Buscar

3 Semio Ectoscopia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
ECTOSCOPIA OU SOMATOSCOPIA 
ESTADO GERAL 
Avaliação subjetiva; 
É CLASSIFICADO EM TRÊS ESTADOS: 
• Bom estado geral: BEG 
• Regular estado geral: REG 
• Grave ou Mau estado geral: GEG 
Estado de nutrição, higiênico, aparência de doença 
aguda ou crônica e modo com que se apresenta 
para exame (deambulando, em cadeira de rodas, 
acamado, consciente ou inconsciente, etc) 
 
ESTADO MENTAL OU DE CONSCIÊNCIA 
Deve-se considerar os seguintes fatores: 
• Perceptividade: capacidade para 
responder a perguntas simples (p. ex., 
"Como vai?") ou informar aspectos 
corriqueiros, como o nome de familiares 
ou seu endereço, fazer cálculos 
elementares ou atender a ordens do tipo: 
"Sente-se na cama': "Tire a camisa“. 
• Reatividade: capacidade de reagir a 
estímulos inespecíficos, como, por 
exemplo, desviar os olhos e a cabeça para 
um ponto no qual é provocado um 
barulho. A reatividade pode ser avaliada, 
também, em relação à dor. 
• Deglutição: capacidade de levar alimentos 
à boca e degluti-los. 
• Reflexos: resposta às manobras de alguns 
reflexos tendinosos (p. ex., patelar), 
plantares, cutâneos, abdominais e 
pupilares. 
LUCIDO: acordado 
SONOLENTO: facilmente despertavel 
TORPOROSO: o despertar é difícil e logo volta a 
dormir 
COMATOSO: impossível o despertar 
Orientação temporal do paciente pelo dia do mês, 
dia da semana, mês, estação do ano e ano vigente. 
Orientação espacial é perguntando sobre o local 
que o paciente está, o bairro, cidade, estado e 
pais. 
ESTADO DE COMA: 
• Coma leve, vigil ou grau I: 
Comprometimento leve da consciência; 
atende a ordens simples, deglute e tem 
reflexo doloroso +, reflexos +. 
• Coma de grau médio ou grau II: Perda de 
consciência é quase total; deglute com 
dificuldade, reflexo doloroso + com 
estimulação grande, reflexos +. 
• Coma profundo , grau III: Perda de 
consciência total, sem reflexo doloroso, 
sem deglutição, arreflexia, relaxamento 
total da musculatura. 
• Coma grau IV: grau III + 
compromentimento da funções vitais 
(como parada respiratória, apneia). 
• Escala de coma de Glasgow: a resposta 
pupilar subtrai do total 
 
 
FALA E LINGUAGEM 
Disfonia: alteração no timbre, voz pode ser rouca, 
fanhosa ou bifonal 
Afonia 
Dislalia: crianças, gagueira 
Disartria: alterações nos músculos da fonação, 
parkisonismo 
Disfasia: perturbação na elaboração cortical da 
fala, pode ser sensorial ou motora 
Disgrafia 
Dislexia 
 
ESTADO DE HIDRATAÇÃO 
LEVE OU GRAU 1: 
• Perda de peso de até 5% 
 
2 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
MODERADA OU GRAU 2: 
• Perda de peso de 5% a 10% 
GRAVE OU GRAU 3: 
• Perda de mais de 10% 
 
 
DADOS ANTROPOMÉTRICOS 
PESO: 
• Magreza: redução do peso em 10 a 15 % 
dos valores ponderais (em função de 
estatura , sexo e idade). Constitucional ou 
patológica. 
• Caquexia (extrema magreza com 
comprometimento do estado geral do 
paciente, desnutrido, doenças 
consumptivas ) 
• Sobrepeso e obesidade 
• Obesidade central ou androide : gordura 
concentrada em tórax e abdome 
• Obesidade periférica ou ginecoide: 
gordura concentrada em quadril e coxas 
• IMC: 
 
ESTATURA 
ENVERGADURA: indivíduos com MMSS em 
abdução a 90º 
CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL (homens até 102 
cm e mulheres até 88 cm) 
 
ESTADO DE DESNUTRIÇÃO 
DESNUTRIÇÃO GRAU 1: 
• Déficit de peso superior a 10% 
DESNUTRIÇÃO GRAU 2: 
• Déficit de peso superior a 25% 
DESNUTRIÇÃO GRAU 3: 
• Déficit de peso superior a 40% 
 
BIÓTIPO 
BREVILÍNEO: 
• Membros curtos, tórax alargado, abdome 
globoso, pescoço curto e grosso, panículo 
adiposo desenvolvido e ângulo de Charpy 
maior que 90º 
NORMOLÍNEO: 
• Equilíbrio entre membros e tronco, 
desenvolvimento harmônico da 
musculatura e panículo adiposo e ângulo 
de Charpy igual a 90º 
LONGILÍNEO: 
• Predomínio dos membros sobre o tórax, 
tórax afilado e chato, pescoço longo e 
delgado, musculatura e panículo adiposo 
escassos e ângulo de Charpy menor que 
90º 
 
3 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
 
 
 
POSTURA OU ATITUDE NA POSIÇÃO DE PÉ 
Deve-se observar a atitude ou posição do paciente 
não apenas no leito, mas também quando ele se 
põe de pé. Uma postura defeituosa pode ser 
consequência de mau costume ou de afecção da 
coluna vertebral. Entre as queixas mais comuns na 
prática médica, estão a dorsalgia e a lombalgia, 
que, em muitos casos, advêm de má postura. Do 
ponto de vista semiológico. 
POSTURA SOFRÍVEL: 
 Cabeça levemente inclinada para diante 
 Peito achatado 
 Abdome algo protruso, passando a ser a 
parte mais saliente do corpo 
 Curvas posteriores exageradas 
BOA POSTURA: 
• Cabeça ereta ou ligeiramente inclinada 
para diante. 
• Peito erguido, fazendo adiantar ao máximo 
essa parte do corpo 
• Abdome inferior achatado ou levemente 
retraído 
• Curvas posteriores nos limites normais 
MÁ POSTURA: 
 Cabeça acentuadamente inclinada para 
diante 
 Peito deprimido 
 Abdome saliente e relaxado 
 Curvas posteriores extremamente 
exageradas 
 Essas posturas guardam certa relação com 
o biotipo da pessoa. Assim, os longilíneos 
frequentemente reúnem as características 
de uma má postura. 
 
 
4 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
AFECÇÕES DA COLUNA 
CIFOSE: 
• É uma alteração da forma da coluna dorsal 
com concavidade anterior, vulgarmente 
designada “corcunda”. 
• A causa mais comum é o vício de postura. 
Pode ser consequência de tuberculose da 
coluna (mal de Pott), osteomielite, 
neoplasias, ou ser de origem congênita 
LORDOSE (CERVICAL OU LOMBAR): 
• É o encurvamento da coluna vertebral, 
formando concavidade para trás. Decorre 
de alterações de vértebras ou de discos 
intervertebrais, podendo ser citada como 
exemplo a espondilite reumatoide 
ESCOLIOSE: 
• É o desvio lateral da coluna em qualquer 
segmento vertebral, sendo mais frequente 
na coluna lombar ou lombodorsal. 
• Pode ser de origem congênita ou 
secundária a alterações nas vértebras ou 
dos músculos paravertebrais. É frequente a 
combinação de desvio lateral com 
encurvamento posterior, que se denomina 
cifoescoliose. 
 
 
MARCHA 
O modo de andar do paciente poderá ser de 
grande utilidade diagnóstica, especialmente nas 
afecções neurológicas. 
Deve ser analisada solicitando-se ao paciente que 
caminhe certa distância (acima de 5 m), descalço, 
de preferência com calção, com olhos abertos e 
fechados, indo e voltando sob a observação do 
examinador. Deve-se solicitar ao paciente 
caminhar sem auxilio em curto trajeto em linha 
reta nos dois sentidos. Pode pedir que o paciente 
caminhe apoiado pelos calcanhares e nas pontas 
dos pés. 
A marcha normal pode sofrer variações em relação 
a particularidades individuais ("cada pessoa tem 
seu jeito característico de andar"), ou em razão de 
distúrbios do aparelho locomotor. 
CEIFANTE OU HEMIPLÉGICA ESPÁSTICAS OU 
HELICÓPODE: 
• Membro inferior em extensão e o pé em 
leve eqüino. O membro inferior se torna 
rígido e aparentemente maior que o 
oposto. Circundução ao redor da coxa, 
como se ceifasse a terra (marcha ponto e 
vírgula). 
EM TESOURA: 
• Paralisia cerebral. Além da hipertonia 
extensora dos membros pélvicos, há 
acentuado hipertonia dos músculos 
adutores, fazendo com que as coxas se 
unam e os membros inferiores se cruzem 
para o lado oposto, conferindo à 
deambulação alternância cruzada em cada 
passo. 
CLAUDICANTE: 
• Consiste na dificuldade de andar 
normalmente em razão de perda total ou 
parcial de membro inferior ou movimento 
nervoso. 
MARCHA DE TRENDELEMBURG: 
• Queda da pelve para o lado oposto, déficit 
de glúteo médio. Este tipo de marcha pode 
ser causado por várias lesões, como nas 
miopatias, luxação bilateral de quadril, 
polineuropatias. 
MARCHA MIOPÁTÏCA OU ANSERINA: 
• Nela, há oscilações da bacia, as pernas 
estão afastadas, há hiperlordose lombar, 
como se o paciente quisesse manter o 
corpoem equilíbrio, em posição ereta, 
apesar do déficit muscular. A inclinação do 
tronco para um lado e para o outro confere 
à marcha a semelhança da marcha de um 
ganso, daí o nome de marcha anserina. 
Este tipo de marcha pode ser encontrada 
em qualquer processo que cause fraqueza 
 
5 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
dos músculos pélvicos, como nas 
polineuropatias pseudomiopáticas, 
miosites e polimiosites. 
→ Marchas nas afecções extrapiramidais: 
PARKINSONIANA OU FESTINANTE: 
• Marcha em bloco, pois o paciente 
encontra-se rígido. A rigidez muscular 
generalizada torna difícil o início da 
marcha, dando a impressão de que o 
enfermo se acha preso ao solo. Às vezes, só 
após algumas tentativas consegue iniciar a 
marcha, que se realiza em passos curtos, 
com a cabeça e o tórax inclinados para 
frente (bradicinesia). Antebraços e os 
joelhos rígidos em discreta flexão. Não há 
o balanço dos braços como na marcha 
normal. 
EBRIOSA OU ATÁXICA CEREBELAR: 
• Quando há lesão cerebelar, o paciente 
aumenta a base de sustentação para poder 
ficar de pé, já que muitas vezes é até 
impossível esta posição. Pode haver 
oscilações para os lados e tendência a 
quedas (ziguezague). 
• É difícil a marcha em linha reta, pois há 
desvio de marcha para o lado do 
hemisfério lesionado, e o enfermo, 
tentando compensar este erro, desvia para 
o lado oposto A marcha é insegura, e os 
passos desordenados 
TALONANTE OU CALCANEANTE: 
• A marcha é insegura, e os passos 
desordenados, o paciente caminha com as 
pernas afastadas uma da outra, 
levantando-as em excesso para em seguida 
projeta-las com energia no solo, tocando-o 
com o calcanhar. 
→ Marchas nas lesões do neurônio motor 
inferior: 
MARCHAS PARÉTICAS, LESÕES PERIFÉRICAS 
MARCHA ESCARVANTE: 
• Encontrada em lesões do nervo fibular 
comum, não permitindo dorsiflexão do pé 
(pé caído), em conseqüência, o paciente ao 
andar flete a coxa, eleva a perna e o pé cai. 
O bico do sapato toca no solo como se 
escavasse o mesmo, por isto seu nome 
“escarvante” ou stepage. 
 
 
 
 
 
6 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
 
FÁCIES 
ATÍPICAS: 
• Sem distúrbio 
HIPOCRÁTICA: 
• Estados gerais extremamente graves e pré-
agônicos 
• Grande palidez, boca entreaberta, lábios se 
adelgaçam, afila-se o nariz 
• Olhos parados e fundos, olhar fixo, vago, 
sem expressão 
• Extremidades frias, suor frio e viscoso na 
face 
 
 
PSEUDOBULBAR: 
• Fisionomia abobalhada 
• Mastigação e deglutição feitas com 
dificuldade 
• Saliva flui constantemente pelos lábios 
entreabertos 
• Mimica é pobre 
• Geralmente o paciente apresenta mais de 
60 anos 
ADENOIDIANA: 
• Indivíduos que não respiram pelo nariz em 
consequência do aumento das tonsilas 
faríngeas (ou adenoides) 
• O nariz geralmente é pequeno, lábio 
inferior grosso e pendente 
• Boca constantemente aberta 
 
ACROMEGÁLICA: 
• Apófises orbitarias desenvolvidas, com 
protusão frontal e das maçãs do rosto 
• Mandíbula é bastante protusa 
• Nariz, lábios e orelhas são avantajados 
• Pálpebras espessadas e a língua avantajada 
(macroglossia) 
 
7 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
• Sobrancelhas grossas e hirsutas se juntam 
na base do nariz (sinofridia) 
• Sugere adenoma hipofisário ou pode ser 
constitucional 
 
MIXEDEMATOSA: 
• Rosto longo, infiltrado, arredondado, nariz 
carnoso, lábios grossos, epiderme pálida, 
seca e amarelada 
• Olhos são pequenos, escondidos por 
pálpebras infiltradas (edema 
periorbitario) 
• Boca larga 
• Supercílios escassos, queda do terço 
externo das sobrancelhas (madarose) 
• Cabelos ressecados, ralos e grosseiros 
• Comum no hipotireoidismo 
 
BASEDOWIANA: 
• Doença de Basedow-Graves 
(hipertireoidismo) 
• Pescoço engrossado (pelo bócio), olhos 
brilhantes, muito abertos e salientes 
(exoftalmo) dando impressão de espanto 
• Nariz fino, rosto magro e pele úmida 
 
 
 
 
8 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
OBS: Paciente com exoftalmia antes do 
tratamento da doença de Graves, em que é 
possível observar a esclera acima da íris (seta). 
Quando observamos a esclera entre a íris e a 
pálpebra inferior, denominamos de proptose. Na 
segunda imagem tem uma regressão da 
exoftalmia da mesma paciente após o tratamento 
 
RENAL: 
• Rosto pálido e edemaciado, 
predominantemente na região 
peripalpebral 
• Pode surgir em pacientes com outras 
doenças que cursam com hipoproteinemia 
ou anemia intensa e no hipotireoidismo 
 
CUSHINGOIDE: 
• Rosto redondo (fácies de lua cheia) de 
aparência pletórica e congestiva 
• Há obesidade na face e no pescoço 
• Presença de gibosidade (obesidade 
centrípeta) 
• Conjuntivas geralmente estão congestas 
sendo observado aumento da pilificação 
(Hipertricose e hirsutismo) 
• Ocorre devido a hiperplasia do córtex da 
suprarrenal primaria, secundaria e 
iatrogênica (uso de glicocorticoide) 
 
 
LEONINA: 
• Presente em algumas formas de 
hanseníase 
• Os tubérculos leprosos que se localizam na 
face lhe imprimem um aspecto particular. 
Os lepromas se distribuem sem simetria, 
alguns separados e outros confluentes, 
sendo numerosos na fronte e 
desaparecendo os supercílios (madarose) 
• Lábios são proeminentes, grossos e 
endurecidos 
 
9 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
 
TETÂNICA: 
• A contratura dos músculos da face repuxa 
os lábios no sentido horizontal 
• Tem-se a impressão que o paciente esboça 
um riso de zombaria, o riso sardônico 
• A contratura dos masseteres não permite 
abrir a boca 
PARKINSONIANA: 
• Cabeça inclinada para frente, imóvel, 
fixada pelos músculos do pescoço 
• Fisionomia impassível e dura 
• Olhar fixo, sem a mobilidade normal das 
pálpebras, supercílios elevados, fronte as 
vezes enrugada e fisionomia inexpressiva 
 
 
HEREDOLUÉTICA: 
• Pacientes com sífilis hereditária tardia 
• Fronte olímpica, fronte muito 
desenvolvida, com bossas frontais 
exageradas 
• Nariz é deformado e se apresenta na forma 
de sela e muito deprimido na base 
MONGOLOIDE: 
• Aparenta ser natural da Mongólia 
• É própria do mongolismo 
• Olhos são oblíquos e apresenta na parte 
interna uma prega cutânea (epicanto) que 
cobre a carúncula lacrimal 
• Geralmente o crânio é pequeno, 
braquicefalico e nariz pequeno 
 
10 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
• A boca entreaberta, deixando ver a língua 
grossa e carnuda 
• Fisionomia de pouca inteligência 
 
 
ESCLERODÉRMICA: 
• Pele dura, pouca abertura na cavidade 
bucal, por vezes maculas hipocrômicas 
• Pouca expressão, apagamento dos sulcos 
nasogenianos 
• Pele difusamente infiltrada com manchas 
hipocrômicas e redução da abertura bucal 
(microstomia): 
 
MITRAL: 
• Eritema malar bilateral, encontrado nos 
pacientes com lesão valvar mitral 
DEPRESSIVA: 
 
PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA: 
 
ETÍLICA: 
 
 
ATITUDE E POSIÇÃO 
ATITUDE ORTOPNEICA: 
• Qualquer doença que cause dispneia 
ATITUDE PSEUDO-ORTOPNEICA: 
 
11 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
• Não é utilizada para alivio da dispneia e sim 
para alivio de determinados sintomas 
respiratórios. 
• Pacientes com abcessos pulmonares, 
formas escavadas de TB, bronquiectasias, 
nas quais o decúbito dorsal pode favorecer 
a drenagem das secreções existentes no 
aparelho respiratório, provocando tosse 
ATITUDE GENUPEITORAL: 
• Atitude em prece maometana, causas 
comuns são os derrames pericárdicos e 
alguns casos de abdome agudo ou 
pancreatite aguda 
ATITUDE EM CÓCORAS (“squatting”): 
• Causa mais frequente as cardiopatias 
congênitas cianóticas (tetralogia de Fallot 
em particular) 
ATITUDE ANTÁLGICA: 
• O paciente coloca a mão no local da dor. 
• Angina no peito a mão na região 
precordial, cólicas biliares a mão no 
hipocôndrio direito. 
• Em casos de dor abdominal, o paciente 
pode assumir o decúbito dorsal fletindo a 
perna e a coxa sobre o abdome do mesmo 
lado da dor 
ATITUDE DE BLECHMANN: 
• Sinal do travesseiro, pacientescom 
pericardite e derrame pericárdico. 
• Os pacientes sentam na cama, abraçam um 
travesseiro e se inclinam para frente 
ATITUDE MENINGÍTICA: 
• Contratura da musculatura da nuca e do 
dorso resultando na cabeça voltada para 
trás e no tronco ligeiramente arqueado. Os 
MMII também é contratura entram em 
flexão com os joelhos fletidos e 
aproximados em adução. 
ATITUDE EM ORTÓTONO: 
• Contratura generalizada fazendo com que 
o paciente fique rijo 
ATITUDE DO ESQUIADOR: 
• Paciente portador de espondilite 
anquilosante 
ATITUDE MIOPÁTICA: 
• Acentuada lordose lombar, gibosidade 
cifótica, afastamento dos pés e as 
escapulas são aladas. 
• Pacientes apresentam grande dificuldade 
para se por de pé e “escalam” o próprio 
corpo 
ATITUDE EM OPISTÓTONO: 
• O paciente se apoia apenas nos 
calcanhares e região occipital com o dorso 
encurvado 
ATITUDE EM PLEUROTÓTONO: 
• Contratura de um só lado do corpo 
causando encurvamento lateral 
ATITUDE EM EMPROSTÓTONO: 
• Pacientes se encurvam para frente. O 
paciente se apoia apenas na região frontal 
e ponta dos pés. 
OBS: As três últimas atitudes são encontradas em 
pacientes com tétano, meningite, envenenamento 
por estricnina e na histeria 
 
MUSCULATURA 
Para a inspeção não se exige técnica especial, 
basta olhar atentamente a superfície corporal com 
o paciente em repouso, observando o relevo das 
massas musculares mais volumosas 
A palpação é feita com as polpas digitais colocadas 
em forma de pinça, com o polegar em oponência 
aos demais dedos da mão. 
De início, palpa-se o músculo ou o grupo muscular 
em estado de repouso e, em seguida, solicita-se ao 
paciente que faça uma leve contração do 
segmento que está em exame para se investigar o 
músculo em estado de contração 
TROFICIDADE: massa da própria musculatura 
• Normal 
• Hipertrófica: aumento de massa muscular 
• Hipotrófica: diminuição de massa muscular 
TONICIDADE: estado de contração 
• Normal 
• Hipertonicidade ou Espasticidade ou 
Rigidez: contração ou semicontração do 
musculo mesmo em repouso, 
evidenciando pelo relevo muscular e 
aumento da consistência a palpação 
• Hipotonicidade ou Flacidez: tônus 
diminuído ou ausente, com perda do 
 
12 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
contorno da massa muscular e diminuição 
da consistência 
 
MOVIMENTOS INVOLUTÁRIOS 
Podem ser observador sob a forma de crises ou 
paroxismos ou se apresentam permanentes 
TREMORES: 
• São movimentos alternantes, mais ou 
menos rápidos e regulares, de pequena ou 
média amplitude, que afetam 
principalmente as partes distais dos 
membros. 
• Utilizam-se duas manobras para a pesquisa 
dos tremores: 
➢ Solicita-se ao paciente que estenda as 
mãos com as palmas voltadas para 
baixo e com os dedos separados. Essa 
manobra pode ser completada 
colocando-se uma folha de papel sobre 
o dorso de uma das mãos. Isso 
provocará uma ampliação dos 
movimentos. 
➢ Ordena-se que o paciente leve um 
copo, em uma das mãos, da mesa à 
boca. Pode ser substituído pela 
execução de um movimento, qual seja 
tocar o próprio nariz com a ponta do 
indicador. Essa manobra é 
indispensável para bem caracterizar os 
tremores de repouso e os de ação. 
• Tremor de repouso: surge durante o 
repouso e desaparece com os movimentos 
e o sono; é um tremor oscilatório, em regra 
mais evidente nas mãos, simulando o gesto 
de “enrolar cigarro”. Ocorre no 
parkinsonismo. 
• Tremor de atitude ou postura: surge 
quando o membro é colocado em uma 
determinada posição, não sendo muito 
evidente no repouso ou no movimento. 
Ocorre no pré-coma hepático, quando é 
designado flapping ou asterix. Contudo, o 
tremor de atitude mais frequente é o 
tremor familiar, que é regular, não muito 
grosseiro, acentuado pelas emoções e, 
como sua própria designação indica, 
acomete vários membros de uma família. 
• Tremor de ação: é o que surge ou se agrava 
quando um movimento é executado. 
Aparece nas doenças cerebelares 
• Tremor vibratório: é fino e rápido, como se 
fosse uma vibração. Pode surgir no 
hipertireoidismo, no alcoolismo e na 
neurossífilis, mas a grande maioria é de 
origem emocional. 
MOVIMENTOS COREICOS/COREIA: 
• São movimentos involuntários, amplos, 
desordenados, de ocorrência inesperada e 
arrítmicos, multiformes e sem finalidade. 
• Localizam-se na face, nos membros 
superiores e inferiores. 
• Quando muito frequentes, são 
surpreendidos sem dificuldade pelo 
examinador, mas em algumas ocasiões são 
raros, e o próprio paciente procura 
escondê-los ou disfarçá-los. 
• Para melhor observá-los, solicita-se ao 
paciente que se deite o mais relaxado 
possível ou que fique sentado à beira do 
leito com as pernas pendentes. 
• São as manifestações principais da 
síndrome coreica, cumprindo lembrar os 
dois tipos clínicos mais encontrados: 
➢ Coreia de Sydenham: também 
denominada coreia infantil ou dança 
de São Guido, tem etiologia infecciosa 
e relaciona-se estreitamente com a 
febre reumática 
➢ Coreia de Huntington: é um distúrbio 
neurológico hereditário raro que se 
caracteriza por movimentos corporais 
anormais e incoordenação, também 
afetando habilidades mentais e 
aspectos de personalidade. 
ATETÓSICOS/ATETOSE 
• Ocorrem nas extremidades e apresentam 
características muito próprias: são lentos e 
estereotipados, lembrando um 
movimento reptiforme ou os movimentos 
dos tentáculos do polvo. Podem ser uni ou 
bilaterais. 
• Determinam a atetose as lesões dos 
núcleos da base. 
 
13 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
• Frequentemente ocorrem como sequela 
de impregnação cerebral por 
hiperbilirrubinemia do recém-nascido 
(kernicterus). 
HEMIBALISMO 
• Abruptos, violentos, de grande amplitude, 
rápidos e geralmente limitados a uma 
metade do corpo 
• Lesões extrapiramidais, são raros 
MIOCLONIAS: 
• Contrações musculares breves, rítmicas ou 
arrítmicas, localizadas ou difusas, que 
acometem um músculo ou um grupo 
muscular. 
• Geralmente são relatadas como abalos, 
choques, sacudidas e trancos. 
• Devem-se as descargas de neurônios 
subcorticais e podem ocorrer em diversas 
situações patológicas, como a epilepsia 
MIOQUINIAS: 
• São contrações fibrilares de tipo 
ondulatório que surgem em músculos 
íntegros, principalmente no orbicular das 
pálpebras, quadríceps e gêmeos. 
• Os próprios pacientes costumam comparar 
às contrações das carnes penduradas nos 
açougues ("tremorna carne"). 
• Não apresentam significado patológico, 
surgindo em pessoas normais, talvez com 
maior frequência nos pacientes neuróticos 
e em pessoas fatigadas 
ASTERIX (flapping): 
• São movimentos rápidos, de amplitude 
variável, que ocorrem nos segmentos 
distais e apresentam certa semelhança 
com o bater de asas das aves 
• Para melhor notar o flapping, deve-se 
realizar a seguinte manobra: o paciente 
estende os braços e superestende as mãos 
de modo a formar um ângulo de quase 90° 
com o antebraço. A manobra é completada 
pelo médico, que, com suas mãos, força 
para trás as mãos do paciente. 
• Este tipo de movimento involuntário é 
frequente na insuficiência hepática, mas 
pode ser encontrado também no coma 
urêmico 
TIQUES: 
• São movimentos involuntários que 
aparecem em determinado grupo 
muscular, repetindo-se sucessivamente. 
São domináveis pela vontade, e podem ser 
funcionais ou orgânicos. 
• Os tiques motores podem ser: 
➢ Simples: envolvem grupos musculares 
isolados, resultando em piscamentos, 
abertura da boca, balanceio da cabeça 
e pescoço para os lados e para trás, 
elevação dos ombros ou fechamento 
dos punhos. 
➢ Complexos: caracterizam -se por 
padrões elaborados de movimento 
(contrações faciais bizarras, desvios 
oculares, dar pequenos pulos durante a 
marcha, tocar ou cheirar objetos, 
gesticulação obscena). 
• Os tiques vocais podem ser: 
➢ Simples: incluem-se ato de limpar a 
garganta, grunhidos, estalos comlábios 
ou língua 
➢ Complexos: abrangem palavras ou 
fragmentos de palavras, frases curtas, 
elementos musicais, repetição da 
última palavra ouvida do interlocutor 
ou repetição da última palavra emitida 
pelo próprio paciente 
CONVULSÕES: 
• As convulsões são movimentos musculares 
súbitos e incoordenados, involuntários e 
paroxísticos, que ocorrem de maneira 
generalizada ou apenas em segmentos do 
corpo 
• As convulsões podem ser: 
➢ Tônicas: caracterizam-se por serem 
mantidas permanentes e imobilizarem 
as articulações 
➢ Clônicas: são rítmicas, alternando-se 
contrações e relaxamentos musculares 
em ritmo mais ou menos rápido 
➢ Tônico-clônicas: esse tipo soma as 
características de ambas 
• As convulsões surgem em muitas 
condições clínicas, mas todas têm um 
denominador comum: descargas 
 
14 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
bioelétricas originadas em alguma área 
cerebral com imediata estimulação 
motora. 
• O exemplo clássico são as várias formas de 
epilepsia. Aparecem também no tétano, 
estados hipoglicêmicos, intoxicações 
exógenas (álcool, inseticidas), tumores 
cerebrais, meningites, episódios febris em 
crianças, entre outras 
TETANIA: 
• É uma forma particular de movimentos 
involuntários e caracteriza-se por crises 
exclusivamente tônicas quase sempre 
localizadas nas mãos e pés, por isso 
denominadas “espasmos carpopodais”. 
• A tetania pode ocorrer 
independentemente de qualquer 
manobra; porém, às vezes, é necessário 
usar um artifício para desencadeá-la, o que 
é feito com uma compressão do braço com 
o manguito do esfigmomanômetro. A 
compressão adequada corresponde a um 
nível pressórico intermediário entre a 
máxima e a mínima, durante 10 min, ao fim 
dos quais poderá aparecer um movimento 
involuntário naquela extremidade, o qual 
nada mais é do que um “espasmo carpal”. 
É chamado “mão de parteiro” e o 
fenômeno em sua totalidade recebe a 
designação de sinal de Trousseau. 
• A tetania ocorre nas hipocalcemias e na 
alcalose respiratória por hiperventilação. 
FASCICULAÇÕES: 
• Contrações breves, arrítmicas e limitadas 
um feixe muscular 
• Não devem ser confundidas com as 
mioquinias 
DISCINESIAS OROFASCIAIS 
• São movimentos rítmicos, repetitivos e 
bizarros, que comprometem, 
principalmente, a face, a boca, a 
mandíbula e a língua, sendo expressos sob 
a forma de caretas, franzir dos lábios, 
protrusão da língua, abertura e 
fechamento da boca e desvios da 
mandíbula. 
• Ocorrem em psicoses de longa evolução, 
uso prolongado de fenotiazinas e em 
pessoas idosas, em geral desdentadas. 
DISTONIAS 
• Posturas grotescas 
• Os movimentos distônicos são parecidos 
com os atetoides, mas costumam envolver 
porções maiores do corpo, inclusive 
tronco, podendo resultar em posturas 
grotescas e contorcidas. 
 
PELE 
COLORAÇÃO: 
• Presença de palidez, vermelhidão ou 
eritrose, cianose, icterícia, 
hipercarotenemia, bronzeamento, 
fenômeno de Raynaud 
TEXTURA: 
• Passar a ponta dos dedos para sentir se é 
normal, áspera, enrugada ou fina 
UMIDADE: 
• Passar as mãos para sentir se está seca, 
normal ou aumentada 
ESPESSURA: 
• Pinçar a pele do esterno, antebraço ou 
abdome 
• Podendo ser normal, atrófica, hipotrófica 
ou hipertrófica 
TEMPERATURA: 
• Deve ser pesquisada com o dorso da mão, 
comparando simetricamente cada 
segmento analisado 
ELASTICIDADE: 
• Pinçar a pele, podendo ser normal, 
aumentada ou diminuída 
TURGOR: 
• Soltar a pele pinçada e avaliar o retorno, 
avalia a hidratação da pele. 
• Pesquisar também nos globos oculares 
(resistência) 
EDEMA: 
• Avaliar a localização, limitação, 
consistência, cacifo, intensidade e 
sensibilidade 
OBS: Quantificar em cruzes na dependência da 
profundidade do cacifo e do tempo de retorno do 
mesmo 
 
15 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
EDEMA 
É o excesso de líquido acumulado no espaço 
intersticial ou no interior das próprias células. 
Pode ocorrer em qualquer sítio do organismo, 
mas, do ponto de vista semiológico, interessa-nos 
apenas o edema cutâneo, ou seja, a infiltração de 
líquido no espaço intersticial dos tecidos que 
constituem a pele e a tela celular subcutânea. 
A investigação semiológica do edema tem início na 
anamnese, quando se indaga sobre tempo de 
duração, localização e evolução. 
O raciocínio parte do conhecimento das estruturas 
que tomam parte nas trocas de água e eletrólitos. 
Interessa também relembrar as forças que atuam 
ao nível dos capilares regulando a passagem de 
água e de eletrólitos de um compartimento para 
outro e que são as seguintes. Essas forças agem 
por si mesmas ou em obediência a mecanismos 
humorais, tais como a aldosterona ou substâncias 
tipo histamina. Paralelamente a elas, participam 
da formação de edema generalizado os 
mecanismos reguladores da reabsorção de sódio e 
água ao nível dos rins, os quais, por sua vez, 
também estão sujeitos à ação de hormônios, seja 
a aldosterona, seja o hormônio antidiurético: 
 
ETIOLOGIA DO EDEMA: 
• Insuficiência cardíaca 
• Insuficiência venosa crônica/trombose 
venosa 
• Doenças renais 
• Hipoproteinemia 
• Cirrose hepática 
• Hipotireoidismo 
• Edema cíclico idiopático (mulheres) 
• Desnutrição 
• Gravidez 
• Medicamentos 
• Edema alérgico 
No exame físico completa-se a análise, 
investigando-se os seguintes parâmetros: 
• LOCALIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: localizado 
ou generalizado 
➢ Localizado: varizes, trombose, afecções 
linfáticas, postura, processos 
inflamatórios 
• INTENSIDADE 
➢ Para determinar a intensidade do 
edema, emprega-se a seguinte técnica: 
com a polpa digital do polegar ou do 
indicador, faz-se uma compressão, 
firme e sustentada, de encontro a uma 
estrutura rígida subjacente à área em 
exame, seja a tíbia, o sacro ou os ossos 
da face. Havendo edema, ao ser 
retirado o dedo vê-se uma depressão, 
no local comprimido, que costuma ser 
chamada de fóvea. 
➢ Estabelece-se a intensidade do edema 
referindo-se à profundidade da fóvea 
graduada em cruzes(+, + +, + + + e + + + 
+). 
• CONSISTÊNCIA: a mesma manobra 
adotada para avaliar a intensidade serve 
também para investigar a consistência do 
edema, a qual pode ser definida como o 
grau de resistência encontrado ao se 
comprimir a região edemaciada. Classifica-
se em dois tipos: 
➢ Edema mole: é facilmente depressível. 
Observado em diferentes condições, 
significa apenas que a retenção hídrica 
é de duração não muito longa, e o 
tecido celular subcutâneo está 
infiltrado de água. 
➢ Edema duro: nesse tipo de edema, 
depara-se com maior resistência para 
obter a formação da fóvea. Traduz a 
existência de proliferação fibroblástica 
que ocorre nos edemas de longa 
duração ou que se acompanharam de 
repetidos surtos inflamatórios 
• ELASTICIDADE: esta é indicada não só pela 
sensação percebida pelo dedo que 
 
16 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
comprime, mas principalmente 
observando-se a volta da pele à posição 
primitiva quando se termina a compressão. 
Dois tipos são encontrados: 
➢ Edema elástico: a pele retoma 
imediatamente à sua situação normal, 
ou seja, a fóvea perdura pouquíssimo 
tempo. O edema elástico é típico dos 
edemas inflamatórios. 
➢ Edema inelástico: é aquele cuja pele 
comprimida demora a voltar à posição 
primitiva, ou seja, a depressão persiste 
por certo tempo. 
• TEMPERATURA DA PELE CIRCUNJACENTE: 
usa-se o dorso dos dedos ou as costas das 
mãos, comparando-se com a pele da 
vizinhança e da região homóloga. 
➢ Pele de temperatura normal: 
frequentemente a temperatura na 
região edemaciada não se altera, o que 
é desprovido de qualquer significado 
especial 
➢ Pele quente: significa edema 
inflamatório 
➢ Pele fria: traduz comprometimento da 
irrigação sanguínea daquela área 
• SENSIBILIDADE DA PELE CIRCUNJACENTE: 
para apreciação da sensibilidade, 
aproveita-se uma vez mais a manobra 
inicialmente descrita:digitopressão da 
área que está sendo investigada. Pode ser: 
➢ Doloroso: inflamatório. 
➢ Indolor 
• MUDANÇA DE COLORAÇÃO: 
➢ Palidez: atinge maior intensidade nos 
edemas que se acompanham de 
transtorno da irrigação sanguínea. 
➢ Cianose: é indicativa de perturbação 
venosa localizada, mas pode ser parte 
de uma cianose central ou mista. 
➢ Vermelhidão: indica processo 
inflamatório. 
• TEXTURA E ESPESSURA: 
➢ Pele lisa e brilhante: acompanha o 
edema recente e intenso; 
➢ Pele espessa: é vista nos pacientes com 
edema de longa duração; 
➢ Pele enrugada: aparece quando o 
edema está sendo eliminado. 
 
MUCOSAS 
Avaliar a cor e a umidade. 
A palidez é encontrada nas anemias e 
normalmente é quantificada em cruzes (1+ a 4+). 
Pacientes com vasoconstrição periférica intensa 
(quadros de choque) também podem apresentar 
palidez sem necessariamente estarem anêmico. 
NORMOCORADO: 
• Cor normal 
HIPOCORADA 
HIPERCORADA 
CIANOSE: 
• Coloração arroxeada 
• Quando é observada em lábios, língua, 
ponta do nariz e lóbulo da orelha, a 
cianose é de origem central e causada por 
doenças cardíacas e pulmonares. 
• Quando a cianose é notada apenas nos 
membros, denomina-se periférica. 
• Também quantifica em 1 a 4 cruzes. 
ICTERÍCIA: 
• Coloração amarelada da conjuntiva 
• Sendo encontrada em freio da língua, pele 
e conjuntiva. 
• Quantifica-se também de 1 a 4 cruzes. 1+ 
está presente só na conjuntiva, 2+ 
acomete também o freio da língua, 3+ 
acomete a pele e 4+ quando o amarelado 
da pele é intenso. 
OBS: Quando se nota coloração amarelada apenas 
nas palmas das mãos, mas não nas conjuntivas, 
pode ser hipercarotenemia, ou seja, impregnação 
da pele pelo betacaroteno em pacientes que 
fazem uso excessivo de cenoura, abobora, etc 
Pacientes com respiração bucal podem apresentar 
as mucosas ressecadas. 
 
SINAIS VITAIS 
Exame do pulso 
Frequência cardíaca 
Pressão arterial sistêmica 
Frequência respiratória 
Temperatura (axilar, retal e oral) 
 
17 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
PULSO 
 
PAREDE ARTERIAL: 
• A parede arterial pode ser endurecida 
como traqueia de passarinho em pacientes 
com aterosclerose que acomete a camada 
media 
FREQUÊNCIA: 
• 60 a 100 bpm 
• Bradicardico: menor que 60 
• Taquicárdico: maior que 100 
• Deve-se contar em um minuto 
RITMO: 
• Regular ou irregular 
• Regularmente irregular 
• Irregularmente irregular: fibrilação atrial 
• Arritmias fugazes: extrassístoles ocasionais 
AMPLITUDE OU MAGNITUDE: 
• Pulso parvus: baixa amplitude, pacientes 
com estenose aórtica, choque ou outros 
estados de baixo debito 
• Pulso célere: amplitude aumentada, como 
na insuficiência aórtica 
TENSÃO OU DUREZA 
COMPARAR SEMPRE QUE POSSÍVEL COM A 
ARTÉRIA HOMOLOGA 
• Observar desigualdades de tempo e 
amplitude 
PULSO EM MARTELO D’AGUA OU PULSO DE 
CORRIGAN: 
• A ascensão e a descida são rápidas 
• Surgem em pacientes com insuficiência 
aórtica, persistência do canal arterial, 
fistulas arteriovenosas, hipertireoidismo 
PULSO ALTERNANTE: 
• Alternância de pulsação de pequena 
amplitude com a pulsação de grande 
amplitude quando o ritmo é normal 
• Ocorre na insuficiência coronariana e 
hipertensão arterial com insuficiência 
ventricular esquerda 
PULSO BIGEMINAL: 
• Pulso resulta de uma pulsação normal 
seguida de uma extrassístole, cuja 
amplitude de pulsação é menor que a da 
pulsação normal 
PULSO PARADOXAL: 
• Caracterizado pela diminuição exagerada 
(> 10 mmHg) na amplitude da pulsação 
durante a inspiração, aumentando a 
amplitude durante a expiração 
• Surge nos pacientes com pericardite 
constritiva 
PULSO BISFERIENS: 
• É mais bem detectado na artéria carótida 
• A pulsação é caracterizada por dois picos: 
o primeiro é denominado de onda de 
percussão e o segundo de onda vital 
• O mecanismo não é claro, mas acredita-se 
que o primeiro pico é secundário à pressão 
do pulso e o segundo, reverberação da 
periferia 
• Ocorre na hipertensão arterial e na dupla 
lesão aórtica 
 
PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
ETAPAS DA MENSURAÇÃO DA PAS PELO 
MÉTODO AUSCULTATÓRIO: 
• O paciente deve estar confortável, em 
repouso por pelo menos 5 minutos, e sem 
fumar há 30 minutos 
• Localizar o pulso da artéria braquial 
• Colocar o manguito justo sob a artéria 
braquial 
• Palpar o pulso da artéria radial 
• Insuflar de 10-10 mmHg até o pulso 
desaparecer 
• Desinsuflar o manguito na velocidade 2-4 
mmHg/segundo até voltar a sentir o pulso 
radial – esta é a pressão arterial sistólica 
mensurada pela palpação 
 
18 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
• Aguardar um minuto 
• Insuflar o manguito 20-30 mmHg acima da 
pressão verificada à palpação e colocar o 
estetoscópio sobre a artéria braquial e 
auscultar os sons de Korotkoff, 
desinsuflando o manguito 2-4 
mmHg/segundo 
• O primeiro som audível será a pressão 
sistólica. O último marcará a pressão 
diastólica. Deve-se auscultar até o zero 
Os sons de Korotkoff incluem cinco fases: 
 
• Na segunda fase, em pacientes com 
hipertensão arterial, idosos ou estenose 
aórtica, o sopro característico pode 
desaparecer, dando origem ao hiato ou 
buraco auscultatório 
• A verdadeira PA sistólica situa-se na 
transição entre a 3ª e a 4ª fase, em que 
ocorre abafamentos dos sons (nem sempre 
perceptível), denominado de 1ª diastólica 
e o desaparecimento dos sons (transição 
entre 4ª e 5ª fases), denominado de 2ª 
diastólica. Se é possível perceber essas 
transição deve-se anotar as duas pressões 
diastólicas (por exemplo: 120/90/80 
mmHg) 
• Para diagnostico e acompanhamento de 
pacientes hipertensos, foi convencionado 
que a pressão diastólica é anotada quando 
os sons de Korotkoff desaparecem 
• Em pacientes que seja difícil auscultar os 
sons de Korotkoff emprega-se a tríplice 
manobra (consegue aumentar o volume 
dos sons sem alterar os valores da PA): 
➢ Eleva-se o membro onde se encontra o 
aparelho de pressão no intuito de se 
aumentar o retorno venoso 
➢ Insufla-se rapidamente o manguito 
acima da PA sistólica (já verificada 
anteriormente) 
➢ Coloca-se o braço na posição normal e 
pede-se ao paciente para abrir e fechar 
a mão com força 5 vezes. Depois, a mão 
fica aberta e relaxada e ausculta-se 
normalmente. 
 
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA 
FR normal: nos adultos está entre 12 e 20 
incursões respiratórias por minuto 
• Eupneia: frequência, amplitude e ritmo 
normais 
• Bradipneia: menor que 12 irpm 
• Taquipneia: maior que 20 irpm 
• Dispneia 
TORACOABDOMINAL: 
• Estado normal próprio do sexo masculino 
COSTAL SUPERIOR: 
• Estado normal mais visto no sexo feminino 
 
TEMPERATURA 
A temperatura normal oscila entre 35,8ºC a 37ºC 
na axila, até 37,4ºC na boca e até 37,8ºC no reto 
Sinal de Lennander: dissociação axilo-retal acima 
de 1ºC, significando inflamação pélvica/intra-
abdominal 
Hipertermia: é apenas o aumento da temperatura 
• Ligeira: temperatura axilar = 37-38ºC 
• Moderada: temperatura axilar = 38-39ºC 
• Intensa: temperatura axilar >39ºC 
OBS: Acima de 41ºC é denominado hiperpiréticas! 
Febre: é uma síndrome caracterizada, além da 
hipertermia, por taquicardia, taquipneia, 
sudorese, piloereção, calafrios, mal-estar, mialgia, 
etc 
• Leve ou febrícula: 37 a 37,5ºC 
• Moderada: 37,5 a 38,5ºC 
• Elevada: acima de 38,5ºC 
FEBRE CONTÍNUA: 
• Hipertermia com variação de até 1ºC, 
contudo, volta a níveis normais 
FEBRE REMITENTE: 
• Hipertermia com variação acima de 1ºC, 
sem, contudo, apresentar períodos de 
apirexia 
FEBRE INTERMITENTE: 
 
19 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
• Hipertermia com variação acima de 1ºC, 
com períodos de apirexia 
FEBRE DE PAUL-EBSTEIN: 
• Hipertermia periódica na qual o paciente 
apresenta períodos (dias) febris seguidos 
de períodos sem febre 
• Própria da doença de Hodgkin 
 
ENFISEMA SUBCUTÂNEO 
É a existência de bolhas de ar debaixo da pele 
A técnica para reconhecê-loé a palpação, 
deslizando-se a mão sobre a região suspeita. A 
existência de bolhas de ar proporcionará ao 
examinador uma sensação de crepitação muito 
característica. 
O ar pode ser procedente do tórax, em 
decorrência de um pneumotórax, ou ter origem 
em processo local por ação de bactérias 
produtoras de gás, isso é o que ocorre nas 
gangrenas gasosas. 
 
 
CIRCULAÇÃO COLATERAL 
Significa a presença de circuito venoso anormal 
visível ao exame da pele. Circulação colateral 
indica dificuldade ou impedimento do fluxo 
venoso através dos troncos venosos principais 
(cava inferior, cava superior, tronco venoso 
braquicefálico, ilíacas primitivas, veia cava). Por 
causa desse obstáculo, o sangue se desvia para as 
colaterais previamente existentes, tornando-se 
um caminho vicariante (compensatório), capaz de 
contornar o local ocluído, parcial ou totalmente. 
Em pessoas de cor branca e de pele clara e delgada 
(crianças, idosos, pacientes emagrecidos), pode-se 
ver uma rede venosa desenhada no tronco ou nos 
membros. Isso não é circulação colateral; trata-se, 
simplesmente, do que se pode designar desenho 
venoso. Distinguir desenho venoso de circulação 
colateral é fácil na maioria das vezes: a rede visível 
está na topografia normal, simétrica, não é 
intensa, e as veias não são sinuosas. 
Deve ser analisada pela: 
• Localização: tórax, abdome, raiz dos 
MMSS, segmento cefálico 
• Direção do fluxo sanguíneo 
➢ Determinada com a seguinte técnica: 
comprime-se com as polpas digitais dos 
dois indicadores, colocados rentes um 
ao outro, um segmento da veia a ser 
analisada; em seguida, os dedos vão se 
afastando lentamente, mantida 
constante a pressão, de modo a 
deslocar a coluna sanguínea daquele 
segmento venoso. Quando os 
indicadores estão separados cerca de 5 
a 10 em, são imobilizados e se assegura 
se realmente aquele trecho da veia 
está exangue. Se está, executa-se a 
outra parte da manobra, que consiste 
em retirar um dos dedos, 
permanecendo comprimida apenas 
uma extremidade. Feito isso, procura-
se observar o reenchimento daquele 
segmento venoso. Se ocorre o 
enchimento imediato da veia, significa 
que o sangue está fluindo no sentido 
do dedo que permanece fazendo a 
compressão. Permanecendo colapsado 
o segmento venoso, repete-se a 
manobra, agora descomprimindo-se a 
outra extremidade e verificando se 
houve enchimento do vaso. A manobra 
deve ser repetida 2 ou 3 vezes para não 
haver dúvida, e, ao terminá-la, o 
examinador terá condições de saber 
em que sentido corre o sangue 
➢ 1: Fluxo venoso abdome-tórax 
➢ 2: Fluxo venoso ombro-tórax 
➢ 3: Fluxo venoso pelve-abdome 
 
20 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
• Existência de frêmito e/ou sopro: a 
existência de frêmito, perceptível pelo 
tato, ou sopro, perceptível pela ausculta, 
necessita ser pesquisada. A única condição 
em que se costuma perceber frêmito e/ou 
sopro é quando há recanalização da veia 
umbilical 
Conhecendo a localização e a direção do fluxo, 
podem ser: 
• TIPO BRAQUICEFÁLICA: 
• TIPO CAVA SUPERIOR: a rede venosa 
colateral vai se distribuir na metade 
superior da face anterior do tórax; às 
vezes, também na parte posterior, nos 
braços e no pescoço. A direção do fluxo 
sanguíneo é toracoabdominal, indicando 
que o sangue procura alcançar a veia cava 
inferior através das veias xifoidianas e 
torácicas laterais superficiais. Além da 
rede de veias, costumam surgir os 
seguintes sinais: estase jugular bilateral 
não pulsátil, cianose e edema localizado 
na porção superior do tronco, pescoço e 
face. Esse tipo de circulação colateral se 
instala quando há um obstáculo na veia 
cava superior, seja compressão extrínseca 
por neoplasias ou outras alterações 
mediastinais, principalmente do 
mediastino superior 
 
 
• TIPO PORTA: o obstáculo pode estar 
situado nas veias supra-hepáticas 
(síndrome de Budd-Chiari), no fígado 
(cirrose hepática) ou na veia porta 
(pileflebite). A rede venosa vicariante 
localiza-se na face anterior do tronco, 
principalmente nas regiões periumbilical, 
epigástrica e face anterior do tórax. A 
direção do fluxo sanguíneo será de baixo 
para cima, do abdome para o tórax, à 
procura da veia cava superior através das 
veias xifoidianas e torácicas laterais. 
Quando a circulação colateral se torna 
mais intensa, podem-se ver vasos nos 
flancos e fossas ilíacas. Neste caso, a 
direção da corrente sanguínea é de cima 
para baixo, do abdome para os membros 
inferiores, à procura da veia cava inferior. 
Outras vezes, a rede venosa colateral se 
 
21 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
concentra na região umbilical, de onde se 
irradia como os raios de uma roda, ou, 
melhor comparando, como as pernas de 
aranha que se destacam de um corpo 
central - o umbigo -, recebendo o nome de 
circulação colateral tipo "cabeça de 
medusa" 
 
• TIPO CAVA INFERIOR: o obstáculo situa-se 
na veia cava inferior, e a circulação 
colateral vai se localizar na parte inferior 
do abdome, região umbilical, flancos e face 
anterior do tórax. O sangue fluirá no 
sentido abdome-tórax à procura da veia 
cava superior. A causa mais frequente 
desse tipo de circulação colateral é 
compressão extrínseca por neoplasias 
intra-abdominais

Continue navegando