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Exame clinico : Anamnese e Exame Fisico

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1º- IDENTIFICAÇÃO: 
• Nome 
• Idade 
• Sexo/gênero 
• Cor/etnia 
• Estado Civil 
• Profissão 
• Local de trabalho 
• Naturalidade 
• Procedência 
• Residência 
• Nome da Mãe 
• Nome do Responsável/cuidador/acompanhante 
• Religião 
• Plano de Saúde 
2º- QUEIXA PRINCIPAL (QP): 
Perguntar o que levou o paciente a procurar ajuda medica, escrever com as palavras do paciente entre aspas, o que está 
acontecendo e há quanto tempo. 
Obs: máximo 3 queixas principais. 
3º- HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA): 
Perguntar até quando o paciente se sentia bem, usar terminologia técnica, descrever em ordem cronológica até o momento 
atual. Na descrição de cada sintoma colocar: tempo de instalação, graduação de intensidade, horários preferenciais, duração, 
fatores de melhora e piora. 
Sintoma guia: aquele que pode ser correlacionado com todos os outros. 
(usar termos técnicos) 
4º- INTERROGATÓRIO SOBRE DIVERSOS APARELHOS E SISTEMAS (ISDAS) OU INTERROGATORIO 
SINTOMATOLÓGICO: 
 Perguntas gerais sobre todos os sistemas: sistemas gerais, cabeça e pescoço, cardiovascular, respiratório, gastrointestinal, vias 
urinárias, órgãos genitais, sistema nervoso. 
Sendo perguntas objetivas, de preferência crânio - caudal 
• Estado geral: febre; calafrios; sudorese; mal estar; astenia; alteração peso (kg/tempo); edema; anasarca (edema/inchaço 
distribuído por todo corpo). 
• Pele e fâneros: prurido; icterícia; palidez; rubor; cianose; alterações na pele (textura; umidade; temperatura; sensibilidade); 
diminuição tecido subcutâneo; alterações de Sensibilidade; dormência, lesões cutâneas; queda de cabelos; pêlos faciais em 
mulheres; alterações das unhas. 
• Cabeça: cefaleia; enxaqueca; tonturas; traumas. 
• Olhos: dor ocular; ardência; lacrimejamento; prurido; diplopia; fotofobia; nistagmo; secreção; escotomas; acuidade visual; 
exoftalmia; amaurose; olho seco. 
• Ouvidos: dor; otorreia; otorragia; acuidade auditiva; zumbidos; vertigem; prurido. Promoção da saúde: uso de aparelhos auditivos; 
exposição ruídos ambientais; uso de equipamentos de proteção individual (EPI); limpeza dos ouvidos (cotonetes, outros objetos, 
pelo médico). Instruir o paciente! 
• Nariz e cavidades paranasois: dor; espirros; obstrução nasal; coriza; epistaxe; alteração do olfato; dor facial. 
• Cavidade bucal e anexos: sialose; halitose; dor de dentes; sangramentos; aftas; ulcerações; boca seca; uso de próteses 
dentárias; dor na articulação temporomandibular (ATM). Promoção da saúde: escovação (dentes e língua)- vezes ao dia; último 
exame odontológico. Instruir o paciente! 
• Faringe: dor de garganta; pigarro; roncos. 
• Laringe: dor; alterações na voz. 
• Mamas: dor; nódulos, retrações; secreção papila r (especificar qual mama). Promoção da saúde: autoexame mamário; última 
ultrassonografia/mamografia (mulheres com idade> 40 anos). Instruir o paciente! 
• Sistema respiratório: dor torácica; tosse; expectoração; hemoptise; vômica; dispneia; chieira; cianose. 
• Sistema cardiovascular: dor precordial; palpitações; dispneia aos esforços; dispneia em decúbito; ortopneia; dispneia paroxística 
noturna; edema; síncope; lipotímia; cianose progressiva; sudorese fria. 
• Sistema digestório: alterações do apetite (hiporexia; anorexia; perversão; compulsão alimentar); disfagia; odinofagia; pirose; 
regurgitações; eructações; soluços; dor abdominal; epigastralgia; dispepsia; hematêmese; náuseas; vômitos; ritmo intestinal (normal; 
diarreia; obstipação intestinal); esteatorreia; distensão abdominal; flatulência; enterorragia; melena; sangramento anal; 
tenesmo; incontinência fecal; prurido anal. 
• Sistema urinário: dor lombar; disúria; estrangúria; anúria; oligúria; poliúria; polaciúria; nictúria; urgência miccional; incontinência 
urinária; retenção urinária; hematúria; colúria; urina com mau cheiro; edema; anasarca. 
• Sistema genital masculino: dor testicular; priapismo; alterações jato urinário; hemospermia; corrimento uretra I; fimose; 
disfunções sexuais. 
• Sistema genital feminino: ciclo menstrual (regularidade; duração dos ciclos; quantidade de fluxo menstrual; data da última 
menstruação); dismenorreia; TPM (cefaleia, mastalgia, dor baixo ventre e pernas, irritação, nervosismo e insônia); corrimento 
vaginal; prurido vaginal; disfunções sexuais; uso de anticoncepcionais orais outro tipo de contracepção. 
• Sistema hemolinfopoético: adenomegalias; esplenomegalias; sangramentos. 
• Sistema endócrino: alterações desenvolvimento físico (nanismo; gigantismo; acromegalia); alterações desenvolvimento sexual 
(puberdade precoce ou atrasada); tolerância a calor e frio; relação apetite e peso; nervosismo; tremores; alterações pele e 
fâneros; ginecomastia; hirsutismo. 
• Sistema osteoarticular: dor óssea; deformidades ósseas; dor, edema, calor, rubor articular; deformidades articulares; rigidez 
articular; limitação de movimentos; sinais inflamatórios; atrofia muscular; espasmos musculares; cãibras; fraqueza muscular; 
mialgia. 
• Sistema nervoso: síncope; lipotímia; torpor; coma; alterações da marcha; convulsões; ausência; distúrbio de memória; distúrbios 
de aprendizagem; alterações da fala; transtornos do sono; tremores; incoordenação de movimentos; pares ias; paralisias; 
parestesias; anestesias. Promoção de saúde: uso de andadores, cadeira de rodas, fisioterapia. Instruir o paciente! 
• Exame psíquico e condições emocionais: consciência; atenção; orientação (tempo e espaço); pensamento (normal, 
alteração do curso ou conteúdo); memória; inteligência; senso percepção; vontade; humor; alucinações visuais e auditivas; atos 
compulsivos; pensamentos obsessivos recorrentes; ansiedade; angústia; sensação de medo constante; dificuldade em ficar 
em ambientes fechados (claustrofobia) ou em ambientes abertos (agorofobia); hábito de roer unhas (ornicofagia); hábito de 
comer cabelos (tricofagia); tiques; vômitos induzidos. 
5º- HISTÓRIA MÓRBIDA PREGRESSA (HMP): 
Doenças da infância, doenças crônicas (DM, HAS, neoplasias, procedimentos cirúrgicos, acidentes e traumatismos, internações 
previas. 
→ Fisiológico: 
• Gestação e nascimento: gestação (normal/complicações), condições do parto (normal domiciliar/normal 
hospitalar/cesárea/gemelar/uso de fórceps); ordem de nascimento; quantidade de irmãos. 
• Desenvolvimento psicomotor e neural (idade que iniciou a dentição; o engatinhar; o andar; o falar e controle de esfíncteres; 
desenvolvimento físico; aproveitamento escolar). *Muitos pacientes não vão saber detalhes do seu nascimento e desenvolvimento, 
sendo mais importante na pediatria. 
• Desenvolvimento sexual: puberdade (normal/precoce/tardia); menarca (idade), menopausa (idade), sexarca (idade); orientação 
sexual (HSM, HSH, HSMH, MSH, MSM, MSMH). 
→ Patológicos 
• Doenças da infância (sarampo, varicela, caxumba, amigdalites, outras) 
• Traumas/acidentes 
• Doenças graves e/ou crônicas (HAS, diabetes, hepatite, malária, artrose, litíase renal, gota, pneumonia, osteoporose, outras) 
• Cirurgias 
• Transfusões sanguíneas (nº/quando/onde/motivo) 
• História obstétrica: nº de gestações (G); nº de partos (P); nº de abortos (A); nº de prematuros e n2 de cesarianas (C) 
(G_ P_ A_ C_). 
• Nº de filhos (importante saber a paternidade) 
• Imunizações (qual vacina/quando/doses) 
• Alergias 
• Medicamentos em uso atual (qual/posologia/motivo/quem prescreveu) 
6º- HISTÓRIA MÓRBIDA FAMILIAR (HMF): 
Pai, mãe, irmãos, descendentes, cônjuge, doenças crônicas (DM, HAS, doenças reumáticas e neoplasias na família) 
7º- HISTÓRICO FISIOLÓGICO E SOCIAL (HFS): 
Condições de nascimento e desenvolvimento. 
• Alimentação: 
- Alimentação quantitativa e qualitativamente adequada 
 - Reduzida ingesta de fibras/proteínas/vegetais/ leguminosas/carne branca/carne vermelha - Alimentação com alto teor 
de gorduras 
 - Baixa ingestão de líquidos 
*Perguntarquantos copos e água por dia e o tamanho do copo; água filtrada ou fervida, de poço ou da rua; uso de hipoclorito; 
instruir o paciente! 
• Ocupação atual e ocupações anteriores 
• Viagens recentes (onde, período de estadia) 
• Atividades físicas diárias e regulares 
*Caminhadas diárias ate o trabalho ou escola são consideradas. 
• Atividade sexual (n° parceiros/hábitos sexuais mais frequentes/uso de preservativos) 
• Manutenção do peso 
• Consumo de bebida alcoólica (tipo de bebida, quantidade, frequência, duração do vício; abstinência) 
• Uso de tabaco (tipo, quantidade, frequência, duração do vício; abstinência) 
• Uso de outras drogas ilícitas (tipo, quantidade, frequência, duração do vício; abstinência) 
• Uso de outras substâncias 
• Condições socioeconômicas e culturais (condições de moradia; saneamento básico e coleta de lixo) 
*Quantas pessoas na casa; alvenaria ou madeira ou outro; quantos cômodos; banheiro dentro ou fora de casa. 
• Contato com pessoas ou animais doentes (onde, quando e duração) 
• Vida conjugal e ajustamento familiar (relacionamento com pais, irmãos, cônjuge, filhos, outros familiares e amigos) 
*Dica: perguntar se o paciente e o(a) companheiro(a) “é namorador(a)?” para descobrir se há relações extraconjugais. 
• Condições econômicas (rendimento mensal, dependência econômica, aposentadoria) 
É a exploração feita a partir do sentido da visão. A inspeção começa no momento em que se entra em contato com o paciente 
realizando-se uma “inspeção geral” 
A "inspeção direcionada' pode ser panorâmica ou localizada pode ser efetuada a olho nu ou com auxílio de uma lupa. 
A inspeção exige boa iluminação, exposição adequada da região a ser inspecionada ( a iluminação mais adequada é a luz 
natural incidindo obliquamente, ou a luz deve ser branca e de intensidade suficiente. 
Para a inspeção das cavidades, usa-se um foco luminoso, que pode ser uma lanterna comum. 
A inspeção deve ser realizada por partes, desnudando-se somente a região a ser examinada 
• Inspeção frontal: olhar frente a frente a região a ser examinada. 
• Observar a região tangencialmente: essa é a maneira correta para pesquisar movimentos mínimos na superfície 
corporal, tais como pulsações ou ondulações e pequenos abaulamentos ou depressões 
 O tato fornece impressões sobre a parte mais superficial, e a pressão sobre as mais profundas. 
Pela palpação percebem-se modificações de textura, temperatura, umidade, espessura, consistência, sensibilidade, volume, dureza, 
além da percepção de frêmito, elasticidade, reconhecimento de flutuação, crepitações, vibração, pulsação e verificação da 
presença de edema e inúmeros outros fenômenos. 
SEMIOTÉCNICA 
A técnica da palpação deve ser sistematizada, com a abordagem tranquila e gentil 
Explique cada etapa do exame ao paciente e a maneira como ele pode cooperar. Geralmente, o paciente fica em decúbito 
dorsal, e o examinador de pé, à direita do paciente. 
Palpação com a mão espalmada (toda a palma de uma ou de ambas as mãos) 
 
 
 
Pesquisa de flutuação 
Em que se aplica o dedo indicador da mão esquerda sobre um lado da tumefação, enquanto o da outra mão, colocado no lado 
oposto, exerce sucessivas compressões perpendicularmente à superfície cutânea. Havendo líquido, a pressão determina um leve 
rechaço do dedo da mão esquerda, ao que se denomina flutuação. 
 
Palpação com uma das mãos superpondo-se uma à outra 
 
 
Palpação com a mão espalmada (apenas as polpas digitais e a parte ventral dos 
dedos) 
 
Palpação com a borda da mão 
 
 
Palpação usando-se o polegar e o indicador - "pinça" 
 
 
Palpação com o dorso dos dedos ou das mãos. 
Esse procedimento é específico para avaliação da temperatura. 
 
 
Digitopressão, realizada com a polpa do polegar ou do indicador. 
Consiste na compressão de uma área com diferentes objetivos: pesquisar a existência de dor, avaliar a circulação cutânea, 
detectar se há edema. 
 
 
Puntipressão (comprimir com um objeto pontiagudo um ponto do corpo) 
É usada para avaliar a sensibilidade dolorosa e para analisar telangiectasias tipo aranha vascular. 
 
 
Vitropressão 
Realizada com o auxílio de uma lâmina de vidro que é comprimida contra a pele, analisando-se a área através da própria lâmina. 
Sua principal aplicação é na distinção entre eritema de púrpura (no caso de eritema, a vitropressão provoca o apagamento da 
vermelhidão e, no de púrpura, permanece a mancha) 
 
 
Fricção com algodão 
Com uma mecha de algodão roça-se levemente um segmento cutâneo, procurando ver como o paciente o sente. 
É utilizada para avaliar sensibilidade cutânea. 
 
 
Palpação bimanual combinada das glândulas salivares 
 
Quando o dedo indicador da mão direita é introduzido na boca, enquanto as polpas digitais dos outros dedos - exceto o polegar 
- da outra mão fazem a palpação externa na área de projeção da glândula; 
Um exemplo de palpação bimanual é o toque ginecológico combinado com a palpação da região suprapúbica 
 
 
Analisar som e resistência oferecida pela região golpeada. 
A percussão baseia-se no princípio de: ao se golpear um ponto qualquer do corpo, originam-se vibrações que têm características 
próprias quanto à intensidade, ao timbre e à tonalidade, dependendo da estrutura anatômica percutida. 
 
Percussão Direta 
• Golpear diretamente a região-alvo com as pontas dos dedos. 
• Imitar martelo 
• Seco e rápido 
• Percussão de tórax de lactente e região sinusal em adultos. 
 
Persussao Digitodigital 
• Golpeando com a borda ungueal do dedo médio ou do indicador da mão direita a superfície dorsal da segunda falange 
do dedo médio ou do indicador da outra mão. 
• Plexor: dedo que golpeia. 
• Plexímetro: dedo que é golpeado. 
 
 
 
Punho-Percussão 
Mantendo-se a mão fechada, golpeia-se com a borda cubital a região em estudo e averiguasse se a manobra desperta 
sensação dolorosa. 
 
 
Percussão com a borda da mão 
Os dedos ficam estendidos e unidos, golpeando-se a região desejada com a borda ulnar, procurando observar se a 
manobra provoca alguma sensação dolorosa. 
 
 
Tipos de sons obtidos à percussão: 
Os sons obtidos à percussão poderiam ser classificados quanto à intensidade, ao timbre e à tonalidade. 
• Som maciço: é o que se obtém ao percutir regiões desprovidas de ar (na coxa, no rúvel do fígado, do coração e do 
baço) 
• Som submaciço: constitui uma variação do som maciço. A existência de ar em quantidade restrita lhe concede 
características peculiares 
• Som timpânico: é o que se consegue percutindo sobre os intestinos ou no espaço de Traube (fundo do estômago) 
ou qualquer área que contenha ar, recoberta por uma membrana flexível 
• Som claro pulmonar: é o que se obtém quando se golpeia o tórax normal. Depende da existência de ar dentro dos 
alvéolos e demais estruturas pulmonares. - Em situações especiais, podem-se utilizar as seguintes técnicas de 
percussão: 
→ Punho-percussão: mantendo-se a mão fechada, golpeia-se com a borda cubital a região em estudo e averigua-
se se a manobra desperta sensação dolorosa. 
→ Percussão com a borda da mão: os dedos ficam estendidos e unidos, golpeando-se a região desejada com a 
borda ulnar, procurando observar se a manobra provoca alguma sensação dolorosa. 
Esses dois tipos de percussão são usados no exame físico dos rins. Os golpes são dados na área de projeção deste órgão 
(regiões lombares), e a dor é sugestiva de lesões inflamatórias das vias urinárias altas (pielonefrite). 
• Percussão por piparote: com uma das mãos o examinador golpeia o abdome com piparotes, enquanto a outra, 
espalmada na região contralateral, procura captar ondas líquidas chocando-se contra a parede abdominal. A percussão 
por piparote é usada na pesquisa de ascite 
 
 A ausculta consiste em ouvir os sons produzidos pelo corpo. Em sua maioria, os ruídos corporais são muito suaves e 
devem ser canalizados através de um estetoscópiopara serem avaliados. 
SEMIOTÉCNICA 
→ A posição habitual do paciente para a ausculta do coração é o decúbito dorsal com a cabeça apoiada ou não 
em um travesseiro. O paciente sentado com o tórax ligeiramente inclinado para frente ou em decúbito lateral 
esquerdo são outras posições para ausculta de sons cardíacos específicos. O examinador fica em pé, à direita 
do paciente. 
→ Para se auscultarem os ruídos respiratórios, o paciente mantém-se sentado, um pouco inclinado para frente. 
O examinador posiciona-se à direita do paciente, durante a ausculta anterior, e à esquerda, durante a ausculta 
posterior. 
→ A posição mais frequente do paciente para a ausculta do abdome é o decúbito dorsal, com o examinador 
em pé, à direita dele 
→ Instrução do paciente de maneira adequada: as solicitações feitas ao paciente devem ser claras. Quando se 
deseja que ele altere seu modo de respirar (aumentar a amplitude, inspirar profundamente, expirar de modo 
forçado, parar a respiração), isso deve ser feito em linguagem compreensível. Quando se quer, uma expiração 
forçada, o jeito de obtê-la é solicitar ao paciente que esvazie o peito, soprando todo o ar que for possível 
 
 
É o conjunto de dados exibidos na face do paciente. É a resultante dos traços anatômicos mais a expressão fisionômica. 
Não apenas os elementos estáticos, mas, e principalmente, a expressão do olhar, os movimentos das asas do nariz e a posição 
da boca. Certas doenças imprimem na face traços característicos, e, algumas vezes, o diagnóstico nasce da simples observação 
do rosto do paciente. 
 
FÁCIES NORMAL OU ATÍPICA 
Mesmo quando não há traços anatômicos ou expressão fisionômica para caracterizar um dos tipos de fácies descrito a seguir, 
é importante identificar, no rosto do paciente, sinais indicativos de tristeza, ansiedade, medo, indiferença, apreensão. 
 
FÁCIES HIPOCRÁTICA 
Olhos fundos, parados e inexpressivos; nariz afilado, e lábios adelgaçados (finos). "Batimentos das asas do nariz" podem ser 
observados. Quase sempre o rosto está coberto de suor. Palidez cutânea e uma discreta cianose labial. Esse tipo de fácies indica 
doença grave e quase nunca falta nos estados agônicos das afecções que evoluem de modo mais ou menos lento. 
 
FÁCIES RENAL 
O elemento característico desse tipo de fácies é o edema que predomina ao redor dos olhos. Completa o quadro a palidez 
cutânea. É observada nas doenças difusas dos rins, particularmente na síndrome nefrótica e na glomerulonefrite difusa aguda. 
Fisiopatologia: perda urinária de proteínas macromoleculares, primariamente albumina, causando um extravasamento capilar 
generalizado, devido à hipoalbuminemia com diminuição da pressão oncótica. 
 
FÁCIES LEONINA 
Lesões do mal de Hansen (Hanseníase – Mycobacterium leprae). 
A pele, além de espessa, é sede de grande número de lepromas de tamanhos variados e confluentes, em maior número na 
fronte. Os supercílios caem, o nariz se espessa e se alarga. Os lábios tornam-se mais grossos e proeminentes. As bochechas e 
o mento se deformam pelo aparecimento de nódulos. A barba escasseia ou desaparece. Essas alterações em conjunto conferem 
ao rosto do paciente um aspecto de cara de leão, origem de sua denominação. 
Fisiopatologia: formação de granuloma tuberculóide, constituído por agregado de células fagocitárias mononucleares com 
diferenciação epitelióide bem evidente e participação de células gigantes multinucleadas tipo Langhans no centro da lesão e 
com a presença de linfócitos que confere um halo denso contornando este granuloma. Os granulomas do tipo TT estendem-se 
desde a derme profunda até a papilar, podendo inclusive atingir a camada basal da epiderme. Causa fibrose levando ao 
espessamento e ressecamento da pele. 
 
FÁCIES ADENOIDIANA 
O nariz pequeno e afilado e a boca sempre entreaberta. Aparece nos indivíduos portadores de hipertrofia das adenoides, as 
quais dificultam a respiração pelo nariz ao obstruírem os orifícios posteriores das fossas nasais. 
 
FÁCIES PARKINSONIANA 
A cabeça inclina-se um pouco para frente e permanece imóvel nesta posição. O olhar fixo, os supercílios elevados e a fronte 
enrugada conferem ao paciente uma expressão de espanto. A fisionomia é impassível e costuma-se dizer que esses pacientes 
se parecem com uma figura de máscara. A fácies parkinsoniana é observada na síndrome ou na doença de Parkinson. 
 
FÁCIES BASEDOWIANA 
Seu traço mais característico reside nos olhos, que são salientes (exoftalmia) e brilhantes, destacando-se sobremaneira no rosto 
magro. A expressão fisionômica indica vivacidade. Contudo, às vezes, tem um aspecto de espanto e ansiedade. Outro elemento 
que salienta as características da fácies basedowiana é a presença de um bócio. Indica hipertireoidismo. 
Fisiopatologia: esta doença é caracterizada por inflamação, congestão, hipertrofia e fibrose da gordura e músculos orbitários, 
causando aumento volumétrico destes devido a reação cruzada de linfócitos T sensibilizados e/ou anticorpos contra antígenos 
comuns à tireoide e à órbita. 
A reação linfocitária causa um aumento das estruturas posteriores à orbita, causando a sua protusão. Pode ser irreversível 
quando há fibrose já instalada devido ao recrutamento de fibroblastos pela reação inflamatória. 
 
 
FÁCIES MIXEDEMATOSA 
Constituída por um rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada e com acentuação de seus sulcos. As 
pálpebras tomam-se infiltradas e enrugadas. Os supercílios são escassos e os cabelos secos e sem brilho. Além dessas 
características morfológicas, destaca-se uma expressão fisionômica indicativa de desânimo e apatia. Esse tipo de fácies aparece 
no hipotireoidismo ou mixedema. 
Fisiopatologia: no hipotireoidismo há uma diminuição dos hormônios tiroidianos, causando um desaceleramento do metabolismo 
que irá se expressar com cansaço, sono, lentidão, apatia, desanimo. 
 
FÁCIES ACROMEGÁLICA 
Caracterizada pela saliência das arcadas supraorbitárias, proeminência das maçãs do rosto e maior desenvolvimento do maxilar 
inferior, além do aumento do tamanho do nariz, lábios eorelhas. Nesse conjunto de estruturas hipertrofiadas, os olhos parecem 
pequenos. 
Fisiopatologia: a acromegalia geralmente acomete a meia idade e é causada pelo excesso de Hormônio do Crescimento. Devido 
as zonas de crescimento ósseas já terem se calcificado, há um aumento das zonas cartilaginosas (orelha e nariz) e das 
extremidades ósseas (maxilar, arcadas supraorbitárias). 
 
FÁCIES CUSHINGOIDE OU DE LUA CHEIA 
Arredondamento do rosto, com atenuação dos traços faciais. Aparecimento de acne.Este tipo de fácies é observado nos casos 
de síndrome de Cushing por hiperfunção do córtex suprarrenal. Pode ocorrer também nos pacientes que fazem uso de 
corticoides. 
Fisiopatologia: Na síndrome de Cushing (que pode ser causada pelo uso excessivo de corticoide ou por um tumor na hipófise que 
faz hipersecreção de ACTH) há um alto nível de cortisol, este por sua vez irá atuar sobre as células do fígado (estimulando a 
quebra de glicogênio e aumento os níveis de glicose no sangue) e células adiposas (aumentando a lipólise), o resultado desses 
mecanismos é o aumento de lipídeos no sangue ocasionando uma redistribuição de gordura corporal e consequentemente 
obesidade. 
Pletora facial: observada na Síndrome de Cushing, qualquer que seja sua causa, aparecendo em cerca de 70% dos pacientes, 
decorre do afilamento da epiderme e tecido conectivo subepidérmico, com visualização da vascularização da derme. Este 
adelgaçamento também é responsável pela fragilidade cutânea observada, com tendência a equimoses após trauma mínimo e 
pelas estrias, que são largas e arroxeadas. 
 
 
FÁCIES MONGOLOIDE 
Está na fenda palpebral seu elemento característico: é uma prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos, bem distantes 
um do outro, lembrando o tipo de olhos dos chineses. Acessoriamente, nota-se um rosto redondo, boca quase sempre entreabertae uma expressão fisionômica de pouca inteligência. 
É observada no mongolismo, modernamente chamado trissomia do par 21 ou síndrome de Down, que é tradução de um defeito 
genético. 
 
FÁCIES DE DEPRESSÃO 
Cabisbaixo, os olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante. Muitas vezes o olhar permanece voltado para o chão. O 
sulco nasolabial se acentua, e o canto da boca se rebaixa. O conjunto fisionômico denota indiferença, tristeza e sofrimento moral. 
Esse tipo de fácies é observado nos transtornos do humor. 
 
FÁCIES PSEUDOBULBAR 
Tem como principal característica súbitas crises de choro ou riso, involuntárias, mas conscientes, que levam o paciente a tentar 
contê-las, dando um aspecto espasmódico à fácies. Aparece geralmente na paralisia pseudobulbar (aterosclerose cerebral). 
Fisiopatologia: É causada pelo comprometimento bilateral das aferências bulbares supranucleares determinada por diferentes 
fatores etiológicos, entre os quais transtornos cerebrovasculares, traumatismo cranioencefálico, doenças do neurônio motor 
superior e esclerose múltipla. 
 
FÁCIES DA PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA 
É bastante comum. Chama a atenção a assimetria da face, com impossibilidade de fechar as pálpebras, repuxamento da boca 
para o lado são e apagamento do sulco nasolabial. 
Fisiopatologia: é um distúrbio de instalação repentina, sem causa aparente, marcado pelo enfraquecimento ou paralisia dos 
músculos de um dos lados do rosto. Ela se instala em virtude de uma reação inflamatória envolvendo o nervo facial (sétimo par 
dos nervos cranianos), que incha e fica comprimido dentro de um estreito canal ósseo localizado atrás da orelha. Essa alteração 
o impede de transmitir os impulsos nervosos para os músculos responsáveis pela mímica facial, provocando incapacidade funcional 
e assimetria da expressão fisionômica, que resultam em danos estéticos muito desagradáveis. 
 
FÁCIES MIASTÊNICA OU FÁCIES DE HUTCHINSON 
Caracterizada por ptose palpebral bilateral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça. Ocorre na miastenia 
gravis e em outras miopatias que comprometem os músculos da pálpebra superior. 
 
FÁCIES DO DEFICIENTE MENTAL 
Os traços faciais são apagados e grosseiros; a boca constantemente entreaberta, às vezes com salivação. Hipertelorismo e 
estrabismo, quando presentes, acentuam essas características morfológicas. Todavia, o elemento fundamental desse tipo de 
fácies está na expressão fisionômica. O olhar é desprovido de objetivo, e os olhos se movimentam sem se fixarem em nada, 
traduzindo um constante alheamento ao meio ambiente. 
É comum que tais pacientes tenham sempre nos lábios um meio sorriso sem motivação e que se acentua em resposta a 
qualquer solicitação. Acompanha tudo isso uma voz grave percebida por um falar de meias-palavras, às vezes substituído por 
um simples ronronar. 
 
FÁCIES ETÍLICA 
Chamam a atenção os olhos avermelhados e certa ruborização da face. O hálito etílico, a voz pastosa e um sorriso meio 
indefinido completam a fácies etílica. 
 
FÁCIES ESCLERODÉRMICA 
Denominada também fácies de múmia, quase completa imobilidade facial. Isso se deve às alterações da pele, que se torna 
apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos, com repuxamento dos lábios, afinamento do nariz e imobilização 
das pálpebras. A fisionomia é inexpressiva, parada, imutável, justificando mais uma vez a comparação com múmia. 
Fisiopatologia: Esclerose Localizada é uma doença auto-imune que tem como consequência a pele espessada, causada por uma 
superprodução de colágeno, que apesar se ser um componente normal da célula, se encontra em excesso. O acúmulo anormal 
de tecido colágeno se chama fibrose. Este processo está confinado às áreas de pele afetada 
 
FACE HEMIPLÉGICA 
Oobserva-se evidente assimetria do rosto, desvio da comissura labial para o lado são, aumento da fenda palpebral e 
desaparecimento dos sulcos faciais do lado paralisado. 
 
FACE lÚPICA 
Eritema facial em asa de borboleta (vespertílio). 
 
 
É uma avaliação subjetiva com base no conjunto de dados exibidos pelo paciente e interpretados de acordo com a experiência 
de cada um. 
- Para descrever a impressão obtida, usa-se a seguinte nomenclatura: 
• Bom Estado Geral; 
• Regular Estado Geral; 
• Ruim Estado Geral 
Atualmente, usa-se a escala de coma de Glasgow (EG) para se avaliar alterações do nível de consciência. Tal avaliação consiste 
na análise de três parâmetros: abertura ocular, reação motora e resposta verbal, obtidos por vários estímulos, desde a atividade 
espontânea e estímulos verbais até estímulos dolorosos. 
 
É uma escala neurológica que parece constituir-se num método confiável e objetivo de registrar o nível de consciência de uma 
pessoa, para avaliação inicial e contínua após um traumatismo craniano. 
OCULAR: 
(4) Espontânea: abre os olhos sem a necessidade de estímulo externo. 
(3) Ao som: abre os olhos quando é chamado. 
(2) À pressão: paciente abre os olhos após pressão na extremidade dos dedos (aumentando progressivamente a intensidade 
por 10 segundos). 
(1) Ausente: não abre os olhos, apesar de ser fisicamente capaz de abri-los. 
VERBAL: 
(5) Orientada: consegue responder adequadamente o nome, local e data. 
(4) Confusa: consegue conversar em frases, mas não responde corretamente as perguntas de nome, local e data. 
(3) Palavras: não consegue falar em frases, mas interage através de palavras isoladas. 
(2) Sons: somente produz gemidos. 
(1) Ausente: não produz sons, apesar de ser fisicamente capaz de realizá-los. 
MOTORA: 
(6) À ordem: cumpre ordens de atividade motora (duas ações) como apertar a mão do profissional e colocar a língua para 
fora. 
(5) Localizadora: eleva a mão acima do nível da clavícula em uma tentativa de interromper o estímulo (durante o pinçamento 
do trapézio ou incisura supraorbitária). 
(4) Flexão normal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma flexão rápida do braço ao nível do cotovelo e na direção 
externa ao corpo. 
(3) Flexão anormal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma flexão lenta do braço na direção interna do corpo. 
(2) Extensão: há uma extensão do braço ao nível do cotovelo. 
(1) Ausente: não há resposta motora dos membros superiores e inferiores, apesar de o paciente ser fisicamente capaz de 
realizá-la. 
Pupilar 
(-2) Inexistente: nenhuma pupila reage ao estímulo de luz 
(-1) Parcial: apenas uma pupila reage ao estímulo de luz. 
(0) Completa: as duas pupilas reagem ao estímulo de luz. 
 
A Pontuação é de 3 a 15. E a interpretação é o seguinte : 
• 3 – coma profundo (vegetativo); 
• 4 – coma profundo; 
• 7 – coma intermediário; 
• 11 – coma superficial; 
• 15 – normalidade. 
As alterações da fala classificam-se da seguinte maneira: 
• Disfonia ou afonia : alteração do timbre da voz; problema no órgão fonador. A voz pode tornar-se rouca, fanhosa ou bitonal. 
• Dislalia: alterações menores da fala, comuns em crianças, como a troca de letras ("tasa" por "casa''). 
Uma forma especial é a disritmolalia (distúrbios no ritmo da fala) - gagueira e taquilalia (Distúrbio em que há aceleração 
exagerada da fala). 
• Disartria : alterações nos músculos da fonação, incoordenação cerebral (voz arrastada, escandida), hipertonia no parkinsonismo 
(voz baixa, monótona e lenta) ou perda do controle piramidal (paralisia pseudobulbar). 
• Disfasia : aparece com completa normalidade do órgão fonador e dos músculos da fonação e depende de uma perturbação 
na elaboração cortical da fala. Pode ser de alterações mínimas até perda total da fala. 
A disfasia pode ser de recepção ou sensorial (o paciente não entende o que se diz a ele), ou de expressão ou motora (o 
paciente entende, mas não consegue se expressar), ou ainda do tipo misto, que é, aliás, o mais frequente. A disfasia traduz 
lesão do hemisfério dominante: o esquerdo no destro, e vice-versa, mas não chega a ter valor localizatório muitopreciso. 
• Disgrafia : perda da capacidade de escrever 
• Dislexia : perda da capacidade de ler. 
• Retardo do desenvolvimento da fala na criança, que pode indicar alguma anormalidade neurológica. 
 
Feita pela observação geral do paciente e suas reações às solicitações habituais, incluindo respostas a perguntas simples 
Normal: o paciente esta alerta, atento ao que acontece a seu redor , reponde às perguntas de modo coerente, reage aos 
estímulos de maneira inapropriada 
Consciência alterada: a alteração pode ser de grau leve ou intenso (torpor, indiferença ao ambiente, ou só responde quando 
solicitado, confusão mental) 
 Inconsciente: não toma conhecimento do que acontece a seu redor, não responde perguntas, não reage a estímulos, mesmo 
os dolorosos. 
 
Deve-se observar a atitude ou posição do paciente não apenas no leito, mas também quando ele se põe de pé. 
Uma postura defeituosa pode ser consequência de mau costume ou de afecção da coluna vertebral. 
• Boa postura: 
- Cabeça ereta ou ligeiramente inclinada para diante 
- Peito erguido, fazendo adiantar ao máximo essa partedo corpo 
- Abdome inferior achatado ou levemente retraído 
- Curvas posteriores nos limites normais 
• Postura sofrível: 
- Cabeça levemente inclinada para diante 
- Peito achatado 
- Abdome algo protruso, passando a ser a parte maissaliente do corpo 
- Curvas posteriores exageradas 
• Má postura: 
- Cabeça acentuadamente inclinada para diante 
- Peito deprimido 
- Abdome saliente e relaxado 
- Curvas posteriores extremamente exageradas. 
Essas posturas guardam certa relação com o biotipo da pessoa. Assim, os longilíneos frequentemente reúnem as características 
de uma má postura. 
• Cifose: é uma alteração da forma da coluna dorsal com concavidade anterior; "corcunda”. A causa mais comum é o vício de 
postura. Pode ser consequência de tuberculose da coluna (mal de Pott), osteomielite, neoplasias, ou ser de origem congênita. 
• Lordose (cervical ou lombar): é o encurvamento da coluna vertebral, formando concavidade para trás. Decorre de alterações 
de vértebras ou de discos intervertebrais, podendo ser citada como exemplo a espondilite reumatoide 
• Escoliose: é o desvio lateral da coluna em qualquer segmento vertebral, sendo mais frequente na coluna lombar ou lombodorsal. 
Pode ser de origem congênita ou secundária a alterações nas vértebras ou dos músculos paravertebrais. 
→ Uma atitude muito típica pode ser vista nos parkinsonianos e é determinada pela rigidez muscular generalizada. O 
paciente permanece com o tronco ligeiramente fletido para frente, os membros superiores igualmente fletidos, enquanto 
as mãos e os dedos se movem continuamente, tomados de um tremor lento e de amplitude sempre igual. 
→ Postura e envelhecimento: Algumas alterações na postura podem ser consideradas típicas da velhice, mas variam a 
época e a velocidade em que essas alterações vão ocorrer e até que ponto elas serão influenciadas pelas doenças, 
tratamentos e sequelas apresentadas pelos pacientes. Com o avançar da idade, a cabeça desloca-se para frente e 
ocorre uma diminuição da lordose lombar normal. 
-Por ser prática e simples, adotamos a seguinte classificação: 
• Longilíneo: pescoço longo e delgado, tórax afilado e chato, membros alongados com franco predomínio sobre o tronco, ângulo 
de Charpy menor que 90°, musculatura delgada e panículo adiposo pouco desenvolvido, tendência para estatura elevada 
• Mediolíneo: equilíbrio entre os membros e o tronco, desenvolvimento harmônico da musculatura e do panículo adiposo, ângulo 
de Charpy em torno de 90° 
• Brevilíneo: pescoço curto e grosso, tórax alargado e volumoso, membros curtos em relação ao tronco, ângulo de Charpy maior 
que 90°, musculatura desenvolvida e panículo adiposo espesso o Tendência para baixa estatura. 
 
Ao observar a maneira pela qual o paciente se locomove é possível, em algumas afecções neurológicas, suspeitar do ou fazer 
o diagnóstico sindrômico. A todo e qualquer distúrbio da marcha, dá-se o nome de disbasia. A disbasia pode ser uni ou bilateral, 
e os tipos mais representativos são determinados a seguir: 
→ Marcha helicópode, ceifante ou hemiplégica: 
• mantém o membro superior fletido em 90°C no cotovelo e em adução, e a mão fechada em leve pronação. 
• o membro inferior do mesmo lado é espástico, e o joelho não flexiona. • devido a isso, a perna tem de se arrastar pelo chão, 
descrevendo um semicírculo quando o paciente troca o passo. 
• aparece nos pacientes que apresentam hemiplegia, cuja causa mais comum é acidente vascular cerebral (AVC) 
→ Marcha anserina ou do pato: 
• acentua a lordose lombar e vai inclinando o tronco ora para a direita, ora para a esquerda, alternadamente. 
• É encontrada em doenças musculares e traduz diminuição da força dos músculos pélvicos e das coxas. 
→ Marcha parkinsoniana: 
• anda como um bloco, enrijecido, sem o movimento automático dos braços. • a cabeça permanece inclinada para a frente, e 
os passos são miúdos e rápidos, dando a impressão de que o paciente "corre atrás do seu centro de gravidade" e vai cair 
para a frente. 
• ocorre nos portadores da doença de Parkinson. 
→ Marcha cerebelar ou marcha do ébrio 
• esse tipo de marcha traduz incoordenação de movimentos em decorrência de lesões do cerebelo. 
• zigue-zagueia como um bêbado. 
→ Marcha tabética: 
• mantém o olhar fixo no chão 
• os membros inferiores são levantados abrupta e explosivamente, e, ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o 
solo de modo bem pesado. • indica perda da sensibilidade proprioceptiva por lesão do cordão posterior da medula. 
→ Marcha de pequenos passos: 
• passos muito curtos e, ao caminhar, arrastar os pés como se estivesse dançando “marchinha". 
• aparece na paralisia pseudobulbar e na atrofia cortical da senilidade. - Marcha vestibular: 
• lateropulsão quando anda; é como se fosse empurrado para o lado ao tentar mover se em linha reta. 
• se o paciente for colocado em um ambiente amplo e lhe for solicitado ir de frente e voltar de costas, com os olhos fechados, 
ele descreve-rá uma figura semelhante a uma estrela, daí ser denominada também marcha em estrela. 
• paciente com lesão vestibular (labirinto) 
→ Marcha escarvante: 
• paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, ao tentar caminhar, toca com a ponta do pé o solo e tropeça. 
• para evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior, o que lembra o "passo de ganso" dos soldados prussianos. 
→ Marcha claudicante 
• manca para um dos lados. 
• ocorre na insuficiência arterial periférica e em lesões do aparelho locomotor. 
→ Marcha em tesoura ou espástica: 
• os dois membros inferiores enrijecidos e espásticos permanecem semifletidos, os pés se arrastam e as pernas se cruzam 
uma na frente da outra quando o paciente tenta caminhar. 
• o movimento das pernas lembra uma tesoura em funcionamento. Esse tipo de marcha é bastante frequente nas manifestações 
espásticas da paralisia cerebral. 
Ao se detectar um linfonodo, ou grupo de linfonodos, existem 4 características principais que devem, obrigatoriamente, ser 
descritas: 
→ tamanho; 
→ consistência; 
→ sensibilidade à dor; 
→ adesão a outros linfonodos e aos planos corporais. 
→ a mobilidade do linfonodo 
→ as condições da pele adjacente, como coloração, integridade e presença de secreção. 
Existem algumas regras gerais para auxiliar: 
• Linfonodos maiores que a falange distal do dedo mínimo do paciente são de importância clínica e devem avaliados com 
mais minúcia. 
• Linfonodos palpáveis em áreas atípicas (e.g pré-auriculares) devem ser investigados, mesmo se forem de pequeno 
tamanho. 
• Dor (assim como outros sinais flogísticos, tais quais calor, rubor e tumor) é um indicativo deinflamação. Sempre tomar 
cuidado com esse fato, pois em alguns pacientes com doença de Hodgkin pode ocorrer enfartamento ganglionar , 
ocasionando umquadro semelhante. 
• A consistência pétrea é sinal de doença metastática. Já linfonodos com consistência semelhante à de borrachas 
encontradas nas pontas de lápis são frequentes nos linfomas. 
• Linfonodos aderidos são encontrados com muito mais frequência em doenças malignas do que em processos 
inflamatórios benignos. 
 
SEMIOTECNICA 
O exame dos linfonodos se faz por meio da inspeção e da palpação, um método completando o outro. A inspeção deve seguir 
a regra de ser feita sempre com boa iluminação, abrangendo homogeneamente a região examinada, que deve estar despida. 
O lado contralateral deve ser sempre comparado. 
A palpação é realizada com as polpas digitais e a face ventral dos dedos médio, indicador e polegar; no caso da extremidade 
cervical, ajustasse a cabeça em uma posição que relaxe os músculos do pescoço, inclinando levemente a cabeça para o lado 
que se deseja examinar. 
Os linfonodos cervicais são mais facilmente palpáveis com o examinador posicionado atrás do paciente 
Os linfonodos da cadeia jugular são mais bem examinados apreendendose o músculo esternocleidomastóideo entre o polegar e 
os dedos indicador e médio de uma das mãos 
 
Esses linfonodos encontram-se agrupados em diversas cadeias: pré e pós auriculares, occipitais, submandibulares, submentuais, 
cervicais anterior e posterior, sendo as cervicais as mais importantes. 
O grupo ganglionar da cabeça e pescoço se dividem em seis níveis anatômicos, dentro dos triângulos anatômicos do pescoço: 
 
Nivel 1 : Trigono submandibulares (1B) e submentonianos ( 1A). Localizados na região do musculo digastrico e osso hióde. 
Nivel II: Linfonodos jugulares altos ( jugocarotideo), jugodigastrico e linfonodos proxims ao X1 par craniano, localização IIA e IIB. 
Nivel III (Linfonodos jugulares médio) e IV ( Linfonodos julgulares inferiores, escalenos e supraclaviculares) 
Nivel V: Linfonofod ao longo do nervo acessório no trígono cervical posterior. 
Nivel V1 : Linfonodos paratraqueais, pré-traqueais, peritireoidianos e pré-cricóides. Limite superior: osso hióde. Limite laterais: 
carótidas. Limite inferior: fúrcula. 
Um dado interessante é referente à presença de linfonodos palpáveis na membrana hipotireóideia. Eles estão aumentados nos 
carcinomas de traquéia e tireóide ou na tireoidite de hashimoto. Eles são conhecidos como nodos de Delfos, em homenagem ao 
oráculo da mitologia grega que previa desastres em mensagens secretas, que somente podiam ser interpretadas pelos mais 
inteligentes. 
Outro dado interessante (talvez mais importante que o passado) é que as neoplasias malignas intraabdominais não enviam 
metástases para os linfonodos submentuais. Sendo assim, pacientes com linfadenopatias nessa região, na ausência de infecções 
dentárias, devem ser submetidos a um screening para linfomas, mesmo que uma neoplasia intraabdominal esteja presente. 
Sequência de palpação linfonodal cabeça e pescoço: 
 
 
1. Pré- auriculares 
2. Auriculares posteriores 
3. Occipitais 
4. Amigdalinos 
5. Submandibulares 
6. Submentoniano 
7. Cervicais superficiais e profundos 
8. Cervicais posteriores 
9. Supraclavicular 
10. Infraclavicular 
 
Essa cadeia nodal geralmente é impalpável em pacientes hígidos, porém ocasionalmente pequenos linfonodos, sem qualquer 
significado clínico, podem ser encontrados. 
Para examiná-los o médico deve posicionar o braço esquerdo do paciente sob o seu braço esquerdo e, em seguida, com sua 
mão direita iniciar a palpação do oco axilar. A palpação se dá em 4 frentes: 
1) contra o gradil costa; 
2) contra a face posterior do peitoral maior; 
3) contra a face anterior do grande dorsal; 
4) contra o úmero. 
O mesmo processo é aplicado no outro lado, como um espelho. 
O achado de linfadenopatia axilar unilateral pode ser um indício de malignidade da mama, infecção do membro superior ipsilateral, 
doença da arranhadura do gato, linfoma ou brucelose. 
 
Os linfonodos da cadeia alixar compreendem as cadeias: 
• Linfonodos laterais 
• Linfonodos posteriores 
• Linfonodos centrais. 
Ao examiar essa região, posicione o paciente sentado, olhando para frente e peça a ele que realize a manobra de Valsalva, de 
modo a tornar as cadeias mais superficiais e facilitar sua palpação. 
Doenças sistêmicas inflamatórias e neoplásicas podem cursar com adenomegalias supraclaviculares ipsilaterais. No entanto, é 
sempre importante apontar que a presença de adenomegalia unilateral na fossa supraclavicular esquerda pode ser um sinal de 
malignidades intra-abdominais (em geral do trato gastrointestinal, sendo o mais comum o câncer gástrico). Esse achado é 
conhecido como sinal de Troisier ou gânglio de Virchow. 
Essa cadeia também é impalpável na maior parte das pessoas hígidas. Uma exceção são os trabalhadores braçais, que tendem 
a ter uma hiperplasia benigna dessas cadeias. 
O melhor método de exame dos linfonodos epitrocleares é segurar a mão direita do paciente com a sua mão direita e, após, 
com a mão esquerda palpar a região epitroclear. Para aumentar a sensibilidade do método o examinador pode movimentar o 
antebraço do paciente. Para examinar o lado contralateral, basta inverter o processo. 
 
Esse achado, conhecido como gânglio da Irmã José, é visto em pacientes com neoplasias intraabdominais ou pélvicas e pode ser 
facilmente palpado durante a palpação do abdome. 
Essas cadeias são facilmente palpáveis quando aumentados, inclusive em paciente obesos, não requerendo, portanto, nenhum 
método especial de palpação. Como regra geral, aumentos das cadeias femorais geralmente se devem a processos inflamatórios 
benignos dos membros inferiores. 
Compreende-se em duas cadeias: 
• Linfonodos iguinais superficiais 
• Linfonodos inguinais profundos 
 
 
Os sinais vitais expressam o funcionamento e as alterações dos órgãos e/ou sintomas mais relacionados com a manutenção 
da vida. As condições em que é obrigatória a avaliação dos sinais vitais são: 
→ Pacientes admitidos em qualquer serviço de saúde com manifestações clínicas indicativas de comprometimento de órgão 
vital, principalmente em emergências e urgências 
→ .Antes e depois de qualquer procedimento invasivo ou cirúrgico 
→ Antes e depois de administrar medicamentos que interfiram nas funções cardíaca, respiratória e cerebral 
→ Sempre que as condições clínicas do paciente apresentarem piora inesperada 
→ Sempre que o paciente manifestar desconforto inexplicável. 
 
 A dor pode ser considerada um sinal vital tão importante quanto os tradicionais. Registrar se está presente ou ausente. 
Quando presente, avaliar a intensidade, classi..cando-a em leve, moderada e intensa. 
• Locais que pode ser realizada a medição da temperatura no corpo do paciente: 
→ Axilar (35,5 a 37°C) 
→ Oral (36 a 37,4°C) 
→ Retal (36 a 37,5°C) 
→ Timapanico (36 a 37,4°C) 
 Sempre higienizar o termômetro antes e depois de utilizá-lo. 
• Aplica-se a seguinte classificação, tomando por referência o nivel da temperatura axilar: 
→ Tax normal: 35,5 a 37°C 
→ Febre leve ou febrícula: até 37,5 °C 
→ Febre moderada: de 37,6 a 38,5°C 
→ Febre alta ou elevada: acima de 38,6°C 
 A intensidade da febre depende da causa e da capacidade de reação do organismo. 
• Pacientes em mau estado geral, os indivíduos em choque e as pessoas idosas podem não apresentar febre ou ter apenas 
uma febrícula quando acometidos de processos infecciosos. 
 Devem ser analisadas as seguintes características semiológicas da febre: 
→ Inicio 
→ Intensidade 
→ Duraçao 
→ Modo de evolução 
→ Término 
 
→ Modo de evolução da febre: 
→ Febre constante: febre persistente, sem fase de apirexia. 
→ Febre contínua: febre constante, elevada, com variações de até 1°C e sem grandes oscilações. 
→ Febre remitente: febre constante, diária, com variações de mais de 1°C e sem períodos de apirexia. 
→ Febre intermitente: a febre é ciclicamente interrompida por um período de temperatura normal.→ Febre intermitente terçã: acessos febris se manifestam em dias alternados (3 em 3 dias). 
→ Febre intermitente quartã: acessos febris de 4 em 4 dias (intercalados por dois dias de apirexia). 
→ Febre recorrente ou ondulante: caracteriza-se por período de temperatura normal que duram dias ou semanas até 
que sejam interrompidos por períodos de temperatura elevada. 
→ Febre irregular: registram-se picos muitos altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia (não 
se enquadram nos tipos convercionais). 
 
→ Término: crise ou em lise 
→ Defervescência em crise: quando a febre desaparece subitamente. Neste caso costumam ocorrer sudorese profusa 
e prostração. Exemplo típico é o acesso malárico 
→ Defervescência em lise: significa que a hipertermia vai desaparecendo gradualmente, com a temperatura diminuindo 
dia a dia, até alcançar níveis normais. 
Causas da Febre : 
As doenças causadoras de febre podem ser divididas em três tipos: 
• Por aumento da produção de calor, como ocorre no hipertireoidismo (atividade aumentada da glândula tireoide). 
• Por bloqueio na perda de calor, como acontece na insuficiência cardíaca congestiva, na ausência congênita das glândulas 
sudoríparas (produtoras de suor) e em certas doenças da pele (p. ex., ictiose). 
• Por lesão dos tecidos, grupo no qual se inclui a maioria das doenças febris, ou seja: - Todas as infecções por bactérias, 
riquétsias, vírus e outros parasitos 
Padrões de febre: 
→ Sustentada: persistência da febre geralmente em torno de 38°C. 
→ Intermitente: a temperatura volta ao normal pelo menos uma vez em 24h. 
→ Remitente: abaixa, mas não volta ao normal. 
→ Redicivante: a temperatura varia entre faixas normais e febris em intervalos maiores de 24h. 
HIPOTERMIA 
Consiste na diminuição da temperatura corporal abaixo de 35,5°C na região axilar ou de 36°C no reto. 
Pode ser induzida artificialmente quando se vai submeter o paciente a determinados tipos de cirurgia ou pode ser consequente 
a congelamento acidental, choque, síncope, doenças consuntivas, hemorragias graves e súbitas, coma diabético e nos estágios 
terminais de muitas doenças. 
Controle da temperatura e envelhecimento: 
Os pacientes idosos apresentam alterações no sistema de regulação da temperatura corporal responsáveis não só pela ausência 
de febre, quando acometidos por doenças infecciosas, como também os predispõem a um maior risco de apresentar hipotermia 
ou hipertermia em situações de frio ou calor extremos. 
A fisiopatologia do descontrole de temperatura no idoso: 
• Hipotermia: 
→ Sensação de frio diminuída 
→ Capacidade de perceber as alterações da temperatura diminuída 
→ Resposta autonômica vasoconstritora ao frio anormal 
→ Resposta de calafrios diminuída 
→ Termogênese diminuída 
• Hipertermia: 
→ Limiar central de temperatura elevado 
→ Sudorese diminuída ou ausente 
→ Capacidade de percepção do calor diminuída 
→ Resposta vasodilatadora ao calor diminuída 
→ Reserva cardiovascular diminuída. 
Pressão arterial é a força exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos. Sofre variações contínuas, na dependência da 
posição do indivíduo, das atividades e das situações em que ele se encontra. Tem por finalidade promover uma boa perfusão 
dos tecidos e assim possibilitar as trocas metabólicas. Está relacionada com o trabalho do coração e traduz o sistema de 
pressão vigente na árvore vascular arterial. 
 
SEMIOTÉCNICA: 
→ Paciente: 
 1. Repouso mínimo de 3 minutos 
 2. Local tranquilo e sem ruídos que possam interferir na ausculta; 
 3. Paciente em decúbito dorsal (deitado), ou sentado, ou ortostática (em pé). Em qualquer posição deve-se manter o braço ao 
nível do coração (4° espaço intercostal), tomando-se o cuidado de deixar o paciente confortável, com o braço ligeiramente 
flexionado, apoiado sobre uma superfície firme, com a palma da mão para cima. Anotar a posição do paciente. 
→ No momento da aferição o paciente não deve: 
- Estar de barriga cheia 
- Ter praticado exercício físico 
- Ter ingerido bebidas alcoólicas, café ou alimentos 
- Ter fumado até 30 minutos antes; 
- Lembrar que as pernas devem estar descruzadas e o braço na altura do coração; 
→ Aparelho: 
 - Calibrado e manômetro em plano perpendicular ao plano visual; 
 - Selecionar manguito de tamanho apropriado; 
→ Procedimento: 
1. Localizar as pulsações da artéria braquial 
2. Colocar o manguito 2 cm acima da fossa cubital; 
3. Palpar o pulso radial; 
4. Inflar o manguito até o desaparecimento do pulso radial; 
5. Em seguida, desinsuflar o manguito lentamente; 
6. Quando reaparecer o pulso, será obtido o valor da pressão sistólica. 
 Colocar o estetoscópio sobre a artéria braquial e insuflar o manguito cerca de 30 mmHg acima do valor encontrado 
pra pressão sistólica pelo método palpatório; 
7. Soltar o ar de maneira continua até o completo esvaziamento da câmara (velocidade de 2 mmHg por segundo); 
8. Determinar a pressão sistólica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) que é em geral fraco seguido de 
batidas regulares, e, após aumentar ligeiramente a velocidade de deflação; 
9. Determinar a pressão diastólica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff) 
 
→ Fatores que afetam a PA: ansiedade, dor, estresse, ingestão de cafeína, tabagismo, idade, sexo, posição do corpo, 
substancias psicoativas, exercícios, doenças e febre. 
→ Emergência clínica: 
PA> 150/100 mmHg com cefaleia, náusea, vômito, vertigem. 
PA > 170/100 mmHg com ou sem sintomas. 
 
 FASES DE KOROTKOFF : 
São ruídos originados pela passagem do sangue pela artéria colabada, classificados em 5 fases: 
- Fase I (surgimento de sons). O primeiro som é claro como uma pancada (“TUM”). Pressão arterial sistólica: aparecimento do 
primeiro ruído; 
- Fase II (batimentos com sopro). Denominada de hiato auscultatório. 
- Fase III (sopro desaparece). Os batimentos passam a ser mais audíveis e mais acentuados. 
- Fase IV (abafamento dos sons). Os batimentos tornam-se menos acentuados. Há, portanto, um abafamento dos sons. 
- Fase V (desaparecimento dos sons). Reestabelece o calibre normal da artéria e o sangue não mais provoca ruídos perceptíveis 
a ausculta da artéria radial. Pressão arterial diastólica: desaparecimento dos sons 
 
VALORES NORMAIS DE PRESSÃO ARTERIAL (ADULTOS): PAS < 120 mmHg e PAD < 80 mmHg 
PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA: PAM = PAD + (PAS – PAD) / 3. 
PRESSÃO DIFERENCIAL: PD = PAS – PAD, os valores da pressão diferencial estão entre 30 e 60 mmHg. 
 Pressão convergente: hipotensão arterial aguda, estenose aórtica, derrame pericárdico, pericardite constritiva e 
insuficiência cardíaca grave. 
 Pressão divergente: síndromes hipercinéticas (hipertireoidismo, fistula arteriovenosa, insuficiência aórtica) e fibrose senil 
dos grandes vasos. 
 
 
A contagem do pulso arterial é uma medida indireta da frequência cardíaca; geralmente são coincidentes. 
 
 Auscultar o foco mitral por 1 minuto e contar quantos batimentos foram percebidos 
PULSO: 
- Para palpá-lo, empregam-se as polpas dos dedos indicador e médio, variando a força de compressão até que seja obtido 
impulso máximo, com clareza. 
- O polegar se fixa delicadamente no dorso do punho do paciente, formando uma pinça. 
- O examinador usa a mão direita para examinar o pulso esquerdo do paciente, e viceversa. 
- A mão do paciente deve repousar no leito ou na mesa de exame em completa supinação. 
 Nem sempre o número de pulsações periféricas corresponde ao número de batimentos cardíacos. Em várias condições 
fisiológicas – como exercício, emoção, gravidez – ocorre taquicardia. Pode ser encontrada também nos estados febris, 
hipertireodismo, insuficiência cardíaca, taquicardia paroxística, miocardite, colapso periférico e hipovolemia. Fármacos e 
drogas ilícitas também podem alterar o pulso. 
 
Ondas de pulso: 
- Pulso célere ou em martelo d’água 
- Pulso anacrótico- Pulso dicrótico 
- Pulso bisferiens 
- Pulso alternante 
- Pulso filiforme 
- Pulso paradoxal 
→ Pulso célere ou em martelo d’água: no qual a característica fundamental é a de aparecer e sumir com rapidez, 
lembrando a sensação tátil provocada pelo martelo d’água. O martelo d’água é um aparelho de física que consiste em 
um tubo de vidro com água, ocupando metade do seu espaço e do qual se retirou o ar; quando se inverte o tubo, a 
agua cai como um copo sólido, provocando um golpe breve e seco que pode ser percebido pela mão que segura o tubo. 
Esse pulso decorre do aumento da pressão diferencial e, por isso, é observado na insuficiência aórtica, nas fistulas 
arteriovenosas, nas anemias graves e no hipertireoidismo. 
→ Pulso anacrótico: constituído de uma pequena onda inscrita no ramo ascendente da onda pulsátil, aparece na estenose 
aórtica. 
→ Pulso dicrótico: no qual percebe uma dupla onda em cada pulsação; a primeira, mais intensa e mais nítida, é seguida de 
outra de menor intensidade e que ocorre imediatamente depois. O reconhecimento do pulso dicrótico exige uma palpação 
cuidadosa sem comprimir demasiadamente o vaso, pois uma compressão mais forte torna imperceptível a 2ª onda. 
Pode ser encontrado em doenças que apresentam febre. 
 
 As artérias acessíveis à palpação são: carótida comum, temporal superficial, facial e nasal, subclávia, braquial, radial, 
cubital, aorta abdominal, ilíaca externa, femoral comum, poplítea, tibial anterior, dorsal do pé, tibial posterior e digitais, 
das mãos e dos pés. 
Os fatores que o influenciam são: Exercício; Temperatura; Emoções; Drogas; Hemorragia; Mudanças posturais; Condições 
pulmonares. 
No exame do pulso deve-se avaliar: 
- No período de 1 minuto quantos batimentos são perceptíveis. Lembrar que a frequência do pulso varia com a idade e em 
diversas outras condições fisiológicas 
→ Frequência: 
• Normocárdico - 60 a 100 bpm 
• Bradicardico (bradifisgmia) - < 60 bpm 
• Taquicardico (taquifisgmia) - >100 bpm 
OBS: Normocárdico : 
Adultos: 60 – 100 bpm 
Crianças: 80-130 bpm 
Lactentes: 120 – 160 bpm 
 
→ Rítmo: 
• Pulso rítmico 
• Pulso arrítmico 
 
→ Amplitude 
• Cheio – quanto maior a pressão para palpar, fica mais forte o pulso. 
• Filiforme – quanto maior a pressão para palpar, fica mais fraco ou some o pulso. 
 Comparação com o lado homólogo: averigua – se a igualdade e desigualdade dos pulsos radias palpando-se 
simultaneamente as duas artérias radiais. Deve – se comparar a amplitude das pulsações. 
 
SEMIOTÉCNICA: 
Faz-se leve compressão sobre a borda de uma unha até visualizar uma zona pulsátil, que marca a transição da cor rósea para 
a pálida; Com atenção e boa iluminação, observa-se nítida pulsação nos casos de aumento da pressão diferencial. Em condições 
normais, a zona pulsátil é muito discreta, as vezes imperceptível. 
→ Exame: 
• frequência de pulso (bradisfigmia e taquisfigmia) 
• ritmo (rítmico e arrítmico) 
• amplitude (cheio e filiforme). 
 
Recomenda-se verificar a frequência respiratória do paciente em repouso, de preferência em decúbito dorsal, da forma mais 
discreta possível; o método usado e contar movimentos respiratórios da caixa torácica ou parede abdominal enquanto se estima 
a contagem de frequência do pulso. A frequência precisa ser contada durante pelo menos 1 minuto. A unidade de medida 
utilizada é: incursões respiratórias por minuto (irpm). 
 Fatores influenciam a característica da respiração: Exercício; Dor aguda; Ansiedade; Tabagismo; Posição corporal; 
Medicações; Lesão neurológica; Função da hemoglobina. 
 
→ Deve-se realizar a contagem das ventilações: observar quantas inspirações o paciente realiza em 1 minuto 
→ Deve-se descrever os resultados em incursões por minuto = ipm ou inc/min 
Resultados: 
• Eupneico – 16 a 20 ipm 
• Taquipneico – > 20 ipm 
• Bradipneico – < 16 ipm 
OBS: Eupneico 
Adultos: 12 – 20 irpm 
Crianças: 20 – 30 irpm 
Lactentes: 30 – 40 irpm 
Pode variar em atletas 
Outros termos: 
→ Apneia – ausência dos movimentos respiratórios; 
→ Ortopneia – dispneia em decúbito, aliviada pelo menos parcialmente ao sentar, ou pela elevação parcial do tronco 
→ Cheyne Stokes – caracterizados por períodos alternados de apneia e respiração rápida e profunda. O período de 
apneia pode durar 3 a 30 segundos; 
→ Kussmaul – respiração rápida, profunda e trabalhosa; 
→ Dispneia – dificuldade de respirar; 
• Sinais de dispneia: 
- BAN – batimento de aletas / asas nasais; 
- Retração da fúrcula esternal; 
- Tiragens intercostais subcostais; 
- Frequência normal (16 a 20 incursões por minuto), taquipneia (maior de 20 incursões por minuto) 
- Bradipneia (menos de 16 incursões por minuto); 
A dor é definida, como “uma experiência emocional e sensorial desagradável associada a uma lesão tecidual real ou potencial, 
ou descrita em termos de tal lesão”. A sensação dolorosa tem papel fisiológico e funciona como sinal de alerta para a percepção 
de algo que está ameaçando a integridade física do organismo. 
CLASSIFICAÇÃO DA DOR: 
Do ponto de vista fisiopatológico, a dor pode ser classificada em nociceptiva, neuropática, mista e psicogênica. 
Dor nociceptiva 
É causada pela ativação dos nociceptores e pela transmissão dos impulsos gerados, que percorrem as vias nociceptivas até as 
regiões do sistema nervoso central, onde são interpretados. A dor secundária a agressões externas (picada de um inseto, 
fratura de um osso, corte da pele), a dor visceral (cólica nefrética, apendicite), a neuralgia do trigêmeo, a dor da artrite e da 
invasão neoplásica dos ossos são exemplos de dor nociceptiva. 
• A dor nociceptiva começa simultaneamente ao início da atividade do fator causal, o qual pode ser, em geral, 
identificado. Sua remoção frequentemente culmina com o alívio da sensação dolorosa. Nenhum déficit sensorial é 
identificado nesses pacientes, e a distribuição da dor corresponde à das fibras nociceptivas estimuladas. Quanto 
menor é o número de segmentos medulares envolvidos na inervação de uma estrutura, mais localizada é a dor 
(somática superficial). Em contrapartida, quanto maior o número de segmentos medulares, mais difusa é a dor 
(visceral e somática profunda). 
A dor nociceptiva pode ser espontânea ou evocada: 
- A espontânea pode ser expressa com as mais variadas designações: pontada, facada, agulhada, aguda, rasgando, latejante, 
surda, contínua, profunda, vaga, dolorimento. Todas essas denominações sugerem lesão tissular. 
- A evocada pode ser desencadeada por algumas manobras como: manobra de Lasegue na ciatalgia, a dor provocada pelo 
estiramento da raiz nervosa, obtida pela elevação do membro inferior afetado, estando o indivíduo em decúbito dorsal, e lavar 
o rosto e escovar os dentes, nos pacientes com neuralgia do trigêmeo. Esse tipo de dor reproduz a sentida pelo paciente. 
Dor neuropática 
Também denominada dor por lesão neural, por desaferentação (privação de um neurônio de suas aferências), ou central (quando 
secundária às lesões do sistema nervoso central). Decorre de lesão de qualquer tipo infligida ao sistema nervoso periférico ou 
central, e pode apresentar-se de três formas: constante, intermitente e evocada. 
- A intermitente decorre da ativação das vias nociceptivas pela cicatriz formada no foco lesional ou por efapse (impulsos 
motores descendentes cruzam para as vias nociceptivas no sítio de lesão do sistema nervoso). A secção cirúrgica completa da 
via neoespinotalâmica (ou neotrigeminotalâmica, na dor facial) elimina essa modalidade de dor. 
- A dor evocada, por sua vez, se deve aos rearranjos sinápticos decorrentes da desaferentação. A reinervação de células 
nociceptivas desaferentadas por aferentes táteis, por exemplo, faria com que a estimulação tátil, ao ativar neurônios 
nociceptivos, produzisse uma sensação dolorosa, desagradável (alodínia). A substituição de sinapses inibitórias por excitatórias, o 
aumento da eficáciade sinapses outrora pouco efetivas e a ativação das anteriormente inativas, por outro lado, poderiam 
tomar tais células hiper-responsivas aos estímulos dolorosos, manifestando 
se clinicamente sob a forma de hiperpatia. Como a dor evocada depende da estimulação dos receptores e do tráfego dos 
impulsos pelas vias nociceptivas, ela pode ser aliviada pela secção cirúrgica da via neoespinotalâmica (ou neotrigeminotalâm ica, 
na dor facial). 
São exemplos de dores neuropática as que ocorrem: 
(1) nas polineuropatias (em sua forma diabética, na qual há acometimento predominante de fibras mielínicas finas e arnielínicas, 
na alcoólica, que compromete indistintamente qualquer tipo de fibra, e na causada por carência de vitamina B12), 
(2) na neuralgia pós-herpética (acomete preferencialmente fibras mielínicas grossas do ramo oftálmico do nervo trigêmeo ou 
dos nervos intercostais, manifestando-se, em geral, como uma mononeuropatia dolorosa), 
(3) no membro fantasma, 
(4) por avulsão do plexo braquial, 
(5) pós-trauma raquimedular e 
(6) pós-acidente vascular encefálico ("dor talâmica"). 
Sua etiologia é variada, incluindo afecções traumáticas, inflamatórias, vasculares, infecciosas, neoplásicas, degenerativas, 
desmielinizantes e iatrogênicas. Seu início pode coincidir com a atuação do fator causal, porém, mais comumente, ocorre após 
dias, semanas, meses ou até anos. Em geral, o fator causal não pode ser removido, por ter deixado de agir ou por ser impossível 
interrompê-lo. A maioria dos pacientes apresenta déficit sensorial clinicamente detectável. A distribuição da dor tende a 
sobrepor-se, pelo menos parcialmente, à perda sensorial. 
Dor mista 
É aquela que decorre dos dois mecanismos anteriores. Ocorre, por exemplo, em certos casos de dor por neoplasia maligna, 
quando ela se deve tanto ao excessivo estímulo dos nociceptores quanto à destruição das fibras nociceptivas. 
Dor psicogênica 
Toda dor tem um componente emocional associado, o que varia é sua magnitude. A dor psicogênica, porém, é uma condição 
inteiramente distinta, para a qual não há qualquer substrato orgânico, sendo gerada por mecanismos puramente psíquicos. 
Tende a ser difusa, generalizada, imprecisa. Algumas vezes, pode ser localizada e, nesse caso, em geral, sua topografia 
corresponde à da imagem corporal que o paciente tem da estrutura que julga doente. 
A dor psicogênica muda de localização sem qualquer razão aparente. Quando irradiada, não segue o trajeto de qualquer nervo. 
Sua intensidade é variável, sendo agravada pelas condições emocionais do paciente, o que, em geral, é contestado por ele. 
Pode ser relatada como muito intensa, excruciante, lancinante, incapacitante. Costuma ser descrita de maneira dramática ("como 
um canivete introduzido no corpo", como tendo a pele arrancada''). Não infrequentemente é possível estabelecer-se a 
concomitância de um evento negativo relevante na vida do paciente e o início da dor. 
Sinais e sintomas de depressão e ansiedade crônicas são com frequência identificáveis. Estes pacientes são neuroticamente 
fixados em sua dor, trazendo à consulta uma lista interminável de medicamentos já usados e de centros de tratamento e 
especialistas já procurados. A utilização inadequada e abusiva de medicamentos é comumente observada. Ao exame físico, em 
geral sem quaisquer achados relevantes, tendem a literalmente pular ao mero toque da região "dolorosa~ por vezes simulando 
déficit sensorial de distribuição que não segue qualquer padrão dermatomérico e fraqueza muscular. Os exames complementares 
são normais. As avaliações psiquiátrica e psicológica acabam por identificar depressão, ansiedade, hipocondria, histeria ou 
transtorno somatoforme. 
 
TIPOS DE DOR 
→ Dor somática superficial 
Decorrente da estimulação de receptores do tegumento e, usualmente, de trauma, queimadura ou processo inflamatório. Tende 
a ser bem localizada e a apresentar qualidade bem definida. 
→ Dor somática profunda 
Consequente à ativação de nociceptores de músculos, fáscias, tendões, ligamentos e articulações. Como exemplos, podem-se 
citar as dores ligadas às contrações musculares isquêmicas, a estiramento muscular, ruptura tendinosa, síndrome miofascial e 
artrite. De localização mais imprecisa, algumas vezes pode manifestar-se como dor referida. 
→ Dor visceral 
Provocada por distensão de víscera oca, mal localizada, profunda, opressiva e constritiva, comumente se 
associa a náuseas, vômitos e sudorese. Muitas vezes há dores locais referidas, como no ombro ou na mandíbula, relacionada 
ao coração, na escápula, referente à vesícula biliar, e no dorso, referente ao pâncreas. 
 
→ Dor referida 
Em determinadas situações, os sinais de dor dos receptores dos órgãos internos são incorretamente interpretados como 
provenientes de áreas distantes dos reais estímulos, como se viessem da superfície corpórea. 
A explicação mais aceita para esse fenômeno é a convergência de impulsos dolorosos somáticos e viscerais para neurônios 
nociceptivos comuns localizados no corno dorsal da medula espinal. Tendo a pele suprimento nociceptivo muito mais exuberante 
do que as estruturas somáticas profundas e viscerais, a representação talâmica e cortical destas últimas é muito menor. Com 
isso, os impulsos dolorosos provenientes das estruturas profundas seriam interpretados pelo cérebro como oriundos do 
tegumento. 
→ Dor irradiada 
Trata-se de um tipo de dor sentida à distância de sua origem, mas obrigatoriamente em estruturas inervadas pela raiz nervosa 
ou pelo nervo cuja estimulação nóxica é responsável pela dor. Ocorre, portanto, em virtude do comprometimento direto de um 
nervo ou de uma raiz nervosa espinal. Um exemplo clássico é a dor ciática provocada pela compressão de uma raiz nervosa 
por hérnia de disco lombar. 
DECÁLOGO DA DOR 
1 - Localização 
Refere-se à região onde o paciente sente a dor. Deve-se solicitar ao paciente que aponte com um dedo a área dolorida, que 
deve ser registrada de acordo com a nomenclatura das regiões da superfície corporal. 
2 - Irradiação: 
A dor pode ser localizada, irradiada (segue o trajeto de uma raiz nervosa ou nervo conhecido) ou referida. 
• O reconhecimento da localização inicial da dor e de sua irradiação pode indicar a estrutura nervosa comprometida. Assim: 
• Radiculopatia de S1 (lombociatalgia): dor lombar com irradiação para a nádega e face posterior da coxa e da perna, até a 
região do calcanhar 
• Radiculopatia de L5 (lombociatalgia): dor lombar com irradiação para a nádega e face posterolateral da coxa e da perna, 
até a região maleolar lateral. 
• Radiculopatia de L4 (lombociatalgia): dor lombar com irradiação para a virilha, face anterior da coxa e borda anterior da 
canela (também face medial da perna), até a região maleolar medial 
• Radiculopatia de L1: dor dorsal na transição toracolombar, com irradiação anterior e inferior para a virilha 
• Radiculopatia de T4: dor dorsal com irradiação anterior, passando pela escápula, para a área mamilar 
• Radiculopatia de C6 (cervicobraquialgia): dor cervical com irradiação para a face lateral do braço e antebraço 
• Neuralgia occipital (radiculopatia de C2 e/ou C3): dor na transição occipitocervical, com irradiação superior, anterior e lateral, 
podendo atingir vértex, globos oculares, ouvidos e, às vezes, até a face. 
A dor irradiada pode surgir em decorrência do comprometimento de praticamente qualquer raiz nervosa, podendo ser o 
território de irradiação predito pelo exame do mapa dermatomérico. Exemplos de dor referida: 
→ Apêndice: dor na região epigástrica 
→ Vesícula, fígado: dor na escápula e no ombro 
→ Ureter: dor na virilha e genitália externa 
→ Coração: dor na face mediai do braço. 
3 - Qualidade ou caráter da dor 
O caráter da dor ajuda a definir o processo patológico subjacente.• dor latejante ou pulsátil ocorre na enxaqueca, abscesso e odontalgia; 
• dor em choque, na neuralgia do trigêmeo, na lombociatalgia, na cervicobraquialgia e na dor neuropática (componente 
intermitente); 
• dor em cólica ou em torcedura, na cólica nefrética, biliar, intestinal ou menstrual; 
• dor em queimação, se visceral, na úlcera péptica e esofagite de refluxo e, se superficial, na dor neuropática (constante); 
• dor constritiva ou em aperto, na angina do peito e infarto do miocárdio; • dor em pontada, nos processos pleurais; 
• dor surda, nas doenças de vísceras maciças; 
• dor "doída" ou dolorimento, ocore mais comumente nas doenças das vísceras maciças e musculares, como a lombalgia, e 
também na dor neuropática (constante); 
• dor em cãibra, em afecções medulares, musculares e metabólicas. 
4 - Intensidade 
É um componente extremamente relevante da dor, aliás é o que apresenta maior importância para o paciente. Resulta da 
interpretação global dos seus aspectos sensoriais, emocionais e culturais. 
Sua magnitude é o principal determinante do esquema terapêutico a ser instituído ou modificado. Por se tratar de uma 
experiência basicamente subjetiva, é fundamental que sua quantificação se baseie em critérios bastante rígidos, para que 
possamos minimizar os erros em sua avaliação. 
Atualmente, prefere-se, para o adulto, a utilização de uma escala analógica visual para avaliar a intensidade da dor, a qual 
consiste em uma linha reta com um comprimento de 10 centímetros, tendo em seus extremos as designações sem dor e pior 
dor possível. É pedido que o paciente indique a intensidade da dor em algum ponto dessa linha. O resultado é descrito 
pelo examinador como intensidade "x" em uma escala de zero a dez. 
 
 
5 - Duração 
Determina-se com a máxima precisão possível a data de início da dor. Quando ela é contínua, calcula-se a sua duração de 
acordo com o tempo transcorrido entre seu início e o momento da anamnese. Se é cíclica, interessa registrar a data e a 
duração de cada episódio doloroso. Se é intermitente e ocorre várias vezes ao dia, é suficiente que sejam registrados a data 
de seu início, a duração média dos episódios dolorosos, o número médio de crises por dia e de dias por mês em que se sente 
dor. 
Dependendo de sua duração, a dor pode ser classificada como aguda ou crônica. 
- Dor Aguda é aquela que dura menos de 1 mês (ou 3 meses, conforme outros autores), e desaparece dias ou semanas após 
a cura de uma doença ou lesão. 
- Dor crônica é a que persiste por 1 mês além do necessário para a cura da doença ou lesão causal, durando, habitualmente, 
mais de 3 meses (1 mês ou 6 meses, segundo outros autores). 
6 - Evolução 
Trata-se de uma característica semiológica de extrema relevância, que nos revela a maneira como a dor evoluiu, desde o seu 
início até o momento da anamnese. Sua investigação é iniciada por seu modo de instalação: se súbito ou insidioso. 
Se é súbita, em cólica, e está localizada no hipocôndrio direito, por exemplo, sugere colelitíase, ao passo que uma dor de início 
insidioso, surda, na mesma área, traduz mais provavelmente, colecistite ou hepatopatia. Em ambos os casos pode haver irradiação 
da dor para a área escapular e/ou ombro direito. 
É também relevante definir a concomitância da atuação do fator causal e o início da sensação dolorosa. 
- A dor neuropática pode iniciar-se semanas, meses ou mesmo anos após a atuação do fator causal em mais da metade dos 
casos. 
- O início da dor nociceptiva é sempre simultâneo ao da atuação do fator causal. Durante sua evolução, pode haver as mais 
variadas modificações na dor. O não reconhecimento da forma inicial de apresentação da dor (caso o paciente só seja visto 
tardiamente) torna o diagnóstico extremamente difícil. 
Em pacientes com dor neuropática, os seus componentes (dor constante, intermitente e evocada) frequentemente surgem em 
diferentes épocas. Assim, um indivíduo que tinha apenas dor constante, em queimação, bem controlada farmacologicamente, 
pode voltar a apresentá la, não pela perda do controle da dor constante (embora isso também possa ocorrer), mas 
pelo aparecimento de dor intermitente ou evocada. 
A dor nociceptiva também pode mudar suas características, como no caso do paciente portador de úlcera péptica, com dor 
crônica epigástrica em queimação, que, subitamente, passa a apresentar dor aguda, intensa, na região epigástrica, a qual, 
horas após, espalha-se por todo o abdome, caracterizando o quadro típico de uma úlcera perfurada, enquanto a difusão da 
dor pelo abdome é indicativa da peritonite química decorrente do extravasamento do suco digestivo e consequente irritação 
peritoneal. 
Outro exemplo interessante é o de paciente do sexo feminino, com história prévia de doença biliar e dor crônica surda no 
hipocôndrio direito, que passa, subitamente, a apresentar dor intensa em barra, no andar superior do abdome, associada a 
vômitos repetitivos, ou de paciente do sexo masculino, com história de etilismo crônico, que passa a apresentar dor súbita como 
a anteriormente descrita; em ambos os casos, o diagnóstico mais provável é o de pancreatite aguda (doença biliar e etilismo 
são as causas mais frequentes de pancreatite aguda nos sexos feminino e masculino, respectivamente). 
A dor crônica, em sua evolução, pode também mostrar surtos em relação às ocorrências em um mesmo dia (ritmicidade) e 
surtos periódicos ao longo dos meses e anos (periodicidade). Na úlcera péptica duodenal, por exemplo, a dor pode adquirir um 
ritmo próprio ao longo do dia: dói - come - passa (a ingestão de alimento “tampona" o ácido clorídrico). A cefaleia em salvas, 
por outro lado, apresenta uma periodicidade peculiar: crises com duração de 15 a 180 min, variando de 1 crise a cada 2 dias 
até 8 crises por dia. por períodos de 6 a 12 semanas, após o que entra em remissão por cerca de 12 meses. 
Como se pode notar, a mudança das características clínicas pode indicar apenas uma alteração evolutiva, complicação da 
mesma enfermidade ou uma afecção distinta. Dessa forma, devemos nos interessar não somente pelas características da dor 
na fase inicial ou no momento atual, mas por todas as alterações ocorridas no transcurso de sua evolução. Tais dados fornecem 
valiosas pistas para o esclarecimento diagnóstico. 
7 - Relação com funções orgânicas 
Essa relação é avaliada de acordo com a localização da dor e os órgãos e estruturas situados na mesma área. 
• Se a dor for cervical, dorsal ou lombar, pesquisa-se sua relação com os movimentos da coluna (flexão, extensão, rotação e 
inclinação); 
• Se for torácica, com a respiração, movimentos do tórax, tosse, espirro e esforços físicos se tiver localização retroestemal, 
com a deglutição, posição e esforço físico; 
• Se for periumbilical ou epigástrica, com a ingestão de alimentos; se no hipocôndrio direito, com a ingestão de alimentos 
gordurosos; 
• Se no baixo ventre, com a micção, evacuação e menstruação; 
• Se articular ou muscular, com a movimentação daquela articulação ou músculo; • Se nos membros inferiores, com a 
deambulação, e assim por diante. 
8 - Fatores desencadeantes ou agravantes 
São os fatores que desencadeiam a dor ou que a agravam se estiverem presentes. Devem ser procurados ativamente, pois, 
além de nos ajudarem a esclarecer a enfermidade subjacente, seu afastamento constitui parte importante da terapêutica a 
ser instituída. 
• Os alimentos ácidos e picantes, bebidas alcoólicas e anti-inflamatórios hormonais ou não hormonais, na esofagite, gastrite e 
úlcera péptica; 
• Alimentos gordurosos, na doença biliar; 
• Chocolate, queijos, bebida alcoólica, barulho, luminosidade excessiva, esforço físico e menstruação, em um significativo número 
de enxaquecosos; 
• Flexão da nuca (estira a meninge inflamada), na meningite e hemorragia

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