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MECÂ NICA Cinemática e dinâmica da partícula a duas dimensões A posição de uma partícula, num dado instante, pode ser indicada por um vetor posição, 𝑟 , cuja origem coincide com a origem 0 de um referencial cartesiano e cuja extremidade coincide com a posição da partícula nesse instante. Quando uma partícula se encontra em movimento em relação a um referencial, a sua posição varia no decorrer do tempo e o movimento pode ser descrito através das equações paramétricas ( x = x(t) / y = y(t) / z = z(t) ) ou da Lei do movimento ( 𝑟(𝑡) = 𝑥(𝑡)𝑒𝑥⃗⃗⃗⃗⃗ + 𝑦(𝑡)𝑒𝑦⃗⃗⃗⃗⃗ + 𝑧(𝑡)𝑒𝑧⃗⃗ ⃗⃗ ) O deslocamento Δ𝑟⃗⃗⃗⃗⃗ é uma grandeza vetorial que indica a variação de posição de uma partícula no seu movimento, num dado intervalo de tempo, em que Δ𝑟⃗⃗⃗⃗⃗ = 𝑟2⃗⃗⃗⃗ − 𝑟1⃗⃗⃗ ⃗. A velocidade média é uma grandeza vetorial que se calcula 𝑉𝑚⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ = Δ𝑟⃗⃗⃗⃗⃗⃗ Δ𝑡. Nos movimentos retilíneos só pode haver aceleração tangencial e nos movimentos curvilíneos há sempre aceleração normal. De acordo com a Segunda Lei de Newton, a força resultante, 𝐹𝑟⃗⃗⃗⃗ , pode ser decomposta em duas componentes, uma tangencial e outra normal à trajetória, se considerarmos um referencial associado à partícula. Movimentos sob a ação de uma força resultante de módulo constante Uma força que atua num corpo segundo a direção da velocidade só faz aumentar ou diminuir o módulo da velocidade, não altera a sua direção. A trajetória é retilínea. Uma força que atua num corpo segundo a direção perpendicular à velocidade só faz variar a direção da velocidade, não altera o seu módulo. A trajetória é circular. Uma força que atua num corpo numa direção oblíqua relativamente à direção da velocidade faz variar a direção e o módulo da velocidade. A trajetória é curvilínea. O movimento de uma partícula sujeita a uma força resultante constante, com direção diferente da velocidade inicial, pode ser decomposto num movimento uniformemente variado (na direção da força resultante) ou uniforme (na direção perpendicular). O movimento de um projétil é um caso particular de um movimento sob a ação de uma força resultante constante, quando é desprezável a resistência do ar. O lançamento de um projétil pode ser: vertical, onde a força resultante constante (força gravítica) tem a direção da velocidade inicial e o movimento é retilíneo uniformemente variado (retardado na subida e acelerado na descida). horizontal, onde o movimento é uniforme segundo a direção do eixo dos xx. Quando a resistência do ar não é desprezável, a trajetória do projétil não é parabólica. O alcance e a altura máxima da trajetória são inferiores aos valores que se obtêm quando se despreza a resistência do ar. Movimentos de corpos sujeitos a ligações As forças aplicadas são forças que atuam num corpo independentemente das ligações ou vínculos a que o corpo está sujeito. As forças de ligação são forças que se exercem pelo facto de um corpo esta sujeito a ligações ou vínculos e que restringem a trajetória do corpo. O seu módulo depende do módulo das forças aplicadas e, em situações de movimento, das características do movimento. As forças de atrito (forças não conservativas) são forças de ligação, existem sempre que um corpo se move ou tende a mover-se sobre outro, são forças que tendem a opor- se ao deslizamento entre as superfícies em contacto e dependem do material de que são feitas as superfícies em contacto e do seu polimento. Se a intensidade da força aplicada, �⃗� , aumentar, há um momento em que o corpo inicia o seu movimento. A força de atrito estático atinge nesse instante a sua intensidade máxima; designa-se por força de atrito estático máxima, 𝐹𝑎 𝑚á𝑥.⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ . Uma vez iniciado o movimento, a força de atrito passa a designar-se por força de atrito cinético, �⃗�𝑎𝑐 , sendo a sua intensidade inferior à da força de atrito estático máximo para as mesmas superfícies. A Primeira Lei diz que a força não depende da área (aparente) de contacto das superfícies. A Segunda Lei diz que quando duas superfícies estão em repouso relativo, a intensidade máxima da força de atrito estático é diretamente proporcional à intensidade máxima da reação normal, �⃗⃗⃗�. Os coeficientes de atrito estático e de atrito cinético, μe e μc, dependem da natureza dos materiais em contacto e do seu polimento. Verifica-se que, em geral, é μc < μe. Centro de massa e momento linear de sistemas de partículas Um corpo rígido é um sistema de partículas que mantêm as suas posições relativas. Um sistema de partículas é um sistema constituído por um número finito de partículas, em que as posições relativas das partículas podem variar no decurso do movimento. Um centro de massa é um ponto onde se considera estar toda a massa do sistema e se aplica a resultante das forças exteriores que atuam no sistema. O vetor posição do centro de massa, 𝑟𝐶𝑀, de um sistema de N partículas é igual à média, ponderada pelas massas, dos vetores posição das partículas do sistema. O momento linear de uma partícula, 𝑝 , é uma grandeza física vetorial igual ao produto da massa pela velocidade da partícula. O momento linear de um sistema de N partículas, 𝑝𝑠𝑖𝑠𝑡. , é igual à soma dos momentos lineares das partículas constituintes do sistema: 𝑝𝑠𝑖𝑠𝑡.= ∑ 𝑝 𝑖⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗ ⃗𝑛𝑖=0 . A Segunda Lei de Newton aplicada a um sistema de partículas, cita que a resultante das forças exteriores que atuam sobre um sistema de partículas é igual ao produto da massa total do sistema pela aceleração do seu centro de massa ou a resultante das forças exteriores que atuam sobre um sistema de partículas é igual à taxa de variação temporal do momento linear do sistema. A Lei da Conservação do Momento Linear cita que se a resultante das forças exteriores que atuam num sistema for nula, o momento linear do sistema permanece constante. Numa colisão, em que a resultante das forças exteriores seja desprezável, há conservação do momento linear. As forças de colisão são forças interiores ao sistema e, em geral, de intensidade muito superior à das forças exteriores. As colisões podem ser: colisões elásticas têm conservação do momento linear e da energia do sistema. Colisões inelásticas apenas conservam o momento linear do sistema. Quando numa colisão inelástica a energia diminui o máximo possível, a colisão diz-se perfeitamente inelástica, onde as partículas adquirem a mesma velocidade. O coeficiente de restituição, e = 𝑉𝑏 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙− 𝑉𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑉𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙− 𝑉𝑏𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 , razão entre a velocidade de afastamento e a velocidade de aproximação. Fluidos Os fluidos (líquidos e gases) são materiais capazes de escoar, isto é, de fluir através de uma abertura no recipiente onde estão contidos. A massa volúmica, p, ou densidade de um material, é igual a 𝑚 𝑣 , onde m é massa e v é volume. A densidade relativa, d, de um material é dada por 𝑝𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑝𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 . A pressão é um módulo da força exercida perpendicularmente a uma superfície, por unidade de área, onde 𝐹 𝐴 . A força de pressão é a força perpendicular à superfície sobre a qual atua. Num fluido em equilíbrio hidrostático, a resultante das forças de pressão que se exercem num ponto do fluido, em todas as direções, é nula. A Lei Fundamental da Hidrostática cita que num líquido homogéneo, em equilíbrio hidrostático, a diferença de pressão entre dois pontos A e B, no interior do líquido, depende da massa volúmica do líquido e da diferença de nível entre esses dois pontos. A Lei de Pascal cita que qualquer variação de pressão num ponto de um fluido em equilíbrio hidrostático transmite-se integralmente a todos os pontos do fluido e às paredes do recipiente que o contém. A impulsão é a resultantedas forças de pressão que um fluido exerce sobre um corpo total ou parcialmente imerso nele. A Lei de Arquimedes cita que qualquer corpo mergulhado total ou parcialmente num fluido sofre, por parte deste, uma impulsão, que é uma força vertical, dirigida de baixo para cima e de intensidade igual à do peso do volume de fluido deslocado pelo corpo, em que I = p g V, I é impulsão, p é massa volúmica e V é o volume do fluido deslocado. O equilíbrio de corpos flutuantes acontece quando um corpo maciço é totalmente imerso num fluido e, em seguida, é largado, três situações podem ocorrer: Pcorpo > Pfluido, o corpo afunda; Pcorpo = Pfluido, o corpo flutua; Pcorpo < Pfluido, o corpo sobe. Quando um corpo pequeno se desloca num fluido com velocidade baixa, a força de resistência ao movimento varia linearmente com a velocidade e tem sentido oposto a esta. Quando um corpo tem grandes dimensões ou se desloca num fluido, com velocidade elevada, o módulo da força de resistência ao movimento é proporcional ao quadrado da velocidade do corpo
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