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Sociedades Personificadas e não Personificadas

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UDF- Centro Universitário
Nome: s/Turma D3 /Direito Empresarial I/ Matutino 
Professora: 
Bibliografia: COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2014-Páginas 15-83).
4°Fichamengo: Sociedades Personificadas e não Personificadas 
 As Sociedades são consideradas um tipo de pessoa jurídica de Direito Privado ao lado das Associações, Fundações, Organizações Religiosas, Os Partidos Políticos e EIRELE. Porém, o que diferencia a sociedade das demais pessoas jurídicas de direito privado será um requisito individual: o Intuito Lucrativo. Quando é criada uma sociedade o objetivo é lucrar com a mesma onde será exercido a atividade econômica. A Sociedade nada mais é um grupo de pessoas que se reúne com objetivo de lucrar. E com isso, as pessoas que integram esse grupo recebem o nome de sócios, elas constituem uma nova pessoa diferente da pessoa física dos sócios, chamada de pessoa jurídica. Mas embora ela não exista no plano dos fatos de carne e osso, ela será idêntica a uma pessoa jurídica para o mundo do direito. No caso das sociedades, quem irá exercer a atividade empresária descrita no art.966 do CC será a própria pessoa jurídica. Portanto, quando se fala de direito societário quem exerce essa atividade (o empresário) é a própria pessoa jurídica da sociedade, que irá manifestar sua vontade por meio dos seus sócios. Segundo Fábio Ulhoa: 
“Sociedade empresária é a pessoa jurídica que explora uma empresa. Atente-se que o adjetivo “empresária” conota ser a própria sociedade (e não os seus sócios) a titular da atividade econômica. Não se trata, com efeito, de sociedade empresarial, correspondente à sociedade de empresários, mas da identificação da pessoa jurídica como o agente econômico organizador da empresa. Essa sutileza terminológica, na verdade, justifica-se para o direito societário, em razão do princípio da autonomia da pessoa jurídica, o seu mais importante fundamento. Empresário, para todos os efeitos de direito, é a sociedade, e não os seus sócios. É incorreto considerar os integrantes da sociedade empresária como os titulares da empresa, porque essa qualidade é da pessoa jurídica, e não dos seus membros”. - COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2014- Página 17.
 Em segundo tópico, para a sociedade ser constituída existem dois pressupostos que tem em todas as sociedades. O primeiro é a pluralidade de sócios o segundo é o affectio societatis. A pluralidade de sócios é a exigência de duas ou mais pessoas para a criação de uma sociedade, visto que o Direito Brasileiro não permite que seja criado uma sociedade de apenas uma pessoa. O affectio societatis é a intenção de cada sócio de contrair uma sociedade, sendo considerado uma elemento complexo e subjetivo. Porém, esse elemento está relacionado a confiança que cada sócio sente um no outro e a vontade que ele possui de contrair uma sociedade entre si. 
 Em terceiro tópico, há duas divisões clássicas que as doutrinas buscam fazer entre sociedades, que é: 1° Diferença entre a sociedade simples e a empresária e a 2° é a diferença entre sociedade personificada e a não personificada. Lembrando que para ser considerado uma atividade empresária é preciso: 1- Profissional, 2- Econômica, 3- Organizada e 4- Produção ou circulação de bens ou serviços. Considerando tais requisitos, a sociedade preenchendo-os será considerada uma sociedade empresária e aquela sociedade que não os preenche será chamada de sociedades simples. No entanto, existe 3 exceções: Produtor rural, Sociedade de Advogados e dos profissionais intelectuais. Além disso, a sociedade simples pode operar de diversas formas. O registro dessas sociedades variam de acordo com a atividade exercida, por exemplo: Se for uma sociedade simples o órgão competente para registro é o RCPJ (Registro Civil das Pessoas Jurídicas), mas se for de natureza empresária será realizado no RPEM(Juntas Comerciais). 
 Para se começar as atividades na sociedade, ela irá precisar de uma estrutura mínima, ou seja, uma capital social (montante de contribuições dos sócios para a sociedade, afim de que ela possa cumprir seu objetivo pessoal). Ademais, se faz necessário a conceituação de sociedades personificadas. Sociedade Personificada é toda aquela que possui registros de seus atos constitutivos em órgão competente, possuem personalidade jurídica própria diferente dos seus sócios. Elas são divididas em: 1- Sociedade em nome coletivo; 2- Sociedade em comandita simples; 3- Sociedade Limitada; 4-Sociedade comandita por ações; 5: Sociedade Anônimas e 6- Cooperativas. Elas possuem as seguintes características: são constituídas mediante contrato escrito, particular ou público; O contrato deve ser levado ao órgão de registro público competente em até 30 dias de sua assinatura. A Sociedade Personificada pode ser simples os empresária. 
 Por fim, as sociedades não personificadas são as sociedades que não possuem registro e personalidade jurídica e são divididas em: 1- Sociedade em Comum e Sociedade em conta de participação. A Sociedade Comum (arts. 986 ao 990 do CC) é também chamada de Sociedade Informal, de Fato ou irregular, ela é caracterizada pelo acordo entre os sócios de constituir essa atividade com efetivo exercício da atividade social sem levar registros ou atos. Essa sociedade, normalmente, possui uma situação temporária. Com ela, se faz necessário um patrimônio social e não um capital social, sendo que a responsabilidade presente dos sócios perante a terceiros não limitada, mas sim solidária. Já as Sociedades em conta de participação (arts. 991 ao 996 do CC) não possuem registro em uma junta comercial , mas sim em um Cartório de Títulos e Documentos que tem como objetivo a formalidade na relação entre as partes. Ela não possui razão social e é dividida em dois tipos de sócios: 1- Sócio Ostensivo e 2- Sócio Participante. Em relação ao Sócio Ostensivo o Código Civil prevê: 
“Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes.
Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social.”
Ou seja, ele é considerado aquele que exerce o objeto social, responsável pela contratação de terceiros. E responde ilimitadamente perante esses. Porém, o Sócio participante é um ou mais sócios que não realizam objeto social e, normalmente, é chamado por sócio oculto. O Código Civil prevê: 
“Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade.
Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier.”
 Em suma, as sociedades são importantes na vida de um empreendedor, com elas são dadas todas as diretrizes para um bom funcionamento. Elas podem ser divididas em dois grupo: Sociedades Simples e Sociedades Empresárias, e dentro dessa divisão há espécies e subespécies dos desdobramentos. Podendo elas se desdobrarem, por exemplo: na existência ou não de personalidade jurídica e registro (formalmente conhecidas como personificadas e não personificadas).

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