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Apostila Digital Psicologia Jurídica

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Psicologia Jurídica
Cursos Livres
Letícia Simioni Schossler
Sumário
1. Breve história da Psicologia Jurídica ......................................................................................................04
2.Interfaces entre a Psicologia e o Direito ..................................................................................................05
3. Áreas de Atuação do Psicólogo Jurídico .................................................................................................05
4. Ética Profissional e Responsabilidade Social....................................................................................... 07
5. Elaboração de Documentos .................................................................................................................... 11
6. Adoção ........................................................................................................................................................... 12
7. Modalidades de Guarda (menores) ....................................................................................................... 16
8. Alienação Parental........................................................................................................................................ 19
Referências ........................................................................................................................................................ 22
O curso
A presente apostila foi construída a partir de conhecimentos prévios, de ordem 
teórica e prática, bem como por meio da busca e utilização de obras e artigos de referência 
na área da Psicologia Jurídica, tendo como objetivo introduzir o(a) aluno(a) nos temas 
compreendidos como de maior relevância na modalidade e, dessa forma, suscitar o desejo 
pela busca de mais conhecimento, além do exercício da reflexão acerca das práticas do 
profissional Psicólogo. Bons estudos!
Letícia Simioni Schossler
 Psicóloga
Especializando em Psicologia 
Clínica com Ênfase em Psicanálise
CRP 07/239886
4
Breve história da Psicologia Jurídica1
A Psicologia, enquanto ciência e profissão, somente foi reconhecida no Brasil em 27 
de agosto de 1962, portanto há apenas 55 anos. Pensar em outras modalidades dentro da 
profissão em nosso país, como é o caso da Psicologia Jurídica, reforça o fato de que essa, 
mais ainda do que a própria Psicologia, é extremamente recente.
Em nível mundial, a história da Psicologia Jurídica pertence a tempos anteriores, 
datando desde o ano 1900, quando o psicólogo francês Alfred Binet desenvolveu os 
primeiros testes de inteligência (Standford – Binet), que eram utilizados com o objetivo de 
avaliar criminosos na época. Entre 1940 e 1950, a Psicologia passa a ganhar cada vez mais 
relevância no campo jurídico, em especial nas áreas penal e civil, especialmente nos Estados 
Unidos. Aqui no Brasil, no ano de 1970, inicia-se um crescimento da Psicologia Jurídica e, em 
1984, o profissional da Psicologia passa a ser considerado através do termo de testemunho 
de especialista pelo Código Criminal Federal Brasileiro, algo inédito e que até então somente 
era concedido aos psiquiatras.
Em 1990, a partir da implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), 
a atuação do Psicólogo se amplia a partir do acompanhamento e aplicação de medidas 
protetivas e socioeducativas, que ocorrem também dentro da área pericial. No ano de 2001, 
cria-se a Especialização em Psicologia Jurídica a partir do Conselho Federal de Psicologia 
(Resolução 02/2001), em que este define as funções do profissional psicólogo enquanto 
perito e/ou assistente técnico como sendo de:
“avaliar, orientar e intervir a partir do uso de técnicas e métodos psicológicos 
adequados, além da realização de pesquisas e proposição de modificações 
na legislação, mediações de conflito e atuações na justiça restaurativa” (CFP 
– Resolução 02/2001).
A partir de tal resolução, compreende-se como foco da Psicologia Jurídica a aplicação 
da mesma ao sistema legal (Varas, Ministério e Defensoria Pública, centros de socioeducação, 
presídios, delegacias, ONGs, instituições de acolhimento, profissionais autônomos chamados 
a atuar como peritos e assistentes técnicos*). 
 No presente curso, a terminologia utilizada será de Psicologia Jurídica, havendo, porém, 
também o termo Psicologia Forense, que, de acordo com as referências nas quais o material 
está baseado, podem ser compreendidas como que com significados muito semelhantes 
entre si, porém com origens de linguagem diferentes, sendo a primeira proveniente da língua 
espanhola e a segunda, do inglês; a etimologia da palavra “Forense” remete-se ao termo do 
latim forensis, que significa “do fórum”, local em que, na Roma Antiga, os cidadãos resolviam 
suas questões e disputas de maneira semelhante ao que é hoje o Fórum (GOMIDE; JÚNIOR, 
2016).
5
Interfaces entre a Psicologia e o Direito2
A Psicologia Jurídica é a integração entre a Psicologia e o Direito, cada qual com o 
seu conhecimento (comportamento humano e regras que regem seu comportamento 
em sociedade). Seu principal objeto de estudo refere-se aos comportamentos complexos 
que ocorrem na interface com o campo jurídico. É importante destacar que a Psicologia 
Jurídica não é subordinada ao campo do Direito e, sim, é uma ciência de caráter autônomo e 
complementar a ele. 
Compreender onde estão os pontos de diferença e de semelhança entre as áreas 
da Psicologia e do Direito fornece um entendimento em relação às ações de cada qual. O 
verbo que determina a ação da Psicologia é compreender, no sentido de como as pessoas 
se comportam (não apenas condutas observáveis, mas também processos emocionais 
e subjetivos), a Psicologia está relacionada ao universo do ser. Já o Direito é regido pelo 
verbo regular, pois é aquele que se ocupa de como os sujeitos deveriam se comportar, e 
não sobre como se comportam, portanto ao Direito fica intrínseco o universo de como deve 
ser. A definição de Sobral (1994) reforça tais aspectos quando aponta que a Psicologia se 
detém sobre a compreensão do comportamento, ao passo que o Direito define-se através 
de um conjunto de regras, que visa regular tal comportamento, além de prescrever condutas 
e modelos de soluções para os conflitos. Dito isso, torna-se evidente que tanto a Psicologia 
como o Direito se ocupam do homem e de seu comportamento e estão destinadas a servir 
esse e a sociedade (TRINDADE, 2012).
Também é importante salientar que a Psicologia por si tem um perfil que pode ser 
compreendido como investigativo, não no sentindo de um detetive, mas, sim, do profissional 
que se põe a ouvir, rever e analisar dados importantes que o sujeito possa lhe trazer e que, 
especificamente, em relação à prática do Psicólogo Jurídico, é comum que muitas vezes se 
tenha uma única entrevista para poder compreender os fatos a partir do viés psicológico.
Áreas de Atuação do Psicólogo Jurídico3
Dentre as possibilidades de atuação do Psicólogo Jurídico junto ao contexto brasileiro, 
neste momento, estão: avaliações variadas (porte de armas, disputa de guarda, habilitação 
para adoção, síndrome de burnot, imputabilidade, etc.), tratamento para agressores, 
programas de prevenção e intervenção para menores infratores, pesquisas, produção e 
construção de teorias na área do comportamento criminal, dentre outros. Em relação ao 
último item (pesquisas, produção e construção de teorias), assim como ocorre nas demais 
áreas de conhecimento oriundas da academia, é extremamente importante que haja pesquisa 
e produção científica a respeito do tema, já que isso fortalece e aumenta a credibilidade da 
área não somente no meio acadêmico, mas na sociedade em geral.
6
Especificamente em relação a cada uma das áreas possíveis de trabalho do Psicólogo 
Jurídico, de forma a melhor detalhar as informações acima, é importante citar, a partir de 
Gomide e Júnior (2016):
 » Psicologia do Crime: é a ciência que estuda os processos comportamentais do adulto 
e jovem infrator, sobre comoo comportamento criminoso é adquirido, evocado, 
mantido e modificado; o psicólogo examina e avalia a prevenção, intervenção e 
estratégias de tratamento direcionadas para reduzir o comportamento criminoso 
e antissocial. Agressores são todos aqueles que agridem nas instâncias físicas, 
psicológicas ou sexuais, que podem apresentar mais de uma dessas categorias 
simultaneamente (que é o mais comum), em níveis distintos de gravidade.
 » Avaliação Forense: cerne da Psicologia Jurídica pela importância sobre a identificação 
de quadros psicopatológicos, a fim de responsabilizar os indivíduos sobre seus atos. 
Geralmente realizada a partir de testagens psicológicas, mas também através de 
escuta qualificada. Documento psicológico bem estruturado é peça fundamental 
para um processo, bem como para respeitabilidade da Psicologia Jurídica. Pode ser 
avaliada toda e qualquer situação em que a justiça necessita de um parecer técnico 
sobre a condição psicológica do agressor ou da vítima (ex.: condições dos genitores 
em uma disputa de guarda, necessidade de destituição do poder familiar, ocorrência 
de alienação parental, etc.).
 » Clínica Forense: dá-se quando o sujeito segue para tratamento clínico por via judicial. 
Podem ser atendidos agressor, vítima ou famílias, e cabe ao psicólogo informar à 
justiça os resultados da avaliação e/ou tratamento, com ciência do cliente, conforme 
estabelecido pelo Código de Ética do Psicólogo, art. 1º: “o psicólogo deve informar ao 
responsável os resultados de seu atendimento”.
 » Psicologia Correcional: desenvolvido especialmente para infratores, em especial 
população carcerária, com o objetivo de diminuir a incidência e reincidência 
criminal. Atividades relacionadas ao desenvolvimento e avaliação de programas para 
reinserção social em meio aberto, programa de manejo de estresse para agentes 
prisionais, avaliação de prisioneiros encaminhados para progressão de regime, etc.
 » Psicologia aplicada aos programas de prevenção: visa à prevenção do 
desenvolvimento do comportamento antissocial, identificando precocemente 
e intervindo nas causas geradoras do problema; ações realizadas em escolas, 
maternidades, postos de saúde, instituições em geral onde o comportamento de 
risco pode ser identificado.
 » Psicologia da Polícia: área ainda inicial no Brasil, atividades relacionadas à negociação 
com reféns, interrogatórios, prestação de serviços psicológicos para policiais e 
familiares, treinamentos, etc.
 » Pesquisa: extremamente importante para os sistemas de justiça e para a sociedade 
por oferecer maior precisão científica e entendimento de formas de intervenção 
efetivas no sistema judicial em casos que envolvem as dinâmicas psicológicas 
(conforme citado no início deste item).
7
Especificamente em relação às áreas do Direito, correlacionadas ao trabalho da 
Psicologia Jurídica, pode-se destacar, de acordo com Huss (2011):
 » Aspectos Penais: foco nos atos contra a sociedade é o governo que assume a 
responsabilidade de se encarregar nos assuntos criminais por meio de oficiais da lei 
e promotores. Foco do direito criminal é punir os infratores para manter um senso de 
justiça na sociedade.
 » Aspectos Civis: refere-se aos direitos e reparações privados, não necessariamente o 
bem público, toda violação da lei civil é considerada ofensa contra o indivíduo. Nesses 
casos fica a critério da pessoa que foi prejudicada tomar ou não alguma atitude, não 
da sociedade.
 » Aspectos do Trabalho: psicólogo pode realizar perícia para avaliar as condições de 
trabalho e possíveis repercussões na saúde mental do indivíduo (afastamentos e 
doenças relacionadas ao trabalho).
É relevante recordar que a perícia pode ser definida como uma avaliação dos sujeitos 
que têm, de alguma forma, envolvimento com o sistema da justiça. Além disso, e de maneira a 
facilitar a compreensão geral do assunto, entende-se como objeto de estudo e de intervenção 
para a área da Psicologia Jurídica cinco grandes categorias: vítimas, agressores, famílias (de 
vítimas e de agressores), agentes de segurança e instituições (GOMIDE; JÚNIOR, 2016).
Ética Profissional e Responsabilidade Social 4
Para além das questões éticas propriamente ditas, e que serão abordados ao longo 
do presente texto, ao se falar de um trabalho tão delicado como é o do Psicólogo, e talvez de 
maneira mais sutil daquele que está entrelaçado pela Psicologia Jurídica, seja ele perito ou 
assistente técnico, grifa-se a importância que o tratamento pessoal deve ter na construção 
da trajetória de tal profissional, de forma tão significativa quanto um curso ou especialização. 
No célebre texto do pai da psicanálise (Sigmund Freud), no original “Recomendações aos que 
praticam a Psicanálise”, de 1912, este traz o tratamento/análise pessoal como indispensável 
para aqueles que elegem como profissão, no caso a Psicanálise, mas que, independentemente 
de linha teórica, poderiam se beneficiar e muito a partir da tomada de consciência de suas 
questões e limitações, para, dessa forma, estarem mais aptos a lidar com os conteúdos 
externos que são apresentados ao psicólogo de forma intensa e maciça.
Para um entendimento minimamente costurado entre si, e com maior sentido, 
inicia-se pensando na etimologia da palavra “ética” como sendo derivada do grego antigo, 
do termo “ethos”, que significa hábito ou costume de um local específico de uma cultura, em 
determinado momento histórico. Compreender tal significado auxilia a compor o raciocínio 
de que, portanto, aquilo que se constituía como ético em determinado momento e contexto, 
pode se manter ou modificar de acordo com o período histórico e cultural, e, a partir disso, 
8
as mudanças ocorridas nos códigos de ética das mais variadas profissões, e no caso da 
Psicologia, mostram-se como extremamente necessários para que possam ser levados em 
consideração com a seriedade que requerem.
Retornando à questão histórica, a título de conhecimento, no ano de 1953, a 
Associação Americana de Psicologia (APA) elaborou seu 1º Código de Ética em Psicologia; no 
Brasil, após treze anos de regulamentação da profissão de Psicólogo, estabeleceu-se, em 
1975, o 1º Código de Ética do Psicólogo, tendo sua última versão no ano de 2005 (GOMIDE; 
JÚNIOR, 2016).
Para a construção do Código de Ética do Psicólogo, além das questões culturais, são 
levados em consideração, necessariamente, nessa ordem:
 » Declaração dos Direitos Humanos;
 » Estatuto da Criança e do Adolescente;
 » leis referentes à atuação profissional do Psicólogo e resoluções sobre a prática 
psicológica (Carta Magna).
A compreensão a respeito da ordem dos fatores para a construção do Código de Ética 
do Psicólogo é especialmente importante e pode gerar dúvidas quando se pensa nas questões 
relacionadas às práticas do profissional. Não é raro que tais confusões ocorram quando o 
profissional acredita que as especificações e exigências éticas da profissão estejam acima 
das leis nacionais.
Puxa!... Na escola onde trabalho, sei de um caso em que há 
grandes chances de estar ocorrendo violência. Atendi a criança 
algumas vezes, que veio com hematomas, e indicada pelas 
professoras por falta de concentração em aula. Tentei falar com os 
pais, mas eles nunca vêm... A situação está se agravando. 
O que devo fazer?
Fonte: https://site.cfp.org.br
9
Como no exemplo acima, em situações de possibilidade e/ou confirmação de maus 
tratos, o Conselho Federal de Psicologia permite que haja o rompimento do sigilo, baseando 
a decisão a partir da busca do menor prejuízo (CFP, 2014), ou seja, zelar pela proteção da 
criança e dessa forma romper o ciclo de violência notificando aos órgãos responsáveis. O 
Estatuto da Criança e do Adolescente também prevê em seu art. 245 que o profissional ou 
responsável por instituição deverá comunicar sobre os fatos. (Gomide e Júnior, 2016).
O Código de Ética do Psicólogo é composto por:
 » 07 Princípios Fundamentais: detalham valores para a atuação profissional, tomando 
como a Declaração dos DireitosHumanos: respeito, dignidade, liberdade, igualdade, 
integridade do ser humano, saúde e qualidade de vida;
 » 12 Deveres Fundamentais: expostos de forma mais objetiva e prática o que o 
profissional deve fazer para garantir os Princípios Fundamentais e, em seguida, são 
apresentadas as condutas que o Psicólogo não deve ter em 17 itens.
Destes 17 itens, dois podem ser destacados, já que, não raro, esses suscitam 
questões a seu respeito. Para a efetivação da boa prática do profissional psicólogo, um 
desses itens refere-se à inexistência de vínculos entre a pessoa atendida e o profissional, 
incluindo também o vínculo com pessoas próximas, a fim de evitar maiores interferências 
no trabalho. O outro item que pode ser considerado como de maior relevância diz respeito à 
divulgação da atividade profissional, que deve obedecer a algumas regras, como a publicação 
do número de registro junto ao Conselho Regional de Psicologia, citar somente títulos 
realmente existentes, o não uso de valores como propaganda, oferecer serviços restritos a 
outras profissões, comparar-se com outros profissionais objetivando propaganda, bem como 
abster-se da promessa de previsões determinantes e categóricas, sendo previstas, nos 
casos de descumprimento, penalidades, a mais dura é a cassação ao direito do exercício da 
profissão (GOMIDE; JÚNIOR, 2016).
Apesar de o Código de Ética ser apresentado como sendo um conjunto de princípios 
e normas que fornecem critérios, o mesmo não deve ser pensado como algo rígido, pois 
dentro da área da Psicologia seria impossível que o mesmo contemplasse todas as situações 
possíveis de ocorrência. Por isso a necessidade de reflexão, discussão e aprofundamento 
perante as situações de maior impasse.
Conjunto de princípios 
e normas (critérios)
Não é rígido Necessário:
Refletir, Discutir, 
Aprofundar.
10
No caso da Psicologia Jurídica, é importante também que o profissional busque 
conhecer as legislações específicas para cada área (ex.: se trabalhar na área de Família, deve 
compreender sobre as leis de guarda compartilhada, alienação parental, etc.). 
Quando o Código de Ética do Psicólogo entra em contato com atuações específicas, 
como é o caso da Psicologia Jurídica, deve-se atentar a detalhes importantes para a garantia 
de uma atuação coerente. O sigilo (art. 9) e o rompimento do sigilo (art. 10) demonstram 
claramente a necessidade de, para além do conhecimento teórico, bom senso por parte do 
profissional. No caso da Psicologia Jurídica, há a existência de um terceiro, no caso, Poder 
Judiciário, que precisa ter acesso a alguns dados que o Psicólogo obteve a partir de entrevistas 
e avaliações. A exposição dos fatos e a quebra de sigilo devem obedecer ao previsto no art. 
10 (rompimento de sigilo), baseando-se na busca do menor prejuízo e expondo, portanto, 
somente aspectos necessários para a compreensão do caso/situação (GOMIDE; JÚNIOR, 
2016).
O entendimento da problemática é um dos grandes objetivos na avaliação psicológica 
no âmbito da Psicologia Jurídica. Por isso, também, o profissional psicólogo deve se questionar:
 » Para que ele trabalha? Questões cruciais
 » E para o bem de quem? Guia para procedimentos técnicos
É indispensável se fazer tais perguntas, pois, a partir das respostas provocadas por 
essas questões, o profissional terá maior clareza a respeito de suas ações.*
Independentemente da área na qual o Psicólogo atua, é essencial que sua prática 
profissional seja regida pelos princípios éticos da profissão e que haja compatibilidade ética 
entre o Psicólogo e a organização na qual atua. Nesse aspecto, novamente, é relevante 
recordar a questão de um tratamento pessoal bem conduzido e os ganhos, que ultrapassam 
as questões íntimas do sujeito, uma vez que, enquanto psicólogo, esse se propõe a emprestar 
sua capacidade não apenas intelectual, mas também como indivíduo, para o outro.
DIFERENÇAS ENTRE PERITO E ASSISTENTE TÉCNICO*
As respostas para as perguntas acima, sobre para quem o profissional trabalha e para 
o bem de quem, estão diretamente ligadas ao papel que o mesmo ocupa. No caso do Psicólogo 
Perito, este estará mais vinculado ao Poder Judiciário do que à família atendida, seu trabalho 
vai ao encontro a responder a uma demanda judicial ao invés de familiar. 
Para viabilizar o conceito, recorre-se à Resolução 008/2010 do Conselho Federal 
de Psicologia, que caracteriza o Psicólogo Perito como sendo aquele que é designado 
para assessorar a Justiça, fornecendo subsídios para a decisão judicial e utilizando-se de 
documentação elaborada a partir de sua avaliação (GOMIDE; JÚNIOR, 2016). Nesse aspecto, 
ressalta-se novamente a questão ética do profissional, especialmente no que tange à não 
vinculação em relação à pessoa/família atendida, evitando dessa forma o favorecimento 
indevido dos sujeitos. Apesar de intrínseco ao fato, não é concebível que a pessoa relacionada 
ao processo seja avaliada pelo psicólogo com quem está em tratamento. Isso exige do 
profissional posicionar-se quando requerido a esse tipo de papel, que tem tudo para inviabilizar 
11
o trabalho do Psicólogo para com esse sujeito tanto para o tratamento como para uma real 
avaliação a nível jurídico.
Toda e qualquer manifestação do Psicólogo Perito deverá ocorrer a partir da sua 
área de competência, com o objetivo de, assim, conforme citado anteriormente, a partir 
dos documentos elaborados, indicar a melhor possibilidade do ponto de vista psicológico, 
advertido, porém, de que a prova pericial não é o único elemento do processo e, sim, um 
dos elementos do mesmo (GOMIDE; JÚNIOR, 2016). A questão temporal, ou seja, da época em 
que a avaliação foi realizada também é essencial para o fornecimento fidedigno dos dados 
necessários para a avaliação (abordado no item a seguir – 5. Elaboração de Documentos).
Em relação ao Assistente Técnico, e também a partir de regulamentação da Resolução 
008/2010 do CFP, este se caracteriza como sendo o profissional Psicólogo, da confiança de 
uma das partes no processo, capacitado para questionar, de maneira técnica, a análise e as 
conclusões apresentadas pelo Perito, a partir, porém, de uma relação de mútua colaboração e 
respeito. Entretanto, revela-se uma contradição entre o Código de Processo Civil, no art. 466 
§2º, que sustenta que o Assistente Técnico poderia acompanhar os exames realizados pelo 
perito, ao passo que, a partir dos conceitos básicos (como subjetividade) da Psicologia e da 
própria Resolução 008/2010 do CFP, este por sua vez, prescreve que as atuações do Perito 
e do Assistente Técnico devessem ocorrer em momentos separados, diminuindo assim as 
possibilidades de interferência na dinâmica e qualidade dos serviços realizados, bem como 
em possíveis constrangimentos as pessoas envolvidas. 
O CFP também orienta aos Assistentes Técnicos que registrem em cartório um 
contrato de trabalho, a fim de deixar claro sobre o fato que os resultados da avaliação podem 
não ir ao encontro do desejado pelo contratante, podendo, inclusive, ter concordância com o 
entendimento fornecido pelo Psicólogo Perito.
Elaboração de Documentos5
A elaboração de documentos é uma das partes do trabalho do profissional psicólogo 
que trabalha na área da Psicologia Jurídica, a partir da qual, além do registro formalizado, 
os demais profissionais (juízes, promotores, advogados, outra parte do processo, etc.) 
interessados terão acesso aos dados que, na grande maioria das vezes, por eles foram 
requisitados. Justamente por isso é que o profissional autor do documento deve ter cautela, 
evitando expor para além do necessário os envolvidos no processo.
Há resoluções específicas, tanto pelo CFP como pelo Código de Processo Civil, que 
falam a respeito do tema. No caso do CFP, a Resolução 007/2003 está ligada à criação de um 
Manual de Elaboração de Documentos Escritos; tal manual apresenta princípios norteadores, 
além dos tipos de documentos e estrutura dos mesmos. O CFP (2013) também define por 
Avaliação Psicológica o processo decoleta e interpretação de informações, nos quais são 
eleitos procedimentos considerados como adequados, com base no contexto, no propósito, ao 
que deve ser avaliado, bem como nas condições técnicas e operacionais dos instrumentos a 
12
serem utilizados. Já o art. 435 do Código de Processo Civil prevê, embasado na lei, a intimação 
por parte do profissional da área da Psicologia Jurídica, seja o Psicólogo Perito ou o Assistente 
Técnico, a fim de prestar quaisquer esclarecimentos a respeito do trabalho por ele realizado.
Especificamente em relação ao documento, convém recordar que esse deve 
apresentar, conforme citado anteriormente, somente as informações necessárias e 
estritamente relativas à área da Psicologia. Devem ser apresentados indicativos pertinentes 
ao processo e que forneçam subsídios para a tomada de decisão necessária. Não cabe, porém, 
ao Psicólogo Perito nem ao Assistente Técnico apontar conclusões sobre a sentença, já que 
ele somente deverá, segundo Paulo (2012, p. 224), “... facilitar a formação do convencimento 
judicial, fornecendo o conhecimento necessário para o deslinde do caso”.
No caso das entrevistas, estas podem ser estruturadas, semiestruturadas ou não 
estruturadas, e cabe ao profissional avaliar os benefícios e o contexto para a realização da 
escolha do tipo de entrevista. Especificamente em relação às entrevistas semiestruturadas, 
apresentam como benefício o fato de ampliar as possibilidades de avaliação para além daquilo 
que o entrevistador contava anteriormente à realização da entrevista, podendo se adequar ao 
contexto durante a entrevista.
Cabe também salientar que o Laudo Psicológico deve ser elaborado a partir de um 
relato sucinto, sistemático, descritivo e interpretativo, com base nos dados colhidos em 
entrevista e testagens, se for o caso. O Laudo Psicológico, na realidade, nada mais é do que 
um documento formal em que ficam registrados os resultados a partir do procedimento de 
avaliação como um todo. A linguagem adotada no laudo deve ser clara e organizada, evitando 
termos de uso estritamente técnicos e que podem não ser compreendidos de forma adequada 
pelo leitor que o solicitou. Por fim, é essencial que o profissional destaque, como via de regra, 
que determinada recomendação ou contraindicação por ele realizada para aquele processo é 
válida para o momento, ou seja, caso os mesmos elementos e pessoas sejam avaliados em 
outro período de tempo, é possível que haja alterações no contexto e, consequentemente, na 
avaliação como um todo.
ADOÇÃO6
Proponho iniciarmos o tema Adoção a partir da sua reflexão: caro(a) aluno(a), o 
que você pensa sobre adoção? A que tipos de experiência o tema lhe remete? Quais são 
os fatores que você acredita que levam alguém, indivíduo ou casal, a adotar? Responder a 
essas perguntas, mesmo que internamente, fornece indícios e subsídios para a abordagem 
do assunto.
No passado, a adoção ocorria com o objetivo de satisfazer os desejos daquele que 
adotava, atendendo aos que tinham por único objetivo a manutenção da família (impedidos por 
infertilidade, por exemplo) ou o desejo de “fazer caridade”; porém isso mudou completamente 
quando o foco da adoção passou a ser a proteção da criança sob a perspectiva do seu melhor 
interesse, em meados de 1990 (lançamento do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA), e, 
dessa maneira, os adotantes passaram a ter que suprir as necessidades dos adotados, sendo 
13
uma relação marcada pela reciprocidade, tanto em termos de desejos como de necessidades 
para adotantes e adotados (GOMIDE; JÚNIOR, 2016).
Como definição, a adoção pode ser compreendida como “(...) o estabelecimento de 
relações parentais (vínculo familiar) entre pessoas que não estão ligadas por meio de vínculos 
biológicos diretos” (LEVINZON, 2006, p. 25). A autora segue no sentido de que a adoção é uma 
forma de proporcionar uma família às crianças que, por uma série de motivos, não puderam 
ser criadas por seus pais biológicos, e é também uma forma de tornar-se pai e mãe para 
aqueles que não puderam ou optaram em não ter filhos de maneira biológica. Nesses casos, 
portanto, as relações e vínculos se estabelecem através de intersecções afetivas ao invés da 
continuidade genética. 
Com o objetivo de compreender como crianças e adolescentes foram para o abrigo, 
inicia-se recordando que isso ocorre a partir de duas possibilidades: quando a família de 
origem decide, por seu desejo, entregar a criança e o faz legalmente ou quando essa se mostra 
incapaz para exercer os cuidados mínimos necessários para que a essa criança seja oferecida 
uma vida digna e livre de violência. A destituição do poder familiar somente ocorre em última 
instância e após diversas tentativas, quando os pais biológicos não têm condições de exercer 
suas funções de forma responsável, violando dessa maneira os direitos da criança. É errado 
atribuir a destituição familiar a condições de pobreza somente, o afastamento compulsório 
da família, tanto de origem como extensa, somente ocorre em situações de negligência, 
abandono, falta temporária de condições associada a dificuldades de ordem financeira, mas 
não pela questão financeira isoladamente (GOMIDE; JÚNIOR, 2016).
Nesse ponto chama-se atenção para a diferença entre a entrega e o abandono, 
que são experiências totalmente diferentes (COSTA; CAMPOS, 2003). Enquanto psicólogos 
essa compreensão é essencial para que se aplique mais do que técnica ao trabalho, 
mas sensibilidade para com os que de uma forma ou de outra nos encontram enquanto 
profissionais. O abandono perpassa situações de desamparo, como as acima citadas, já a 
entrega pode estar relacionada a uma maior tomada de consciência daqueles pais ou daquela 
mulher que se dá conta de alguma ou várias impossibilidades para realizar os cuidados com 
uma criança, tanto na ordem do concreto como do emocional. Ainda sobre isso, Fonseca 
(2012) nos recorda, em seus termos que “mães abandonantes” foram elas próprias, já que o 
foram pelo pai biológico da criança, por sua família e pela sociedade.
Em relação a quem pode se candidatar para a habilitação para adoção no Brasil, esses 
devem ser adultos, maiores de 18 anos, solteiros, casados, com ou sem filhos, homoafetivos 
ou heterossexuais. Os interessados devem dar abertura ao processo de habilitação para 
adoção na Vara da Infância e da Juventude mais próxima de sua residência, devendo passar 
pela avaliação psicossocial seguida de sentença emitida pelo Juiz, que, a partir disso, inserirá 
ou não os candidatos ao Cadastro Nacional de Adoção. A participação de cursos de preparação 
não ocorre em todos os locais, porém, enquanto Psicólogo Perito, a indicação para que o 
indivíduo ou casal participe desse tipo de grupo pode favorecer e muito o processo de adoção, 
auxiliando, por exemplo, em relação às fantasias e sentimentos comuns ao grupo.
O trabalho do Psicólogo Perito, que é o profissional que realiza, nesses casos, 
a avaliação para habilitação à adoção, é descrito por Levinzon (2006) como sendo 
psicoprofilático (do grego prophýlaxis = cautela), pois auxilia a proporcionar condições para 
14
uma melhor adaptação da família (ideal). Ainda de acordo com a autora, caso os sentimentos 
e as fantasias inconscientes não estejam suficientemente distinguidos, a adoção pode vir a 
ser uma dificuldade.
Do ponto de vista psicológico, é imprescindível que o profissional seja atento e 
cuidadoso em relação à entrevista a ser realizada. Cada profissional desenvolve o seu 
método, conforme já citado no item anterior (Elaboração de Documentos), entretanto dados 
como a história pregressa dos requerentes, motivações para adoção, significado da adoção 
em suas vidas, capacidade para parentalidade, traços de estrutura e nível de maturidade, 
relacionamentos familiares e sociais, percepção em relação à adoção pela família extensa, 
disponibilidade afetiva, organização diária, dentre tantos outros auxiliam a compreender quem 
são os requerentes em um nível psicológico, para, dessa forma,avaliá-los com informações 
relevantes e relacionadas ao processo. O objetivo da avaliação não é de “selecionar” os pais, 
mas, sim, favorecer e viabilizar os candidatos a elucidar suas imaginações e a realidade da 
adoção (GOMIDE; JÚNIOR, 2016). É possível que, durante a entrevista, ao se escutarem, os 
próprios candidatos adiem ou desistam da habilitação para adoção por se darem conta de 
suas questões a nível individual ou de casal.
Dos aspectos acima mencionados, deve-se prestar especial atenção à questão que 
motiva e mobiliza os requerentes a adotar; caso esses estejam relacionados a, por exemplo, 
companhia para si ou para filhos mais velhos, escolha de sexo do filho, substituição de filho 
falecido, etc., é necessário fazer uma avaliação mais detalhada e profunda. Recordar que o 
objetivo da adoção relaciona-se ao melhor interesse do menor que será adotado, e não aos 
adotantes, e que esse tipo de motivação dá fortes indícios sobre as poucas possibilidades de 
sucesso caso a adoção se efetive. Nesse tipo de situação, pode-se pensar em uma demanda 
de dependência invertida, na qual o adulto é quem se mostra dependente da criança, ao invés 
do contrário, o que, psicologicamente, poderia se tornar uma adversidade em longo prazo.
Não é raro que a adoção acabe sendo a última opção de um casal, após inúmeros 
problemas de esterilidade. Nesses casos, deve-se estar atento em relação ao nível de 
elaboração psíquico, já que a esterilidade, enquanto limitação biológica e de um ponto de 
vista psicanalítico, pode ser compreendida como uma ferida narcísica diretamente ligada à 
não continuidade biológica e imortalidade dos pais, podendo haver sentimentos ambíguos 
em relação ao filho adotivo ou inclusive hostilidade inconsciente, já que esse seria uma 
lembrança inquestionável sobre tal limitação dos pais, no caso, a esterilidade (LEVINZON, 
2006).
O psicólogo também deve diferenciar motivação de expectativa, ou seja, o que motiva 
o casal a adotar daquilo que ele espera, caso a adoção se concretize. Nesse momento, os 
requerentes dão indícios importantes sobre suas possibilidades em sonhar com esse filho, ou 
seja, na capacidade de idealizar e narcisizar, ao menos de início, essa criança como podendo 
ser, em algum momento de sua vida, pela célebre frase de Freud (1914), “sua majestade o 
bebê”, para, após, haver uma acomodação das expectativas em relação à criança ideal e à 
criança real. Recordar que os menores em questão já vêm de ambientes de privação reitera 
a importância a nível psíquico desse processo dos pais em relação aos filhos (conceito de 
narcisismo transvazante).
Em casos de adoção, essa narcisização pode ser atravancada por fatores como 
15
a própria fala de vinculação genética, a impossibilidade de acompanhamento desde o 
nascimento, diferenças étnicas, fantasias sobre as características dos pais biológicos, etc. 
(LEVINZON, 2006).
As expectativas e angústias se fazem presentes independentemente do tipo do 
processo de filiação, seja ele biológico ou através da adoção, sendo inevitável em uma situação 
tão profunda como essa e na qual o sujeito esteja minimamente envolvido emocionalmente 
(LEVINZON, 2006). Em casos em que os futuros pais se mostram muito apáticos, distantes, 
sonhando pouco com esse filho, deve-se ficar atento ao significado dessa criança para esse 
sujeito ou casal; o mesmo se refere a um excesso de expectativas positivas em relação à 
adoção, como que havendo uma espécie de “depósito de esperança” sobre a vinda desse 
filho. Quando se fala em maturidade em nível emocional, esse aspecto deve ser considerado 
(capacidade de adequar desejos à realidade, etc.).
Winnicott (1954) fala sobre a função de “pais-terapeutas”, no sentido de que esses 
precisarão compensar as deficiências ambientais do início da vida dos seus filhos. Para poder 
exercer essa função, o Psicólogo Perito precisa ter a compreensão sobre a estruturação 
psíquica dos indivíduos, objetivando sempre a maior chance de que a adoção ocorra de forma 
satisfatória em todas as suas fases.
Especificamente em relação ao tempo de espera, após sentenciada a habilitação para 
adoção, esse varia de acordo com diversos fatores, dentre eles as exigências dos futuros 
pais, como, por exemplo, idade, sexo, cor de pele, etc. Quando tais padrões são muito rígidos, 
cabe ao psicólogo questionar e realizar uma avaliação mais apurada para compreender o real 
desejo desses candidatos (não abrem mão que o filho seja fisicamente parecido com eles? 
Retorna-se à questão da ferida narcísica desses pais, etc.).
Assim como ocorre nas demais situações que envolvem mudanças na vida dos 
seres humanos, a entrada de um novo membro na família também provoca, do ponto de 
vista psicológico, uma “crise”, já que exige que o sistema familiar se reorganize frente às 
novas necessidades (WEBER, 2011). Nesse sentido, legalmente está previsto pelo Estatuto 
da Criança e do Adolescente (ECA), no art. 46, o estágio de convivência, no qual, a partir de 
um prazo determinado pela autoridade judicial e com o acompanhamento da equipe técnica 
judiciária, acontece a aproximação gradual entre o menor e o indivíduo ou casal/família 
adotante, seguida pela guarda provisória, com fixação de um prazo inicial e, se necessário, 
prorrogação (GOMIDE; JÚNIOR, 2016).
De maneira sucinta, a partir do ponto de vista psicológico, que aqui também fica 
permeado pelas questões legais, a adoção é uma história com dois inícios diferentes (da 
criança/adolescente e do sujeito/casal/família), que passam a poder se encontrar através do 
contexto jurídico. Nesse, por sua vez, o profissional psicólogo auxilia fornecendo subsídios 
próprios de sua função, de maneira a favorecer as chances de sucesso para cada uma dessas 
histórias, munido não somente de conhecimento técnico, mas também de bom senso e afeto, 
como lembrado por Gomide e Júnior (2016).
16
Modalidades de Guarda (menores)7
Para a realização dos trabalhos dentro da Psicologia Jurídica, conforme já dito no 
início da presente apostila, para além da Psicologia em si, é essencial que o profissional 
conheça, de alguma maneira, os conteúdos relacionados, por exemplo, ao Direito de Família 
dentro do cenário brasileiro. No ano de 2008, a guarda compartilhada foi aprovada pela 
Lei 11.698/2000, e, poucos anos depois, em 2013, a partir da Lei 13.058/2014, mudanças 
tornaram a aplicação da guarda compartilhada como regra em relação à guarda unilateral. 
Tais mudanças também ocorreram em resposta às alterações sociais e culturais ocorridas 
com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, que ocorreu por volta da metade do 
século XX, fazendo com que as tarefas domésticas e a criação dos filhos fossem mais bem 
divididas entre homens e mulheres (GOMIDE; JÚNIOR, 2016).
Conforme escrito anteriormente no item 4, referente à Ética e às mudanças que 
acompanham o local e período histórico em que cada cultura está situada, igualmente os 
conceitos relacionados à organização familiar também foram alterados com o passar dos 
anos, e aquilo que antes era cristalizado como a crença de que somente as mulheres eram 
aptas para cuidar dos filhos começou a ser questionado e revisto, impulsionando cada vez 
mais a modernização do Código Civil Brasileiro. 
Antes de adentrar as diferenças entre as modalidades de guarda, aqui tratadas entre 
compartilhada e unilateral, os conceitos de Poder Familiar e Guarda devem ser distinguidos 
e assimilados. O termo Poder Familiar foi substituído por Autoridade Parental, em que os 
pais, de maneira cotitular, são responsáveis por seus filhos e obrigados a garantir-lhes sua 
subsistência, bem como os direitos fundamentais pertinentes aos mesmos e que, dessa 
forma, portanto, a separação do casal NÃO deveria alterar tais atribuições e responsabilidades 
parentais. Em se tratando de Guarda, essa tem por objetivo, e a partir de decisão judicial, 
garantir que o guardião zele pelo bem-estar do menor (GOMIDE; JÚNIOR, 2016). Sendo assim, 
em termos de ideal, o que deveria mudar a partirde uma separação entre um casal seria 
apenas a questão prática de organização entre o mesmo e não o objetivo, que deve ser 
sempre o desenvolvimento adequado e bem-estar biopsicossocial dos filhos.
De maneira comparativa e a partir das modalidades de Guarda que estão previstas no 
Ordenamento Jurídico do Brasil, estão (GOMIDE; JÚNIOR, 2016):
17
 » É a exceção, aplicada quando não há 
desejo por parte de um dos pais e/ou não 
visa ao melhor interesse para o filho.
 » Apenas um dos pais deterá o poder de 
decisão sobre os principais aspectos 
da vida do filho (escolha de instituição 
de ensino, tratamentos médicos, 
atividades...).
 » Acordo informal em que genitor não 
guardião pode participar de decisões 
importantes, porém a responsabilidade 
final é do guardião.
 » Direito de visita é garantido ao não 
guardião, solicitar informações e 
prestação de contas sobre o bem-estar 
da prole.
Desvantagens: prejuízos emocionais 
no filho pela privação de convivência 
ampla, relação com aparecimento de 
comportamentos alienadores.
Guarda Unilateral
 » Compartilhamento sempre que os pais 
demonstrarem condições para exercer o 
encargo.
 » Pai e mãe têm o direito e o dever de 
participar em igual medida da criação dos 
filhos.
 » Direitos e deveres legais sobre os filhos 
são compartilhados pelos pais.
 » Visa ao melhor interesse do menor, uma 
vez que é privilegiado o envolvimento de 
ambos os genitores na vida dos filhos 
mesmo após a separação.
 » Exige alto nível de diálogo e entendimento 
entre os genitores.
Desvantagens: não é regra de ser a melhor 
opção, depende da situação entre os 
pais, se a comunicação estiver difícil, não 
aparece como melhor opção.
Guarda Compartilhada
No caso da Guarda Compartilhada, é necessário que haja confiança entre os genitores, 
já que a criança/adolescente irá circular entre os ambientes, ora do pai, ora da mãe. Nos casos 
em que a separação ocorreu de forma conflituosa e que, por consequência, a confiança entre 
os pais ficou prejudicada, tornam-se potencializadas, incialmente, as fantasias de alienação 
parental, podendo, a partir da organização psíquica de cada um, avançar para algo de nível 
real. Fica clara, portanto, a necessidade de que a conjugalidade e a parentalidade sejam 
separadas e distintas, objetivando como maior beneficiário o filho.
É a partir dos dados fornecidos pelo Psicólogo Perito e/ou pelo Assistente Técnico, que 
pode ser contratado por uma das partes para contestar o laudo do primeiro, bem como pelos 
demais dados do processo, que o Juiz determinará os períodos de convivência e atribuições 
nos casos de guarda compartilhada. Caberá ao profissional psicólogo intimado ou contratado 
avaliar os seguintes aspectos (GOMIDE; JÚNIOR, 2016):
18
 » Relacionamento Interparental (histórico do casal, divisão dos cuidados com o filho)
 » Grau e manejo de conflitos (pré e pós-separação)
 » Formas e qualidade de comunicação
 » Frequência da interação coparental para assuntos relativos aos filhos
 » Organização cotidiana
 » Estado de saúde (pais e criança).
 » Pretensão dos genitores em relação à divisão de tempo e de aspectos práticos (ex.: 
finanças, moradia, trânsito, regras da casa e escolares)
Aspectos importantes para avaliação
A análise de tais itens auxiliará o psicólogo a compreender e prever como se dará a 
guarda, por exemplo, na modalidade compartilhada, se esses pais serão capazes de seguir os 
combinados, se terão flexibilidade quando necessário, se ambos têm em comum o objetivo 
de não prejudicar o filho, etc. No documento produzido pelo Psicólogo, especificamente 
na conclusão, é possível que o profissional sugira encaminhamentos para psicoterapia, 
avaliações psiquiátricas ou aquilo que compreender como necessário dentro do contexto 
psicológico para uma ou para as duas partes.
Além dos aspectos acima descritos, também é necessário que o Psicólogo Perito ou 
Assistente Técnico esteja atento aos indicativos favoráveis e desfavoráveis para a decisão 
pela Guarda Compartilhada. De acordo com Gomide e Júnior (2016), deve-se atentar aos 
seguintes aspectos:
 » Pais comprometidos em fazer a guarda 
compartilhada dar certo.
 » Pais com boa compreensão sobre seus 
papéis na vida dos filhos e dispostos a 
negociar diferenças.
 » Pais que priorizam as necessidades dos 
filhos.
 » Nível razoável de comunicação e desejo 
de cooperação.
 » Pais flexíveis para ajustes no arranjo da 
guarda compartilhada (necessidades 
mudam com o passar do tempo e 
crescimento do filho).
Pontos Favoráveis para Guarda Compartilhada
 » Histórico de dependência química de um 
ou ambos os genitores.
 » Violência doméstica (abuso sexual, físico 
e/ou emocional).
 » Negligência.
 » Transtornos mentais.
 » Histórico de discordância entre os pais em 
relação à educação dos filhos.
 » Pais indispostos a compartilhar a guarda 
dos filhos.
Pontos Desfavoráveis para Guarda Compartilhada
19
Em relação à Guarda Unilateral, conforme discorrido ao longo do texto, essa acaba 
sendo determinada como exceção, quando a possibilidade para guarda compartilhada não 
existe. Apesar de ser a exceção, enquanto psicólogos, o papel do profissional não é de impor 
aquilo que acredita ser melhor de acordo com a situação e, sim, de incentivar a manutenção 
de um relacionamento, ao menos, cooperativo entre os pais dos menores. Ademais e de forma 
teórica, a Guarda Compartilhada é a modalidade que apresenta melhores possibilidades para 
preservação da convivência com os genitores e as respectivas famílias extensas.
Alienação Parental8
O termo Alienação é derivado do Latim alienare (alienus), e significa aquilo que é 
alheio, que pertence ao outro. No Direito, refere-se a dar para outro aquilo que lhe pertence, 
enquanto que na Psiquiatria é sinônimo de doença mental grave, marcada pela perda de 
noção da identidade e da realidade.
A Alienação Parental (AP) perpassa o Direito e a Psicologia de diferentes maneiras, 
sendo o primeiro, diretamente, em processos de disputa de guarda que ocorre, porém, 
como sendo único e exclusivamente um fenômeno de características psicológicas (GOMIDE; 
JÚNIOR, 2016). Assim, como a Adoção e as modalidades de Guarda acima discutidas, a AP 
também é um dos temas com os quais o Psicólogo Perito e o Assistente Técnico se ocupam e 
por isso devem conhecer e saber distinguir o que vem a ser a Alienação Parental, a Síndrome 
de Alienação Parental e os motivos reais que justificam a falta de desejo e/ou resistências por 
parte da criança/adolescente em conviver com um dos genitores.
Como descrito por Rocha (apud PAULO, 2012, p. 60), “a Alienação Parental não é um 
problema novo, é uma maldade discreta disfarçada pelo sentimento de amor e dos cuidados 
parentais”. O genitor alienador, consciente ou inconsciente, promove de maneira negativa 
o outro genitor. De modo geral, ocorre o afastamento da criança, em maior ou menor grau, 
de acordo com a situação do outro genitor, podendo incluir também, na situação, a família 
extensa do mesmo (tios, avós, primos, etc.), promovendo a perda de vínculos por distorcer a 
imagem de um dos genitores. 
Há, no contexto brasileiro, uma legislação específica para o fenômeno da alienação 
parental, descrito na Lei 12.318/2010, que caracteriza o mesmo no art. 2 como sendo: 
A interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente pro-
movida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham 
a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que 
repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção 
de vínculos com este.
É comum que a Alienação Parental esteja associada à separação do casal, uma vez 
que o afastamento efetivo de um dos genitores pode surgir para o outro genitor como uma 
“oportunidade” para realizar ações de cunho alienador, já que, quando ambos dividem a 
mesma moradia, o outro genitor tem a possibilidade de “defender-se”, mas o fato do casal 
20
estar junto não é um fator que exclua a existência de traços de AP.De forma elucidativa, 
o genitor alienador é aquele que impulsiona a campanha difamatória contra o outro genitor, 
e o consequente afastamento do mesmo. Na grande maioria das vezes, o genitor alienador 
também é o guardião da criança, enquanto que o aquele que é difamado passa a ser o Genitor 
Alvo (GOMIDE; JÚNIOR, 2016).
Um dos objetivos a partir da realização de avaliação psicológica em casos em que 
há suspeita de AP é de isolar o fenômeno de justificativas reais para a recusa da criança/
adolescente em conviver com um dos genitores. Para isso, o psicólogo precisa estar atento e 
realizar as entrevistas de forma minuciosa tanto com os responsáveis como com a criança/
adolescente, para assim descartar ou considerar esse tipo de situação como sendo por 
motivos reais ou por indícios de AP.
Nos casos em que há uma justificativa real para tal afastamento, podem estar 
envolvidas situações de abuso e/ou violência física, sexual e/ou psicológica, vícios (etilismo/
drogadição), doenças e transtornos mentais, negligências, etc. Em relação às doenças 
e transtornos mentais e às negligências, ambas estão diretamente relacionadas, já que o 
genitor em questão, e dependendo do quadro, pode apresentar instabilidade nos cuidados 
para com o filho. Dessa forma, a criança se vê obrigada a assumir responsabilidades que 
seriam do genitor, e não suas como, por exemplo, cuidar de irmãos, da casa, dentre outros. 
Em casos como esses, o profissional deve distinguir o quem vem a ser a Alienação Parental 
propriamente dita de Comportamentos Protetivos por parte de um dos genitores (GOMIDE; 
JÚNIOR, 2016). Outro fator que merece atenção, por maior obviedade que pareça ter, é que, 
assim como os adultos, as crianças também têm maiores preferências e afinidades por um 
dos pais, e isso não se configura como Alienação Parental, portanto o profissional precisa 
ter bom senso para distinguir o que é uma preferência do que vem a ser alienação parental 
propriamente dita, a partir da intensidade e da característica dos traços apresentados. 
A situação de falsas denúncias de abuso sexual (Alienação Parental, art. 6, VI, da Lei 
12.318/2010) também deve ser levada em consideração, e está igualmente descrita na Lei, 
portanto cabe ao psicólogo avaliar cuidadosamente a situação e o discurso dos genitores e 
da criança, evitando a exposição excessiva do menor. Nesse ponto, também cabe ressaltar 
que é direito da criança, pela legislação brasileira, ser ouvida a partir de 12 anos de idade, para 
dizer, inclusive, com quem desejaria morar. Aqui a ressalva é de que o Psicólogo deve se dar 
conta de que, às vezes, a criança acredita que esteja tomando as decisões por si, porém pode 
estar com suas percepções afetadas pela AP, sendo de responsabilidade do profissional que 
avalia a situação contextualizar a situação, bem como prestar atenção a indícios relevantes 
como, por exemplo, a linguagem utilizada pela criança, que, em casos de AP, pode se mostrar 
inadequada para sua idade.
Dentro dos campos da Alienação, Gardner (1985 apud GOMIDE; JÚNIOR, 2016) reforça 
a diferença entra a Alienação Parental e a Síndrome de Alienação Parental, que podem ser 
compreendidas da seguinte forma
21
SAP ≠ Alienação Parental
Comportamentos demonstrados 
pela criança unicamente DURANTE 
o processo de disputa de guarda.
Torna-se condição mental para a 
criança, há recusa de relacionar-se com 
o outro genitor sem justificativa real.
Nos casos em que a criança se opõe à campanha difamatória realizada pelo genitor 
alienador em direção ao genitor alvo, o que passa a existir é o abuso psicológico e não a AP. Em 
relação aos abusos, o abuso psicológico é aquele que preconiza os demais, no caso físicos e/
ou sexuais, e que tem consequências mais devastadoras para a constituição do sujeito, por 
isso, nos casos em que forem detectados abusos e maus-tratos de qualquer uma dessas 
ordens acima citadas, a possibilidade de afastamento do genitor agressor deve ser levada em 
consideração, havendo uma possibilidade de reaproximação desse genitor abusivo somente 
se possível (GOMIDE; JÚNIOR, 2016).
Detectar a Alienação Parental é fundamental, já que as consequências desse tipo 
de cenário podem se estender e perdurar ao longo da vida adulta do indivíduo. Algumas 
das consequências psíquicas envolvem uma diminuição na autoestima da criança, 
comportamentos simbióticos com o genitor alienador, além do que é destacado por Rocha 
(apud PAULO, 2012, p. 65) como “(...) doenças psicossomáticas, depressão, ansiedade, 
nervosismo sem motivo aparente e agressividade”. Frente à intensidade e consequente 
gravidade da AP, sem intervenções, a tendência é de piora e desenvolvimento de patologias 
graves no campo psíquico ao longo da vida adulta do indivíduo.
Sobre as consequências previstas em Lei, o art. 3º da Lei da Alienação Parental 
elucida que a prática de atos que configurem a AP fere os direitos fundamentais de menores, 
prejudicando a realização do afeto nas relações tanto com os genitores como com o grupo 
familiar do mesmo e que, portanto, configuram-se como abuso moral contra a criança/
adolescente, tendo como punições possíveis desde a mais branda declaração de ocorrência 
e advertência para o genitor alienador até a mais grave, de suspensão da autoridade parental 
desse. Também estão previstas em Lei possibilidades como o aumento do regime de visitas 
pelo genitor alvo, multa, determinação de acompanhamento psicológico, além de alteração 
ou inclusive alteração do regime de guarda (art. 6º, incs. I a VIII, Lei da Alienação Parental).
Preventivamente, assim como o é o trabalho do Psicólogo Perito e/ou do Assistente 
Técnico, também, em outros tipos de situações, cabe ao profissional, já na avaliação de 
Guarda, apontar, quando evidenciado esse tipo de situação, bem como conscientizar as partes 
a respeito da manutenção de seus papéis parentais independentemente da separação do 
casal, da organização que será assumida por cada qual (ex.: um cuida da educação, outro da 
alimentação e saúde, etc.), de maneira a evitar também sobrecarga para as partes.
 
22
Referências
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