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AO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE BRASÍLIA Processo nº … RODRIGO, estado civil…, união estável…, profissão…, CPF nº…, endereço eletrônico..., residente e domiciliado em … Brasília-DF, vem, por meio de seu advogado constituídos nos autos por procuração em anexo, o qual recebe as intimações de estilo no endereço profissional…, com fulcro nos arts. 335 e 337 do CPC, apresentar CONTESTAÇÃO à ação indenizatória ajuizada por CAROLINA, estado civil…, união estável…, cabelereira, CPF nº…, endereço eletrônico…, residente e domiciliada em Recanto das Emas-DF, pelos fatos e direitos a seguir expostos. I - DA TEMPESTIVIDADE A apresentação da contestação nesta data de 19/06/2020 é tempestiva, haja vista que a prática desse ato tem prazo de 15 dias a contar do protocolo do pedido de cancelamento de audiência de conciliação, nos termos do art. 335, II, do CPC. II - DOS FATOS Em petição inicial de ação indenizatória movida por Carolina, a autora esclarece que foi atropelada pelo réu em 05/07/2015, no Eixão. Oportunidade em que a parte autora alega ter ficado extremamente debilitada, sendo necessária intervenção cirúrgica para reverter o quadro em que se encontrava. Em razão do acidente, a autora ficou 60 dias afastada do trabalho e reivindica da parte recorrida indenização no valor total de R$ 50.000,00, sendo R$ 30.000,00 à título de danos morais e R$ 20.000,00 decorrentes de lucros cessantes, tendo em vista que a autora alega ter renda mensal aproximada de R$ 10.000,00. A autora aduz, ainda, que o acidente foi de total responsabilidade do réu por conduta ilícita no trânsito, eis que o requerido a atingiu enquanto a autora atravessava a rua, às 2h00 da madrugada. Diante o alegado, cabe ao réu apresentar as matérias concernentes à defesa. III - DAS PRELIMINARES A) ILEGITIMIDADE PASSIVA DO RÉU A autora alega em síntese inicial que o réu dirigia automóvel na data de 05/07/2015 no Eixão e, ato contínuo, atropelou-a, ocasionando diversos ferimentos e condições que a impossibilitaram de trabalhar por um período de 60 dias. Ocorre que a autora não se atentou ao fato de que não era o réu que dirigia o veículo em questão, pois estava de carona. Quem realmente dirigia o carro nesta data era seu amigo Pedro. Desta feita, não há que se falar em responsabilidade do réu nessa mesma lide, em razão de não ter legitimidade passiva para responder ao ato. Assim, roga-se pelo acolhimento da preliminar disposta no art. 337, XI, do CPC, para que seja julgado o processo sem a resolução de mérito, nos termos do art. 485, VI do CPC. Caso não seja do entendimento de Vossa Excelência, que permita ao autor indicar a parte correta no polo passivo e, após realizada a substituição, que restitua valores decorrentes de honorários advocatícios, de acordo com o art. 338 do CPC. IV - DO DIREITO A) PRESCRIÇÃO O acidente relatado na lide se deu em 05/07/2015, vindo a autora requerer prestação jurisdicional apenas em 19/05/2020, sendo clara a prescrição do fato para fins indenizatórios. De acordo com o art. 206, § 3º, V, do CC prescreve em 3 anos a pretensão de reparação civil. Essa reparação se enquadra no rol de responsabilidade civil advinda da prática de ato ilícito que gera dano a outrem. Como a autora levou aproximadamente 5 anos para propor a ação, é indiscutível que não há mais que se falar em indenização referente a este fato, pela parte ter perdido a oportunidade de arguir seu direito. Isto posto, reclama-se pela extinção do processo com a resolução de mérito, conforme entendimento do art. 487, II, do CPC. B) RESPONSABILIDADE CIVIL Na eventualidade da prescrição não ter formado o convencimento de Vossa Excelência, passa-se à análise da responsabilidade imputada ao réu. A responsabilidade civil está fundamentada nos arts. 186 e 927 do Código Civil. Esses mesmos artigos preceituam que o agente causador do dano a outrem tem a obrigação de repará-lo. Entretanto, no caso concreto incorre situação que difere desses dispositivos. A autora, ao contrário do mencionado na inicial, não teve dever de cuidado ao atravessar a rua. O eixão é uma via que, como se sabe, não possui nenhuma sinalização como faixa de pedestre ou semáforo que autorize o andante a atravessar em segurança. A parte requerente, por sua vez, se jogou na frente do carro com o único intuito de provocar o acidente. Fato este que pode ser comprovado através de relatos testemunhais de pessoas além da parte requerida que presenciaram o fato. Nessa hipótese há de se enquadrar o excludente de responsabilidade da culpa exclusiva da vítima. Apura-se que, caso a conduta da autora fosse dotada de cautela o acidente não teria ocorrido, eis que o motorista dirigia em segurança. A autora se lançou em frente ao carro em movimento, suprimindo a responsabilidade do réu através do afastamento de sua culpabilidade. O art. 945 do Código Civil trata essa possibilidade, no que concerne à indenização da vítima ser dosada pela concorrência de ambas as partes no acontecimento do evento danoso. Desse modo, como a autora foi a causadora direta do acidente, entende-se pela total exclusão da responsabilidade civil da parte requerida. V - DOS PEDIDOS Diante ao exposto, requer: a) O recebimento da contestação, eis que apresentada tempestivamente, de acordo com o art. 335 do CPC; b) O acolhimento da preliminar, para fins de reconhecimento da ilegitimidade passiva do réu, de acordo com o art. 337, XI do CPC, de modo que incorra o julgamento do processo sem a resolução do mérito, previsto no art. 485, VI do CPC. Ou, ainda, que seja facultado ao autor substituir o réu no polo passivo e que promova a restituição de valores decorrentes de honorários advocatícios, de acordo com o art. 338 do CPC; c) Subsidiariamente, a improcedência total dos pedidos realizados na inicial, de forma que seja reconhecida a prescrição da postulação da parte autora e a consequente extinção do processo com a resolução do mérito, de acordo com o art. 487, II, do CPC, ou a culpa exclusiva da vítima. d) A condenação da parte autora pelas custas processuais e honorários sucumbenciais. Protesto provar o alegado por provas testemunhais, documentais e todos os meios em Direito admitidos. ROL DE TESTEMUNHAS: ... Local/19/06/2020 Advogado/OAB Questão 1 Não, o juiz poderá prolatar sentença. Entretanto, a juntada do substabelecimento que permita a Juliano figurar como novo advogado da causa é vedada em razão do juiz titular ser seu genitor, podendo acarretar no impedimento do juiz da causa, nos termos do art. 144, § 1º do CPC. Questão 2 Não. A incompetência territorial se trata de incompetência relativa e deve ser arguida em sede de preliminar em contestação, como no art. 337, II, do CPC. Não há que se falar em arguição dessa modalidade de incompetência de ofício, como disposto na Súmula nº 33 do STJ.
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