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Tipos Textuais

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Prévia do material em texto

TIPOS TEXTUAIS 
A produção de textos orais ou escritos, verbais ou não, fazem parte do cotidiano dos usuários da 
linguagem, porém muitos não recorrem a bases científicas acerca da linguagem para 
planejamento e melhor estruturação do enunciado com fins na garantia de cumprimento do 
objetivo comunicativo que desencadeou um determinado ato de linguagem. Nesta unidade, 
exploraremos uma dessas bases teóricas: os tipos textuais. 
Tipo textual refere-se à forma como se apresenta um texto, tendo em vista o propósito para o 
qual foi redigido. Até bem pouco tempo eram considerados 3 tipos textuais: narrativo, descritivo e 
argumentativo. Atualmente, embora não haja consenso entre diferentes teóricos, consideram-se, 
em especial, as seguintes categorias: descrição, narração, exposição, injunção, 
argumentação e o diálogo. 
A tipologia a que recorre o autor na construção de seu texto está diretamente relacionada ao 
propósito de sua redação: dizer como é (descrição), apresentar uma sucessão de acontecimentos 
em que haja relação de anterioridade e posterioridade (narração), apresentar informações sobre 
um objeto ou fato específico (exposição), buscar adesão para um propósito (argumentação), 
orientar sobre como fazer (injunção), estabelecer interlocução em uma relação dialógica 
(diálogo)... 
Passemos ao detalhamento de cada um desses tipos textuais. 
TEXTO DESCRITIVO 
O texto descritivo decorre uma percepção sensorial, já que o autor traduz para seu interlocutor o 
que apreende por meio de um ou mais dos cinco sentidos (visão, tato, paladar, olfato e audição) 
com o objetivo de propiciar-lhe a reconstrução mental do elemento descrito. Quanto maiores os 
detalhes, maior será a proximidade da imagem construída pelo alocutário em relação ao que se 
descreve, como se percebe no exemplo a seguir: 
Situação 1: 
Comprei uma 
caixa para 
colocarmos o 
presente. 
Situação 2: 
 
Situação 3: 
 
 
Diferentemente da narração, em que os fatos organizam-se em uma sequência temporal, numa 
relação de anterioridade e posterioridade, a descrição apresenta um elemento estático no tempo, 
e os verbos mais usados são os de ligação, uma vez que indicam o estado em que se encontra 
aquilo ou aquele que se descreve. 
As características apresentadas para o elemento descrito tanto podem ser físicas quanto 
psicológicas, objetivas e subjetivas, como se observa a seguir. 
A flor de laranjeira é branca. 
branca: característica objetiva. 
Ela parece muito delicada. 
delicada: característica subjetiva. 
Comprei uma caixa retangular, 
preta com bolinhas brancas para 
colocarmos o presente. 
Comprei uma caixa retangular, 
preta com pequenas bolinhas 
brancas, tampa e fita pretas. 
colocarmos o presente. 
elemento 
descrito 
elemento 
descrito 
Característica 
apresentada 
Característica 
apresentada 
Verbo de 
ligação 
Verbo de 
ligação 
Dentre os traços que distinguem a descrição das demais 
tipologias, ressaltam-se: 
- os articuladores de tipo espacial/situacional;
No centro da flor da laranjeira há um delicado matiz 
amarelado. 
- os adjetivos, em decorrência de sua natureza
caracterizadora:
A flor de laranjeira é branca e muito delicada. 
- simultaneidade: todas as ocorrências são simultâneas,
de forma que, se inverter a ordem da exposição, não há
alterações em relação ao que se relata.
A flor de laranjeira é branca e muito delicada. 
A flor de laranjeira é muito delicada e branca. 
http://sol2611.wordpress.com/2013/11/14/Acesso em 
17 jan. 2014. 
Como dito anteriormente, a descrição pode ser objetiva ou subjetiva, e, na maioria das vezes, 
esses dois subtipos mesclam-se em um mesmo texto. 
 A descrição objetiva tem como finalidade a exposição das características do objeto de modo 
preciso, literal, isento de comentários subjetivos que possam levar a mais de uma interpretação. 
Um exemplo de desse subtipo descritivo são as descrições técnicas (científicas), cuja finalidade 
limita-se à apresentação de características e funções dos elementos focalizados. 
Exemplo 1: 
Flor de laranjeira: planta medicinal com efeito calmante, ela é utilizada em caso de distúrbios do sono ou tensões 
nervosas e pode ser encontrada em infusão (chá). 
Nomes 
Nome em português: Flor de laranjeira, flor de laranja-amarga 
Nome latim: Citrus aurantium L. 
Nome inglês: orange flower 
Nome francês: Oranger (fleur d'), fleurs de l'orange amère 
Nome alemão: Orangen Blüten 
Nome italiano: arancio 
Família 
Rutaceae 
Constituintes 
Óleos essenciais, princípios amargos, flavonóides. 
Partes utilizadas 
Flores 
Efeitos da flor de laranjeira 
Calmante, sonífero ou sedativo leve (para ajudar na dificuldade para dormir), ansiolítico, apaziguador do sistema 
gastrointestinal. 
http://www.criasaude.com.br/N4231/fitoterapia/flor-de-laranjeira.html. Acesso em 18 jan. 2014. 
http://eusoumaisterapias4.blogspot.com.br/p/flor-de-
laranjeira-para-tranquilizar.html. Acesso em 18 jan. 
2014. 
Exemplo 2: 
Água de Colônia sem Álcool Flor de Laranjeira 
 
 DESCRIÇÃO 
 
Características: a Colônia sem Álcool Flor de Laranjeira Natura Mamãe 
e Bebê possui uma fragrância suave e delicada, que combina notas 
florais, da flor de laranjeira, e cítricas com musc, transmitindo agradável 
sensação de conforto. Possui embalagem inquebrável especialmente 
desenvolvida para proporcionar maior segurança à mãe e ao bebê. 
http://www.natura.com.br/nossasmarcas/mamae-e-bebe/10252-mamae-e-bebe-flor-de-
laranjeira-agua-de-colonia-sem-alcool. Acesso em 16 jan. 2014. 
A descrição subjetiva, por sua vez, constrói-se a partir da percepção mais pessoal de quem 
descreve, algumas vezes perpassada por emoções. Apresentar como confortável uma 
determinada poltrona é subjetivo, uma vez que, em decorrência de uma constituição física 
diferente da de quem fez a primeira avaliação, outro indivíduo pode considerar a mesma poltrona 
desconfortável, pequena, dura etc. Os textos literários recorrentemente fazem uso da descrição 
subjetiva. 
Exemplo 3: 
FLOR DE LARANJEIRA 
Vista assim, até parece 
flor sem eira nem beira, 
mas o aroma que oferece, 
inebria e que bem cheira! 
Ai que bem cheira 
a flor da laranjeira! 
Parece perfume de rosa, 
de uma frondosa roseira, 
o desta florinha amorosa;
branca flor da laranjeira.
Ai que bem cheira 
a flor da laranjeira! 
Publicada por João de Sousa Teixeira à(s) 08:30 
http://corpodepoema.blogspot.com.br/2011/04/flor--laranjeira.htmlhttp.Acesso em 20 jan. 2014. 
A descrição é um tipo textual que frequentemente permeia outros tipos e é predominante nos 
seguintes gêneros: folheto turístico, anúncio classificado, relatórios científicos, dentre outros. 
TEXTO NARRATIVO 
A narração caracteriza-se pelo relato de um determinado acontecimento, a partir da organização 
de elementos, como, narrador, personagens, espaço e tempo. 
 Narrador é aquele que narra ou conta no texto, e não pode ser confundido com o autor, que é
aquele que cria o texto. A narrativa pode ocorrer em 1ª pessoa (eu/nós), e, nesses casos, há o
narrador personagem, que dá conhecimento de algo de que participou (exemplo 1); ou em 3ª
pessoa (ele/eles), quando há o narrador observador, que relata algo que presenciou ou de que
tomou conhecimento, mas não participou (exemplo 2).
Exemplo 1: narração em 1ª pessoa – narrador personagem: 
Inspirado no site I Used to Believe, que descreve crenças e recordações infantis de internautas do 
mundo inteiro, faço a seguir um Top 10 de reminiscências e coisas nas quais (eu) acreditava 
quando (eu) era criança. Algumas lembranças podem soar tolas hoje, mas ao mesmo tempo me 
dão saudades de uma época na qual eu era menos cético e mais inocente. 
* * * * *
1) Quando eu era criança, acreditava que as estrelas eram os olhos de Deus, que piscavam de
vez em quando para a gente apenas para que soubéssemos que havia um cara lá em cima de
olho nas traquinagens que aprontávamos.
2) Quando eu era criança, assistia aos desenhos do Ligeirinhoe me encantava ao ver aqueles
feijões mexicanos que pulavam sozinhos. Uma das maiores frustrações de minha infância foi
essa: nunca comi feijões que pulam.
3) Quando eu era criança, meu pai dizia que eu devia cuspir longe as sementes de melancia,
porque se engolisse uma delas por acidente nasceriam outras melancias dentro do meu
estômago. Pensava comigo mesmo: ―ué, será que é assim que as mães ficam grávidas?―.
Poe Alexandre Inagaki – sábado, 24 de dezembro de 2005. 
http://pensarenlouquece.com/quando-eu-era-crianca/ Acesso em 08 jan. 2014. 
As palavras em destaque denunciam que o narrador relata suas próprias experiências, trata-se, 
portanto, de um narrador personagem. 
Exemplo 2: narração em 3ª pessoa – narrador observador 
Apólogo Brasileiro sem Véu de Alegoria 
Alcântara Machado 
O trenzinho recebeu em Magoari o pessoal do matadouro e tocou para Belém. Já era noite. 
Só se sentia o cheiro doce do sangue. As manchas na roupa dos passageiros ninguém via 
porque não havia luz. De vez em quando passava uma fagulha que a chaminé da locomotiva 
botava. E os vagões no escuro. 
Trem misterioso. Noite fora, noite dentro. O chefe vinha recolher os bilhetes de cigarro na boca. 
(Ele) Chegava a passagem bem perto da ponta acesa e dava uma chupada para fazer mais luz. 
Via mal e mal a data e ia guardando no bolso. Havia sempre uns que gritavam: 
— Vai pisar no inferno! 
Ele pedia perdão (ou não pedia) e continuava seu caminho. Os vagões sacolejando. 
O trenzinho seguia danado para Belém porque o maquinista não tinha jantado até aquela 
hora. Os que não dormiam aproveitando a escuridão conversavam e até gesticulavam por 
força do hábito brasileiro. Ou então cantavam, assobiavam. Só as mulheres se encolhiam com 
medo de algum desrespeito. 
Noite sem lua nem nada. Os fósforos é que alumiavam um instante as caras cansadas e a 
pretidão feia caía de novo. Ninguém estranhava. Era assim mesmo todos os dias. O pessoal do 
matadouro já estava acostumado. Parecia trem de carga o trem de Magoari. [...] 
Antônio Castilho de Alcântara Machado de Oliveira (1901-1935) 
As palavras destacadas denunciam que o narrador relata o que observou ou aquilo de que tomou 
conhecimento. Ele não se coloca como um personagem: é um narrador observador. 
 Personagem é cada um daqueles que figuram em uma narrativa, romance, poema ou
acontecimento narrado. Podem ser pessoas ou outros seres personificados. No caso do exemplo
2, os passageiros em geral, o pessoal do matadouro e o chefe são personagens na narrativa
de Alcântara Machado.
 Espaço é o cenário em que os personagens estão ambientados: campo, centro urbano, sala
de aula etc. No texto Apólogo Brasileiro sem Véu de Alegoria, o cenário é o interior do trem que
faz o trajeto Magoari/Belém.
 Tempo é quando ocorre a narrativa. No exemplo 2, o tempo da narrativa é o tempo que
decorre ao longo da viagem, que se inicia após o expediente do trabalho no matadouro de
Magoari e estende-se até a chegada a Belém.
Dentre os aspectos formais que compõem a narrativa, destacam-se:
 predominância de verbos de ação, nos tempos do mundo narrado;
 adverbiais temporais, causais e locativos;
 relação de anterioridade e posterioridade: sempre há mudanças de situações (antes e depois);
na maioria das vezes, a narrativa se desenvolve em prosa.
É o tipo predominante nos gêneros conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, 
relato, etc. 
A descrição muitas vezes é utilizada na estruturação de textos narrativos, com o propósito da 
composição de cenários e personagens. 
TEXTO INJUNTIVO ou INSTRUCIONAL 
A injunção é utilizada com fins de orientar o interlocutor para que este execute algo. Apresentam 
prescrições de comportamentos ou ações sequencialmente ordenados. Também é utilizada para 
a predição de acontecimentos e comportamentos. 
Dentre os aspectos formais que compõem a injunção, destacam-se: 
 predomínio de verbos no infinitivo, imperativo e futuro do presente;
 encadeamento sequencial das ações prescritas;
 linguagem objetiva e simples.
É o tipo predominante nos seguintes gêneros: ordens, pedidos, súplica, desejo, manuais e 
instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos, textos com regras de 
comportamento, textos de orientação (ex: recomendações de trânsito), receitas, cartões com 
votos e desejos (de natal, aniversário, etc.), previsões do tempo, bula de remédio, etc. 
Observe como os tipos textuais mesclam-se em um mesmo texto 
O jogo de Damas 
Jogadores - 2. 
Peças - 24 peças, 12 brancas e 12 pretas. 
Tabuleiro - tabuleiro de 64 casas, claras e escuras. 
Distribuição - 12 peças da mesma cor para cada jogador, posicionadas nas casas escuras, ocupando as 
três linhas mais próximas de cada jogador. 
 DESCRIÇÃO
Objetivo - Capturar todas as peças do oponente ou deixá-lo impossibilitado de mover. 
Definições 
Dama - a peça coroada após parar na última linha do tabuleiro. A dama fica com uma peça da mesma cor 
em cima para representá-la. 
Grande diagonal - a maior linha formada diagonalmente pelas casas escuras. 
Lance - o deslocamento de uma peça para outra casa. 
Captura - um lance onde uma peça passa por cima de uma peça adversária que está entre a sua casa e a 
sua casa de destino. 
Tomada em cadeia - um lance onde uma peça captura duas ou mais peças sucessivamente. 
 EXPOSIÇÃO
O Jogo 
O tabuleiro deve ser posicionado de modo que a grande diagonal comece do lado esquerdo de cada 
jogador. Assim, a primeira casa à esquerda de cada jogador será preta. O jogador que estiver jogando 
com as peças brancas começa o jogo, podendo dar o primeiro lance. A seguir, os jogadores alternam 
jogadas até o fim do jogo. As peças comuns só podem se movimentar para a frente, para uma casa preta 
livre na próxima linha, diagonal à sua casa atual. As damas podem ser movimentar em diagonal para 
frente e para trás para qualquer casa livre, desde que o caminho esteja livre. O jogo termina quando todas 
as peças de um jogador forem capturadas ou quando este não puder mais fazer nenhum lance válido. 
Captura 
A captura das peças é obrigatória, ou seja, se na vez de um jogador ele puder capturar uma peça 
adversária, ele deve fazê-lo. Quando tiverem duas ou mais capturas possíveis, o jogador deve realizar o 
lance onde houver o maior número de capturas. Em caso de equivalência, o jogador pode escolher qual 
das capturas vai fazer. As peças comuns só podem capturar para frente e para trás peças adversárias 
adjacentes às suas. As damas podem capturar peças distantes na sua diagonal, desde que o caminho 
entre a dama e a peça capturada esteja livre, e o caminho entre a peça capturada e a casa de destino da 
dama esteja também livre. Quando uma captura é realizada, a peça capturada é removida do tabuleiro, 
ficando em poder do jogador que a capturou. Quando uma peça faz uma captura e fica numa posição 
onde é possível fazer outra captura, ela deve fazê-la na mesma jogada, realizando uma tomada em 
cadeia. A peça deve fazer isso até que não seja mais possível capturar peça alguma neste lance. 
Regra de Empate 
A partir de qualquer ponto da partida se ocorrerem 20 (vinte) lances sucessivos de Damas, sem captura ou 
movimento de peças comuns. 
Se uma mesma posição se produzir pela terceira vez, cabendo ao mesmo jogador o lance será 
considerado um empate. 
Se um jogador possuir três damas contra uma dama do outro jogador, será considerado empate se o 
jogador com o maior número de peças não conseguir obter vitória em vinte lances. 
 INJUNÇÃO
TEXTO EXPOSITIVO 
A exposição tem por objetivo expor conceitos, desenvolver, explicar um assunto ou uma 
determinada situação. Ela deve ser feita de modo que o alocutário seja capaz de significar o 
enunciado e para isso é necessário que: 1) a linguagem seja clara; 2) se considere os 
conhecimentos prévios do alocutário acerca do que se apresenta; 3) o detalhamento minucioso 
acerca do que se expõe, uma vez que texto expositivo deve ser abrangentede modo a ser significado 
por diferentes interlocutores. Para esse detalhamento, o autor pode utilizar-se de recursos, tais 
como instrução, informação, definição, enumeração, comparação e o contraste. Evidencia-se que 
esta tipologia limita-se à apresentação de algo sem que haja a intenção de inserir considerações 
pessoais acerca do que se expõe. 
Dentre os aspectos formais destacam-se 
 os tempos verbais são os do mundo comentado;
 os conectores, predominantemente, do tipo lógico.
É o tipo predominante nos seguintes gêneros: artigo enciclopédico, conferência, palestra, relatório 
científico, textos que compõem os livros escolares, conferência, exposição oral, palestra, relatório 
científico, etc. 
Exemplo 
GÊNERO TEXTUAL E TIPOLOGIA TEXTUAL: COLOCAÇÕES SOB DOIS ENFOQUES TEÓRICOS
Sílvio Ribeiro da Silva
A diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual é, no meu entender, importante para direcionar o 
trabalho do professor de língua na leitura, compreensão e produção de textos[1] . O que pretendemos neste pequeno 
ensaio é apresentar algumas considerações sobre Gênero Textual e Tipologia Textual, usando, para isso, as 
considerações feitas por Marcuschi (2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionáveis para o 
termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas considerações a respeito de minha escolha pelo gênero ou pela 
tipologia.
Convém afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreensão e a produção escrita em Língua 
Materna deve ter como meta primordial o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele tenha 
capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua para produzir efeitos de sentido de forma 
adequada a cada situação específica de interação humana.
Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na escola a partir da abordagem do Gênero 
Textual [2] . Marcuschi não demonstra favorabilidade ao trabalho com aTipologia Textual, uma vez que, para ele, o 
trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez que não é possível, por exemplo, ensinar 
narrativa em geral, porque, embora possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se concretizam 
em formas diferentes – gêneros – que possuem diferenças específicas.
Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) defendem o trabalho com a Tipologia 
Textual. Para o autor, sendo os textos de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferentes modos 
de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os diferentes tipos de texto é fundamental para o 
desenvolvimento da competência comunicativa. De acordo com as idéias do autor, cada tipo de texto é apropriado 
para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só 
tenha recursos para atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco capaz, em outros. 
Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de levantamento de quais tipos seriam mais necessários para 
os alunos, para, a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários.
Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivocada, o termo tipo de texto. Na verdade, 
para ele, não se trata de tipo de texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a carta 
pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual.
O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo, muitas das vezes, o mesmo gênero 
sendo realizado em dois ou mais tipos. Ele apresenta uma carta pessoal [3]como exemplo, e comenta que ela pode 
apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argumentação. Ele chama essa miscelânea de 
tipos presentes em um gênero de heterogeneidade tipológica.
Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica. Para ele, dificilmente são encontrados tipos puros. 
Realmente é raro um tipo puro. Num texto como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é 
um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descrição, a injunção e a predição [4] . Travaglia 
afirma que um texto se define como de um tipo por uma questão de dominância, em função do tipo de interlocução 
que se pretende estabelecer e que se estabelece, e não em função do espaço ocupado por um tipo na constituição 
desse texto.
Quando acontece o fenômeno de um texto ter aspecto de um gênero mas ter sido construído em outro, 
Marcuschi dá o nome de intertextualidade intergêneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu no 
texto a configuração de uma estrutura intergêneros de natureza altamente híbrida, sendo que um gênero assume a 
função de outro.
Travaglia não fala de intertextualidade intergêneros, mas fala de um intercâmbio de tipos. Explicando, ele 
afirma que um tipo pode ser usado no lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossíveis, na 
opinião do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de descrições e comentários dissertativos feitos por 
meio da narração.
Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configuração teórica:
a) intertextualidade intergêneros = um gênero com a função de outro
b) heterogeneidade tipológica = um gênero com a presença de vários tipos
Travaglia mostra o seguinte:
a) conjugação tipológica = um texto apresenta vários tipos
b) intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro
Aspecto interessante a se observar é que Marcuschi afirma que os gêneros não são entidades naturais, mas
artefatos culturais construídos historicamente pelo ser humano. Um gênero, para ele, pode não ter uma determinada 
propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Para exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. 
Mesmo que o autor da carta não tenha assinado o nome no final, ela continuará sendo carta, graças as suas 
propriedades necessárias e suficientes [5] . Ele diz, ainda, que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou 
de uma lista de produtos em oferta. O que importa é que esteja fazendo divulgação de produtos, estimulando a 
compra por parte de clientes ou usuários daquele produto.
Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado para designar uma espécie de seqüência 
teoricamente definida pela natureza lingüística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as 
categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Swales, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 
1999). Segundo ele, o termo Tipologia Textual é usado para designar uma espécie de seqüência teoricamente 
definida pela natureza lingüística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações 
lógicas) (p. 22).
Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os textos materializados encontrados no dia-
a-dia e que apresentam características sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades funcionais, 
estilo e composição característica.
Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um modo de interação, uma maneira de 
interlocução, segundo perspectivas que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar ligadas ao 
produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao fazer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção 
destes no tempo e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada pela imagem que o 
mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou não com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da 
transformação, quando o produtor vê o receptor como alguém que não concorda com ele. Se o produtor vir o receptor 
como alguém que concorda com ele, surge o discurso da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinião de Travaglia, uma 
perspectiva em que o produtor do texto faz uma antecipação no dizer. Da mesma forma, é possível encontrar a 
perspectiva dada pelaatitude comunicativa de comprometimento ou não. Resumindo, cada uma das perspectivas 
apresentadas pelo autor gerará um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva faz surgir os tipos descrição, 
dissertação, injunção e narração. A segunda perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto 
sensu [6] e não argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipação faz surgir o tipo preditivo. A do 
comprometimento dá origem a textos do mundo comentado (comprometimento) e do mundo narrado (não 
comprometimento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados, de maneira geral, no 
tipo narração. Já os do mundo comentado ficariam no tipo dissertação.
Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma função social específica. Para ele, estas 
funções sociais são pressentidas e vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabemos que 
gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo com a função social dele. Quando vamos escrever 
um e-mail, sabemos que ele pode apresentar características que farão com que ele ―funcione‖ de maneira diferente. 
Assim, escrever um e-mail para um amigo não é o mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo 
informações sobre um concurso público, por exemplo.
Observamos que Travaglia dá ao gênero uma função social. Parece que ele diferencia Tipologia 
Textual de Gênero Textual a partir dessa ―qualidade‖ que o gênero possui. Mas todo texto, independente de seu 
gênero ou tipo, não exerce uma função social qualquer?
Marcuschi apresenta alguns exemplos de gêneros, mas não ressalta sua função social. Os exemplos que ele 
traz são telefonema, sermão, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, etc.
Já Travaglia, não só traz alguns exemplos de gêneros como mostra o que, na sua opinião, seria a função 
social básica comum a cada um: aviso, comunicado, edital, informação, informe, citação (todos com a função social 
de dar conhecimento de algo a alguém). Certamente a carta e o e-mail entrariam nessa lista, levando em 
consideração que o aviso pode ser dado sob a forma de uma carta, e-mail ou ofício. Ele continua exemplificando 
apresentando a petição, o memorial, o requerimento, o abaixo assinado (com a função social de pedir, solicitar). 
Continuo colocando a carta, o e-mail e o ofício aqui. Nota promissória, termo de compromisso e voto são exemplos 
com a função de prometer. Para mim o voto não teria essa função de prometer. Mas a função de confirmar a 
promessa de dar o voto a alguém. Quando alguém vota, não promete nada, confirma a promessa de votar que pode 
ter sido feita a um candidato.
Ele apresenta outros exemplos, mas por questão de espaço não colocarei todos. É bom notar que os exemplos 
dados por ele, mesmo os que não foram mostrados aqui, apresentam função social formal, rígida. Ele não apresenta 
exemplos de gêneros que tenham uma função social menos rígida, como o bilhete.
Uma discussão vista em Travaglia e não encontrada em Marcuschi [7] é a de Espécie. Para ele, Espécie se 
define e se caracteriza por aspectos formais de estrutura e de superfície lingüística e/ou aspectos de conteúdo. Ele 
exemplifica Espécie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo narrativo: a história e a não-história. Ainda do 
tipo narrativo, ele apresenta as Espécies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele mostra 
as Espécies distintas objetiva x subjetiva, estática x dinâmica e comentadora x narradora. Mudando para gênero, ele 
apresenta a correspondência com as Espécies carta, telegrama, bilhete, ofício, etc. No gênero romance, ele mostra 
as Espécies romance histórico, regionalista, fantástico, de ficção científica, policial, erótico, etc. Não sei até que 
ponto a Espécie daria conta de todos os Gêneros Textuais existentes. Será que é possível especificar todas elas? 
Talvez seja difícil até mesmo porque não é fácil dizer quantos e quais são os gêneros textuais existentes.
Se em Travaglia nota-se uma discussão teórica não percebida em Marcuschi, o oposto também acontece. Este 
autor discute o conceito de Domínio Discursivo. Ele diz que os domínios discursivos são as grandes esferas da 
atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo informa, esses domínios não seriam nem textos nem 
discursos, mas dariam origem a discursos muito específicos. Constituiriam práticas discursivas dentro das quais seria 
possível a identificação de um conjunto de gêneros que às vezes lhes são próprios como práticas ou rotinas 
comunicativas institucionalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalístico, discurso jurídico e discurso 
religioso. Cada uma dessas atividades, jornalística, jurídica e religiosa, não abrange gêneros em particular, mas 
origina vários deles.
Travaglia até fala do discurso jurídico e religioso, mas não como Marcuschi. Ele cita esses discursos quando 
discute o que é para ele tipologia de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipologias de 
discurso usarão critérios ligados às condições de produção dos discursos e às diversas formações discursivas em 
que podem estar inseridos (Koch & Fávero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fávero, o autor fala que uma tipologia de 
discurso usaria critérios ligados à referência (institucional (discurso político, religioso, jurídico), ideológica (discurso 
petista, de direita, de esquerda, cristão, etc), a domínios de saber (discurso médico, lingüístico, filosófico, etc), à inter-
relação entre elementos da exterioridade (discurso autoritário, polêmico, lúdico)). Marcuschi não faz alusão a uma 
tipologia do discurso.
Semelhante opinião entre os dois autores citados é notada quando falam que texto e discurso não devem ser 
encarados como iguais. Marcuschi considera o texto como uma entidade concreta realizada materialmente e 
corporificada em algum Gênero Textual [grifo meu] (p. 24). Discurso para ele é aquilo que um texto produz ao se 
manifestar em alguma instância discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera 
o discurso como a própria atividade comunicativa, a própria atividade produtora de sentidos para a interação
comunicativa, regulada por uma exterioridade sócio-histórica-ideológica (p. 03). Texto é o resultado dessa atividade 
comunicativa. O texto, para ele, é visto como
uma unidade linguística concreta que é tomada pelos usuários da língua em uma situação de interação comunicativa 
específica, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e 
reconhecida, independentemente de sua extensão (p. 03).
Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que sua preocupação é com a tipologia de 
textos, e não de discursos. Marcuschi afirma que a definição que traz de texto e discurso é muito mais operacional do 
que formal.
Travaglia faz uma ―tipologização‖ dos termos Gênero Textual, Tipologia Textual e Espécie. Ele chama esses 
elementos de Tipelementos. Justifica a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipológicos (Gênero 
Textual, Tipologia Textual e Espécie) são básicos na construção das tipologias e talvez dos textos, numa espécie 
de analogia com os elementos químicos que compõem as substâncias encontradas na natureza.
Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discussões feitas por Marcuschi, em defesa da 
abordagem textual a partir dos Gêneros Textuais, estão diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho 
com o gênero é uma grande oportunidade de se lidar com a língua em seus mais diversos usos autênticos no dia-a-
dia. Cita o PCN, dizendo que ele apresenta a idéia básica de que um maior conhecimento do funcionamento 
dos Gêneros Textuais é importante para a produção e para a compreensão de textos. Travaglia não faz abordagens 
específicas ligadas à questão do ensino no seu tratamento à Tipologia Textual.
O que Travaglia mostra é uma extrema preferência pelo uso da TipologiaTextual, independente de estar 
ligada ao ensino. Sua abordagem parece ser mais taxionômica. Ele chega a afirmar que são os tipos que entram na 
composição da grande maioria dos textos. Para ele, a questão dos elementos tipológicos e suas implicações com o 
ensino/aprendizagem merece maiores discussões.
Marcuschi diz que não acredita na existência de Gêneros Textuais ideais para o ensino de língua. Ele afirma 
que é possível a identificação de gêneros com dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais formal, do 
mais privado ao mais público e assim por diante. Os gêneros devem passar por um processo de progressão, 
conforme sugerem Schneuwly & Dolz (2004).
Travaglia, como afirmei, não faz considerações sobre o trabalho com a Tipologia Textual e o ensino. Acredito 
que um trabalho com a tipologia teria que, no mínimo, levar em conta a questão de com quais tipos de texto deve-se 
trabalhar na escola, a quais será dada maior atenção e com quais será feito um trabalho mais detido. Acho que a 
escolha pelo tipo, caso seja considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma série de fatores, porém dois 
são mais pertinentes:
a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composição de quaisquer outros textos (não sei ao certo
se isso é possível. Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo não dê ao aluno o preparo ideal para lidar
com o tipo dissertativo, e vice-versa. Um aluno que para de estudar na 5ª série e não volta mais à escola teria
convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais trabalhado nessa série. Será que ele estaria preparado
para produzir, quando necessário, outros tipos textuais? Ao lidar somente com o tipo narrativo, por exemplo, o aluno,
de certa forma, não deixa de trabalhar com os outros tipos?);
b) A utilização prática que o aluno fará de cada tipo em sua vida.
Acho que vale à pena dizer que sou favorável ao trabalho com o Gênero Textual na escola, embora saiba que 
todo gênero realiza necessariamente uma ou mais sequências tipológicas e que todos os tipos inserem-se em algum 
gênero textual.
Até recentemente, o ensino de produção de textos (ou de redação) era feito como um procedimento único e 
global, como se todos os tipos de texto fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por isso, 
não exigissem aprendizagens específicas. A fórmula de ensino de redação, ainda hoje muito praticada nas escolas 
brasileiras – que consiste fundamentalmente na trilogia narração, descrição e dissertação – tem por base uma 
concepção voltada essencialmente para duas finalidades: a formação de escritores literários (caso o aluno se 
aprimore nas duas primeiras modalidades textuais) ou a formação de cientistas (caso da terceira modalidade) 
(Antunes, 2004). Além disso, essa concepção guarda em si uma visão equivocada de que narrar e descrever seriam 
ações mais ―fáceis‖ do que dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual esta última tenha sido 
reservada às séries terminais - tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio.
O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto pela perspectiva dos gêneros 
reposiciona o verdadeiro papel do professor de Língua Materna hoje, não mais visto aqui como um especialista em 
textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do aluno, mas como um especialista nas 
diferentes modalidades textuais, orais e escritas, de uso social. Assim, o espaço da sala de aula é transformado 
numa verdadeira oficina de textos de ação social, o que é viabilizado e concretizado pela adoção de algumas 
estratégias, como enviar uma carta para um aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar a alguém, enviar uma 
carta de solicitação a um secretário da prefeitura, realizar uma entrevista, etc. Essas atividades, além de diversificar e 
concretizar os leitores das produções (que agora deixam de ser apenas ―leitores visuais‖), permitem também a 
participação direta de todos os alunos e eventualmente de pessoas que fazem parte de suas relações familiares e 
sociais. A avaliação dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literários ou gramaticais e 
desloca seu foco para outro ponto: o bom texto não é aquele que apresenta, ou só apresenta, características 
literárias, mas aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzido, ou seja, se a escolha do 
gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a 
finalidade do texto.
Acredito que abordando os gêneros a escola estaria dando ao aluno a oportunidade de se apropriar 
devidamente de diferentes Gêneros Textuais socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da 
interação humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua constituição como sujeito. A 
atividade com a língua, assim, favoreceria o exercício da interação humana, da participação social dentro de uma 
sociedade letrada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADAM, J. M. (1990). Élements de linguistique textuelle. Theorie et pratique de l’analyse. Liège, Mardaga.
ANTUNES, I. (2004). Aula de português: encontros e interação. São Paulo: Parábola.
BRONCKART, J.-P. (1999). Atividades de linguagem, textos e discursos. Por um interacionismo sócio-discursivo. São 
Paulo: Editora da PUC/SP.
FÁVERO, L. L. & KOCH, I. V. (1987). ―Contribuição a uma tipologia textual‖. In Letras & Letras. Vol. 03, nº 01. 
Uberlândia: Editora da Universidade Federal de Uberlândia. pp. 3-10.
MARCUSCHI, L. A. (2002). ―Gêneros textuais: definição e funcionalidade‖ In DIONÍSIO, Â. et al. Gêneros textuais e 
ensino. Rio de Janeiro: Lucerna.
SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J. (2004). Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras
SWALES, J. M. (1990). Genre analysis. English in academic and research settings. Cambridge: Cambridge University 
Press.
TRAVAGLIA, L. C. (1991). Um estudo textual-discursivo do verbo no português. Campinas, Tese de Doutorado / IEL / 
UNICAMP, 1991. 330 + 124 pp.
___ (2002). Tipelementos e a construção de uma teoria tipológica geral de textos. Mimeo.
WEIRINCH, H. (1968). Estrutura e función de los tiempos em el lenguaje. Madrid: Gredos.
[1] Penso que quando o professor não opta pelo trabalho com o gênero ou com o tipo ele acaba não tendo uma
maneira muito clara para selecionar os textos com os quais trabalhará.
[2] Outra discussão poderia ser feita se se optasse por tratar um pouco a diferença entre Gênero Textual e Gênero
Discursivo.
[3] Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente descritiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa,
ou argumentativa. Acho meio difícil alguém conseguir escrever um texto, caracterizado como carta, apenas com
descrições, ou apenas com injunções. Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de afirmar, ele diz
desconhecer um gênero necessariamente descritivo.
[4] Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem previsão, como o boletim meteorológico e o
horóscopo.
[5] Necessárias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma carta.
[6] Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu é o que faz argumentação explícita.
[7] Pelo menos nos textos aos quais tive acesso.
http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/g00003.htm.Acesso em 20 jan. 2014. 
TEXTO ARGUMENTATIVO 
A argumentação é utilizada para que o enunciador expresse o que pensa e os motivos que tem 
para pensar de tal forma, com finalidade de persuadir o alocutário. Este tipo textual decorre da 
análise, interpretação, avaliação de dados da realidade, e a postura crítica em relação ao que se 
discute tem grande importância. Tem por base a argumentação, apresentada de forma lógica e 
coerente a fim de defender um ponto de vista e exige do autor amplo conhecimento de mundo 
como também um bom domínio do registro padrão oral e escrito. 
Estrutura-se da seguinte forma: 
Introdução, emque o leitor é situado quanto à ideia a ser defendida.
Desenvolvimento, no qual se apresentam os argumentos devidamente fundamentados por
meio de comparações, citações, dados estatísticos, alusão histórica, dentre outras estratégias
argumentativas.
Conclusão, em que se reafirma o ponto de vista apresentado na introdução, considerando-se
os argumentos apresentados no desenvolvimento.
Dentre as características do texto argumentativo, destacam-se: 
 uso linguagem predominantemente denotativa;
 ideologia com base em argumentos e/ou contra-argumentos;
 predomínio de operadores argumentativos e modalizadores, que indicam carga ideológica;
 a expressão das ideias, valores, crenças de modo claro;
objetividade, a fim de conferir ao texto um valor universal. Para isso, evita-se o uso da 1ª
pessoa, já que a 3ª confere ao texto maior carga argumentativa, uma vez que, neste foco
narrativo, se passa a ideia de que o ponto de vista defendido não decorre de uma única pessoa,
mas de uma parcela da sociedade;
 o tempo explorado é o presente no seu valor atemporal;
É tipo predominante nos seguintes gêneros: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, 
ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e revistas, carta aberta, carta de reclamação, debate 
regrado, discurso de acusação e defesa, editorial, artigo de opinião, resenha, etc. 
Nos exemplos a seguir, destacamos em azul, a introdução, em verde, o desenvolvimento, e em 
preto a conclusão. Identifique, em cada um deles, o ponto de vista enunciado, os argumentos e 
as estratégias argumentativa. Verifique também se a conclusão está coerente ao ponto de vista e 
aos argumentos acionados pelo autor. 
Exemplo 1 
"Rolezinhos" em shoppings devem ser coibidos? Não 
TATIANA IVANOVICI 
ESPECIAL PARA A FOLHA 
18/01/2014 03h00 
UM BOM NEGÓCIO 
No país da ascensão econômica, o "rolezinho" é uma oportunidade de negócios mal aproveitada. 
Enquanto se gasta dinheiro com mídia para atingir consumidores, o "rolezinho", se transformado em um evento 
cultural, economizaria esforços. Seus organizadores nada mais são que formadores de opinião. O público-alvo, os 
participantes, já estão reunidos e, não à toa, durante as férias escolares. O que nos impede de criar ações para 
ensinar esses jovens a produzir um evento, a montar um projeto e apresentar aos donos dos shoppings? 
Se as classes populares são formadas sobretudo por negros, como se pode reprimir a estética dessas pessoas? O 
nosso povo consome, e já faz tempo, a sua própria cultura, criada de dentro para fora das periferias –os saraus, o 
futebol de várzea, o samba, o rap, o funk, etc. 
Os jovens vão ao shopping porque aprenderam que lazer é consumo. Mas um país não sobrevive só de consumo. É 
preciso educação e preparo para lidar com o dinheiro. As quebradas já entenderam isso e estão buscando o estudo, 
os cursinhos. Mas a educação formal não acompanha essas mudanças, não dialoga com o universo dos jovens da 
periferia, não ensina como é gostoso o sentimento de vitória. 
No Brasil da economia emergente, falar de dinheiro é mais tabu do que falar de sexo. 
Uma marca associada ao "rolezinho" conquistaria milhares de pessoas simplesmente por visar o crescimento 
humano, o bem coletivo. Isso é o negócio social, é o progresso compartilhado. Todos ganham: povo, empresas, 
poder público. 
A massa prefere o que exalta a gente renegada. Gosta dos estilos musicais que possuem características negras. O 
funk, por exemplo, estourou no Brasil com o tamborzão: batida eletrônica criada com percussão de candomblé e 
capoeira. 
Mas, infelizmente, o Brasil é o país do racismo velado. Pergunte-se quantos negros trabalham na mesma empresa 
que você. Todos os movimentos culturais negros foram reprimidos. Até 70 anos atrás, um negro que andasse na rua 
com um pandeiro debaixo do braço era preso. 
Existem muitos eventos que podem ser potencializados nas periferias. Atualmente, muitos jovens das classes A e B 
querem ir para a quebrada curtir um samba. A periferia é "hype", lança tendências e gírias que chegam aos Jardins. 
O "rolê" não está ligado apenas à falta de lazer, mas também à falta de mobilidade entre a periferia e o centro 
expandido de São Paulo. 
Só quem vem do sofrimento sabe o que significa não ter opção. Vive-se num limbo. É um esforço quase sobre-
humano se destacar: você começa a vida dez anos atrás de quem teve educação. Quem vem da quebrada não 
ganhou mesada, não foi treinado para se comportar no mundo. A invisibilidade é o motor propulsor do "rolezinho", 
que é um pedido de socorro: estamos aqui e queremos oportunidades. 
A proibição do "rolezinho" só marginaliza nossa juventude. Aliás, quais são os critérios para enquadrar seus 
participantes? A aparência e a cor da pele? E mais, quem será o responsável por definir quem deveria e quem não 
deveria ser barrado nas entradas dos shoppings? E se os encontros fossem marcados por jovens brancos das 
classes A e B? Quais seriam os critérios? A cor da pele? 
A minha atitude tem reflexo na sua vida, caro leitor, e vice-versa, pois nós compartilhamos a cidade, as ruas, os 
shoppings. Precisamos de autoanálise, urgentemente. 
Ser honesto é pressuposto, não é mérito. Precisamos encarar os problemas com tolerância para acharmos soluções 
em conjunto. Essa juventude é, no limite, uma imensa força de trabalho que, se direcionada, vai mudar o Brasil. 
TATIANA IVANOVICI, 35, empreendedora e jornalista, é diretora da rede DoLadodeCá (www.doladodeca.com.br), 
plataforma de comunicação popular 
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao. Acesso em 20 jan. 2014. 
* 
Exemplo 2 
"Rolezinhos" em shoppings devem ser coibidos? Sim 
ANDREA MATARAZZO 
ESPECIAL PARA A FOLHA 
18/01/2014 03h00 
O SEU, O MEU, O NOSSO "ROLEZINHO" 
Os "rolezinhos" tornaram-se o assunto deste verão. Os encontros de um número expressivo de jovens em shoppings 
de São Paulo são considerados por muitos como uma espécie de continuação das manifestações de desencanto e 
indignação de junho passado. 
Há, de fato, aspectos em comum. Como as passeatas a céu aberto contra a péssima gestão do Estado brasileiro, os 
"rolezinhos" reúnem participantes que marcam o encontro previamente pelas redes sociais. 
Em ambos, grupos oportunistas de vários matizes ideológicos procuram pegar carona na notoriedade desses 
movimentos. 
No caso dos "rolezinhos", comerciantes e frequentadores dos shoppings e, depois, a sociedade foram pegos de 
surpresa. Pois, assim como as manifestações de inverno, a moda do verão surgiu inesperadamente e se tornou o 
tema predominante das últimas semanas. 
Mas há diferenças que não podem ser desprezadas. O rastilho de pólvora das manifestações foi o aumento do preço 
do transporte urbano e, depois, o movimento ganhou corpo com outras reclamações difusas. Não há, no caso atual, 
um discurso unificado de reivindicações. Não há nem sequer uma reivindicação expressamente declarada. 
Recentemente, jovens marcaram um "rolê" em Itaquera a pretexto de diversão. Houve reação dos proprietários de 
shoppings e das autoridades. Isso acendeu o debate com vezos políticos e ideológicos. 
Muitos a favor, muitos contra. A sensação que fica é que apoiar os "rolês" é de esquerda e condená-los é de direita. 
Isso é ridículo, pois interdita o debate, não traz solução. 
Aliás, é o que vem ocorrendo em diversas frentes: o debate morre, reduzido a ideologia de almanaque ou a meras 
disputas entre quem é o "bonzinho" e quem é o "mauzinho". 
Não faz sentido ideologizar ou politizar os "rolezinhos". Ser ou não ser politicamente correto não é nem deve ser a 
questão. O que temos de defender é a integridade física das pessoas que frequentam locais públicos ou privados de 
uso coletivo. 
Também não se pode deixar de lado evidências como o fato de que grupos de mil jovens ou mais 
(independentemente da classe social, credo ou bairro) em espaços inadequados podem provocar se não 
depredações e agressões, como já ocorreu, sustos, correrias e atropelos. 
A sociedadedemanda códigos e padrões de comportamento para que os direitos de todos sejam assegurados. Da 
mesma forma que não se deve andar de skate em hospitais nem conversar durante um espetáculo, não é aceitável 
superlotar casas de eventos para não se repetirem tragédias como a da boate Kiss. Em recintos fechados, não é 
razoável dar margem a tumultos que ponham em risco a segurança das pessoas. 
A liberdade de marcar encontros pela internet é uma novidade que demanda cuidados. Uma chamada pode reunir 20 
ou 20 mil pessoas. Como controlar uma multidão sem um mínimo de planejamento e organização? Em São Paulo, 
qualquer evento que reúna determinada quantidade de pessoas, por lei, exige ação da CET (Companhia de 
Engenharia de Tráfego), do Corpo de Bombeiros, do Samu (Serviço Atendimento Médico de Urgência) e da Polícia 
Militar. 
Eventos sem as medidas de cautela necessárias podem provocar desastres. Como esvaziar um shopping lotado em 
caso de incêndio? Em caso de tumulto, como evitar acidentes com pessoas mais velhas ou com alguma deficiência? 
Como proteger as crianças? Como prevenção, é preciso, com bom senso, coibir aglomerações e correrias em 
qualquer local sem a estrutura necessária. 
Ou seja: seu "rolezinho" termina onde começa o do outro, pois a liberdade de cada cidadão é delimitada pela dos 
demais. 
ANDREA MATARAZZO é vereador (PSDB-SP). Foi secretário municipal de Serviços e de Subprefeituras (gestão José Serra/Gilberto 
Kassab) e secretário estadual da Cultura (gestão Geraldo Alckmin) de SP 
esso em 20 jan. 2014.
DIALOGAL / CONVERSACIONAL 
Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. 
É o tipo predominante nos gêneros: entrevista, conversa telefônica, chat, etc. 
http://www.e17.com.br/conteudo/papoidiota/uma-conversa-de-telefone-mostra-que-tudo-pode-mudar-dependendo-da-ocasiao.html. 
Acesso em 20 dez. 2014. 
OBSERVAÇÃO 
Dado o caráter dinâmico de que se reveste a linguagem, dificilmente, o texto apresentar-se-á em 
uma tipologia pura: é recorrente a coexistência de tipologias em um mesmo texto. Algumas 
vezes, uma estará a serviço de outra. É recorrente, por exemplo, em textos literários, 
predominantemente narrativos, o uso da descrição na construção do tempo, espaço ou 
personagens; a descrição com fins argumentativos, como ocorre em textos propagandísticos, que 
têm caráter argumentativo; dentre outras possibilidades.

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