribuída quantidade de recursos para que estados e municípios 
sejam autônomos, não pode se falar em violação, já que a Constituição Federal, 
possibilita a União instituir impostos residuais. 
 
7. A Emenda Constitucional n. 39/02 acrescentou à Constituição o art. 149-A e 
parágrafo único, dispondo: 
 
“Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das 
 
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 
150, I e III. 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de 
consumo de energia elétrica”. 
Com fundamento nesse dispositivo, a Prefeitura de Itumambé instituiu o seguinte tributo: 
Prefeitura Municipal de Itumambé, Decreto Municipal 3.708 de 10/10/03 (DOM 13/10/03) 
Art. 1º Fica instituída contribuição para o custeio do serviço municipal de energia elétrica que 
tem como fato gerador a prestação do serviço de energia elétrica pelo Município. 
Art. 2º A base de cálculo é o valor da fatura de consumo de energia elétrica. 
1 §º A alíquota é de 0,5%. 
2 §º Os contribuintes que morarem na região central pagarão 50% a mais do valor devido. 
Art. 3º Contribuinte é o consumidor de energia elétrica. 
Art. 4º Compete à Secretaria de Finanças fiscalizar o abatimento realizado pela concessionária. 
Art. 5º A importância devida a título dessa contribuição deve ser paga até o último dia do mês 
subsequente e recolhida pela concessionária de energia elétrica juntamente com a fatura 
mensal de consumo, ficando a concessionária responsável pelo abatimento do montante 
recolhido da fatura municipal. 
Parágrafo único. O não-pagamento da contribuição, ou o não repasse, implica multa de 150 
UFIRs. 
Art. 6º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, devendo produzir todos os seus efeitos 
a partir do dia 01/11/03. {...]. 
 
Pergunta-se: 
 
a) O sistema constitucional tributário brasileiro admite alterações na faixa de 
competência tributária das pessoas políticas? Há alguma vedação à ampliação da 
competência tributária municipal por meio de emenda constitucional?Em caso 
afirmativo, qual(is)? 
 
Inicialmente, cumpre mencionar que a Constituição Federal precede de 
procedimento específico para sua alteração, pois enquadra-se na categoria rígida de 
classificação. 
Diante disso, com fundamento no artigo 60 § 4°, inciso III e IV da Constituição 
Federal c/c o artigo 7 do Código Tributário Nacional (Princípio da Indelebilidade da 
Competência) não há possibilidade de alteração das competências tributárias 
dispostas na Constituição. 
 
Mas há permissão de ampliação da capacidade tributária pela nomeação de 
outro ente para exercer as funções de arrecadação e fiscalização de tributos, além a 
execução de leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária. 
b) Os Municípios podem, na criação de tal contribuição, com fundamento no art. 149-A 
da CF, utilizar uma das materialidades que lhes foram atribuídas constitucionalmente 
para a instituição de impostos? E das materialidades atribuídas aos Estados, Distrito 
Federal e União por ocasião da repartição constitucional das competências para 
instituição de impostos? Há vedação constitucional quanto à materialidade eleita: 
“consumir energia”? Justifique (vide anexo X). 
 
Sim, o Superior Tribunal Federal entende que não há vedação quanto a 
utilização das materialidades de sua competência constitucional mas não quanto as 
demais, por afronta ao princípio da separação de poderes, esta vedação é exclusiva 
da competência da União quanto as contribuições sociais (artigo 149 da Constituição 
Federal) e residual para criação de impostos (artigo 154, inciso I da Constituição 
Federal). 
O artigo 149-A da Constituição Federal é claro ao estabelecer, mesmo que de 
forma equivocada mas declarada constitucional, contribuição com destinação 
específica e que apesar de sua semelhança aos impostos, trata-se de “tributo”, que 
segundo o Superior Tribunal de Justiça “não se confunde com imposto apesar de ter 
receita destinada a finalidade específica e nem com taxa, já que não pode ser 
individualizado. 
A COSIP – contribuição especial/autônoma, com competência para instituição 
deferida constitucionalmente pelo legislador derivado aos Municípios e ao Distrito 
Federal e prevista no artigo 149-A da Constituição Federal - é tributo atrelado a 
 
serviço prestado a toda coletividade, portanto vedada a utilização de outras 
competências tributárias constitucionais, sob pena de inconstitucionalidade. 
É cobrada para custear serviço universal/sui generis prestado para todos os 
cidadãos, beneficiando indeterminado número de pessoas e a própria EC 39/02, na 
tentativa de delimitar os contribuintes estabeleceu a cobrança de quem tem ligação 
de energia, trazendo o consumo de energia como possível fato gerador ou base de 
cálculo da contribuição, já que o próprio artigo 149-A da Constituição Federal 
possibilita a cobrança na fatura de energia elétrica. 
c) Quais princípios tributários não foram observados pela Prefeitura de Itumambé ao 
instituir esse tributo? A Prefeitura pode escolher quais princípios tributários quer 
aplicar e afastar os outros? 
 
Foram violados os princípios da: isonomia, anterioridade e nonagesimal, 
capacidade contributiva, não-confisco e segurança. 
Não pode haver escolha dos princípios tributários aplicáveis ou afastáveis, 
contudo, em caso de conflito, poderá ponderar. 
d) A alteração do prazo de pagamento deve respeitar o princípio da anterioridade? Em 
qual o critério da Regra-Matriz de Incidência figura o prazo para pagamento do 
tributo? (Vide anexo XI). 
 
Sim, determina o artigo 149-A da Constituição Federal que devem ser 
observados os limites ao poder de tributar (artigo 150 c/c 195 § 6° da Constituição 
Federal) e a não aplicação do princípio da anterioridade na instituição da 
contribuição gera inconstitucionalidade da norma. 
Por tratar-se de procendimentalidade, o prazo para pagamento se enquadra 
na categoria de norma de caráter operacional restando presente no consequente da 
regra matriz de incidência tributária. 
 
 
8. Como a conjugação das noções de sistema, competência e princípios com a ideia 
de hierarquia normativa pode significar limitações ao poder de tributar? Qual o papel 
do intérprete nessa construção? 
 
A Constituição Federal proporciona a União uma amplitude de prerrogativas 
para que esta exerça sua função de assegurar o bem comum, com atenção especial 
ao interesse público sobre o privado. 
Em matéria tributária, a Constituição Federal dá enfoque a esta “supremacia” 
e previu limitações ao poder de tributar pela interferência que este pode causar em 
outros direitos (fundamentais ou individuais). 
Portanto, conjugar sistema, competência, princípios e hierarquia nada mais é 
que limitar o poder de tributar, encontra presente no artigo 150 da Constituição 
Federal e prescreve garantias, que apesar de estabelecidas no capítulo que regula o 
Sistema Tributário Nacional, não são exaustivas e “sem prejuízo de outras” devem 
ser analisadas pelo intérprete afim de assegurar essa conjugação na busca do bem 
comum.

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