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Caso concreto 3 resposta a acusação

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Caso concreto 3, Resposta à Acusação 
Aluno: Matheus Rodrigues 
Matrícula: 201703077768
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO 2.ª VARA CRIMINAL DO ESTADO XXXX
Processo nº:...
MATEUS, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem por seu advogado com procuração anexa, devidamente inscrito na OAB..., com endereço profissional a rua..., cidade...para fins do artigo 77, V do CPC, com fundamento no artigo 396 do CPP apresentar 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Patrocinada pelo Ministério Público, pelos seguintes fatos e fundamentos a seguir
I-DA TEMPESTIVIDADE 
 A citação do Réu ocorreu no dia 18/11/2016, de modo que a presente resposta à acusação se mostra tempestiva dentro do prazo de 10 (dez) dias estabelecidos no artigo 396 do CPP. Logo o prazo final para a resposta à acusação seria no dia 28 de novembro.
II-DOS FATOS 
	Alega o Ministério Público que no mês de agosto de 2016, o Acusado se dirigiu à residência de Maísa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com Maísa, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo de exame de corpo de delito.
 Certo é que, embora não se tenha valido de violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter conjunção carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma.
Imputando ao Acusado a prática do crime de estupro de vulnerável, artigo 2017-A, §1º com a causa do aumento de pena do artigo 234-A por ter resultado em gravidez.
III-PRELIMINARES 
1-Preliminar de Ilegitimidade Ativa do Ministério Público
	Segundo uma grande máxima do direito brasileiro “tempus regit actum”, ao predispor que a norma que será aplicada ao caso concreto deverá ser aquela vigente no momento do crime, quando direcionado ao Direito Penal.
	Logo, o caso versa sobre um delito que havia ocorrido durante o mês de agosto de 2016 e é a legislação desse período que deve ser aplicada ao caso. Salvo exceções relacionadas a novatio legis in mellius ou normas processuais penais puras que possuem aplicação imediata.
	Durante o ano de 2016, estava em vigência o artigo 225, que afirmava que os crimes definidos nos capítulos I e II deste título, ou seja, crimes contra liberdade sexual e crimes sexuais contra vulnerável, seriam regidos mediante ação penal condicionada à representação. Nesse sentido a jurisprudência do tribunal de São Paulo:
TJSP: “Estupro – Vítima menor de 14 anos – Fato ocorrido em agosto de 2006 – Análise sobre a legislação vigente à época dos fatos – Violência presumida decorrente da idade – Presunção de violência que não é absoluta – Menor que, à época dos fatos, possuía plena consciência sobre assuntos relacionados ao sexo – Conhecimento e consentimento da família para manter namoro anterior – Quadro probatório que autoriza afastar a presunção absoluta de violência – Absolvição – Recurso provido (voto n. 12.899)” (AP 993.08.035868-0, 16.a C., rel. Newton Neves, 25.10.2011, v.u.).
	A ação pública incondicionada a representação, nesses mesmos termos, só surge após a publicação da lei 13.718/2018. E por se tratar de uma norma processual penal mista, com conteúdo processual e material, e mais prejudicial ao Réu. A sua aplicação somente será possível para os crimes ocorridos após a sua vigência.
	Perpassada essa análise, em respeito ao princípio do “tempus regit actum”, a norma que deve ser aplicada ao caso concreto é a norma vigente em 2016 que afirma que aqueles crimes dos capítulos I e II, serão regidos mediante ação penal condicionada à representação. 
Logo o Ministério Público não possui legitimidade ativa, em vista do fato de que inexiste representação do ofendido. Sendo assim o presente processo deve ser declarado nulo desde o momento do oferecimento da denúncia em vista da inexistência desse importante requisito de procedibilidade da ação penal, conforme dispõe o artigo 5º, §4º do CPP, gerando a devida rejeição da denúncia conforme dispõe o artigo 395, II do CPP.
2- Preliminar de Ausência de Justa Causa pela ausência de exame de corpo de delito.
	Conforme dispõe o artigo 158 do CPP, quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito. É indispensável porque representa a materialidade de que aquele crime realmente aconteceu.
	O mesmo ocorre com o crime de estupro, pois trata-se de crime que deixa vestígios. Caso esse crime realmente tivesse ocorrido, o exame de corpo de delito poderia constatar o ocorrido, através do exame direto no órgão genital da vítima. Logo, sem o presente exame, torna-se inviável a condenação do Réu, pois inexiste prova suficiente da materialidade de que aquele crime realmente aconteceu.
	De acordo com o mesmo artigo 158, ainda se houvesse a confissão do acusado, ainda assim, o exame de corpo de delito seria indispensável.
	Diante o exposto, a inexistência da prova da materialidade do crime, leva a inexistência de justa causa para o exercício da ação penal. Devendo a denúncia ser rejeitada de acordo com o disposto no artigo 395, III do CPP.
3- Preliminar de Ausência de Justa Causa
	A alegação da ocorrência do crime de estupro de vulnerável, requer prova documental que ateste a vulnerabilidade da vítima. Conforme dispõe o artigo 155, parágrafo único do CPP, quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. 
	De modo que, o estupro de vulnerável, na forma do artigo 217-A, §1º, quando a vítima é deficiente mental, conforme afirmado na denúncia, requer prova documental hábil a constatação dessa enfermidade.
	Sem essa prova é inviável a alegação de que a vítima possui deficiência mental. Não havendo justa causa suficiente para afirmação da existência de um estupro de vulnerável. 
	Logo, a inexistência da prova documental que ateste o estado mental da vítima, tal como a inexistência do exame de corpo de delito para a comprovação do estupro, corroboram para a inexistência de justa causa para o exercício da ação penal, devendo a denúncia ser rejeitada de acordo com o disposto no artigo 395, III do CPP.
IV-DO MÉRITO
	O Réu não cometeu o crime de estupro de vulnerável, pois a Maisa, ora vítima, e sua namorada. E toda relação sexual ocorrida entre o casal é realidade de forma consensual, de livre e espontânea vontade de ambos.
	A vítima não é deficiente mental, o que reitera que todos os seus atos são realizados com livre e espontânea vontade. Logo não subsiste a alegação da existência de estupro, tampouco da realização de estupro de vulnerável. Nesse sentido a crítica do Doutrinador Guilherme Nucci:
houve um nítido retrocesso, no campo do consentimento da vítima, quando menor de 14 anos, para relações sexuais, em face do que havia antes da reforma de 2009. Tratava-se, anteriormente, da chamada presunção de violência. Quem tinha menos que 14 anos era presumidamente incapaz de consentir, logo, qualquer ato libidinoso com essa pessoa era tido por violento, logo, estupro ou atentado violento ao pudor. Hoje, unificado o estupro e o atentado violento ao pudor, criou-se o art. 217-A do CP, apenas dizendo ter qualquer relação sexual com menor
de 14 anos: pena de reclusão de 8 a 15 anos. Assim sendo, os tribunais, em sua maioria, passaram a refutar, o que antes se admitia, a vulnerabilidade relativa da vítima.
	A inexistência de provas da ocorrência de estupro ou que caracterize a dificuldade da Vítima de entender a prática do ato sexual, enseja na absolvição do Réu em conformidade com o entendimento exposto no artigo 386, VII do CPP.
V-DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
a) Requer a rejeição da Denúncia, diante da ilegitimidade ativa do Ministério Público, na forma do artigo 395, II do CPP;
b) Requer a rejeição da Denúncia, diante da inexistência do exame de corpo de delito, configurando a inexistência de justa causa na forma do artigo 395,III do CPP;
c) Requer a rejeição da Denúncia, diante da inexistência de prova documental que ateste a deficiência mental da vítima, configurando a inexistência de justa causa na forma do artigo 395, III do CPP;
d) A absolvição do Réu, diante da inexistência de provas suficientes para a condenação, conforme artigo 386, VII do CPP;
e) A oitiva do seguinte rol de testemunhas;
VI-ROL DE TESTEMUNHAS 
1- Olinda, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., inscrito no CPF de nº..., residente e domiciliado a rua...., cidade..., Estado...
2- Alda, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., inscrito no CPF de nº..., residente e domiciliado a rua...., cidade..., Estado...
3- Maísa, ora vítima, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., inscrito no CPF de nº..., residente e domiciliado a rua...., cidade..., Estado...
Data...
Cidade....
Advogado
OAB nº...

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