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1 Prof. DSc. Valtency F. Guimarães Dinâmica I “Cinemática de Partículas” 2 Dinâmica I Bibliografia Recomendada Bibliografia Básica: MERIAM, J. L. Dinâmica. 2ª Edição. Traduzido por Frederico Felgueiras Gonçalves e José Rodrigues de Carvalho. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1989. HIBBELER, R.C. Dinâmica – Mecânica para Engenharia, 12º ed. Editora Pearson. 2010. BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Dinâmica, 7 ed., Mc Graw Hill, 2006. SHAMES, I. H. Dinâmica. Mecânica para Engenharia. 4 ed. Prentice Hall, 2003. Bibliografia Complementar: GIACAGLIA, G. E. O. Mecânica Geral. Campus, 1982. KRAIGE, G.; MERIAM, J. L. Mecânica - Dinâmica. 5ª Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2003. 496p. NORTON, Robert L. Projeto de Máquinas – Uma abordagem integrada. Traduzido por João Batista de Aguiar et al. 2ª Edição. Porto Alegre: Bookman, 2004. 887p. ARFKEN, George B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Campus, 2007. 900p. Prof. DSc. Valtency F. Guimarães 3 Princípios da Dinâmica 1. Introdução 2. Conceitos Básicos 3. Leis de Newton 4. Unidades 5. Gravitação 6. Descrição de Problemas de Dinâmica 7. O Movimento Absoluto e a Física de Newton 8. Velocidade Relativa 9. Atividades Dinâmica I Introdução - Dinâmica 4 1 - Introdução O fenômeno mais óbvio e fundamental que observamos à nossa volta é o movimento. Praticamente todos os processos imagináveis têm como origem o movimento dos corpos. A Terra e os outros planetas movem- se em torno do Sol que, por sua vez, faz girar o sistema solar em torno do centro da galáxia; os elétrons, em movimento no interior dos átomos, dão lugar à absorção e à emissão da luz e, no interior de um metal, produzem corrente elétrica. Nossa experiência diária nos mostra que o movimento de um corpo é influenciado pelos corpos que o rodeiam, isto é, pelas interações com eles. A Dinâmica é a parte da Física que estuda os movimentos e as causas que os produzem ou os modificam. Então, na dinâmica vamos estudar os movimentos dos corpos e suas causas, utilizando também os conceitos de cinemática já estudados. Introdução - Dinâmica 5 Introdução A Dinâmica tem duas partes distintas – Cinemática, que é o estudo do movimento, sem fazer referência às forças que o causam, e a Cinética, que relaciona a ação de forças sobre os corpos aos movimentos resultantes. A perfeita compreensão da Dinâmica fornece a estudantes de Engenharia uma de suas mais úteis e poderosas ferramentas para análise. Em termos de aplicação em Engenharia, a Dinâmica é uma das ciências mais recentes. Somente depois de conseguir que as máquinas e estruturas operassem em altas velocidades e acelerações apreciáveis foi que o homem achou necessário fazer cálculos baseados nos princípios da Dinâmica. O rápido desenvolvimento tecnológico sem dúvida exige a ampliação dos princípios da Mecânica. Introdução - Dinâmica 6 Introdução Aristóteles elaborou uma teoria para explicar os movimentos dos corpos, dando início ao estudo da Dinâmica. As explicações de Aristóteles foram utilizadas até Galileu Galilei, considerado o primeiro cientista moderno, realizar vários experimentos, chegando às leis matemáticas que descrevem o movimento dos corpos terrestres, impulsionando o estudo da Dinâmica. As idéias de Galileu sobre a dinâmica, seus estudos sobre os movimentos dos corpos foram precursoras das Leis de Newton, que conseguiu dar um enorme salto na ciência. Conseguiu o que todos buscavam na época, uma teoria física unificada. Analisando o movimento da lua ele chegou a uma descrição perfeita para os movimentos, uma descrição que poderia ser utilizada tanto para os astros (lei da gravitação universal), como para objetos menores na terra. Introdução - Dinâmica 7 Espaço. é a região geométrica na qual o evento ocorre. É comum relacionar linha reta ou plano como espaço uni ou bidimensional. Sistema de referência. A posição no espaço é determinada relativamente a sistemas de referência por meio de medidas lineares ou angulares. Tempo. é a medida da sucessão de eventos e é considerado uma quantidade absoluta. Força. é a ação de um corpo sobre outro. Introdução - Dinâmica 2 - Conceitos Básicos ẑ x̂ 2 ŷ 1 r r 8 Inércia. é a propriedade da matéria que causa resistência à variação do movimento. Massa. é a medida quantitativa da inércia. É também a propriedade de todo corpo que sofre sempre atração mútua em relação a outros corpos. Partícula. é um corpo cujas dimensões são desprezíveis na situação em que vamos considerar. É pois um corpo que em uma situação específica pode ser considerado como um ponto geométrico, no que diz respeito às suas dimensões. Corpo Rígido. é um sistema constituído de partículas agregadas de um modo tal que a distância entre as várias partes que constituem o corpo (ou o sistema) não varia com o tempo (não mudam), ou seja, as distâncias entre as várias partes que compõem o corpo são rigorosamente constantes. Não apresenta nenhuma deformação relativa entre suas partes. Introdução - Dinâmica Conceitos Básicos 9 Escalar. a quantidade com a qual somente a grandeza está associada. Exemplos: tempo, volume, massa, densidade... Vetor. a quantidade na qual a direção, bem como a magnitude, está associada. Exemplos: deslocamento, velocidade, aceleração, força... Em dinâmica, o tipo em negrito é usado para simbolizar os vetores e o tipo comum, para escalares. Assim V = V1 + V2 representa o vetor soma de dois vetores, enquanto S = S1 + S2 representa a soma de dois escalares. Frequentemente, o uso de derivada de vetores e escalares em relação ao tempo é utilizado. Como notação, um ponto sobre a quantidade será usado para indicar uma derivada em relação ao tempo: significa dx/dt e para d2x/dt2. Introdução - Dinâmica Conceitos Básicos x x 10 Newton conseguiu elaborar uma teoria unificada para a Física e esta teoria é descrita em três leis, conhecidas como as leis de Newton. Primeira lei de Newton ou Princípio da Inércia na ausência de forças externas, um objeto em repouso permanece em repouso, e um objeto em movimento permanece em movimento. Segunda lei de Newton ou Princípio Fundamental da Dinâmica a força aplicada a um objeto é igual à massa do objeto multiplicado por sua aceleração. Terceira lei de Newton ou Princípio da ação e reação Se um objeto exerce uma força sobre outro objeto, este outro exerce uma força de mesma intensidade, de mesma direção e em sentido oposto. Introdução - Dinâmica 3 - Leis de Newton 11 A segunda lei de Newton é básica para a maioria das análises em Mecânica. Quando aplicada a uma partícula de massa m pode ser fixada como: F = ma (ou de outra forma ) Onde F é a força resultante que atua sobre a partícula e a é a aceleração resultante. A primeira lei de Newton é uma consequência da segunda, desde que não haja nenhuma aceleração quando a força é zero, e a partícula esteja em repouso ou move-se a velocidade constante. A terceira lei é básica para a compreensão de força. Ela estabelece que as forças sempre ocorrem em pares de igualdade e são opostas, sem observar-se a sua origem, e permanece válida para todo instante do tempo durante o qual as forças atuam. Introdução - Dinâmica Leis de Newton amF 12 Nos últimos anos, todos os países do mundo vêm adotando o Sistema Internacional de Unidade - SI - para todos os trabalhos de Engenharia e científicos. As tabelas resumem as unidades que formam a bases para os cálculos mecânicos e seus prefixos mais usados: Introdução - Dinâmica 4 - Unidades Grandeza Nome Símbolo Comprimento metro m Massa quilograma kg Tempo segundo s Força newton N Nome Símbolo Multiplicador giga G 109 mega M 106 quilo k 103 mili m 10-3 micro m 10-6 nano n 10-9 13 A lei da Gravitação Universal diz que dois objetos quaisquer se atraem gravitacionalmentepor meio de uma força que depende das massas desses objetos e da distância que há entre eles. Dados dois corpos de massa m1 e m2, a uma distância d entre si, esses dois corpos se atraem mutuamente com uma força que é proporcional à massa de cada um deles e inversamente proporcional ao quadrado da distância que separa esses corpos. Matematicamente: onde F é a força mútua de atração entre os dois corpos; G é constante gravitacional universal; m1 e m2 são as massas dos corpos que se atraem entre si; e r é a distância entre os dois corpos. Introdução - Dinâmica 5 - Gravitação 2 21 r mm GF 14 O peso de um corpo é a força gravitacional de atração exercida sobre esse corpo pela Terra e depende da posição do corpo em relação à Terra. Esta força existe estando o corpo em repouso ou em movimento. Todo objeto que é deixado cair no vácuo numa dada posição, na superfície terrestre, terá a mesma aceleração g. onde mT é a massa da Terra e r o seu raio. A aceleração devida à gravidade, quando determinada pela lei gravitacional, é a aceleração de um grupo de eixos de referência com origem no centro da Terra, porém não girando com a mesma. g = 9,824 m/s2 Introdução - Dinâmica Gravitação 2r Gm g T 15 A variação de g com a altitude pode ser determinada pela lei gravitacional. Se g0 apresenta a aceleração absoluta devido à gravidade ao nível do mar, o valor absoluto numa altitude h é: onde r é o raio da Terra. A massa m de um corpo pode ser calculada pelo resultado de uma experiência gravitacional. Se a força gravitacional de atração ou peso verdadeiro de um corpo for W, para uma aceleração absoluta g, tem-se: W = mg Introdução - Dinâmica Gravitação 2 2 0 )( hr r gg 16 O estudo da Dinâmica é dirigido no sentido da compreensão e da descrição das diversas quantidades envolvidas nos movimentos dos corpos. Esta descrição, que é amplamente matemática, habilita fazer prognósticos em relação ao comportamento da Dinâmica. Necessita-se, porém, para formular esta descrição de um duplo processo mental. É preciso pensar tanto em termos da situação física como nos da descrição matemática correspondente. A análise de cada problema requer esta contínua transição reflexiva entre aquilo que diz respeito à Física e à Matemática. Durante a construção do modelo matemático idealizado para qualquer problema de Engenharia, certas aproximações estarão sempre presentes. Algumas delas podem ser matemáticas, enquanto outras serão físicas. O grau da hipótese depende da informação ou da precisão que se deseja. Introdução - Dinâmica 6 - Descrição de Problemas de Dinâmica 17 A utilização de métodos eficazes para solucionar problemas de Dinâmica – bem como todos os problemas de Engenharia – é essencial. Cada solução deve ser buscada através de uma sequência lógica que vai do levantamento de hipóteses até a conclusão. A sistematização da tarefa deve incluir o estabelecimento das seguintes partes, cada uma delas claramente identificadas: 1. dados fornecidos; 2. resultados desejados; 3. diagramas necessários; 4. cálculos; 5. respostas e conclusões. Para descrever as relações entre as forças e os movimentos que elas produzem, é essencial que o sistema para o qual um princípio é aplicado seja claramente definido. Introdução - Dinâmica Descrição de Problemas de Dinâmica 18 Para descrever as relações entre as forças e os movimentos que elas produzem, é essencial que o sistema para o qual um princípio é aplicado seja claramente definido. Algumas vezes uma única partícula ou um corpo rígido é o sistema a ser isolado, enquanto que em outras vezes dois ou mais corpos considerados juntos constituem o sistema. A definição do sistema a ser analisado torna-se clara através da construção do seu diagrama de corpo livre. Introdução - Dinâmica Descrição de Problemas de Dinâmica Um pesquisador, a ser chamado por observador O, construiu um mini- laboratório (mini-lab) convidando um colega seu, a ser chamado por observador O', para que permaneça no interior do mini-lab para ajudá-lo em suas pesquisas. O mini-lab anda sobre trilhos perfeitos, sem atrito, e vamos assumir, por facilidade, que não há gravitação neste local. Vamos desprezar também outros atritos e viscosidades. Pelo princípio da relatividade de Galileu é de se esperar que as leis do modelo mecânico newtoniano, válidas no laboratório original, sejam válidas também neste mini-lab, sempre que ele estiver com velocidade constante em relação a um referencial fixo ao laboratório original. Introdução - Dinâmica 7 - O Movimento Absoluto e a Física de Newton Uma experiência de pensamento No interior do mini-lab existem duas bolinhas A e B e duas molas, como mostra a figura. As bolinhas A e B estão fixas a molas comprimidas e travadas, e em repouso em relação ao mini-lab. Uma terceira bolinha C está no teto do mini-lab e no compartimento exterior, mas fixa ao mesmo. No laboratório original que contém o mini-lab existe uma terceira mola fixa ao teto. Esta terceira mola não está comprimida e localiza-se exatamente no trajeto por onde irá passar a bolinha C quando o mini-lab entrar em movimento. Introdução - Dinâmica O Movimento Absoluto e a Física de Newton Num dado instante o observador O aciona um mecanismo e coloca o mini-lab em movimento a uma velocidade v (pode ser uma velocidade pequena, pois não vamos aqui testar a teoria da relatividade de Einstein). Quando a bolinha C encostar na mola distendida, ela começa a comprimir a mola e vamos supor que, através de um mecanismo apropriado, ela solte-se do mini-lab e se fixe à mola exterior (deixando portanto de acompanhar o mini-lab). Ao final da compressão a mola trava-se, graças a outro mecanismo apropriado. Exatamente nesse instante o observador O' aciona um mecanismo a destravar as duas molas interiores e a soltar as bolinhas A e B. Estas ficam então soltas no espaço recebendo o impulso das molas ao se distenderem. Introdução - Dinâmica O Movimento Absoluto e a Física de Newton Vamos supor, por facilidade, que o aparato foi construído de tal maneira que as duas bolas adquiram uma velocidade v, em relação ao observador O', igual à velocidade do mini-lab em relação ao observador O. Nestas condições teremos, ao final da experiência, as duas bolinhas A e C em repouso em relação ao observador O e a bolinha B com a velocidade 2v. Em relação ao observador O', do mini-lab, as bolinhas A e C afastam-se para a esquerda na velocidade v e a bolinha B afasta-se para a direita também na velocidade v. Introdução - Dinâmica O Movimento Absoluto e a Física de Newton Em termos do modelo mecânico newtoniano, é relativamente fácil explicar tudo o que aconteceu durante todo o processo. Também não é difícil perceber que cada um dos observadores irá concordar que a energia, da maneira como é definida em física clássica, se conserva; se bem que os argumentos utilizados serão diversos, pois eles estão em referenciais distintos. De qualquer maneira, existem alguns componentes comuns a ambas interpretações e a independer do referencial, quais sejam: 1) a energia armazenada na mola que foi comprimida; 2) a energia das duas molas que se distenderam, e que acabou se transformando em energia cinética das bolas A e B no referencial do mini-lab (e estas sim, serão diferentes de um observador para outro); e 3) a energia correspondente ao impulso inicial a colocar o mini-lab em movimento. Introdução - Dinâmica O Movimento Absoluto e a Física de Newton Sem entrar em maiores detalhes a respeito da localização e/ou comparação dessas energias relativas e não-relativas. Na realidade, o que se pretende é analisar esta experiência de pensamento sobre um outro prisma, aquele relativo a um possível absolutismo do movimento. Em particular, pretende-se mostrar que esse absolutismo do movimento não implica na existência de um referencial absoluto, pensado como algo a ser fixado num hipotético espaço absoluto. Raciocinando fisicamenteninguém pode contestar a seguinte verdade: algo está se movendo, qualquer que seja o referencial da observação. Portanto, e sob esse aspecto, o movimento existe num sentido absoluto, sendo relativo apenas quando pensamos em descrever em qual dos objetos esta propriedade foi constatada. O movimento não seria uma propriedade da matéria em si, mas algo mutável e a depender da postura do observador. Introdução - Dinâmica O Movimento Absoluto e a Física de Newton Umas das aplicações mais comum, que se faz necessário o uso de propriedades vetoriais, é o estudo da velocidade relativa em mais de uma dimensão. Pode-se ver inicialmente como as observações feitas em diferentes sistemas de referência estão relacionadas uma com a outra. Por exemplo, considere dois carros se aproximando um do outro, em linha reta, onde cada um viaja com uma velocidade de 50 km/h com respeito a Terra. v1 = v2 = 50 km/h Observadores na Terra, ao lado da estrada, medirão uma velocidade de 50 km/h para ambos os carros, mas em sentido contrário. Observadores dentro dos carros (em referenciais diferentes) medirão uma velocidade de aproximação igual a vr = 100 km/h. Introdução - Dinâmica 8 - Velocidade Relativa Nota-se que quando objetos movem-se em uma mesma linha, uma soma simples ou subtração das velocidades envolvidas é suficiente para determinar a velocidade relativa. Isto significa que não é necessário, nestes casos, levar em conta as características vetoriais do movimento. Mas se os movimentos não estão na mesma linha, estas considerações não são válidas e somos forçados a fazer uso das somas vetoriais. Vejamos o movimento de um barco cruzando um rio. Introdução - Dinâmica Velocidade Relativa Usando as notações: vbr velocidade do barco em relação as águas do rio, vbm velocidade do barco em relação a margem e vrm a velocidade do rio em relação a margem. Neste caso, a velocidade do barco em relação a margem (vbm) é igual a velocidade do bote no rio (vbr) mais o efeito da correnteza do rio (vrm). Como este movimento envolve velocidades em direções e sentidos diferentes, é necessário usar somas vetoriais. vbm = vbr + vrm Neste exemplo, nota-se que para o barco chegar na outra margem do rio em um ponto (A) exatamente em frente ao ponto de partida é necessário que o movimento esteja inclinado. Este fato deve-se à influência da corrente de águas no rio. Caso contrário, se o barco estiver viajando sempre apontando para o ponto A, ele será arrastado pelas correntezas do rio. Conseqüentemente irá atingir a margem num ponto distante do ponto B. Introdução - Dinâmica Velocidade Relativa 28 1. Para os vetores fornecidos V1 e V2, determine V1 + V2, V1 + V2, V1 - V2, V1 X V2 e V1 . V2. Considere os vetores adimensionais e seus módulos V1 = 12 e V2 = 15. 2. Um ônibus espacial está em órbita circular a uma altitude de 250 Km. Calcule o valor absoluto de g a essa altitude e determine o peso correspondente de um passageiro do ônibus, que pesa 880 N quando em repouso sobre a superfície da Terra (g = 9,81 m/s2). Considere: G = 6,67.10-11; mT = 5,976.10 24; RT = 6371 Km (S.I.) Introdução - Dinâmica 9 - Atividades V1 V 2 30º 3 4 29 Cinemática das Partículas 1. Introdução 2. Movimento Retilíneo Exercícios Resolvidos 3. Interpretações Gráficas Exercícios Resolvidos 4. Movimento Retilíneo Uniforme 5. Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado 6. Atividades Dinâmica Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 30 1 - Introdução A cinemática trata da posição no espaço como função do tempo e geralmente refere-se à “geometria do movimento”. O cálculo de trajetórias de vôos de aviões e naves e o projeto de engrenagens e correntes para controlar ou produzir certos movimentos são exemplos de problemas cinemáticos. O movimento das partículas pode ser descrito através da especificação de coordenadas lineares ou angulares e suas derivadas em relação ao tempo. A cinemática das partículas será desenvolvida progressivamente pela discussão do movimento com uma, duas ou três coordenadas espaciais. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 31 2 - Movimento Retilíneo de uma Partícula Consideremos uma partícula P movendo-se apenas ao longo de uma reta. Tal movimento é dito retilíneo ou unidimensional. Vamos escolher o eixo OX de nosso referencial ao longo dessa reta. A posição de P em qualquer instante de tempo t pode ser especificada por seu deslocamento Δs de algum ponto de referência O fixado sobre a linha. Seja x1 a posição da partícula no instante t1 e x2 a sua posição no instante t2. A variação de posição da partícula, do instante t1 ao instante t2, é a diferença x2 - x1. Isto é: Δs = x2 - x1 Obs. Durante um movimento qualquer, podem ocorrer deslocamentos no sentido positivo ou negativo do eixo OX. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 32 Movimento Retilíneo de uma Partícula - vm Considere um intervalo de tempo [t1, t2] com t2 ≠ t1; nesse caso, a duração t2 - t1 do intervalo é diferente de zero. Seja Δs o deslocamento da partícula no intervalo de tempo Δt = t2 - t1. A razão entre o deslocamento da partícula no intervalo de tempo gasto nesse deslocamento é chamada de velocidade média da partícula no intervalo considerado. Sendo a velocidade média a razão entre um deslocamento e um intervalo de tempo, a sua unidade será a razão entre as unidades de comprimento e de tempo que forem usadas. Se usamos o metro para os deslocamentos e o segundo para o tempo, a unidade de velocidade média é o metro por segundo, usualmente escrita como m/s. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica t s tt xx vm 12 12 33 Movimento Retilíneo de uma Partícula Considere agora uma partícula em movimento e dois instantes t e t+Δt durante o movimento, onde Δt é uma quantidade de tempo que vamos considerar cada vez mais próxima de zero sem, contudo, jamais ser igual a zero. A razão Δs/Δt pode ser escrita: Quando Δt se aproxima indefinidamente de zero, o intervalo com extremos em t e t+Δt torna-se cada vez mais próximo de um único instante t, e a velocidade da partícula se aproxima de um valor que chamamos de velocidade instantânea (v) no instante t. A velocidade instantânea v é o valor do qual a fração Δs/Δt aproxima-se quando Δt se aproxima de zero. Para expressar esse fato, usamos a seguinte simbologia: ou Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica t xx t s ttt )( t s v t 0 lim s dt ds v 34 Movimento Retilíneo de uma Partícula - am Se ao longo da trajetória a velocidade instantânea da partícula varia de v em x1 para v +Δv em x2, a aceleração média durante o intervalo de tempo correspondente Δt é am = Δv/Δt, e será positiva ou negativa, dependendo se a velocidade está aumentando ou diminuindo. A aceleração instantânea (a) da partícula é a variação instantânea com o tempo da variação da velocidade, isto é, quando o valor Δt se aproxima indefinidamente de zero. ou Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica t v a t 0 lim v dt dv a s dt sd a 2 2 35 Exercício resolvido 1 Uma partícula executa um movimento em linha reta dado por: s = 8 + Bt − 2t2 onde B é uma constante. Sabendo que a partícula inverte o sentido de seu movimento no instante t = 5 segundos, determine o valor da constante B. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica smB BtB v tB dt ds v /20 05.404 0 ;4 36 Exercício resolvido 2 Uma partícula se move ao longo do eixo OX e seu movimento é dado por s = - t2 + 6t + 16, onde está subentendida a utilização do Sistema Internacional de Unidades. (a) Determine a expressão da velocidade e da aceleração da partícula. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica (b) Em que instantes e com que velocidades a partícula passa pela origem? 2;62 a dt dv atvdt ds v 2;62 a dt dv atv dt ds v ststttsorigem 8;20166;0: 21 2 smvsmv /106)8.(2;/106)2.(2 21 37 Exercício resolvido 3 A velocidade de uma partícula ao longo do eixo x é dada por v = 5 u3/2, onde v é expresso em milímetros por segundo. Determine a aceleração quando u vale 2. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 2 2 1 2 1 2/3 /6,10 )2( 2 15 2 ;5 2 3 )5( smma au ua dt ud a dt dv a 38 Exercício resolvido 4 Consideremos um ponto material que desloca em linha reta, de modo que sua posição seja definida por x = 6t2 – t3, onde t é expresso em segundos e x em metros. Determine (a) sua função velocidade, (b) sua função aceleração e (c) um esboço dos gráficos de x, v e a em função do tempo. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 2;312 2 a dt dv attv dt ds v ta dt dv aaaatv dt ds v 612;62 (a) (b) (c) Uma análise dos três diagramas do movimento pode nos mostrar que o movimento do ponto material desde t = 0 até t = ∞ pode ser dividido em quatro fases: . O ponto material parte da origem, x = 0, com velocidade zero, mas com aceleração positiva. Animado com esta aceleração, o ponto adquire uma velocidade positiva no sentido positivo. De t = 0 a t = 2 s, x, v e a são todos positivos. 39 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica . Em t = 2 s, a velocidade é zero; a velocidade atinge o valor máximo. De t = 2 s a t = 4 s, v é positivo; mas a é negativo; o ponto move-se, ainda, no sentido positivo, cada vez mais lentamente; está desacelerado. . Em t = 4 s a velocidade é zero; a coordenada de posição x alcança o valor máximo. Daqui por diante, v e a são negativos; o ponto está acelerado e move-se no sentido negativo, com um aumento de velocidade. . Em t = 6 s, o ponto passa pela origem; sua coordenada x é então, zero, enquanto a distância total percorrida desde o início do movimento é 64 m. Para valores de t maiores que 6 s, x, v e a serão todos negativos. O ponto irá se movimentar no sentido negativo, afastando-se de O, cada vez mais rapidamente. 40 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica Não se deve esquecer que o ponto material não se move ao longo de qualquer uma dessas curvas; o ponto move-se sobre uma reta. Como a derivada de uma função mede a inclinação da curva correspondente, a inclinação da curva x – t, para qualquer instante dado, é igual ao valor de v nesse instante, e a inclinação da curva v – t é igual ao valor de a. Já que a = 0 para t = 2 s, a inclinação da curva v – t deve ser zero para t = 2 s; a velocidade alcança um máximo nesse instante. Também, sendo v = 0 para t = 4 s, a tangente a curva x – t deve ser horizontal para este valor de t. 41 Movimento Retilíneo de uma Partícula Comentário: É possível determinar o movimento de uma partícula conhecendo-se sua velocidade em qualquer instante do movimento e a sua posição em um certo instante? Vamos pensar o exemplo em que a velocidade de uma partícula seja dada por vx = 5m/s e que a sua posição no instante t = 4s seja 20m. Vamos supor, ainda, que o movimento dessa partícula esteja definido para t ≥ 0. É possível conhecer seu movimento no decorrer do tempo? Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 42 3. Interpretações Gráficas A interpretação das equações diferenciais que governam o movimento retilíneo é consideravelmente esclarecida através da representação gráfica das relações entre s, v, a e t. Como vimos, para se determinar a velocidade de uma partícula num instante t, podemos usar o intervalo [t1, t2]. A velocidade média nesse intervalo é v = Δx/Δt = (x2 - x1)/(t2 - t1), o que equivale à declividade da secante “r”. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 43 Interpretações Gráficas Para um valor mais aproximado podemos tomar o intervalo [t3, t4], quando então a velocidade média será v = (x4 - x3)/(t4 - t3) que é igual à declividade da secante “s”. Se reduzirmos o intervalo de tempo, a secante se aproxima da tangente à curva, cuja declividade representará o valor da velocidade no instante t. Assim, a velocidade no instante t é a declividade da tangente à curva no instante considerado. A tangente à curva para algum instante de tempo t, obtém-se a sua taxa de variação. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 44 Interpretações Gráficas Então, construindo a tangente à curva para algum instante de tempo t, obtém-se a sua taxa de variação, que é a velocidade: Assim, a velocidade pode ser determinada para todos os pontos sobre a curva e representada graficamente contra o tempo correspondente. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica dt ds sv 45 Interpretações Gráficas Supondo que desejamos determinar o espaço percorrido no intervalo de tempo Δt = t2 – t1, representado no gráfico v x t. Podemos dividir o intervalo em intervalos menores e considerar que em cada intervalo a média das velocidades inicial e final seja a velocidade média (vm) no intervalo. Em cada intervalo, a distância percorrida será aproximadamente igual à vm.Δt, o que equivale à área de um retângulo de base Δt e altura vm. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 46 Interpretações Gráficas A distância total percorrida será a soma das áreas de todos os retângulos. Se tomarmos os retângulos com Δt → 0, a área será v(ti) onde ti são os valores de t em cada um dos instantes que constituem o intervalo de tempo. Como a soma corresponde a infinitos intervalos escrevemos : Ou seja, o espaço percorrido é a integral da equação da velocidade definida no intervalo de tempo considerado. Dizendo de uma outra forma, a área sob a curva v x t durante o intervalo de tempo dt é “v dt”, que é o deslocamento ds. Consequentemente, o deslocamento da partícula durante o intervalo de t1 até t2 é a corresponde área sob a curva, dada por: ou Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 2 1 )( t t dttv 2 1 2 1 t t s s vdtds 2 1 12 t t vdtss 47 Interpretações Gráficas Observação: Na realidade, a integral não é o espaço percorrido, mas sim o deslocamento. Se o gráfico intercepta o eixo horizontal, ao calcular a integral da região abaixo do eixo horizontal esta resultará em um valor negativo. Isto indica que o móvel descreveu um movimento retrógrado. Ao calcular a integral, a área abaixo do eixo será subtraída da área acima do eixo. Assim, o resultado da integral será correspondente ao deslocamento. Para obter a distância efetivamente percorrida deve-se integrar a equação da velocidade dividindo o intervalo em intervalos acima e abaixo do eixo horizontal e somar os valores absolutos encontrados. Podemos agora voltar à questão inicial: “É possível determinar o movimento de uma partícula conhecendo-se sua velocidade em qualquer instante do movimento e a sua posição em um certo instante?” Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 48 Interpretações Gráficas No exemplo proposto em que a velocidade de uma partícula foi dada por vx = 5m/s e que a sua posição no instante t = 4s seja 20m. É possível conhecer seu movimento no decorrer do tempo utilizando o conceito de integral! A partir do que foi exposto, podemos escrever: Note que o conhecimento da equação da velocidade de uma partícula não é suficiente para obtermos seu movimento. É necessário também fornecer a posição da partícula em um dado instante de tempo; no caso, em t = 4s. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica txtx dtx vdtss t t t 5)4(520 520 2 2 1 4 12 49 Interpretações Gráficas Do mesmo modo, construindo a tangente à curva para algum instante de tempo t, obtém-se a sua taxa de variação, que é a aceleração: Logo, a taxa de variação dv/dt da curva v x t em qualquer instante de tempo fornece a aceleração naquele instante.Assim, a aceleração pode ser determinada para todos os pontos e a curva a x t pode ser então representada. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica v dt dv a 50 Interpretações Gráficas De maneira similar, a área sob a curva a x t durante o intervalo de tempo dt é “a dt”, que é a velocidade dv. Assim, a variação da velocidade da partícula durante o intervalo de t1 até t2 é a corresponde área sob a curva, dada por: ou Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 2 1 2 1 t t v v adtdv 2 1 12 t t adtvv 51 Exercício resolvido 1 Considere uma partícula em queda livre, executando um movimento retilíneo, com aceleração constante a = g. Considere, por simplicidade, que no instante inicial t = 0 a velocidade seja v = v0. a) Escreva a velocidade em função do intervalo de tempo t. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica gtvvdtgdvgdtdvdtadv dt dv a tv v tv v 000 00 . 2 00 0 0 2 1 )( 0 gttvssdtgtvdsvdtds dt ds v ts s b) Supondo conhecida a posição inicial s = s0, obtenha a função do movimento em função do tempo t. c) Que tipo de movimento representam essas expressões? Um movimento retilíneo uniformemente variado (acelerado)! 52 Exercício resolvido 2 A velocidade de uma partícula é dada por vx = −2 + 3t 2. Sabe-se ainda que em t = 2 s a sua posição é −16 m. (a) Encontre a sua “função-movimento”. (b) Determine as posições da partícula nos instantes t = 0s e t = 3s. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 3 0 3 0 3 0 0 2 0 0 0 220 20)2()2.(216 2)32( tts mss ttssdttssvdtss tt msst msst tts 173 200 220 3 53 Exercício resolvido 3 Uma partícula se move ao longo do eixo x com uma velocidade inicial vx = 50 m/s na origem quando t = 0. Para os primeiros 4 segundos a partícula não possui aceleração, e após esse intervalo de tempo ela sofre a ação de uma força retardadora que fornece uma aceleração constante ax = -10 m/s 2. Calcule a velocidade e a coordenada x da partícula para as condições de t = 8 s e t = 12 s, e encontre a máxima coordenada x positiva atingida pela partícula. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 90104010501050 4450 tvtvdtvadtdv xx t x tvx Nos instantes de tempo especificados, as velocidades são: smvst smvst x x /30)12.(109012 /10)8.(10908 A velocidade da partícula após t = 4 s é determinada a partir de: 54 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica A dependência da velocidade com o tempo pode ser representada graficamente: A coordenada x da partícula em qualquer instante após 4 s é a distância percorrida durante os primeiros 4 s mais a distância percorrida após a descontinuidade na aceleração ter ocorrido. Assim, t ttdttx 4 2 80905)9010()4.(50 Para os dois instantes especificados: mxst mxst 28080)12.(90)12.(512 32080)8.(90)8.(58 2 2 55 Exercício resolvido 4 De uma janela de um prédio, localizada a 20 m acima do solo, arremessa-se, verticalmente para cima, uma bola, com velocidade de 10 m/s. Sabendo-se que a aceleração da bola é constante e igual a 9,81 m/s2, para baixo, determinar (a) a velocidade v e elevação y da bola, relativamente ao solo, para qualquer instante t, (b) a máxima elevação atingida pela bola e o correspondente instante t e (c) o instante em que a bola atinge o solo e a sua correspondente velocidade. Esboçar os gráficos v – t e y – t. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica (a) Escolhemos o eixo y para medir a coordenada de posição (ou elevação), com origem O no solo e sentido positivo para cima. O valor da aceleração e os valores iniciais de v e y estão indicados na figura ao lado. Substituindo-se a em a = dv/dt = 0, v0 = +10 m/s, tem-se: tvtv v dtdv sma dt dv tv tv v 81,91081,910 ]81,9[][ 81,9 /81,9 010 010 2 0 56 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica Substituindo-se v em v = dy/dt e notando-se que para t = 0, y0 = 20 m, obtém- se: 2 0 2 20 020 90,41020 ]90,410[][ )81,910( 81,910 0 tty ty dttdy tv dt dy ty ty y 57 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica (b) A velocidade da bola anula-se quando esta atinge a elevação máxima. Da expressão da velocidade, segue-se que: 10 – 9,81t = 0 → t = 1,02 s Substituindo-se t = 1,02 s na expressão de y, resulta: y = 20 + 10.(1,02) – 4,90.(1,02)2 → y = 25,1 m (c) Quando a bola atinge o solo, tem-se y = 0. Fazendo-se y = 0 na expressão da posição, tem-se: 20 + 10t – 4,90t2 = 0 → t = -1,24 s e + 3,28 s 58 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica Somente a raiz positiva corresponde a um tempo posterior ao início do movimento. Levando-se este valor de t para a expressão da velocidade, tem- se, finalmente: v = 10 – 9,81.(3,28) = – 22,2 m/s 59 4. Movimento Retilíneo Uniforme Este é um tipo de movimento retilíneo frequentemente encontrado em aplicações práticas. Nesse movimento, a aceleração a do ponto material é nula para qualquer valor de t. A velocidade v é, dessa forma, constante: Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica teconsv dt ds tan vtss vtss dtvds ts s 0 0 00 A coordenada de posição s é obtida pela integração desta equação. Denotando-se por s0, o valor inicial de s, escrevemos: Esta equação pode ser usada somente quando a velocidade do ponto material for constante! 60 5. Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado Neste outro tipo de movimento, a aceleração a do ponto material é constante: A velocidade v do ponto material é obtida pela integração desta equação: Onde v0 é a velocidade inicial. Chamando-se de s0 o valor inicial de s e integrando-se a substituição da equação da velocidade, escrevemos: Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica teconsa dt dv tan atvv atvv dtadv tv v 0 0 00 2 00 2 00 0 0 0 2 1 2 1 )( 0 attvss attvss dtatvds atv dt ds ts s 61 Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado Podemos também escrever: Então: ; Integrando-se ambos os membros, obtemos: Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica dx dv v dx dx dt dv dt dv a . tecons dx dv va tan tecons dx dv v tan )(2 )()( 2 1 0 2 0 2 0 2 0 2 00 ssavv ssavv dxavdv x x v v 62 Comentário: As três equações deduzidas acima fornecem relações úteis entre coordenada de posição, velocidade e tempo para o caso de um movimento uniformemente acelerado, assim que a, v0 e x0 forem substituídos por valores apropriados. Primeiramente, deve ser definida a origem O do movimento, escolhendo-se sentidos positivos ao longo dos eixos; estes sentidos possibilitarão determinar os sinais de a, v e x0. Uma aplicação importante de um movimento uniformemente acelerado é na queda livre de um corpo. A aceleração de um corpo em queda livre (geralmente indicada por g) é igual a 9,81 m/s2, valor tomado como padrão (aceleração normal). Efetivamente, este valor depende da posição considerada, sobre a superfície da Terra, e de sua distância ao centro desta. É importante não esquecer que as três equações anteriores podem ser usadas somente quando a aceleração do ponto material é constante. Se a aceleração do ponto for variável, seu movimento será determinado pelas equações de derivação. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 63 6. Atividades 1. A coordenada de posição de uma partícula que está confinada a se mover ao longo de uma linha reta é dada por s = 2t3 – 24t + 6, onde s é medida em metros a partir de uma origem conveniente e t é expresso em segundos. Determine: (a) o tempo requerido para a partícula atingir a velocidade de72 m/s a partir da sua condição inicial em t = 0; (b) a aceleração da partícula quando v = 30 m/s; (c) o deslocamento da partícula no intervalo de tempo desde t = 1 s até t = 4 s. R: (a) 4 s; (b) 36 m/s2; (c) 54 m Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 64 2. Uma partícula se move ao longo de uma linha reta com uma velocidade em milímetros por segundo dada por v = 400 – 16t2, onde t é expresso em segundos. Calcule o deslocamento Δs durante os primeiros 6 segundos de movimento. R: 1,248 m Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 65 3. A aceleração de uma partícula é dada por a = 4t – 30, onde a é expressa em metros por segundo ao quadrado e t em segundos. Determine a velocidade e o deslocamento como funções do tempo. O deslocamento inicial em t = 0 é s0 = -5 m, e a velocidade inicial é v0 = 3 m/s. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 66 4. (a) Um foguete é lançado do repouso verticalmente para cima. Se ele foi projetado para manter uma aceleração constante para cima de 1,5g, calcule o tempo t necessário para o foguete atingir uma altitude de 30 Km e a sua velocidade nessa posição. (b) Um carro consegue parar completamente a partir de uma velocidade inicial de 80 Km/h em uma distância de 30 m. Com a mesma aceleração constante, qual seria a distância de parada s a partir de uma velocidade inicial de 110 Km/h? R: (a) 63,9 s e 940 m/s; (b) 56,7 m Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 67 5. (a) Um projétil é lançado verticalmente para cima com uma velocidade inicial de 200 m/s. Calcule a máxima altitude h atingida pelo projétil e o tempo t após o lançamento para ele retornar ao chão. Despreze a resistência do ar e tome a aceleração da gravidade como sendo constante em 9,81 m/s2. (b) Uma bola é lançada verticalmente para cima com uma velocidade inicial de 25 m/s de um plano próximo a um planalto de 15 m de altura. Determine a distância h acima do planalto atingida pela bola e o tempo t após o lançamento em que ela aterrissa nele. R: (a) 2040 m e 40,8 s; (b) 16,86 m e 4,4 s Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 68 6. O gráfico mostra a história do deslocamento no tempo para um movimento retilíneo de uma partícula durante um intervalo de 8 segundos. Determine a velocidade média vméd durante o intervalo e, dentro de limites aceitáveis de precisão, encontre a velocidade instantânea v quando t = 4 s. R: –0,75 m/s e –1,25 m/s Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 69 7. A velocidade de uma partícula que se move ao longo do eixo x é dada por v = 2 + 5t3/2, onde t é expresso em segundo e v em metros por segundo. Avalie o deslocamento s, a velocidade v e a aceleração a quando t = 4 s. A partícula está na origem s = 0 quando t = 0. R: 72 m; 42 m/s; 15 m/s2 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 70 8. A posição de um ponto material que se desloca em linha reta é definida pela relação x = t3 - 6t2 - 15t + 40, onde x é expresso em metros e t em segundos e t ≥ 0. Determine (a) o instante em que a velocidade será nula, (b) a posição e a distância percorrida pelo ponto até esse instante, (c) a aceleração do ponto nesse instante, (d) a distância percorrida pelo ponto de t = 4 s a t = 6 s. R: 5 s; 100 m; 18 m/s2; 2 m Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 71 9. Para um breve intervalo de tempo, a velocidade do carro que se move em linha reta é dada por v = (3t2 + 2t) m/s, onde t é expresso em segundos. Determine a posição e a aceleração do carro para t = 3 s. Sabe-se que quando t = 0 e s = 0. R: 36 m; 20 m/s2 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 72 Questão Desafio: A aceleração de um ponto material é definida por a = kt2, no sistema internacional de unidades. Sabendo-se que v = - 24 m/s quando t = 0 e que v = + 40 m/s quando t = 4 s (a) determine a constante k. (b) Sabendo-se também que x = 6 m quando t = 2 s escreva as equações da posição e da velocidade que caracterizam o movimento. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 73 Tente agora resolver este problema que começa a dar uma introdução ao assunto seguinte sobre cinemática vetorial! Um avião de carga voa com uma velocidade horizontal constante v0 a uma altura H acima no nível do solo. No exato instante em que passa em cima de uma pessoa que se encontra no chão deixa cair uma caixa de massa m (sem nenhuma velocidade inicial em relação ao avião). Desprezando as dimensões da caixa e a resistência do ar e tomando como instante inicial de tempo aquele em que a caixa é liberada pelo avião, como função do tempo, escreva os vetores posição, velocidade e aceleração da caixa em relação à pessoa que se encontra no solo. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 74 Dinâmica Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica Cinemática Vetorial de Partículas 1. Introdução 2. Velocidade 3. Aceleração 4. Visualização do Movimento 5. Coordenadas Retangulares 6. Movimento de Projéteis 7. Coordenadas Normal e Tangencial (n-t) 8. Movimento Circular 9. Coordenadas Polares (r-θ) 75 1 - Introdução O caso do movimento tridimensional mais geral é aquele que trata do movimento de uma partícula ao longo de uma trajetória curva que pertence a um único plano. Considere o movimento como representado na figura abaixo. No instante t a partícula está na posição A, que é localizada pelo vetor posição r medido a partir de alguma origem fixa conveniente O. No instante t + Δt, a partícula está em A’, localizada pelo vetor posição r + Δr. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 76 Nota-se que essa é uma combinação vetorial, e não uma adição escalar. O deslocamento da partícula durante o intervalo de tempo Δt é o vetor Δr, que representa a variação vetorial da posição. A distância percorrida pela partícula conforme ela se move de A para A’ é o comprimento escalar Δs medido ao longo da trajetória. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 77 2 - Velocidade A velocidade média da partícula entre A e A’ é definida como , que é um vetor cuja direção é a de Δr. A velocidade escalar média da partícula entre A e A’ é o quociente escalar Δs/Δt. A velocidade instantânea (v) da partícula é definida como valor-limite da velocidade média conforme o intervalo de tempo se aproxima de zero. Assim: A direção de se aproxima da tangente à trajetória conforme Δt se aproxima de zero; assim a velocidade é sempre um vetor tangente à trajetória. Ampliando a definição básica da derivada de uma grandeza escalar para incluir uma grandeza vetorial, temos: A derivada de um vetor é também um vetor que tem módulo e direção. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica t r vméd v t r v t 0 lim r r dt rd v 78 Recorrendo novamente à figura, fica então definido a velocidade da partícula em A pelo vetor tangente v e a velocidade em A’ pela tangente v’. Existe uma variação vetorial na velocidade durante o tempo Δt, sendo que a velocidade v em A mais (vetorialmente) a variação Δv igual à velocidade em A’: v’ – v = Δv. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 79 3 - Aceleração A aceleração média da partícula entre A e A’ é definida como Δv/Δt, que é um vetor cuja direção é a de Δv. A aceleração instantânea (a) da partícula é definida como o valor- limite da aceleração média, conforme o intervalo de tempo se aproxima de zero. Assim: Pela definição da derivada, então pode-se escrever: Obs.: À medida que o intervalo Δt se torna menor e se aproxima de zero, a direção da variação Δv se aproxima daquela da variação diferencial dv e, assim, de a. A aceleração a inclui os efeitos tanto da variação do módulo de v quanto da variação da direção de v. Então, em geral, a direção da aceleração de uma partículaem um movimento curvilíneo não é nem tangente à trajetória nem normal a ela; porém, a componente da aceleração que é normal à trajetória aponta sempre para o seu centro de curvatura. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica a t v a t 0 lim v dt vd a 80 4 - Visualização do Movimento Abaixo temos uma interpretação gráfica da aceleração, onde os vetores posição de posições arbitrárias sobre a trajetória da partícula são mostrados. Existe um vetor velocidade tangente à trajetória correspondentes a cada vetor posição. Os vetores aceleração são mostrados para instantes quaisquer, escolhidos arbitrariamente. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 81 5 - Coordenadas Retangulares (x-y) Este sistema de coordenadas é particularmente útil para a descrição do movimento quando as componente x e y da aceleração são independentemente geradas ou determinadas. O movimento curvilíneo resultante é então obtido pela combinação vetorial das componentes x e y dos vetores posição, velocidade e aceleração. Na figura podemos visualizar a trajetória de uma partícula, mostrada ao longo dos eixos x e y. O vetor posição r, a velocidade v e a aceleração a da partícula são representados juntamente com suas componentes. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 82 Com o auxílio dos vetores unitários i e j, pode-se escrever os vetores r, v e a em termos das suas coordenadas x e y. Assim, r = xi + yj v = dr/dt = vxi + vyj ou a = dv/dt = axi + ayj Como observado anteriormente, a direção da velocidade é sempre tangente à trajetória, e a partir da figura, fica claro que: Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica jyixrva jyixrv jyixr ˆˆ ˆˆ ˆˆ 22 22 yx x y yx aaa v v tgvvv 83 Se as coordenadas x e y são conhecidas, pode-se em qualquer instante de tempo combiná-las para obter r. Do mesmo modo, combinam-se suas primeiras derivadas e para obter v, e suas segundas derivadas para obter a. Por outro lado, se as componentes da aceleração ax e ay são dadas como funções do tempo, pode-se integrar cada uma separadamente com relação ao tempo, uma vez para obter vx e vy e novamente para obter x e y. A eliminação do tempo t entre essas duas últimas equações paramétricas fornece a equação da trajetória da curva y = f(x). Obs.: A partir dessa discussão, percebe-se que a representação em coordenadas retangulares do movimento curvilíneo é meramente a superposição das componentes de dois movimentos retilíneos simultâneos nas direções x e y. Desse modo, tudo que foi tratado sobre o M.R. pode ser aplicado separadamente para o movimento em x e para o movimento em y. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica x y x y 84 6 - Movimento de Projéteis A figura apresenta o movimento de uma partícula no plano x-y. Para os eixos mostrados, as componentes de aceleração são ax = 0 e ay = - g. A integração dessas acelerações segue os resultados obtidos para aceleração constante, e fornece: vx = vx0 ; vy = vy0 – gt x = x0 + vx0 t ; y = y0 + vy0 t – ½gt 2 vy 2 = vy0 2 – 2g(y – y0) Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 85 Em todas essas expressões, o subscrito zero denota as condições iniciais, frequentemente tomadas onde o lançamento ocorre, para o caso ilustrado x0 = y0 = 0. Desprezam-se o arrasto aerodinâmico, a curvatura e a rotação da Terra e considera-se que a variação de altitude é pequena o suficiente, de tal modo que a aceleração devida à gravidade pode ser considerada constante. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 86 Observações: Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 2 2 00 0 2 1 x v g x v v y xx y Se tomamos x0 = y0 = 0 (saindo da origem): de x = v0xt temos: t = x/v0x Substituindo na equação para y encontramos a equação da trajetória: (Equação de uma parábola !) Fotografia estroboscópica do movimento parabólico O movimento na direção y não depende da velocidade vx. Na figura ao lado, duas bolas são jogadas sob a ação da gravidade. A vermelha é solta (v0y=0) e a amarela tem velocidade inicial horizontal v0x. Em cada instante elas têm a mesma altura! 87 Exercício resolvido 1 Dispara-se um projétil, da extremidade de uma colina de 150 m de altura, com uma velocidade inicial de 180 m/s, num ângulo de 30º com a horizontal. Desprezando-se a resistência do ar, determinar (a) a distância horizontal da arma ao ponto onde o projétil atinge o solo, (b) a altura máxima que o projétil alcança em relação ao solo. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 88 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica Substituindo-se nas equações do movimento uniformemente acelerado, tem-se: ayvv attvy atvv yy y yy 2)( 2 1 )( )( 2 0 2 2 0 0 yv tty tv y y 62,1910.1,8 90,490 81,990 32 2 2 0 /81,9 /90º30.180)( sma smsenvy Movimento vertical → Movimento Uniformemente Acelerado. - Escolhendo o sentido do eixo y para cima e colocando a origem O na arma, temos: 89 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica Movimento horizontal → Movimento Uniforme. - Escolhendo-se o sentido positivo do eixo x para a direita, tem-se: 0 /9,155º30cos.180)( 0 a smvx Substituindo-se na equação do movimento uniforme, obtém-se: tvx x 0)( tx 9,155 90 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica (b) Quando o projétil atinge a máxima elevação, temos vy = 0; levando-se este valor à equação da velocidade para o movimento vertical, escrevemos: Elevação máxima acima do solo = 150 m + 413 m → 563 m myy 41362,1910.10,80 3 (a) Quando o projétil atinge o solo, temos: y = -150 m Levando-se este valor à equação do movimento vertical, escrevemos: sttttt 9,1906,304,1890,490150 22 Levando-se t = 19,9 s à equação do movimento horizontal, tem-se: Kmxx 10,39,19.9,155 91 Exercício resolvido 2 O vetor posição de uma partícula se movendo no plano x-y no tempo t = 3,60 s é 2,76i – 3,28j m. Em t = 3,62 s seu vetor posição se torna 2,79i – 3,33j m. Determine o módulo v de sua velocidade média durante esse intervalo e o ângulo θ que a velocidade média faz com o eixo x. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 0 22 0,59; 3 5 5,1 5,2 /92,25,25,1 )/(ˆ5,2ˆ5,1 02,0 ˆ05,0ˆ03,0 x y v v tg smvv smji ji t r v 92 Exercício resolvido 3 Um operário que trabalha no telhado de uma casa lança uma pequena ferramenta para seu companheiro no chão. Qual deve ser a mínima velocidade horizontal v0 necessária para que a ferramenta passe, sem tocar, o ponto B? Localize o ponto de impacto, especificando a distância s mostrada na figura. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica mss sttC smvv tvxx stt gttvyy C x B y C B 49,2)277.1(64,66 277,1)81,9( 2 1 8 /64,6)903,0(06 903,081,9 2 1 004 2 1 2 00 00 2 2 00 93 Atividades 1. A coordenada y de uma partícula em movimento curvilíneo é dada por y = 4t3 – 3t, onde y é expresso em metros e t em segundos. A partícula possui uma aceleração na direção x dada por ax = 12t m/s 2. Se a velocidade da partícula na direção x é 4 m/s quando t = 0, calcule os módulos dos vetores velocidade v e aceleração a da partícula quando t = 1 s. Desenhe v e a na solução. R: v = 13,45 m/s; a = 26,8 m/s2 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 94 2. Um atleta de salto à distância se aproxima da plataforma de salto A com uma velocidade horizontal de 10 m/s. Determine a componente vertical vy da velocidade de seu centro de gravidade no ponto A para que ele realize o salto mostrado. Qual será a elevação h doseu centro de gravidade? R: vy = 3,68 m/s; h = 0,69 m Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 95 3. Um foguete encontra-se sem combustível na posição mostrada e continua em seu vôo sem propulsão acima da atmosfera. Se sua velocidade nessa posição era de 1000 Km/h, calcule a altitude máxima adicional h alcançada e o tempo t correspondente para atingi-la. A aceleração gravitacional durante essa fase do seu vôo é 9,39 m/s2. R: t = 25,6 s ; h = 3,0,8 Km Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 96 4. Um time de estudantes de engenharia está projetando uma catapulta para lançar uma pequena bola em A, de tal modo que ela atinja a caixa. Sabe-se que o vetor velocidade inicial faz um ângulo 30º com a horizontal. Determine a faixa de velocidades de lançamento v0 para as quais a bola irá parar dentro da caixa. R: 6,15 – 6,68 (m/s) Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 97 5. Qual deve ser a mínima velocidade horizontal para que o rapaz lance uma pedra em A e ultrapasse, sem tocar, o obstáculo em B? R: 28,37 m/s Cinemática Vetorial 98 6. No combate a incêndios em florestas, aviões jogam água para ajudar equipes que trabalham no solo. Um piloto em treinamento lança uma caixa com corante vermelho, na esperança de atingir um alvo no solo. Se o avião está voando horizontalmente a uma altura H acima do solo com velocidade V a que distância horizontal do alvo o piloto deve lançar a caixa? Despreze a resistência do ar. R: V.√(2H/g) Cinemática Vetorial 99 7. Uma pedra é arremessada até um muro de altura h com velocidade inicial de 42 m/s fazendo um ângulo θ0 = 60 º com a horizontal, conforme a figura. A pedra atinge o ponto A 5,5 s após o lançamento. Determine (a) a altura h do muro, (b) a velocidade da pedra logo antes do impacto em A e (c) a altura máxima H alcançada pela pedra. R: 51,68 m; 27,38 m/s; 67,43 m Cinemática Vetorial 100 8. O bocal de uma mangueira de jardim despeja água a uma taxa de 15 m/s. Se o bocal é mantido no nível do solo e inclinado de 30º em relação à horizontal, determine a altura máxima alcançada pela água e a distância horizontal entre o bocal e o ponto no solo onde a água o atinge. R: 2,87 m; 19,74 m Cinemática Vetorial 101 9. Em uma competição esportiva, uma moto saltou da pista em A, a um ângulo de 60º. Se o ponto de aterrissagem dista de 20 m do ponto A, determine aproximadamente o módulo da velocidade com que a motocicleta deixou o solo. Despreze as dimensões da moto. R: 15,05 m/s Cinemática Vetorial 102 10. Devido a certas inomogeneidades na Terra, numa certa região a aceleração da gravidade não é bem vertical. Além de uma componente vertical para baixo de módulo g, ela possui uma componente horizontal de módulo a. Em relação a um sistema de eixos convenientemente escolhido, as equações do movimento de uma partícula lançada nessa região são onde v0x e v0y são constantes positivas. Determine (a) o tempo de subida da partícula, isto é, o tempo desde o lançamento até que ela chegue ao ponto mais alto da trajetória e (b) o espaço horizontal percorrido pela partícula no movimento de subida. Cinemática Vetorial 103 Questão Desafio: A menina sempre lança os brinquedos do ponto A, a um ângulo de 30º. Determine com que velocidade ela deve lançar cada brinquedo para que eles atinjam a piscina. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 104 7 - Coordenadas Normal e Tangencial (n-t) Uma das descrições mais comuns do movimento curvilíneo usa as variáveis de trajetória, que são medidas feitas ao longo da tangente t e da normal n à trajetória da partícula. As coordenadas n e t são consideradas como se movendo ao longo da trajetória com a partícula, como mostrado na figura abaixo, onde a partícula avança de A para B até C. O sentido positivo de n em qualquer posição é sempre tomado para o centro de curvatura. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 105 As coordenadas são usadas para descrever a velocidade v e a aceleração a para um movimento curvilíneo de uma partícula. Introduzem-se os unitários en na direção n e et na direção t, como mostrado na figura para a posição da partícula no ponto A. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 106 Com o raio de curvatura da trajetória nesse ponto designado por ρ, podemos escrever a velocidade como o vetor: v = vet = et A aceleração a da partícula é um vetor que reflete tanto a variação no módulo quanto a variação na direção de v. A partir da equação da velocidade e trabalhando com os unitários, a equação para a aceleração se torna: a = en + et onde: Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 2v v 22 2 2 tn t n aaa sva v v a 107 As relações obtidas nos dizem que a componente tangencial da aceleração é igual à derivada temporal da velocidade escalar do ponto material, enquanto a componente normal é igual ao quadrado da velocidade escalar dividida pelo raio de curvatura da trajetória. Conforme a velocidade do ponto material aumenta ou diminui, at é positiva ou negativa, e a componente vetorial at está dirigida no sentido do movimento ou contrária ao mesmo. A componente vetorial an, por outro lado, está sempre orientada para o centro de curvatura C da trajetória. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 108 É importante observar que a componente normal da aceleração an está sempre direcionada para o centro de curvatura da trajetória. A componente tangencial, por outro lado, estará no sentido positivo da direção t do movimento se o módulo da velocidade v estiver aumentando, e no sentido negativo da direção t se o módulo da velocidade estiver diminuindo. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 109 Conclui-se, portanto, que a componente tangencial da aceleração é responsável pela mudança da velocidade escalar do ponto material, enquanto sua componente normal reflete a mudança na direção de seu movimento. A aceleração de um ponto material será zero somente se ambas as componentes forem zero. Assim, a aceleração de um ponto material que se desloca com uma velocidade constante ao longo de uma curva nunca será zero, a não ser que o ponto material passe por um ponto de inflexão da curva (onde o raio de curvatura é infinito) ou a curva seja uma linha reta. O fato de a componente normal da aceleração depender do raio de curvatura da trajetória do ponto material é lavado em conta no projeto de estruturas ou mecanismo como asas de avião e linhas férreas. Para evitar variações repentinas na aceleração de partículas do ar que se escoam ao redor da asa de um avião, projetam-se perfis de asas sem qualquer mudança brusca de curvatura. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 110 8 - Movimento Circular O movimento circular é um importante caso especial do movimento curvilíneo plano, onde o raio de curvatrura ρ se torna o raio r constante de um círculo e o ângulo β é substituído pelo ângulo θ medido a partir de alguma referência radial conveniente. As componentes de velocidade e aceleração para o movimento circular da partícula se tornam: Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica rva vr r v a v t n 2 2 111 r r r ˆ Aqui também podemos usar um vetor unitário: (note que este vetor varia com o movimento) A aceleração fica: r r v a ˆ 2 (a aceleração tem a direção do vetor posição e aponta para o centro da circunferência. Esta é a aceleração centrípeta). Ou: ra 2 Cinemática das Partículas - Dinâmica Observações: 112 Exercício resolvido 1 Uma partícula se move em uma trajetória circular de 0,4 m de raio. Calcule o módulo a da aceleração da partícula (a) se sua velocidade é constante em 0,6 m/s e (b) se sua velocidade é 0,6 m/s, mas está aumentando a uma taxa de 1,2 m/s a cadasegundo. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 222 222 2 2 22 /5,19,02,1 /2,1)( /9,00)( /9,0 4,0 6,0 sma aaasmvab smaavaa sm v a ntt nt n 113 Exercício resolvido 2 Um carro passa por uma depressão na estrada em A com uma velocidade constante, que fornece ao seu centro de massa G uma aceleração igual a 0,5g. Se o raio de curvatura da estrada em A é 100 m, e se a distância da estrada ao centro de massa G do carro é 0,6 m, determine o módulo v da velocidade do carro. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica hKmsmav v aa n n /5,79/08,22)81,9(5,0)6,0100( 2 114 Exercício resolvido 3 Para atravessar uma depressão seguida de uma elevação na estrada, o motorista de um carro aplica os freios para produzir uma desaceleração uniforme. Sua velocidade é de 100 Km/h no ponto A da depressão e de 50 Km/h no ponto C no topo da elevação, que se encontra a 120 m de A ao longo da pista. Se os passageiros do carro experimentam uma desaceleração total de 3 m/s2 em A e se o raio de curvatura da elevação em C é 150 m, calcule (a) o raio de curvatura ρ em A, (b) a aceleração no ponto de inflexão B e (c) a aceleração total em C. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 115 Encontra-se a desaceleração constante ao longo da trajetória a partir de: Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 222 2 2 22 2 222 2222222 2 22 22 22 0 /73,2)41,2()286,1( )/(e41,2e286,1 /286,1 150 89,13 )( /41,20)( 432 785,1 8,27 /785,141,23)( /41,2 )120(2 )8,27()89,13( )( 2 1 2 sma sma sm v ac smaaab m a vv a smaaaaa smvv s a savvdsavdv tn n tn n n ntn ACt v v tAC s t C A 116 Atividades 1. Seis vetores aceleração são mostrados para um carro cujo vetor velocidade está direcionado para a frente. Para cada vetor aceleração descreva, em palavras, o movimento instantâneo do carro. Cinemática das Partículas - Dinâmica 117 2. Uma partícula se move num plano com movimento uniforme, isto é, com velocidade de módulo constante. A figura mostra um trecho de sua trajetória, formada por um semicírculo de raio r, uma semi-reta e outro semicírculo de raio R = 2r. O sentido do movimento está indicado na figura e, nela, estão marcados os pontos A e B. Indique, com vetores, as velocidades e acelerações da partícula nos instantes em que ela se encontra no ponto A e no ponto B. Desenhe as setas de modo que seus tamanhos sejam proporcionais aos seus módulos. Marque, ainda em seu desenho, o vetor deslocamento Δr[ta, tb], onde ta é o instante e que ela se encontra no ponto A e tb, o instante em que ela se encontra no ponto B. Cinemática das Partículas - Dinâmica 118 3. Na parte inferior A de um loop interno, o módulo da aceleração total de um avião é 3g. Se a velocidade medida no avião é de 800 Km/h e está aumentando a uma taxa de 20 Km/h por segundo, calcule o raio de curvatura ρ da trajetória em A. R: 1709 m Cinemática das Partículas - Dinâmica 119 4. Considere o eixo polar da Terra como sendo fixo no espaço e calcule o módulo da aceleração a de um ponto P sobre a superfície da Terra na latitude 40º norte. O diâmetro médio da Terra é 12.742 Km e sua velocidade angular é de 0,729.10-4 rad/s. R: 0,0259 m/s2 Cinemática das Partículas - Dinâmica 120 5. Uma partícula se move ao longo de uma trajetória circular no plano x-y. Quando a partícula cruza o eixo x, positivo ela faz um movimento acelerado e com aceleração ao longo da trajetória igual a 1,5 m/s2 , e sua velocidade é de 6 m/s na direção negativa de y. Considerando o raio r = 0,6 m, escreva o vetor a aceleração da partícula no instante considerado. R: – 60 i – 1,5 j Cinemática das Partículas - Dinâmica 121 6. A velocidade e a aceleração de uma partícula são dadas para um certo instante por v = i – j + k m/s e a = - i + j - k m/s2. Determine o ângulo entre v e a, e também a aceleração tangencial at. R: 180º; -√3 m/s2 Cinemática das Partículas - Dinâmica 122 7. Uma partícula P se move ao longo de uma curva espacial e possui velocidade v = 4i -2j - k (m/s) para o instante mostrado. No mesmo instante a partícula tem uma aceleração a cujo módulo é 8 m/s2. Calcule o raio de curvatura ρ da trajetória para essa posição e a taxa com a qual o módulo da velocidade está aumentando. R: 7,67 m; 7,52 m/s2 Cinemática das Partículas - Dinâmica 123 8. Partindo do repouso, um bote segue uma trajetória circular de raio ρ = 50 m com uma velocidade escalar v = (0,2.t2) m/s, onde t é dado em segundos. Determine os módulos da velocidade e da aceleração do bote no instante t = 3 s. R: 1,80 m/s; 1,20 m/s2 Cinemática das Partículas - Dinâmica 124 9. Um carro de corrida parte do repouso e percorre uma pista circular horizontal de raio de 300 pés, como mostrado na figura. Se a sua velocidade escalar aumenta a uma taxa constante de 7 pés/s2, determine o tempo necessário para ele alcançar uma aceleração de 8pés/s2. Qual a sua velocidade escalar nesse instante? R: 4,87 s; 34,07 pés/s Cinemática das Partículas - Dinâmica 125 10. Um trem está se deslocando a 144 Km/h na seção curva da linha, de raio 900 m. Os freios são repentinamente aplicados, causando uma desaceleração constante do trem. Após 6 s a velocidade do trem se reduziu a 96 Km/h. Determine a aceleração de um vagão imediatamente após os freios terem sidos aplicados. Cinemática das Partículas - Dinâmica 126 11. Uma partícula executa um movimento curvilíneo de raio R com uma aceleração de componente tangencial dada por at = a0βt, onde a0 e β são constantes positivas. Sabendo que no instante t0 = 0 a velocidade escalar é v0 = , represente num instante de tempo qualquer a velocidade escalar da partícula, v, e a componente centrípeta (ou normal) de sua aceleração. 2 0a Cinemática das Partículas - Dinâmica 127 Questão Desafio: Uma partícula realiza um movimento sem atrito no interior de um trilho de perfil circular na vertical. O movimento é tal que ela não perde o contato com o trilho durante todo o trajeto. Represente o vetor velocidade e o vetor aceleração resultante sobre a partícula nos pontos indicados na figura. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 128 Considera-se agora a terceira descrição do movimento curvilíneo plano em que a partícula é localizada pela distância radial r a partir de um ponto fixo e por uma medida angular θ até a linha radial. A figura abaixo mostra as coordenadas polares r e θ que localizam uma partícula se movendo sobre uma trajetória curva. Uma linha fixa arbitrária, tal como o eixo x, é usada como referência para as medidas de θ. Cinemática das Partículas - Dinâmica 9 - Coordenadas Polares (r-θ) 129 Vetores unitários er e eθ são estabelecidos nos sentidos positivos das direções r e θ, respectivamente. O vetor posição r da partícula em A tem módulo igual à distância radial r e uma direção especificada pelo vetor unitário er. Assim, a localização da partícula em A é expressa pelo vetor: r = rer Podemos utilizar a diferenciação dessa relação e o tempo para obter v = dr/dt e a = dv/dt. Cinemática das Partículas - Dinâmica 130 Fazendo também uso das derivadas temporais dos vetores unitários, encontramos para a velocidade: onde: Diferenciando a expressão da velocidade temos para a aceleração: onde: Cinemática das Partículas - Dinâmica 22 eev vvv rv rv rr r r r 22 eev vvv rv rv rr r r r 22 2 2 2 e)2()e(a aaa rrv rra rrrr r r r 22 2 2 2 e)2()e(a aaa rra rra rrrr r r r 131 É importante notar que ar não é igual à derivada em relação ao tempo de vr e que aθ não é igual à derivadaem relação ao tempo de vθ. No caso de um ponto material que se desloca ao longo de uma circunferência de centro O, temos r = constante, , e as fórmulas de velocidade e de aceleração reduzem-se, respectivamente a: Cinemática das Partículas - Dinâmica 0 rr eea ev 2 rr r r 132 Para descrever o MCU podemos também usar as coordenadas polares! O arco sobre a trajetória que subentende um ângulo é: A posição angular é uma função do tempo, . O arco descrito em dt é dado por . Então: Rs )(t dt d Rv dt ds dRds x s d R dt d Define-se assim a velocidade angular : v REntão: cte dt d t 0Se : . (v: velocidade tangencial) Cinemática das Partículas - Dinâmica Observações: 133 Exercício resolvido 1 O braço AO de 0,9 m de comprimento gira ao redor de O e seu movimento está definido pela relação θ = 0,15 t2, onde θ está expresso em radianos e t em segundos. O cursor desliza ao longo do braço, sendo o seu deslocamento em relação a O dado por r = 0,9 – 0,12t2, onde r é expresso em metros e t em segundos. Determinar a velocidade e aceleração total do cursor B após o braço AO ter girado 30º. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 134 Exercício resolvido 1 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 2 2 /240,024,0 /449,024,0 481,012,09,0 smr smtr mtr 2 2 /300,030,0 /561,030,0 524,015,0 srad sradt radt Primeiramente achamos t quando θ = 30º: θ = 0,15t2 → 0,524 = 0,15t2 → t = 1,87 s Substituindo-se t = 1,87 s nas expressões para r, θ e suas primeiras e segundas derivadas, temos: 135 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica Para o cálculo da velocidade, obtemos os valores de suas componentes quando t = 1,87 s: Do triângulo retângulo ilustrado na figura, obtemos o módulo, direção e sentido da velocidade: V = 0,524 m/s ; β = 31º smrv smrvr /270,0561,0.481,0 /449,0 136 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica Para o cálculo da aceleração, fazemos: 2 22 /359,0)561,0.449,0(2)300,0(481,02 /391,02)561,0(481,024,0 smarra smarra rr Encontramos: a = 0,531 m/s2 ; º6,42 137 Exercício resolvido 2 A posição do cursor P no braço articulado giratório AO é controlada por um parafuso, como mostrado. No instante representado, dθ/dt = 8 rad/s e dθ2/dt2 = - 20 rad/s2. Também nesse instante, r = 200 mm, dr/dt = - 300 mm/s, e dr2/dt2 = 0. Para esse instante, determine as componentes r e θ da aceleração de P. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 22 2222 /80,8/8800)8)(300(2)20(2002 /80,12/12800)8(2000 smsmmrra smsmmrrar 138 1. Um brinquedo de um parque de diversões consiste numa cadeira que gira numa trajetória circular horizontal de raio r presa a um braço OB que possui velocidade angular ω e aceleração angular α. Determine os componentes radiais e transversais da velocidade e da aceleração do passageiro. Despreze o tamanho do passageiro. Atividades Cinemática das Partículas - Dinâmica 139 2. O movimento curvilíneo de uma partícula é governado pelas coordenadas polares r = t3/3 e θ = 2cos(πt/6), onde r é expresso em metros, θ em radianos e t em segundos. Especifique a velocidade v e a aceleração a da partícula quando t = 2 s. R: v = 4er – 2,42eθ (m/s); a = 1,807er – 7,99eθ (m/s 2) Cinemática das Partículas - Dinâmica 140 3. A rotação do braço pivotado radialmente é governada por θ = 0,2t + 0,02t3 (SI). Simultaneamente, o parafuso no braço movimenta o cursor B e controla a sua distância a partir de O de acordo com r = 0,2 + 0,04t2 (SI). Calcule o módulo da velocidade e da aceleração do cursor para o instante t = 3s. R: v = 0,479 m/s; a = 0,601 m/s2 Cinemática das Partículas - Dinâmica 141 4. Um carro desloca-se numa curva circular de raio r = 300 m. Num dado instante, sua taxa angular de rotação é ω = 4 rad/s e cresce a uma taxa de α = 2 rad/s2. Determine o módulo da aceleração do carro nesse instante. R: 4,837 Km/s2 Cinemática das Partículas - Dinâmica 142 5. O tubo vazado é pivotado em torno de um eixo horizontal que passa no ponto O e é posto para girar em um plano vertical com uma velocidade constante no sentido anti-horário ω = 3 rad/s. Se uma partícula de 0,1 Kg está deslizando no tubo em direção a O com uma velocidade de 1,2 m/s relativamente ao tubo quando passa pela posição θ = 30º, calcule o módulo N da força normal exercida pela parede do tubo sobre a partícula nesse instante. R: 0,1296 N Cinemática das Partículas - Dinâmica 143 6. O braço OAB é pivotado em torno do ponto O, enquanto simultaneamente a seção AB se estende em relação à seção OA. Determine a velocidade e a aceleração do centro B da polia para as seguintes condições: θ = 30º, ω = 5 graus/s, α = 2 graus/s2, l = 2 m, v = 0,5 m/s, a= - 1,2 m/s2. As grandezas v e a são a primeira e a segunda derivada no tempo, respectivamente, do comprimento l da seção AB. R: );/(ˆ785,0ˆ5,0 smeer )/(ˆ401,0ˆ269,1 2smeer Cinemática das Partículas - Dinâmica 144 7. O braço AO de 0,9 m de comprimento gira ao redor de O e seu movimento está definido pela relação θ = 0,15t2 (SI). O cursor B desliza ao longo do braço, sendo o seu deslocamento em relação a O dado por r = 0,9 – 0,12t2, no SI. Determine a aceleração total do cursor B após o braço AO ter girado 30º. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 145 Questão Desafio: A haste AO mostrada na figura gira num plano horizontal de modo que θ = (t3) rad. Ao mesmo tempo, o curso B desliza de O para A, tendo sua coordenada r variando no tempo de acordo com r = (100t2) mm. Considerando em ambos os casos t expresso em segundo, determine a velocidade e a aceleração do cursor para t = 1 s. R: 361 mm/s; 1930 mm/s2 Cinemática das Partículas - Dinâmica Cinemática das Partículas Movimento Curvilíneo Espacial 1. Introdução 2. Coordenadas Retangulares (x-y-z) 3. Coordenadas Cilíndricas (r-θ-z) 4. Coordenadas Esféricas (R-θ-Φ) 5. Movimento Relativo (Eixos Transladados) Representação Vetorial Dinâmica I Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 146 1 - Introdução No caso geral do movimento tridimensional de uma partícula ao longo de uma curva espacial três sistemas de coordenadas são comumente usados para descrever esse movimento: Coordenadas retangulares (x-y-z), cilíndricas (r-θ-z) e esféricas (R-θ-Φ)! Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 147 2 - Coordenadas Retangulares (x-y-z) A extensão de duas para três dimensões não oferce grandes dificuldades. Adiciona-se apenas a coordenada z e suas derivadas no tempo às expressões bidimensionais já vistas; de tal modo que o vetor posição R, a velocidade v e a aceleração a se tornam: Obs. Note que em três dimensões está-se empregando R no lugar de r para o vetor posição. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I kzjyixRva kzjyixRv kzjyixR ˆˆˆ ˆˆˆ ˆˆˆ 148 3 - Coordenadas Cilíndricas (r-θ-z) No sistema de coordenadas cilíndricas um ponto P é representado por uma tripla (r-θ-z), onde (r-θ) representa um ponto em coordenadas polares e z é a terceira coordenada usual do sistema cartesiano. Basta, então, acrescentar a coordenada z e suas duas derivadas no tempo. O vetor posição R da partícula para coordenadas cilíndrica é simplesmente: R = rer + zk Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 149 A velocidade pode ser escrita como: onde: Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 222 zr z r vvvv zv rv rv kzererv r ˆˆˆ Do mesmo modo, a aceleração é escrita pela adição da componente z, que fornece:onde: kzrrrr r ˆê)2(ê)(a 2 222 2 2 zr z r aaaa za rra rra 150 Para converter do sistema de coordenadas cilíndricas para o sistema cartesiano usamos as relações: x = r cos θ y = r sen θ z = z Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I Para passar do sistema de coordenadas cartesianas cilíndricas para o sistema de coordenadas cilíndricas usamos as relações: r2 = x2 + y2 tan θ = y/x z = z 151 4 – Coordenadas Esféricas (R-θ-Φ) As coordenadas esféricas são utilizadas quando uma distância radial e dois ângulos são empregados para especificar a posição de uma partícula, como no caso de medidas através de radares, por exemplo. São denotadas pela tripla (R-θ-Φ) e localizam um ponto P no espaço dando a distância R da origem, o ângulo θ projetado sobre o plano xy (o ângulo polar) e o ângulo Φ que o raio R faz com o eixo positivo z (o ângulo vertical). Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 152 A derivação da expressão para a velocidade v é obtida definindo-se os vetores unitários eR, eθ, eΦ. O unitário eR está na direção em que a partícula P pode-se mover se R aumenta, mas θ e Φ são mantidos constantes. O vetor unitário eθ está na direção na qual P pode-se mover se θ aumenta, enquanto R e Φ são mantidos constantes. Finalmente, o unitário eΦ está na direção na qual P pode- se mover se Φ aumenta, enquanto R e θ são mantidos constantes. As expressões resultantes para v e a são: Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I Rv Rv RvR cos evevevv RR ˆˆˆ êêêa aaa rR cos )(1 2 )(cos cos 2 2 2 222 senR dt Rd R a senR dt Rd R a RRRaR 153 Para converter um ponto em coordenadas esféricas P (R-θ-Φ) para coordenadas cartesianas usamos as relações: x = r sen Φ cos θ y = r sen Φ sen θ z = r cos Φ Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I Para converter um ponto P (x,y,z) em coordenadas cartesianas para coordenadas polares usamos as relações: r2 = x2 + y2 + z2 tan θ = y/x cos Φ = z/(x2 + y2 + z2)1/2 154 Geometricamente: Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 155 Exercício resolvido 1 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I k k kkt k t kt ktdt 22 2 2 1 2 2 1 2 2 O centro da esfera A se move em uma helicóide sobre a superfície cilíndrica de raio b, e as coordenadas cilíndricas r, θ e z são indicadas. Integrando a relação fornecida para ω temos: Para uma volta a partir do repouso: k k kkt k t kt ktdt 22 2 2 1 2 2 1 2 2 O parafuso inicia seu movimento do repouso, e é dada uma velocidade de rotação ω = dθ/dt que aumenta uniformemente com o tempo t de acordo com dθ/dt = kt, onde k é uma constante. Determine a velocidade ω do centro da esfera A quando o parafuso tiver girado uma volta completa a partir da posição de repouso. 156 Exercício resolvido 2 Uma partícula P se move ao longo de uma curva espacial e possui velocidade v = 4i - 2j - k m/s para o instante mostrado. No mesmo instante a partícula tem uma aceleração a cujo módulo é 8 m/s2. Calcule o raio de curvatura ρ da trajetória para essa posição e a taxa com a qual o módulo da velocidade está aumentando. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 2 222 2 222 /52,7º20cos8º20cos 67,7 74,2 58,4 ; /74,2º208º20 /58,4124 ˆˆ2ˆ4 smaav m a vv a smsenasena smv kjiv t n n n 157 Atividades 1. A velocidade e a aceleração de uma partícula são dadas para um certo instante por v = 6i – 3j +2k m/s e a = 3i – j – 5k m/s2. Determine o ângulo θ entre v e a, , e o raio de curvatura ρ no plano do movimento. R: θ = 74,6º; = 1,571 m/s2; ρ = 8,59 m Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I v v 158 2. O elemento giratório em uma câmara de mistura possui um movimento periódico axial z = z0 sen 2πnt enquanto está girando com uma velocidade angular constante . Determine a expressão para a maior aceleração do ponto A sobre a borda do êmbolo de raio r. A frequência n da oscilação vertical é constante. R: amáx = (r 2ω4 + 16n4π4z0 2)1/2 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 159 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 3. A base da escada do caminhão de bombeiros gira em torno de um eixo vertical que passa por O com uma velocidade angular constante Ω = 10 graus/s. No mesmo instante, a escada OB se eleva a uma taxa constante graus/s, e a seção AB da escada se estende em relação a seção OA com uma taxa constante de 0,5 m/s. No instante em consideração, Φ = 30º, OA = 9 m, e AB = 6 m. Determine o módulo da velocidade da extremidade B da escada. R: v = 2,96 m/s 7 160 161 5 - Movimento Relativo (Eixos Transladados) Vimos o movimento de uma partícula usando coordenadas referidas a eixos de referência fixos. Deslocamentos, velocidades e acelerações assim determinados são denominados absolutos. Entretanto, não é sempre possível ou conveniente usar um conjunto de eixos para descrever ou medir um movimento. Além disso, existem vários problemas em engenharia para os quais a análise do movimento é simplificada quando se empregam medidas feitas com relação a um sistema de referência móvel. Essas medidas, quando combinadas com o movimento absoluto do sistema de referência móvel possibilitam determinar o movimento absoluto em questão. Essa abordagem é chamada de análise de movimento relativo. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 162 O movimento de um sistema de coordenadas móvel é especificado em relação a um sistema de coordenadas fixo. Estritamente falando, na mecânica newtoniana esse sistema fixo é o sistema inercial primário, o qual é considerado como não tendo movimento no espaço. Para os propósitos da engenharia, o sistema fixo pode ser tomado como qualquer sistema cujo movimento absoluto é desprezível para o problema em questão. Serão então estudados os sistemas de referência móveis que se transladam mas não giram. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 163 Considere duas partículas A e B que podem ter movimentos curvilíneos separados em um dado plano ou em planos paralelos. Será definida arbitrariamente na partícula B a origem de um conjunto de eixos x-y que se transladam, mas que não giram, observando-se o movimento de A a partir da posição móvel em B. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I Representação Vetorial 164 O vetor posição de A medido relativamente ao referencial x-y é rA/B = xi + yj, onde a notação em subscrito “A/B” significa “A relativo a B” ou “A com relação a B”. Os vetores unitários ao longo dos eixos x e y são i e j, e x e y são as coordenadas de A medidas no referencial x-y. A posição absoluta de B é definida pelo vetor rB medido a partir da origem dos eixos X-Y. A posição absoluta de A é vista, desse modo, como determinada pelo vetor : rA = rB + rA/B ou Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I BABA rrr / 165 Diferencia-se esta equação vetorial uma vez com relação ao tempo, para obter as velocidades, e duas vezes para obter as acelerações. Assim: Essas equações estabelecem que a velocidade (ou aceleração) absoluta de A é igual à velocidade (ou aceleração) absoluta de B somada, vetorialmente, à velocidade (ou aceleração) de A relativamente a B. O termo relativo é a medida da velocidade (ou da aceleração) realizada por um observador conectado ao sistema de coordenadas x-y móvel. Pode-se expressar os termos do movimento relativo em qualquer sistema de coordenadas conveniente – retangular, normale tangencial, ou polar – e as formulações vistas podem ser utilizadas para esse propósito. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I BABABABA BABABABA aaarrr vvvrrr // // 166 Na análise de movimento relativo é importante saber que a aceleração de uma partícula observada em um sistema x-y que se translada é a mesma observada em um sistema fixo X-Y se o sistema móvel possui velocidade constante. Essa conclusão amplia a aplicação da segunda lei do movimento. Então, um conjunto de eixos que possui velocidade absoluta constante pode ser usado em lugar de um sistema fixo para a determinação das acelerações. Um sistema de referência que se translada, mas não tem aceleração, é chamado de sistema inercial. Consequentemente, qualquer que seja o movimento da partícula considerada, a sua aceleração em relação a R, num dado instante, é exatamente igual `a sua aceleração em relação a R’ nesse instante, desde que se cumpram as seguintes condições: (i) que os eixos de R’ permaneçam paralelos aos eixos de R; (ii) que a origem O’ se mova em MRU relativamente a R. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 167 Exercício resolvido 1 Considere o movimento de um nadador que cruza um rio de margens retilíneas e paralelas entre si. Por simplicidade, vamos supor que todas as partículas do rio se movam em MRU com a mesma velocidade V em relação a um referencial solidário às margens. Relacione a velocidade do nadador em relação às margens com a sua velocidade em relação a um referencial que se desloca com a mesma velocidade do rio. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I jviVv jjjviVv vVv vvv yxnad yxnad rionadnad rionadrionad ˆˆ ˆˆ;ˆˆ ' ''' / / 168 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I Portanto, a velocidade do nadador em relação às margens (isto é, em relação a OXY) é diferente de sua velocidade em relação ao rio (isto é, em relação a O’X’Y’). No caso em questão, não apenas as respectivas direções de v e v’, mas também seus respectivos módulos são diferentes. Como v’ = v’yj’, é imediato perceber que a velocidade do nadador em relação a O’X’Y’ é perpendicular às margens do rio (lembre-se de que estas são paralelas aos eixos OX e O’X’), enquanto a sua velocidade relativa a OXY é oblíqua em relação `as margens, ou seja, faz um ângulo menor do que 90º com o eixo OX. Aplicando o teorema de Pitágoras, vemos que |v|2 = |v’|2 + |V|2. É também imediato perceber que vx = Vx e vy = v’y. 169 Exercício resolvido 2 Os passageiros de um jato de transporte A voando para leste com uma velocidade de 800 Km/h observam um segundo avião a jato B, que passa sob o primeiro em um vôo horizontal. Apesar de o nariz do avião B estar apontando para a direção nordeste a 45º, para os passageiros de A ele parece estar se movendo para longe do avião A com um ângulo de 60º, como mostrado. Determine a real velocidade de B. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 170 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I Pode-se escrever a equação vetorial: vB = vA + vB/A Identificam-se as incógnitas e as variáveis conhecidas: A velocidade vA é dada em módulo e direção; a direção 60º de vB/A (direção da velocidade que B parece ter para os observadores móveis em A); a velocidade verdadeira de B está na direção de 45º para a qual está se dirigindo. Então as duas incógnitas remanescentes são os módulos de vB e vB/A. Pode-se resolver a equação vetorial de três formas: (I) Gráfica. Inicia-se com a soma vetorial em algum ponto P, desenhando vA em uma escala conveniente e depois construindo uma linha através da ponta de vA com a direção conhecida de vB/A. A direção conhecida vB é então desenhada através de P, e a interseção C fornece a única solução que permite completar o triângulo vetorial e determinar os módulos desconhecidos de acordo com a escala. vB/A = 586 Km/h e vB = 717 Km/h 171 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I (II) Trigonométrica. Um esboço do triângulo vetorial é feito para determinar a trigonometria, que fornece Deve-se estar preparado para empregar relações trigonométricas apropriadas necessárias à lei dos senos. hKm sen sen v sen v sen v B AB /717 º75 º60 800 º75º60 172 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I (III) Algébrica (álgebra vetorial). Usando os vetores i e j, pode-se expressar as velocidades na forma vetorial como vA = 800i Km/h vB = (vB cos 45º)i + (vB sen 45º)j Km/h vB/A = (- vB/A cos 60º)i + (vB/A sen 60º)j Km/h substituindo essas relações na equação de velocidade relativa e resolvendo separadamente os termos i e j, tem-se (termos i) vB cos 45º = 800 – vB/A cos 60º (termos j) vB sen 45º = vB/A sen 60º Resolvendo simultaneamente conseguem-se os módulos desconhecidos das velocidades vB/A = 586 Km/h e vB = 717 Km/h 173 Exercício resolvido 3 O passageiro do avião B está voando para leste com uma velocidade vB = 800 Km/h. Um jato militar se deslocando para o sul com uma velocidade vA = 1200 Km/h passa sob B a uma altitude ligeiramente menor. Que velocidade A parece ter para um passageiro em B e qual é a direção da sua velocidade aparente? Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I º7,33 1200 800 /1442)800()1200( 1 22 / / tag hKmv vvv BA BABA 174 1. Um trem, viajando a uma velocidade de 60 m/h, cruza uma rodovia, como mostrado na figura. Se o automóvel A trafega a 45 m/h, determine o vetor velocidade (módulo, direção e sentido) do trem em relação ao automóvel. R: vT/A = 42,5 m/h Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I Atividades 175 2. Um carro A possui uma velocidade para frente de 18 Km/h, e está sendo acelerado a 3 m/s2. Determine a velocidade e a aceleração do carro relativa a um observador B, que está sentado em uma cadeira não-girante na roda gigante. A velocidade angular Ω = 3 rpm da roda-gigante é constante. R: vA/B = 3i + 2j (m/s); aA/B = 3,63i + 0,628j (m/s 2) Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 176 3. Uma mulher anda em uma rua de leste para oeste com uma velocidade de 6 Km/h. O vento sopra de noroeste, como mostra a figura, com velocidade de 4 Km/h. Determine a velocidade do vento relativa à mulher se ela anda para oeste. Expresse os resultados tanto em termos dos vetores unitários i e j quanto dos módulos e direções da bússola. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I R: vv/m = 8,83i – 2,83j (Km/h); vv/m = 9,27 (Km/h); θ = 17,76º 177 4. O carro A percorre uma curva de raio 150 m com uma velocidade constante de 54 Km/h. No instante representado, o carro B está se movendo a 81 Km/h, mas está diminuindo sua velocidade a uma razão de 3m/s2. Determine a velocidade e a aceleração do carro A nas coordenadas a partir do carro B. R: vA/B = 15i - 22j (m/s); aA/B = 4,5j (m/s 2) Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 178 5. O avião A mostrado na figura está voando numa trajetória retilínea, enquanto o avião B está voando numa trajetória circular de raio de curvatura ρ = 400 Km. Determine a velocidade e a aceleração de B medidas pelo piloto do avião A. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I R: vB/A = – 100 Km/h; aB/A = 912 Km/h 2 179 6. Num dado instante, os carros A e B deslocam-se com velocidades de 18 m/s e 12 m/s, respectivamente. Determine a velocidade e a aceleração de B em relação a A. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I R: 9,69 m/s; 5,32 m/s2 180 7. Considerando o problema anterior, determine a aceleração do carro B em relação a A, sabendo que A está desacelerando a uma taxa de 2 m/s2 e B está acelerando a uma taxa de 3 m/s2, Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I R: aB/A = 5,32m/s 2 181 8. O trem A se desloca com uma velocidade constante vA = 100 Km/h ao longo de um trilho reto e nivelado. O motorista do carro B, sabendo do cruzamento de nível com a linha férrea em C, diminui a velocidade do carro de 80 Km/h a uma taxa de 2 m/s2. Determine a velocidade e a aceleração do trem relativamente ao carro. R: (56,59 i – 43,40 j) Km/h; (i + 1,73 j) m/s2 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 15º 182 9. Dois aviões, A e B, voam à mesma altitude. Suas velocidades são vA = 600 Km/h e vB = 500 Km/h, respectivamente, e seus cursos retilíneos formam uma ângulo θ = 75º. Determine a velocidade de B em relação à aeronave A. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 183 Questão Desafio: Um passageiro num automóvel a 60 Km/h observa que as gotas de chuva formam um ângulo de 30º com a horizontal. Calcule a velocidade constante vr da chuva supondo que ela cai verticalmente. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica 184 Dinâmica I Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I Cinemática das Partículas Movimento Restrito de Partículas Conectadas 1. Introdução 2. Um grau de liberdade 3. Dois graus de liberdade Atividades 185 1 - Introdução Algumas vezes os movimentos de partículas são interrelacionados devido às restrições impostas por membros de interconexão. Nesses casos é necessário levar em conta essas restrições, de modo a determinar o respectivo movimento das partículas. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 186 2 - Um grau de liberdade Considere inicialmente o sistema bastante simples de duas partículas A e B interconectadas. Deve ser evidente, por inspeção, que o movimento horizontal de A é o dobro do movimento vertical de B. Entretanto, esse exemplo será usado para ilustrar o método de análise que deve ser aplicado às situações mais complexas, em que os resultados não podem ser facilmente obtidos por inspeção. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 187 O movimento de B é claramente o mesmo do centro da sua polia, então são estabelecidas as coordenadas x e y medidas a partir de uma referência fixa conveniente. O comprimento total do cabo é Com L, r2, r1 e b constantes, a primeira e a segunda derivadas do tempo da equação fornecem Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I bry r xL 1 2 2 2 BA BA aayx vvyx 2020 2020 188 As equações de restrição da velocidade e da aceleração indicam que, para as coordenadas selecionadas, a velocidade de A deve ter um sinal contrário daquele da velocidade de B, e o mesmo ocorre para as acelerações. A equações de restrição são válidas para o movimento do sistema em qualquer sentido. Enfatiza-se que é positiva para a esquerda e que é positiva para baixo. É importante salientar que os resultados não dependeram dos comprimentos ou dos raios das polias. Assim, deve-se ser capaz de analisar o movimento sem considerar esses parâmetros. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I xvA yvB 189 Abaixo temos aumentada a vista do diâmetro horizontal A’B’C para a polia de baixo em um instante de tempo. Logicamente A’ e A possuem movimentos de mesmo módulo, assim como B e B’. Durante um movimento infinitesimal de A’, é fácil ver do triângulo que B’ percorre a metade do deslocamento de A’, porque o ponto C, como um ponto sobre a parcela fixa do cabo, momentaneamente não tem movimento. Assim, com a diferenciação no tempo em mente, pode-se obter as reações para os módulos da velocidade e da aceleração por inspeção. A polia, na verdade, é uma roda que rola sobre o cabo vertical fixo. Diz-se que o sistema apresentado tem um grau de liberdade, uma vez que apenas uma variável, ou x ou y, é necessária para especificar as posições de todas as partes dos sistema. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 190 3 - Dois graus de liberdade Um sistema com dois graus de liberdade é mostrado na figura abaixo. Aqui as posições do cilindro de baixo e da polia C dependem da especificação separada de duas coordenadas, yA e yB. Os comprimentos dos cabos conectados aos cilindros A e B podem ser escritos, respectivamente, como Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I .)( .2 constyyyyL constyyL DCCBB DAA 191 e suas derivadas no tempo são Eliminando os termos em e tem-se Uma visualização da real geometria do movimento é aspecto muito importante. Nota-se, por exemplo, que é claramente impossível ter os sinais de todos os três termos simultaneamente positivos. Deve-se adotar um único sentido positivo do movimento para todos os corpos. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I DCBDA DCBDA yyyyy yyyyy 2020 2020 Dy Dy 042042 042042 CBACBA CBACBA aaayyy vvvyyy 192 Exercício resolvido 1 O bloco B desliza para a direita com a velocidade de 300 mm.s-1. Calcule as velocidades do corpo deslizante A e do ponto C dos cabos. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I Considerando os deslocamentos constantes representado, podemos escrever: 3 2 2323 BA BA BA v v dt dx dt dx ctexx Como vB = 300 mm/s → vA = 200 mm/s Para encontrar a velocidade do ponto C: AC CA CA vv dt dx dt dx ctexx 333 193 Exercício resolvido 2 O trator A é usado para suspender o pacote B com o arranjo de polias mostrado. Se A possui uma velocidade para a frente vA, determinar uma expressão para a velocidade para cima vB do pacote em termos de x. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 22 22 22 2 1 ; 2 2 1 20 )(2)(2 xh xv v yvxv xh xx y xhyhlyhL A B BA Define-se a posição do trator pela x e a posição do pacote pela coordenada y, ambas medidas a partir de uma referência fixa. O comprimento total constante do cabo é: 194 Atividades Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 1. A figura mostra um exemplo de movimento dependente de dois blocos. Escreva a velocidade e aceleração do bloco B em função do bloco A. 195 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 2. Determine a velocidade do bloco A mostrado na figura, supondo que o bloco B sobe com velocidade de 6 pés/s. R: v = 18 pés/s 196 3. Se o bloco B tem uma velocidade para a esquerda de 1,2 m/s, determine a velocidade do cilindro A. R: vA = 0,4 m/s para baixo Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 197 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 4. Determine a velocidade do bloco A, supondo que o bloco B tem uma velocidade de 6 pés/s para cima. R: v = 24 pés/s 198 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 5. Um caminhão equipado com um guincho motorizado na sua parte dianteira puxa a si mesmo em uma ladeira, por meio do arranjo de um cabo e uma polia mostrados na figura. Se o cabo está sendo enrolado no tambor com uma taxa constante de 40 mm/s, quanto tempo levará para o caminhão subir 4 m na ladeira? R: t = 3 min 20 s 199 6. Despreze os diâmetros das polias pequenas e estabeleça uma relação entre a velocidade de A e a velocidade de B para um dado valor de y. R: Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I AB v by y v 222 3 200 7. Determine a relação que governa a aceleração de A, B e C, todas medidas positivas para baixo. Identifique o número de graus de liberdade. R: 2aA + 2aB + aC = 0 Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 201 Questão Desafio: O engradado está sendo elevado por meio do sistema de cabos, polias e motor, como mostrado na figura. Determine a velocidade com que o cabo deve ser enrolado na polia do motor para que o engradado suba pelo plano inclinadocom uma velocidade constante de 4 m/s. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 202 Agora você deve tentar resolver esse simulado de avaliação V1! Ele traz questões que abrangem todos os assuntos estudados até agora. Utilize sempre g = 9,81 m/s2. Faça uso da formulação vista durante seus estudos sobre Cinemática de Partículas. Aproveite esta oportunidade para se preparar para a prova V1... Bons estudos! Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 203 Questão 1. Uma partícula se move ao longo do eixo x com uma velocidade inicial vx = 50 m/s na origem quando t = 0. Para os primeiros 4 segundos a partícula não possui aceleração, e após esse intervalo de tempo ela sofre a ação de uma força retardadora que fornece uma aceleração constante ax = - 10 m/s 2. Calcule a velocidade da partícula para as condições de t = 5 s e t = 10 s. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 204 Questão 2. Dispara-se um projétil com velocidade inicial v0, a um ângulo de 20º com a horizontal, como mostra a figura. Determine a faixa de valores de v0 para que o projétil atinja o espaço restrito entre os pontos B e C. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 205 Questão 3. O motorista de um caminhão tem uma aceleração de 0,4g, conforme o caminhão passa no topo A de uma elevação da estrada com uma velocidade constante. O raio de curvatura da estrada no topo da elevação é 98 m, e o centro de massa G do motorista (considerado uma partícula) está 2 m acima da estrada. Calcule o módulo v da velocidade do caminhão Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 206 Questão 4. Um carro a 90 Km/h encontra-se numa curva a 400 m de raio. Num dado instante, o motorista freia o carro, imprimindo-lhe uma desaceleração constante de 1,2 m/s2. Determine a aceleração total do veículo: a) imediatamente após ter sido aplicado o freio do carro; b) 5 s mais tarde. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 207 Questão 5. O movimento de rotação da haste OA, em torno de O, é definido pela relação θ = t3 - 4t, onde θ é dado em radianos e t em segundos. O cursor B desliza por OA de modo que sua distância a O é r = 25t3 - 50t2, onde r é expresso em milímetros e t em segundos. Determine para o cursor sua velocidade e sua aceleração total no instante t = 1 s. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 208 Questão 6. O movimento de um ponto material sobre a superfície lateral de um cilindro circular reto é definido por R = A, θ = 2πt e Z = B.sen(2πnt), onde A e B são constantes positivos e n é um inteiro. Sendo n = 10, determine os módulos da velocidade e da aceleração do ponto, em função de t. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 209 Questão 7. Num dado instante, o jogador A lança uma bola C com velocidade de 20 m/s na direção mostrada na figura. O jogador B possui uma velocidade constante de 5,75 m/s, na mesma direção e sentido do lançamento, e consegue apanhar a bola à mesma altura a que ela foi arremessada. Calcule a velocidade e a aceleração da bola em relação ao jogador B no instante em que este a apanha. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 210 Questão 8. Determine a velocidade do bloco A mostrado na figura, supondo que o bloco B sobre com velocidade de 6 m/s. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 211 Questão desafio. Todo dia, Bisnaga jogava futebol com seus amigos depois da aula. Um dia, quando parou um pouco para respirar, viu seu professor na arquibancada fazendo várias anotações. Depois do jogo, foi perguntar a ele o que estava fazendo. O professor lhe mostrou dois desenhos. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 212 -Bisnaga, eu estava esquematizando uma jogada sua. Enquanto você andava do ponto A ao ponto B, os seus oponentes não mudaram de lugar. Mas, quando se dirigiu de B para o C, de onde chutou a bola o para o gol, deu tempo para o defensor D ficar na sua frente e o goleiro G retornar para a linha de fundo podendo agarrar a bola. Você tem força no pé para, estando no ponto B, chutar a bola que encobriria o goleiro antes que ele retornasse ao gol. Usando os conceitos de Dinâmica, estava calculando em que direção você deveria chutar. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 213 Por exemplo, se você chutar para a direção do gol com certa velocidade e a bola adquirir uma velocidade horizontal de 20 m/s e uma velocidade vertical de 9 m/s, no início do lançamento, é possível, sabendo que o ponto B está a 32 m do gol, determinar qual o tempo que a bola levará para chegar na linha de fundo e com que altura ela chegará. Desprezando a resistência do ar, determine os valores encontrados por Bisnaga para o tempo e altura com os dados fornecidos pelo professor. Introdução - Dinâmica ICinemática das Partículas - Dinâmica I 214 Prof. DSc. Valtency F. Guimarães Dinâmica I “Cinética de Partículas” Movimentos Retilíneo e Curvilíneo 215 Dinâmica Cinética de Partículas 1. Introdução 2. Segunda Lei de Newton 3. Sistema de Unidades 4 - Equação de Movimento e Solução de Problemas 5 - Diagrama de Corpo Livre 6 - Movimento Retilíneo Exercícios resolvidos Atividades Cinética das Partículas - Dinâmica 216 1 - Introdução De acordo com a segunda lei de Newton, uma partícula irá acelerar quando estiver sujeita a forças não equilibradas. A Cinética é o estudo das relações entre as forças desequilibradas e as variações resultantes no movimento. A Cinética das Partículas requer que sejam combinados os conhecimentos das propriedades das forças e da cinemática. Com o auxílio da segunda lei de Newton, pode-se combinar esses dois tópicos e resolver problemas de engenharia envolvendo forças, massa e movimento. Cinética das Partículas - Dinâmica 217 2 - Segunda Lei de Newton A relação básica entre força e aceleração se encontra na segunda lei de Newton F = ma, cuja verificação é inteiramente experimental. Se uma partícula de massa for submetida à ação de uma força F1, a razão dos módulos da força e da aceleração adquirida por essa partícula F1/a1 será algum número C1 cujo valor depende das unidades usadas para as medidas de força e aceleração. Submetendo-se a mesma partícula a uma força diferente F2 e medindo a correspondente aceleração a2, a razão F2/a2 dos módulos irá novamente produzir um número C2. Essa experiência pode ser repetida inúmeras vezes. Destaca-se que as razões da força aplicada pela correspondente aceleração são todas iguais a um mesmo número, desde que as unidades empregadas para as medidas não sejam alteradas. Assim: C a F a F a F ... 2 2 1 1 Cinética das Partículas - Dinâmica 218 Conclui-se que a constante C é uma medida de alguma propriedade invariante da partícula. Essa propriedade é a inércia da partícula, que é a resistência a taxas de variação de velocidade. Para uma partícula de alta inércia (C grande), a aceleração será pequena para uma dada força F. Por outro lado, se a inércia é pequena, a aceleração será grande. A massa m é usada como uma medida quantitativa da inércia e, desse modo, pode-se escrever a expressão C = km, onde k é uma constante introduzida para levar em conta as unidades empregadas. Assim, pode-se expressar a relação obtida: F = kma onde F é o módulo da resultante de forças atuando sobre a partícula de massa m, e a é o módulo da aceleração resultante da partícula. A aceleração está sempre na direção da força aplicada. Assim, a equação anterior se torna uma relação vetorial, e deve ser escrita: F = kma ou akmF Cinética das Partículas - Dinâmica 219 3 - Sistema de Unidades É normal adotar k igual à unidade na equação anterior, colocando assim a relação na forma usual da segunda lei de Newton F = ma Um sistema de unidades para o qual k é unitário é conhecido como um sistemacinético. Assim, para um sistema cinético as unidades de força, massa e aceleração não são independentes. Nas unidades SI, as unidades de força (Newtons, N) são obtidas da segunda lei de Newton a partir das unidades básicas de massa (quilograma, Kg) vezes aceleração (metros por segundo ao quadrado, m/s2). Esse sistema é conhecido como absoluto, uma vez que a unidade para a força é dependente do valor absoluto da massa. Cinética das Partículas - Dinâmica 220 4 - Equação de Movimento e Solução de Problemas Quando uma partícula de massa m está sujeita à ação de forças concorrentes F1, F2, F3,... Cujo vetor soma é ∑F, a equação se torna ∑F = ma Quando se aplica essa relação para resolver problemas, em geral ela é expressa em sua forma escalar em componentes empregando um dos sistemas de coordenadas já desenvolvidos. A escolha de um sistema de coordenadas apropriado depende do tipo de movimento envolvido, e é uma etapa vital na formulação de qualquer problema. A equação acima, ou qualquer uma das formas em componentes da equação força-massa-aceleração, é comumente chamada de equação de movimento. Cinética das Partículas - Dinâmica 221 São encontrados dois tipos de problemas quando se aplica a equação de movimento. No primeiro tipo, a aceleração da partícula é especificada ou pode ser determinada diretamente das condições cinemáticas conhecidas. Determinam-se então as forças correspondentes que atuam sobre a partícula diretamente, através da substituição na equação da segunda lei. Esse problema geralmente é muito simples. No segundo tipo de problema, as forças agindo sobre a partícula são especificadas e deve-se determinar o movimento resultante. Se as forças são constantes, a aceleração também é constante e é facilmente encontrada a partir da equação. Quando as forças são funções do tempo, posição ou velocidade, a equação de movimento se torna uma equação diferencial que deve ser integrada para determinar a velocidade e o deslocamento. Estes tipos de problemas são normalmente mais interessantes, uma vez que a força pode ser uma função mista de duas ou mais variáveis do movimento. Cinética das Partículas - Dinâmica 222 Comentário Existem dois tipos fisicamente de movimento, ambos descritos pela equação de movimento. O primeiro tipo é o movimento sem restrição, em que a partícula está livre de guias mecânicos e segue uma trajetória determinada por seu movimento inercial e pelas forças que são aplicadas por fontes externas sobre ela. Um avião ou um foguete em voo e um elétron se movendo em um campo carregado são exemplos de movimento sem restrição. O segundo tipo é o movimento restrito, em que a trajetória da partícula é parcial ou totalmente determinada por guias restritivos. Um disco de hóquei é parcialmente restrito a se mover em um plano horizontal pela superfície do gelo. Um trem se movendo sobre seus trilhos e um cursor deslizando ao longo de um eixo fixo são exemplos de movimentos mais restritos. Algumas forças agindo sobre uma partícula durante o movimento restrito podem ser aplicadas por fontes externas, e outras podem ser as reações das guias restritivas sobre a partícula. Todas as forças, tanto as aplicadas quanto as reativas, que atuam sobre a partícula dever ser levadas em conta na aplicação da equação de movimento ∑F = ma. Cinética das Partículas - Dinâmica 223 5 - Diagrama de Corpo Livre Quando se aplica qualquer uma das equações de movimento força-massa- aceleração, deve-se levar em conta todas as forças atuando sobre a partícula. Forças que podem ser desprezadas são aquelas cujos módulos são muito pequenos quando comparados com outras forças agindo sobre a partícula, como os módulos das forças de atração entre duas partículas comparadas às atrações devidas a corpos celestiais, como a Terra e o Sol. A soma ∑F da equação significa a soma vetorial de todas as forças atuando sobre a partícula em questão. A maneira confiável de levar em conta, de forma consistente, todas as forças é isolar a partícula em consideração de todos os corpos em contato que a influenciam e substituir os corpos removidos pelas forças que eles exercem sobre a partícula isolada. Cinética das Partículas - Dinâmica 224 O objetivo principal do diagrama de corpo livre é mostrar as forças que atuam em um corpo de forma clara, lógica e organizada. Consiste em separar o “corpo de interesse” de todos os corpos do sistema com o qual ele interage. Neste corpo isolado (partícula) são representadas todas as forças que nele atuam assim como as forças de interação. O emprego cuidadoso e consistente do método do diagrama de corpo livre é a mais importante das lições a ser aprendida no estudo da engenharia mecânica. A palavra “livre” enfatiza a idéia de que todos os corpos adjacentes ao estudado são removidos e substituídos pelas forças que exercem no corpo em questão. Destaca-se que sempre que há o contato entre dois corpos deve-se levar em conta o princípio da ação e reação. Cinética das Partículas - Dinâmica 225 Exemplos de corpos e representações dos diagramas de corpo livre para análises dos movimentos: Cinética das Partículas - Dinâmica 226 Observação: Deve-se enfatizar acentuadamente a partícula a ser isolada e sua representação através de correto diagrama de corpo livre. Somente após esse passo ter sido completado, pode-se avaliar adequadamente a equivalência entre as forças externas e suas resultantes. De igual importância na análise de movimentos retilíneos ou curvilíneos, é a compreensão da cinemática envolvida. Muito frequentemente as dificuldades experimentadas nesses estudos estão relacionadas diretamente com cinemática. Deve ser reconhecido, na formulação da solução de um problema que as direções de certas forças ou acelerações não sejam conhecidas no começo, de tal modo que, seja necessário fazer hipóteses iniciais cujas validades serão aprovadas ou desaprovadas, quando a solução é efetuada. É essencial, entretanto, que todas as hipóteses feitas sejam coerentes com o princípio da ação e reação e com quaisquer requisitos cinemáticos, que também são chamados de condições de construção. Cinética das Partículas - Dinâmica 227 6 - Movimento Retilíneo Aplicam-se agora os conceitos discutidos aos problemas de movimento de partículas, iniciando com o movimento retilíneo. Serão analisados corpos que podem ser tratados como partículas; para isso serão fonte de estudo apenas o movimento do centro de massa do corpo. Nesse caso, pode-se considerar as forças como concorrentes no centro de massa. Se a direção x, por exemplo, for escolhida como a direção do movimento retilíneo de uma partícula de massa m, as acelerações nas direções y e z serão nulas e as componentes escalares da equação ∑F = ma tornam-se : ∑Fx = max ∑Fy = 0 ∑Fz = 0 Cinética das Partículas - Dinâmica 228 Para os problemas em que não há liberdade de escolha da direção ao longo da qual ocorre o movimento, tem-se o caso geral de todas as três equações das componentes: ∑Fx = max ∑Fy = may ∑Fz = maz Onde a aceleração e a resultante de forças são dadas por: 222 222 )()()( ˆˆˆ ˆˆˆ zyx zyx zyx zyx FFFF kFjFiFF aaaa kajaiaa Cinética das Partículas - Dinâmica 229 Exercício resolvido 1 Um caixote de 50 Kg é lançado ao longo do chão com uma velocidade inicial de 7 m/s em x = 0. O coeficiente de atrito dinâmico é 0,40. Calcule o tempo necessário para o caixote parar e a correspondente distância x percorrida. Cinética das Partículas - Dinâmica 230 Após desenhar o diagrama de corpo livre para o caixote aplica-se a equação do movimento para as direções x e y. 2/92,3)81,9)(4,0( ;00 smgamamg maNmaFmaF mgNmgNF dinxxdin xdinxatritoxx y Aplicando a cinemática ao problema, temos: mx x xxavv 24,6 )0)(92,3(270 )(2 2 0 2 0 2 st t atvv 784,1 92,370 0 Cinética das Partículas - Dinâmica231 Exercício resolvido 2 Suponha agora que o caixote do exercício anterior seja lançado para baixo em um plano inclinado, como mostrado, com velocidade inicial de 7 m/s. Determine o tempo t necessário para o caixote parar e a correspondente distância x percorrida se θ = 15º. 2/251,1 º15cos4,0º15(81,9)cos( cos: cos;0cos0:0 sma senasenga mgmgsenmaFPmaF mgNmgNPNF x xdinx dinxatritoxxx yy Aplicando a cinemática ao problema, temos: mx x xxavv 58,19 )0)(251,1(270 )(2 2 0 2 0 2 st t atvv 59,5 251,170 0 Cinética das Partículas - Dinâmica 232 Exercício resolvido 3 Qual fração n do peso do avião a jato deve ser o empuxo (empuxo no bocal T menos a resistência do ar R) exigido para que o avião se eleve com uma aceleração a na direção de voo em um ângulo θ com a horizontal? g a sen W RT n a g W WsenRTmaF xx : O diagrama de corpo livre para o avião (considerado uma partícula) indica as forças que agem sobre ele. Aplicando a 2ª lei na direção do movimento, temos: Cinética das Partículas - Dinâmica 233 Exercício resolvido 4 Um homem de 75 Kg se encontra parado sobre uma balança de mola em um elevador. Durante os primeiros 3 segundos do movimento a partir do repouso a tração T no cabo de sustentação do elevador é de 8300 N. Encontre a leitura R da balança em Newtons durante esse intervalo de tempo. A massa total do elevador, do homem e da balança é de 750 Kg. A força registrada na balança depende da aceleração do elevador, que é constante durante o intervalo para o qual as forças são constantes. A partir do diagrama de corpo livre do elevador, da balança e do homem considerados juntos, a aceleração é: [ ∑Fy = may ] T – P = may → 8300 – 7360 = 750ay ; ay = 1,257 m/s 2 Cinética das Partículas - Dinâmica 234 Exercício resolvido 4 Sabendo que a balança lê a força para baixo exercida sobre ela pelos pés do homem, e que a reação R é igual a esta ação (mostrado no diagrama de corpo livre do homem sozinho com o seu peso), a equação do movimento para ele fornece: [ ∑Fy = may ] R – Phomem = may → R – 736 = 75(1,257) ; R = 830 N Cinética das Partículas - Dinâmica 235 Exercício resolvido 5 Calcule a aceleração vertical a do cilindro de 150 Kg para cada um dos dois casos ilustrados. Despreze o atrito e as massas das polias. Cinética das Partículas - Dinâmica 236 aTKg aTKg maF 200)81,9(200:)200( 150)81,9(150:)150( 2/401,1 1682 sma NT 2/27,3 150 )81,9(50 150)81,9(150)81,9(200 sma a maF Resolvendo simultaneamente: Cinética das Partículas - Dinâmica 237 Atividades 1. Durante um teste de frenagem, um carro para a partir de uma velocidade inicial de 100 Km/h em uma distância de 50 m. Se todas as quatro rodas contribuem igualmente para o teste, determine a força de frenagem F em cada uma das rodas. Suponha uma desaceleração constante para o carro de 1500 Kg. R: F = 2890 N Cinética das Partículas - Dinâmica 238 2. Uma bola de aço é suspensa no chassi acelerado por duas cordas A e B. Determine a aceleração a do chassi, que faz com que a tração em A seja o dobro daquela em B. R: 1,88 m/s2 Cinética das Partículas - Dinâmica 239 3. A partir de certo instante, passa a atuar sobre um bloco de massa m, que está inicialmente em repouso sobre uma superfície lisa horizontal, uma força constante F que corresponde a quatro vezes a massa do bloco, que forma com a horizontal um ângulo θ = 40º, como ilustra a figura. Determine o módulo da aceleração do bloco. R: 3,064 m/s2 Cinética das Partículas - Dinâmica 240 4. Determine a tração F no cabo que irá fornecer ao bloco de 50 Kg uma aceleração permanente de 2 m/s2 para cima no plano inclinado. R: 227 N Cinética das Partículas - Dinâmica 241 5. Pequenos objetos são liberados para a rampa inclinada de 2 m por uma esteira A que se move a uma velocidade v1 = 0,4 m/s. Se a esteira B possui velocidade v2 = 0,9 m/s e os objetos são liberados para ela sem deslizamento, calcule o coeficiente de atrito μd entre os objetos e a rampa. R: μd = 0,558 Cinética das Partículas - Dinâmica 242 6. O coeficiente de atrito entre a caçamba plana de um caminhão e o caixote que ele transporta é de 0,30. Determine a menor distância de parada s que o caminhão pode ter a partir da velocidade de 70 Km/h, com desaceleração constante, se o caixote não deve deslizar para frente. R: s = 64,3 m Cinética das Partículas - Dinâmica 243 7. Durante um teste de confiabilidade, uma placa de circuito de massa m é presa a um vibrador eletromagnético e submetida a um deslocamento harmônico x = X sen ωt, onde X é a amplitude do movimento, ω é a frequência do movimento em radianos por segundo e t é o tempo. Determine o módulo Fmáx da força máxima horizontal que o vibrador exerce sobre a placa de circuito. R: Fmáx = mXω 2 Cinética das Partículas - Dinâmica 244 8. Durante uma corrida de trenós uma força de 150 N é aplicada formando um ângulo θ = 25º com a horizontal. Sabendo que a massa total do sistema é 80 Kg e o atrito entre o trenó e o chão é desprezível, determine: (a) a aceleração do trenó; (b) a força normal exercida pela superfície sobre o trenó. R: 1,7 m/s; 721 N Cinética das Partículas - Dinâmica 245 9. Um avião acelera em uma pista para levantar voo quando um passageiro, estudante de engenharia, decide determinar sua aceleração usando um ioiô. O estudante verifica que a corda do ioiô forma um ângulo de 22º com a vertical, como mostrado na figura. Determine a aceleração do avião. R: 3,96 m/s2 Cinética das Partículas - Dinâmica 246 10. Um motor para propulsão no espaço profundo é projetado para produzir um empuxo de 2,5 N por longos períodos. Se o motor deve mover uma espaçonave de 70 t para uma missão interplanetária, calcule o tempo t necessário para um aumento de velocidade de 40000 Km/h para 65000 Km/h. Admita que a espaçonave está se movendo em uma região remota do espaço, onde o empuxo do seu motor é a única força atuando sobre a espaçonave na direção do seu movimento. R: t = 2251 dias ~ 6,16 anos Cinética das Partículas - Dinâmica 247 11. Um bloco de 80 Kg repousa sobre um plano horizontal. Determine a intensidade da força R capaz de comunicar ao bloco uma aceleração de 2,5 m/s2 para a direita. O coeficiente de atrito entre o bloco e o plano é μ = 0,25. R: 535 N Cinética das Partículas - Dinâmica 248 12. Um motor para propulsão no espaço profundo é projetado para produzir um empuxo de 2,5 N por longos períodos. Se o motor deve mover uma espaçonave de 70 t para uma missão interplanetária, calcule o tempo t necessário para um aumento de velocidade de 40000 Km/h para 65000 Km/h. Admita que a espaçonave está se movendo em uma região remota do espaço, onde o empuxo do seu motor é a única força atuando sobre a espaçonave na direção do seu movimento. R: 6,16 anos Cinética das Partículas - Dinâmica 249 13. Os blocos de massas m1 = 7 Kg e m2 = 5 Kg encontram-se em repouso, como mostrado na figura. Nesta situação, determine (a) o coeficiente de atrito estático entre o bloco m1 e a superfície. Se com um ligeiro toque os blocos se movem com certa aceleração a, determine (b) essa aceleração, sabendo que o coeficiente de atrito cinético entre o bloco a superfície é μc = 0,54. R: 0,714; 0,997 m/s2 Cinética das Partículas - Dinâmica 250 14. Um bloco se encontra em repouso sobre uma superfície inclinada, como ilustrado na figura. Sabendo que se aumentarmos gradativamente a inclinação com a horizontal, haverá um ângulo crítico θc, acima do qual o bloco entrará em movimento. Aplicando a Segunda Lei de Newton, mostre que é relativamente simples provar que μe = tanθc. Cinética das Partículas - Dinâmica 251 15. Um motorista tenta rebocar um caixote de 500 N usando uma corda que suporta uma tensão de 200 N. Se o caixote está inicialmente em repouso e sendo o coeficiente de atritoestático µe = 0,40, determine se o motorista conseguirá realizar a tarefa. Cinética das Partículas - Dinâmica 252 16. Os dois sistemas mostrados na figura (1 e 2) estão inicialmente em repouso. Suponha que as polias têm massas desprezíveis e que os atritos nos eixos são nulos. Determine para cada sistema a aceleração do bloco A. Cinética das Partículas - Dinâmica 253 Questão Desafio Para que valor(es) do ângulo θ a aceleração do bloco de 35 Kg será 9 m/s2 para a direita? R: θ = 11,88º e 41,3º Cinética das Partículas - Dinâmica 254 Dinâmica Cinética de Partículas 1. Movimento Curvilíneo 2. Exercícios resolvidos 3. Atividades Cinética das Partículas - Dinâmica 255 1 – Movimento Curvilíneo Daremos agora atenção à cinética das partículas que se movem ao longo de uma trajetória plana curvilínea. Para aplicação da segunda lei de Newton no movimento curvilíneo serão usadas as descrições da aceleração em três coordenadas que foram já desenvolvidas e discutidas (coordenadas retangulares, normal e tangencial e polares). A escolha de um sistema de coordenadas apropriado depende das condições do problema e é uma das decisões básicas a serem tomadas para a solução de problemas de movimento curvilíneo. Reescreve-se agora a equação de movimento (2ª lei de Newton) de três modos, e a escolha depende de qual sistema é o mais apropriado. Cinética das Partículas - Dinâmica 256 Coordenadas retangulares ∑Fx = max ∑Fy = may onde exax yay Cinética das Partículas - Dinâmica 257 Coordenadas normal e tangencial ∑Fn = man ∑Ft = mat onde ; e v v an 2 2 vat v Cinética das Partículas - Dinâmica 258 Coordenadas polares ∑Fr = mar ∑Fθ = maθ onde e 2 rrar rra 2 Cinética das Partículas - Dinâmica 259 Na aplicação dessas equações de movimento a um corpo tratado como uma partícula deve-se seguir o procedimento geral estabelecido e estudado para o movimento retilíneo. Após identificar o movimento e escolher o sistema de coordenadas, deve-se desenhar o diagrama de corpo livre do corpo; obter então os somatórios de força apropriados a partir desse diagrama da forma usual. O diagrama de corpo livre deve ser completo, para evitar um somatório incorreto de forças. Após atribuir os eixos de referência, deve-se usar as expressões para ambas as forças e acelerações que sejam consistentes com a atribuição. Na equação ∑Fn = man ,por exemplo, o sentido positivo do eixo n está dirigido para o centro de curvatura, portanto o sentido positivo do somatório de forças ∑Fn também deve estar dirigido para o centro de curvatura a fim de concordar com o sentido positivo da aceleração normal . 2v an Cinética das Partículas - Dinâmica 260 Exercício resolvido 1 Determine a velocidade máxima v que o bloco deslizante pode ter quando passa pelo ponto A sem perder contato com a superfície. A condição para a perda de contato é que a força normal N que a superfície exerce sobre o bloco tenda a zero. Somando as forças na direção normal tem-se: [∑Fn = man] Se a velocidade em A for menor que , então deve existir uma força normal para cima exercida pela superfície sobre o bloco. Para que o bloco apresente uma velocidade em A maior que , deve haver algum tipo de restrição, tal como uma outra superfície curva acima do bloco, para fornecer uma força adicional para baixo. gv v mmg 2 g g Cinética das Partículas - Dinâmica 261 Exercício resolvido 2 Um carro de 1500 Kg entra em um trecho curvo de uma estrada no plano horizontal e diminui sua velocidade com uma taxa uniforme, desde uma velocidade de 100 Km/h em A até uma velocidade de 50 Km/h quando passa por B. O raio de curvatura ρ da estrada em A é de 400 m. Determine a força horizontal total aplicada pela estrada sobre os pneus nas posições A e B. O ponto B é o ponto de inflexão onde as curvaturas mudam de direção. Cinética das Partículas - Dinâmica 262 O carro será tratado como uma partícula, de tal modo que o efeito de todas as forças exercidas pela estrada sobre os pneus será considerado uma única força. Uma vez que o movimento é descrito ao longo da estrada curva, as coordenadas normal e tangencial serão usadas para especificar a aceleração do carro. Desse modo, a força será determinada a partir das acelerações. A aceleração tangencial constante está no sentido t negativo, e seu módulo é dado por As componentes normais da aceleração em A e B são 2 22 22 /447,1 )200(2 )6,3/100()6,3/50( ]2[ smasavv ttAB 2 22 /929,1 400 )6,3/100( :][ smaA v a nn 0: naB Cinética das Partículas - Dinâmica 263 A aplicação da segunda lei de Newton em ambas as direções n e t no diagrama de corpo livre do carro fornece [∑Ft = mat] Ft = 1500(1,447) = 2170 N [∑Fn = man] em A: Fn = 1500(1,929) = 2890 N em B: Fn = 0 Assim, a força horizontal total atuando sobre os pneus se torna em A: em B: NFFF tn 3620)2170()2890( 2222 NFF t 2170 Cinética das Partículas - Dinâmica 264 Exercício resolvido 3 Calcule o módulo v da velocidade necessária para uma espaçonave S manter uma órbita circular de altitude 320 Km acima da superfície da Terra. )()()( 2 2 hR Gm v hR v m hR mm G TT A única força atuando sobre a espaçonave é a força de atração gravitacional da Terra (isto é, seu peso). Somando as forças na direção normal, tem-se [Fn = man] Cinética das Partículas - Dinâmica 265 Exercício resolvido 4 Um tubo A gira em torno do eixo vertical O com uma velocidade angular constante ω e contém uma pequena rolha cilíndrica B de massa m, cuja posição radial é controlada por uma corda que passa livremente através do tubo e enrolada em um carretel de raio b. Determine a tração T na corda e a componente horizontal Fθ da força exercida pelo tubo sobre a rolha se a velocidade angular de rotação constante do carretel ωθ está inicialmente na direção do caso (a) e depois na direção do caso (b). Despreze o atrito. Cinética das Partículas - Dinâmica 266 Tendo r como variável, emprega-se a forma de coordenadas polares das equações de movimento. O diagrama de corpo livre de B é mostrado no plano horizontal e indica apenas T e Fθ. As equações de movimento são [ ∑Fr = mar ] [ ∑Fθ = maθ ] caso (a). Com tem-se: caso (b). Com tem-se: )2( )( 2 rrmF rrmT 0,0,0 rbr 0,0,0 rbr 0 2 2; mbFmrT 0 2 2; mbFmrT Cinética das Partículas - Dinâmica 267 Atividades 1. Um pequeno bloco de 0,6 Kg desliza com uma pequena quantidade de atrito sobre a trajetória circular de raio 3 m no plano vertical. Se a velocidade do bloco é de 5 m/s quando ele passa no ponto A e 4 m/s quando passa pelo ponto B, determine a força normal exercida sobre o bloco pela superfície em cada uma dessas duas localizações. R: NA = 10,89 N; NB = 8,30 N Cinética das Partículas - Dinâmica 268 2. Se um esquiador de 80 Kg atinge uma velocidade de 25 m/s quando se aproxima da posição de decolagem, calcule o módulo N da força normal exercida pela neve sobre os esquis antes de ele atingir A. R: N = 1791 N Cinética das Partículas - Dinâmica 269 3. Um pêndulo de comprimento igual a 2 m descreve um arco de circunferência num plano vertical. Se a tensão na corda é 2,5 vezes o peso do pêndulo para a posição mostrada na figura, determine a velocidade do pêndulo nesta posição. R: 5,66 m/s Cinética das Partículas - Dinâmica 270 4. Um balde com água é posto a girar seguindo uma circunferência vertical de raio r, como mostrado na figura. Se a velocidade do balde no ponto mais alto é va, calcule (a) a força exercida pelo balde sobre a água neste ponto, (b) o valor mínimo da velocidade tangencial vt para que a água não saia do balde, e (c) a força exercida pelo balde sobre a água no ponto mais baixo do círculo, onde a velocidade do balde é vb. R: m(va 2/r – g); √rg; m(vb 2/r + g); Cinética das Partículas - Dinâmica 271 5. Um cursor de0,8 Kg é lançado para cima em A, ao longo da barra curva fixa que se encontra no plano vertical. Se o cursor tem uma velocidade de 4 m/s quando passa pela posição B, determine (a) o módulo N da força exercida pela haste fixa sobre o cursor e (b) a taxa na qual a velocidade do cursor está diminuindo. Considere o atrito desprezível. R: (a) 14,54 N (b) -4,90 m/s2 Cinética das Partículas - Dinâmica 272 6. Um teste-padrão para determinar a máxima aceleração lateral de um carro é feito em torno de um círculo de 60 m de diâmetro pintado sobre uma superfície nivelada de asfalto. O motorista aumenta aos poucos a velocidade do veículo até que não consiga mais manter ambos os pares de rodas acompanhando a linha. Se essa velocidade máxima é de 55 Km/h para um carro de 1400 Kg, determine sua capacidade de aceleração lateral an em g e calcule o módulo F da força de atrito total exercida pelo pavimento sobre os pneus do carro. R: 0,793g; 10,89 kN Cinética das Partículas - Dinâmica 273 7. Se o carro do problema anterior está se deslocando a 40 Km/h quando o motorista aplica os freios, e o carro continua a se mover ao longo da trajetória circular, qual será a máxima desaceleração possível se os pneus estão limitados a uma força de atrito horizontal de 10,6 kN? R: - 6,36 m/s2 Cinética das Partículas - Dinâmica 274 8. Uma equipe de engenheiros realiza um projeto de pneus para automóveis, e testam um novo protótipo para analisar o comportamento dos pneus em relação ao deslizamento. Um modelo foi capaz de manter velocidade constante em um círculo de 45,7 m de raio em 15,2 s sem derrapar. Determine (a) qual foi a velocidade v e (b) a aceleração centrípeta mantida pelo automóvel nesta situação. Supondo que a resistência do ar e a força de atrito são desprezíveis, (c) qual o valor mínimo do coeficiente de atrito estático entre os pneus e o solo. R: 18,9 m/s; 7,81 m/s2; 0,796 Cinética das Partículas - Dinâmica 275 9. Um carro se movimenta ao longo de uma pista circular, cuja superfície está inclinada de θ em relação ao plano horizontal. Ele descreve um MCU cujo raio de curvatura vale R, como indicado na figura. Suponha que exista atrito entre os pneus e a pista, sendo μe o coeficiente de atrito estático correspondente, determine qual deve ser o módulo da velocidade do carro para que a força de atrito sobre os pneus seja nula. R: √gRtgθ Cinética das Partículas - Dinâmica 276 10. Determine a velocidade de segurança compensada de estrada de rodagem, inclinada de θ = 18º e raio ρ = 120 m. A velocidade de segurança de uma curva compensada de uma rodovia é aquela na qual um carro poderá trafegar sem que nenhuma força de atrito lateral seja exercida em suas rodas. Cinética das Partículas - Dinâmica 277 Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica 11. Uma partícula realiza um movimento sem atrito no interior de um trilho de perfil circular na vertical. O movimento é tal que ela não perde o contato com o trilho durante todo o trajeto. Represente o vetor força resultante sobre a partícula nos pontos indicados na figura. 278 12. O tubo vazado é pivotado em torno de um eixo horizontal que passa no ponto O e é posto para girar em um plano vertical com uma velocidade constante no sentido anti-horário ω = 3 rad/s. Se uma partícula de 0,1 Kg está deslizando no tubo em direção a O com uma velocidade de 1,2 m/s relativamente ao tubo quando passa pela posição θ = 30º, calcule o módulo N da força normal exercida pela parede do tubo sobre a partícula nesse instante. R: N = 0,1296 N Cinética das Partículas - Dinâmica 279 13. Um braço ranhurado gira em torno do seu centro em um plano horizontal com uma velocidade angular constante ω = 10 rad/s e carrega um cursor de 1,5 Kg montado com molas que oscila livremente na ranhura. Se o cursor tem uma velocidade de 600 mm/s relativamente à ranhura quando cruza o centro, calcule a força horizontal lateral P exercida pelo braço ranhurado sobre o cursor nesse instante. R: 18 N Cinética das Partículas - Dinâmica 280 14. Um braço ranhurado gira no plano horizontal em torno de um eixo fixo vertical que passa através do ponto O. O cursor C de 2 Kg se aproxima de O com uma taxa constante de 50 mm/s ao se puxar a corda S. No instante em que r = 225 mm o braço tem uma velocidade angular no sentido anti- horário ω = 6 rad/s e que está diminuindo a uma taxa de 2 rad/s2. Para esse instante, determine a tração T na corda. Indique qual lado da ranhura, A ou B, está em contato com o cursor. R:16,2 N Cinética das Partículas - Dinâmica 281 Prof. DSc. Valtency F. Guimarães Dinâmica I “Cinética de Partículas” Trabalho e Energia 282 Dinâmica I Introdução - Dinâmica I Cinética de Partículas 1. Introdução 2. Definição de Trabalho 3. Cálculo do Trabalho Trabalho de Molas Lineares Trabalho e Movimento Curvilíneo 4. Princípio do Trabalho e da Energia Cinética 5. Potência Exercícios resolvidos Atividades 6. Energia Potencial Gravitacional 7. Energia Potencial Elástica 8. Equação de Trabalho-Energia Exercícios resolvidos Atividades Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 283 1 - Introdução Vimos a segunda lei de Newton F = ma estabelecida para vários problemas de movimento de partículas para estabelecer a relação instantânea entre a força líquida atuando sobre a partícula e a resultante aceleração da partícula. Quando se necessitava determinar a variação na velocidade ou o correspondente deslocamento da partícula, integrava-se a aceleração calculada através do uso das equações cinemáticas apropriadas. Veremos que pode-se incorporar os resultados dessas integrações diretamente nas equações do movimento, de tal modo que se torne desnecessário resolvê-las para obter a aceleração. A integração de forças desequilibradas com relação ao deslocamento da partícula leva às equações de trabalho e energia. Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 284 A figura mostra uma força F atuando sobre uma partícula em A que se move ao longo da trajetória mostrada. O vetor posição r, medido a partir de alguma origem O conveniente, localiza a partícula conforme ela passa pelo ponto A, e dr é a diferencial do deslocamento associada a um movimento infinitesimal desde A até A’. O trabalho realizado pela força F durante o deslocamento dr é definido como: dU = F.dr O módulo desse produto escalar é dU = F.ds.cosα, onde α é o ângulo entre F e dr e onde ds é o módulo de dr. 2 - Definição de Trabalho (U) Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 285 A expressão dU = F.ds.cosα pode ser interpretada como o deslocamento multiplicado pela componente de força na direção do deslocamento Ft = Fcosα, como representado pelas linhas tracejadas na figura abaixo. Alternativamente, o trabalho dU pode ser interpretado como a força multiplicada pela componente de deslocamento ds.cosα na direção da força, como representado pelas linhas cheias na figura. Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 286 Com essa definição de trabalho, deve-se notar que a componente normal ao deslocamento Fn = F.senα não realiza trabalho. Assim, o trabalho dU pode ser escrito como dU = Ft ds Destaca-se que o trabalho é positivo se a componente que realiza trabalho Ft está no sentido do deslocamento, e negativo se ela está no sentido contrário. As forças que realizam trabalho são denominadas forças ativas. As forças de restrição que não realizam trabalho são ditas forças reativas. As unidades SI de trabalho são aquelas de força (N) vezes deslocamento (m), ou N.m; que recebe o nome especial de joule (J). Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 287 Durante um movimento finito do ponto de aplicação de uma força, a força realiza uma quantidade de trabalho igual a dU = F.dr, então: U = ∫ F.dr U = ∫ (Fxdx + Fydy + Fzdz) U = ∫ Ft ds De modo a resolver essa integração, é necessário conhecer a relação entre as componentes de força e suas respectivas coordenadas ou a relação entre Ft e s. 3 - Cálculo do Trabalho Dinâmica I - “Trabalhoe Energia” 288 Um exemplo comum do trabalho realizado sobre uma partícula por força variável é encontrado na ação de uma mola fixada a um corpo móvel. Considera-se aqui a mola linear simples de rigidez k, onde a força F na mola, de tração ou compressão, é proporcional à sua deformação x, de tal modo que: F = kx. A figura abaixo mostra os dois casos em que o corpo é colocado em movimento por uma força P e, então estica ou comprime a mola uma distância x. Como a força exercida pela mola sobre o corpo em cada caso está no sentido contrário ao do deslocamento: - Trabalho de Molas Lineares Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 289 Como a força exercida pela mola sobre o corpo em cada caso está no sentido contrário ao do deslocamento, ela realiza trabalho negativo sobre o corpo. Assim, tanto para a mola se esticando quanto se comprimindo o trabalho realizado sobre o corpo é negativo, e é dado por: Observação: A expressão F = kx é, na verdade, uma relação escalar válida apenas quando os elementos da mola não têm reação. O comportamento dinâmico de uma mola quando sua massa é levada em consideração é um problema ligeiramente mais complexo, que não trataremos. Deve-se proceder que a massa da mola é pequena quando comparada com as massas das outras partes do sistema, e nesse caso a mola linear estática não envolverá um erro apreciável. )( 2 1 2 1 2 221 2 1 2 1 xxkkxdxFdxU x x x x Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 290 Considera-se o trabalho realizado sobre uma partícula de massa m movendo-se ao longo de uma trajetória curva sob a ação de uma força F, que representa a resultante ∑F de todas as forças atuando sobre a partícula. A posição de m é especificada pelo vetor posição r, e seu deslocamento ao longo da trajetória durante o intervalo de tempo é representado pela variação dr em seu vetor posição. - Trabalho e Movimento Curvilíneo Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 291 O trabalho realizado por F durante um movimento finito de uma partícula do ponto 1 até o ponto 2 é: onde os limites especificam os pontos inicial e final do deslocamento. 2 1 2 1 21 . s s tdsFrdFU Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 292 Quando se substitui a segunda lei de Newton F = ma, a expressão para o trabalho de todas as forças se torna mas a.dr = at ds, onde at é a componente tangencial da aceleração de m. Em termos da velocidade v da partícula, sabemos que at ds = v dv. Assim, a expressão para o trabalho de F se torna onde a integração é desenvolvida entre os pontos 1 e 2 ao longo da curva, nos quais as velocidades possuem módulos v1 e v2, respectivamente. 2 1 2 1 21 .. rdamrdFU )( 2 1 .. 21 2 2 2 1 21 2 1 vvmdvmvrdFU v v Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 293 A energia cinética T de uma partícula é definida como T = ½ mv² e é o trabalho total que deve ser feito sobre uma partícula para levá-la do estado de repouso para uma velocidade v. A energia cinética T é uma grandeza escalar com unidades N.m ou Joules (J) no SI. A energia cinética é sempre positiva, independentemente do sentido da velocidade. A relação entre trabalho e energia pode ser escrita da forma: U1-2 = T2 – T1 = ΔT Que é a equação de trabalho-energia para uma partícula. Essa equação estabelece que o trabalho total realizado sobre todas as forças atuando sobre a partícula conforme ela se move de um ponto 1 até um ponto 2 é igual à correspondente variação na energia cinética da partícula. 4 - Princípio do Trabalho e da Energia Cinética Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 294 Apesar de T ser sempre positiva, a variação ΔT pode ser positiva, negativa ou nula. Quando escrita na forma U1-2 = T2 – T1 = ΔT essa relação diz que o trabalho sempre resulta em uma variação na energia cinética. Alternativamente, a relação trabalho-energia pode ser expressa como a energia cinética inicial T1 mais o trabalho realizado U1-2 igual à energia cinética final T2, ou T1 + U1-2 = T2 Observação: A maior vantagem do método trabalho e energia é que ele evita a necessidade de calcular a aceleração e fornece diretamente as variações de velocidade como funções das forças que realizam trabalho. Além disso, a equação de trabalho-energia envolve apenas aquelas forças que realizam trabalho e, dessa forma, contribuem para as variações no módulo das velocidades. Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 295 A capacidade de uma máquina é medida pela taxa de variação no tempo na qual ela pode realizar trabalho ou liberar energia. O trabalho total ou a energia de saída não é uma medida dessa capacidade, uma vez que um motor, não interessando o quão pequeno ele seja, pode liberar uma grande quantidade de energia se for dado tempo suficiente. Por outro lado, é preciso ter uma máquina grande e potente quando se necessita liberar uma elevada quantidade de energia em um curto período de tempo. Assim, a capacidade de uma máquina é caracterizada pela sua potência, que é definida como a taxa de variação no tempo do trabalho realizado. De acordo com a definição, a potência P desenvolvida por uma força F que realiza uma quantidade de trabalho U é: P = dU/dt = F.dr/dt como dr/dt é a velocidade v, pode-se escrever: P = F.v 5 - Potência Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 296 Exercício resolvido 1 Calcule a velocidade v de um caixote de 50 Kg quando ele atinge o final do plano inclinado em B se ele tem uma velocidade inicial de 4 m/s no topo do plano. O coeficiente de atrito dinâmico é 0,30. Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 297 Exercício resolvido 1 O diagrama de corpo livre do caixote é desenhado e inclui a força normal N e a força de atrito dinâmico Fat calculadas da maneira usual. O trabalho realizado pela componente do peso para baixo no plano é positiva, enquanto o trabalho realizado pela força de atrito é negativo. O trabalho total realizado sobre o caixote durante o movimento é [U = F.s] U1-2 = [50(9,81)sen15º – 142,1]10 = – 151,9 J A variação na energia cinética é T2 – T1 = ΔT [T = ½mv²] ΔT = ½(50)(v² – 4²) A equação de trabalho-energia fornece [U1-2 = ΔT] -151,9 = 25(v² – 16) v² = 9,93 = 3,15 m/s Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 298 Exercício resolvido 2 A mola se encontra na sua posição não deformada quando x = 0. Se o corpo se move a partir da posição inicial x1 = 100 mm para a posição final x2 = 200 mm, (a) determine o trabalho realizado pela mola sobre o corpo e (b) determine o trabalho realizado sobre o corpo por seu peso. JUxxkU 60)2,01,0)(4000( 2 1 )( 2 1 22 21 2 2 2 121 (a)[U1-2 = - ∫ kx dx] (b)[U1-2 = ∫ mg dy] JsenUyymgU 35,2)20.1,0)(81,9(7)( 0 212121 Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 299 Exercício resolvido 3 O bloco de 50 Kg em A está montado sobre roletes, de tal modo que se move ao longo da guia horizontal com atrito desprezível sob a ação de uma força constante de 300 N no cabo. O bloco é liberado do repouso em A, com a mola que está conectada a ele estendida de uma quantidade inicial x1 = 0,233 m. A mola tem rigidez k = 80 N/m. Calcule a velocidade v do bloco quando ele atinge a posição B. Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 300 Exercício resolvido 3 O diagrama de forças ativas para o sistema composto pelo bloco e pelo cabo é mostrado para uma posição genérica. A força F = 80x na mola e a tração T = 300N são as únicas forças externas a esse sistema que realizam trabalho sobre o sistema. A força exercida pelo bloco pela guia, o peso e a reação da pequena polia sobre o cabo não realizam trabalho sobre o sistema, e não estão incluídos no diagrama de forças ativas. Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 301 Conforme o bloco se move de x = 0,233 m até x = 0,233 + 1,2 = 1,433 m, o trabalho realizado pela força da mola atuando sobre o bloco é negativo e igual a: [U = ∫ F dx] O trabalho realizado sobre o sistema pela força constante de 300 N no cabo é a força vezes o movimento horizontal líquido do cabo sobre a polia C, que é x² = (1,2)² + (0,9)²- 0,9 → x = 0,6 m Assim, o trabalho é igual a: U = F.s → U = 300(0,6) = 180 J Aplica-se agora a equação de trabalho-energia ao sistema e obtém-se: [U1-2 = ΔT] -80 + 180 = ½(50)(v² - 0) → v = 2 m/s JxdxxU 8040.80 433,1 233,0 433,1 233,0 2 21 Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 302 Exercício resolvido 4 Um satélite de massa m é colocado em uma órbita elíptica em torno da Terra. Em um ponto A, sua distância da Terra é h1 e sua velocidade é v1. Determine uma expressão para a velocidade v2 do satélite quando ele atinge o ponto B, a uma distância h2 da Terra. Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 303 Exercício resolvido 4 O satélite está se movendo fora da atmosfera da Terra, de modo que a única força atuando sobre ele é a atração gravitacional da Terra. Com a massa e o raio da Terra expressos por mT e R, respectivamente, a lei gravitacional fornece F = GmmT/r² = gR²m/r² utilizando a substituição GmT = gR². O trabalho realizado por F é devido apenas à componente radial do movimento ao longo da linha de ação de F, e é negativo com o aumento de r. Utilizando a equação de trabalho-energia U1-2 = ΔT, temos: 2 1 2 1 12 2 2 2 21 11 . h h r r hh mgR r dr mgRdrFU 12 22 1 2 2 2 1 2 2 12 2 11 2 )( 2 111 hh gRvv vvm hh mgR Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 304 Atividades 1. Um pequeno corpo apresenta uma velocidade vA = 5 m/s no ponto A. Desprezando o atrito, determine a sua velocidade vB no ponto B após ele ter sido elevado 0,8 m. O conhecimento do formato da trajetória é necessário? R: 3,05 m/s Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 305 2. Um caixote de 30 Kg desliza para baixo da trajetória curva no plano vertical. Se o caixote possui uma velocidade de 1,2 m/s para baixo no plano inclinado em A e uma velocidade de 8 m/s em B, calcule o trabalho realizado sobre o caixote pelo atrito Uat durante o movimento de A até B. R: - 827 J Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 306 3. Um guindaste de demolição está se movendo com uma velocidade constante de 3 Km/h quando subitamente para. Calcule o ângulo máximo θ que o cabo da bola de demolição oscila. R: 6,23 º Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 307 4. Um caminhão de massa 3 toneladas é carregado em um navio por um guindaste que exerce uma força ascendente de 31 kN sobre o caminhão. Esta força, que é suficientemente grande para vencer a força da gravidade e começar a levantar o caminhão, se aplica ao longo de uma distância de 2 m. Determine (a) o trabalho realizado pelo guindaste, (b) o trabalho realizado pela gravidade, e (c) a velocidade ascendente do caminhão depois de subir 2 m. R: 62 kJ; -58,9 kJ; 1,44 m/s Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 308 5. Utiliza-se uma mola para frear um fardo de 60 Kg que desliza sobre uma superfície horizontal. Por meio de cabos mantém-se a mola de constante k = 20 kN/m comprimida cerca de 120 mm. A velocidade do fardo na posição mostrada na figura é de 2,5 m/s. A deformação adicional que a mola sofre pelo impacto atinge o máximo de 40 mm. Determine o coeficiente de atrito cinemático entre o fardo e o plano. R: 0,20 Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 309 6. No projeto de um para-choque com mola para um carro de 1500 Kg, deseja-se que o carro pare a partir de uma velocidade de 8 Km/h em uma distância igual a 150 mm de deformação da mola. Especifique a rigidez k necessária para cada uma das duas molas atrás do parachoque. As molas estão sem deformação no início do impacto. R: 164,6 kN/m Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 310 7. Um pequeno cursor de massa m é liberado do repouso em A e desliza para baixo, na haste curva no plano vertical, com atrito desprezível. Expresse a velocidade v do cursor quando ele atinge a base B em termos das condições dadas. R: √2gh Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 311 8. Um automóvel pesando 1,78.104 N desce uma rampa inclinada 5º com velocidade de 96,5 Km/h. O veículo é freado, produzindo uma força de frenagem (aplicada pela estrada sob os pneus) constante de 6,67.103 N. Utilizando o princípio do trabalho e energia, determine a distância percorrida pelo automóvel até parar. R: 127 m Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 312 9. Um carro de 1200 Kg desce a uma ladeira com inclinação de 8 % a uma velocidade de 100 Km/h. O motorista aplica os freios, de modo a levá-lo para uma velocidade de 25 Km/h em uma distância de 0,5 Km medidos ao longo da estrada. Calcule a perda de energia Q dissipada pelos freios na forma de calor. Despreze qualquer perda por atrito a partir de outras causas, como a resistência do ar. R: 903 kJ Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 313 10. Pequenos blocos de metal são descarregados com uma velocidade de 0,45 m/s em uma rampa pela esteira superior, como mostrado. Se o coeficiente de atrito dinâmico entre os blocos e a rampa é de 0,30, calcule o ângulo θ que a rampa deve fazer com a horizontal de modo que os blocos sejam transferidos sem deslizar para a esteira inferior se movendo a velocidade de 0,15 m/s. R: 16,62 º Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 314 11. O carro de 2 toneladas está se movendo inicialmente a 2 m/s. Determine a distância que ele deve ser rebocado pela força F = 4 kN para atingir uma velocidade de 5 m/s. Despreze o atrito e a massa das rodas. Cinética das Partículas - Dinâmica 315 12. O vetor posição de uma partícula é dado por r = 8t i + 1,2t2 j – 0,5(t3 – 1) k, onde t é o tempo em segundos a partir do início do movimento e onde r é expresso em metros. Para a condição em que t = 4s determine a potência P desenvolvida pela força F = 40i – 20j – 36 k (N) que atua sobre a partícula. R: 0,992 kW Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 316 Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica Questão Desafio Bagagens são transportadas de um ponto a outro em um aeroporto por uma esteira. Em certo ponto, a esteira move-se para baixo fazendo um ângulo de 2,5º com a horizontal. Suponha que não há deslizamento da bagagem para ângulos tão pequenos quanto este. Determine o módulo da força de atrito da esteira sobre uma caixa pesando 69 N nos casos em que a caixa está na parte inclinada da esteira e que a velocidade da esteira é 0,65 m/s e aumenta a uma taxa de 0,20 m/s2. 317 6 - Energia Potencial Gravitacional Considera-se inicialmente o movimento de uma partícula de massa m próxima da superfície da Terra, onde a atração gravitacional (peso) mg é essencialmente constante. A energia potencial gravitacional Vg da partícula é definida como o trabalho mgh realizado contra o campo gravitacional para elevar a partícula a uma distância h acima de algum plano de referência arbitrário, onde Vg é tomado como zero. Assim, podemos escrever a energia potencial como: Vg = mgh Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 318 Esse trabalho é chamado de energia potencial, porque pode ser convertido em energia se a partícula for liberada a realizar trabalho sobre um corpo que a sustente enquanto retorna ao seu plano de origem, abaixo da posição de partida. Ao se deslocar de um nível em h = h1 para um nível mais elevado em h = h2, a variação na energia potencial se torna: ΔVg = mg(h2 – h1) = mgΔh O correspondente trabalho realizado pela força gravitacional sobre a partícula é –mgΔh. Assim, o trabalho realizado pela força gravitacional é o simétrico da variação na energia potencial. Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 319 7 - Energia Potencial Elástica O segundo exemplo de energia potencial ocorre na deformação de um corpo elástico, tal como uma mola. O trabalho que é realizado sobre uma mola para deformá-la é armazenado na mola e é denominado energia potencial elástica Ve. Essa energia é recuperada na forma de trabalho realizado pela mola sobre um corpo conectado a sua extremidade móvel durante sua liberação ou deformação. Para uma mola linear unidimensional de rigidez k, a força suportada por ela com qualquer deformação x, de tração oucompressão, a partir da posição não-deformada é F = kx. Assim, define-se a energia potencial elástica da mola como o trabalho realizado sobre ela para deformá-la de uma quantidade x, e tem-se: x e kxdxkxV 0 2 2 1 . Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 320 Se a deformação, seja de tração ou compressão, de uma mola aumentá- la de x1 para x2 durante o movimento, então a variação na energia potencial da mola é o seu valor final menos seu valor inicial, ou que é positivo. Ao contrário, se a deformação da mola diminui durante o intervalo de movimento, então a variação na sua energia potencial se torna negativa. Como a força exercia sobre a mola pelo corpo móvel é igual e oposta à força F exercida pela mola sobre o corpo, segue-se que o trabalho realizado sobre a mola é o simétrico do trabalho realizado sobre o corpo. )( 2 1 2 1 2 2 xxkVe Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 321 8 - Equação de Trabalho-Energia Sendo U’1-2 o trabalho de todas as forças externas além das forças gravitacionais e de molas, pode-se escrever a relação entre trabalho e energia como: U’1-2 = ΔT + ΔVg + ΔVe Essa forma alternativa da equação de trabalho-energia normalmente é mais conveniente do que U1-2 = ΔT, uma vez que o trabalho das forças gravitacionais e de molas é levado em conta ao se prestar atenção nas posições inicial e final da partícula e nos comprimentos inicial e final da mola elástica. Assim, o caminho seguido entre essas posições inicial e final não terá consequência na avaliação de ΔVg e Δve. A equação pode ser reescrita na forma equivalente: T1 + Vg1 + Ve1 + U’1-2 = T2 + Vg2 + Ve2 Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 322 Pode-se reescrever ainda a relação trabalho-energia alternativa para uma partícula como: onde E = T + Vg + Ve é a energia mecânica total da partícula. Esta equação estabelece que o trabalho líquido realizado sobre o sistema por todas as forças, além das forças gravitacionais e forças elásticas, é igual à variação na energia mecânica total do sistema. Para problemas em que as únicas forças são as gravitacionais, elásticas e forças de restrição que não realizam trabalho, o termo U’ é nulo, e a equação da energia se torna simplesmente: ΔE = 0 ou E = constante (lei da conservação da energia mecânica) Quando E é constante, nota-se que pode haver transferência entre a energia cinética e a energia potencial, enquanto a energia mecânica total não varia. EVVTU eg )(' 21 Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 323 Exercício resolvido 1 Um cursor de 1,2 Kg é liberado do repouso na posição A e desliza sem atrito no plano vertical ao longo da guia mostrada. Determine a velocidade vB do cursor quando ele passa pela posição B. Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 324 Exercício resolvido 1 Como não há atrito e força de contato cursor-guia é perpendicular ao movimento (e por isso não realiza trabalho), pode-se considerar apenas as variações de energia devido ao trabalho realizado pela força peso. Observando que há conservação de energia, e tomando o ponto A como posição padrão, escreve-se: smghv mghmv VTVT BB BB BBAA /4,9)5,4)(81,9(22 2 1 00 2 Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 325 Exercício resolvido 2 O cursor de 3 Kg é liberado do repouso no ponto A e desliza, com atrito vertical, em um plano vertical ao longo da haste circular. A mola conectada possui rigidez de 350 N/m e um comprimento não-deformado de 0,6 m. Determine a velocidade do cursor quando ele passa na posição B. Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 326 Exercício resolvido 2 O trabalho realizado pelo peso e pela mola sobre o cursor será tratado com a variação nas energias potenciais, e a reação da haste sobre o cursor é normal ao movimento e não realiza trabalho. Assim, U’1-2 = 0. As variações nas energias potencial e cinética para o sistema de cursor e mola são: JxxkV ABe 2,52)6,0(6,0)6,0()6,0()350( 2 1 )( 2 1 22222 JhWVg 66,17)6,0)(81,9(3 2222 5,1)0(3 2 1 )( 2 1 BBAB vvvvmT smvvVVT BBeg /82,602,5266,175,1]0[ 2 Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 327 Exercício resolvido 3 Uma haste leve é pivotada em O e carrega as partículas de 2 e 4 Kg. Se a haste é liberada do repouso em θ = 60º e oscila no plano vertical, calcule a velocidade v da partícula de 2 Kg pouco antes de atingir a mola na posição tracejada. Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 328 Exercício resolvido 3 Uma vez que não existem forças dissipativas pode-se considerar U’1-2 = 0, ou seja, ocorre conservação de energia mecânica total do sistema. Sabendo que a relação entre as velocidades angulares é ωA = ωB → vA = (RA/RB)vB A variação nas energias potencial e cinética para o sistema será: smv sensenvv VT g /162,1 0)º603,0)(81,9(4)º6045,0)(81,9(2) 450 300 )(4( 2 1 )2( 2 1 0 22 Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 329 Exercício resolvido 4 Considerando a haste leve e pivotada em O do exemplo anterior, calcule a compressão máxima x da mola. Admita que x é pequeno, de modo que a posição da haste quando a mola é comprimida é essencialmente horizontal. Nesse caso ΔT = 0, e pode-se escrever a variação na energia total como: mmmx xsensen VV eg 07,1201207,0 0)10.35( 2 1 )º603,0)(81,9(4)º6045,0)(81,9(2 0 23 Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 330 Atividades 1. O cursor de 4 Kg é liberado do repouso em A e desliza com atrito desprezível para baixo, na haste circular no plano vertical. Determine a velocidade v do cursor quando ele atinge a parte inferior em B. R: 3,43m/s Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 331 2. Considerando ainda o cursor do problema anterior, determine a máxima deformação x da mola. R: 48,5 mm Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 332 3. Uma garrafa de 0,350 Kg de massa cai de uma plataforma que está 1,75 m acima do solo. Determine a energia cinética da garrafa no momento do impacto. R: 6,01 J Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 333 4. As molas não estão deformadas na posição mostrada. Se o cursor de 6 Kg é liberado do repouso na posição onde a mola inferior se encontra comprimida de 125 mm, determine a compressão xB da mola superior. R: 176,6 mm Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 334 5. Se o sistema é liberado do repouso, determine as velocidades de ambas as massas após B ter-se deslocado 1 m. Despreze o atrito e as massas das polias. R: 0,616 m/s; 0,924 m/s Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 335 6. Próximo à borda de um telhado de um edifício de 12 m de altura, um jovem chuta uma bola com uma velocidade inicial vi = 16 m/s com um ângulo de 60º com a horizontal, como mostrado na figura. Sabendo que a energia mecânica da bola se conserva, determine (a) a altura acima do edifício que a bola alcança e (b) sua velocidade no momento imediatamente antes de chocar-se com o solo. R: 9,79 m; 22,2 m/s Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 336 7. Uma massa m é conectada ao extremo de uma mola não deformada de constante elástica k. Determine a máxima distância que cai o bloco antes que comece a mover-se para cima. R: 2mg/k Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 337 8. Um bloco de 2 Kg é pressionado contra uma mola de constante elástica k = 500 N/m. Depois de comprimida por 20 cm, a mola é solta e projeta o bloco primeiro por uma superfície horizontal sem atrito, e depois por um plano inclinado 45º, também sem atrito, como indicado na figura. Determine a distância percorrida pelo bloco, ao longo do plano inclinado, até parar totalmente. R: 0,72 m Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 338 9. Um projétil é disparado verticalmente para cima a partir do Polo Norte com uma velocidade v0. Calcule o valor mínimo v0 que irá permitir que o projétil escape da força gravitacional da Terra, admitindo que não exista resistência atmosférica. Adote energia potencial gravitacional igual a mgR²/r, e que v = 0 quando r = ∞. R: v0 = √2gR Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 339 10. Uma massa m é conectada ao extremo de umamola não deformada de constante elástica k. Determine a máxima distância que cai o bloco antes que comece a mover-se para cima. R: 2mg/k Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 340 11. O bloco de peso P = 2,22 N, comprimindo a mola, parte de A com velocidade inicial nula. Despreze o atrito para determinar a menor deformação da mola capaz de fazer o bloco percorrer o trilho ABCDE, sem perda de contato. R: 0,114 m Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 341 12. Os carros da montanha-russa de um parque de diversões têm velocidade v1 = 90 Km/h na parte mais baixa dos trilhos. Determine a velocidade v2 dos carros na parte mais alta dos trilhos. Despreze a energia perdida por atrito, e considere que a diferença de altura entre o ponto mais baixo e o ponto mais alto igual a 27 m. R: v2 = 9,75 m/s Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 342 13. Um satélite é colocado em uma órbita elíptica em torno da Terra e apresenta uma velocidade vP na posição de perigeu P. Determine a expressão para a velocidade vA na posição de apogeu A. Os raios de A e P são, respectivamente, rA e rP. Note que a energia total permanece constante. R: v0 = AP P rr gRv 11 2 22 Dinâmica I - “Trabalho e Energia” 343 Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica Questão Desafio Deseja-se disparar uma bola de 0,5 Kg e de dimensões desprezíveis num trilho circular. O disparador mantém a mola comprimida em 0,08 m quando s = 0. Determine o valor de s necessário para que a bola comece a deixar o trilho quando tiver velocidade igual a 10,41 m/s e θ = 135º. 344 Prof. DSc. Valtency F. Guimarães Dinâmica I “Cinética de Partículas” Impulso e Quantidade de Movimento 345 Dinâmica I Introdução - Dinâmica IDinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” Cinética de Partículas 1. Introdução 2. Impulso Linear e Quantidade de Movimento Linear 3. O princípio do Impulso-Quantidade de Movimento 4. Conservação da Quantidade de Movimento Linear Exercícios resolvidos Atividades 346 1 - Introdução Vimos que as equações de trabalho e energia são obtidas pela integração da equação de movimento F = ma com relação ao deslocamento da partícula. Vimos que as variações de velocidade podem ser expressas diretamente em termos do trabalho realizado ou em termos das variações totais na energia. Veremos agora a equação do movimento integrada com relação ao tempo em vez de ao deslocamento. Essa abordagem leva às equações de impulso e quantidade de movimento, que facilitam muito a solução de alguns problemas nos quais as forças aplicadas agem durante períodos extremamente curtos (como em problemas de impacto) ou ao longo de intervalos de tempo especificados. Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 347 Considerando novamente o movimento curvilíneo genérico no espaço de uma partícula de massa m, onde a partícula é localizada pelo seu vetor posição r medido a partir da origem fixa O. A velocidade da partícula é v = dr/dt e é tangente à sua trajetória, como mostrado pela linha tracejada na figura. 2 - Impulso Linear e Quantidade de Movimento Linear Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 348 A resultante ∑F de todas as forças sobre m está na direção da sua aceleração a = dv/dt. Pode-se escrever a equação de movimento básica para a partícula como: ou Onde o produto da massa e da velocidade é definido como a quantidade de movimento linear G = mv da partícula. )( vm dt d vmF GF Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 349 A equação estabelece que a resultante de todas as forças atuantes sobre uma partícula é igual à taxa de variação no tempo da quantidade de movimento linear. No SI as unidades da quantidade de movimento linear m.v consistem em Kg.m/s, que é também igual a N.s. Como se trata de uma equação vetorial, verifica-se que além da igualdade de módulos de e a direção da força resultante coincide com a direção da taxa de variação da quantidade de movimento linear, que é a direção da taxa de variação da velocidade. GF F G Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 350 Esta equação é uma das mais úteis e importantes relações na dinâmica, e é válida desde que a massa da partícula não esteja variando com o tempo. Pode-se escrever as três componentes escalares da equação como: Essas equações podem ser aplicadas independentemente uma das outras. xx GF yy GF zz GF Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 351 Até aqui, apenas foi reescrita a segunda lei de Newton em uma forma alternativa, em termos da quantidade de movimento. Agora é possível descrever o efeito da resultante de forças ∑F sobre a quantidade de movimento linear da partícula ao longo de um período finito de tempo simplesmente pela integração da equação com relação ao tempo t. Multiplicando-se a equação por dt tem-se ∑F dt = dG, que é integrado do instante t1 ao instante t2 para obter: 3 - O princípio do Impulso-Quantidade de Movimento GF 2 1 12 t t GGGdtF Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 352 Aqui a quantidade de movimento linear no instante t2 é G2 = m.v2, e a quantidade de movimento linear no instante t1 é G1 = m.v1. O produto da força e do tempo é definido como o impulso linear da força, e a equação acima estabelece que o impulso linear total sobre m é igual à correspondente variação da quantidade de movimento linear de m. 3 - O princípio do Impulso-Quantidade de Movimento 2 1 12 t t GGGdtF Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 353 Obs.: A integral do impulso é um vetor que, em geral, pode envolver variações tanto no módulo quanto na direção durante o intervalo de tempo. Sob tais condições, será preciso expressar ∑F e G na forma de componentes e depois combinar as componentes integradas. As componentes da equação se tornam as equações escalares: Essas três equações escalares de impulso-quantidade de movimento são completamente independentes. As expressões escalares correspondentes às equações vetoriais são simplesmente o rearranjo dessas equações. 2 1 12 t t GGGdtF 2 1 2 1 2 1 12 12 12 )()( )()( )()( t t zzz t t yyy t t xxx mvmvdtF mvmvdtF mvmvdtF Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 354 Se a força resultante sobre a partícula é nula durante um intervalo de tempo, é imediato perceber da expressão que a quantidade de movimento G será constante. Nesse caso, diz-se que a quantidade de movimento linear de uma partícula é conservada. Consideremos então o movimento de duas partículas a e b que interagem durante um intervalo de tempo. Se as forças de interação F e -F entre elas são as únicas forças desequilibradas atuando sobre as partículas durante o intervalo de tempo, o impulso linear sobre a partícula a é simétrico do impulso linear sobre a partícula b. 4 - Conservação da Quantidade de Movimento Linear GF Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 355 Desse modo, a partir da equação Percebe-se que a variação na quantidade de movimento ΔG total para o sistema de duas partículas permanece constante durante o intervalo de tempo, e pode-se escrever: ΔG = 0 ou G1 = G2 Que é o princípio da conservação da quantidade de movimento linear! 4 - Conservação da Quantidade de Movimento Linear 2 1 12 t t GGGdtF Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 356 Exercício resolvido 1 O carro de 1500 Kg apresenta uma velocidade de 30 Km/h para cima em uma ladeira de inclinação 10 % quando o motorista aplica mais potência por 8 s, para levar o carro a uma velocidade de 60 Km/h. Calcule a média no tempo da força F total tangente à pista exercida sobre os pneus durante os 8 s. Trate o carro como uma partícula, e despreze a resistência do ar. Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 357 Exercício resolvido 1 kNNF senFGdtF xx 03,33030 6,330 6,3 60 15008º.71,5)81,9(1500][ O diagrama de corpo-livre representa as forças que agem no carro considerado uma partícula. A inclinação do plano pode ser calculada fazendo: tg θ = 1/10 → θ = 5,71º Sabendo que somente as forças F e a componente Px do peso são responsáveis pela variação da quantidade de movimento do carro, temos: Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 358 Exercício resolvido 2 Uma partícula de 0,2 Kg se move no plano y-z vertical (z para cima, y horizontal) sob a ação de seu peso e da força F que varia com o tempo. A quantidade de movimento linear da partícula em Newtons.segundos é dada pela expressão G = 3/2(t2 +3)j – 2/3(t³ – 4)k, onde t é o tempo em segundo. Determine a força F e seu módulo para o instante em que t = 2s. ktjtktjt dt d kF ˆ²2ˆ3ˆ)4³( 3 2ˆ)3²( 2 3ˆ)81,9(2,0 Expressando o peso como um vetor é -0,2(9,81)k N. Assim, a equação de força-quantidade de movimento se torna: [ ] para t = 2s: Assim, GF )(ˆ04,6ˆ6ˆ)²2(2ˆ)2(3ˆ)81,9(2,0 NkjkjkF NF 51,8²04,6²6 Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 359 Exercício resolvido 3 Uma bala de 50 g, deslocando-se a 600 m/s, atinge um bloco de 4 Kg centralmente e fica alojada dentro dele. Se o bloco desliza sobre um plano liso com uma velocidade de 12 m/s na direção mostrada antes do impacto, determine a velocidade v do bloco e da bala alojada imediatamente após o impacto. Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 360 Exercício resolvido 3 )/(ˆ33,13ˆ26,10 )050,04()ˆº30ˆº30)(cos12(4)ˆ600(050,0 smjiv vjsenij Uma vez que a força de impacto é interna ao sistema composto pelo bloco e pela bala, e desde que não existem outras forças atuando sobre o sistema no plano do movimento, segue que a quantidade de movimento linear do sistema é conservada. Assim: [G1 = G2] a velocidade final e sua direção são dadas por: º4,52299,1 26,10 33,13 /83,16)²33,13()²26,10(22 tg v v tg smvvvv x y yx Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 361 Atividades 1. A velocidade de uma partícula de 1,2 Kg é dada por v = 1,5 t³i + (2,4 – 3t²)j + 5k, onde v está em metros por segundos e o tempo t está em segundos. Determine a quantidade de movimento linear G da partícula e seu módulo G quando t = 2 s. R: G = 14,4i – 11,52j + 6k Kg.m/s; G = 19,39 Kg.m/s Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 362 2. Um projétil de 75 g se desloca a 600 m/s, atingindo e permanecendo alojado no bloco de 50 Kg que está inicialmente parado. Calcule a energia perdida durante o impacto. R: ΔE = 13,48 kJ Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 363 3. Um vagão de carga com uma massa total m está se movendo ao longo de um trilho horizontal com velocidade v. Outro vagão de carga com uma massa total 2m se movendo com velocidade 2v alcança o primeiro vagão e é acoplado a ele. Determine a velocidade final com que os vagões se movimentam em função de v. R: (5/3)v Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 364 4. Um carrinho de supermercado de massa m se movimenta com velocidade 5 m/s quando deixa-se cair sobre ele um saco de massa m/2. Qual será a nova velocidade do sistema? Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 365 5. Um avião com propulsão a jato e massa de 10 t está voando horizontalmente com uma velocidade constante de 1000 Km/h sob a ação do empuxo do motor T e da força de resistência do ar R igual e oposta. O piloto aciona duas unidades motoras auxiliares, cada uma das quais desenvolvendo um empuxo para frente T0 de 8 kN por 9 s. Se a velocidade do avião em seu voo horizontal é de 1050 Km/h no final dos 9 s, calcule o aumento médio no tempo ΔR na resistência do ar. A massa do combustível usado é desprezível, comparada com aquela do avião. R: ΔR = 568 N Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 366 6. O vagão de carga A, com uma massa total de 80 t, está se movendo ao longo de um trilho horizontal no parque de conexão a 3 Km/h. O vagão de carga B, com uma massa total de 60 t e se movendo a 5 Km/h, alcança o vagão A e é acoplado a ele. Determine a velocidade comum v dos dois vagões quando eles se movem juntos, após terem sido acoplados. R: v = 3,86 Km/h Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 367 7. Considerando a situação dos vagões de carga A e B da atividade anterior, determine a perda de energia |ΔE| devido ao impacto. R: ΔE = 5,29 kJ Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 368 8. A figura mostra as velocidades dos cursores A e B, antes do choque. Se após a colisão o cursor A tem velocidade de 5,4 m/s para a esquerda, determine a velocidade de B. R: vB = 0,6 m/s Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 369 9. Em uma prova de pontaria, uma pessoa dispara uma bala sobre um bloco de madeira suspenso. O bloco, com o projétil acoplado a ele, oscila como um pêndulo para cima. A partir da altura alcançada por este pêndulo, se informa imediatamente a velocidade da bala. Supondo a massa da bala seja m1 e do bloco m2, e que a altura alcançada seja h. Determine a velocidade inicial vi da bala. R: Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 370 10. Um bloco de 9 Kg está se movendo para a direita com uma velocidade de 0,6 m/s sobre uma superfície horizontal quando uma força P é aplicada a ele no instante t = 0. Calcule a velocidade v do bloco quando t = 0,4 s. O coeficiente de atrito dinâmico é μdin = 0,3. R: v = 1,823 m/s Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 371 Introdução - Dinâmica I 11. Uma pessoa empurra com uma força horizontal de 25 N um bloco de 4 Kg, inicialmente em repouso sobre uma mesa horizontal, por uma distância de 3 m. O coeficiente de atrito cinético entre o bloco e a mesa é 0,35. Determine a energia cinética final do bloco. Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 372 Introdução - Dinâmica I Questão Desafio Um núcleo de tório 227 em repouso se desintegra em um núcleo de rádio 223 (massa 223 u) por emissão de uma partícula α (massa 4 u), como mostra a figura. A energia cinética da partícula α é igual a 6,0 MeV. Determine a energia cinética do núcleo de rádio resultante. Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento” 373 Agora você deve tentar resolver esse simulado de avaliação V2! Ele traz questões que abrangem todos os assuntos estudados até agora sobre Cinética das Partículas. Utilize sempre g = 9,81 m/s2. Faça uso da formulação vista durante seus estudos. Aproveite esta oportunidade para se preparar para a prova V2... Bons estudos! Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica I 374 Questão 1. Uma van está trafega a 20 Km/h quando o acoplamento A do trailer falha. Se o trailer tem massa de 250 Kg e se desloca por 45 m antes de parar, determine a força horizontal F criada pelo atrito de rolamento que o leva a parar. Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica I 375 Questão 2. Abandona-se, a partir do repouso, o bloco A de 100 Kg mostrado na figura. Desprezando o peso das polias e dos cabos, determine a velocidade do bloco B após 2s. Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica I 376 Questão 3. Um avião voando a uma velocidade constante de 50 m/s faz uma volta horizontal. O avião está inclinado a um ângulo θ = 15º e o piloto experimenta somente uma força normal sobre o assento. Determine qual é a intensidade da força normal do assento sobre o piloto se sua massa é de 70 Kg. Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica I 377 Questão 4. O carro esporte de 1700 Kg desloca-se horizontalmente ao longo de uma pista circular de raio de curvatura ρ = 100 m e ângulo de superelevação de 20º. Se o coeficiente de atrito estático entre os pneus e a pista é μe = 0,2, determine a máxima velocidade constante para a qual o carro pode se deslocar sem escorregar para cima. Despreze as dimensões do carro.Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica I 378 Questão 5. Uma mulher de 70 Kg está num elevador que tem aceleração para baixo de 4 m/s2. Supondo que o elevador tenha partido do repouso, determine o trabalho realizado pelo peso da mulher e o trabalho da força normal que o piso do elevador exerce nela quando o elevador chega ao fim de uma descida de 6 m. Explique por que os trabalhos dessas duas forças são diferentes. Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica I 379 Questão 6. O automóvel de 3500 lb mostrado na figura move-se para baixo numa estrada com 10º de inclinação, a uma velocidade de 20 pés/s. Se o motorista freia o carro, provocando um travamento das rodas, utilize o princípio do Trabalho e Energia para determinar a distância s que o carro percorre durante o escorregamento. O coeficiente de atrito cinético entre as rodas e a pista é μe = 0,5. Adote g = 32,2 pés/s 2. Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica I 380 Questão 7. Tarzan, com massa de 100 Kg, parte do repouso na borda do penhasco segurando-se num cipó cujo comprimento somado à distância de suas mãos ao seu centro de massa C resulta numa distância CA de 10 m. Determine sua velocidade no exato momento em que o cipó atinge o galho em B. Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica I 381 Questão 8. Duas molas de mesmo comprimento são arranjadas de modo a constituírem um absorvedor de impacto, como mostrado na figura. O dispositivo deve ser projetado para deter um bloco de 2 Kg que, solto a partir do repouso da posição s = 0,5m acima do topo das molas, produz nelas uma compressão máxima de 0,2 m. Determine a rigidez da mola interna, kB, considerando que a externa tem rigidez kA = 400 N/m. Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica I 382 Questão 9. A pedra de 100 Kg mostrada na figura está inicialmente em repouso sobre a superfície horizontal lisa. Se uma força de tração de 200 N, a um ângulo de 45º, age por 10 s sobre a pedra, determine a velocidade final da pedra após o intervalo de tempo considerado. Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica I 383 Questão 10. A cabeça H de um martelo com peso de 0,25 lb está descendo verticalmente a 40 pés/s quanto atinge um prego de massa desprezível. obtenha o impulso sobre o prego, supondo que o cabo tem massa desprezível e está solto em A durante a martelada. Suponha também que o martelo permaneça em contato com o prego até que este fique em repouso. Despreze o impulso provocado pelo peso da cabeça do martelo durante o contato. Utilize a aceleração gravitacional g = 32,2 pés/s2. Introdução - Dinâmica ICinética das Partículas - Dinâmica I