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Exame Físico (parte 2)

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Exame Físico 
A atitude refere-se a posição adotada pelo paciente no leito ou fora dele, por comodidade, hábito ou com o 
objetivo de conseguir alívio para algum padecimento. 
Algumas posições são conscientemente procuradas pelo paciente (voluntárias), enquanto outras independem 
de sua vontade ou são resultantes de estímulos cerebrais (involuntárias) 
O médico deve se concentrar em distinguir essas duas condições, só tendo valor diagnóstico as atitudes 
involuntárias ou as que proporcionam alívio para algum sintoma. Se isso não for observado, pode-se dizer que 
o paciente não tem uma atitude específica ou que ela é indiferente.
Atitudes Voluntárias: 
As atitudes voluntárias são as que o paciente adota por sua vontade e compreendem a ortopneica, a 
genupeitoral, a posição de cócoras, a parkinsoniana e os diferentes decúbitos: 
Ortopneica: 
Na atitude ortopneica (ortopneia), o paciente adota essa posição para aliviar a falta de ar decorrente de 
insuficiência cardíaca, asma brônquica e ascites volumosas. 
Ele permanece sentado à beira do leito com os pés no chão ou em uma banqueta, e as mãos apoiadas no 
colchão para melhorar um pouco a respiração, que se faz com dificuldade. 
Nos pacientes em estado grave, costuma-se ver uma posição ortopneica diferente, quando, então, o paciente 
permanece deitado com os pés estendidos ao longo da cama, mas recosta-se com a ajuda de dois ou mais 
travesseiros, na tentativa de colocar o tórax o mais ereto possível. 
Genitopeitoral: 
Na atitude genupeitoral (ou de "prece maometana"), o paciente posiciona-se de joelhos com o tronco fletido 
sobre as coxas, enquanto a face anterior do tórax (peito) põe-se em contato com o solo ou colchão. O rosto 
descansa sobre as mãos, que também ficam apoiadas no solo ou colchão. Essa posição facilita o enchimento 
do coração nos casos de derrame pericárdico. 
Parte 2 
Exame Físico Pt.2 - Cricia Daniely
 @diadia.medicina
Posição de Cócoras: 
A posição de cócoras (squatting) é observada em crianças com cardiopatia congênita cianótica. Os pacientes 
descobrem, instintivamente, que ela proporciona algum alívio da hipoxia generalizada, que acompanha essas 
cardiopatias, em decorrência da diminuição do retorno venoso para o coração. 
Parkinsoniana: 
O paciente com doença de Parkinson, ao se pôr de pé, apresenta semiflexão da cabeça, tronco e membros 
inferiores e, ao caminhar, parece estar correndo atrás do seu próprio eixo de gravidade. 
Decúbito: 
Exame Físico Pt.2 - Cricia Daniely
 @diadia.medicina
A palavra decúbito significa “posição de quem está deitado”. 
Decúbito preferido indica como o paciente prefere ficar no leito, desde que o faça conscientemente, seja por 
hábito, seja para obter alívio de algum padecimento. 
 Decúbito lateral (direito e esquerdo): é uma posição que costuma ser adotada quando há uma dor de 
origem pleurítica. Por meio dela, o paciente reduz a movimentação dos folhetos pleurais do lado sobre o 
qual repousa. Ele se deita sobre o lado da dor. 
 Decúbito dorsal: com pernas fletidas sobre as coxas e estas sobre a bacia, é observado nos processos 
inflamatórios pelviperitoneais. 
 Decúbito ventral: é comum nos portadores de cólica intestinal. O paciente deita-se de bruços e, às vezes, 
coloca um travesseiro debaixo do ventre. Decúbitos com variados graus de flexão da coluna são 
observados nas lombalgias (posição antálgica). 
Atitudes Involuntárias: 
As atitudes involuntárias independem da vontade do paciente e incluem a atitude passiva, o ortótono, o 
opistótono, o emprostótono, o pleurostótono e a posição em gatilho e torcicolo e mão pêndula da paralisia 
radial. 
Passiva: 
Quando o paciente fica na posição em que é colocado no leito, sem que haja contratura muscular. É observada 
nos pacientes inconscientes ou comatosos. 
Ortótono: 
Ortótono (orthos =reto; tonus =tensão) é a atitude em que todo o tronco e os membros estão rígidos, sem se 
curvarem para diante, para trás ou para um dos lados. 
Opistótono:
Opistótono (opisthen = para trás; tonus = tensão) é a atitude decorrente de contratura da musculatura lombar, 
sendo observada nos casos de tétano e meningite. O corpo passa a se apoiar na cabeça e nos calcanhares, 
emborcando-se como um arco. 
Exame Físico Pt.2 - Cricia Daniely
 @diadia.medicina
Emprostótono:
Emprostótono (emprosthen =para diante; tonus =tensão) é observado no tétano, na meningite e na raiva, é o 
contrário do opistótono, ou seja, o corpo do paciente forma uma concavidade voltada para diante. 
Pleurostótono:
Pleurostótono (pleurothen = de lado; tonus = tensão) é raro; observado no tétano, na meningite e na raiva. O 
corpo se curva lateralmente. 
Posição em Gatilho:
Encontrada na irritação meníngea, é mais comum em crianças e caracteriza-se pela hiperextensão da cabeça, 
flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para diante. 
Torcicolo e Mão Pêndula da Paralisia Radial:
São atitudes involuntárias de determinados segmentos do corpo. 
Para a investigação semiológica da musculatura, emprega-se a inspeção e a palpação. Todos os grupos 
musculares devem ser examinados. 
Existem doenças que comprometem a musculatura de modo generalizado, mas algumas acometem apenas 
grupos musculares ou músculos isolados. 
Exame Físico Pt.2 - Cricia Daniely
 @diadia.medicina
Para a inspeção não se exige técnica especial; basta olhar atentamente a superfície corporal com o paciente 
em repouso, observando o relevo das massas musculares mais volumosas. 
A palpação é feita com as polpas digitais colocadas em forma de pinça, com o polegar em oponência aos 
demais dedos da mão. De início, palpa-se o músculo ou o grupo muscular em estado de repouso e, em seguida, 
solicita-se ao paciente que faça uma leve contração do segmento que está em exame para se investigar o 
músculo em estado de contração. 
Assim, obtêm-se informações quanto à: 
 Troficidade: corresponde à massa do próprio músculo 
 Tonicidade: é o estado de semicontração própria do músculo normal 
Com base na sistematização semiológica, a musculatura classifica-se da seguinte maneira: 
Quanto à troficidade: 
 Musculatura normal 
 Musculatura hipertrófica: aumento da massa muscular 
 Musculatura hipotrófica: diminuição da massa muscular 
Quanto à tonicidade: 
 Tônus normal 
 Hipertonicidade, espasticidade, musculatura espástica ou rigidez: nota-se um estado de contração ou 
semicontração do músculo, mesmo em repouso, evidenciado pelo relevo muscular e aumento da 
consistência à palpação 
 Hipotonicidade ou flacidez: significa que o tônus está diminuído ou ausente, com perda do contorno 
da massa muscular e diminuição da consistência 
Nas crianças e nas mulheres, há normalmente certo grau de hipotonia. 
Exame Físico Pt.2 - Cricia Daniely
 @diadia.medicina
Alguns movimentos involuntários são constantes, ao passo que outros ocorrem periodicamente ou em crises. 
Os principais são: 
 Tremores 
 Movimentos coreicos (coreia) 
 Movimentos atetósicos (atetose) 
 Hemibalismo 
 Mioclonias 
 Mioquinias 
 Asterix (jlapping) 
 Tiques 
 Convulsões 
 Tetania 
 Fasciculações 
 Discinesias orofaciais 
 Distonias 
Tremores:
São movimentos alternantes, mais ou menos rápidos e regulares, de pequena ou média amplitude, que afetam 
principalmente as partes distais dos membros. 
Utiliza-se duas manobras para a pesquisa dos tremores: 
1. Solicita-se ao paciente que estenda as mãos com as palmas voltadas para baixo e com os dedos separados.
Essa manobra pode ser completada colocando-se uma folha de papel sobre o dorso de uma das mãos. Isso
provocará uma ampliação dos movimentos.
2. Ordena-se que o paciente leve um copo, em uma das mãos, da mesa à boca. Pode ser substituído pela
execução de um movimento, qual seja tocar o próprio nariz com a ponta do indicador. Essa manobra é
indispensável parabem caracterizar os tremores de repouso e os de ação.
Exame Físico Pt.2 - Cricia Daniely
 @diadia.medicina
Os tremores diferenciam-se em: 
Tremor de repouso: surge durante o repouso e desaparece com os movimentos e o sono; é um tremor 
oscilatório, em regra mais evidente nas mãos, simulando o gesto de enrolar cigarro. Ocorre no parkinsonismo. 
Tremor de atitude ou postura: surge quando o membro é colocado em uma determinada posição, não sendo 
muito evidente no repouso ou no movimento. Ocorre no pré-coma hepático, quando é designado flapping ou 
asterix, e na doença de Wilson. Contudo, o tremor de atitude mais frequente é o tremor familiar, que é 
regular, não muito grosseiro, acentuado pelas emoções e, como sua própria designação indica, acomete vários 
membros de uma família. 
Tremor de ação: é o que surge ou se agrava quando um movimento é executado. Aparece nas doenças 
cerebelares. 
Tremor vibratório: é fino e rápido como se fosse uma vibração. Pode surgir no hipertireoidismo, no 
alcoolismo e na neurossífilis, mas a grande maioria é de origem emocional. 
Movimentos Coreicos:
Movimentos coreicos (coreia) são movimentos involuntários, amplos, desordenados, de ocorrência inesperada 
e arrítmicos, multiformes e sem finalidade. Localizam-se na face, nos membros superiores e inferiores. 
Quando muito frequentes, são observados sem dificuldade pelo examinador, mas em algumas ocasiões são 
raros, e o próprio paciente procura escondê-los ou disfarçá-los. 
Para melhor observá-los, solicita-se ao paciente que se deite o mais relaxado possível ou que fique sentado à 
beira do leito com as pernas pendentes. 
Os movimentos coreicos são as manifestações principais da síndrome coreica, cumprindo lembrar os dois 
tipos clínicos mais encontrados: 
Coreia de Sydenham: também denominada coreia infantil ou dança de São Guido, tem etiologia infecciosa e 
relaciona-se estreitamente com a moléstia reumática. 
Coreia de Huntington: é um distúrbio neurológico hereditário raro que se caracteriza por movimentos 
corporais anormais e incoordenação, também afetando habilidades mentais e aspectos de personalidade. 
Movimentos Atetósicos:
Movimentos atetósicos (atetose) são movimentos involuntários que ocorrem nas extremidades e apresentam 
características muito próprias: são lentos e estereotipados, lembrando um movimento reptiforme ou os 
movimentos dos tentáculos do polvo. Podem ser uni ou bilaterais. Determinam a atetose as lesões dos núcleos 
da base. 
Frequentemente ocorrem como sequela de impregnação cerebral por hiperbilirrubinemia do recém-nascido 
(kernicterus). 
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Hemibalismo:
São movimentos abruptos, violentos, de grande amplitude, rápidos e geralmente limitados a uma metade do 
corpo. São extremamente raros e decorrem de lesões extrapiramidais. 
Mioclonias:
São contrações musculares breves, rítmicas ou arrítmicas, localizadas ou difusas, que acometem um músculo 
ou um grupo muscular. 
Geralmente são relatadas como “abalos, choques, sacudidas e trancos”. Devem-se a descargas de neurônios 
subcorticais e podem ocorrer em diversas situações patológicas, dentre as quais se destaca a epilepsia tipo 
pequeno mal. 
Mioquinias:
São contrações fibrilares de tipo ondulatório que surgem em músculos íntegros, principalmente no orbicular 
das pálpebras, quadríceps e gêmeos. Os próprios pacientes costumam comparar as mioquinias às contrações 
das carnes penduradas nos açougues ("tremor na carne"). 
Não apresentam significado patológico, surgindo em pessoas normais, talvez com maior frequência nos 
pacientes neuróticos e em pessoas fatigadas. 
Asterix:
Asterix (flapping) são movimentos rápidos, de amplitude variável, que ocorrem nos segmentos distais e 
apresentam certa semelhança com o bater de asas das aves. 
Para melhor notar o flapping, deve-se realizar a seguinte manobra: o paciente estende os braços e superestende 
as mãos de modo a formar um ângulo de quase 90° com o antebraço. A manobra é completada pelo médico, 
que, com suas mãos, força para trás as mãos do paciente. Este tipo de movimento involuntário é frequente na 
insuficiência hepática, mas pode ser encontrado também no coma urêmico. 
Tiques:
São movimentos involuntários que aparecem em determinado grupo muscular, repetindo-se sucessivamente. 
São domináveis pela vontade, e podem ser funcionais ou orgânicos. 
Exame Físico Pt.2 - Cricia Daniely
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Os tiques motores podem ser: 
Simples: envolvem grupos musculares isolados, resultando em piscamentos, abertura da boca, balanceio da 
cabeça e pescoço para os lados e para trás, elevação dos ombros ou fechamento dos punhos. 
Complexos: caracterizam -se por padrões elaborados de movimento (contrações faciais bizarras, desvios 
oculares, dar pequenos pulos durante a marcha, tocar ou cheirar objetos, gesticulação obscena). 
Os tiques vocais podem ser: 
Simples: incluem-se ato de limpar a garganta, grunhidos, estalos com lábios ou língua. 
Complexos: abrangem palavras ou fragmentos de palavras, frases curtas, elementos musicais, repetição da 
última palavra ouvida do interlocutor ou repetição da última palavra emitida pelo próprio paciente. 
Convulsões:
As convulsões são movimentos musculares súbitos e incoordenados, involuntários e paroxísticos, que ocorrem 
de maneira generalizada ou apenas em segmentos do corpo. 
Podem ser: 
 Tônicas: caracterizam-se por serem mantidas permanentes e imobilizarem as articulações. 
 Clônicas: são rítmicas, alternando-se contrações e relaxamentos musculares em ritmo mais ou menos 
rápido. 
 Tônico-clônicas: esse tipo soma as características de ambas. 
As convulsões surgem em muitas condições clínicas, mas todas têm um denominador comum: descargas 
bioelétricas originadas em alguma área cerebral com imediata estimulação motora. 
Tetania:
É uma forma particular de movimentos involuntários e caracteriza-se por crises exclusivamente tônicas quase 
sempre localizadas nas mãos e pés, por isso denominadas “espasmos carpopodais”. 
A tetania pode ocorrer independentemente de qualquer manobra; porém, às vezes, é necessário usar um 
artifício para desencadeá-la, o que é feito com uma compressão do braço com o manguito do 
esfigmomanômetro. A compressão adequada corresponde a um nível pressórico intermediário entre a máxima 
e a mínima, ou seja, se a pressão arterial do paciente é de 140/90 mmHg, insufla-se o manguito até 110 mmHg 
durante 10 min, ao fim dos quais poderá aparecer um movimento involuntário naquela extremidade, o qual 
nada mais é do que um espasmo carpal. É chamado “mão de parteiro” e o fenômeno em sua totalidade recebe 
a designação de sinal de Trousseau. A tetania ocorre nas hipocalcemias (como no hipoparatireoidismo) e na 
alcalose respiratória por hiperventilação. 
Exame Físico Pt.2 - Cricia Daniely
 @diadia.medicina
Fasciculações:
São contrações breves, arrítmicas e limitadas a um feixe muscular. Não devem ser confundidas com as 
mioquinias. 
Discinesias Orofaciais:
São movimentos rítmicos, repetitivos e bizarros, que comprometem, principalmente, a face, a boca, a 
mandíbula e a língua, sendo expressos sob a forma de caretas, franzir dos lábios, protrusão da língua, abertura 
e fechamento da boca e desvios da mandíbula. Ocorrem em psicoses de longa evolução, uso prolongado de 
fenotiazinas e em pessoas idosas, em geral desdentadas. 
Distonias:
Os movimentos distônicos são parecidos com os atetoides, mas costumam envolver porções maiores do corpo, 
inclusive tronco, podendo resultar em posturas grotescas e contorcidas. 
Trata-se da existência de bolhas de ar debaixo da pele. 
A técnica para reconhecê-lo é apalpação, deslizando-se a mão sobre a região suspeita. A existência de bolhas 
de ar proporcionará ao examinador uma sensação de crepitação muito característica. 
O ar pode ser procedente do tórax, em decorrênciade um pneumotórax, ou ter origem em processo local por 
ação de bactérias produtoras de gás; isso é o que ocorre nas gangrenas gasosas. 
Circulação colateral significa a presença de circuito venoso anormal visível ao exame da pele. 
Em pessoas de cor branca e de pele clara e delgada (crianças, velhos, pacientes emagrecidos), pode-se ver 
com certa facilidade uma rede venosa desenhada no tronco ou nos membros. Isso não é circulação colateral; 
trata-se, simplesmente, do que se pode designar desenho venoso. 
Distinguir desenho venoso de circulação colateral é fácil na maioria das vezes: a rede visível está na topografia 
normal, simétrica, não é intensa, e as veias não são sinuosas. 
Circulação colateral indica dificuldade ou impedimento do fluxo venoso através dos troncos venosos 
principais (cava inferior, cava superior, tronco venoso braquicefálico, ilíacas primitivas, veia cava). Por causa 
Exame Físico Pt.2 - Cricia Daniely
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desse obstáculo, o sangue se desvia para as colaterais previamente existentes, tornando-se um caminho 
vicariante capaz de contornar o local ocluído, parcial ou totalmente. 
A circulação colateral deve ser analisada sob os seguintes aspectos: 
 Localização 
 Direção do fluxo sanguíneo 
 Existência de frêmito e/ou sopro 
Localização:
Tórax, abdome, raiz dos membros superiores, segmento cefálico, estas são regiões em que se pode encontrar 
circulação colateral. 
Direção do Fluxo Sanguíneo:
É determinada com a seguinte técnica: comprime-se com as polpas digitais dos dois indicadores, colocados 
rentes um ao outro, um segmento da veia a ser analisada; em seguida, os dedos vão se afastando lentamente, 
mantida constante a pressão, de modo a deslocar a coluna sanguínea daquele segmento venoso. 
Quando os indicadores estão separados cerca de 5 a 10 em, são imobilizados e se assegura se realmente aquele 
trecho da veia está exangue. Se está, executa-se a outra parte da manobra, que consiste em retirar um dos 
dedos, permanecendo comprimida apenas uma extremidade. Feito isso, procura-se observar o reenchimento 
daquele segmento venoso. Se ocorre o enchimento imediato da veia, significa que o sangue está fluindo no 
sentido do dedo que permanece fazendo a compressão. Permanecendo colapsado o segmento venoso, repete-
se a manobra, agora descomprimindo-se a outra extremidade e verificando se houve enchimento do vaso. A 
manobra deve ser repetida 2 ou 3 vezes para não haver dúvida, e, ao terminá-la, o examinador terá condições 
de saber em que sentido corre o sangue. 
Este fenômeno se registra usando-se as seguintes expressões: 
 Fluxo venoso abdome-tórax 
 Fluxo venoso ombro-tórax 
 Fluxo venoso pelve-abdome 
Exame Físico Pt.2 - Cricia Daniely
 @diadia.medicina
Existência de Frêmito e/ou Sopro:
A existência de frêmito, perceptível pelo tato, ou sopro, perceptível pela ausculta, necessita ser pesquisada. A 
única condição em que se costuma perceber frêmito e/ou sopro é quando há recanalização da veia umbilical 
(síndrome de Cruveillier-Baumgarten). 
Conhecidas a localização e a direção do fluxo, podem ser caracterizados quatro tipos fundamentais de 
circulação colateral: 
Tipo braquicefálica: caracteriza-se pelo aparecimento de veias superficiais ingurgitadas em ambos os lados 
da parte superior da face anterior do tórax, com o sangue fluindo de fora para dentro, na direção das veias 
mamárias, toracoaxilares e jugulares anteriores. Esse tipo de circulação colateral pode apresentar variações, 
na dependência do tronco venoso comprometido. Assim, se o obstáculo estiver no tronco braquicefálico direito 
em decorrência de adenomegalia ou aneurisma do joelho anterior da crossa da aorta, haverá estase na veia 
jugular externa direita, que permanece não pulsátil. Se o obstáculo estiver no tronco braquicefálico esquerdo 
em consequência de adenomegalia ou aneurisma da convexidade da crossa da aorta, surgirão os seguintes 
sinais: jugular esquerda túrgida e não pulsátil e empastamento da fossa supraclavicular esquerda. 
Tipo cava superior: a rede venosa colateral vai se distribuir na metade superior da face anterior do tórax; às 
vezes, também na parte posterior, nos braços e no pescoço. A direção do fluxo sanguíneo é toracoabdominal, 
indicando que o sangue procura alcançar a veia cava inferior através das veias xifoidianas e torácicas laterais 
superficiais. Além da rede de veias, costumam surgir os seguintes sinais: estase jugular bilateral não pulsátil, 
cianose e edema localizado na porção superior do ronco, pescoço e face. Esse tipo de circulação colateral se 
instala quando há um obstáculo na veia cava superior, seja compressão extrínseca por neoplasias ou outras 
alterações mediastinais, principalmente do mediastino superior. 
Exame Físico Pt.2 - Cricia Daniely
 @diadia.medicina
Tipo porta: o obstáculo pode estar situado nas veias supra-hepáticas (síndrome de Budd-Chiari), no fígado 
(cirrose hepática) ou na veia porta (pileflebite). A rede venosa vicariante localiza-se na face anterior do tronco, 
principalmente nas regiões periumbilical, epigástrica e face anterior do tórax. A direção do fluxo sanguíneo 
será de baixo para cima, do abdome para o tórax, à procura da veia cava superior através das veias xifoidianas 
e torácicas laterais. Quando a circulação colateral se torna mais intensa, podem -se ver vasos nos flancos e 
fossas ilíacas. Neste caso, a direção da corrente sanguínea é de cima para baixo, do abdome para os membros 
inferiores, à procura da veia cava inferior. Outras vezes, a rede venosa colateral se concentra na região 
umbilical, de onde se irradia como os raios de uma roda, ou, melhor comparando, como as pernas de aranha 
que se destacam de um corpo central - o umbigo -, recebendo o nome de circulação colateral tipo "cabeça de 
medusa". 
Tipo cava inferior: o obstáculo situa-se na veia cava inferior, e a circulação colateral vai se localizar na parte 
inferior do abdome, região umbilical, flancos e face anterior do tórax. O sangue fluirá no sentido abdome-
tórax à procura da veia cava superior. A causa mais frequente desse tipo de circulação colateral é compressão 
extrínseca por neoplasias intra-abdominais. 
Exame Físico Pt.2 - Cricia Daniely
 @diadia.medicina
É o excesso de líquido acumulado no espaço intersticial ou no interior das próprias células. 
Pode ocorrer em qualquer sítio do organismo, mas, do ponto de vista semiológico, interessa-nos apenas o 
edema cutâneo, ou seja, a infiltração de líquido no espaço intersticial dos tecidos que constituem a pele e a 
tela celular subcutânea. 
A investigação semiológica do edema tem início na anamnese, quando se indaga sobre tempo de duração, 
localização e evolução. No exame físico completa-se a análise, investigando-se os seguintes parâmetros: 
 Localização e distribuição 
 Intensidade 
 Consistência 
 Elasticidade 
 Temperatura da pele circunjacente 
 Sensibilidade da pele circunjacente 
 Outras alterações da pele adjacente 
Localização e Distribuição:
O edema localizado restringe-se a um segmento do corpo, seja a um dos membros inferiores, seja a um dos 
membros superiores, seja a qualquer área corporal. 
Excluída essa possibilidade, consideramos o edema como generalizado mesmo que aparentemente se restrinja 
a uma parte do organismo. 
Exame Físico Pt.2 - Cricia Daniely
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É nos membros inferiores que mais frequentemente se constata a existência de edema; todavia, duas outras 
regiões devem ser sistematicamente investigadas: face (especialmente regiões subpalpebrais) e região pré-
sacra, esta particularmente nos pacientes acamados, recém-natos e lactentes. 
Intensidade:
Para determinar a intensidade do edema, emprega-se a seguinte técnica: com a polpa digital do polegar ou do 
indicador, faz-se uma compressão, firme e sustentada, de encontro a uma estruturarígida subjacente à área em 
exame, seja a tíbia, o sacro ou os ossos da face. Havendo edema, ao ser retirado o dedo vê-se uma depressão, 
no local comprimido, que costuma ser chamada de fóvea. 
Estabelece-se a intensidade do edema referindo-se à profundidade da fóvea graduada em cruzes (+, + +, + + 
+ e + + + +). Com a experiência, vai sendo adquirida a capacidade de estabelecer o grau do edema, também
escalonado em cruzes. Duas outras maneiras podem ser usadas para avaliar a magnitude da retenção hídrica:
 Pesando-se o paciente diariamente 1 vez/dia, pela manhã ou à noite. Variações muito acentuadas do peso 
traduzem retenção ou eliminação de água. Todo paciente que apresenta edema deve ser pesado 
diariamente. 
 Medindo-se o perímetro da região edemaciada, como se pode fazer no caso dos edemas de membros 
inferiores, e comparando-se um lado com o outro em dias sucessivos. 
Consistência:
A mesma manobra adotada para avaliar a intensidade serve também para investigar a consistência do edema, 
a qual pode ser definida como o grau de resistência encontrado ao se comprimir a região edemaciada. 
Classifica-se em dois tipos: 
Edema mole: é facilmente depressível. Observado em diferentes condições, significa apenas que a retenção 
hídrica é de duração não muito longa, e o tecido celular subcutâneo está infiltrado de água. 
Edema duro: nesse tipo de edema, depara-se com maior resistência para obter a formação da fóvea. Traduz 
a existência de proliferação fibroblástica que ocorre nos edemas de longa duração ou que se acompanharam 
de repetidos surtos inflamatórios. 
Elasticidade:
Esta é indicada não só pela sensação percebida pelo dedo que comprime, mas principalmente observando-se 
a volta da pele à posição primitiva quando se termina a compressão. 
Tem-se dois tipos: 
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 @diadia.medicina
Edema elástico: a pele retoma imediatamente à sua situação normal, ou seja, a fóvea perdura pouquíssimo 
tempo. O edema elástico é típico dos edemas inflamatórios. 
Edema inelástico: é aquele cuja pele comprimida demora a voltar à posição primitiva, ou seja, a depressão 
persiste por certo tempo. 
Temperatura da Pele:
Usa-se o dorso dos dedos ou as costas das mãos, comparando-se com a pele da vizinhança e da região 
homóloga. 
Há três possibilidades: 
 Pele de temperatura normal: frequentemente a temperatura na região edemaciada não se altera, o que é 
desprovido de qualquer significado especial. 
 Pele quente: significa edema inflamatório. 
 Pele fria: traduz comprometimento da irrigação sanguínea daquela área. 
Sensibilidade da Pele:
Para apreciação da sensibilidade, aproveita-se uma vez mais a manobra de digitopressão da área que está 
sendo investigada. Doloroso é o edema cuja pressão desperta dor, e indolor, quando tal não ocorre. Edema 
doloroso é o inflamatório. 
Outras Alterações da Pele:
A primeira a ser investigada consiste na mudança de coloração. Pode-se notar palidez, cianose ou vermelhidão. 
A palidez atinge maior intensidade nos edemas que se acompanham de transtorno da irrigação sanguínea. A 
cianose é indicativa de perturbação venosa localizada, mas pode ser parte de uma cianose central ou mista. 
Vermelhidão indica processo inflamatório. 
Deve-se observar, ainda, a textura e a espessura da pele: pele lisa e brilhante acompanha o edema recente e 
intenso; pele espessa é vista nos pacientes com edema de longa duração; pele enrugada aparece quando o 
edema está sendo eliminado. 
Fisiopatologia e Causas de Edema:
O raciocínio parte do conhecimento das estruturas que tomam parte nas trocas de água e eletrólitos. 
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Vale também relembrar as forças que atuam ao nível dos capilares regulando a passagem de água e de 
eletrólitos de um compartimento para outro e que são as seguintes: 
 Pressão hidrostática 
 Pressão oncótica das proteínas 
 Permeabilidade da parede capilar 
 Osmolaridade intra e extravascular 
 Fluxo linfático 
Essas forças agem por si mesmas ou em obediência a mecanismos humorais, tais como a aldosterona ou 
substâncias tipo histamina. 
Paralelamente a elas, participam da formação de edema generalizado os mecanismos reguladores da 
reabsorção de sódio e água ao nível dos rins, os quais, por sua vez, também estão sujeitos à ação de hormônios, 
seja a aldosterona, seja o hormônio antidiurético. 
Outra etapa do raciocínio que leva à compreensão do edema é quando se procura relacionar a causa com o 
mecanismo de sua formação. 
As principais causas de edema são: 
 Síndrome nefrítica 
 Síndrome nefrótica 
 Pielonefrite 
 Insuficiência cardíaca 
 Cirrose hepática 
 Hepatite crônica 
 Desnutrição proteica 
 Fenômenos angioneuróticos (edema alérgico) 
 Gravidez 
 Toxemia gravídica 
 Obesidade 
 Hipotireoidismo 
 Medicamentos (corticosteroides, anti-inflamatórios, antagonistas do cálcio) 
Qualquer que seja a causa do edema, há sempre participação de dois ou mais mecanismos com predomínio de 
um ou outro. No entanto, a retenção de sódio e água constitui fator importante em todo edema generalizado. 
Engloba-se sob a designação de edema renal o que se observa na síndrome nefrítica, na síndrome nefrótica e 
na pielonefrite. 
A temperatura do interior do corpo permanece quase constante, em uma variação de no máximo 0,6°C, mesmo 
quando exposto a extremos de frio ou de calor, graças ao aparelho termorregulador. 
A temperatura da parte externa do corpo, ao contrário, está sujeita às variações das condições ambientais. 
Pequenas variações na temperatura normal são observadas, de pessoa a pessoa, e em uma mesma pessoa, em 
diferentes regiões do corpo. 
Os valores térmicos estão aumentados em certas condições, tais como refeições, exercícios físicos intensos, 
gravidez ou ovulação. 
Na mulher sadia, a ovulação exerce um efeito tão característico sobre a temperatura corporal que é possível 
determinar a época da ovulação durante os ciclos menstruais. A temperatura baixa 24 a 36 h antes do início 
da menstruação e continua nesse nível durante o período menstrual. Coincidindo com a ovulação, a 
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temperatura se eleva, mantendo-se até 1 ou 2 dias antes da menstruação seguinte. Como a diferença entre esses 
níveis térmicos raramente ultrapassa 1 °C, a temperatura deve ser medida em condições basais, ou seja, pela 
manhã, antes de se levantar e de realizar qualquer atividade. 
Regulação da Temperatura Corporal:
O calor gerado no interior do corpo atinge a superfície corporal por meio dos vasos sanguíneos que formam o 
plexo vascular subcutâneo, mas pouco calor se difunde para a superfície, graças ao efeito isolante da camada 
do tecido adiposo. 
O fluxo sanguíneo para a pele equivale de 10 a 30% do débito cardíaco total. Um elevado fluxo sanguíneo faz 
com que o calor seja conduzido da parte interna para a superfície corporal com grande eficiência, enquanto a 
redução do fluxo sanguíneo provoca fenômeno contrário. 
A condução de calor para a pele é controlada pelo grau de constrição das arteríolas e das anastomoses 
arteriovenosas. A vasoconstrição, por sua vez, regulada pelo sistema nervoso simpático, responde às alterações 
que ocorrem na temperatura corporal interna. 
Ao chegar à superfície corporal, o calor é transferido do sangue para o meio externo através de irradiação, 
condução e evaporação. Para que haja irradiação, a temperatura corporal tem que ser mais alta que a do meio 
ambiente. 
O corpo perde calor também por condução, ou seja, quando o corpo se encosta em um objeto frio, ele cede 
calor até que as temperaturas se igualem. É o que acontece também em relação ao ar que está em contato com 
a pele. Neste caso, a perda de calor é limitada pela velocidade com que o ar circula, já que a temperatura da 
camada de ar envolve o corpo e logo se iguala à temperatura corporal.Este mecanismo de perda de calor é 
chamado de convecção. 
A temperatura do corpo é regulada quase inteiramente por mecanismos nervosos de retroalimentação que 
operam por meio do centro termorregulador, localizado no hipotálamo. Provavelmente, os mais importantes 
receptores térmicos são os neurônios termossensíveis especiais localizados na área pré-óptica do hipotálamo. 
A regulação termostática do frio é feita por receptores situados na medula espinal e pele. 
Os estímulos que atingem os receptores periféricos são transmitidos ao hipotálamo posterior, no qual são 
integrados com os sinais dos receptores pré-ópticos para calor, originando impulsos eferentes no sentido de 
produzir ou perder calor. Este centro de controle de regulação da temperatura é o chamado termostato 
hipotalâmico. Quando a temperatura corporal atinge 37°C inicia-se a sudorese, que a partir deste ponto 
aumenta rapidamente com um mínimo de elevação na temperatura corporal. A taxa de produção de calor é 
reduzida a partir deste instante. 
O aquecimento da área termostática pré-óptica aumenta a taxa de eliminação do calor corporal de dois modos: 
estimulando as glândulas sudoríparas e causando vasodilatação dos vasos cutâneos. 
Quando o corpo é resfriado abaixo de 37°C, são postos em ação mecanismos especiais para conservar o calor 
corporal. 
A conservação do calor implica vasoconstrição na pele, a qual reduz a perda de calor por condução e 
convecção, e piloereção para reter o calor entre os pelos e abolir a transpiração. 
Locais de Verificação da Temperatura e Valores Normais:
A temperatura corporal é verificada por meio do termômetro clínico, que no Brasil é graduado em graus 
Celsius (°C). Os termômetros clínicos registram temperaturas entre 35°C e 42°C. Os termômetros eletrônicos 
têm como limites 32°C e 43°C. 
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A temperatura corporal pode apresentar variações na dependência do local em que será procedida a sua 
mensuração. Desse modo, ele pode ser: axilar, oral, retal, timpânico, arterial pulmonar, esofágico, 
nasofaringiano e vesical. No Brasil, o local habitual é o oco axilar. 
A mensuração da temperatura na cavidade oral, bastante comum em outros países, é feita pela colocação do 
termômetro na região sublingual. Para isso, é necessário termômetros individuais. 
A temperatura retal é feita pela aplicação do termômetro na ampola retal. Nesse caso, além do uso de 
termômetros individuais, há uma diferença no termômetro, visto que seu bulbo é redondo. 
A membrana timpânica é o local de eleição para mensuração da temperatura central; contudo, não tem grande 
aceitação na prática clínica. 
É importante conhecer as diferenças fisiológicas existentes entre os três locais - oco axilar, boca e reto -, 
porque, em determinadas situações patológicas (abdome agudo, afecções pélvicas inflamatórias), devem ser 
medidas as temperaturas axilar e retal, tendo valor clínico uma diferença maior que 0,5°C: 
Deve-se observar a atitude ou posição do paciente não apenas no leito, mas também quando ele se põe de pé. 
Uma postura defeituosa pode ser consequência de mau costume ou de afecção da coluna vertebral. Entre as 
queixas mais comuns na prática médica, estão a dorsalgia e a lombalgia, que, em muitos casos, advêm de má 
postura. 
Pode-se classificar a postura da seguinte maneira: 
Boa postura: 
 Cabeça ereta ou ligeiramente inclinada para diante 
 Peito erguido, fazendo adiantar ao máximo essa parte do corpo 
 Abdome inferior achatado ou levemente retraído 
 Curvas posteriores nos limites normais 
Postura sofrível: 
 Cabeça levemente inclinada para diante 
 Peito achatado 
 Abdome algo protruso, passando a ser a parte mais saliente do corpo 
 Curvas posteriores exageradas 
Má postura: 
 Cabeça acentuadamente inclinada para diante 
 Peito deprimido 
 Abdome saliente e relaxado 
 Curvas posteriores extremamente exageradas 
• Temperatura axilar: 35,5 a 37°C, com média de 36 a 36,5°C
• Temperatura bucal: 36 a 37,4°C
• Temperatura retal: 36 a 3 7 ,5°C, ou seja, 0,5°C maior que a axilar.
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Postura e Envelhecimento:
Está claro que um idoso nunca é igual ao outro, pois existe uma grande variabilidade no processo de 
envelhecimento. Algumas alterações na postura podem ser consideradas típicas da velhice, mas variam a época 
e a velocidade em que essas alterações vão ocorrer e até que ponto elas serão influenciadas pelas doenças, 
tratamentos e sequelas apresentadas pelos pacientes. 
Com o avançar da idade, a cabeça desloca-se para frente e ocorre uma diminuição da lordose lombar normal. 
É o conjunto de características morfológicas apresentadas pelo indivíduo. Não se deve confundir biotipo com 
altura. 
Por ser prática e simples, adota-se a seguinte classificação: 
Longilíneo:
Classicamente comparado a D. Quixote, apresenta como característica: 
 Pescoço longo e delgado 
 Tórax afilado e chato 
 Membros alongados com franco predomínio sobre o tronco 
 Ângulo de Charpy menor que 90° 
 Musculatura delgada e panículo adiposo pouco desenvolvido 
 Tendência para estatura elevada 
Mediolíneo:
É o tipo intermediário e caracteriza-se pelos seguintes elementos: 
 Equilíbrio entre os membros e o tronco 
 Desenvolvimento harmônico da musculatura e do panículo adiposo 
 Ângulo de Charpy em torno de 90° 
Brevilíneo:
Frequentemente comparado a Sancho Pança, apresenta as seguintes características: 
 Pescoço curto e grosso 
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 Tórax alargado e volumoso 
 Membros curtos em relação ao tronco 
 Ângulo de Charpy maior que 90° 
 Musculatura desenvolvida e panículo adiposo espesso 
 Tendência para baixa estatura 
A determinação do biotipo encontra sua principal utilidade para a correta interpretação das variações 
anatômicas que acompanham cada tipo morfológico, pois há uma relação entre a forma exterior do corpo e a 
posição das vísceras. Assim, a forma do coração e a localização do ictus cordis serão diferentes nos três tipos. 
A forma do estômago, por sua vez. está estreitamente relacionada com a morfologia externa do indivíduo. 
O modo de andar do paciente poderá ser de grande utilidade diagnóstica, especialmente nas afecções 
neurológicas. 
Deve ser analisada solicitando-se ao paciente que caminhe certa distância (acima de 5 m), descalço, de 
preferência com calção, com olhos abertos e fechados, indo e voltando sob a observação do examinador. 
A marcha normal pode sofrer variações em relação a particularidades individuais (cada pessoa tem seu jeito 
característico de andar), ou em razão de distúrbios do aparelho locomotor. 
Marcha e Envelhecimento:
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Com o envelhecimento, a marcha também pode alterar-se, mesmo na ausência de qualquer doença. A marcha 
senil caracteriza-se por aumento da flexão dos cotovelos, cintura e quadril. Diminuem também o balanço dos 
braços, o levantamento dos pés e o comprimento dos passos (marcha de pequenos passos). 
 Essas alterações são consideradas consequência fisiológica do envelhecimento; porém, não estão presentes 
em todos os idosos. Alguns indivíduos podem alcançar idades muito avançadas sem apresentar essas 
alterações. Em outros, podem ocorrer precocemente. 
É importante lembrar que o envelhecimento caracteriza-se por diminuição da reserva funcional, o que 
predispõe o idoso a inúmeras afecções; portanto, a marcha do idoso pode estar alterada pela presença de 
doenças neurológicas e/ou osteomusculares. Antes de rotular a marcha do paciente como "marcha senil", é 
preciso afastar todas as doenças que podem alterá-la. 
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