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AULA 3 NEONATOLOGIA EQUINA PARTE 1

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Lilian Ferrari 
Aula 3 – Clínica Médica (10/03) 
NEONATOLOGIA 
Cuidados com um neonato – até 1 semana de 
vida, fase critica de 24 a 48 horas – funções 
fisiológicas mais diferentes que potro ou 
cavalo normal. 
Potro ao nascimento: 
Adaptação neurológica – ao nascer se 
levanta rápido e se direciona ao úbere da 
égua para mamar o colostro. Isto ocorre 
rápido porque na natureza os equinos eram 
presas, assim, protege a própria cria dos 
predadores. 
Cardiovascular – assim, ao levantar para 
mamar aumenta a FC a FR. 
Pulmonar – o pulmão ao nascimento natural é 
pressionado no canal da pelve, e isto é 
importante porque a pressão libera 
surfactantes na corrente circulatória, e ele 
forma membrana de estabilização dos 
alvéolos, promove abertura dos alvéolos e 
estabiliza eles abertos. Além disso, libera 
glicocorticoides endógenos, causando 
vasodilatação e melhora metabolismo. Desta 
maneira, o potro fica em pé e consegue 
mamar o colostro. 
Gastrointestinal e musculoesquelética – tem 
que mamar o colostro em 12 horas, o ID do 
neonato tem células glandulares que tem 
GAP, as imunoglobulinas tem condições de 
ter absorção direta pelo espaço nas 12 horas, 
após isso, este epitélio vai se tornando 
estratificado e começa haver dificuldade da 
absorção das imunoglobulinas. Quanto mais 
demorar para mamar o colostro, mais fica 
difícil absorver as imunoglobulinas. 
A primeira defecação do neonato é 
chamada de eliminação do mecônio, que é 
as primeiras fezes produzidas na vida fetal – 
para limpar trato digestório e ter absorção de 
outros nutrientes (deve ocorrer em no máximo 
30 minutos). 
Compactação do mecônio – observar se o 
animal está encurvado, cauda em bandeira. 
Observar se os músculos estão firmes para que 
ele fique em pé e correr. 
*Égua que vai para cesária o prognóstico é 
ruim para o potro, pois ao voltar da anestesia 
inalatória ela não reconhece o potro. 
IMPORTANTE: Identificação precoce de uma 
anormalidade. 
Exame clínico pormenorizado – 
detalhadamente; 
Neonato é diferente de cavalo pequeno – o 
metabolismo e as enfermidades que 
acometem o neonato é diferente. 
CUIDADOS BÁSICOS COM OS NEONATOS: 
Ingestão de colostro: 
Transferência de imunidade passiva através 
do leite – natural, banco de colostro ou 
plasma hiperimune. 
Placenta tipo epiteliocorial – nunca puxar a 
placenta, pode causar hemorragia grave. 
Aguardar 2 horas. 
IgG – ID nas primeiras 24 horas 
Fonte alternativa: banco de colostro 
Cuidados com o coto umbilical: 
Cauterização química logo após o 
nascimento 
Onfaloflebites e septicemias: 
Iodo a 2 ou 3% ou spray repelente e 
cicatrizante 
*Após parto tem comunicação do umbigo 
com o meio externo, e tem animais que as 
vezes não fecham o canal do uraco. 
Características básicas de 
adaptação: 
Potros normais: decúbito esternal, 
posicionamento em pé nas duas primeiras 
horas. 
Reflexo de sucção é imediato. 
Liberação do mecônio: geralmente após a 
primeira mamada. 
 Lilian Ferrari 
Compactação de mecônio – observar: 
dorsiflexão das costas, e elevação da cauda, 
durante o esforço de defecação. 
Diagnóstico diferencial: síndrome da ruptura 
da bexiga, atresia anal, atresia do cólon. 
*Pode ser feito um enema. 
PRINCIPAIS AFECÇÕES DO NEONATO EQUINO 
SISTÊMICA: 
SEPTICEMIA 
Maioria das mortes dos neonatos nas 
primeiras semanas de vida; 
Disseminação hematógena de 
microorganismos ou de seus subprodutos pelo 
organismo 
Demonstração clinica variável – doença 
multifatorial, os animais podem ter diferença 
na manifestação dos sintomas, mas o que 
eles tem em comum é a febre com 
temperatura acima de 39 graus, decúbito 
lateral, mucosas congestas, TPC anormal. 
Resultado de uma pré-infecção in útero ou 
por inoculação oral, respiratória ou umbilical 
pós-parto 
Pode transformar-se de infecção 
generalizada para localizada – PNEUMONIA E 
ARTRITES 
*Quando trata a sepse as bactérias migram e 
tem alguns lugares de predileção que elas 
vão ser encapsuladas. Por causa umbilical as 
bactérias podem se instalar na cavidade do 
osso causando uma poliartrite ou artrite. As 
vezes se complica tornando artrite séptica e 
degeneração das articulações. 
História: abortamento, superpopulação e más 
condições de higiene, depressão e queda na 
ingestão de leite, prematuridade (< 320 dias 
de parto - prematuro) 
Sintomas: depressão, letargia, diminuição das 
mamadas e decúbito. 
Diagnóstico: febre (intermitente ou refratária 
aos antitérmicos), taquicardia, taquipneia, 
alterações pulmonares, diarréia, 
desidratação, inapetência e depressão. 
Hemograma (leucocitose violenta- 
primeiramente leucopenia migra para foco 
infeccioso e depois começa migrar para a 
corrente circulatória), PT, fibrinogênio (< 500 
mg/dl), taxa glicêmica (<90 mg/dl) 
Pulmão: lavado traqueal – coletar material 
para cultura e antibiograma. 
Tratamento: Sintomático 
Suporte e combate ao processo infeccioso 
Antibioticoterapia específica 
Fluidoterapia 
Alimentação parenteral 
Plasma hiperimune 
Aquecimento gradativo 
*Choque: usar corticóide – antiinflamatório 
esteroidal como por exemplo, a 
dexametasona.

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