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Anamnese e aspectos gerais da psicopatologia

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Vict�ria Kar�line Libório Card�so
Aspect�s gerais da psic�pat�l�gia
Introdução geral à semiologia
psiquiátrica
A semiologia psicopatológica estuda os sinais e
sintomas dos transtornos mentais. De acordo
com Charles Morris (1946), existem 3 campos
distintos no interior da semiologia:
● Semântica: responsável pelo estudo das
relações entre os signos e os objetos a
que se referem.
● Sintaxe: compreende as regras e leis que
regem as relações entre os vários signos
de um sistema.
● Pragmática: se ocupa das relações entre
os signos e seus usuários, os sujeitos que
os utilizam concretamente, em situações
e contextos sociais históricos do dia a dia.
Signo: elemento nuclear da semiologia, é como
um tipo de sinal, ou seja, um estímulo emitido
pelos objetos do mundo. Assim, por exemplo, a
fumaça é um sinal de fogo e a cor vermelha é um
sinal do sangue.
● Na medicina o signo é como um sinal
especial, sempre provido de significação.
Ex: a febre pode ser um sinal-signo de
uma infecção.
● No caso específico da semiologia médica
psicopatológica, os signos estão
relacionados com a indicação da
existência de transtornos e patologias.
Os signos de maior interesse na psicopatologia
são os sinais comportamentais objetivos,
verificáveis pela observação direta do paciente, e
os sintomas (evidências subjetivas relatadas
pelos pacientes), suas queixas e narrativas.
Entretanto, Sá Junior (1988) identifica sintomas e
sinais de maneira diferente; os sintomas
objetivos seriam aqueles observados pelo
examinador, os sintomas subjetivos seriam os
observados pelo paciente e os sinais são os
dados elementares das doenças que são
provocados (ativamente evocados) pelo
examinador (ex: sinal de romberg, sinal de
babinski…).
Dimensão dupla do sintoma
psicopatológico: indicador e
elemento simbólico
O sintoma como índice sugere uma disfunção
que está em outro ponto do organismo ou do
aparelho psíquico, sempre com relação de
contiguidade. Além disso, os sintomas
psicopatológicos, ao serem nomeados pelo
paciente, por seu meio cultural ou pelo médico,
passam a ser “símbolos linguísticos” no interior
de uma linguagem.
Assim, no momento em que recebe um nome,o
sintoma adquire o status de símbolo, de signo
linguístico arbitrário, que só pode ser
compreendido dentro de um sistema simbólico.
Exame psiquiátrico
O exame psiquiátrico é realizado pela
observação do paciente, com verificações se
aquilo que o paciente diz é uma realidade, ou
Vict�ria Kar�line Libório Card�so
alguma forma de persuasão-incoerência, pois
geralmente há um discurso psicoafetivo por trás
da fala que vai determinar o diagnóstico.
É importante entender que a doença psiquiátrica
se manifesta de maneira comportamental na vida
da pessoa, por isso é importante o médico ser
atento, delimitar um curso de conduta e indagar
para ver se realmente há coerência na fala do
paciente. Além disso, é necessário sempre
desconfiar do que está sendo dito, já que muitos
pacientes tendem a restringir seus sentimentos
ou exagerá-los. Assim, ouvir o paciente é tão
importante quanto observá-lo.
● Ex: um paciente que alega depressão, mas
está bem vestido e bem arrumado não
mostra aparência condizente com
depressão, pois a síndrome depressiva
deixa a pessoa sem cuidado consigo
mesma.
Aspectos do paciente na
entrevista
Aparência: limpo, organizado, desleixado, sujo,
desarrumado, bagunçado…
Atividade psicomotora e comportamento:
normal, com retardo ou acelerado, inquieto,
recluso, desorientado, desconfiado, atônico…
Atitude frente ao examinador: amigável,
cooperativo, hostil, sedutor, defensivo, irônico,
ambivalente, manipulador…
Comunicação: características da fala - fala
trôpega-gaguejando, fala acelerada, lenta, alta,
baixa, desconexa, sem fluxo contínuo do
pensamento, bagunçada, desorientada…
Sentimentos despertados em mim como
observador: o que essas primeiras impressões
me causaram como examinador.
Funções mentais
Consciência: obnubilado, em estupor, em coma,
confuso, hiperativo, lúcido…
Atenção: se está em vigília, com tenacidade,
concentrado, disperso, desorientado…
Sensopercepção: se está em ilusão, com
alucinações, com pseudoalucinações,
despersonalizado, fora da realidade, com
cinestesia ou adequado ao ambiente.
Orientação: em tempo, espaço, quanto a si e
quanto aos outros.
Memória: qualidade da memória imediata,
recente e remota.
Inteligência: abstrata, concreta, social, se é
deficiente mental e se possui alguma demência.
Atividade e humor: características de
congruência com a realidade, profundidade,
qualidade, ansiedade, tensão,
medo,irritabilidade, incontinência emocional,
labilidade afetiva,indiferença afetiva,afeto
inapropriado ou incongruente, afetivo
hipomaníaco, maníaco exaltado, afeto
deprimido…
Pensamentos:
● Produção: lógica, ilógica ou mágica.
● Curso: lento, acelerado, com fuga de
ideias, perda de associações,
tangencialidade, circunstancialidade,
bloqueio de pensamentos ,
Vict�ria Kar�line Libório Card�so
perseverações, associação por
rimas-temas…
● Conteúdo: delírio ou ideia delirante, ideia
supervalorizada, ideia de referência,
obsessões…
Funções psicofisiológicas: sono, apetite,
sexualidade exacerbada, prostração, cansaço…
Linguagem: normal, loquaz, prolixo, taciturno,
não responsivo, não espontâneo, com disartria,
gagueira, taquilalia, afasia, mutismo, ecolalia,
logorréia, vulgaridade, coprolalia, disgrafia,
neologismos...
Para descrever do paciente: se há congruência
de pensamentos, falas, modo de agir, grau de
organização (em delírio ou não), o quanto isso
parece afetar na vida do paciente…
Formulação psicodinâmica: causas envolvidas na
crise atual, fatores de personalidade relevantes
na determinação dos sintomas; padrões de
defesa do paciente…
Conceitos importantes
Crítica: é a percepção da inadequação e da
gravidade do transtorno mental que ele possui e
quais características diferentes isso pode causar
em sua vida.
Grau de insight e noção da doença: trata-se do
quanto o paciente admite que suas vivências ou
comportamentos anormais foram alterados
decorrentes da doença mental.
Paciente preservado: paciente lúcido e
orientado.
Paciente rebaixado: paciente confuso, sonolento
e ou desatento.
Orientação autopsíquica: orientação do
indivíduo em relação a si mesmo - revela se o
paciente sabe quem é, qual a sua idade, qual a
data de seu nascimento, qual sua profissão,
estado civil…
Orientação alopsíquica: diz respeito à
capacidade de orientar-se em relação ao mundo,
ou seja, quanto ao espaço (orientação espacial) e
quanto ao tempo (orientação temporal).

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