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Férias: manual para organizar as férias na sua empresa 
ferias-introducao 
Do estagiário ao CEO de uma empresa, todos devem tirar férias de seu trabalho pelo 
menos uma vez no ano. Além de fazer bem a saúde dos colaboradores, as férias 
também são benefício garantido pelas leis trabalhistas e pela Constituição Federal, 
sabia? 
 
Pois é, mas, o que é um alívio para quem a recebe, pode ser um pesadelo para quem 
precisa organizar todas as pendências antes desse período. 
 
Cálculos, anotação da carteira de trabalho, organização do período, regras... 
 
Tudo isso é o que o RH de uma empresa precisa preparar antes de conceder férias a 
um colaborador. 
 
Se esse é o seu caso você chegou ao lugar certo. Neste manual vamos ver todos os 
detalhes das férias. Desde sua previsão em lei, até como calcular e remunerar os 
colaboradores. 
 
Para guiar sua leitura, esses são os principais tópicos que vamos abordar neste 
manual, caso você queira ir para algum específico é só clicar no título: 
 
O que são férias e como funciona? 
Tipos de férias 
Férias CLT 
Férias - Reforma Trabalhista 
Como calcular férias? 
Calculadora saldo de férias 
Como o PontoTel pode ajudar 
Férias: o que muda durante a pandemia? 
O que são férias e como funciona? 
As férias são o período de descanso direcionado aos funcionários de uma empresa. 
Esse é um benefício garantido por lei a todos os brasileiros. 
A legislação trabalhista brasileira prevê que, a cada 1 ano de trabalho completo o 
colaborador tem o direito de tirar 30 dias de descanso de seu trabalho. Esses dias são 
remunerados junto ao acréscimo de férias. 
Apesar do benefício existir há 95 anos no país, as férias laborais demoraram muito 
tempo para se consolidar no Brasil como um direito trabalhista que não pode ser 
negado ou negligenciado. Antes desse período se tornar o que é hoje, ele passou por 
diversos decretos e atualizações. 
Vamos fazer uma rápida linha do tempo para explicar esse caminho. 
Férias: Linha do tempo 
Decreto Nº 4.982 
No dia 24 de dezembro de 1925, foi decretada a Lei de Férias, uma das pioneiras 
que tratava sobre o benefício. O texto previa que empregados e operários teriam 
anualmente 15 dias de férias, sem prejuízo de seus ordenados, diárias, vencimentos 
ou gratificações. 
O benefício poderia ser concedido de uma só vez ou parcelado até que completasse 
os 15 dias. Esse decreto ainda previa uma multa aos infratores. Entretanto, como não 
existia uma fiscalização naquela época muitos empregadores deixavam de conceder 
o benefício aos funcionários, uma vez que ficava a critério deles estabelecer data e 
duração. 
Decreto Nº 23.103 
Em 19 de Agosto de 1933, oito anos depois da primeira lei. Foi instaurado um novo 
decreto sobre o direito às férias. Na nova previsão os 15 dias foram mantidos, 
entretanto, as regras se tornaram mais claras, e algumas delas até chegaram bem 
perto das que temos hoje. 
Neste decreto, foram instauradas regras como: 
A aquisição do direito às férias depois de doze meses de trabalho no mesmo 
estabelecimento; 
Proporção entre faltas e período de aquisição; 
Registro de férias na carteira do colaborador; 
Fiscalização do direito pelas autoridades competentes. 
Decreto Nº 5.452 
Se você é um leitor deste blog, com certeza deve conhecer esse decreto. Se trata da 
Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, decretada no dia 01 de maio de 1943. 
Mas, ainda não foi com ele que as férias ganhou o formato que conhecemos hoje em 
dia. Porém, com a CLT as férias se tornaram mais populares e entendidas como um 
direito do trabalhador. 
Decreto Nº 1.535 
Trinta e quatro anos depois da CLT, no dia 15 de abril de 1977, as férias passaram a 
ter os 30 dias corridos que conhecemos hoje em dia. 
Até agora falamos apenas em quantos dias as férias poderiam durar sem prejuízo da 
remuneração do colaborador. Mas, o seu adicional de ⅓ ainda demorou mais 11 anos 
para chegar. 
Constituição Federal de 1988 
A carta magna brasileira que rege todos os direitos e deveres da população, instituiu 
em seu artigo 7° que versa sobre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, que 
todo cidadão possui o direito à férias anuais remuneradas com o acréscimo de ⅓ a 
mais do seu salário. 
Esse acréscimo é importantíssimo para os trabalhadores, que podem usar a quantia 
para custear uma viagem de férias, ou até mesmo para pagar dívidas. De uma forma 
ou de outra esse bônus foi bastante benéfico aos trabalhadores. 
Agora que vimos com detalhes todo o histórico do direito a férias, vamos entender 
quais são os tipos de férias existentes. 
Tipos de férias 
Ao longo de sua vida profissional, o empregado celetista poderá lidar com diversos 
tipos de férias. Em algumas empresas é bastante comum que além das férias 
individuais se tire férias coletivas ou recessos. 
Esses períodos possuem bastante diferença. É preciso entender tudo sobre eles antes 
de conceder aos funcionários. Por isso, bastante atenção. 
Férias Coletivas 
As férias coletivas costumam ser gozadas em períodos de baixas do mercado. É 
bastante comum que empresas concedam esse período ao final ou começo de um 
novo ano. 
 
Nessa modalidade a empresa concede férias a um setor inteiro, não apenas a um 
funcionário. Para que todos saiam ao mesmo tempo, já que o trabalho diminui nessas 
épocas. 
Mas, atenção. Apesar de ser concedida conforme o querer da empresa esse tipo de 
férias também possui regras, é importante que sua empresa esteja atenta. 
As regras para as férias coletivas aparecem na CLT, no artigo 139. Ele determina 
que: 
As férias coletivas devem ser direcionadas a um setor, a empresa inteira ou a um 
estabelecimento. Isso quer dizer que, ao conceder essas férias todos do mesmo setor 
devem ser contemplados, não podendo ser direcionadas a apenas alguns 
funcionários; 
Elas podem acontecer em até 2 períodos anuais, e nenhum deles pode ser inferior a 
10 dias corridos; 
A empresa deve comunicar aos órgãos competentes, a data inicial e final das férias 
coletivas e determinar para qual setor ou estabelecimento elas serão concedidas. Essa 
comunicação deve ser feita com uma antecedência de no mínimo 15 dias; 
Também com uma antecedência de no mínimo 15 dias, a empresa deve enviar a 
cópia de sua comunicação de férias aos sindicatos das categorias contempladas. E, 
no mesmo período deve comunicar aos colaboradores as datas iniciais e finais das 
férias, afixando avisos em locais da empresa. 
Essas férias também causam algumas dúvidas comuns nas empresas. Vamos ver as 
principais: 
Quem ainda não fechou o ciclo do período aquisitivo pode tirar férias coletivas? 
Sim, o artigo 140 da CLT determina que funcionários com menos de 1 ano de casa 
também podem tirar férias coletivas. Entretanto, elas deverão ser proporcionais ao 
tempo de seu período aquisitivo e o restante será pago como licença remunerada. 
Também é importante lembrar que, ao término das férias coletivas inicia-se um novo 
período de contagem de aquisição. 
Devo pagar os funcionários em caso de férias coletivas? 
Sim! As regras das férias coletivas são as mesmas das férias individuais. Também 
são devidos aos colaboradores o adicional de ⅓. 
As férias coletivas entram para a contagem de dias das férias individuais? 
 
Sim. Como o colaborador irá tirar dias de descanso e será remunerado por isso, as 
férias coletivas entram para a contagem de suas férias individuais. 
Isso quer dizer que, se um colaborador tiver completado o período aquisitivo e tiver 
30 dias de férias para tirar, caso a empresa conceda 15 dias de férias coletivas ele 
ainda pode tirar 15 dias de férias individuais. 
Recesso 
O recesso também costuma causar muitas dúvidas nas empresas. Como ele não tem 
previsão em lei, algumas pessoas até pensam que ele é um tipo de férias coletivas, 
mas a verdade é que são coisas totalmente diferentes. 
O recesso é concedido pela empresa aos funcionários como um tipo de “descanso” 
sem prejuízo de suas remunerações. É umadecisão tomada pela empresa e cabe a 
ela organizar a melhor forma de fazê-lo. 
Outra diferença do recesso para as férias, é que nesse caso não é devido o adicional 
de ⅓ aos colaboradores. E, a empresa também não pode descontar esses dias do saldo 
de férias do colaborador. 
Mas então a empresa pode descontar esses dias do banco de horas? 
Não! Como vimos, o recesso é algo oferecido aos funcionários por total decisão da 
empresa. Ele não pode ser descontado das férias nem do banco de horas dos 
colaborador. 
E, também não pode ser descontado do salário do colaborador. Por isso, muito 
cuidado ao planejar um recesso na sua empresa, confira todas as regras para não 
infringir nenhuma lei trabalhista. 
Abono pecuniário 
Muitos colaboradores optam por praticar o abono pecuniário. Ele correspondem a 
venda de ⅓ dos dias de férias das quais o colaborador tem direito. Ele é popularmente 
conhecido como “venda de férias”. 
Nessa modalidade o colaborador deixa de tirar os dias de repouso e recebe esses dias 
em remuneração. 
E como vender as férias? 
Nesse caso, a decisão de vender as férias é totalmente do colaborador, ele deve 
procurar o RH da empresa e fazer uma solicitação por escrito em no máximo 15 dias 
antes do fim de seu período aquisitivo de férias. Ou seja, 15 dias antes dele completar 
12 meses trabalhados na empresa. 
 
A empresa pode recusar a venda de férias? 
Não, a empresa não pode recusar o pedido do colaborador. O artigo 143 da CLT 
determina que é facultativo ao colaborador converter ⅓ de seu período de férias em 
abono pecuniário. 
Portanto, se o colaborador solicitar esse abono dentro do prazo estabelecido, a 
empresa deve acatar o pedido. 
Férias Individuais 
Esse tipo de férias é um dos mais aguardados pelos colaboradores. Pois, além de 
poder descansar por uns dias, ainda recebem um acréscimo em seu salário. 
Nessa modalidade, após concluir o seu período aquisitivo o colaborador pode tirar 
até 30 dias de folga. Esse período é acordado com a empresa sendo concedido de 
acordo com o que for melhor para a organização. 
Mas calma, veremos todas as regras das férias neste texto. Esse tópico é somente 
para entendermos mais sobre os tipos de férias que os colaboradores podem tirar ao 
longo de sua vida profissional. Agora vamos entender o que diz a legislação. 
Férias CLT 
O artigo 129 da CLT, prevê que todo colaborador tem direito a um período de férias 
sem que haja prejuízo de sua remuneração. 
Esse período é tratado com detalhes pelo Capítulo IV da CLT, que compreende o 
artigo n° 129 ao 153. Ele traz todas as regras sobre as férias, suas remunerações, 
tipos e penalidades. 
Nesse conjunto de artigos algumas coisas merecem a nossa atenção, vejamos. 
Período aquisitivo 
Muitos empregadores e funcionários possuem dúvidas sobre do que se trata o 
período aquisitivo de férias. 
O período aquisitivo é retratado pelo artigo 130 da CLT, trata-se dos 12 meses de 
trabalho que o colaborador concluiu. Ou seja, a cada 12 meses ele adquire o direito 
de tirar o período de férias. 
Entretanto, neste mesmo artigo existem algumas regras para que o período aquisitivo 
do colaborador seja computado. Neste artigo vemos a proporcionalidade entre as 
faltas injustificadas e os dias de férias, conforme tabela abaixo: 
 
Faltas Proporção de férias 
Até 5 faltas 30 dias corridos 
6 a 14 faltas 24 dias corridos 
15 a 23 faltas 18 dias corridos 
24 a 32 faltas 12 dias corridos 
Após 1 ano de trabalho o colaborador tem o direito de tirar férias conforme a 
proporção destacada acima. 
Além das faltas, outras situações também interferem no período aquisitivo de férias 
dos colaboradores. Elas são descritas pelo art. 133, e podem levar o colaborador a 
perder o seu direito a férias. São elas: 
Deixar o emprego e não ser readmitido dentro de 60 dias após sua saída; 
Tirar alguma licença, com percepção de salários, por mais de 30 dias; 
Deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 dias, em virtude de 
paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; 
Receber da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-
doença por mais de 6 meses, embora descontínuos. 
Por isso é importante que a sua empresa mantenha o controle sobre a frequência dos 
colaboradores e tenha todas essas informações, uma vez que elas interferem 
diretamente nesse período. 
Período concessivo 
O período concessivo corresponde ao tempo de 12 meses em que a empresa deve 
conceder os dias de descanso ao funcionário, de acordo com a proporcionalidade 
que ele tiver direito. 
Elas devem seguir o interesse do empregador, desde que não seja ultrapassado o 
limite do período concessivo. Conforme destacado no artigo 134 da CLT, que diz: 
“Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, 
nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o 
direito”. 
Entretanto, vale ressaltar que o empregador não precisa conceder os 30 dias de férias 
de uma vez. Mais a frente quando falarmos sobre a Reforma Trabalhista, vamos 
entender mais sobre como funciona a divisão das férias. 
 
Agora, antes de conceder esse período sua empresa precisa se atentar a algumas 
regras e tomar providências, são elas: 
As férias não podem ter sua data de ínicio em dois dias antecedentes a um feriado 
ou dia de descanso semanal remunerado (DSR) do colaborador. 
A concessão de férias deverá ser comunicada ao funcionário com no mínimo 30 dias 
de antecedência. 
É necessário anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social, a concessão de 
férias. A falta da apresentação da carteira por parte do colaborador implicará no 
impedimento de iniciar suas férias. Quando o colaborador possuir a carteira de 
trabalho digital, é necessário seguir o procedimento de anotação eletrônica. 
 A mesma anotação deve ser feita no livro ou ficha de registro dos empregados. 
É direito de uma família quando trabalhar na mesma empresa ou estabelecimento 
tirar férias no mesmo período, se assim eles desejarem e se essa ação não trouxer 
prejuízos para a empresa. 
Quando o empregador for menor de 18 anos, pode coincidir suas férias com seu 
período escolar. Por isso, a empresa deverá verificar com o funcionário essa 
possibilidade. 
Agora que já vimos os principais pontos da legislação sobre férias. Não podemos 
deixar de conferir o que foi modificado com a reforma trabalhista. 
Férias - Reforma Trabalhista 
No que corresponde a férias, podemos dizer que a maior alteração da reforma 
trabalhista foi a possibilidade de dividir o período. Como falamos um pouco mais 
acima, antes o colaborador deveria tirar 30 dias de uma vez. 
Entretanto, esse modelo era ruim não só porque as empresas teriam que lidar com o 
afastamento do funcionário por 30 dias. Mas também, porque alguns funcionários 
não queriam ficar muito tempo afastados ou queriam ter a oportunidade de tirar 
períodos diferentes. Antes, isso só era possível em casos excepcionais. 
Com a reforma isso se tornou possível, agora o artigo 134 prevê que desde que o 
empregador e o empregado concordem, as férias podem ser divididas em até três 
períodos. Entretanto, pelo menos um deles não deve ser inferior a 14 dias corridos e 
os outros não podem ser inferior a 5 dias corridos. 
Dessa forma, um colaborador poderá por exemplo tirar um período de 15 dias no 
final do ano, mais 10 no meio e ainda sobram 5 dias de férias para completar os 30. 
Dessa forma fica muito mais flexível. 
 
Um outro ponto instituído pela reforma, foi a inclusão da impossibilidade de 
começar as férias dois dias antes de um feriado ou do descanso semanal remunerado. 
Para finalizar, a reforma revogou o 2° parágrafo do artigo 134, que antes previa aos 
menores de 18 anos e maiores de 50 a concessão de férias de uma vez só. Agora 
esses trabalhadores também podem dividir suas férias em períodos. 
Assim como o 3° parágrafo do artigo 143, que também foi revogado.Ele impedia 
que os funcionários sob regime de tempo parcial recebessem um terço do período de 
férias em abono pecuniário. Agora com a revogação, isso se torna possível. 
Preparamos uma tabela para você entender melhor essas mudanças: 
Férias Antes da reforma trabalhista Depois da reforma trabalhista 
Divisão de férias em períodos Somente em caráter excepcional, apenas 2 períodos 
e um não pode ser inferior a 10 dias. As férias podem ser divididas em até 3 
períodos através de comum acordo entre empregador e funcionário, 
um dos períodos deve ser maior que 14 dias e os demais não podem ser menores que 
5 dias. 
Início das férias Sem previsão. É proibido iniciar as férias dois dias antes de 
feriados ou dia de descanso semanal remunerado. 
Menores de 18 e maiores de 50 anos Não poderiam dividir suas férias, devendo 
retirá-las em um único período. Ambos podem dividir suas férias em períodos. 
Empregado sob regime de tempo parcial Não poderiam converter 1/3 do período 
de férias em abono pecuniário. Proibição revogada. 
Como calcular férias? 
O cálculo de férias é bastante simples, entretanto, ele é um pouco longo. Para fazê-
lo você precisa saber o valor do salário do colaborador. Para exemplo, vamos utilizar 
o salário de R$ 2.500,00. 
O segundo passo é saber quantos dias ele irá tirar de férias, ou seja qual a proporção 
que ele tem direito. Nesse caso, vamos supor que ele irá tirar os 30 dias corridos. 
Depois, você precisa calcular ⅓ do abono de férias. Para isso basta dividir o valor 
por 3. Então, ⅓ de 2.500,00 é igual a 833,33. Agora você tem o total de férias bruto 
a ser recebido pelo colaborador: 
2.500,00 + 833,33 = 3.333,33 
Mas, o cálculo ainda não acabou, você ainda precisa saber o valor da dedução do 
INSS. Para descobri-lo você precisa olhar a tabela do INSS deste ano, vale lembrar 
que ela passou por uma alteração por conta da reforma da previdência. Você 
consultá-la no site oficial da previdência. 
Como o nosso colaborador irá receber R$3.333,33 de férias, de acordo com a tabela 
a porcentagem de dedução é de 14%. 
14 % de 3.333,33 = 466,66 
O valor de R$ 466,66 será deduzido do valor bruto das férias do colaborador. 
Então dos R$ 3.333,33 que o colaborador tem direito, será retirado R$ 466,66, 
sobrando o valor de 2.866,67. 
Agora você precisa calcular a dedução do imposto de renda em cima desse valor. 
Para isso, é necessário consultar a tabela do IRRF deste ano. Nesse caso o valor da 
dedução será de 15%, então faremos a conta: 
2866,67 x 15% = 430,00. 
Para saber o valor da dedução, devemos olhar na tabela a faixa de 15%. Nesse caso 
o valor da faixa de 15% do IRRF é de R$ 354,80. A conta será: 
430,00 - 354,80 = 75,20 é o valor do IRRF. 
Agora nós já temos: o valor do 1/3 e as deduções do INSS e IRRF. Acabou? 
Não. Mas, agora ficou fácil, é só juntar todos os valores e subtrair. 
 
Veja: 
Férias bruta: 3.333,33 
INSS: 466,66 
IRRF: 75,20 
O valor líquido de férias a ser recebidas por esse colaborador é de R$ 2.791,47. 
Entretanto, é preciso dizer que, se o colaborador tiver horas extras, adicional noturno 
ou adicional de periculosidade o valor pode mudar. Conforme previsão do parágrafo 
5° do artigo 142. 
Por isso, essa é só uma forma de fazer o cálculo padrão. É importantíssimo que você 
tenha uma assessoria contábil para conferir esses valores e tenha as tabelas de INSS 
e IRRF atualizadas. 
 
Quando deve ser feito o pagamento das férias? 
Depois de todo esse cálculo, chegou a hora de remunerar as férias do colaborador. 
O pagamento deve ocorrer em até dois dias antes do início das férias do colaborador, 
conforme determina o artigo 145 da CLT. 
O que fazer se o funcionário tiver férias vencidas? 
Quando falamos sobre o período concessivo, vimos que a empresa tem 12 meses 
após o término do período aquisitivo para conceder férias a um colaborador. 
Acontece que, por falta de organização ou até mesmo problemas financeiros muitas 
empresas acabam não concedendo essas férias dentro do prazo. Ocorrendo o que são 
chamadas de férias vencidas. 
Nesse caso o que minha empresa deve fazer? 
Bom, diferente do que era lá em 1933, hoje em dia existe punição para isso. O artigo 
137 da CLT é bem claro quanto a essas situações. A empresa deverá pagar o dobro 
da remuneração de férias a qual o funcionário teria direito. 
Além disso, caso o colaborador queira, ele ainda pode entrar com um processo contra 
a empresa. Então, deixar de conceder férias aos colaboradores não é uma boa opção. 
É importante que sua empresa tenha essa organização e fique atenta ao período 
concessivo de férias. 
Como funciona o pagamento de férias em caso de demissão? 
Outra situação recorrente nas empresas é o colaborador ser demitido antes de ter 
gozado de seu período de férias, quando ele ainda está dentro do período concessivo 
ou possui férias vencidas. 
Nesse caso, o colaborador tem direito a férias indenizadas, e ela deve ser paga 
quando o contrato entre a empresa e o colaborador termina. 
Quando o funcionário pode tirar férias? 
O colaborador pode tirar férias no período em que for melhor para a sua empresa, 
depois de terminar o seu período aquisitivo. Lembrando das regras que vimos mais 
acima, as férias não podem iniciar dois dias antes do dia de descanso semanal 
remunerado do colaborador ou feriado. 
Calculadora saldo de férias 
Simulador de Horas Extras 
Insira seu salário sem os descontos como INSS e as horas trabalhadas no mês (194, 
220 e etc). 
Salário Bruto (sem descontos)* 
Horas trabalhadas no mês * 
Quantidade de horas extras no mês (segunda à sábado)* 
Quantidade de horas extras mês 100% (domingos e feriados)* 
Total a Receber 
0 
Qual o procedimento para concessão de férias? 
Após passado o período aquisitivo a sua empresa entra no período concessivo. 
Certo? Sua empresa tem então 12 meses para preparar as férias do colaborador. 
Então, vamos ver um passo a passo para isso ser feito sem problemas: 
 
Passo 1: Determinar o período em que o colaborador irá tirar as férias 
 
Quem decide o período de férias de um colaborador é a empresa. Em alguns casos, 
o colaborador pode até combinar uma data que seja melhor para ele. Mas, de regra 
é o empregador responsável por isso. 
 
Para planejar o melhor período, o RH irá precisar da ajuda dos líderes e gestores. É 
importante que a saída de férias de um colaborador não seja um problema para sua 
empresa, por isso, esse período deve ser organizado com antecedência. 
 
Depois de determinar o período é importante verificar quantos dias o colaborador 
pode tirar de férias e, se ele irá tirar os 30 dias de uma vez ou fracionado. 
 
Passo 2: Organização da equipe 
 
Após checar o período, a sua empresa deve comunicar quantos dias o colaborador 
pode tirar e quando isso irá acontecer para que os gestores e líderes se organizem 
para a ausência daquele funcionário. 
 
Com certeza você já deve ter tirado férias alguma vez em sua vida e, o trabalho na 
empresa continuou. 
 
Essa é a importância de ter uma equipe alinhada, os colaboradores precisam tirar 
férias para seu descanso e não ficar preocupado com questões da empresa. 
 
Enquanto ele não estiver, o resto da equipe precisa suprir essa demanda. Quem ficará 
responsável pelas tarefas do colaborador em recesso, para quem ele deve direcionar 
suas pendências? 
 
Tudo isso precisa estar organizado antes do colaborador entrar em férias para que o 
setor não vire uma bagunça. 
 
Parte 3: Lidar com a parte burocrática 
 
Depois de organizar o período, o RH deve fazer a parte burocrática da concessão. 
Isso inclui: Comunicar ao colaborador de suas férias, por escrito com uma 
antecedência de 30 dias. Fazer a anotação na carteira de trabalho do colaborador e 
no livro de registro dos empregados. 
 
O RH também deve realizar todos os cálculos para remuneração desse período, 
lembrando que, esse dinheiro deve ser disponibilizado ao colaborador em até 2 dias 
antes do início de suas férias.

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