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Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006.doc 
ESTADO DE SANTA CATARINA 
SECRETARIA DE ESTADO DA INFRA-ESTRUTURA 
DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
DIRETORIA DE ENGENHARIA 
GERÊNCIA DE MEIO AMBIENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANUAL DE PROCEDIMENTOS AMBIENTAIS 
RODOVIÁRIOS 
DEINFRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVISÃO 
 
MARÇO DE 2006
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006.doc 
ESTADO DE SANTA CATARINA 
SECRETARIA DE ESTADO DA INFRA-ESTRUTURA 
DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
DIRETORIA DE ENGENHARIA 
GERÊNCIA DE MEIO AMBIENTE 
 
APRESENTAÇÃO 
O Departamento Estadual da Infraestrutura - DEINFRA/SC apresenta a revisão do Manual 
de Procedimentos Ambientais Rodoviários, em atendimento aos compromissos assumidos no 
Contrato de Empréstimo N0 1390/OC-BR, firmado entre o Estado de Santa Catarina e o Banco 
Interamericano de Desenvolvimento – BID, para o Programa Rodoviário do Estado – BID IV. 
Este documento é previsto para contar com um caráter dinâmico, compreendendo um 
conjunto de procedimentos e ações que visam a efetiva implantação de uma Política Ambiental 
para o setor rodoviário e a incorporação freqüente de adequações necessárias, ditadas pela 
experiência na implementação das atividades relativas a obras e serviços rodoviários. 
O Manual de Procedimentos Ambientais Rodoviários está organizado em capítulos com 
paginação independente de maneira a possibilitar sua atualização sempre que houver 
necessidade. Esta versão da revisão do Manual de Procedimentos Ambientais Rodoviários e da 
IS – 05 – Estudo e Projeto de Meio Ambiente, assim como a revisão e complementação de outras 
Instruções de Serviços e elaboração de Especificações Técnicas dirigidas aos serviços 
ambientais, visam a divulgação e consenso no âmbito interno do DEINFRA/SC, promovida pela 
Gerência de Meio Ambiente – GEMAM, de forma a aprimorar o conteúdo do documento. 
Esta revisão do Manual de Procedimentos Ambientais Rodoviários do DEINFRA foi 
aprovada através de Resolução do Conselho Administrativo do DEINFRA, Resolução CA nº 0125, 
de 16 de Maio de 2006 . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006.doc 
ESTADO DE SANTA CATARINA 
SECRETARIA DE ESTADO DA INFRA-ESTRUTURA 
DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
DIRETORIA DE ENGENHARIA 
GERÊNCIA DE MEIO AMBIENTE 
 
ÍNDICE 
 
1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................................1-1 
2. QUADRO INSTITUCIONAL .................................................................................................2-1 
2.1. O SETOR RODOVIÁRIO EM SANTA CATARINA.....................................................................2-2 
2.2. DEPARTAMENTO DE INFRA-ESTRUTURA ............................................................................2-3 
2.2.1. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO DEINFRA ...........................................................2-7 
2.3. FUNDAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ........................................................................................2-7 
3. QUADRO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL..........................................................................3-1 
3.1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................3-1 
3.2. LICENCIAMENTO AMBIENTAL.............................................................................................3-3 
3.3. ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL....................................................................................3-5 
3.4. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL .......................................................................................3-7 
3.5. QUESTÕES JURÍDICAS AMBIENTAIS RELACIONADAS AOS EMPREENDIMENTOS RODOVIÁRIOS 3-8 
3.5.1. MATA ATLÂNTICA E RECURSOS FLORESTAIS.............................................................3-9 
3.5.2. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ................................................................3-10 
3.5.3. COMPENSAÇÃO DO DANO AMBIENTAL ....................................................................3-12 
3.5.4. USO DO SOLO, GERENCIAMENTO COSTEIRO E PLANOS DE DESENVOLVIMENTO 
REGIONAL ...................................................................................................................3-13 
3.5.5. DESAPROPRIAÇÕES ..............................................................................................3-15 
3.5.6. PROTEÇÃO DAS ÁGUAS .........................................................................................3-17 
3.5.7. EXTRAÇÃO MINERAL E MOVIMENTAÇÃO DE SOLOS ..................................................3-18 
3.5.8. TRANSPORTE DE CARGAS PERIGOSAS E ZONAS DE PERIGO AMBIENTAL. .................3-20 
3.5.9. MANEJO DE PRODUTOS PERIGOSOS E DE RESÍDUOS SÓLIDOS ................................3-24 
3.5.10. PROTEÇÃO DA QUALIDADE DO AR ........................................................................3-29 
3.5.11. CONTROLE DA POLUIÇÃO SONORA.......................................................................3-30 
3.5.12. PATRIMÔNIO CULTURAL.......................................................................................3-31 
3.6. AUDITORIA AMBIENTAL EM RODOVIAS .............................................................................3-32 
3.7. CONFORMIDADE LEGAL..................................................................................................3-33 
4. PROCEDIMENTOS AMBIENTAIS NOS TIPOS E ETAPAS DE EMPREENDIMENTOS 
RODOVIÁRIOS ....................................................................................................................4-1 
4.1. TIPOS DE PROJETOS RODOVIÁRIOS. .................................................................................4-1 
4.1.1. PROJETO DE IMPLANTAÇÃO .....................................................................................4-1 
4.1.2. PROJETO DE MELHORAMENTO.................................................................................4-2 
4.1.3. PROJETO DE RESTAURAÇÃO....................................................................................4-3 
4.2. ETAPAS DE IMPLEMENTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS RODOVIÁRIOS...................................4-4 
4.2.1. ETAPA DE PROJETO DE ENGENHARIA .......................................................................4-4 
4.2.2. ETAPA DE EXECUÇÃO DAS OBRAS............................................................................4-7 
4.2.3. ETAPA DE OPERAÇÃO .............................................................................................4-9 
5. PROCEDIMENTOS AMBIENTAIS NA ETAPA DE PROJETO DE ENGENHARIA..............5-1 
5.1. ESTUDOS AMBIENTAIS NA FASE DE PLANEJAMENTO (PRÉ-ANÁLISE)....................................5-1 
5.1.1. DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS AMBIENTAIS DO PROJETO ..............................................5-1 
5.1.2. ANÁLISE DE POTENCIAIS CONFLITOS SÓCIO-POLÍTICOS ............................................5-2 
5.1.3. ESCOPO DOS ESTUDOS AMBIENTAIS DA PRÉ-ANÁLISE ..............................................5-2 
5.1.4. ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DA PRÉ-ANÁLISE.......................................................5-10 
5.2. REQUERIMENTO DA LICENÇA AMBIENTAL PRÉVIA - L.A.P. ................................................5-10 
5.3. ESTUDOS AMBIENTAIS NA FASE DE ESTUDOS DE CORREDORES .......................................5-11 
5.3.1. ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA ..................................5-12 
5.3.2. ROTEIRO ORIENTATIVO PARA O RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA...........5-16 
5.4. ESTUDOS AMBIENTAIS NO ANTEPROJETO........................................................................5-16 
5.4.1. DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ....................................................................5-17 
5.4.2. OBSERVAÇÕES DE CAMPO E COLETA DE DADOS.....................................................5-17 
5.4.3. AVALIAÇÃO DA COERÊNCIA AMBIENTAL COM O ANTE-PROJETO DE ENGENHARIA ......5-17 
 
Manual de Gestão Ambiental_Marçode 2006.doc 
ESTADO DE SANTA CATARINA 
SECRETARIA DE ESTADO DA INFRA-ESTRUTURA 
DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
DIRETORIA DE ENGENHARIA 
GERÊNCIA DE MEIO AMBIENTE 
5.4.4. CONSOLIDAÇÃO DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL .......................................5-17 
5.4.5. PLANO DIRETOR AMBIENTAL..................................................................................5-18 
5.4.6. ANTE-PROJETO AMBIENTAL...................................................................................5-18 
5.5. ESTUDOS E PROJETO AMBIENTAIS NO PROJETO EXECUTIVO. ...........................................5-22 
5.5.1. OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS COM REFLEXO AMBIENTAL ..........................................5-23 
5.6. REQUERIMENTO DA LICENÇA AMBIENTAL DE INSTALAÇÃO - LAI. .......................................5-27 
6. PROCEDIMENTOS DE CONTROLE AMBIENTAL EM OBRAS E SERVIÇOS 
RODOVIÁRIOS ....................................................................................................................6-1 
6.1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................6-1 
6.2. PROCEDIMENTOS DE CONTROLE AMBIENTAL.....................................................................6-1 
6.2.1. MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL ........................................................................6-1 
6.2.2. ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES .......................................................................6-2 
6.3. MEDIDAS DE SEGURANÇA EM OBRAS E SERVIÇOS RODOVIÁRIOS .......................................6-4 
6.3.1. IMPLEMENTAÇÃO DE MEDIDAS DE SEGURANÇA EM OBRAS E SERVIÇOS RODOVIÁRIOS 6-4 
6.3.2. PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA EM OBRAS E SERVIÇOS RODOVIÁRIOS ..................6-5 
6.3.3. ÁREAS DE APOIO.....................................................................................................6-7 
6.3.4. DISPOSITIVOS DE SINALIZAÇÃO................................................................................6-7 
6.3.5. ISOLAMENTO DE OBRA E DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO..............................................6-8 
6.3.6. SINALIZAÇÃO EM DESVIOS .......................................................................................6-8 
6.3.7. MANUTENÇÃO DE TRÁFEGO.....................................................................................6-9 
6.4. MEDIDAS PARA O MANEJO DE RESÍDUOS INERTES .............................................................6-9 
6.4.1. MANUSEIO E DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS INERTES ...................................................6-10 
6.5. MANEJO DE EFLUENTES E RESÍDUOS PERIGOSOS ...........................................................6-12 
6.5.1. MEDIDAS PREVENTIVAS DE VAZAMENTOS................................................................6-12 
6.5.2. DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS PERIGOSOS ........................................................6-14 
6.5.3. REGISTRO DOS PROCEDIMENTOS DE DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS PERIGOSOS....6-15 
6.5.4. AÇÕES EMERGENCIAIS ..........................................................................................6-15 
6.6. MEDIDAS DE CONTROLE DE EROSÃO E ASSOREAMENTO ..................................................6-16 
6.6.1. CONTROLE DE EROSÃO E ASSOREAMENTO.............................................................6-16 
6.7. RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS ......................................................................6-20 
6.7.1. AVALIAÇÃO PRELIMINAR.........................................................................................6-20 
6.7.2. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA OBRAS DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS.....6-21 
6.7.3. REGISTRO DA RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS..........................................6-22 
6.8. ACOMPANHAMENTO, SUPERVISÃO E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL DAS OBRAS. ....................6-22 
6.8.1. ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL .........................................6-26 
7. OPERAÇÃO.........................................................................................................................7-1 
7.1. SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DA MANUTENÇÃO – SAM .....................................................7-1 
7.2. OPERAÇÃO PARA PROJETOS NOVOS .................................................................................7-2 
7.2.1. VISTORIAS SISTEMÁTICAS DE ROTINA.......................................................................7-3 
7.2.2. INSERÇÃO DE ATIVIDADES DE RECOMPOSIÇÃO AMBIENTAL NO SAM............................7-4 
7.2.3. SUPERVISÃO E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL ................................................................7-4 
7.2.4. ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL. .................................................................................7-5 
7.2.5. AUDITORIA AMBIENTAL ............................................................................................7-7 
7.3. OPERAÇÃO PARA RODOVIAS PAVIMENTADAS EM FUNCIONAMENTO.....................................7-8 
7.3.1. AUDITORIA AMBIENTAL. ...........................................................................................7-9 
7.3.2. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL. ...............................................................................7-9 
SIGLAS UTILIZADAS NO MANUAL 
BIBLIOGRAFIA 
ANEXO I – Instruções de Serviço 
ANEXO II – Especificações de Serviço
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006.doc 1-1
ESTADO DE SANTA CATARINA 
SECRETARIA DE ESTADO DA INFRA-ESTRUTURA 
DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
DIRETORIA DE ENGENHARIA 
GERÊNCIA DE MEIO AMBIENTE 
1. INTRODUÇÃO 
O Sistema de Gestão Integrada do DEINFRA-SC já incorpora um Sistema de Gestão 
Ambiental, formalizado em um Manual de Procedimentos Ambientais, elaborado em 1.998, e na 
Instrução de Serviço – IS - 05, para Elaboração de Projetos Rodoviários, que estabelece o 
tratamento das questões ambientais para o setor rodoviário do Estado, ratificado pelas demais 
instruções de serviço relacionadas a projetos de engenharia e pelos demais Manuais de 
Procedimentos relacionados à construção, manutenção e operação rodoviária. 
Muito embora o Manual de Procedimentos Ambientais previsse uma revisão e atualização 
periódica, foi durante o planejamento do Programa Rodoviário de Santa Catarina – Etapa IV, 
parcialmente financiado pelo BID, que se identificou a oportunidade de realizar a revisão e 
complementação dos procedimentos ambientais definidos nos documentos que fundamentavam a 
Gestão Ambiental do órgão, com base na experiência adquirida na implementação da 
incorporação das questões ambientais na elaboração de projetos rodoviários e no processo de 
licenciamento ambiental, como também no controle e inspeção ambiental das obras, estes últimos 
desenvolvidos no âmbito do próprio Programa Rodoviário – Etapa IV. 
A presente adequação do Manual de Procedimentos Ambientais Rodoviários apresenta: 
� no Capítulo 2 – o Quadro Institucional vigente visando informar sobre as competências 
institucionais dos órgãos públicos envolvidos, ou seja, DEINFRA e FATMA, e apresentando a 
sua estrutura funcional, sua vinculação junto a administração estadual e também as 
respectivas áreas de atuação regional; 
� no Capítulo 3 – o Quadro da Legislação Ambiental, compreendendo os dispositivos legais 
dirigidos ao licenciamento ambiental, às responsabilidades e questões jurídicas ambientais 
relacionadas aos empreendimentos rodoviários; 
� no Capítulo 4 – os Procedimentos Ambientais nos Tipos e Etapas de Empreendimentos 
Rodoviários, envolvendo os tipos de projeto de Implantação, de Melhoramentos e de 
Restauração e as etapas de Planejamento e Projeto de Engenharia, de Execução de Obras e 
de Operação das rodovias; 
� no Capítulo 5 – os Procedimentos Ambientais específicos da Etapa de Planejamento e Projeto 
de Engenharia, compreendendo os estudos ambientais a serem desenvolvidos na Fase de 
Planejamento ou Pré-Análise, nas Fases de Anteprojeto e Projeto Executivo, correspondentes 
às licenças ambientais a serem solicitadas ao órgão ambiental; 
� no Capítulo6 – os Procedimentos de Controle ambiental em Obras e Serviços Rodoviários, 
enfocando os procedimentos de controle ambiental e a implementação de medidas relativas à 
segurança de usuários e população adjacente às obras, os dispositivos de sinalização, as 
medidas para manejo de resíduos inertes e perigosos, as medidas de controle de erosão e 
assoreamento, e as medidas para a recuperação de passivos ambientais. Destaca-se que 
neste capítulo são tratados, além do controle na execução de obras de implantação, melhorias 
e recuperação de rodovias, também os serviços relativos à conservação rotineira, corretiva, 
preventiva ou de emergência. 
Os procedimentos estabelecidos consubstanciam os conhecimentos e práticas 
desenvolvidas na elaboração dos projetos, dos estudos ambientais e processo de licenciamento 
ambiental dos projetos e áreas de apoio às obras, assim como os procedimentos de controle e 
inspeção ambiental, desenvolvidos durante o Programa BID IV. 
Tendo em vista que a supervisão ambiental, ainda incipiente no setor rodoviário, deve ser 
encarado como um processo contínuo, este documento poderá sofrer adequações e 
complementações, no sentido de aperfeiçoá-lo contínua e periodicamente, de forma a firmar os 
procedimentos ambientais na prática corrente do órgão. 
Para tanto, este documento apresenta a revisão da Instrução de Serviço 05 – Estudos e 
Projeto de Meio Ambiente, de forma a adequá-la aos procedimentos ora estabelecidos, a 
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006.doc 1-2
ESTADO DE SANTA CATARINA 
SECRETARIA DE ESTADO DA INFRA-ESTRUTURA 
DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
DIRETORIA DE ENGENHARIA 
GERÊNCIA DE MEIO AMBIENTE 
 
complementação das Instruções de Serviços com a introdução de IS relativa aos Procedimentos 
para Reassentamento Involuntário de Famílias de Baixa Renda e IS referente aos Procedimentos 
para o Levantamento de Passivos Ambientais, assim como a elaboração de Especificações de 
Serviços de Meio Ambiente, complementares às especificações constantes nos dispositivos 
normativos do DEINFRA-SC. 
Por outro lado, além da revisão do Manual de Procedimentos Ambientais e da Instrução de 
Serviço IS-05 – Estudos e Projetos de Meio Ambiente, faz-se necessária a revisão das demais 
Instruções de Serviço, como por exemplo a que trata de Estudos de Tráfego, de maneira que se 
inclua nas pesquisas de tráfego o detalhamento relativo a transporte de produtos perigosos, 
fazendo uso do Formulário para Pesquisa e Fiscalização do Transporte Rodoviário de Produtos 
Perigosos, quando for o caso, ou outro, desde que atenda a obtenção de dados nele contidos. 
As Instruções de Serviços e outros dispositivos de acompanhamento e gerenciamento de 
projetos e obras deverão prever rotinas, de maneira que o Sistema de Gerência de Passivos 
Ambientais e o Sistema de Gerência de Transporte de Produtos Perigosos ofereçam informações 
que orientem os respectivos serviços. 
Para o caso de projetos, nessas instruções de serviços deverão constar exigências para 
que os referidos sistemas sejam consultados, para que os mesmos orientem sobre a existência de 
passivos ambientais a serem recuperados, por exemplo, ou sobre a classificação de risco 
potencial quanto a acidentes com produtos perigosos e respectivos fatores de vulnerabilidades da 
rodovia, a serem objeto de intervenções. Assim sendo, essas Instruções de Serviços deverão 
orientar os projetos quanto a intervenções necessárias, tanto para a recuperação de passivos 
ambientais, quanto a fatores de vulnerabilidade. 
Findada a obra, as Instruções de Serviços deverão prever que o As Built deverá incluir os 
dados relativos às intervenções mencionadas, comunicando à GEMAM para que as informações 
sejam atualizadas (Sistema de Gerência de Passivos Ambientais e Sistema de Gestão do 
Transporte de Produtos Perigosos), obtendo-se assim, por exemplo, novos Mapas de Risco 
Potencial quanto a Acidentes com Produtos Perigosos. 
 
 DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006.doc 2-1
2. QUADRO INSTITUCIONAL 
 
2.1. O Setor Rodoviário em Santa Catarina 
O Estado de Santa Catarina foi uma das primeiras unidades da federação a instituir um órgão 
técnico encarregado do gerenciamento dos serviços de estradas de rodagem (antes entregues aos 
cuidados das Prefeituras Municipais), mediante o Decreto-lei 31, de 9 de agosto de 1919, que 
fornecia a orientação técnica aos serviços rodoviários, estudo para a construção de estradas 
estaduais e a diferenciação entre estas e as municipais, tendo em vista o escoamento da produção e 
o desenvolvimento de várias regiões do Estado. 
Decorridos sete anos da vigência do Decreto-lei, foi criada a Inspetoria de Estradas de 
Rodagem, por meio da Lei 1.539, de 08/10/26, vinculada à Secretaria da Fazenda, Viação e Obras 
Públicas e Agricultura, descentralizando os serviços da Inspetoria em 4 zonas territoriais e 
configurando a primeira iniciativa para a emancipação e organização dos serviços rodoviários. 
Não obstante o resultado positivo da Inspetoria criada, a crise econômica dos anos 30 
acarretou sua extinção da Divisão do Estado em 4 zonas e obrigou o repasse dos serviços às 
Prefeituras Municipais, com conseqüências danosas à malha instalada. Em 1933, a Inspetoria de 
Estradas de Rodagem foi transformada em Diretoria de Estradas de Rodagem, restabelecendo as 
residências e a organização dos serviços nos moldes técnicos e administrativos, com a finalidade 
única de desenvolver, implantar e supervisionar os serviços rodoviários, orientar e determinar as suas 
atividades e a elaboração do Plano Rodoviário Estadual. 
Em 1946, nova reestruturação administrativa extinguiu a Diretoria de Estradas de Rodagem e 
criou uma Autarquia, com autonomia administrativa, técnica e financeira, denominada Departamento 
de Estradas de Rodagem de Santa Catarina (DER/SC). 
Este Departamento de Estradas de Rodagem (DER) criado em 12 de setembro de 1946, pelo 
Decreto-Lei 217, sob regime autárquico e com autonomia técnica e financeira, teve por principal 
atribuição a implantação, manutenção e operação de estradas de rodagem estaduais. No âmbito 
político esteve subordinado a Secretaria de Estado de Transportes e Obras, encarregada de 
coordenar as políticas de transportes em todos os modais e implementar a estratégia de opções de 
transporte que melhor atendesse às necessidades do Estado de Santa Catarina. 
A estrutura organizacional do DER-SC para o atendimento de suas atribuições, foi definida em 
seu Regimento Interno, aprovado através do Decreto Nº 1.164, de 12 de setembro de 1996, 
absorvendo as decisões no âmbito estadual, concentradas na sede do órgão, localizado na capital do 
Estado, e contando com a atuação regionalizada de 22 Distritos, distribuídos no território estadual. 
Em 30 de janeiro de 2003, mediante Lei Complementar n0 244, foi extinto o então 
Departamento de Estradas de Rodagem – DER/SC e criado o Departamento Estadual de Infra-
Estrutura – DEINFRA, autarquia subordinada à Secretaria de Estado da Infra-Estrutura, cujas 
competências e atribuições são descritas a seguir. 
 
 
 DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006.doc 2-2
 
2.2. Departamento de Infra-Estrutura 
O Departamento Estadual de Infraestrutura (DEINFRA) constitui uma autarquia criada em 30 
de janeiro de 2003, pela Lei Complementar n.244, com personalidade jurídica de direito público e 
patrimônio próprio, que tem por objetivo implementar, em sua esfera de atuação, a política formulada 
para a administração da infra-estrutura de transportes, edificações e obras hidráulicas de Santa 
Catarina, compreendendo sua operação, manutenção, restauração, reposição, adequação de 
capacidade e ampliação segundo os princípios e diretrizes estabelecidas em lei. Sua esfera de 
atuação encontra-se sob a jurisdição da Secretaria de Estado da Infra-estrutura, órgão central do 
Sistema de Infra-estrutura Pública ao qual compete desenvolver açõesrelacionadas com os sistemas 
de mobilidade (rodoviária, ferroviária, hidroviária e outros), conforme o Art 51 da Lei Complementar n 
0 243 de 30 de janeiro de 2003 (revogada pela Lei Complementar 284, de 28/02/05). Destacam-se as 
seguintes atividades relacionadas com transportes e rodovias: 
� concessão, autorização ou permissão e fiscalização do serviço público de transporte; 
� fiscalização do trânsito e do transporte de cargas em rodovias estaduais; 
� elaboração de estudos, projetos, especificações e orçamentos, locação, construção, conservação, 
restauração, reconstrução, promoção de melhoramentos e administração, direta ou através de 
terceiros, das estradas de rodagem estaduais, inclusive pontes e obras complementares; 
� promoção de estudos para a elaboração, organização e revisão periódica do Plano de Mobilidade 
do Estado; 
� coordenação dos serviços relacionados com infra-estrutura de transporte rodoviário, a cargo do 
Estado, em nível regional e local; 
� regulamentação e fiscalização tanto da colocação e construção de instalações permanentes ou 
provisórias, de caráter particular ou público, ao longo das rodovias estaduais, quanto da 
construção de acessos ao longo das rodovias estaduais, bem como o uso de travessias de 
qualquer natureza na faixa rodoviária; e 
� controle, direto ou indireto, do tráfego, bem como outras atividades relacionadas com a operação 
das rodovias estaduais. 
Na Lei Complementar n.º 244, de 30/01/2003, o Art. 4 determina ao Departamento Estadual 
da Infra-estrutura - DEINFRA, além de outras, as seguintes atribuições relacionados com transportes 
e rodovias: 
� exercer jurisdição sobre as modalidades de transporte terrestre de competência do Estado de 
Santa Catarina, em consonância com as atribuições da agência reguladora estadual atribuídas 
em Lei própria; 
� elaborar estudos e projetos, especificações e orçamentos, locar, construir, conservar, direta ou 
por delegação, restaurar, reconstruir, promover melhoramentos e administrar, diretamente ou 
através de terceiros, as estradas de rodagem do plano rodoviário do Estado, inclusive pontes e 
obras complementares; 
� estabelecer padrões, normas e especificações técnicas para programas de segurança 
operacional, sinalização, manutenção ou conservação, restauração ou reposição de vias ou 
instalações e para a elaboração de projetos e execução de obras viárias, em consonância com a 
orientação sistêmica do órgão federal; 
� administrar os programas de operação, manutenção, conservação, restauração e reposição de 
rodovias e instalações correlatas; 
� participar de negociações de empréstimos com entidades públicas e privadas, nacionais e 
internacionais, para financiamento de programas, projetos e obras de sua competência, sob a 
coordenação da Secretaria da Infra-estrutura; 
http://www.alesc.sc.gov.br/alesc/docs/1995/9831_1995_lei.doc
 DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006.doc 2-3
� realizar programas de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico, promovendo a cooperação 
técnica com entidades públicas e privadas; 
� proceder estudos para a revisão periódica do plano rodoviário do Estado; e 
� exercer o poder de polícia de tráfego nas rodovias do Plano Rodoviário do Estado. 
Especificamente quanto às questões relacionadas à Defesa Civil, é atribuição do DEINFRA 
coordenar a execução de obras hidráulicas que tenham por objetivo a recuperação de áreas de 
interesse da DEDC e a viabilização de equipamentos para uso comunitário. Prevê ainda monitorar os 
equipamentos e empreendimentos de interesse da Defesa Civil do Estado, o que pode se estender às 
questões relacionadas ao transporte de produtos perigosos. 
O Decreto 1.678, de 15/04/04 que aprova o Regimento Interno do DEINFRA ratifica as 
atribuições definidas nos dispositivos legais mencionados e detalha aspectos relacionados ao 
transporte de produtos perigosos, atribuindo à Diretoria de Operações essas responsabilidades. 
Da mesma forma a Lei Complementar no. 284, de 28/05/05, que estabelece o modelo de 
gestão para a administração pública estadual, em seu Art. 87, define as atribuições do órgão, em 
nada conflitando com o que os demais dispositivos mencionam. 
 
2.2.1. Estrutura Organizacional do DEINFRA 
A administração da autarquia é exercida por um Presidente e a estrutura organizacional básica 
do Departamento Estadual de Infra-estrutura é apresentada na Figura 2.1. O DEINFRA-SC atua 
regionalmente por meio de Superintendências Regionais de Obras e Operação de Rodovias, cujas 
áreas de atuação são apresentadas na Figura 2.2 
 DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006.doc 2-4
 
I) Órgão de Deliberação Coletiva Conselho Administrativo 
II) Órgãos de Assessoramento 
Direto ao Presidente 
Gabinete do Presidente 
 
Consultoria de Licitações 
Coordenadoria de Programas 
Especiais 
Consultoria Executiva 
Consultoria de Controle de Gestão 
Oficial de Gabinete 
Procuradoria Jurídica 
III) Órgãos de Atividades Meio Diretoria de Administrativa Gerência de Recursos Humanos 
Gerência de Administração, Finanças 
e Contabilidade 
Gerência Apoio Operacional 
Gerência de Planejamento e Avaliação 
Gerência de Tecnologia de Informação
Diretoria de Desenvolvimento Rodoviário Gerência de Planejamento Rodoviário 
Gerência de Sistemas de Informações 
de Infra-estrutura 
Diretoria de Engenharia Gerência de Projetos 
Gerência de Meio Ambiente 
Gerência de Contratos 
Gerência de Engenharia de Obras 
Gerência de Obras Especiais 
Diretoria de Projetos de Edificações e 
Obras Hidráulicas (DEOH) 
Gerência de Estudos e Projetos 
Gerência de Obras Hidráulicas e 
Barragens 
IV) Órgãos de Atividades 
Finalísticas 
Diretoria de Operações (DIOP) Gerência de Manutenção Rodoviária 
Gerência de Engenharia de Tráfego 
Gerência de Segurança de Trânsito 
V – Órgãos de Atuação Regional Superintendência Regional de Obras e Operação de Rodovias do Extremo Oeste 
Superintendência Regional de Obras e 
Operação de Rodovias do Oeste 
Superintendência Regional de Obras e 
Operação de Rodovias do Meio Oeste 
Superintendência Regional de Obras e 
Operação de Rodovias do Planalto 
Superintendência Regional de Obras e 
Operação de Rodovias do Sul 
Superintendência Regional de Obras e 
Operação de Rodovias do Litoral Centro 
Superintendência Regional de Obras e 
Operação de Rodovias do Norte 
Superintendência Regional de Obras e 
Operação de Rodovias di Vale do Itajaí 
 
 DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006.doc 2-5
Figura 2.1 – Organograma da Estrutura Atual do DEINFRA 
 
 DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006.doc 2-6
 
 
MARÇO 2006
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006.doc 2-7
ESTADO DE SANTA CATARINA 
SECRETARIA DE ESTADO DA INFRA-ESTRUTURA 
DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
DIRETORIA DE ENGENHARIA 
GERÊNCIA DE MEIO AMBIENTE 
2.3.Fundação do Meio Ambiente 
A Fundação de Amparo à Tecnologia e ao Meio Ambiente (FATMA) criada em 30 de julho 
de 1975, pelo Decreto nº 662 e transformada em Fundação do Meio Ambiente (FATMA), pela Lei 
nº 8245 de 18 de abril de 1991, é dotada de personalidade jurídica de direito privado e patrimônio 
próprio que, de acordo com a Lei Complementar 284, de 28/02/05, tem por objetivo: 
� executar projetos específicos, incluídos os de pesquisa científica e tecnológica, de defesa e 
preservação do meio ambiente; 
� licenciar ou autorizar as atividades públicas ou privadas potencialmente causadoras de 
degradação ambiental; 
� fiscalizar, acompanhar e controlar a poluição urbana e rural; 
� promover a integração da ação do Governo Estadual com a ação dos governos Federal e 
Municipais, através de seus organismos especializados, nas questões pertinentes ao meio 
ambiente; 
� proceder a análise das potencialidades dos recursos naturais com vistas ao seu 
aproveitamento racional; 
� promover a execução de programasvisando a criação e administração de parques e reservas 
florestais; e 
� executar as atividades de fiscalização da pesca, por delegação do Governo Federal. 
 
Por sua esfera de atuação, a FATMA é vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento 
Sustentável, à compete, dentre outras coisas, formular, planejar, coordenar e controlar de forma 
descentralizada as políticas estaduais de recursos hídricos, meio ambiente, saneamento e 
desenvolvimento metropolitano, urbano e municipal. 
 
A administração da Fundação é exercida por um Presidente, em cujo gabinete atuam o Oficial 
de Gabinete, Procurador Jurídico e Consultor de Municipalização; por um Diretor de 
Administração, acompanhado dos Gerentes, quais sejam, Gerente de Recursos Humanos, 
Gerente de Administração, Finanças e Contabilidade, Gerente de Planejamento e Avaliação e 
Gerente de Tecnologia de Informação; Diretor de Controle da Poluição, Gerente de Controle 
Ambiental, Gerente de Fiscalização, Gerente de Licenciamento Ambiental Urbano, Gerente de 
Licenciamento Ambiental Rural, Gerente de Análise de Qualidade Ambiental, Gerente de 
Avaliação de Impacto Ambiental; Diretor de Proteção de Ecossistemas, Gerente de Unidade de 
Conservação, Gerente de Pesquisas Ambientais; e doze Coordenadores de Desenvolvimento 
Ambiental, distribuídos nas Coordenadorias Regionais. 
A área de atuação das Coordenadorias Regionais é exposta na Figura 2.3. 
 
 
 
 DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA 
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006.doc 2-8 
Figura 2.3 – Área de atuação das Coordenadorias Regionais da FATMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C anas v ieiras
Ri o V e rmelho
Ing l es es do
B om J es us
Cac hoe i ra do
Ri be i rão da Ilha
R i o V e rmelho
S ão J oão do
de L i sboa
S an t o A ntônio
R a tones
Lagoa
P ân tano do Sul
Cam peche
B a rra da Lagoa
Fonte:
- M apa das R eg iões H id rog rá ficas - ano 2000 ( S ecre taria de Estado do Desenvolvimento Urbano e 
M e io A m b iente e S ecre taria de E stado do Desenvolvim ento Rural e da Agricultura)
COO RD . REGION AL DO ME IO A MB IENTE DO R IO DO PE IX E - CE R/PE - ÁRE A: 14.560,00Km2
COO RD . REGION AL DO ME IO A MB IENTE DO O ES TE - C ER/O E - ÁREA: 14.553,00Km2
C OO RD. RE GIONAL D O MEIO AM BIE NT E DO P LA NALTO NO RTE - CE R/PN - Á RE A: 13.513,00Km2
C OO RD . RE GION AL DO ME IO A MB IE NTE DO NORTE - C ER/NO - ÁREA : 4.729,00Km2
C OO RD . RE GION AL DO ME IO A MB IE NTE DO V ALE DO ITAJAÍ - CER/VI - Á RE A: 14.064,00Km2
C OO RD. RE GIONAL DO MEIO A MBIE NTE DA G RA NDE FLORIA NÓ PO LIS -C ER/FL - ÁREA: 6.564,00Km2
P OSTO AVANÇ ADO DE CONTROLE AM BIENTAL - PA CA N/TUBARÃ O - ÁR EA: 4.584,00Km2
COO RD . REGION AL DO ME IO A MB IENTE DO S UL - C ER/S UL - Á RE A: 4 .801,00Km2
COO RD . REGION AL DO ME IO A MB IENTE DO P LANA LTO SE RR ANO - CE R/PS - Á REA: 17.330,00Km2
A RE A TO TA L: 94.698,00Km2
LEGENDA
L abora tório de G eoprocessamento
G erê ncia d e E stu dos e Pesquisas - GESPE
Dire tor ia de Estudo s A mbientais - DEAM
FUNDA ÇÃ O DO M EI O AM BI ENTE
U RBA NO E M EIO AM BIENTE
MAPA DA S C OOR DEN ADORIAS
R EG IONA IS DA FATMA
S ECRE TARIA DE EST ADO DO D ESEN VOLV IMENTO
JULHO DE 2002
ESCAL A 1:750 000
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006 3-1
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3. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICÁVEL A EMPREENDIMENTOS 
RODOVIÁRIOS. 
 
3.1. Introdução 
A década de 80 foi fortemente marcada pela crescente consciência ecológica, difundida 
em nível internacional, levando a uma normatividade ampla e sistematizada das questões 
ambientais e ao contínuo aperfeiçoamento do instrumental jurídico e regulador das mais diversas 
atividades. 
Como resultado do esforço político e social das organizações ambientalistas e da 
sensibilidade da sociedade como um todo, este período foi bastante profícuo no que diz respeito 
principalmente à legislação e à criação de unidades de conservação, em Santa Catarina, tendo 
como marco a publicação, em 15 de outubro de 1980, da Lei Estadual 5.793 que dispôs sobre a 
proteção e melhoria da qualidade ambiental. Esta lei definiu conceitos de meio ambiente, 
degradação ambiental e recursos naturais e condicionou os empreendimentos públicos e privados 
ao licenciamento das atividades através do Artigo terceiro, Parágrafo 2º que determina: “A 
instalação e a expansão de atividades empresariais, públicas ou privadas dependem da 
apreciação e licença do órgão competente do Estado responsável pela proteção e melhoria do 
meio ambiente, ao qual serão submetidos os projetos acompanhados dos relatórios de impacto 
ambiental”. Foi o Decreto 14.250, de 5 de junho de 1981, que regulamentou o licenciamento 
ambiental de atividades potencialmente causadoras de degradação ambiental e estabeleceu, de 
forma pioneira, limites para a emissão de poluentes. 
Em 31 de agosto de 1981, foi publicada a Lei n° 6.938, que institui a Política Nacional do 
Meio Ambiente e representou o marco referencial da legislação ambiental brasileira. Por esta lei 
foi criado o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e instituído o Cadastro Técnico 
Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, tendo sido, também, definidos os 
instrumentos para a implementação da Política Nacional, dentre eles o Conselho Nacional do 
Meio Ambiente - CONAMA - com poderes regulamentadores das atividades relacionadas ao meio 
ambiente e o licenciamento ambiental para as atividades potencialmente causadoras de 
degradação ambiental. 
Outro marco importante deste período foi a publicação da Resolução CONAMA n.° 001, de 
1986, que regulamentou e tornou obrigatória a Análise de Impactos Ambientais para atividades 
específicas. A Resolução deliberou sobre a vinculação dos estudos dos impactos ambientais (EIA) 
à concessão de licenciamento ambiental para obras e serviços, exemplificando quais as 
atividades que necessitam de estudo de impacto, dentre elas os empreendimentos rodoviários. 
Alem disto, o CONAMA regulamentou a forma, o conteúdo mínimo e a orientação geral do Estudo 
de Impacto Ambiental – EIA e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), definindo 
normas para a publicidade e a obrigatoriedade de audiência pública. Há que se destacar a 
Resolução 237/97, que, dentre outros aspectos, revogou os artigos 1º e 7º da Resolução 001/86. 
No Brasil e, em especial em Santa Catarina, houve a efetiva implantação de políticas 
públicas para a melhoria da qualidade ambiental, com destaque para o controle da poluição. 
Prova disto foi a efetiva inserção da questão ambiental na Constituição Federal de 1988, com a 
edição do Art. 225 e de diversos dispositivos relacionados ao patrimônio natural, à função social 
da propriedade e de outros vinculados à regulação de atividades. Da mesma forma, atuaram de 
maneira destacada tanto o CONAMA, quanto o CONSEMA (Conselho Estadual de Meio 
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006 3-2
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GERÊNCIA DE MEIO AMBIENTE 
Ambiente), cada qual no âmbito de suas funções, dado que o segundo não exerce função de 
regulamentação, embora ambos tenham consolidado a participação das organizações não 
governamentais no cenário deliberativo e consultivo do estado. 
Embora o instrumento de licenciamento ambiental já estivesse regulamentado, no Estado 
de Santa Catarina os empreendimentos rodoviários mantiveram-se à margem da regularização 
ambiental, situação esta que só não teve conseqüências em razão das crises econômicas que 
atingiram também o setor de transportes, reduzindo significativamente a construção de novas 
obras. Mesmo assim, alguns técnicos do setor rodoviário começaram a se convencer de que a 
questão ambiental não era uma questão burocrática, mas sim, que deveria ser absorvidapela 
engenharia rodoviária contribuindo com o seu aperfeiçoamento. 
Corroborou para o reforço dessa consciência a importância estratégica da pressão dos 
organismos internacionais de financiamento de obras públicas, que aplicaram crescentes 
exigências no sentido de atendimento a demandas ambientais, como condicionantes da 
viabilização dos empréstimos efetuados pelo Estado. Foi por esta via que, depois de ter criado 
uma Gerência de Meio Ambiente em 1993, em 1998 o Departamento de Estradas de Rodagem, 
do qual o DEINFRA é o sucessor, aprovou o Manual de Procedimentos Ambientais e a Instrução 
de Serviços (IS - 05) que define o escopo para a componente ambiental dos estudos e projetos de 
engenharia. 
O Departamento Estadual de Infra-estrutura – DEINFRA, mediante atuação da GEMAM, 
vem aplicando os princípios ambientais na elaboração de estudos, de projetos e execução de 
obras, em consonância com as diretrizes e instruções ambientais, e conta com iniciativas internas 
determinadas pela crescente sensibilização do corpo técnico e do corpo diretivo do órgão no 
cumprimento da Legislação Ambiental incorporada nas Diretrizes para Projeto e Construção, 
Instruções de Serviços e Especificações. 
Entre as questões jurídicas do meio ambiente que tiveram, a partir da Constituição de 
1.988, um avanço significativo permitindo uma maior fiscalização por parte da sociedade, destaca-
se a que diz respeito a legitimidade de propositura de ação para a proteção do meio ambiente. Os 
interesses ditos difusos, nos termos da lei, se revelam sobremaneira nas ações que visam 
proteger o meio ambiente. 
Quando pessoas jurídicas de direito público e entidades a ela equiparadas causam, ou 
ameaçam causar, lesões patrimoniais, inclusive sobre bens e direitos de valor econômico 
qualquer pessoa é parte legitima para pleitear a anulação ou declaração de nulidade de seus 
causadores, através da ação popular (Art. 5º, LXXIII da CF.). Além dos danos patrimoniais, porém, 
com eles ou sem eles, o meio ambiente poderá ser afetado, os consumidores indiretamente 
atingidos e os bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico também 
ofendidos. Em tais casos, sem prejuízo da ação popular, quando for o caso, é estabelecida 
também uma forma de proteção específica, a que se chamou de "Ação Civil Pública" (Art. 129, III 
da CF.). Para o exercício da Ação Civil Pública, não se legitima qualquer cidadão ou pessoa, 
como ocorre na ação popular, mas apenas pessoas de direito público, órgãos do Poder Público, e 
determinadas entidades a eles equiparadas (Art. 5° da Lei 7347). 
A defesa do meio ambiente foi inscrita entre os princípios a serem seguidos pela ordem 
econômica preconizada no texto da constituição (Art. 170, VI.). A propriedade cumpre sua função 
social, entre outros requisitos, para proteger o meio ambiente (Art. 186, III.). O Capítulo VI, do 
Título VIII, da Ordem Social, é inteiramente consagrado ao meio ambiente (Art. 225, incisos e 
parágrafos). Além destes aspectos, vale a pena considerar a atuação das entidades não 
governamentais (ONGs.), na luta para preservação do meio ambiente. 
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006 3-3
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Em vista da nova realidade que se forma no panorama institucional, o DEINFRA/SC busca 
uma conduta ambientalmente correta, não apenas no sentido de atender a legislação específica, 
mas principalmente, dotar as rodovias de sustentabilidade ambiental desde a elaboração de 
estudos e projetos até as atividades de manutenção e operação. 
Por força do contexto histórico a legislação brasileira é bastante completa e por vezes 
complexa, quando se trata de atividades como as rodovias que interagem em muitas frentes, ou 
seja, implicam na observância de muitos e variados diplomas legais em diversos níveis 
hierárquicos (leis, decretos, resoluções etc.) e administrativos (federal, estadual e municipal), 
levando a sobreposição de exigências em áreas diferentes (águas, florestas, mineração e outros) 
que, por vezes, dificulta até mesmo o relacionamento com os órgãos setoriais governamentais 
(DNPM, IBAMA, FATMA, Prefeituras etc.). 
Dentro deste contexto de maior transparência, a presente abordagem sobre a legislação 
ambiental busca apontar de forma objetiva e sucinta os aspectos mais importantes da vinculação 
entre os empreendimentos rodoviários e o meio ambiente, buscando esclarecer o seu 
enquadramento na legislação pertinente desde a Política Nacional de Meio Ambiente, de cujos 
instrumentos, como a avaliação de impactos ambientais e o licenciamento ambiental, sustentam e 
demonstram a necessidade dos estudos, ações, procedimentos e dispositivos de proteção 
ambiental recomendados neste manual. 
 
3.2. Licenciamento Ambiental 
A Lei nº 6.938, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, no Art. 10 
estabelece que: “A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e 
atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, 
bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de 
prévio licenciamento por órgão estadual competente, integrante do SISNAMA, e do Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais – IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo 
de outras licenças exigíveis”. 
A mesma Lei nº 6.938, no Art. 9º, item III, inclui a avaliação de impactos ambientais, e no 
item IV, apresenta o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, 
ambos como instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. 
O Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990, que regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de 
abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, dispõem, respectivamente sobre a 
criação de estações ecológicas e áreas de proteção ambiental e sobre a política nacional do meio 
ambiente. No Art. 19 se determina que: “O Poder Público, no exercício de sua competência de 
controle, expedirá as seguintes licenças: 
I - Licença prévia (LP), na fase preliminar de planejamento da atividade, contendo 
requisitos básicos a serem atendidos na fase de localização, instalação e operação, observados 
os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo; 
II - Licença de instalação (LI), autorizando o início da implantação, de acordo com as 
especificações constantes no projeto executivo aprovado; e 
III - Licença de operação (LO), autorizando, após as verificações necessárias, o início da 
atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, de acordo 
com o previsto nas licenças prévias e de instalação”. 
 
Manual de Gestão Ambiental_Março de 2006 3-4
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Ainda no nível federal, a Resolução 237, de 19 de dezembro de 1997, em seu Art. 1º, 
inciso I, define o licenciamento ambiental, como o “procedimento administrativo pelo qual o órgão 
ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou 
potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação 
ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis 
ao caso”. 
Há que se esclarecer, que nem todos os tipos de atividades ou empreendimentos estão 
sujeitos ao licenciamento ambiental, mas apenas aqueles que a legislação determina. De acordo 
com a Resolução CONAMA 237/97, Art. 2º, § 1º, “estão sujeitos ao licenciamento ambiental os 
empreendimentos e as atividades relacionadas no Anexo 1, parte integrante desta Resolução”. De 
acordo com este Anexo, no item “Obras civis”, tem-se que as rodovias estão sujeitas ao 
licenciamentoambiental. 
A legislação ambiental do Estado de Santa Catarina, Decreto nº 14.250, de 05 de junho de 
1981, que regulamenta a Lei nº 5.793, de 15 de outubro de 1980, que dispõe sobre a proteção e 
melhoria da qualidade ambiental, no Art. 69, determina que: “a instalação, a expansão e a 
operação de equipamentos ou atividades industriais, comerciais e de prestação de serviços, 
dependem de prévia autorização e inscrição em registro cadastral, desde que inseridas na 
listagem de atividades consideradas potencialmente causadoras de degradação ambiental”. 
O Art. 70, desse mesmo decreto, define que a autorização, de que trata o Art. 69, será 
concedida através de: 
I - licença ambiental prévia (LAP); 
II - licença ambiental de instalação (LAI); e 
III - licença ambiental de operação (LAO). 
O Art. 71, deste mesmo decreto, no parágrafo segundo, define para o Estado de Santa 
Catarina que “No caso de empreendimento sem risco comprovado para o meio ambiente poderá 
ser dispensada a Licença Ambiental de Instalação - LAI., a critério da autoridade administrativa 
estadual competente.” Sendo citado na LAP a dispensa da LAI. 
A Portaria Intersetorial nº 01/92, que aprova a listagem de atividades consideradas 
potencialmente causadoras de degradação ambiental, em seu item 33.12.00 define “construções 
viárias” com potencial geral de degradação grande e a Portaria Intersetorial n. 01/2000 
complementa a anterior estabelecendo no item 33.12.02 “retificação e melhorias de rodovias” 
com potencial geral de degradação variável segundo a extensão da obra. 
Fica definida, portanto, a aplicação do instrumento de licenciamento ambiental a todas as 
obras rodoviárias quer se trate de implantação, de restauração ou de melhoria, fica o DEINFRA 
obrigado a solicitar o licenciamento ambiental em cumprimento ao rito definido pelo Art 10 da 
Resolução 237/97, desde a definição da documentação a ser apresentada até a apresentação, 
análise e eventual pedido de complementação pelo órgão ambiental que pode solicitar 
justificadamente a elaboração de Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e seu respectivo 
Relatório de Impactos Ambientais (RIMA). 
Diante da necessidade de regularização de licenciamento da operação de rodovias, que 
desde sua origem não tenham sido licenciadas, poderá ser exigida a realização de auditorias 
 
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ambientais para que seja analisado e avaliado o cumprimento de suas obrigações relativas a 
gestão ambiental. Em Santa Catarina a Lei 10.720, de 13 de janeiro de 1998, dispõe que “as 
empresas que desenvolvem atividades poluidoras ou mesmo potencialmente poluidoras, que 
importem em riscos ao ecossistema e à qualidade de vida, serão submetidas às auditorias 
ambientais periódicas ou eventuais, sem prejuízo de outras formalidades ambientais legalmente 
exigíveis.” (Art. 1° da referida Lei). 
Portanto a auditoria é aplicável independentemente do porte da empresa, sendo o 
potencial de poluição o fator determinante para a realização de tais avaliações. Além de 
apresentar o conceito de auditoria ambiental em seu artigo 2°, tal Lei define quais as atividades 
deverão ser objeto destes estudos e entre as elencadas destaca-se: “Art. 4° Serão objetos de 
auditorias ambientais periódicas as seguintes atividades: V – aeroportos, ferrovias, rodovias, 
complexos viários, terminais intermodais e terminais rodoviários.” 
Uma vez que o município não é mencionado pela Política Nacional de Meio Ambiente 
como responsável pela condução dos licenciamentos, só pode partilhar dessa competência no 
caso de estar capacitado para avaliar os impactos causados por empreendimentos locais, ou 
mediante delegação de competência do Estado por instrumento legal ou convênio, conforme 
disposto no Art. 6º da Resolução CONAMA nº 237/97, cujo texto distribui a competência para 
licenciar da seguinte maneira: 
� ao órgão federal (IBAMA) o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades com 
significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, tais como: 
- localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados; e 
- cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de 
um ou mais Estados. 
� ao órgão ambiental estadual, o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades: 
- localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de 
conservação de domínio estadual; 
- localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural 
de preservação permanente relacionadas no Art. 2º do Código Florestal e em 
todas as que assim forem consideradas por normas federais, estaduais ou 
municipais; 
- cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou 
mais Municípios; e 
- delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal 
ou convênio. 
� ao órgão municipal o licenciamento de empreendimentos e atividades de impacto ambiental 
local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. 
 
Os pedidos de Autorização para Supressão de Vegetação Nativa em áreas rurais também 
devem ser vistos como licenciamento, pois a inexistência desta Autorização resulta em crime 
ambiental. A Instrução Normativa da FATMA define os procedimentos e condições para a sua 
obtenção. 
 
3.3. Estudos de Impacto Ambiental 
A Constituição Brasileira preceitua que: "Para assegurar a efetividade do direito referido 
nesse Artigo, incumbe ao Poder Público: exigir, na forma da Lei, para instalação de obras ou de 
atividades potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente, estudo 
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade" (Art. 225, § 1º, IV). 
 
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O Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990, que regulamenta a Lei 9.638, no Art. 17, § 
1º, reza que: “Caberá ao CONAMA, fixar os critérios básicos, segundo os quais serão exigidos 
estudos de impacto ambiental para fins de licenciamento”. 
Os critérios referidos no artigo anteriormente mencionado foram fixados pela Resolução 
CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986, que em seu Art. 2º estabelece: “Dependerá da 
elaboração de estudo de impacto ambiental - EIA, e respectivo relatório de impacto ambiental - 
RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA, em caráter 
supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente”. Dentre as atividades 
modificadoras listadas no artigo 2, no item I consta: estradas de rodagem com duas ou mais faixas 
de rolamento. 
A Resolução CONAMA nº 001/86 considera impacto ambiental como “qualquer alteração 
das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de 
matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetem: 
I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II – as atividades sociais e econômicas; 
III – a biota; 
IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V – a qualidade dos recursos ambientais”. 
Tendo em vista que impactos são alterações, na forma da própria legislação, os impactos 
se classificam em positivos e negativos (Decreto 99.274/90, Art. 17, § 1º, c); o seu cotejamento é 
que permite à autoridade licenciadora, tendo em vista o bem comum, decidir pela concessão ou 
denegação da licença, assim como, no caso do deferimento, estabelecer as medidas mitigadoras 
e compensatórias ou restrições cabíveis de forma a reduzir ao mínimo os efeitos ambientais 
adversos e potencializar os benefícios. 
Com relação à exigência de elaboração de EIA/RIMA, a Resolução não altera e nem 
revoga o Art. 2º da Resolução001/86, mas reforça (Art.3º) que “a licença ambiental para 
empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa 
degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de 
impacto sobre o meio ambiente (EIA e RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização 
de audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação”. 
No § único, do mencionado Art. 3º da Resolução 237/97, fica claro o poder discricionário 
do órgão ambiental, cabendo a ele definir o tipo de estudo ambiental adequado a cada 
empreendimento, uma vez que: “o órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou 
empreendimento não é potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, 
definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento”. 
Destaca-se que, nos termos do Art.1º, III, da Resolução 237/97, estudos ambientais são 
“todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, 
instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como 
subsídio para a análise da licença requerida”. 
Além do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo relatório (RIMA), previstos e 
regulamentados em legislação anterior, são estabelecidos outros tipos de estudos: relatório 
ambiental; plano e projeto de controle ambiental; relatório ambiental preliminar; diagnóstico 
 
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ambiental; plano de manejo; plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de 
risco. 
Um requisito a ser observado é aquele estabelecido na Resolução CONAMA 237/97, em 
seu Art. 11: “Os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser realizados por 
profissionais legalmente habilitados, às expensas do empreendedor”, e no Parágrafo Único: “O 
empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos previstos no caput deste artigo 
serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, 
civis e penais”. 
 
3.4. Responsabilidade Ambiental 
Desde que a Constituição Federal estabeleceu em seu Art. 225; “As condutas e atividades 
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a 
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar o dano causado”, 
tornou-se necessária à distinção entre as espécies de infrações caracterizadas contra a ordem 
jurídica ambiental e suas diferentes conseqüências jurídicas. 
O descumprimento de uma obrigação ou de um dever jurídico pode dar origem a diversos 
tipos de responsabilidade, conforme a natureza da sanção prevista no ordenamento jurídico para 
ser aplicada a cada caso. Assim, a responsabilidade poderá ser civil, penal e administrativa, 
conforme haja previsão de sanções de cada um desses tipos. Pode haver, também, a cumulação 
de responsabilidades de várias naturezas sempre que o descumprimento da obrigação ou do 
dever, ainda que por uma única infração, for passível da aplicação de mais de um tipo de 
penalidade. Assim ocorre porque espécies diferentes de responsabilidades visam a finalidades 
distintas e são independentes. 
A responsabilidade civil tem como funçäo assegurar plena reparação ao titular de bem ou 
direito que houver sofrido prejuízo em decorrência da conduta de outrem. A responsabilidade 
administrativa é aquela que resulta da transgressão de qualquer dever administrativo, que resulte 
em sanções administrativas e deva ser aplicada pela autoridade administrativa competente. A 
responsabilidade penal surge quando tem lugar uma conduta que viola uma norma de direito 
penal, consubstanciando a prática de crime ou de contravenção penal, sendo apurada pelo Poder 
Judiciário e cujo resultado poderá ser a aplicação de penalidade pecuniária, restritiva de direitos 
ou privativa de liberdade. 
Dada a complexidade dos empreendimentos rodoviários, que decorre, em parte, de sua 
distribuição espacial linear atravessando diferentes ambientes, implicando no acatamento de uma 
multiplicidade de dispositivos legais de ordem ambiental. Além disso, o fato de tratar-se, via de 
regra, de empreendimento público, exige a aplicação de todos os dispositivos do direito 
administrativo aplicável desde a administração do erário público até a responsabilidade técnica e 
os dispositivos regulamentadores das profissões relacionadas a obras civis desta natureza. 
Decorre ainda de suas características físicas a necessidade de regularização fundiária e a 
interferência com a propriedade privada abrangendo assim, a conseqüente responsabilidade civil. 
Desde a publicação da Lei n. 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as 
sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, a 
denominada Lei de Crimes Ambientais, que foi regulamentada pelo Decreto 3.179/99, foram 
definidos os crimes contra o meio ambiente, responsabilizadas as pessoas jurídicas e físicas que 
de qualquer forma concorrem para a práticas desses crimes, e ficaram estabelecidas as 
 
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penalidades a serem aplicadas, que abrangem, desde a prestação de serviços à comunidade até 
o recolhimento domiciliar. 
Todos os que, de qualquer forma, concorrem para a prática dos crimes previstos nesta Lei, 
estão sujeitos às penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, 
o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou 
mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a 
sua prática quando podia agir para evitá-la. (Art. 2º) 
As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o 
disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante 
legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício de sua entidade. A 
responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou 
partícipes do mesmo fato. (Art. 3º). 
Como exemplo de dispositivo da Lei nº 9.605/98, temos o Art. 60, onde consta: “Construir, 
reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, 
estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos 
órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes: 
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente”. Que 
incrimina claramente, segundo Machado (2000), a desobediência às normas administrativas 
ambientais e às normas penais ambientais. 
Ainda em relação a Lei de Crimes Ambientais, em 02 de março de 2006 foi sancionada a 
Lei 11.284, que alterou, dentre outras disposições, a referida Lei, destacando e agravando dois 
conteúdos inseridos em seu corpo normativo. Tal modificação se deu, primeiramente, com a 
inserção do Artigo 50-A, que faz referência ao desmatamento em áreas públicas (faixa de 
domínio) e, por último, com a introdução do Artigo 69-A que amplia a responsabilidade pela 
informação que orienta o licenciamento ambiental. 
 
3.5. Questões Jurídicas Ambientais Relacionadas aos 
Empreendimentos Rodoviários 
A rodovia desde a sua fase de planejamento está sujeita a um número crescente de 
elementos jurídicos que deverão ser considerados para permitir a conformidade ambiental 
necessária a sua efetivação. Tendo em mente a importância estratégica pra a definição de 
viabilidade ambiental, elencamos alguns que consideramos importantes para o escopo deste 
manual, sem a pretensãode esgotar o tema que é extremamente dinâmico em função, tanto da 
complexidade do projeto, quanto das peculiaridades geográficas das regiões atravessadas por 
eles. Considera-se sempre a necessidade de acompanhar as atualizações introduzidas na 
legislação ambiental, nas três esferas administrativas (Federal, Estadual e Municipal). 
Dentre os aspectos jurídicos a serem analisados destacam-se aqueles relativos a: 
� mata atlântica e recursos florestais; 
� áreas de preservação permanente; 
� compensação do dano ambiental; 
� uso do solo, gerenciamento costeiro e planos de desenvolvimento regional; 
� desapropriações; 
� proteção das águas; 
� extração mineral e movimentação de solos; 
 
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� transporte de produtos perigosos e zonas de perigo ambiental; 
� proteção da qualidade do ar; 
� manejo de substâncias perigosas e de resíduos sólidos; 
� poluição sonora; e 
� patrimônio cultural. 
 
3.5.1. Mata Atlântica e Recursos Florestais 
A importância que é dada a este componente florestal brasileiro fica demonstrada pelo 
destaque que a Constituição Federal de 1988, em seu Art. 225, § 4º, onde estabelece: “A Floresta 
Amazônica Brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona 
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições 
que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”. 
O mesmo se dá com relação a Constituição Estadual no capítulo meio ambiente, no Art. 184, diz, 
com relação à mata Atlântica, que "são áreas de interesse ecológico, cuja utilização dependerá de 
prévia autorização dos órgãos competentes homologada pela assembléia legislativa, preservados 
seus atributos especiais". 
As áreas de Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica) e seus ecossistemas associados, 
que por força da definição adotada no Art. 3° do Decreto nº 750 de 10 de fevereiro de 1993 
abrange todo o território catarinense, são objeto de legislação específica de proteção das florestas 
e, em especial da Mata Atlântica, primeiramente pela Lei 6.938 de 31 de agosto de 1981 que 
dispõe sobre a política nacional do meio ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e 
aplicação, passando pela Lei 4.771 de 15 de setembro de 1965, o Código Florestal, e pelo 
Decreto nº 750, que dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou 
nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica, no que regulamentado pelos 
dispositivos da Resolução CONAMA nº 01 de 1º de outubro de 1993 e da Resolução nº 04 de 4 de 
maio de 1994. 
A Lei nº 10.472, de 12 de agosto de 1997, que dispõe sobre a política florestal do Estado 
de Santa Catarina e adota outras providências, determina em seu Art. 19, da Seção III (“Da Mata 
Atlântica”), do Capítulo III que “A supressão a corte raso da Mata Atlântica será admitida apenas 
no estágio inicial de regeneração natural” porém o Parágrafo Único estabelece que “Nos demais 
estágios da floresta nativa a supressão da vegetação poderá ser excepcionalmente permitida pela 
Fundação do Meio Ambiente - FATMA, com anuência prévia do Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, informando ao CONAMA, quando 
necessária à execução de obras ou atividades de utilidade pública ou interesse social, mediante 
aprovação de estudo e relatório de impacto ambiental”. 
A Portaria Intersetorial SDM/FATMA n° 01/2002 de 08 de novembro de 2002, que dispõe 
sobre a exploração e a supressão de produtos florestais nativos no Estado de Santa Catarina, 
regulamenta os Pedidos de Supressão de Florestas e demais formas de vegetação para Projetos 
de Utilidade Pública ou interesse social, tais como os de instalação ou manutenção de redes de 
telefonia ou de energia elétrica, construção ou readequação de estradas, exigindo 
documentação específica (Art. 7) que inclui: o requerimento do empreendedor; a apresentação de 
prova de propriedade do imóvel ou autorização expedida pelos proprietários, em favor da entidade 
pública (DEINFRA); o projeto técnico, elaborado por profissional habilitado, contendo, no mínimo, 
mapa ou croqui, localizando o projeto, e o levantamento detalhado da área pretendida para o 
corte, indicando o volume de madeira a ser extraído, por espécie e por propriedade; definição do 
estágio sucessional de regeneração da vegetação, conforme normas regulamentadoras vigentes; 
e mesmo a apresentação de estudo e relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA), quando exigido 
http://www.fatma.sc.gov.br/download/legislacao/tema5/lei10472.doc
http://www.fatma.sc.gov.br/download/legislacao/tema5/PORTARIaSDM01_2002.doc
 
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pelo órgão ambiental competente; é indispensável a apresentação da ART/CREA do responsável 
técnico do projeto, pela elaboração e execução. 
A mesma Portaria no Art. 8 disciplina o corte de árvores isoladas que acarretem risco ao 
patrimônio público ou particular e a segurança da população, com a exigência dos seguintes 
documentos: requerimento do empreendedor com justificativa do pedido; laudo técnico de 
profissional habilitado atestando as condições das árvores; e a indicação do volume, por espécie, 
do material lenhoso a ser aproveitado. 
Desta forma deve restar claro que qualquer obra rodoviária em Santa Catarina que 
implique na necessidade de corte de vegetação em porte arbóreo está caracterizando a 
necessidade de autorização em caráter excepcional por tratar-se de obra de interesse público, o 
que não isenta o empreendedor (DEINFRA) da obrigação de eliminar a interferência com 
grupamentos florestais, evitando o corte de vegetação durante a elaboração do projeto, mitigar ou 
compensar os danos ambientais causados pelas obras rodoviárias, pela utilização de 
procedimentos rigorosamente corretos quanto a retirada da vegetação e destinação dos produtos 
florestais, ou ainda pela adoção de projeto paisagístico com a devida utilização de vegetação 
nativa de forma a compensar a supressão vegetal inevitável. 
 
3.5.2. Áreas de Preservação Permanente 
Observado o preceito constitucional definido pelo Art. 225, em seu parágrafo primeiro, em 
que para assegurar a efetividade deste direito, incumbe ao Poder Público: Inciso III “definir, em 
todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente 
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer 
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção”. 
Ao reconhecer a importância da cobertura florestal e visando evitar os problemas advindos 
da sua destruição, a Lei nº 4.771/65, antecipou-se à noção de interesse difuso expresso na 
Constituição Federal de 1988, já o previu em seu Art. 1º - “As florestas existentes no território 
nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são 
bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, 
com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem”. De inegável 
atualidade o conceito de “interesse comum” e de “uso nocivo da propriedade” expresso no Código 
Florestal de 1965, com relação ao meio ambiente, e especificamente às florestas. 
Define-se Área de Preservação Permanente como: “A área protegida nos termos dos 
artigos. 2º e 3º do Código Florestal, cobertas ou não de vegetação nativa, com a função ambiental 
de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo 
gênico da fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaçõeshumanas”.(MP 
2.166-67/2001) 
Neste mesmo sentido acrescentou ainda no parágrafo primeiro (MP 2.166-67 – 2001) que: 
“As ações ou omissões contrárias às disposições deste Código na utilização e exploração das 
florestas são consideradas uso nocivo da propriedade.” Definindo também no parágrafo segundo 
item IV a utilidade pública (b) das obras essenciais de infra-estrutura destinadas aos serviços 
públicos de transportes, saneamento e energia. 
O mesmo Código Florestal, alterado pelas Leis nº 7803, de 15/07/89, e nº 7875, de 
13/11/89, estabelece em seu Art. 2º: “considera-se área de preservação permanente, pelo efeito 
desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: 
 
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� ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal 
cuja largura mínima seja: 
- de 30 m (trinta metros) para os cursos d'água de menos de 10 m (dez metros) de 
largura; 
- de 50 m (cinqüenta metros) para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 
m (cinqüenta metros) de largura; 
- de 100 m (cem metros) para os cursos d'água que tenham de 50 (cinqüenta) a 
200 m (duzentos metros) de largura; 
- de 200 m (duzentos metros) para os cursos d'água que tenham de 200 
(duzentos) a 600 m (seiscentos metros) de largura; e 
- de 500 m (quinhentos metros) para os cursos d'água que tenham largura superior 
a 600 m (seiscentos metros). 
� ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; 
� nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados “olhos d'água”, qualquer que seja a 
sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 m (cinqüenta metros) de largura; 
� no topo de morros, montes, montanhas e serras; 
� nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45, equivalente a 100% na linha de 
maior declive; 
� nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; 
� no caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos 
definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o 
território abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do 
solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo.” 
A resolução CONAMA nº 303 de 20 de março de 2002, estabelece parâmetros definições e 
limites de áreas de preservação permanente em complementação aquelas definidas pelo código 
florestal, que devem ser levadas em consideração nos projetos rodoviários. 
A Medida Provisória 2.166-67 de 24 de agosto de 2001 corrobora com a disposição da Lei 
Estadual 10.472 ao tratar da supressão de vegetação em áreas de preservação permanente do 
Código Florestal, possuindo a seguinte redação ao seu Art. 4º “A supressão de vegetação em 
área de preservação permanente somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou 
de interesse social, devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo 
próprio quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto. 
§ 1º - A supressão de que trata o caput deste artigo dependerá de autorização do órgão 
ambiental estadual competente, com anuência prévia, quando couber, do órgão federal ou 
municipal de meio ambiente, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo. 
§ 2º - A supressão de vegetação em área de preservação permanente situada em área 
urbana, dependerá de autorização do órgão ambiental competente, desde que o município possua 
conselho de meio ambiente com caráter deliberativo e plano diretor, mediante anuência prévia do 
órgão ambiental estadual competente fundamentada em parecer técnico. 
§ 3º - o órgão ambiental competente poderá autorizar a supressão eventual e de baixo 
impacto ambiental, assim definido em regulamento, de vegetação em área de preservação 
permanente; 
§ 4º - o órgão ambiental competente indicará, previamente a emissão da autorização para 
a supressão de vegetação em área de preservação permanente, as medidas mitigadoras e 
compensatórias que deverão ser adotadas pelo empreendedor; 
 
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§ 5º - a supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, ou de dunas e mangues, 
de que tratam, respectivamente, as alíneas c e f do Art. 2º do Código Florestal, somente poderão 
ser autorizadas em caso de utilidade pública”. 
Fica mais uma vez ressaltada a importância dos procedimentos e dispositivos de proteção 
ambiental definidos para as obras rodoviárias que, em função da utilidade pública, consiste em 
empreendimento sob autorização precária com freqüente interferência sobre áreas de 
preservação. 
 
3.5.3. Compensação do Dano Ambiental 
O ordenamento jurídico brasileiro dispõe sobre as medidas de prevenção, correção ou 
compensação desses impactos. Os estudos ambientais exigidos durante a elaboração dos 
projetos de engenharia não só identificam e avaliam os impactos positivos e negativos ao 
ambiente, de respectivo empreendimento, como também indicam tais medidas em função do 
cumprimento da legislação. 
O Decreto 95.733/88 que dispõe sobre a inclusão no orçamento dos projetos e obras 
federais, de recursos destinados a prevenir ou corrigir os prejuízos de natureza ambiental, cultural 
e social decorrentes da execução desses projetos e obras, estabelece que (Art. 1º) “No 
planejamento de projetos e obras, de médio e grande porte, executados total ou parcialmente com 
recursos federais, serão considerados os efeitos de caráter ambiental, cultural e social, que esses 
empreendimentos possam causar ao meio considerado. Este mesmo artigo em seu Parágrafo 
único estabelece: “Identificados efeitos negativos de natureza ambiental, cultural e social, os 
órgãos e entidades federais incluirão no orçamento de cada projeto ou obra, dotações 
correspondentes, no mínimo, a 1% (um por cento) do mesmo orçamento destinadas à 
preservação ou à correção desses efeitos”. 
Assim sendo, verifica-se que os danos prováveis ou potenciais devem ser previstos para 
que se possa destinar recursos públicos para evitar o dano, e, se o dano for inevitável, ou já 
estiver estabelecido, este recurso será destinado para a sua correção. 
Entre as “medidas mitigadoras” previstas nos artigos 6º, III, e 9º, VI, da Resolução 
CONAMA 001/86 compreende-se, também, a compensação do dano ambiental provável. A 
compensação esta concebida como uma forma de indenização. Mesmo que a compensação não 
fosse prevista nos estudos ambientais, ela é devida pelo princípio da responsabilidade objetiva 
ambiental (Art. 14, § 1º, da Lei 6.938/81). Neste caminho a Resolução CONAMA 002/96, 
revogando a 010/87, trata mais amplamente da reparação dos danos ambientais causados pela 
destruição das florestas e demais ecossistemas no momento do licenciamento ambiental, e 
embora não tenha sido expressamente revogada com a publicação da Lei 9.985/2000, aplica-se 
sobre o tema compensação, apenas o que dispõe a referida Lei 9.985/2000, regulamentada pelo 
Decreto 4.340/02 e parcialmente alterada pela Lei 11.132/05 (inclusão do Art. 22-A que aborda a 
criação de Unidades de Conservação), sempre que houver conflito com os dispositivos da 
Resolução 002/96. 
A Lei 9.985/2000, que trata do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC 
estabelece (Art. 36) que: “Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de 
significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com 
fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório – EIA/RIMA, o empreendedor é 
obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção 
Integral, de acordo com o disposto neste artigo

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