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1 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I ECTOSCOPIA OU SOMATOSCOPIA ESTADO GERAL Avaliação subjetiva; É CLASSIFICADO EM TRÊS ESTADOS: • Bom estado geral: BEG • Regular estado geral: REG • Grave ou Mau estado geral: GEG Estado de nutrição, higiênico, aparência de doença aguda ou crônica e modo com que se apresenta para exame (deambulando, em cadeira de rodas, acamado, consciente ou inconsciente, etc) ESTADO MENTAL OU DE CONSCIÊNCIA Deve-se considerar os seguintes fatores: • Perceptividade: capacidade para responder a perguntas simples (p. ex., "Como vai?") ou informar aspectos corriqueiros, como o nome de familiares ou seu endereço, fazer cálculos elementares ou atender a ordens do tipo: "Sente-se na cama': "Tire a camisa“. • Reatividade: capacidade de reagir a estímulos inespecíficos, como, por exemplo, desviar os olhos e a cabeça para um ponto no qual é provocado um barulho. A reatividade pode ser avaliada, também, em relação à dor. • Deglutição: capacidade de levar alimentos à boca e degluti-los. • Reflexos: resposta às manobras de alguns reflexos tendinosos (p. ex., patelar), plantares, cutâneos, abdominais e pupilares. LUCIDO: acordado SONOLENTO: facilmente despertavel TORPOROSO: o despertar é difícil e logo volta a dormir COMATOSO: impossível o despertar Orientação temporal do paciente pelo dia do mês, dia da semana, mês, estação do ano e ano vigente. Orientação espacial é perguntando sobre o local que o paciente está, o bairro, cidade, estado e pais. ESTADO DE COMA: • Coma leve, vigil ou grau I: Comprometimento leve da consciência; atende a ordens simples, deglute e tem reflexo doloroso +, reflexos +. • Coma de grau médio ou grau II: Perda de consciência é quase total; deglute com dificuldade, reflexo doloroso + com estimulação grande, reflexos +. • Coma profundo , grau III: Perda de consciência total, sem reflexo doloroso, sem deglutição, arreflexia, relaxamento total da musculatura. • Coma grau IV: grau III + compromentimento da funções vitais (como parada respiratória, apneia). • Escala de coma de Glasgow: a resposta pupilar subtrai do total FALA E LINGUAGEM Disfonia: alteração no timbre, voz pode ser rouca, fanhosa ou bifonal Afonia Dislalia: crianças, gagueira Disartria: alterações nos músculos da fonação, parkisonismo Disfasia: perturbação na elaboração cortical da fala, pode ser sensorial ou motora Disgrafia Dislexia ESTADO DE HIDRATAÇÃO LEVE OU GRAU 1: • Perda de peso de até 5% 2 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I MODERADA OU GRAU 2: • Perda de peso de 5% a 10% GRAVE OU GRAU 3: • Perda de mais de 10% DADOS ANTROPOMÉTRICOS PESO: • Magreza: redução do peso em 10 a 15 % dos valores ponderais (em função de estatura , sexo e idade). Constitucional ou patológica. • Caquexia (extrema magreza com comprometimento do estado geral do paciente, desnutrido, doenças consumptivas ) • Sobrepeso e obesidade • Obesidade central ou androide : gordura concentrada em tórax e abdome • Obesidade periférica ou ginecoide: gordura concentrada em quadril e coxas • IMC: ESTATURA ENVERGADURA: indivíduos com MMSS em abdução a 90º CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL (homens até 102 cm e mulheres até 88 cm) ESTADO DE DESNUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO GRAU 1: • Déficit de peso superior a 10% DESNUTRIÇÃO GRAU 2: • Déficit de peso superior a 25% DESNUTRIÇÃO GRAU 3: • Déficit de peso superior a 40% BIÓTIPO BREVILÍNEO: • Membros curtos, tórax alargado, abdome globoso, pescoço curto e grosso, panículo adiposo desenvolvido e ângulo de Charpy maior que 90º NORMOLÍNEO: • Equilíbrio entre membros e tronco, desenvolvimento harmônico da musculatura e panículo adiposo e ângulo de Charpy igual a 90º LONGILÍNEO: • Predomínio dos membros sobre o tórax, tórax afilado e chato, pescoço longo e delgado, musculatura e panículo adiposo escassos e ângulo de Charpy menor que 90º 3 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I POSTURA OU ATITUDE NA POSIÇÃO DE PÉ Deve-se observar a atitude ou posição do paciente não apenas no leito, mas também quando ele se põe de pé. Uma postura defeituosa pode ser consequência de mau costume ou de afecção da coluna vertebral. Entre as queixas mais comuns na prática médica, estão a dorsalgia e a lombalgia, que, em muitos casos, advêm de má postura. Do ponto de vista semiológico. POSTURA SOFRÍVEL: Cabeça levemente inclinada para diante Peito achatado Abdome algo protruso, passando a ser a parte mais saliente do corpo Curvas posteriores exageradas BOA POSTURA: • Cabeça ereta ou ligeiramente inclinada para diante. • Peito erguido, fazendo adiantar ao máximo essa parte do corpo • Abdome inferior achatado ou levemente retraído • Curvas posteriores nos limites normais MÁ POSTURA: Cabeça acentuadamente inclinada para diante Peito deprimido Abdome saliente e relaxado Curvas posteriores extremamente exageradas Essas posturas guardam certa relação com o biotipo da pessoa. Assim, os longilíneos frequentemente reúnem as características de uma má postura. 4 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I AFECÇÕES DA COLUNA CIFOSE: • É uma alteração da forma da coluna dorsal com concavidade anterior, vulgarmente designada “corcunda”. • A causa mais comum é o vício de postura. Pode ser consequência de tuberculose da coluna (mal de Pott), osteomielite, neoplasias, ou ser de origem congênita LORDOSE (CERVICAL OU LOMBAR): • É o encurvamento da coluna vertebral, formando concavidade para trás. Decorre de alterações de vértebras ou de discos intervertebrais, podendo ser citada como exemplo a espondilite reumatoide ESCOLIOSE: • É o desvio lateral da coluna em qualquer segmento vertebral, sendo mais frequente na coluna lombar ou lombodorsal. • Pode ser de origem congênita ou secundária a alterações nas vértebras ou dos músculos paravertebrais. É frequente a combinação de desvio lateral com encurvamento posterior, que se denomina cifoescoliose. MARCHA O modo de andar do paciente poderá ser de grande utilidade diagnóstica, especialmente nas afecções neurológicas. Deve ser analisada solicitando-se ao paciente que caminhe certa distância (acima de 5 m), descalço, de preferência com calção, com olhos abertos e fechados, indo e voltando sob a observação do examinador. Deve-se solicitar ao paciente caminhar sem auxilio em curto trajeto em linha reta nos dois sentidos. Pode pedir que o paciente caminhe apoiado pelos calcanhares e nas pontas dos pés. A marcha normal pode sofrer variações em relação a particularidades individuais ("cada pessoa tem seu jeito característico de andar"), ou em razão de distúrbios do aparelho locomotor. CEIFANTE OU HEMIPLÉGICA ESPÁSTICAS OU HELICÓPODE: • Membro inferior em extensão e o pé em leve eqüino. O membro inferior se torna rígido e aparentemente maior que o oposto. Circundução ao redor da coxa, como se ceifasse a terra (marcha ponto e vírgula). EM TESOURA: • Paralisia cerebral. Além da hipertonia extensora dos membros pélvicos, há acentuado hipertonia dos músculos adutores, fazendo com que as coxas se unam e os membros inferiores se cruzem para o lado oposto, conferindo à deambulação alternância cruzada em cada passo. CLAUDICANTE: • Consiste na dificuldade de andar normalmente em razão de perda total ou parcial de membro inferior ou movimento nervoso. MARCHA DE TRENDELEMBURG: • Queda da pelve para o lado oposto, déficit de glúteo médio. Este tipo de marcha pode ser causado por várias lesões, como nas miopatias, luxação bilateral de quadril, polineuropatias. MARCHA MIOPÁTÏCA OU ANSERINA: • Nela, há oscilações da bacia, as pernas estão afastadas, há hiperlordose lombar, como se o paciente quisesse manter o corpoem equilíbrio, em posição ereta, apesar do déficit muscular. A inclinação do tronco para um lado e para o outro confere à marcha a semelhança da marcha de um ganso, daí o nome de marcha anserina. Este tipo de marcha pode ser encontrada em qualquer processo que cause fraqueza 5 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I dos músculos pélvicos, como nas polineuropatias pseudomiopáticas, miosites e polimiosites. → Marchas nas afecções extrapiramidais: PARKINSONIANA OU FESTINANTE: • Marcha em bloco, pois o paciente encontra-se rígido. A rigidez muscular generalizada torna difícil o início da marcha, dando a impressão de que o enfermo se acha preso ao solo. Às vezes, só após algumas tentativas consegue iniciar a marcha, que se realiza em passos curtos, com a cabeça e o tórax inclinados para frente (bradicinesia). Antebraços e os joelhos rígidos em discreta flexão. Não há o balanço dos braços como na marcha normal. EBRIOSA OU ATÁXICA CEREBELAR: • Quando há lesão cerebelar, o paciente aumenta a base de sustentação para poder ficar de pé, já que muitas vezes é até impossível esta posição. Pode haver oscilações para os lados e tendência a quedas (ziguezague). • É difícil a marcha em linha reta, pois há desvio de marcha para o lado do hemisfério lesionado, e o enfermo, tentando compensar este erro, desvia para o lado oposto A marcha é insegura, e os passos desordenados TALONANTE OU CALCANEANTE: • A marcha é insegura, e os passos desordenados, o paciente caminha com as pernas afastadas uma da outra, levantando-as em excesso para em seguida projeta-las com energia no solo, tocando-o com o calcanhar. → Marchas nas lesões do neurônio motor inferior: MARCHAS PARÉTICAS, LESÕES PERIFÉRICAS MARCHA ESCARVANTE: • Encontrada em lesões do nervo fibular comum, não permitindo dorsiflexão do pé (pé caído), em conseqüência, o paciente ao andar flete a coxa, eleva a perna e o pé cai. O bico do sapato toca no solo como se escavasse o mesmo, por isto seu nome “escarvante” ou stepage. 6 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I FÁCIES ATÍPICAS: • Sem distúrbio HIPOCRÁTICA: • Estados gerais extremamente graves e pré- agônicos • Grande palidez, boca entreaberta, lábios se adelgaçam, afila-se o nariz • Olhos parados e fundos, olhar fixo, vago, sem expressão • Extremidades frias, suor frio e viscoso na face PSEUDOBULBAR: • Fisionomia abobalhada • Mastigação e deglutição feitas com dificuldade • Saliva flui constantemente pelos lábios entreabertos • Mimica é pobre • Geralmente o paciente apresenta mais de 60 anos ADENOIDIANA: • Indivíduos que não respiram pelo nariz em consequência do aumento das tonsilas faríngeas (ou adenoides) • O nariz geralmente é pequeno, lábio inferior grosso e pendente • Boca constantemente aberta ACROMEGÁLICA: • Apófises orbitarias desenvolvidas, com protusão frontal e das maçãs do rosto • Mandíbula é bastante protusa • Nariz, lábios e orelhas são avantajados • Pálpebras espessadas e a língua avantajada (macroglossia) 7 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I • Sobrancelhas grossas e hirsutas se juntam na base do nariz (sinofridia) • Sugere adenoma hipofisário ou pode ser constitucional MIXEDEMATOSA: • Rosto longo, infiltrado, arredondado, nariz carnoso, lábios grossos, epiderme pálida, seca e amarelada • Olhos são pequenos, escondidos por pálpebras infiltradas (edema periorbitario) • Boca larga • Supercílios escassos, queda do terço externo das sobrancelhas (madarose) • Cabelos ressecados, ralos e grosseiros • Comum no hipotireoidismo BASEDOWIANA: • Doença de Basedow-Graves (hipertireoidismo) • Pescoço engrossado (pelo bócio), olhos brilhantes, muito abertos e salientes (exoftalmo) dando impressão de espanto • Nariz fino, rosto magro e pele úmida 8 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I OBS: Paciente com exoftalmia antes do tratamento da doença de Graves, em que é possível observar a esclera acima da íris (seta). Quando observamos a esclera entre a íris e a pálpebra inferior, denominamos de proptose. Na segunda imagem tem uma regressão da exoftalmia da mesma paciente após o tratamento RENAL: • Rosto pálido e edemaciado, predominantemente na região peripalpebral • Pode surgir em pacientes com outras doenças que cursam com hipoproteinemia ou anemia intensa e no hipotireoidismo CUSHINGOIDE: • Rosto redondo (fácies de lua cheia) de aparência pletórica e congestiva • Há obesidade na face e no pescoço • Presença de gibosidade (obesidade centrípeta) • Conjuntivas geralmente estão congestas sendo observado aumento da pilificação (Hipertricose e hirsutismo) • Ocorre devido a hiperplasia do córtex da suprarrenal primaria, secundaria e iatrogênica (uso de glicocorticoide) LEONINA: • Presente em algumas formas de hanseníase • Os tubérculos leprosos que se localizam na face lhe imprimem um aspecto particular. Os lepromas se distribuem sem simetria, alguns separados e outros confluentes, sendo numerosos na fronte e desaparecendo os supercílios (madarose) • Lábios são proeminentes, grossos e endurecidos 9 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I TETÂNICA: • A contratura dos músculos da face repuxa os lábios no sentido horizontal • Tem-se a impressão que o paciente esboça um riso de zombaria, o riso sardônico • A contratura dos masseteres não permite abrir a boca PARKINSONIANA: • Cabeça inclinada para frente, imóvel, fixada pelos músculos do pescoço • Fisionomia impassível e dura • Olhar fixo, sem a mobilidade normal das pálpebras, supercílios elevados, fronte as vezes enrugada e fisionomia inexpressiva HEREDOLUÉTICA: • Pacientes com sífilis hereditária tardia • Fronte olímpica, fronte muito desenvolvida, com bossas frontais exageradas • Nariz é deformado e se apresenta na forma de sela e muito deprimido na base MONGOLOIDE: • Aparenta ser natural da Mongólia • É própria do mongolismo • Olhos são oblíquos e apresenta na parte interna uma prega cutânea (epicanto) que cobre a carúncula lacrimal • Geralmente o crânio é pequeno, braquicefalico e nariz pequeno 10 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I • A boca entreaberta, deixando ver a língua grossa e carnuda • Fisionomia de pouca inteligência ESCLERODÉRMICA: • Pele dura, pouca abertura na cavidade bucal, por vezes maculas hipocrômicas • Pouca expressão, apagamento dos sulcos nasogenianos • Pele difusamente infiltrada com manchas hipocrômicas e redução da abertura bucal (microstomia): MITRAL: • Eritema malar bilateral, encontrado nos pacientes com lesão valvar mitral DEPRESSIVA: PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA: ETÍLICA: ATITUDE E POSIÇÃO ATITUDE ORTOPNEICA: • Qualquer doença que cause dispneia ATITUDE PSEUDO-ORTOPNEICA: 11 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I • Não é utilizada para alivio da dispneia e sim para alivio de determinados sintomas respiratórios. • Pacientes com abcessos pulmonares, formas escavadas de TB, bronquiectasias, nas quais o decúbito dorsal pode favorecer a drenagem das secreções existentes no aparelho respiratório, provocando tosse ATITUDE GENUPEITORAL: • Atitude em prece maometana, causas comuns são os derrames pericárdicos e alguns casos de abdome agudo ou pancreatite aguda ATITUDE EM CÓCORAS (“squatting”): • Causa mais frequente as cardiopatias congênitas cianóticas (tetralogia de Fallot em particular) ATITUDE ANTÁLGICA: • O paciente coloca a mão no local da dor. • Angina no peito a mão na região precordial, cólicas biliares a mão no hipocôndrio direito. • Em casos de dor abdominal, o paciente pode assumir o decúbito dorsal fletindo a perna e a coxa sobre o abdome do mesmo lado da dor ATITUDE DE BLECHMANN: • Sinal do travesseiro, pacientescom pericardite e derrame pericárdico. • Os pacientes sentam na cama, abraçam um travesseiro e se inclinam para frente ATITUDE MENINGÍTICA: • Contratura da musculatura da nuca e do dorso resultando na cabeça voltada para trás e no tronco ligeiramente arqueado. Os MMII também é contratura entram em flexão com os joelhos fletidos e aproximados em adução. ATITUDE EM ORTÓTONO: • Contratura generalizada fazendo com que o paciente fique rijo ATITUDE DO ESQUIADOR: • Paciente portador de espondilite anquilosante ATITUDE MIOPÁTICA: • Acentuada lordose lombar, gibosidade cifótica, afastamento dos pés e as escapulas são aladas. • Pacientes apresentam grande dificuldade para se por de pé e “escalam” o próprio corpo ATITUDE EM OPISTÓTONO: • O paciente se apoia apenas nos calcanhares e região occipital com o dorso encurvado ATITUDE EM PLEUROTÓTONO: • Contratura de um só lado do corpo causando encurvamento lateral ATITUDE EM EMPROSTÓTONO: • Pacientes se encurvam para frente. O paciente se apoia apenas na região frontal e ponta dos pés. OBS: As três últimas atitudes são encontradas em pacientes com tétano, meningite, envenenamento por estricnina e na histeria MUSCULATURA Para a inspeção não se exige técnica especial, basta olhar atentamente a superfície corporal com o paciente em repouso, observando o relevo das massas musculares mais volumosas A palpação é feita com as polpas digitais colocadas em forma de pinça, com o polegar em oponência aos demais dedos da mão. De início, palpa-se o músculo ou o grupo muscular em estado de repouso e, em seguida, solicita-se ao paciente que faça uma leve contração do segmento que está em exame para se investigar o músculo em estado de contração TROFICIDADE: massa da própria musculatura • Normal • Hipertrófica: aumento de massa muscular • Hipotrófica: diminuição de massa muscular TONICIDADE: estado de contração • Normal • Hipertonicidade ou Espasticidade ou Rigidez: contração ou semicontração do musculo mesmo em repouso, evidenciando pelo relevo muscular e aumento da consistência a palpação • Hipotonicidade ou Flacidez: tônus diminuído ou ausente, com perda do 12 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I contorno da massa muscular e diminuição da consistência MOVIMENTOS INVOLUTÁRIOS Podem ser observador sob a forma de crises ou paroxismos ou se apresentam permanentes TREMORES: • São movimentos alternantes, mais ou menos rápidos e regulares, de pequena ou média amplitude, que afetam principalmente as partes distais dos membros. • Utilizam-se duas manobras para a pesquisa dos tremores: ➢ Solicita-se ao paciente que estenda as mãos com as palmas voltadas para baixo e com os dedos separados. Essa manobra pode ser completada colocando-se uma folha de papel sobre o dorso de uma das mãos. Isso provocará uma ampliação dos movimentos. ➢ Ordena-se que o paciente leve um copo, em uma das mãos, da mesa à boca. Pode ser substituído pela execução de um movimento, qual seja tocar o próprio nariz com a ponta do indicador. Essa manobra é indispensável para bem caracterizar os tremores de repouso e os de ação. • Tremor de repouso: surge durante o repouso e desaparece com os movimentos e o sono; é um tremor oscilatório, em regra mais evidente nas mãos, simulando o gesto de “enrolar cigarro”. Ocorre no parkinsonismo. • Tremor de atitude ou postura: surge quando o membro é colocado em uma determinada posição, não sendo muito evidente no repouso ou no movimento. Ocorre no pré-coma hepático, quando é designado flapping ou asterix. Contudo, o tremor de atitude mais frequente é o tremor familiar, que é regular, não muito grosseiro, acentuado pelas emoções e, como sua própria designação indica, acomete vários membros de uma família. • Tremor de ação: é o que surge ou se agrava quando um movimento é executado. Aparece nas doenças cerebelares • Tremor vibratório: é fino e rápido, como se fosse uma vibração. Pode surgir no hipertireoidismo, no alcoolismo e na neurossífilis, mas a grande maioria é de origem emocional. MOVIMENTOS COREICOS/COREIA: • São movimentos involuntários, amplos, desordenados, de ocorrência inesperada e arrítmicos, multiformes e sem finalidade. • Localizam-se na face, nos membros superiores e inferiores. • Quando muito frequentes, são surpreendidos sem dificuldade pelo examinador, mas em algumas ocasiões são raros, e o próprio paciente procura escondê-los ou disfarçá-los. • Para melhor observá-los, solicita-se ao paciente que se deite o mais relaxado possível ou que fique sentado à beira do leito com as pernas pendentes. • São as manifestações principais da síndrome coreica, cumprindo lembrar os dois tipos clínicos mais encontrados: ➢ Coreia de Sydenham: também denominada coreia infantil ou dança de São Guido, tem etiologia infecciosa e relaciona-se estreitamente com a febre reumática ➢ Coreia de Huntington: é um distúrbio neurológico hereditário raro que se caracteriza por movimentos corporais anormais e incoordenação, também afetando habilidades mentais e aspectos de personalidade. ATETÓSICOS/ATETOSE • Ocorrem nas extremidades e apresentam características muito próprias: são lentos e estereotipados, lembrando um movimento reptiforme ou os movimentos dos tentáculos do polvo. Podem ser uni ou bilaterais. • Determinam a atetose as lesões dos núcleos da base. 13 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I • Frequentemente ocorrem como sequela de impregnação cerebral por hiperbilirrubinemia do recém-nascido (kernicterus). HEMIBALISMO • Abruptos, violentos, de grande amplitude, rápidos e geralmente limitados a uma metade do corpo • Lesões extrapiramidais, são raros MIOCLONIAS: • Contrações musculares breves, rítmicas ou arrítmicas, localizadas ou difusas, que acometem um músculo ou um grupo muscular. • Geralmente são relatadas como abalos, choques, sacudidas e trancos. • Devem-se as descargas de neurônios subcorticais e podem ocorrer em diversas situações patológicas, como a epilepsia MIOQUINIAS: • São contrações fibrilares de tipo ondulatório que surgem em músculos íntegros, principalmente no orbicular das pálpebras, quadríceps e gêmeos. • Os próprios pacientes costumam comparar às contrações das carnes penduradas nos açougues ("tremorna carne"). • Não apresentam significado patológico, surgindo em pessoas normais, talvez com maior frequência nos pacientes neuróticos e em pessoas fatigadas ASTERIX (flapping): • São movimentos rápidos, de amplitude variável, que ocorrem nos segmentos distais e apresentam certa semelhança com o bater de asas das aves • Para melhor notar o flapping, deve-se realizar a seguinte manobra: o paciente estende os braços e superestende as mãos de modo a formar um ângulo de quase 90° com o antebraço. A manobra é completada pelo médico, que, com suas mãos, força para trás as mãos do paciente. • Este tipo de movimento involuntário é frequente na insuficiência hepática, mas pode ser encontrado também no coma urêmico TIQUES: • São movimentos involuntários que aparecem em determinado grupo muscular, repetindo-se sucessivamente. São domináveis pela vontade, e podem ser funcionais ou orgânicos. • Os tiques motores podem ser: ➢ Simples: envolvem grupos musculares isolados, resultando em piscamentos, abertura da boca, balanceio da cabeça e pescoço para os lados e para trás, elevação dos ombros ou fechamento dos punhos. ➢ Complexos: caracterizam -se por padrões elaborados de movimento (contrações faciais bizarras, desvios oculares, dar pequenos pulos durante a marcha, tocar ou cheirar objetos, gesticulação obscena). • Os tiques vocais podem ser: ➢ Simples: incluem-se ato de limpar a garganta, grunhidos, estalos comlábios ou língua ➢ Complexos: abrangem palavras ou fragmentos de palavras, frases curtas, elementos musicais, repetição da última palavra ouvida do interlocutor ou repetição da última palavra emitida pelo próprio paciente CONVULSÕES: • As convulsões são movimentos musculares súbitos e incoordenados, involuntários e paroxísticos, que ocorrem de maneira generalizada ou apenas em segmentos do corpo • As convulsões podem ser: ➢ Tônicas: caracterizam-se por serem mantidas permanentes e imobilizarem as articulações ➢ Clônicas: são rítmicas, alternando-se contrações e relaxamentos musculares em ritmo mais ou menos rápido ➢ Tônico-clônicas: esse tipo soma as características de ambas • As convulsões surgem em muitas condições clínicas, mas todas têm um denominador comum: descargas 14 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I bioelétricas originadas em alguma área cerebral com imediata estimulação motora. • O exemplo clássico são as várias formas de epilepsia. Aparecem também no tétano, estados hipoglicêmicos, intoxicações exógenas (álcool, inseticidas), tumores cerebrais, meningites, episódios febris em crianças, entre outras TETANIA: • É uma forma particular de movimentos involuntários e caracteriza-se por crises exclusivamente tônicas quase sempre localizadas nas mãos e pés, por isso denominadas “espasmos carpopodais”. • A tetania pode ocorrer independentemente de qualquer manobra; porém, às vezes, é necessário usar um artifício para desencadeá-la, o que é feito com uma compressão do braço com o manguito do esfigmomanômetro. A compressão adequada corresponde a um nível pressórico intermediário entre a máxima e a mínima, durante 10 min, ao fim dos quais poderá aparecer um movimento involuntário naquela extremidade, o qual nada mais é do que um “espasmo carpal”. É chamado “mão de parteiro” e o fenômeno em sua totalidade recebe a designação de sinal de Trousseau. • A tetania ocorre nas hipocalcemias e na alcalose respiratória por hiperventilação. FASCICULAÇÕES: • Contrações breves, arrítmicas e limitadas um feixe muscular • Não devem ser confundidas com as mioquinias DISCINESIAS OROFASCIAIS • São movimentos rítmicos, repetitivos e bizarros, que comprometem, principalmente, a face, a boca, a mandíbula e a língua, sendo expressos sob a forma de caretas, franzir dos lábios, protrusão da língua, abertura e fechamento da boca e desvios da mandíbula. • Ocorrem em psicoses de longa evolução, uso prolongado de fenotiazinas e em pessoas idosas, em geral desdentadas. DISTONIAS • Posturas grotescas • Os movimentos distônicos são parecidos com os atetoides, mas costumam envolver porções maiores do corpo, inclusive tronco, podendo resultar em posturas grotescas e contorcidas. PELE COLORAÇÃO: • Presença de palidez, vermelhidão ou eritrose, cianose, icterícia, hipercarotenemia, bronzeamento, fenômeno de Raynaud TEXTURA: • Passar a ponta dos dedos para sentir se é normal, áspera, enrugada ou fina UMIDADE: • Passar as mãos para sentir se está seca, normal ou aumentada ESPESSURA: • Pinçar a pele do esterno, antebraço ou abdome • Podendo ser normal, atrófica, hipotrófica ou hipertrófica TEMPERATURA: • Deve ser pesquisada com o dorso da mão, comparando simetricamente cada segmento analisado ELASTICIDADE: • Pinçar a pele, podendo ser normal, aumentada ou diminuída TURGOR: • Soltar a pele pinçada e avaliar o retorno, avalia a hidratação da pele. • Pesquisar também nos globos oculares (resistência) EDEMA: • Avaliar a localização, limitação, consistência, cacifo, intensidade e sensibilidade OBS: Quantificar em cruzes na dependência da profundidade do cacifo e do tempo de retorno do mesmo 15 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I EDEMA É o excesso de líquido acumulado no espaço intersticial ou no interior das próprias células. Pode ocorrer em qualquer sítio do organismo, mas, do ponto de vista semiológico, interessa-nos apenas o edema cutâneo, ou seja, a infiltração de líquido no espaço intersticial dos tecidos que constituem a pele e a tela celular subcutânea. A investigação semiológica do edema tem início na anamnese, quando se indaga sobre tempo de duração, localização e evolução. O raciocínio parte do conhecimento das estruturas que tomam parte nas trocas de água e eletrólitos. Interessa também relembrar as forças que atuam ao nível dos capilares regulando a passagem de água e de eletrólitos de um compartimento para outro e que são as seguintes. Essas forças agem por si mesmas ou em obediência a mecanismos humorais, tais como a aldosterona ou substâncias tipo histamina. Paralelamente a elas, participam da formação de edema generalizado os mecanismos reguladores da reabsorção de sódio e água ao nível dos rins, os quais, por sua vez, também estão sujeitos à ação de hormônios, seja a aldosterona, seja o hormônio antidiurético: ETIOLOGIA DO EDEMA: • Insuficiência cardíaca • Insuficiência venosa crônica/trombose venosa • Doenças renais • Hipoproteinemia • Cirrose hepática • Hipotireoidismo • Edema cíclico idiopático (mulheres) • Desnutrição • Gravidez • Medicamentos • Edema alérgico No exame físico completa-se a análise, investigando-se os seguintes parâmetros: • LOCALIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: localizado ou generalizado ➢ Localizado: varizes, trombose, afecções linfáticas, postura, processos inflamatórios • INTENSIDADE ➢ Para determinar a intensidade do edema, emprega-se a seguinte técnica: com a polpa digital do polegar ou do indicador, faz-se uma compressão, firme e sustentada, de encontro a uma estrutura rígida subjacente à área em exame, seja a tíbia, o sacro ou os ossos da face. Havendo edema, ao ser retirado o dedo vê-se uma depressão, no local comprimido, que costuma ser chamada de fóvea. ➢ Estabelece-se a intensidade do edema referindo-se à profundidade da fóvea graduada em cruzes(+, + +, + + + e + + + +). • CONSISTÊNCIA: a mesma manobra adotada para avaliar a intensidade serve também para investigar a consistência do edema, a qual pode ser definida como o grau de resistência encontrado ao se comprimir a região edemaciada. Classifica- se em dois tipos: ➢ Edema mole: é facilmente depressível. Observado em diferentes condições, significa apenas que a retenção hídrica é de duração não muito longa, e o tecido celular subcutâneo está infiltrado de água. ➢ Edema duro: nesse tipo de edema, depara-se com maior resistência para obter a formação da fóvea. Traduz a existência de proliferação fibroblástica que ocorre nos edemas de longa duração ou que se acompanharam de repetidos surtos inflamatórios • ELASTICIDADE: esta é indicada não só pela sensação percebida pelo dedo que 16 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I comprime, mas principalmente observando-se a volta da pele à posição primitiva quando se termina a compressão. Dois tipos são encontrados: ➢ Edema elástico: a pele retoma imediatamente à sua situação normal, ou seja, a fóvea perdura pouquíssimo tempo. O edema elástico é típico dos edemas inflamatórios. ➢ Edema inelástico: é aquele cuja pele comprimida demora a voltar à posição primitiva, ou seja, a depressão persiste por certo tempo. • TEMPERATURA DA PELE CIRCUNJACENTE: usa-se o dorso dos dedos ou as costas das mãos, comparando-se com a pele da vizinhança e da região homóloga. ➢ Pele de temperatura normal: frequentemente a temperatura na região edemaciada não se altera, o que é desprovido de qualquer significado especial ➢ Pele quente: significa edema inflamatório ➢ Pele fria: traduz comprometimento da irrigação sanguínea daquela área • SENSIBILIDADE DA PELE CIRCUNJACENTE: para apreciação da sensibilidade, aproveita-se uma vez mais a manobra inicialmente descrita:digitopressão da área que está sendo investigada. Pode ser: ➢ Doloroso: inflamatório. ➢ Indolor • MUDANÇA DE COLORAÇÃO: ➢ Palidez: atinge maior intensidade nos edemas que se acompanham de transtorno da irrigação sanguínea. ➢ Cianose: é indicativa de perturbação venosa localizada, mas pode ser parte de uma cianose central ou mista. ➢ Vermelhidão: indica processo inflamatório. • TEXTURA E ESPESSURA: ➢ Pele lisa e brilhante: acompanha o edema recente e intenso; ➢ Pele espessa: é vista nos pacientes com edema de longa duração; ➢ Pele enrugada: aparece quando o edema está sendo eliminado. MUCOSAS Avaliar a cor e a umidade. A palidez é encontrada nas anemias e normalmente é quantificada em cruzes (1+ a 4+). Pacientes com vasoconstrição periférica intensa (quadros de choque) também podem apresentar palidez sem necessariamente estarem anêmico. NORMOCORADO: • Cor normal HIPOCORADA HIPERCORADA CIANOSE: • Coloração arroxeada • Quando é observada em lábios, língua, ponta do nariz e lóbulo da orelha, a cianose é de origem central e causada por doenças cardíacas e pulmonares. • Quando a cianose é notada apenas nos membros, denomina-se periférica. • Também quantifica em 1 a 4 cruzes. ICTERÍCIA: • Coloração amarelada da conjuntiva • Sendo encontrada em freio da língua, pele e conjuntiva. • Quantifica-se também de 1 a 4 cruzes. 1+ está presente só na conjuntiva, 2+ acomete também o freio da língua, 3+ acomete a pele e 4+ quando o amarelado da pele é intenso. OBS: Quando se nota coloração amarelada apenas nas palmas das mãos, mas não nas conjuntivas, pode ser hipercarotenemia, ou seja, impregnação da pele pelo betacaroteno em pacientes que fazem uso excessivo de cenoura, abobora, etc Pacientes com respiração bucal podem apresentar as mucosas ressecadas. SINAIS VITAIS Exame do pulso Frequência cardíaca Pressão arterial sistêmica Frequência respiratória Temperatura (axilar, retal e oral) 17 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I PULSO PAREDE ARTERIAL: • A parede arterial pode ser endurecida como traqueia de passarinho em pacientes com aterosclerose que acomete a camada media FREQUÊNCIA: • 60 a 100 bpm • Bradicardico: menor que 60 • Taquicárdico: maior que 100 • Deve-se contar em um minuto RITMO: • Regular ou irregular • Regularmente irregular • Irregularmente irregular: fibrilação atrial • Arritmias fugazes: extrassístoles ocasionais AMPLITUDE OU MAGNITUDE: • Pulso parvus: baixa amplitude, pacientes com estenose aórtica, choque ou outros estados de baixo debito • Pulso célere: amplitude aumentada, como na insuficiência aórtica TENSÃO OU DUREZA COMPARAR SEMPRE QUE POSSÍVEL COM A ARTÉRIA HOMOLOGA • Observar desigualdades de tempo e amplitude PULSO EM MARTELO D’AGUA OU PULSO DE CORRIGAN: • A ascensão e a descida são rápidas • Surgem em pacientes com insuficiência aórtica, persistência do canal arterial, fistulas arteriovenosas, hipertireoidismo PULSO ALTERNANTE: • Alternância de pulsação de pequena amplitude com a pulsação de grande amplitude quando o ritmo é normal • Ocorre na insuficiência coronariana e hipertensão arterial com insuficiência ventricular esquerda PULSO BIGEMINAL: • Pulso resulta de uma pulsação normal seguida de uma extrassístole, cuja amplitude de pulsação é menor que a da pulsação normal PULSO PARADOXAL: • Caracterizado pela diminuição exagerada (> 10 mmHg) na amplitude da pulsação durante a inspiração, aumentando a amplitude durante a expiração • Surge nos pacientes com pericardite constritiva PULSO BISFERIENS: • É mais bem detectado na artéria carótida • A pulsação é caracterizada por dois picos: o primeiro é denominado de onda de percussão e o segundo de onda vital • O mecanismo não é claro, mas acredita-se que o primeiro pico é secundário à pressão do pulso e o segundo, reverberação da periferia • Ocorre na hipertensão arterial e na dupla lesão aórtica PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ETAPAS DA MENSURAÇÃO DA PAS PELO MÉTODO AUSCULTATÓRIO: • O paciente deve estar confortável, em repouso por pelo menos 5 minutos, e sem fumar há 30 minutos • Localizar o pulso da artéria braquial • Colocar o manguito justo sob a artéria braquial • Palpar o pulso da artéria radial • Insuflar de 10-10 mmHg até o pulso desaparecer • Desinsuflar o manguito na velocidade 2-4 mmHg/segundo até voltar a sentir o pulso radial – esta é a pressão arterial sistólica mensurada pela palpação 18 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I • Aguardar um minuto • Insuflar o manguito 20-30 mmHg acima da pressão verificada à palpação e colocar o estetoscópio sobre a artéria braquial e auscultar os sons de Korotkoff, desinsuflando o manguito 2-4 mmHg/segundo • O primeiro som audível será a pressão sistólica. O último marcará a pressão diastólica. Deve-se auscultar até o zero Os sons de Korotkoff incluem cinco fases: • Na segunda fase, em pacientes com hipertensão arterial, idosos ou estenose aórtica, o sopro característico pode desaparecer, dando origem ao hiato ou buraco auscultatório • A verdadeira PA sistólica situa-se na transição entre a 3ª e a 4ª fase, em que ocorre abafamentos dos sons (nem sempre perceptível), denominado de 1ª diastólica e o desaparecimento dos sons (transição entre 4ª e 5ª fases), denominado de 2ª diastólica. Se é possível perceber essas transição deve-se anotar as duas pressões diastólicas (por exemplo: 120/90/80 mmHg) • Para diagnostico e acompanhamento de pacientes hipertensos, foi convencionado que a pressão diastólica é anotada quando os sons de Korotkoff desaparecem • Em pacientes que seja difícil auscultar os sons de Korotkoff emprega-se a tríplice manobra (consegue aumentar o volume dos sons sem alterar os valores da PA): ➢ Eleva-se o membro onde se encontra o aparelho de pressão no intuito de se aumentar o retorno venoso ➢ Insufla-se rapidamente o manguito acima da PA sistólica (já verificada anteriormente) ➢ Coloca-se o braço na posição normal e pede-se ao paciente para abrir e fechar a mão com força 5 vezes. Depois, a mão fica aberta e relaxada e ausculta-se normalmente. FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA FR normal: nos adultos está entre 12 e 20 incursões respiratórias por minuto • Eupneia: frequência, amplitude e ritmo normais • Bradipneia: menor que 12 irpm • Taquipneia: maior que 20 irpm • Dispneia TORACOABDOMINAL: • Estado normal próprio do sexo masculino COSTAL SUPERIOR: • Estado normal mais visto no sexo feminino TEMPERATURA A temperatura normal oscila entre 35,8ºC a 37ºC na axila, até 37,4ºC na boca e até 37,8ºC no reto Sinal de Lennander: dissociação axilo-retal acima de 1ºC, significando inflamação pélvica/intra- abdominal Hipertermia: é apenas o aumento da temperatura • Ligeira: temperatura axilar = 37-38ºC • Moderada: temperatura axilar = 38-39ºC • Intensa: temperatura axilar >39ºC OBS: Acima de 41ºC é denominado hiperpiréticas! Febre: é uma síndrome caracterizada, além da hipertermia, por taquicardia, taquipneia, sudorese, piloereção, calafrios, mal-estar, mialgia, etc • Leve ou febrícula: 37 a 37,5ºC • Moderada: 37,5 a 38,5ºC • Elevada: acima de 38,5ºC FEBRE CONTÍNUA: • Hipertermia com variação de até 1ºC, contudo, volta a níveis normais FEBRE REMITENTE: • Hipertermia com variação acima de 1ºC, sem, contudo, apresentar períodos de apirexia FEBRE INTERMITENTE: 19 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I • Hipertermia com variação acima de 1ºC, com períodos de apirexia FEBRE DE PAUL-EBSTEIN: • Hipertermia periódica na qual o paciente apresenta períodos (dias) febris seguidos de períodos sem febre • Própria da doença de Hodgkin ENFISEMA SUBCUTÂNEO É a existência de bolhas de ar debaixo da pele A técnica para reconhecê-loé a palpação, deslizando-se a mão sobre a região suspeita. A existência de bolhas de ar proporcionará ao examinador uma sensação de crepitação muito característica. O ar pode ser procedente do tórax, em decorrência de um pneumotórax, ou ter origem em processo local por ação de bactérias produtoras de gás, isso é o que ocorre nas gangrenas gasosas. CIRCULAÇÃO COLATERAL Significa a presença de circuito venoso anormal visível ao exame da pele. Circulação colateral indica dificuldade ou impedimento do fluxo venoso através dos troncos venosos principais (cava inferior, cava superior, tronco venoso braquicefálico, ilíacas primitivas, veia cava). Por causa desse obstáculo, o sangue se desvia para as colaterais previamente existentes, tornando-se um caminho vicariante (compensatório), capaz de contornar o local ocluído, parcial ou totalmente. Em pessoas de cor branca e de pele clara e delgada (crianças, idosos, pacientes emagrecidos), pode-se ver uma rede venosa desenhada no tronco ou nos membros. Isso não é circulação colateral; trata-se, simplesmente, do que se pode designar desenho venoso. Distinguir desenho venoso de circulação colateral é fácil na maioria das vezes: a rede visível está na topografia normal, simétrica, não é intensa, e as veias não são sinuosas. Deve ser analisada pela: • Localização: tórax, abdome, raiz dos MMSS, segmento cefálico • Direção do fluxo sanguíneo ➢ Determinada com a seguinte técnica: comprime-se com as polpas digitais dos dois indicadores, colocados rentes um ao outro, um segmento da veia a ser analisada; em seguida, os dedos vão se afastando lentamente, mantida constante a pressão, de modo a deslocar a coluna sanguínea daquele segmento venoso. Quando os indicadores estão separados cerca de 5 a 10 em, são imobilizados e se assegura se realmente aquele trecho da veia está exangue. Se está, executa-se a outra parte da manobra, que consiste em retirar um dos dedos, permanecendo comprimida apenas uma extremidade. Feito isso, procura- se observar o reenchimento daquele segmento venoso. Se ocorre o enchimento imediato da veia, significa que o sangue está fluindo no sentido do dedo que permanece fazendo a compressão. Permanecendo colapsado o segmento venoso, repete-se a manobra, agora descomprimindo-se a outra extremidade e verificando se houve enchimento do vaso. A manobra deve ser repetida 2 ou 3 vezes para não haver dúvida, e, ao terminá-la, o examinador terá condições de saber em que sentido corre o sangue ➢ 1: Fluxo venoso abdome-tórax ➢ 2: Fluxo venoso ombro-tórax ➢ 3: Fluxo venoso pelve-abdome 20 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I • Existência de frêmito e/ou sopro: a existência de frêmito, perceptível pelo tato, ou sopro, perceptível pela ausculta, necessita ser pesquisada. A única condição em que se costuma perceber frêmito e/ou sopro é quando há recanalização da veia umbilical Conhecendo a localização e a direção do fluxo, podem ser: • TIPO BRAQUICEFÁLICA: • TIPO CAVA SUPERIOR: a rede venosa colateral vai se distribuir na metade superior da face anterior do tórax; às vezes, também na parte posterior, nos braços e no pescoço. A direção do fluxo sanguíneo é toracoabdominal, indicando que o sangue procura alcançar a veia cava inferior através das veias xifoidianas e torácicas laterais superficiais. Além da rede de veias, costumam surgir os seguintes sinais: estase jugular bilateral não pulsátil, cianose e edema localizado na porção superior do tronco, pescoço e face. Esse tipo de circulação colateral se instala quando há um obstáculo na veia cava superior, seja compressão extrínseca por neoplasias ou outras alterações mediastinais, principalmente do mediastino superior • TIPO PORTA: o obstáculo pode estar situado nas veias supra-hepáticas (síndrome de Budd-Chiari), no fígado (cirrose hepática) ou na veia porta (pileflebite). A rede venosa vicariante localiza-se na face anterior do tronco, principalmente nas regiões periumbilical, epigástrica e face anterior do tórax. A direção do fluxo sanguíneo será de baixo para cima, do abdome para o tórax, à procura da veia cava superior através das veias xifoidianas e torácicas laterais. Quando a circulação colateral se torna mais intensa, podem-se ver vasos nos flancos e fossas ilíacas. Neste caso, a direção da corrente sanguínea é de cima para baixo, do abdome para os membros inferiores, à procura da veia cava inferior. Outras vezes, a rede venosa colateral se 21 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I concentra na região umbilical, de onde se irradia como os raios de uma roda, ou, melhor comparando, como as pernas de aranha que se destacam de um corpo central - o umbigo -, recebendo o nome de circulação colateral tipo "cabeça de medusa" • TIPO CAVA INFERIOR: o obstáculo situa-se na veia cava inferior, e a circulação colateral vai se localizar na parte inferior do abdome, região umbilical, flancos e face anterior do tórax. O sangue fluirá no sentido abdome-tórax à procura da veia cava superior. A causa mais frequente desse tipo de circulação colateral é compressão extrínseca por neoplasias intra-abdominais
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