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1 Caroline Siza Diarreia O que é? Aumento do número de evacuações Fezes aquosas ou de pouca consistência Pode ocorrer presença de sangue Muitas vezes acompanhada de febre, dor e distensão abdominal e por vezes de náuseas e vômitos Definição Perda excessiva de água e eletrólitos através das fezes resultando em aumento do volume e frequência das evacuações e diminuição na consistência das fezes Termos práticos: ocorrência de mais de 3 evacuações amolecidas dentro de 24h Classificação das diarreias Diarreia aguda: possui duração inferior a 14 dias. Na maioria das vezes tem origem infecciosa Diarreia persistente: tem duração de 14 dias ou mais Diarreia crônica: se estende por período superior a 30 dias, podendo ou não haver síndrome de má absorção associada Diarreia aguda (75%) Tempo menor que 2 semanas Má absorção de água e eletrólitos Geralmente de causa infecciosa Persistente ou protraída (20%) Tempo maior que 2 semanas Até 10% causam problemas nutricionais e contribuem para mortalidade Algum fator (desnutrição ou introdução recente de leite de vaca na dieta) impediu a regeneração do enterócito após infecção aguda Crônica >1 mês Pode ou não haver síndrome disabsortiva associada Diarreia aguda A diarreia aguda é definida como a eliminação súbita de fezes de conteúdo líquido acima do habitual, associada, em geral, a um aumento do número de evacuações. De etiologia infecciosa na grande maioria dos casos; Evolução potencialmente autolimitada Duração igual ou inferior a 14 dias. Desidratação (complicação) Desnutrição (sequela): círculo vicioso Caracterizada pela má absorção intestinal de água e eletrólitos. Também denominada de infecção intestinal, diarreia aguda infecciosa e gastroenterite 2 Caroline Siza Epidemiologia Importante causa de morbidade infantil no mundo, em especial nos países em desenvolvimento Causa isolada ou associada dos estimados 3 milhões de óbitos em crianças/ano (especialmente <1 ano) No brasil, a região nordeste é a mais prevalente: risco de morte 5 vezes maior que a região sul ↑ ocorrência em populações mais pobres: precárias condições de saneamento básico, higiene ambiental e pessoal Um dos principais agravos à nutrição Disseminação da terapia de reidratação oral (baixo custo e eficácia comprovada) modificou significativamente o perfil da morbimortalidade pela doença nos últimos anos. Deve-se ressaltar o papel do aleitamento materno como importante mecanismo de defesa contra a ação dos agentes infecciosos Patogenia A maior prevalência de líquidos observados nas fezes das crianças com quadros diarreicos agudos, resulta de um desequilíbrio entre a absorção e secreção de água e eletrólitos no intestino. o Ocasionado por uma redução da absorção, por um aumento da excreção, ou por ambos, o Tendo como resultado o predomínio do fluxo de água, eletrólitos e nutrientes do meio interno em direção a luz intestinal. o O líquido presente nas fezes contém água, eletrólitos e nutrientes. Quando os mecanismos de defesa do próprio organismo (muco, acidez gástrica, flora intestinal bacteriana, peristaltismo, sistema imune local) não são capazes de combater o patógeno/agente agressor, há inversão do fluxo normal de líquidos e o consequente aparecimento da diarreia. Os mecanismos osmótico e secretor são usados para descrever diarreias associadas a agentes infecciosos. Osmótica: Caracterizada pela retenção de líquidos dentro do lúmen intestinal devido a presença de solutos osmoticamente ativos não absorvidos o Exemplos: deficiência de lactase; uso de laxantes. o Nunca suspender alimentação por tempo prolongado o Regeneração do enterócito → estímulo trófico → alimento na luz o Diminuição do pH fecal – eritema perianal (ác. orgânicos) – distensão abdominal, cólicas e fezes explosivas (gases) – melhora com jejum. Os agentes infecciosos que alcançam as porções mais apicais das vilosidades do intestino delgado podem provocar alterações anatômicas e/ou funcionais da mucosa intestinal 3 Caroline Siza Entre essas alterações, está a redução da ação das enzimas localizadas nas microvilosidades, ocasionando prejuízo da digestão/absorção desses nutrientes o Dentre essas enzimas, destacam-se as dissacaridades, como a lactase, responsável pela digestão da lactose Com a absorção prejudicada, o açúcar não absorvido acumula-se na luz intestinal, favorecendo o afluxo de água e eletrólitos, e quando no intestino grosso, sofre metabolização bacteriana resultando na formação de partículas menores e na produção de ácidos orgânicos e gases (que elevam ainda mais a osmolaridade) “A expressão clínica do mecanismo osmótico caracteriza-se pela ocorrência de diarreia com fezes de conteúdo ácido e hiperosmótico, eliminadas com gases (fezes explosivas), substâncias redutoras presentes, distensão e cólicas abdominais, assim como hiperemia da região perineal” (SBP) A intensidade desses fenômenos é proporcional a quantidade do açúcar não absorvido e cessa quando o açúcar é retirado da dieta. Invasiva: Também chamada de inflamatória Ocorre lesão da célula epitelial do intestino, impedindo a absorção de nutrientes Também pode ter um mecanismo secretor As bactérias invadem a mucosa e podem chegar a submucosa, com consequente aparecimento de sangue e leucócitos nas fezes Exemplos: Shigella, Salmonella, Campylobacter, Amebíase Secretora: É caracterizada pelo aumento da secreção intestinal de água e eletrólitos, cloro e bicarbonato; Maior volume fecal A desidratação ocorre rapidamente Exemplos: ativ. AMPc: cólera, E. coli enterotoxigênica, Shigella, Salmonella, Campylobacter; ativ GMPc: toxina C. difficile, neuroblastoma, tumor carcinoide. O mecanismo secretor é ativado quando há aumento de ânions como bicarbonato e cloro, que pode ser desencadeado por agentes que atuam como verdadeiros secretagogos – exemplo clássico é aquela induzida por enterotoxinas bacterianas Após a colonização do intestino, algumas bactérias produzem enterotoxinas que promovem o aumento intracelular de mediadores de secreção intestinal, como AMPc, GMPc e Ca++ O aumento dos mediadores da secreção, ativa as proteinocinases, desestabilizando as proteínas da membrana celular → ocorre a abertura dos canais de Cl-, seguindo-se de Na+ e a água. Perdas hidroeletrolíticas são intensas e, se não repostas em tempo hábil, podem levar à desidratação grave em um curto período de tempo. 4 Caroline Siza Síndromes clínicas Diarreia aguda aquosa (90%) o Rotavírus o Escherichia coli (enterotoxigênica e enteropatogênica) o Vibrio cholerae o Giardia lamblia o Criptosporidium Disenteria (muco, pus e sangue) (10%) o Shigella o Campylobacter jejuni o Salmonela o Eschechiria coli (enteroinvasiva, enterro-hemorrágia e enterro- agregativa) o Entamoeba histolística Diarreia aguda aquosa (90%) Rotavírus Mais comum em crianças <2 anos – principal causa de diarreia grave em menores de 2 anos de idade Cerca de 1 milhão de mortes em todo o mundo 80 sorotipos (imunidade cruzada com outros sorotipos) – tipos G1 e G4 são os de maior importância epidemiológica para o homem. 1ª infecção é a mais grave: VACINAÇÃO – decresce progressivamente a partir das demais, Nos países de clima temperado, ocorre principalmente nos meses mais frios, enquanto nos tropicais ocorrem ao longo do ano. Ciclo oral-fecal Clinica: o Incubação <48h o Febre e vômitos → evacuações frequentes e fezes líquidas abundantes o Persistem por 5-7 dias o Vômitos e febres geralmente cessam no 2º dia o Desidratação se instala rapidamente Diagnóstico: ELISA de amostras fecais Diarreia osmótica + diarreia secretora = GRAVE // proteína viral NSP4 leva ao aumento do cálcio intracelular Esquema vacinal o Duas doses: 1ªdose é administrada aos 2 meses e a 2ª dose, aos 4 meses. Enterites virais: aumento da permeabilidade para moléculas → alergias alimentares 5 Caroline Siza o Simultaneamente com a tetravelente DTP/Hib) e Sabin c o Intervalo mínimo de 4 semanas entre as doses Bactérias – Escherichia coli (“diarreia dos viajantes”) Bactérias gram (-) componentes da flora endógena do intestino humano; E. coli enterotoxigênica (ECET): o Principal causa de diarreia bacteriana no Brasil o Transmitido por água e alimentos contaminados o Atua sem invadir ou lesar a mucosa intestinal, produzindo 2 tipos de enterotoxinas: LT (termolábil) e ST (termoestável) – que aumentam a perda hídrica por estímulo do AMPc e GMPc o Diarreia é abundante e aquosa, variando de moderada a grave o Curso é autolimitado, com duração média de 5 dias, podendo, em algumas situações prolongar- se até 3 semanas. E. coli enteropatogênica (ECEP): o Organismos aderem às microvilosidades intestinais e as destroem, promovendo atrofia vilositária, inflamação da lâmina própria e má absorção de água, eletrólitos e de nutrientes por osmose e secreção. o Responsável por surtos epidêmicos em berçários e associada à diarreia persistente o Importante causador de diarreia em crianças menores de 2 anos – infecção rara em crianças dm aleitamento materno o Diarreia intensa e aquosa; vômitos, febre baixa e dor abdominal – mais frequentemente relatados Bactérias - Vibrio cholerae Principalmente causado por mariscos e peixes malcozidos ou crus. Transmissão fecal-oral Necessário grande inóculo (destruído pela acidez gástrica) Clínica: início súbito, diarreia aquosa profusa, fezes liquidas amarelo-esverdeadas, odor peculiar de peixe, sem sangue, “água de arroz” (riziformes) Período de incubação varia de 5 horas a 5 dias e a infecção, na maioria das vezes, traduz-se em quadro de gastroenterite de intensidade leve/moderada a grave + perdas significativas de água e eletrólitos, que pode evoluir p/ choque hipovolêmico e óbito Fezes “água de arroz” pela abundante quantidade de água e muco. A resolução da diarreia ocorre em cerca de 4 a 6, caso o paciente receba hidratação adequada Produz toxina que estimula o AMPc – resultando no aumento da secreção intestinal. Parasitas – Giardia lamblia Transmissão pode ser de forma direta (pessoa-pessoa) ou indireta (por ingestão de água ou alimentos contaminados) Incubação de 1 a 2 semanas 6 Caroline Siza Clínica: varia de assintomáticos até manifestações de diarreia aguda com distensão abdominal, flatulência e cólica. Pode levar à má-absorção, com perda de peso e esteatorreia. o Em geral, as fezes contem muco, mas raramente sangue, pus ou gorduras. Parasitas – Criptosporidium Diarreia autolimitada, volumosa, com cólicas intensas em pacientes imunodeprimidos, podendo causar diarreia persistente em imunocompetentes Disenteria (muco, pus e sangue) – 10% Bactérias – Campylobacter jejuni Principal causa de disenteria em países desenvolvidos Comum a presença de animais domésticos nas casas – transmissão mais comum é a animal-pessoa. Clínica: diarreia aquosa leve que por volta do 2º dia evolui para disenteria com tenesmo e cólicas abdominais. o Fezes em pequena quantidade, com elevada frequência, associada à eliminação de sangue, muco e pus Associada à síndrome de Guillain-Barré (endotoxina semelhante à gangliosídio da mielina), artrite reativa, sem febre, síndrome e Reiter e eritema nodoso. Bactérias – Shigella Bactéria gram negativa com capacidade inasora e de produzir citotoxina (Shiga-like) e neurotoxina Principal causa de disenteria (60%) o Disenteria bacilar: evacuações de pequenos volumes, elevada frequência, de início aquosa e posteriormente contendo sangue, muco e pus, associado a tenesmo e cólicas abdominais Patogenia o Bactéria invasiva → úlceras → sangue (submucoso) → leucócitos (muco) o Toxina de Shiga → Síndrome hemolítico-urêmica (SHU) Endotelite → aumento da coagulação intravascular IRA (trombo no capilar glomerular) Anemia hemolítica microangiopática Trombocitopenia Quadro clínico: invasiva, inflamatória, enterocolite, SHU, febre alta, dor abdominal intensa Laboratório: aumento de leucócitos fecais / leucocitose com desvio à esquerda Transmissão: pessoa-pessoa Bactérias – E. Coli E. coli enteroinvasiva (ECEI) o Clinica semelhante à Shigella, porém sem produção de toxina, logo não associada a SHU Fezes inicialmente aquosas, posteriormente mucossanguinolenta; associada a tenesmo, febre, cólica, anorexia e astenia o Desidratação não é tão intensa, mas pode apresentar sinais de hiponatremia E. coli enterohemorrágica (ECEH) o Produz 2 potentes toxinas: Shiga-like toxina 1 e Shiga-like toxina 2, que se ligam a receptores intestinais e renais – desencadeiam diarreia sanguinolente e/ou SHU (síndrome hemolítico- urêmica) o Sendo que o sorotipo mais associado com a SHU é o O157:H7 o Transmitida por carne boina mal cozinha e leite não pasteurizado o Ausência de febre ou febre baixa – diferencial para diarreias com sangue 7 Caroline Siza Bactérias – Salmonella Transmissão: ingestão de produtos de animais contaminados (carne, ovo, leite, ave) Clínica: início abrupto com febre, cólicas e diarreia liquida. Em alguns casos sangue e muco. Algumas crianças podem ter doença intensa, com febre elevada, cefaleia, confusão mental, meningismo e convulsões 6% bacteremia: pode causar meningite, osteomielite, pneumonia e endocardite. Mais comum em lactentes <3 meses e em crianças com resposta imune reduzida e portadores de anemia falciforme (osteomielite) Mais frequentemente crianças menores de 5 anos Apresentam quadros diarreicos típicos de enterocolite o Enterocolite resulta de uma invasão de bactérias nas células epiteliais no intestino, com posterior migração para a lâmina própria, onde se multiplicam e estimulam a secreção ativa de líquidos, resultando em fezes aquosas, mas que podem conter muco e sangue. Tratamento O tratamento da diarreia tem como objetivo fundamental a prevenção da desidratação, bem como p reestabelecimento do equilíbrio hidroeletrolítico do paciente até que o processo evolua para a cura. Plano A: criança sem desidratação Não há necessidade de esquema terapêutico rígido Orientar familiares sobre a evolução natural da doença e o risco de complicações Aumentar a ingestão hídrica (soluções caseiras) o Após cada evacuação diarreica: <1 ano: 50 a 100mL >1 ano: 100 a 200mL Adolescentes (>10 anos): quantidade que desejar Manter dieta habitual da criança Plano b: criança com desidratação Terapia de reidratação oral (TRO – em unidade de saúde) o Pesar: SRO 50-100ml/kg em 4-6 horas) Forma de administração (hábito da criança) Alimentação: manter aleitamento materno Avaliar frequentemente – sinais clínicos - peso - diurese Critério de alta: hidratada (segue com plano A) Gastróclise: reposição por sonda nasogástrica Gastróclise ou gotejamento contínuo: alimentação enteral contínua através de bomba de infusão e uma sonda introduzida via oral ou nasogástrica 8 Caroline Siza o Volume: 20 – 30ml/kg/hota o Indicações: dificuldade de ingestão da SRO, vômitos persistentes em TRO (4 a 5x/1h); distensão abdominal acentuada, com RH (+), que não desaparece mesmo após um intervalo maior entre as tomadas; perda de peso após 2h de TRO o Se vômito durante TRO... ↓ alíquotas / ↑ intervalos Plano C: criança com desidratação grave Ringer Lactato ou SF 0,9% - 100ml/kg <1 ano (6 horas): 30ml/kg em 1 hora 70ml/kg em 5 horas >1 ano (3 horas): 30ml/kg em 30 minutos 70ml/kg em 2 horas e meia Reavaliar a criança a cada uma a duas horas TRO tão logo possível: 5ml/kg/h) quando despertar e com sede Reavaliar após o termino da infusão venosa Reclassificare escolher o plano apropriado Se hidratado – PLANO A/ se desidratado... PLANO B / se grave... PLANO C Antimicrobianos Objetivos: Obter melhora dos sintomas; Diminuição do tempo de doença; Prevenir complicações Eliminar a excreção fecal dos agentes Reservado aos casos de disenteria e que, após reidratação, mantem comprometimento do estado geral, e aos casos graves de cólera Medicamentos desnecessários e contraindicados Antieméticos (metoclopramida, clorpromazina) – manifestação extrapiramidal; depressores do SNC; podem dificultar ou impedir a criança de ingerir o soro Antiespasmóticos (elixir paregórico, atropínicos, loperamida, difenoxilato): inibem o peristaltismo, facilitanto a proliferação dos germes e assim, o prolongamento da diarreia; podem levar à falsa impressão de melhora Adstringentes (caolin-pectina, carvão): tem apenas efeito cosmético, aumento da consistência das fezes; mantém a perda de água e eletrólitos; expoliam sódio e potássio Antipiréticos (dipirona): podem produzir sedação, prejudicando a ingestão do SRO Sacaromices e similares (“floratil”): não há evidência de melhora; apenas onera o tratamento; parece ser eficaz na prevenção da diarreia relacionada a antibióticos Suplementação de zinco Vantagens: diminuição da duração e da gravidade; diminuição do risco de recorrência FASE 1 - expansão ou reparação: se estabelece o estado normal de hidratação em curto tempo FASE 2 – manutenção: visa cobrir as necessidades diárias de água e eletrólitos, associada a reposição de perdas anormais que ocorrem durante todo o episódio diarreico 9 Caroline Siza Dose: o <6 meses: 10mg/dia o >6meses: 20mg/dia Alimentação na diarreia Aleitamento materno deve ser mantido e estimulado na reidratação Crianças com aleitamento misto ou artificial devem continuar a receber dieta habitual após reidratados Alimentos não devem ser diluídos, mesmo o leite de vaca, para não reduzir o aporte calórico Aumento de 1 ou mais refeições ao dia para compensar as perdas e evitar o comprometimento nutricional Não há restrição alimentar a gordura Diarreias crônicas Não são autolimitadas – necessita de interveção terapêutica específica para seu controle Tratamentos e etiologias bem diferentes Causas intestinais e extraintestinais: o Desde doenças congênitas, desordens disabsortivas, processos inflamatórios e tumorais do intestino até afecções benignas o No brasil, mais prevalentes são: Enteroparasitoses (1ª) Desnutrição à proteico-energética primária Alergia a proteína do leite da vaca Doença celíaca Síndrome do intestino irritável Definição >30 dias; ou 3 ou mais episódios de curta duração em intervalo de tempo superior a 2 meses Etiologia – parasitoses Giárdia lamblia Strongyloides stercoralis Entamoeba histolytica Schistosoma mansoni Cryptosporidium Isospora belli Tratamento nas crônicas Específico para cada patologia Controlar a diarreia com o objetivo de diminuir a espoliação nutricional e as perdas fecais, enquanto não é feito o diagnóstico 10 Caroline Siza Doença celíaca Introdução Intolerância permanente induzida pelo glúten (fração proteica do trigo, cevada e centeio) Uma enteropatia mediada por linfócitos T (indivíduos geneticamente predispostos) Clínica Formas: Clássica (típica) o Representa a maioria o Má absorção (sintomas após semanas-meses) o Diarreia crônica (volumosa, pálida, gordurosa) o Distensão abdominal e perda de peso o Diminuição do tecido celular subcutâneo, atrofia glútea, diminuição do apetite e altera humor o Vômitos e anemia o Pode apresentar-se grave (crise celíaca) Não clássica (atípica) o Mais tardiamente, manifestações ausentes ou quando presentes são 2º plano o Ex: diminuição da estatura, anemias, osteoporose, hipoplasia do esmalte dentário, artralgias ou atrites e constipação intestinal e refratária ao tratamento Assintomática (silenciosa) o Alterações sorológicas e histológicas da mucosa do delgado Tratamento e prognóstico Dieta sem glúten durante toda a vida o Excluir trigo, centeio e cevada o Alimentação permitida Arroz, grãos (feijão, lentilha, soja, ervilha, grão-de-bico), óleo, azeite, vegetais Hortaliças, frutas, tubérculos (batata, mandioca, cará, inhame), ovos Carne (bovina, suína, peixes e aves), leite e derivados o Gluten pode ser substituio pela farinha do: milho, arroz, batata, mandioca, milhete, quinoa e amaranto Síndrome do intestino irritável Diarreia crônica inespecífica, funcional ou da criança que começa a andar Epidemiologia Comum no mundo todo, em todas as idades Considerado modelo normalmente entre 6-36 meses (desmame → introdução de novos alimentos) Prevalência ainda desconhecida (principalmente no brasil), pela falta de estudos epidemiológicos Fisiopatologia Parece ser parte e uma reação contínua a estímulos internos e externos do SNC e SN Entérico Estudos apontam que há ausência ou presença de atividade pós-prandial absortiva, quando aparecia em combinação com atividade de jejum Periodicidade e a amplitude do CMM estão alterados, há aumento de contração e, também, duração pós-pradial alterada, com fase III presente 11 Caroline Siza o Diminui o tempo de transito intestinal e aumento da chegada ao cólon de sais biliares, nutrientes não digeridos e não absorvidos Clínica Entre 6-36 meses Sintomas persistentes ou recorrentes Aumento da frequência de evacuações em relação ao padrão normal para a idade Diminuição da consistência, clara ou colorida, cheiro forte ou sem cheiro, com restos alimentares, pode conter muco e “areia” (gr. de amido) Não evacua dormindo Desenvolvimento, crescimento e ganho de peso são normais Alegria à proteína do leite da vaca Reação adversa ao componente proteico do leite, evolvendo mecanismo imunológico Epidemiologia Estima-se que 2-5% da população infantil apresente alergia as proteínas do leite de cava (APL) comprovada por mecanismo IgE. Fatores de risco História familiar (+uso leite de vaca durante a gestação) Sensibilização por proteínas bovinas veiculadas pela secreção láctea materna Aleitamento misto Clínica Reações: podem ser generalizadas ou localizadas no aparelho digestivo ou mais frequentemente com sintomas cutâneos associados (eritema, urticária, eczema) as vezes respiratórios e neurológicos (insônia, irritabilidade) Sintomatologia: 30-60 minutos após ingestão de LV Sintomas cutâneos Urticária aguda Angioedema Erupção peribucal Choque anafilático Dermatite atópica/de contato Digestivos Vômitos Diarreia Refluxo gastoesofágico Esofagite eosinofílica Proctocolite/enterocolite Respiratório Rinite aguda Broncoespasmo Asma Hemossiderose pulmonar Tratamento Aleitamento ao peito, excluir leite de vaca Retirada de alérgenos da alimentação materna (ex: leite de vaca) 12 Caroline Siza Substituir as PLV por de outras espécies, utilizar leite de soja Fórmulas de substituição: o Fórmulas de soja isentas de lactose o Fórmulas semi-elementares Sinais e sintomas associados Perda de peso Desaceleração do crescimento Distensão abdominal Vômitos Dor abdominal o Relacionada a doença inflamatória, às parasitoses e à intolerância a lactose na criança menor Tenesmo o Pode estar presente nas diarreias do cólon Assadura perianal o Sugerem má absorção de carboidrato Amebíase Entamoeba hystolytyca Transmissão: cistos em alimentos contaminados Habitat: intestino grosso, fígado, pulmão e cérebro Sintomas: diarreia, vômitos, ulceração na mucosa intestinal, necroses hepáticas, pulmonares e cerebrais Prevenção: saneamento básico, higiene Giárdia Um protozoário (ser unicelular) flagelado limitada ao intestino delgado e ao trato biliar. Este parasitaapresenta-se sob as formas de trofozoítos que são as formas ativas vivendo e se reproduzindo no hospedeiro e as formas e cistos que são as formas infectantes e de resistência do parasita. Os cistos ingeridos, em sua passada pelo meio ácido do estômago, são ativados e se transformam em trofozoitos 13 Caroline Siza Como evitar a diarreia? 1. Destino adequado do lixo 2. Destino adequado de dejetos 3. Controle de vetores 4. Higiene pessoal 5. Higiene alimentar 6. Qualidade da água Qualidade da água Hipoclorito de sódio 2.5% - 2 gotas de água sanitário para 1L de água ou 1 colher de chá para 20L de água
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