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EBOOK CONCEITOS BÁSICOS DA FARMÁCIA CLÍNICA E PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA SUMÁRIO 2 1 Farmácia Clínica 2 Prescrição Farmacêutica Referências 3 13 16 1. FARMÁCIA CLÍNICA A Farmácia Clínica, apesar de ser uma força recente no Brasil, tem seu início nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, quando a presença do farmacêutico foi essencial para sanar dúvidas técnicas a respeito do uso de medicamentos. Na Europa, mais especificamente em Portugal, a partir dos anos 50 e 60, a Farmácia Clínica passa a se aproximar do conceito mais atual, no qual o farmacêutico é o profissional com conhecimento técnico-científico a respeito dos medicamentos e plenamente capaz de monitorar e acompanhar a terapia medicamentosa do paciente. No Brasil essa mudança tem ocorrido de forma gradual, e nos últimos vinte anos o papel da Farmácia Clínica tem ganhado importância. Juntamente com os processos e de certificação e qualificação, bem como a mudança do perfil profissional e da estrutura acadêmica do ensino superior, a Farmácia Clínica tem se tornado mais conhecida e o profissional farmacêutico assume novo papel frente a terapia medicamentosa e acompanhamento clínico do paciente. Segundo Santos (2013) a Farmácia Clínica tem como principais atividades interagir com a equipe de saúde, avaliar e monitorar a resposta terapêutica dos pacientes, fazer intervenções e 3 recomendações sobre medicamentos. Nela o farmacêutico presta assistência ao paciente por meio da prática do uso racional de medicamentos, com adequação da terapia medicamentosa e prevenção de doenças. Engloba também a filosofia de atenção farmacêutica, que combina a orientação com conhecimento especializado para a obtenção de resultados positivos ao paciente, além da responsabilidade de contribuir para a geração de novos conhecimentos e pesquisas na área de saúde. O farmacêutico clínico trabalha promovendo a saúde utilizando diretrizes terapêuticas baseadas em evidências, intervindo e contribuindo na prescrição médica, não só sob aspectos técnicos, como também econômicos, para a obtenção de melhores resultados clínicos para o paciente. Do farmacêutico clínico requerem-se conhecimento especializado da terapêutica, boa compreensão dos processos de doença, bom conhecimento sobre os medicamentos, além de habilidades de comunicação, conhecimento da terminologia médica, habilidades de planejamento terapêutico e capacidade de avaliar e interpretar exames físicos e laboratoriais. Mas como traduzir isso em prática clínica? Nesse aspecto vamos levantar alguns pontos fundamentais de ação do farmacêutico dentro da prática clínica, destacando quais parâmetros acompanhar e como avaliar um paciente sob o ponto de vista farmacêutico. Sabendo que o farmacêutico é o profissional que lida com o medicamento e que detém o conhecimento técnico-científico sobre ele, podemos iniciar a prática clínica focando na prescrição medicamentosa. Um vez que ele terá acesso tanto à prescrição médica, quanto ao histórico clínico do paciente (prontuário médico, registros de saúde e exames laboratoriais), poderá avaliar a terapia selecionada para o paciente dentro do contexto da saúde, fazendo as alterações necessárias para que esta terapia seja segura, eficiente e que tenha adesão pelo paciente. Contudo, o volume de pacientes para análise pode ser superior a quantidade que o profissional consegue avaliar por período de tempo (a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar – SBRAFH - preconiza um farmacêutico para cada 30 leitos de unidade hospitalar de alta complexidade). Dessa forma o profissional precisa selecionar o perfil de pacientes com prioridade de acompanhamento, utilizando um Escore de Risco. Este recurso permite otimizar o acompanhamento farmacêutico, direcionando suas atividades àqueles pacientes que possuem maiores riscos de problemas relacionados à terapia. O escore de risco é uma tabela de valores associados a fatores que podem oferecer maior risco ao quadro clínico do paciente, ou que sejam fatores que tornem a terapia de maior risco. Para isso é preciso que o profissional conheça o perfil de pacientes da sua unidade de saúde, para que possa classificar e pontuar com maior acurácia os pacientes que possuem maior necessidade de atenção no acompanhamento. Por exemplo: numa unidade de saúde de alta complexidade, diariamente será feito o levantamento de pacientes para acompanhamento pelo farmacêutico, sendo que para cada fator de risco será atribuída uma determinada pontuação, que será somada para determinar a prioridade de acompanhamento no dia. Essa divisão gera os escores: A Farmácia Clínica, apesar de ser uma força recente no Brasil, tem seu início nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, quando a presença do farmacêutico foi essencial para sanar dúvidas técnicas a respeito do uso de medicamentos. Na Europa, mais especificamente em Portugal, a partir dos anos 50 e 60, a Farmácia Clínica passa a se aproximar do conceito mais atual, no qual o farmacêutico é o profissional com conhecimento técnico-científico a respeito dos medicamentos e plenamente capaz de monitorar e acompanhar a terapia medicamentosa do paciente. No Brasil essa mudança tem ocorrido de forma gradual, e nos últimos vinte anos o papel da Farmácia Clínica tem ganhado importância. Juntamente com os processos e de certificação e qualificação, bem como a mudança do perfil profissional e da estrutura acadêmica do ensino superior, a Farmácia Clínica tem se tornado mais conhecida e o profissional farmacêutico assume novo papel frente a terapia medicamentosa e acompanhamento clínico do paciente. Segundo Santos (2013) a Farmácia Clínica tem como principais atividades interagir com a equipe de saúde, avaliar e monitorar a resposta terapêutica dos pacientes, fazer intervenções e recomendações sobre medicamentos. Nela o farmacêutico presta assistência ao paciente por meio da prática do uso racional de medicamentos, com adequação da terapia medicamentosa e prevenção de doenças. Engloba também a filosofia de atenção farmacêutica, que combina a orientação com conhecimento especializado para a obtenção de resultados positivos ao paciente, além da responsabilidade de contribuir para a geração de novos conhecimentos e pesquisas na área de saúde. O farmacêutico clínico trabalha promovendo a saúde utilizando diretrizes terapêuticas baseadas em evidências, intervindo e contribuindo na prescrição médica, não só sob aspectos técnicos, como também econômicos, para a obtenção de melhores resultados clínicos para o paciente. Do farmacêutico clínico requerem-se conhecimento especializado da terapêutica, boa compreensão dos processos de doença, bom conhecimento sobre os medicamentos, além de habilidades de comunicação, conhecimento da terminologia médica, habilidades de planejamento terapêutico e capacidade de avaliar e interpretar exames físicos e laboratoriais. Mas como traduzir isso em prática clínica? Nesse aspecto vamos levantar alguns pontos fundamentais de ação do farmacêutico dentro da prática clínica, destacando quais parâmetros acompanhar e como avaliar um paciente sob o ponto de vista farmacêutico. Sabendo que o farmacêutico é o profissional que lida com o medicamento e que detém o conhecimento técnico-científico sobre ele, podemos iniciar a prática clínica focando na prescrição medicamentosa. Um vez que ele terá acesso tanto à prescrição médica, quanto ao histórico clínico do paciente (prontuário médico, registros de saúde e exames laboratoriais), poderá avaliar a terapia selecionada para o paciente dentro do contexto da saúde, fazendo as alterações necessárias para que esta terapia seja segura, eficiente e que tenha adesão pelo paciente. Contudo, o volume de pacientes para análise pode ser superior a quantidade que o profissional consegue avaliar por período de tempo (a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar – SBRAFH - preconiza um farmacêutico para cada30 leitos de unidade hospitalar de alta complexidade). Dessa forma o profissional precisa selecionar o perfil de pacientes com prioridade de acompanhamento, utilizando um Escore de Risco. Este recurso permite otimizar o acompanhamento farmacêutico, direcionando suas atividades àqueles 4 pacientes que possuem maiores riscos de problemas relacionados à terapia. O escore de risco é uma tabela de valores associados a fatores que podem oferecer maior risco ao quadro clínico do paciente, ou que sejam fatores que tornem a terapia de maior risco. Para isso é preciso que o profissional conheça o perfil de pacientes da sua unidade de saúde, para que possa classificar e pontuar com maior acurácia os pacientes que possuem maior necessidade de atenção no acompanhamento. Por exemplo: numa unidade de saúde de alta complexidade, diariamente será feito o levantamento de pacientes para acompanhamento pelo farmacêutico, sendo que para cada fator de risco será atribuída uma determinada pontuação, que será somada para determinar a prioridade de acompanhamento no dia. Essa divisão gera os escores: A Farmácia Clínica, apesar de ser uma força recente no Brasil, tem seu início nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, quando a presença do farmacêutico foi essencial para sanar dúvidas técnicas a respeito do uso de medicamentos. Na Europa, mais especificamente em Portugal, a partir dos anos 50 e 60, a Farmácia Clínica passa a se aproximar do conceito mais atual, no qual o farmacêutico é o profissional com conhecimento técnico-científico a respeito dos medicamentos e plenamente capaz de monitorar e acompanhar a terapia medicamentosa do paciente. No Brasil essa mudança tem ocorrido de forma gradual, e nos últimos vinte anos o papel da Farmácia Clínica tem ganhado importância. Juntamente com os processos e de certificação e qualificação, bem como a mudança do perfil profissional e da estrutura acadêmica do ensino superior, a Farmácia Clínica tem se tornado mais conhecida e o profissional farmacêutico assume novo papel frente a terapia medicamentosa e acompanhamento clínico do paciente. Segundo Santos (2013) a Farmácia Clínica tem como principais atividades interagir com a equipe de saúde, avaliar e monitorar a resposta terapêutica dos pacientes, fazer intervenções e recomendações sobre medicamentos. Nela o farmacêutico presta assistência ao paciente por meio da prática do uso racional de medicamentos, com adequação da terapia medicamentosa e prevenção de doenças. Engloba também a filosofia de atenção farmacêutica, que combina a orientação com conhecimento especializado para a obtenção de resultados positivos ao paciente, além da responsabilidade de contribuir para a geração de novos conhecimentos e pesquisas na área de saúde. O farmacêutico clínico trabalha promovendo a saúde utilizando diretrizes terapêuticas baseadas em evidências, intervindo e contribuindo na prescrição médica, não só sob aspectos técnicos, como também econômicos, para a obtenção de melhores resultados clínicos para o paciente. Do farmacêutico clínico requerem-se conhecimento especializado da terapêutica, boa compreensão dos processos de doença, bom conhecimento sobre os medicamentos, além de habilidades de comunicação, conhecimento da terminologia médica, habilidades de planejamento terapêutico e capacidade de avaliar e interpretar exames físicos e laboratoriais. Mas como traduzir isso em prática clínica? Nesse aspecto vamos levantar alguns pontos fundamentais de ação do farmacêutico dentro da prática clínica, destacando quais parâmetros acompanhar e como avaliar um paciente sob o ponto de vista farmacêutico. Sabendo que o farmacêutico é o profissional que lida com o medicamento e que detém o conhecimento técnico-científico sobre ele, podemos iniciar a prática clínica focando na prescrição medicamentosa. Um vez que ele terá acesso tanto à prescrição médica, quanto ao histórico clínico do paciente (prontuário médico, registros de saúde e exames laboratoriais), poderá avaliar a terapia selecionada para o paciente dentro do contexto da saúde, fazendo as alterações necessárias para que esta terapia seja segura, eficiente e que tenha adesão pelo paciente. Contudo, o volume de pacientes para análise pode ser superior a quantidade que o profissional consegue avaliar por período de tempo (a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar – SBRAFH - preconiza um farmacêutico para cada 30 leitos de unidade hospitalar de alta complexidade). Dessa forma o profissional precisa selecionar o perfil de pacientes com prioridade de acompanhamento, utilizando um Escore de Risco. Este recurso permite otimizar o acompanhamento farmacêutico, direcionando suas atividades àqueles pacientes que possuem maiores riscos de problemas relacionados à terapia. O escore de risco é uma tabela de valores associados a fatores que podem oferecer maior risco ao quadro clínico do paciente, ou que sejam fatores que tornem a terapia de maior risco. Para isso é preciso que o profissional conheça o perfil de pacientes da sua unidade de saúde, para que possa classificar e pontuar com maior acurácia os pacientes que possuem maior necessidade de atenção no acompanhamento. Por exemplo: numa unidade de saúde de alta complexidade, diariamente será feito o levantamento de pacientes para acompanhamento pelo farmacêutico, sendo que para cada fator de risco será atribuída uma determinada pontuação, que será somada para determinar a prioridade de acompanhamento no dia. Essa divisão gera os escores: 5 Demandam maior acompanhamento, pois os pacientes apresentam maior risco, necessitando acompanhamento clínico diário, com análise completa da prescrição médica e prontuário do paciente, acompanhando a evolução do quadro clínico e intervindo mais ativamente quando necessário. Pacientes com perfil intermediário, que possuem média complexidade e não demandam acompanhamento diário, porém precisam ser revisitados em intervalos de tempo. Pacientes com pouca probabilidade de problemas relacionados à terapia, podendo focar a avaliação apenas na validação da prescrição médica. 6 A tabela a seguir é um exemplo de como pontuar itens para um escore de acompanhamento, bem como dos critérios para definição de acompanhamento: PontuaçãoCondição do Paciente Paciente faz uso de: Antimicrobianos de uso reservado: Medicamentos potencialmente perigosos Apresenta problemas renais ou hepáticos 0 a 5 medicamentos > 7 pacientes de RISCO ALTO 4 a 7 pacientes de RISCO MODERADO < 4 pacientes de RISCO BAIXO 0 1 2 1 2 3 6 a 10 medicamentos > 10 medicamentos 1 11 a 2 0Não 1Sim 23 a 4 3> 4 2 a 3 > 3 Aplicação dos critérios de definição para acompanhamento 7 Uma vez identificado o paciente, a pontuação relacionada a cada item deve ser somada de acordo com o que o mesmo apresenta e se encaixa dentro dos critérios de acompanhamento propostos, sendo o valor total somado para definir o critério de acompanhamento. Este foi apenas um exemplo de como podemos definir quais pacientes serão acompanhados durante o período de trabalho, sendo que esses fatores e pontuações associados são variados, definidos conforme o próprio profissional farmacêutico de acordo com o perfil e demandas da instituição de saúde na qual atua. Na Farmácia Clínica podemos pontuar alguns aspectos para otimizar o acompanhamento farmacêutico. Sendo alguns deles: 1. ASPECTOS ECONÔMICOS: neste caso o objetivo é avaliar e terapia sob o aspecto financeiro tanto para o paciente, quanto para a instituição. A avaliação farmacoeconômica deve respeitar a eficiência e segurança do tratamento, nunca priorizando o aspecto financeiro em detrimento da terapia. Isso pode ser exemplificado na mudança de forma farmacêutica, na qual, por exemplo, um paciente que esteja em uso de terapia endovenosa de um medicamento – muitas vezes mais onerosa - possa utilizar o mesmo medicamento sob a forma farmacêutica oral, reduzindocustos e aumentando o conforto do paciente. 2. INDICAÇÃO E TEMPO DE TERAPIA: avaliar sob o ponto de vista clínico se os medicamentos prescritos estão de acordo com o quadro do paciente, baseando-se em literatura bem como em exames laboratoriais e relato clínico do quadro do paciente para correlacionar o uso do medicamento com a real necessidade do mesmo em terapia. Dessa forma promovendo o uso racional de medicamentos, especialmente de antimicrobianos guiados sob cultura. 3. COMPATIBILIDADE: nesse aspecto deve ser avaliada a compatibilidade do medicamento sob o ponto de vista físico e químico, se existe a possibilidade de formação de precipitados, se o soluto se dispersa corretamente no solvente, se drogas diferentes não reagem entre si. 4. APRAZAMENTO E INTERVALO POSOLÓGICO: avaliar o horário e intervalo de administração dos medicamentos também é fundamental para uma terapia eficiente e segura. Deve ser considerado tempo de meia vida e concentração ideal para efeito terapêutico, informações disponíveis em literatura, além de respeitar o ciclo biológico do indivíduo para administrar os medicamentos de acordo com sua ação. 5. REAÇÕES ADVERSAS E ERROS DE MEDICAÇÃO: Identificar ao longo da terapia e evolução clínica possíveis problemas relacionados ao uso do medicamento, sejam eles inerentes ao paciente, o que ocorre nos casos de reações adversas (no qual o paciente apresenta um problema inesperado e inevitável secundário ao uso do medicamento que foi administrado dentro da terapia preconizada em literatura), ou erros de medicação – ligados ao processo de prescrição e administração do medicamento, sendo eles evitáveis, uma vez que são inerentes aos cuidados prestados pelos profissionais de saúde. 6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: campo de atuação específico do farmacêutico, o domínio de informações sobre interações medicamentosas ou medicamentos-nutrientes, é fundamental para o sucesso da terapia, sem que ocorram falhas de tratamento por inefetividade medicamentosa. Existem diversos bancos de dados internacionais que fornecem informações atualizadas sobre as interações medicamentosas, classificando sua relevância, gravidade e descrevendo as possíveis consequências para a terapia do paciente. Da mesma forma as interações medicamento-nutrientes podem levar a falha na terapia, uma vez que os medicamentos podem ter absorção reduzida ou inefetiva. A seguir temos uma tabela com algumas das principais interações encontradas na prática clínica: Uma vez identificado o paciente, a pontuação relacionada a cada item deve ser somada de acordo com o que o mesmo apresenta e se encaixa dentro dos critérios de acompanhamento propostos, sendo o valor total somado para definir o critério de acompanhamento. Este foi apenas um exemplo de como podemos definir quais pacientes serão acompanhados durante o período de trabalho, sendo que esses fatores e pontuações associados são variados, definidos conforme o próprio profissional farmacêutico de acordo com o perfil e demandas da instituição de saúde na qual atua. Na Farmácia Clínica podemos pontuar alguns aspectos para otimizar o acompanhamento farmacêutico. Sendo alguns deles: 1. ASPECTOS ECONÔMICOS: neste caso o objetivo é avaliar e terapia sob o aspecto financeiro tanto para o paciente, quanto para a instituição. A avaliação farmacoeconômica deve respeitar a eficiência e segurança do tratamento, nunca priorizando o aspecto financeiro em detrimento da terapia. Isso pode ser exemplificado na mudança de forma farmacêutica, na qual, por exemplo, um paciente que esteja em uso de terapia endovenosa de um medicamento – muitas vezes mais onerosa - possa utilizar o mesmo medicamento sob a forma farmacêutica oral, reduzindo custos e aumentando o conforto do paciente. 2. INDICAÇÃO E TEMPO DE TERAPIA: avaliar sob o ponto de vista clínico se os medicamentos prescritos estão de acordo com o quadro do paciente, baseando-se em literatura bem como em exames laboratoriais e relato clínico do quadro do paciente para correlacionar o uso do medicamento com a real necessidade do mesmo em terapia. Dessa forma promovendo o uso racional de medicamentos, especialmente de antimicrobianos guiados sob cultura. 3. COMPATIBILIDADE: nesse aspecto deve ser avaliada a compatibilidade do medicamento sob o ponto de vista físico e químico, se existe a possibilidade de formação de precipitados, se o soluto se dispersa corretamente no solvente, se drogas diferentes não reagem entre si. 4. APRAZAMENTO E INTERVALO POSOLÓGICO: avaliar o horário e intervalo de administração dos medicamentos também é fundamental para uma terapia eficiente e segura. Deve ser considerado tempo de 8 meia vida e concentração ideal para efeito terapêutico, informações disponíveis em literatura, além de respeitar o ciclo biológico do indivíduo para administrar os medicamentos de acordo com sua ação. 5. REAÇÕES ADVERSAS E ERROS DE MEDICAÇÃO: Identificar ao longo da terapia e evolução clínica possíveis problemas relacionados ao uso do medicamento, sejam eles inerentes ao paciente, o que ocorre nos casos de reações adversas (no qual o paciente apresenta um problema inesperado e inevitável secundário ao uso do medicamento que foi administrado dentro da terapia preconizada em literatura), ou erros de medicação – ligados ao processo de prescrição e administração do medicamento, sendo eles evitáveis, uma vez que são inerentes aos cuidados prestados pelos profissionais de saúde. 6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: campo de atuação específico do farmacêutico, o domínio de informações sobre interações medicamentosas ou medicamentos-nutrientes, é fundamental para o sucesso da terapia, sem que ocorram falhas de tratamento por inefetividade medicamentosa. Existem diversos bancos de dados internacionais que fornecem informações atualizadas sobre as interações medicamentosas, classificando sua relevância, gravidade e descrevendo as possíveis consequências para a terapia do paciente. Da mesma forma as interações medicamento-nutrientes podem levar a falha na terapia, uma vez que os medicamentos podem ter absorção reduzida ou inefetiva. A seguir temos uma tabela com algumas das principais interações encontradas na prática clínica: 9 Efeito Clínico Grau de Interação RecomendaçãoMedicamento Interage com: Amicacina / Gentamicina AINEs: Diclofenaco / Ibuprofeno / Naproxeno ↑ ocorrência de nefrotoxicidade Moderada Monitorar aumento dos efeitos nefrotóxicos dos aminoglicosídeos (amicacina/gentamicina). Amiodarona Propranolol / Metoprolol Hipotensão arterial, bradcardia e parada cardíaca Grave Monitorar sinais e sintomas de bradcardia. Monitorar a pressão arterial. Anlodipino Atenolol / Metoprolol / Propranolol ↑ Efeito hipotensor do anlodipino e ocorrência de bradicardia Moderada Monitorar ocorrência de bradicardia, hipotensão arterial, ou sinais de insuficiência cardíaca. Amiodarona Digoxina Náusea, vômito e arritmia (toxicidade pela digoxina) Moderada Considerar modificação da terapia ou redução de um terço da dose da Digoxina. Monitorar efeitos tóxicos (náusea, vômito e arritmia). Amiodarona Hidrocortisona Risco de arritmias; Hipocalemia; Hipomagnesemia Grave Monitorar frequência cardíaca e níveis séricos de potássio e magnésio Fenitoína Anlodipino / Nifedipino / Nimodipino / Diltiazem / Verapamil ↑ efeitos tóxicos da Fenitoína Moderada Monitorar ocorrência de efeitos tóxicos (depressão do SNC, nistagmo, vertigem, sonolência, ataxia). 10 Efeito Clínico Grau de Interação RecomendaçãoMedicamento Interage com: Captopril / Enalapril AAS ↓ resposta anti-hipertensiva Moderada Monitorar pressão arterial. Ciprofloxacino Metilprednisolona / Hidrocortisona / Dexametasona / Betametasona / Prednisona ↑ risco de tendinite e ruptura do tendão Grave Uso concomitante deve ser evitado. Monitorar paciente para sinais de dor, inchaço ou inflamação de um tendão Fenitoína Antiácidos (Carbonatode Cálcio / Bicarbonato de sódio / Hidróxido de alumínio) ↓ efeitos terapêuticos da Fenitoína Moderada Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos da Fenitoína. Heparina Vitamina E ↑ risco de hemorragias Moderada Monitorar sinais clínicos (hemorragias) e laboratoriais (TTPA e TAP) de alterações hematológicas quando suplementação com Vitamina E > 400 unidades/dia. Caspofungina Ciclosporina ↑ ocorrência de hepatotoxicidade Grave Evitar uso concomitante. Caso seja extremamente necessário, monitorar aumento de transaminases (ALT/AST). Clopidogrel AINESs (Diclofenaco / Ibuprofeno / Naproxeno) Risco hemorrágico Moderada Monitorar a evidências de redução da função plaquetária (hemorragia). Eritromicina / Azitromicina/ Moxifloxacino / LevofloxacinoHaloperidol ↑ risco de arritmias ventriculares Grave Evitar uso concomitante. Monitorar paciente para sinais e sintomas como tonturas, palpitações ou síncope. 11 Efeito Clínico Grau de Interação RecomendaçãoMedicamento Interage com: Heparina Varfarina ↑ risco de hemorragias Grave Monitorar sinais clínicos (hemorragias) e laboratoriais (TTPA e RNI) de alterações hematológicas. Para ↓ a interferência da Heparina no RNI, o sangue deve ser coletado pelo menos 5 horas após a última dose de Heparina IV ou 24 horas após a última dose de Heparina SC. Polimixina B Atracúrio / Pancurônio / Suxametônio ↑ efeito bloqueador neuromuscular do atracúrio/pancurônio - Paralisia da musculatura respiratória Grave Evitar uso concomitante. Monitorar função respiratória. ClopidogrelOmeprazol ↓ do efeito anticoagulante do clopidogrel: risco de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral isquêmico Grave Evitar o uso concomitante. Se gastroproteção é necessária, antagonistas dos receptores H2 ou antiácidos devem ser prescritos sempre que possível (por exemplo, ranitidina). Diltiazem / VerapamilSinvastatina ↑ risco de rabdomiólise Grave Evitar uso concomitante. Se uso concomitante necessário, monitorar ocorrência de toxicidade (miosite, rabdomiólise). Monitorar níveis de Creatina-fosfoquinase sérica (CK). Pravastatina tem menor risco de causar rabdomiólise. Efeito Clínico Grau de Interação RecomendaçãoMedicamento Interage com: Tramadol Fluoxetina Ocorrência de irritabilidade, alteração da consciência, confusão, ataxia, cólicas abdominais, hipertermia, tremores, dilatação das pupilas, sudorese, hipertensão arterial e taquicardia. Grave Monitorar pressão arterial; Monitorar frequência cardíaca; Monitorar paciente para aparecimento dos sinais clínicos Fontes de Vitamina KVarfarina ↑ risco hemorrágico Grave Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar aumento das evidências de sangramento. 12 13 2. PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA A mudança de perfil de atuação clínica do farmacêutico trouxe a proposta de prescrição realizada por este profissional, sendo ela validada pela Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013. Este documento nos diz que: No mundo contemporâneo, os modelos de assistência à saúde passam por profundas e sensíveis transformações resultantes da demanda por serviços, da incorporação de tecnologias e dos desafios de sustentabilidade do seu financiamento. Esses fatores provocam mudanças na forma de produzir o cuidado à saúde das pessoas, a um tempo em que contribuem para a redefinição da divisão social do trabalho entre as profissões da saúde. A ideia de expandir para outros profissionais, entre os quais o farmacêutico, maior responsabilidade no manejo clínico dos pacientes, intensificando o processo de cuidado, tem propiciado alterações nos marcos de regulação em vários países. Com base nessas mudanças, foi estabelecida, entre outras, a autorização para que distintos profissionais possam selecionar, iniciar, adicionar, substituir, ajustar, repetir ou interromper a terapia farmacológica. Essa tendência surgiu pela necessidade de ampliar a cobertura dos serviços de saúde e incrementar a capacidade de resolução desses serviços. 14 O farmacêutico poderá realizar a prescrição de medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e preparações magistrais - alopáticos ou dinamizados -, plantas medicinais, drogas vegetais e outras categorias ou relações de medicamentos que venham a ser aprovadas pelo órgão sanitário federal para prescrição do farmacêutico. O farmacêutico poderá prescrever medicamentos cuja dispensação exija prescrição médica, desde que condicionado à existência de diagnóstico prévio e apenas quando estiver previsto em programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas, aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde ou quando da formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de saúde. Para a Prescrição destes medicamentos, será exigido, pelo Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, o reconhecimento de título de especialista ou de especialista profissional farmacêutico na área clínica, com comprovação de formação que inclua conhecimentos e habilidades em boas práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica. Já para a Prescrição de medicamentos dinamizados, será exigido o reconhecimento de título de especialista em Homeopatia ou Antroposofia. A prescrição farmacêutica deverá ser redigida por extenso, de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais, sem emendas ou rasuras, devendo conter os seguintes componentes mínimos: A) identificação do estabelecimento farmacêutico, consultório ou do serviço de saúde ao qual o farmacêutico está vinculado; B) nome completo e contato do paciente; C) descrição da terapia farmacológica, quando houver, incluindo as seguintes informações: nome do medicamento ou formulação, concentração/dinamização, forma farmacêutica e via de administração; dose, frequência de administração do medicamento e duração do tratamento; instruções adicionais, quando necessário; descrição da terapia não farmacológica ou de outra intervenção relativa ao cuidado do paciente, quando houver; nome completo do farmacêutico, assinatura e número de registro no Conselho Regional de Farmácia; local e data da prescrição. 15 O processo de prescrição farmacêutica é constituído das seguintes etapas: A) identificação das necessidades do paciente relacionadas à saúde; B) definição do objetivo terapêutico; C) seleção da terapia ou intervenções relativas ao cuidado à saúde, com base em sua segurança, eficácia, custo e conveniência, dentro do plano de cuidado; D) redação da prescrição; E) orientação ao paciente; F) avaliação dos resultados; G) documentação do processo de prescrição. Estes são apenas os pontos principais relacionados à prescrição farmacêutica, sendo toda a questão normativa e jurídica descrita de forma completa na RDC 586. 16 REFERÊNCIAS CRFMS, 2013. Adaptado. https://www.crfms.org.br/noticias/prescricao-farmaceutica/2 471-o-que-e-a-prescricao-farmaceutica-veja-aqui-as-10-per guntas-mais-frequentes ICTQ - Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade, adaptado. 2018. https://www.ictq.com.br/ RDC 586, 2013. Conselho Federal de Farmácia. https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf SANTOS, Luciana. 2013. Medicamentos na prática da farmácia clínica. Ed Artmed. 687 pags. SBRAFH, 2017. Padrões Mínimos para Farmácia Hospital/Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar. São Paulo, 2017. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, 2011. Guia Farmacoterapêutico de Interações Medicamentosas. https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/734/o/Guia_de_Interaco es_Medicamentosas.pdf?1409055761 R. Alceu Amoroso Lima, 172 - Salvador Office & Pool, 3º Andar - Caminho das Árvores CEP 41820-770, Salvador/BA - Brasil Unimos educação e tecnologia para que você escolha o melhor horário e viva a experiência de estudar no seulugar preferido. pos.sanarsaude.com
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