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GIULIA SPINOLA 1 1 GIULIA SPINOLA Emergências e cuidados intensivos INTERPRETAÇÃO ELETROCARDIOGRÁFICA - ECG sergioanest@hotmail.com DEFINIÇÃO É o registro gráfico da atividade elétrica do coração. Avalia o sentido, a força e o tempo dessa energia. Se tiver alteração em qualquer uma das três, é um significado. Sistema Elétrico Do Coração Ativação ou despolarização cardíaca, em condições normais, tem origem no nódulo sinusal (nódulo de Keith-Flack), região do marca-passo cardíaco, localizado no átrio direito, sendo está a primeira área do coração a se despolarizar. O estímulo alcança, em sequência, o átrio esquerdo, o nódulo atrioventricular (nódulo de Aschoff-Tawara), o feixe de His e seus ramos (esquerdo e direito), a rede de Purkinje, os ventrículos e, por fim, se extingue. A célula que responde ao estiramento é o nó sinusal, por isso é por lá que começa. O sangue passa e vai enchendo os ventrículos e depois começa a encher os átrios, e no momento que distende o átrio acontece a despolarização do nó sinusal e começa o batimento. Todo batimento fisiológico ele tem que sair do nó sinusal (átrio direito), se sair de qualquer outro lugar do cardio já é arritmia grave. mailto:sergioanest@hotmail.com GIULIA SPINOLA 2 2 GIULIA SPINOLA Desfibrilador é usado para quando você está fibrilando. Se o coração não encher direito o nó sinusal não dispara e pra isso é usado algumas manobras para voltar ao normal. O nó atrioventricular serve para atrasar o estimulo. A função do nó é justamente para dar tempo do enchimento. O eletrocardiograma faz o caminho dessa energia. TÉCNICAS E DERIVAÇÕES Convencionou-se ligar o cabo vermelho ao membro torácico direito, o amarelo ao torácico esquerdo, o verde ao pélvico esquerdo e o preto ao pélvico direito; o cabo azul (ou branco) é utilizado para obtenção das derivações pré-cordiais. GIULIA SPINOLA 3 3 GIULIA SPINOLA O posicionamento padrão é em decúbito lateral direito, uma vez que os parâmetros eletrocardiográficos foram padronizados com a realização do exame nesta posição. Os membros torácicos devem estar paralelos e perpendiculares ao maior eixo corpóreo. Cada eletrodo deve ser banhado em álcool isopropílico a 70% para garantir conexão elétrica. D2 é a derivação mais parecida com o eixo cardíaco, a derivação que vai do vermelho para o verde. Logo a derivação está descendo e indo para esquerda, tudo que for igual a derivação vai gerar uma linha que sobe. Se a energia está subindo e indo para direita a linha irá descer. • Onda P = despolarização atrial • Distância entre a onda P e Q = Nó atrioventricular • Complexo QRS = despolarização ventricular • Onda T = repolarização ventricular (bomba de sódio e potássio) GIULIA SPINOLA 4 4 GIULIA SPINOLA QUAIS INFORMAÇÕES UM ELETRO FORNECE? Ritmo/Frequência cardíaca - é a origem do batimento. Qual é a primeira célula que inicia esse batimento? Normal é vir do nó sinusal, patologicamente pode vir do nó atrioventricular, apenas ventricular, ou de uma célula do átrio. o Direção e sentido em que a atividade elétrica caminha no coração, qual é o seu destino. o Tempo que demora aquele estimulo elétrico o Amplitude = força 1. sentido Toda atividade que caminhar no mesmo sentido que a derivação ela é positiva (para cima). Quando caminha ao contrário é negativa (para baixo) Sempre que estiver indo para o lado esquerdo ou descendo é positivo Quando estiver indo para o lado direito ou subindo é negativa. Se a onda P estiver para baixo, indica o primeiro apontamento de uma arritmia. Ela tem que ser pra cima. A linha entre a Onda P e a despolarização representa o nó atrioventricular. A parede do ventrículo esquerdo é grossa e ela tem que descer um pouco mais que representa a onda S e a finalização com as fibras de purkinje. A contração é energia mecânica e o eletrocardiograma registra energia elétrica, logo ele ignora a energia mecânica entre o S e T. O coração contraiu e agora irá relaxar/ despolarizou. Agora ele irá repolarizar (colocar os íons no lugar) com a bomba de sódio e potássio. Por ser uma onda elétrica ela aparece como onda T. GIULIA SPINOLA 5 5 GIULIA SPINOLA 2. força Força é o quanto ela tem de amplitude/altura, o fato de a onda estar pra baixo só significa sentido e não força. 3. tempo Tempo é largura da onda, quanto mais largo, mais tempo demorou. E cada uma das alterações tem uma interpretação. Alguns nascem com a curvatura da onda Q pra baixo e outros com a curvatura pra cima. Se nasce com a curvatura Q pra baixo não terá a onda Q no eletrocardiograma e isso não é uma doença, é também fisiológico. Obrigatório que todo cachorro tenha é a onda P, R e T. A onda Q e S não é obrigatório. NUNCA pode aparecer onda Q e S em um mesmo eletro, ou é uma ou é outra. Analisar força e tempo, ou seja, amplitude e largura. Por isso todo eletrocardiograma é impresso em papel quadriculado, para funcionar como régua. Determinar velocidade, a onde você a configura em duas opções (25 mm/s ou 50 mm/s). Se passar em 25mm/s cada quadradinho passa a valer de largura 0,01s. Se passar em 50mm/s cada quadradinho passa a valer de largura 0,02s. O padrão é fazer em 50mm/s. Em altura a calibragem é em sensibilidade, a padrão é N de normal que equivale 0,01 mV. Pode ampliar em 2N quando o tamanho real é muito pequeno, mas na hora que do zoom na imagem, precisará considerar o dobro, logo você conta metade. 2N passa a valer 0,05 mV. Outra possibilidade quando vem grande, você diminui a imagem e cada quadradinho N/2 passa a valer 0,2mV. A normalidade é em largura até 0,04s e em força 0,4mV. Quando a velocidade está o dobro do normal significa que o átrio está perto de estourar, o cão pode entrar em morte súbita. GIULIA SPINOLA 6 6 GIULIA SPINOLA QUAL É A FC? Um ritmo cardíaco regular registrado na velocidade de 50 mm/s, a FC pode ser calculada pelos seguintes métodos: 1. Dividindo-se o número de pequenos quadrados em um minuto (3000), pelo número de pequenos quadrados existentes em um intervalo R-R. • Se contarmos em 50mm/s contamos 3000 e dividimos por 30 (5 quadrados) e o resultado equivale em 100 bpm. 2. Dividindo-se o número de grandes quadrados em um minuto (600), pelo número de grandes quadrados existentes dentro do intervalo R-R. • Os quadrados maiores equivalem a 5 quadradinhos, por isso quando queremos contar de uma Onda R a outra contamos pelos quadrados maiores. Existem 1500 quadradinhos de 1 mm num minuto á velocidade de 25 mm/seg. (e, portanto, 3000 quadradinhos à velocidade de 50 mm/seg.) Ao contar o numero de quadradinhos entre 2 ondas R sucessivas e dividir 1500 (ou 3000) por essa contagem, obtém – se assim a frequência cardíaca. ➢ 1500/10,5 = 142,85 ➢ 1500/12,5 =120 Onda P – tem que ser positiva sempre! – 0,04s x 0,4 Mv 1. Quando a onda P tem um valor maior que 0,4 mv (em altura) quer dizer que existe uma SOBRECARGA DO ÁTRIO DIREITO. Se passou de 0,4mV está com sobrecarga de átrio direito, o átrio direito está maior do que deve. GIULIA SPINOLA 7 7 GIULIA SPINOLA 2. Quando a onda P é maior que 0,04s quer dizer que existe uma SOBRECARGA DO ÁTRIO ESQUERDO. Toda vez que passa em largura a interpretação é sobrecarga de átrio esquerdo, ou seja, está aumentando. Marca passo Migratório: quando tem evidente ondas P em formatos diferentes. Ocorre quando oscila a célula inicial dentro do nó sinusal. Isso fica descrito no eletro em “observações”. É apenas um achado eletrocardiográfico. Onda P alta: Direito Onda P larga: Esquerdo Intervalo PRL – Até 0,13s No nó atrioventricular existe uma passada lenta do estimulo elétrico que serve para gerar uma distância entre o batimento atrial e ventricular. Se não existisse esse NAV, o átrio e o ventrículo bateriam exatamente ao mesmo tempo = ondaPRi Mensura do começo da onda P até o início da QRS. DISTÚRBIOS DE CONDUÇÃO Bloqueio átrio ventricular de 1° grau é quando o intervalo PR é maior do que > 0,13s. Definição: No BAV de 1° grau verifica-se alentecimento (lento) da passagem do impulso nervoso no nó atrioventricular, resultando em um aumento gradativo do intervalo PR. Entretanto, cada onda P é conduzida normalmente, havendo um QRS correspondente. GIULIA SPINOLA 8 8 GIULIA SPINOLA Significa que o átrio bate, mas o ventrículo acaba demorando um pouco para responder = A passagem elétrica pelo nó atrioventricular é lenta demais. ONDA Q e S - Representam o ventrículo direito. Sobrecarga do Ventrículo Direito ou Bloqueio do Ramo Direito Geralmente o BRD não está associado à doença cardíaca, sendo quase sempre um achado diagnóstico. O BRD pode estar ainda associado aos hemibloqueios de fascículos anterior ou posterior, sendo mais comum o BRD + hemibloqueio anterior esquerdo, o qual raramente progride para BAV total; Já o BRD associado ao hemibloqueio posterior esquerdo pode progredir para a BAV total, embora a incidência seja baixíssima. Pacientes assintomáticos não requerem marcapasso. 1. Quando aparecem as ondas Q e S na mesma derivação. SÓ QUE é normal ter onda Q e S sempre em AVL e AVR! OU SEJA, só é bloqueio ou sobrecarga quando aparecer apenas em DI, DII, DIII e AVF. 2. Quando tem a onda Q ou a onda S em TODAS as derivações, pois um cão normalmente tem que ter pelo menos uma derivação onde NÃO APARECE NENHUMA das ondas. Complexo QRS – representa o ventrículo esquerdo – até 0,05s / 0,06s o Quando chega no ventrículo tem uma fibrinha que sobe para poder entrar no septo, alguns cães não tem entrando direto, quando ela sobe é a contra a variação, gerando uma onda negativa = Onda Q o Quando desce pelo septo, gera uma onda positiva = Onda R o Quando chega no ápice do ventrículo, a eletricidade começa a subir nas paredes, que é o contrário da derivação, e a onda é negativa, então no eletro desce. Só que tem uma coisa, a parede do lado direito, o trajeto é mais longo, subindo um pouco mais, gerando uma onda negativa = Onda S Cardiologista: normalmente onda larga é bloqueio e onda alta é sobrecarga Sobrecarga de Ventrículo esquerdo ou bloqueio do ramo esquerdo, solicitar ecocardiograma. o Dilatação ou hipertrofia é sobrecarga GIULIA SPINOLA 9 9 GIULIA SPINOLA o Se tiver normal é o ramo que está bloqueado Sobrecarga de VE ou BRE: QRS > 0,05 a 0,06s Onda R – até 2,5mv/ 3,0mv Mede a altura, pegando a linha base. Valores acima da referência significa que existe uma sobrecarga de ventrículo esquerdo ou bloqueio do ramo esquerdo. Sobrecarga de Ventrículo Esquerdo ou Bloqueio do Ramo Esquerdo: R > 2,5 a 3,0 mV Qualquer uma das duas alterações significa sobrecarga de ventrículo esquerdo ou bloqueio de ramo esquerdo. Segmento ST – infradesnível 0,2 e supradesnível 0,15mv A despolarização, não é uma atividade mecânica. Entra sódio e sai potássio, mas não são esses íons que causam a contração, e sim o cálcio, que é marcado pelo segmento ST. É a hora que tem transferência da energia elétrica para a energia mecânica, onde o coração começa a contrair. ST = íons, cálcio e cloro, quando está transferindo energia elétrica em mecânica, o coração vai contrair é a sístole. Tem que estar na mesma altura da linha base. Se estiver, normal. GIULIA SPINOLA 10 10 GIULIA SPINOLA Tem que avaliar se a onda está: • Para baixa – Infradesnível • Para cima – Supradesnível • Arqueada • Inclinada – “Slurring” = inclinação absurda de ST, onde não consegue identificar as ondas = significa uma grande lesão do miocárdio. Se estiver alterada significa Distúrbio de Repolarização Ventricular. • Distúrbio de Repolarização Ventricular • Hipóxia de miocárdio • Distúrbio eletrolítico Quando aparecer qualquer alteração de segmento ST ou onda T tem a mesma interpretação: Distúrbio de repolarização ventricular. Infradesnível > 0,2 mV / supradesnível > 0,15 mV / arqueamento de ST o Quando o segmento ST aparece em uma linha abaixo do segmento PR. o Até 0,2 tudo bem (Infradesnível > 0,2 mV) não é distúrbio de repolarização ventricular; o Supradesnível > 0,15 mV quando é acima; o Arqueamento ou arqueado já é distúrbio de repolarização ventricular porque tem que ser uma reta; Inclinação acentuada de ST: tem que ser uma linha na horizontal, se aparecer inclinado é distúrbio de repolarização ventricular. GIULIA SPINOLA 11 11 GIULIA SPINOLA Inclinação acentuada de ST Dosar eletrólito se tiver normal sabe-se que é hipóxia de miocárdio. O cão é raríssimo morrer de infarto. Se o cachorro tiver hipotenso ou roxeado isso levara ele a morte muito rápida, se ele estiver bem clinicamente ele só tem a lesão e ficou bem com ela. Onda T < 25% de R o Na hora que o coração relaxa, os íons estão todos fora do lugar, porque entrou sódio e saiu potássio, teve alteração de cálcio e cloro; precisa coloca-los no lugar, principalmente a bomba de sódio e potássio = Onda T o Onda T = bomba de sódio e potássio funcionando. Tem que ver se ela é para baixo (negativa), para cima (positiva) ou as duas (bifásica). Em cão é normal ela ser positiva, negativa ou bifásica. Porém é preciso anotar para avaliação entre exames, pois uma vez o cão nasceu com a onda positiva ela deve se manter positiva pelo resto da sua vida. Ela não pode simplesmente trocar. T negativa < 25%R / T positiva < 25%R / T bifásica Pode ser apiculada (não é normal) ou pode ser alta demais. A onda T ela deve ser arredondada. Não pode ser apiculada pois significa distúrbio de repolarização ventricular. Ela pode também ser chamada de onda T em tenda. A onda T tem altura máxima (<25% da R). Se for maior que 25% da onda R é distúrbio da repolarização ventricular. Onda T apiculada / Onda T > 25% de R GIULIA SPINOLA 12 12 GIULIA SPINOLA Porém ela não tem um valor, então qual o limite? Pega a onda R e divide por 4. Exemplo: Se a onda R tem 12 quadradinhos, a onda T pode ter no máximo 3 quadradinhos. Se tiver alterado: DISTÚRBIO DE REPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR OBSERVAÇÕES: tem que marcar 3 coisas (quando tem): • Marcapasso migratório, que ocorre em ritmo sinusal, é caracterizado por uma variação no tamanho e configuração das ondas P de uma mesma derivação. • Alterações que sugerem sobrecarga do ventrículo direito • Arritmias INTERPRETAÇÃO ELETROCARDIOGRÁFICA – ECG – PARTE 2 Quarta- feira 11/03/2020 EIXO CARDÍACO A soma de vetores de todas as derivações de eletros. Determinar qual o caminho da energia do coração. Eixo cardíaco serve para você comparar a força que faz o ventrículo esquerdo e o ventrículo direito, é o equilíbrio ventricular. Eixo cardíaco alterado significa que um lado faz muito mais força que o outro e que isso é uma doença grave, mas não diz qual é a doença, logo é um exame de triagem. Recomendar o ecocardiograma para saber qual a doença. São 6 linhas no eletro e cada linha é uma derivação. São 6 derivações em um eletro mais simples. 1. A primeira derivação começou do eletrodo vermelho para o amarelo, que ele nomeou de D1 (observa a energia da direita pra esquerda). 2. A segunda derivação do vermelho para o verde, a onda agora, as energias descem e vão para esquerda nomeadas de D2. 3. A terceira derivação do eletrodo amarelo para o verde chamado de D3. Criaram-se as 3 derivações chamadas polares. Para criar o centro ele usou o eletrodo preto, verde e amarelo determinando o centro chamado de nó atrioventricular (derivação AV). 4. A derivação AVR (right) do centro para o vermelho, lado direito do coração. 5. A derivação AVL (left) do centro para o amarelo, lado esquerdo do coração. 6. A derivação AVF (frontal) do centro para o verde, caracterizandoo horizontal do corpo. GIULIA SPINOLA 13 13 GIULIA SPINOLA Quadrante inferior esquerdo (0° a + 90°): normais em caninos e felinos Quadrante superior direito (+/- 180° a -90°) é indicativo de desvio de eixo para a direito, ao passo que aquele localizado no quadrante superior esquerdo (-90° a 0°) aponta desvio para a esquerda em pacientes caninos e felinos. No coração normal canino o eixo varia entre + 40° e +100°, enquanto em felinos possui uma variação maior, entre 0° a + 160°. (EXEMPLOS) Legenda: o triangulo para cima significa positivo e o triangulo para baixo indica negativo. O QUE CONTA É O TRIÂNGULO E NÃO DO ÂNGULO. Dica: as linhas tem que sempre dar uma do lado da outra. GIULIA SPINOLA 14 14 GIULIA SPINOLA Ignora os dois laterais de um lado e os dois laterais do outro. O eixo é o ângulo dos dois que sobraram no meio. Analisar então os valores referências que foram dados e comparar com o seu resultado, se estiver dentro do valor de referência encontra-se normal. Se encontra desviado para o lado direito significa que o coração faz muito mais força do lado direito do que do esquerdo. Ou vice-versa. POR D2 SER O PONTO MAIS IMPORTANTE É POR ELA QUE DEVEMOS NOS BASEAR PARA SABER O LADO SE É DIREITO OU ESQUERDO. LOGO, DO +120° AO D2 É O LADO DIREITO E DO +30° AO -120° É O DESVIO PARA O LADO DIREITO. Eixo cardíaco – resumo Derivação isoelétrica: quando a onda não é nem positiva, nem negativa (acontece quando o eixo está exatamente em cima de outra derivação), não conta quando aparece. De +30° a 120°: lado esquerdo e direito do coração trabalham em proporções adequadas De 120° a – 120°: o lado direito faz muito mais força que o lado esquerdo De -120° a 30°: o lado esquerdo faz mais força que o lado direito. QUAIS SÃO OS RITMOS CARDIACOS POSSÍVEIS? 1. SINUSAL - Os batimentos fisiológicos podem sair do nó sinusal 2. ÁTRIO - Podem sair do Átrio de origem atrial 3. JUNCIONAL - Podem sair do nó atrioventricular falamos que tem origem juncional porque o nó atrioventricular faz a junção do átrio e ventrículo 4. VENTRÍCULO - E se sai de alguma célula do ventrículo a origem é ventricular. SINUSAL E ATRIAL Ritmo Sinusal – Fisiológico a. Ritmo sinusal normal b. Arritmia sinusal c. Taquicardia sinusal d. Bradicardia sinusal e. Exceção sinus arrest Existem três ritmos que são considerados normais no coração: o ritmo sinusal, a arritmia sinusal e o ritmo do marcapasso migratório. Ritmo Atrial – Patológico (animal sempre vai estar taquicardíaco, não existe bradicardia atrial) a. Taquicardia atrial b. Flutter atrial c. Exceção fibrilação atrial GIULIA SPINOLA 15 15 GIULIA SPINOLA Se for uma taquicardia leve é taquicardia sinusal, porque quando é atrial é muito taquicardíaco (acima de 200 bpm). Teste: leve compressão nas carótidas, dificultando o fluxo sanguíneo e a frequência cardíaca cair é sinusal porque a fisiologia ainda está funcionando. RISCO GRANDE, NÃO É FEITO NA PRÁTICA OLHAR A ONDA P – ONDA P POSITIVA SIGNIFICA QUE NÃO É JUNCIONAL Se tiver onda P positiva e a FC for baixa o ritmo é Bradicardia Sinusal (não existe bradicardia atrial) Se tiver onda P positiva e a FC for normal existem 3 possibilidades, olhar a variação: a. Se a variação for menor ou igual a 10% = Ritmo sinusal normal, caracterizado por uma FC de 60 a 120 bpm e ondas P sucedidas de um complexo QRS, o ritmo é regular e não ocorrem pausas. b. Se a variação for igual a 11 a 99% = Arritmia sinusal (fisiológico), possui as mesmas características do ritmo sinusal, ressaltando que a única diferença é que a FC pode variar mais em decorrência da inspiração e expiração. c. Se a variação for igual ou maior que 100% = Ritmo sinusal com “sinus arrest” (patológico) QUESTÃO PASSADA EM AULA: PASSO A PASSO 1. Olhar a D2 como referencia 2. Pegar o maior espaço entre um batimento e outro 3. Contar os quadrantes 4. Um deu 37 (maior intervalo) e o outro 28 (menor intervalo), dividimos esses dois números por 3000 5. 3000/37 = 81 6. 3000/28 = 107 7. 107/81 =1,32 (SEMPRE tirar -1) 8. Totalizando 32 % que significa arritmia sinusal que está de 11 a 99% GIULIA SPINOLA 16 16 GIULIA SPINOLA Se a onda P for positiva e a FC Alta existem 3 possibilidades: a. Taquicardia sinusal: Fisiológico b. Taquicardia atrial: Todo ritmo atrial é taquicardíaco. Como diferenciar? causas fisiológicas (dor, hipotenso, medo) é taquicardia sinusal e causas patológicas: se o animal está descansando, dormindo e está com FC 230bpm é taquicardia atrial. No eletro: faz teste apertando por 1 min o globo ocular (estimula o nervo vago) e roda de novo, se diminuir é sinusal, senão você continua na dúvida. Outro teste é apertar as carótidas (aumenta a pressão), MAS tem perigo do animal parar. O que faz de verdade? se acha que é dor, analgésico. Se acha que é medo, pede para o proprietário segurar um pouco. Se nada melhor, é taquicardia atrial. c. Flutter (flutuação) atrial: geralmente você observa várias ondas P seguidas como se formassem uma “marola”, uma grudada na outra. O átrio não descansa, batendo sem parar. d. Fibrilação atrial: é quando o átrio bate tão rápido que o eletro não consegue marcar a onda P, formando um borrão (quando o átrio bate mais de 500x por minuto). RITMO JUNCIONAL o Pode iniciar com a onda P negativa ou ausente a) Onda P negativo é ritmo juncional SEMPRE – sintomatologia melhor b) Quando não aparece a onda P tem que ser BRADICÁRDICO OBRIGATORIAMENTE E tem que ter um QRS normal e uma T normal. o Não tem alteração no QRS GIULIA SPINOLA 17 17 GIULIA SPINOLA RITMO VENTRICULAR Não tem/Ausência da onda P e o complexo QRS é bizarro 1. FC BAIXA: IDIOVENTRICULAR 2. FC NORMAL: RITMO VENTRICULAR 3. FC ALTA: TAQUICARDIA VENTRICULAR 4. FC “BORRÃO” / um dos tipos de parada cardíaca: FIBRILAÇÃO VENTRICULAR Os ritmos cardíacos existem os sinusais que são fisiológicos e todos os outros são classificados como ritmos patológicos. No dia a dia é chamado de arritmia. APC (contração atrial prematura ou extra sístole atrial) Um batimento atrial prematuro é um batimento cardíaco adicional causado pela ativação elétrica dos átrios (câmaras superiores do coração) a partir de uma zona anormal, antes do batimento cardíaco normal. GIULIA SPINOLA 18 18 GIULIA SPINOLA Quando tem onda P positiva. Batimento anômalo saindo do átrio dentro de um ritmo normal. JPC (contração juncional prematura ou extra sístole juncional) Batimento errado que sai do nó átrio ventricular e pode ser sem a onda P ou a onda P negativa. Quando não tem onda P com complexo QRS normal. Ou não tem onda P e o complexo QRS é normal ou a onda P fica para baixo. VPC (contração ventricular prematura) Sem onda P e o complexo é bizarro logo o batimento saiu do ventrículo. Arritmia mais frequente que existe. A diferença com o ritmo é que o VPC um ou outro vem errado no eletrocardiograma em que a maioria é normal. GIULIA SPINOLA 19 19 GIULIA SPINOLA Bloqueio Átrio Ventricular de 2° grau (bav de 2° grau) No BAV de 2° grau ocorre maior demora na condução do impulso no nó AV, ocasionado assim a presença de uma onda P sem um QRS correspondente. No BAV de 2° grau Mobitz tipo I, o intervalo PR vai gradativamente aumentando ate que uma onda P não seja seguida por um QRS. Os animais com este bloqueio normalmente são assintomáticos. Tem onda P, mas não tem onda QRS. Ventrículo não bate intermitente. Bloqueio Átrio Ventricular de 3° grau (bav de 3° grau) Quando o nó atrioventricular parou de se comunicar de vez com o ventrículo, NÃO EXISTE MAIS A PASSAGEM ELETRICA ENTRE OS DOIS. Não existe mais a sincronização entre o batimento do átrio com o ventrículo. O átrio e o ventrículo batem comandados por si só. Eles mesmo comandam sua resposta. A onda P encontra-se no eletroem qualquer lugar. A onda P e QRS se intercalam. Não segue o padrão e o complexo QRS normalmente é bizarro. GIULIA SPINOLA 20 20 GIULIA SPINOLA Normalmente a bradicardia é importante e a atropina não é efetiva. Sendo assim, os risco- benefícios associados devem ser bem conversados. Os animais portadores podem apresentar- se apáticos, com baixa tolerância às atividades diárias normais e com desmaios frequentes. INTERPRETAÇÃO ELETROCARDIOGRÁFICA – ECG – PARTE 3 Quarta- feira 18/03/2020 BRADIARRITMIAS Arritmias de frequência cardíaca baixa que precisam ser tratadas: 1. Bradicardia sinusal com hipotensão arterial 2. Ritmo Juncional 3. Idioventricular 4. BAVs (2° e 3°) Como trata bradiarritmias: por ordem de preferência Primeira medicação de escolha: Atropina pode ser aplicada 3 vezes SOMENTE com intervalo de 5 minutos entre uma aplicação e outra. (SEMPRE em bolus) Porque? A atropina que aplicou da primeira vez ainda não funcionou. Se aplicar mais, na hora que funcionar vai ter excesso a dose, causando uma taquicardia e Taquiarritmias. Aumenta mortalidade, animal pode deprimir e morrer! DOSE: 0,044 mg/kg Se aplicou as 3 doses e o paciente não melhorou, avaliar o nível de gravidade do paciente. Se ele estiver bem, encaminhar para tratamento crônico (cardiologista). Normalmente ele entra com broncodilador. Segunda escolha: Dopamina infusão continua: 5 a 20 mcg/kg/min, subir de 5 em 5mcg a cada 5 minutos. Em máximo nos 20 minutos tem que responder. Terceira escolha: ADRENALINA em infusão continua. • Marcapasso transcutâneo: não muito feito na prática; • A adrenalina é a primeira escolha na ausência de complexos ventriculares. GIULIA SPINOLA 21 21 GIULIA SPINOLA TAQUIARRITMIAS Arritmias de frequência cardíaca alta que precisam ser tratadas. Todas serão tratadas iguais, exceto a fibrilação ventricular que se trata diferente porque é um tipo de parada cardíaca, então fará reanimação. 1. Atriais (taquicardia atrial, Flutter atrial e fibrilação atrial) 2. Ventricular (ritmo ventricular, taquicardia ventricular e a fibrilação ventricular) 3. PCS Tratamento de Taquiarritmias: por ordem de preferência Primeira escolha: Lidocaína bolus- atuam nos canais de sódio • Cão pode ser aplicado 3 vezes com intervalo de 2 minutos entre uma aplicação e outra (2 a 4 mg/kg IV ou 25 a 75 mcg/kg/min IV) • Gato pode ser aplicado 2 vezes com intervalo de 2 minutos entre uma aplicação e outra. Gato é muito sensível a lidocaína e quando aplicado a segunda vez, geralmente ele convulsiona por isso já deixamos a dose de Diazepam separada. (0,25 a 1 mg/kg IV ou 10 a 25mcg/kg/min IV) Segunda escolha: Lidocaína infusão continua (não tem um tempo pré-definido) Terceira escolha: Amiodarona (atuam sobre os canais de cálcio) em bolus aplica só uma vez – 1 a 5 mg/kg IV Quarta escolha: Amiodarona infusão contínua 0,3mg/kg/min IV Quinta escolha: em uma pata Lidocaína em infusão continua e na outra pata Amiodarona infusão continua (cada um em um acesso). Não melhorou: se o animal tiver ICC não tem mais protocolo. (NÃO PERGUNTA NA PROVA). SE NÃO FOR CONGESTIVO: tentar Esmolol. Sexta escolha: Porém se não for ICC pode tentar o Esmolol (bloqueadores betas) 50 a 500 mcg / cão ou gato a cada 5 minutos IV • Se não funcionar, passamos para o tratamento cirúrgico. GIULIA SPINOLA 22 22 GIULIA SPINOLA VARIÁVEIS CARDIORRESPIRATÓRIAS Quarta- feira 25/03/2020 SATURAÇÃO E HEMOGLOBINA Se olham na prática porque quando as duas coisas estiverem boas o conteúdo arterial vai estar bom também, e com isso monitora-se o debito cardíaco e verá que se tem uma boa oferta de oxigênio. 1. Anêmicos – avaliar hematócrito 2. Hemorragia • Animal que chega com hemorragia e PA baixa = TRANSFUNDIR Aguda • Hematócrito pouco útil • Hemodiluição – 8 horas • Reposição – 24 horas Crônica • Hematócrito • Esgotamento medular • Reposição muito lenta SATURAÇÃO ARTERIAL DE OXIGÊNIO Quantos % da hemoglobina está ligada ao oxigênio (o normal gira entre 94-98%). O necessário para sobrevivência é mais que 90%. Dessaturado – menor que 90% significa que não tem a quantidade mínima de oxigênio para sobreviver para isso coloca-se o paciente no oxigênio IMEDIATAMENTE. GIULIA SPINOLA 23 23 GIULIA SPINOLA Causas de dessaturação (baixa saturação): 1. Baixa fração inspirada de oxigênio (FiO2) - ou seja, quanto tem de oxigênio em porcentagem no ar que o animal está respirando. Exemplo: incêndio. 2. Disfunção da hemoglobina: significa ter a hemoglobina, mas ela não funcionar; algumas intoxicações fazem com que a hemoglobina não funcione, logo ela não consegue carregar o oxigênio acarretando na diminuição de oxigênio. Como saber? No cão a Intoxicação por cebola (um dos maiores motivos) mas o animal tem que comer constantemente. No gato o principal é a intoxicação por paracetamol (basta uma dose), reverter com N-acetil-cisteina no soro para o gato em até 4 horas. 3. Depressão respiratória – mais comum a) Doenças pulmonares: pode gerar tanto hipoventilação quanto hiperventilação; ex: edema pulmonar, fibrose, pneumonia b) Doenças extrapulmonares – hipoventilação (o ar não consegue entrar nos pulmões). Ex: paralisia de traqueia, síndrome de braquicefálicos, colapso de traqueia SaO2: Saturação Arterial De Oxigênio Da Hemoglobina Hemogasometria: mede saturação arterial de oxigênio Oximetria: mede saturação periférica de oxigênio Quando posso utilizar a SpO2? Sp (Saturação Periférica) • Cuidado com má perfusão: PA grave o oxímetro não funciona • Cuidado com intoxicação por CO: determinados incêndios ou escapamento de carro, o animal inalou muito CO o oxímetro dá normal, mas o animal está roxo • Hipotermia: se o animal estiver muito hipotérmico, o oxímetro deixa de funcionar débito cardíaco DO2 x VO2 extração de oxigenio oferta de oxigênio consumo de O2 GIULIA SPINOLA 24 24 GIULIA SPINOLA Como aumentar a SaO2? (saturação arterial) • Aumentar a FiO2: oxigenioterapia • Ventilação mecânica • Tratar a doença pulmonar: após o animal estabilizar, procurar a causa base. AVALIAÇÃO DE OXIGENAÇÃO DO PACIENTE SaO2 (saturação arterial de oxigênio da hemoglobina) menor que 90% = animal dessaturado, logo tratar com oxigenioterapia. PaO2÷FiO2 -> Quanto % o animal está respirando Valores de FiO2 (fração inspirada de oxigênio), como calcular? 1. Normal: ar ambiente com o valor de 21% = 0,21 2. Máscara ou Cateter nasal: 35% = 0,35 3. Gaiola de oxigênio ou Entubado = INFORMAR Com isso, Se PaO2÷FiO2 for: • Maior que 400 mmHg – respiração normal: o problema é disfunção de hemoglobina • Entre 301 – 400 mmHg – Déficit de oxigenação: problema respiratório discreto (eupneia): ainda é problema de disfunção de na hemoglobina • 201 – 300 mmHg – Insuficiência respiratória: problema respiratório (dispnéia) • Menor que 200 mmHg – falência respiratória o que significa que se tirar do oxigênio o animal morre Se o problema for disfunção da hemoglobina é tratar a hemoglobina; agora se for respiratório precisa encontrar a causa base. AaO2 (Gradiente alvéolo arterial de oxigênio): resultado encontrado na Hemogasometria • Menor que 15: O pulmão é perfeito, logo a origem é extrapulmonar • 15 – 25: Pneumopatia leve com causa extrapulmonar, indeterminado. • Maior que 25: Pneumopatia grave, logo origem pulmonar PaCO2 (pressão parcial de CO₂ no sangue) valores • Maior que 43 mmHg: Hipoventilação (mecânica pulmonar com problema) • 31 – 43 mmHg: ventilação normal • Menor que 31 mmHg: Hiperventilação (hiperventilação é defesa, não causa primária. Ex: cetoacidose diabética você hiperventilar para ajustar o pH) • Maior que 55 mmHg: vai direto para ventilação mecânica GIULIA SPINOLA 25 25 GIULIA SPINOLA O substituto da gasometria é a capnografia (ECO2) Mede a quantidade de CO2 no ar expirado. A capnografianão funciona se a saturação estiver muito baixa; • Maior que 45 %: hipoventilação • Menor que 35 %: hiperventilação • 35 – 45 %: normal NUNCA tratar hipoventilação com aumento da FiO2 Como reduzir a PaCO2? Ventilação e tratar a doença pulmonar Como aumentar a PaCO2? Tratar causa de bases CASO 1 Se eu souber o que aconteceu com a hemoglobina eu sei o que aconteceu com a oxigênio no sangue. GIULIA SPINOLA 26 26 GIULIA SPINOLA Tratar esse paciente com: transfusão. Se você oxigenar, vai ajudar pouco: CASO 2 Paciente está com saturação baixa, logo colocar no oxigenioterapia. PaO2/FiO2 = 476, logo o problema é a disfunção de hemoglobina. O caso era um gato com intoxicado por acetilcisteina. CASO 3 Boxer, fêmea, 2 anos • SaO2 = 78% • Hb = 14 g/dL • PaCO2 = 80 mmHg; (30,8 – 42,8 mmHg) • PaO2 = 40 mmHg (80,9 – 103,3 mmHg) • PaO2/ FiO2 = 40/0,21 = 190 (> 200) • A-a O2 = 10 GIULIA SPINOLA 27 27 GIULIA SPINOLA O que se sabe é que a saturação está baixa então o animal precisa ir para oxigenioterapia. Hemoglobina menor que 15 o pulmão está perfeito logo desconfiar de origem extrapulmonar; Depois identificar a PaO2/FiO2 que é 190 o que indica falência respiratória e se tirar da oxigenioterapia ele morre. E pela AaO2 ser 10 sabe-se que é causa extrapulmonar. O animal tinha BOTULISMO. CASO 4 Poodle, fêmea, 9 meses. • SaO2 = 78% • Hb = 15 g/dL • PaCO2 = 40 mmHg; (30,8 – 42,8 mmHg) • PaO2 = 40 mmHg (80,9 – 103,3 mmHg) • PaO2/ FiO2 = 40/0,21 = 190 (> 200) • A-a O2 = 50 Saturação baixa – logo o animal está dessaturado e precisa de oxigenioterapia; Hemoglobina não precisa transfundir; Por PaO2/FiO2 ser 190 é pulmonar é uma Pneumopatia grave – radiografar o pulmão O animal provavelmente vai precisar de oxigenioterapia (CO2 40) é ventilação normal. Máscara ou cateter bem feito o animal estabiliza. VARIÁVEIS CARDIORRESPIRATÓRIAS Quarta- feira 01/04/2020 SISTEMA CARDIOVASCULAR Débito Cardíaco = Frequência cardíaca x Volume Sistólico Frequência cardíaca é fácil de medir. Já o Volume Sistólico é difícil a mensura do quanto sai exatamente o volume de sangue que sai do coração. I. Cateter de Funguhns – cateter colocado no coração que é caro, risco para o paciente II. Delta pp – mede o quanto sai, mas o animal tem que estar anestesiado, entubado e na ventilação mecânica. (Só é útil quanto o animal já está anestesiado) III. Eco transesofágico – mede o fluxo de sangue pela aorta; porém a desvantagem é que também precisa de anestesia. GIULIA SPINOLA 28 28 GIULIA SPINOLA Para o animal ter um bom volume sistólico, é necessário primeiro uma boa pré-carga (retorno venoso ou volume sanguíneo que chega no coração). O soro pode levar a uma sobrecarga da pré-carga levando a um edema pulmonar, uma boa avaliação é não a deixar ser nem alta nem baixa e sim na normalidade. Um outro parâmetro é uma boa contratilidade que inclui uma força correta, sem más formações e que as válvulas estejam funcionando direito. (FUNÇÃO CARDIACA) E pós carga, que mostra o quão difícil é o sangue sair do coração. Quando dizemos que o animal tem uma alta pós carga significa que está muito difícil para o sangue sair. E o animal com uma pós carga baixa quer dizer que está muita fácil, ou seja, o liquido sai sem pressão. Nenhum desses também é bom; AVALIAÇÃO DA HEMODINAMICA = FC, PRÉ CARGA, CONTRABILIDADE E PÓS CARGA. À medida que a frequência cardíaca aumenta o debito cardíaco aumenta também. Porém se o coração bater muito rápido, não dá tempo de o coração encher e o debito cardíaco começa a cair. Se a frequência cardíaca for alta o suficiente para atrapalhar a pré-carga, o debito cardíaco cai. Parâmetros • 180 bpm no cão • 240 bpm no gato Acima disso, sabemos que o debito cardíaco está ruim. PRÉ-CARGA O estiramento dos sarcômeros individuais regula o desempenho cardíaco e é o máximo no final da diástole. Em situações agudas, a elevação da pressão e do volume diastólico finais constituem um mecanismo fisiológico compensatório que permite o aumento do trabalho cardíaco (lei de Starling para o coração). Quanto maior o volume diastólico (quanto mais cheio o coração estiver), melhor o debito cardíaco. Porque se o coração está bem cheio e contrair direitinho, ele joga bastante sangue pro corpo. GIULIA SPINOLA 29 29 GIULIA SPINOLA O melhor jeito de avaliar pré-carga é avaliação do átrio esquerdo pelo ECO. Se não tem aparelho de ECO, fazer teste de carga (Fluidoterapia). • Se o átrio esquerdo tiver grande, está chegando mais sangue no coração do que ele consegue trabalhar, tem que diminuir a fluidoterapia. • Se ele estiver do tamanho normal, a fluidoterapia está correta ou o retorno venoso está correto. • Se o átrio estiver pequeno, quer dizer que está chegando pouco sangue no coração, melhorar a fluidoterapia desse paciente. Compressão: tamponamento, por efusões CONTRATILIDADE A capacidade intrínseca do músculocardíaco de gerar força e encurtar suas fibras manifesta- se pela taxa de aumento da pressão (ou encurtamento) a partir de uma dada pré-carga. Ela é modulada normalmente por mecanismos neuro-humorais e pode ser avaliada por medidas como volume sistólico, fração de ejeção e taxa de aumento da pressão durante contração isovolumétrica. Quando o coração está batendo em uma frequência, ritmo e força correta, sem grandes alterações anatômicas inclusive valvares. Por problemas cardíacos ou sistêmicos atingem a sua função. • Distúrbios hidroeletrolíticos • Acidose/Alcalose: Diabetes • Cardiomiopatias • Radicais livres • Hipóxia • Insuficiência valvular • Fármacos/Drogas • Arritmias • Infarto agudo do miocárdio • Tamponamento cardíaco • Dor AVALIAR: • Fração de ejeção: quantos % do sangue que está no coração ele consegue jogar para fora quando bateu. • Fração de encurtamento: Quanto do volume ele consegue reduzir do coração/com que força consegue contrair. (avalia trabalho muscular do coração) Como testar? • Inotrópico (Dubutamina) • Antiarrítmico GIULIA SPINOLA 30 30 GIULIA SPINOLA PÓS-CARGA A força contra a qual o músculo cardíaco se contrai corresponde à resistência ou à impedância vascular periférica. 1. Vasoconstrição Periférica • Obeso • Insuficiente Renal • Hipertenso pode ter uma pós-carga aumentada. 2. Viscosidade sanguínea • Diabético • Policitemia: quando hematócrito aumenta, o sangue fica mais viscoso automaticamente se torna mais difícil fluir para os vasos • Dislipidemia 3. Compressões/Estenose • Tumores: quando aperta a aorta por exemplo, fica difícil para o sangue sair do coração • Estenose de aorta • Trombos • Síndromes de compartimentação abdominal: quando o animal bate o abdômen muito forte ou tem uma peritonite muito importe e os órgãos edemaciam e começam a não caber no abdômen. Sinais: o abdômen distende, diminui a produção de urina, ficam mais apáticos e diminuem a respiração. Técnica para reverter caso não funcione fluido ou diurético: Bolsa de Bogotá – abre o subcutâneo e gruda essa membrana em cima e deixara aberto assim por dias; Essa membrana tem chance mínima de sepse. Descola após uns dias e sutura. 4. Dor PRESSÃO ARTERIAL A pressão arterial (PA) é o produto da resistência vascular sistêmica pelo débito cardíaco (DC), sendo a principal determinante da perfusão tecidual. • PAS – pressão arterial sistólica: Monitora a função contrátil do miocárdio V O LU M E SI ST Ó LI C O RESISTÊNCIA VASCULAR SISTÊMICA GIULIA SPINOLA 31 31 GIULIA SPINOLA • PAD – pressão arterial diastólica: Monitora volume circulante e as alterações vasculares • PAM – pressão arterial média: PAS + 2PAD/3 Métodos Para Medir 1. Métodos oscilométricos: tem grande margem de erro por isso, para pacientes EMERGENCIAIS não são usados. – Método não invasivo 2. Doppler:Mede PAS (bem confiável) e a PAD (margem de erro alta) – método não invasivo 3. Invasivas: PAM no esfigmomanômetro e quando conectado no monitor dá as 3 pressões precisas Pulso não avalia pressão. Pulso avalia contratilidade, ou seja, a diferença entre a pressão sistólica e diastólica. (um bom pulso é maior do que 30) GIULIA SPINOLA 32 32 GIULIA SPINOLA EXERCÍCIOS MECANISMOS ENVOLVIDOS EM UMA CRISE DE HIPOTENSÃO Causas 1. Hipovolemia 2. Déficit de contratilidade 3. Vasodilatação Sempre que tiver um animal hipotenso, imaginar que uma dessas 3 coisas estão acontecendo. A não ser que tenha uma obstrução. Tratamento I. Hipovolemia: Prova de carga (fluidoterapia) -> melhora a pré-carga do paciente II. Contratilidade: fármaco vasoativo - Inotrópico III. Vasodilatação: fármaco vasoativo - vasoconstritor O que não pode? Trocar a ordem. Por exemplo, um animal hipovolêmico você começa direto com inotrópico, mas se o coração está murcho não adianta o coração bater mais forte, a pressão não melhora. E se fizer um vasoconstritor primeiro, você irá aumentar a pressão, mas não vai melhorar o debito cardíaco e sim o vaso que ficou pequeno. Então na verdade, você só irá prejudicar o coração se trocar a ordem. GIULIA SPINOLA 33 33 GIULIA SPINOLA MECANISMOS ENVOLVIDOS EM UMA CRISE DE HIPERTENSÃO Causas 1. Vasoconstrição Tratamento Fármaco ativo – vasodilatadores PAS = PAD + CONTRABILIDADE exercicios Uma boa contratilidade indica um prognóstico melhor. Animal 1 • PAS normal • Contratilidade 40 (boa) 120 – 80 • Pulso é bom Animal 2 – CARDIOPATA • PAS normal • Contratilidade 20 (ruim) 100 - 80 • Pulso ruim Animal 3 • PAS Hipotenso • Contratilidade 40 (boa) 80-40 • Pulso bom GIULIA SPINOLA 34 34 GIULIA SPINOLA Tratamento: fluidoterapia Animal 4 • PAS hipotenso • Contratilidade 20 (ruim) 60-40 • Pulso ruim Tratamento: Fluido + Inotrópico • PAS hipertenso • Contratilidade 40 (normal) • Pulso bom Tratamento: vasodilatador EM CASA Animal 5 • PAS hipertenso • Contratilidade 20 (ruim) • Pulso ruim Tratamento: vasodilatador INTERNA CAPILARES Se o lactato está alto já significa que as células estão sem oxigênio. Se o débito cardíaco cai bastante falta oxigênio para as células. Quando o debito cardíaco começa cair e falta sangue para todo mundo, ele começa fazer vasoconstrição seletiva, tira sangue de quem ele acha importante e começa a distribuir para quem ele acha importante. GIULIA SPINOLA 35 35 GIULIA SPINOLA DEBITO CARDIACO CAINDO Vasoconstrição Seletiva: 1. Pele: o primeiro lugar que deixa de receber sangue é a pele. Por isso avaliamos a mucosa (se está pálida). A pele suporta bem estar mal perfundida. 2. Intestino: caso não resolva, o segundo lugar que deixa de receber sangue é o intestino. Como sintomas aparece: falta de apetite, vomito, diarreia e alterações de motilidade intestinais. Intestino pequenos animais suportam bem, grandes não. 3. Músculo: terceiro lugar é o músculo, músculo levando a uma fraqueza muscular podendo ser leve ou forte. Músculos suportam bastante tempo má perfusão 4. Rins: Se não resolver, ele corta do Rim levando a queda do debito urinário e o animal para de produzir urina. Rim não suporta muito tempo a má perfusão, é rápido para o animal se tornar insuficiente renal, por isso é EMERGÊNCIA. Medimos o débito urinário. • Se estiver bem: pode ver pesando a frauda molhada (diferença dela seca é o volume da urina) • Se não: ver pela sondagem do animal 5. Fígado: Depois do fígado, não conseguindo metabolizar levando o aumento da bilirrubina. 6. Pulmão: Depois o pulmão, levando a uma respiração baixa que sinaliza que o animal está quase parando porque a próxima é coração/ cérebro que leva a uma PARADA CARDIACA. 7. Coração/cérebro Débito urinário: Menor que 0,5 mL/kg/h – anúria 0,5 0 1 mL/kg/h – oligúria 1 – 2 mL/kg/h – urina normal Maior que 2 mL/kg/h - poliúria COMO CALCULAR? Volume de urina/ Peso/ tempo em horas que o animal demorou para produzir aquela urina Ex: 50ml/ 10kg/ 4 horas = 1,25 ml/kg/hrs COM ISSO VEMOS QUE O DÉBITO URINARIO ESTÁ NORMAL • Poliúria lesa o rim, mas demora dias • Oligúria o animal suporta tempo já vai ter lesão aguda no Rim (lesa em horas) • Anúria você está fritando o Rim GIULIA SPINOLA 36 36 GIULIA SPINOLA ANIMAL COM VASOCONTRIÇÃO E HIPOVOLEMIA Frequência cardíaca = 200 Pressões arteriais = 120 x 80 TPC > 4 segundos Débito urinário < 0,5 ml/kg/h Vasoconstrição aumenta a pressão e Hipovolemia cai a pressão logo a pressão está boa, porém o baixo volume sistólico vai fazer o coração tentar compensar na frequência. E o baixo volume não vai deixar chegar sangue no Rim. Paciente está mal clinicamente, mas a pressão está normal. o Normotenso, contrabilidade boa e pulso bom o PORÉM FC alta, TPC alto e debito urinário indicando ANURIA! o PVC = pressão venosa central (era uma técnica usada, mas não é mais) Como resolver? FLUIDOTERAPIA. FÁRMACOS VASOATIVOS Quarta- feira 08/04/2020 1. Hipotenso • Inotrópico – melhorar a contratilidade cardíaca. Se não melhorar, entrar com o fármaco vasoativo • Vasoconstritor – vasoativo 2. Hipertensão sempre trata com Vasodilatador, que também é um tipo de vasoativo. DEFINIÇÃO Substâncias que apresentam efeitos vasculares periféricos, pulmonares ou cardíaco, sejam diretos (a própria substância que atua no receptor) ou indiretos (injeta o medicamento que aumenta a noradrenalina e ela que vai no receptor para fazer a vasoconstrição, é chamado de efeito indireto), atuando em pequenas doses (infusão continua) e com resposta dose- dependentes com efeito rápido e curto (bom para ser usado na emergência), através de receptores situados no endotélio vascular. CONTRATILIDADE E PÓS CARGA CARDÍACA Débito Cardíaco = Volume sistólico x Frequência cardíaca (Isoprenalina) Volume Sistólico irá atuar na: o Pré carga: volume circulante GIULIA SPINOLA 37 37 GIULIA SPINOLA o Contratilidade: Dopamina, Dobutamina, Dopexamina e Isoprenalina o Pós-carga: Norepinefrina, Epinefrina e Dopamina Fármacos vasoativos mexem ou na contratilidade ou na Pós-carga, trabalhando com receptores. Fármacos inotrópicos estão no Beta 1. DIFERENTES TIPOS DE RECEPTORES, SUA LOCAL IZAÇÃO E EFEITOS – SABER B1 E A1 Os agonistas adrenérgicos são as drogas vasoativas de primeira linha devido ao seu rápido início de ação, alta potência e meia-vida curta, que permite o ajuste fácil da dose. Agem por meio dos receptores adrenérgicos no coração e vasos sanguíneos. Os receptores alfa 1 presentes no músculo liso dos vasos aumentam a resistência vascular sistêmica (RVS) por vasoconstrição arteriolar mesentérica, renal e de pele. Pela vasoconstrição venosa também redistribuem o sangue da periferia e da circulação mesentérica para a circulação central. Os receptores beta 2 exercem efeitos opostos aos alfa 1, tendendo a reduzir o tônus vascular, de forma a vasodilatar principalmente na musculatura esquelética. Os receptores beta 1 no miocárdio, e em menor extensão os beta 2, aumentam a frequência e contratilidade cardíaca. Drogas com propriedade vasopressoras são usadas primariamente para restaurar a pressão arterial por meio de vasoconstrição arteriolar – receptores alfa 1 Enquanto drogas inotrópicas são usadas primariamente para aumentar o debito cardíaco por meio do aumento da contratilidade e frequência cardíaca – receptores beta 1 e 2. o Alfa 1: Vasoconstrição – aumento da resistência periférica – aumento da pressão arterial – midríase – estimulo da contração do esfíncter superior da bexiga – secreção salivar – glicogenólise hepática – relaxamento do músculo liso gastrintestinal. o Beta 1: Aumento da frequência cardíaca (taquicardia) – aumento da força cardíaca (da contratilidadedo miocárdio) – aumento da lipólise. o Beta 2: Broncodilatação – vasodilatação – pequena diminuição da resistência periférica – aumento da glicogenólise muscular e hepática – aumento da liberação de glucagon – relaxamento da musculatura lisa uterina – tremor muscular. GIULIA SPINOLA 38 38 GIULIA SPINOLA CASOS CLÍNICOS Insuficiência Cardíaca, Congestiva – uso do receptor Beta 1 Sepse: lembrar que tem pressão baixa e precisa fazer fluido. Se não responder, inotrópico. E se não responder ao inotrópico, fazer vasoconstrição. Hipotiroidismo (falta estimulo): usar vasodilatador Beta 1 RECEPTORES ADRENÉRGICOS As aminas simpaticomiméticas adrenalina, noradrenalina, isoproterenol, e, dopamina são denominadas de catecolaminas porque contém o grupamento catecol que corresponde ao diidroxibenzeno (anel benzeno). As catecolaminas possuem rápido início de ação, entretanto, a duração é breve, e, não devem ser administradas por via oral devido serem metabolizadas pelas enzimas COMT e MAO presentes no trato intestinal. GIULIA SPINOLA 39 39 GIULIA SPINOLA VASOCONSTRITORES - HIPOTENSÃO Dopamina Fármaco vasoativo mais usado no mundo. Estimula predominantemente os receptores adrenérgicos alfa (em doses altas) e beta 1 (em doses baixas). Fora do país: Ele é o pior, porém o mais barato. Logo primeiro tenta dopamina e só se não funcionar irá tentar outra coisa. No Brasil: é usado porque “copia” condutas de pessoas fora do país. Não deveria começar o protocolo por ela, porém se for começar, começar só em casos leves (hipotensão discreta) Vantagens: Meia vida: 1,7 minutos (funciona rápido); De 5-10 mc/kg/min funciona como inotropismo positivo e de 10-20 mcg/kg/min é vasoconstritora. Desvantagem: Maior chance de dar arritmia e é menos potente; Quando aplicada extravascular (fora da veia) ela necrosa; Dobutamina Agonista de receptores B1, e, catecolamina sintética. Usada na insuficiência cardíaca congestiva possui vantagem sobre outros fármacos simpaticomiméticos porque não aumenta significativamente o consumo de oxigênio, aumenta o débito tendo discreta alteração da frequência cardíaca. – Mais indicada para cardiopatas. Vantagens: Meia vida: 2 minutos (funciona rápido). Primeira escolha quando quer inotropismo. Desvantagem: • Funciona bem por um dia – Infusões prolongadas perdem a efetividade, não indicado para pacientes internados. • Não tem efeito alfa direito, se não for caso de contratilidade ela não funciona, ou seja, não faz vasoconstrição. • A única via de administração é intravenosa em infusão Porque deveria mudar? Tratamento longo ou precisa de vasoconstrição. Noradrenalina Vantagens: Sua ação ocorre predominantemente sobre o receptor adrenérgico alfa 1 e beta (Extremamente potente tanto no alfa quanto no beta). Resolve o problema de hipotensão na maioria dos casos (Provoca aumento da pressão arterial sistólica e diastólica devido a vasoconstrição da maioria dos vasos sanguíneos incluindo do rim). Desvantagens: • Não é tão boa para cardiopata quanto a Dobutamina GIULIA SPINOLA 40 40 GIULIA SPINOLA • Fator limitante é a vasoconstrição visceral: Se aumentar muito a dose, ela fica muito alfa o que leva a vasoconstrição em excesso. Os órgãos que sofrem principalmente com essa vasoconstrição em excesso são a pele, intestino e rim, aumentando sua chance de mortalidade. Obs: Interessante associar dobutamina para diminuir a superdosagem de noradrenalina. Dosagem: 0,05 – 2 mcg/kg/min alfa e beta adrenérgicos – aumentar de 0,1 em 0,1 a cada 2 minutos, tentando sempre assim usar a menor dose possível. Prognóstico: • < 0,5 mcg/kg/min – prognóstico bom • 0,5 a 1 mcg/kg/min – prognóstico reservado • >1 mcg/kg/min – prognóstico ruim A efedrina estimula a liberação de noradrenalina endógena sendo mais fisiológica. Adrenalina Vantagens: Usadas em choque anafilático, parada cardíaca ou quando não tem outro fármaco vasoativo. Desvantagens: Altera função miocárdica, lesão tecidual por isquemia. Dosagem: 0,05 – 0,2 mcg/kg/min – vasoconstrição severa e cronotropismo positivo. VASODILATADORES – PRESSÃO ALTA Inibidores Da ECA Exemplo: Meleato de Enalapril Desvantagem: Não é potente e é lento – não usado em emergência Isossorbida o Usar quando não tem outro fármaco vasodilatador. o Vasodilatador misto o Inibidor de receptor alfa-adrenérgico Vantagem: prático de ser usado e encontra-se em qualquer farmácia Dose empírica: ¼ a ½ - 5mg: sublingual Hidralazina Vantagem: potente – antagonista adrenérgico; bastante seguro e de ação rápida e pode ser prescrito também no tratamento contínuo GIULIA SPINOLA 41 41 GIULIA SPINOLA Amlodipina Melhor que Hidralazina porque tem menor risco de hipotensão. Vantagem: Melhor efeito cardíaco e melhor na pressão Desvantagem: menos potente que Hidralazina Nitroprussiato De Sódio Vantagens: • Dilatador mais potente que temos • Todo paciente responde a ele. Não há ninguém refratário Desvantagens: • Infusão contínua • Fotossensível • Precisa de bomba de infusão • Medir a pressão continuamente, porque por ser muito potente a pressão cai rápido. Dosagem: 1 – 5 mcg/kg/min COMO SUPLEMENTAR A OXIGENIOTERAPIA Máscara Muito limitada - uso de máscaras erradas (tanto pelo tipo de máscara quanto pela forma que coloca no animal). Para funcionar precisa ser uma máscara em formato de cone e quantidade/fluxo de oxigênio correta. - Fluxo: 100 a 200 mL/kg/min • Boa para cachorros com déficit de consciência, trauma craniano ou comportamento dócil. Cateter Nasal Muito eficiente. Pode ser colocada unilateral ou bilateral. - Fluxo: 0,5 a 3 L/min GIULIA SPINOLA 42 42 GIULIA SPINOLA • Cuidado com estresse durante a colocação. Pode anestesiar o nariz do animal pingando colírio anestésico ou lidocaína e manter a cabeça do animal para cima. • Cuidado: Saber o quanto deve colocar de cateter (distância da ponta do focinho até o olho); se colocar pouco não dá certo e se colocar muito incomoda o cachorro; Grossura correta do cateter (metade do diâmetro da narina); Depois de colocado o cateter colar no pelo do animal com superbonder. Menor sonda uretral que é a Sonda 4 passa 0,5 L de oxigênio; Sonda 6 passa 1 L; Sonda 8 passa 1,5 L. – aumenta 0,5 por sonda. Contraindicações: Trauma craniano (espirro pode levar a parada cardíaca), Cateter mal posicionado e Braquicefálicos (não consegue) Colar Protetor Filmado • Bastante eficiente Contraindicações: Não usar em pacientes hipertérmicos (porque o colar esquenta mais, o ar preso lá dentro ganha temperatura); Animais que se estressam com a situação. Gaiolas Bastante eficientes. Caro. Indicações: Animais silvestres (muito usado). Benéfico em paciente que não precisam de manipulação (para não perder a efetividade ao ficar abrindo a porta). GIULIA SPINOLA 43 43 GIULIA SPINOLA Contraindicações: Não usar em pacientes hipertérmicos; Longo período de tempo (superaquece o ar) - se não for material especifico tem que ser por pouco tempo. HEMOGASOMETRIA Quarta feita 15/04/2020 O exame hemogasométrico tem por finalidade fornecer os valores de pH, bicarbonato, PaCO2 e PaO2 sanguíneos, que quando de origem arterial, fornecem importante informação acerca da capacidade ventilatória e da captação de oxigênio dos pacientes. Objetivo: analisar gases no sangue, lembrando que são voláteis e dissipam facilmente, com essa analise podemos identificar a gravidade do diagnóstico. Grande importância na avaliação do equilíbrio ácido-básico. Toda doença que muda o pH é muito grave. Hemogasometria ajuda a avaliar isso. COLHEITA DE AMOSTRAS Pode ser colhido via sangue arterial (+O2 e -CO2) onde faz a avaliação pulmonar, por não sofrer ação tecidual, o que é ideal ou venoso para avaliação ácido-base, com resultados confiáveis. • Quando venoso precisa ser de vaso calibroso e quenão tenha alterações inflamatórias na região que ele perfunde, não pode coletar de uma região acomete por acidente ou dermatite por exemplo, além de ter fluxo livre, faz garrote, pega a veia calibrosa e depois solta o garrote. GIULIA SPINOLA 44 44 GIULIA SPINOLA • Sangue arterial – de difícil coleta; sangue venoso – fácil coleta Sangue total: tem que ter fluxo livre e a amostra não pode coagular, para isso: • Colher o sangue e colocar o aparelho na hora (segundos) • Coletar em seringas com heparina (geralmente são prontas com heparina de baixo peso molecular), o correto é colher por vacutainer e colocar nos tubos específicos verdes e isolar mesmo a seringa, ela tem essa possibilidade. Quando vai realizar o exame precisa “ avisar “ o aparelho algumas coisas importantes como a fração inspirada de O2 em % ou valor absoluto, o tipo de sangue, a temperatura do paciente antes da coleta, e nos aparelhos mais antigos de uns 20 anos atrás precisa fazer antes o hematócrito pra saber hemoglobina, hoje em dia sai junto e não precisa ser feito antes. Seringa heparinizada: Heparina normal altera o valor dos eletrólitos, só pode ser interpretado a Hemogasometria. Vedação imediata: Vedar a seringa para não permitir que o ar entre (tem seringa que já tem), se não tiver, pegar um pedaço de borracha e espetar a agulha na borracha. - Condição anaeróbica Processar amostras imediatamente, a refrigeração em gelo conserva amostra por até 2 horas (água com gelo na mesma proporção), ou seja, se você manda uma amostra e o laboratório não te libera o resultado nesse período de 2 horas a amostra já é inválida , se não colocar a amostra em conservação na água com gelo, a amostra dura apenas 30 minutos, não mais do que isso, e torna-se inviável para um exame fiel. Temperatura corpórea e hemoglobina: Tem que tirar a temperatura do paciente após a coleta, porque se não der a temperatura na hora da coleta, a amostra não vale. E se tiver em aparelhos mais antigos, também precisa dar para o aparelho o valor de hemoglobina. - Maior impacto sobre a pO2 e pCO2 que sobre o bicarbonato ou excesso/déficit de base. No que o exame pode ajudar? 1. Avaliar o equilibrio ácido – base: Melhor sangue arterial mas pode ser sangue venoso 2. Avaliar funcão respiratória/pulmonar: Somente sangue arterial GIULIA SPINOLA 45 45 GIULIA SPINOLA SISTEMAS DE REGULAÇÃO NO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO NO ORGANISMO O hidrogênio só muda se mudar o bicarbonato ou o CO2 (gás carbônico). Essa teoria diz que o hidrogênio no corpo nunca se muda sozinho pois está numa relação de equilíbrio com duas outras coisas muito importantes que é o bicarbonato e CO2, ou seja, ele nunca muda de forma primária, sendo sempre uma consequência do que vai acontecer com o bicarbonato e CO2. ➢ Ou tem alteração respiratória que muda CO2 e automaticamente muda o hidrogênio. Quem controla o CO2 é a respiração, através dos pulmões. ➢ Ou tem doença metabólica que muda o bicarbonato e muda o hidrogênio. Quem controla o bicarbonato no corpo é a parte metabólica, principalmente o rim. Bicarbonato ou CO2 MUDA hidrogênio! O rim é o órgão responsável pelo controle e tamponamento usando bicarbonato, o bicarbonato em situações fisiológicas quando quer eliminar aumenta excreção na urina e quando quer guardar diminui excreção na urina, ou seja, o rim controla o bicarbonato. De acordo com o teórico, se juntar Hidrogênio + bicarbonato irá gerar gás carbônico + água. Por isso, o hidrogênio só irá mudar se mudar o bicarbonato ou CO2. H + HCO3 ---------------------CO2 + H2O Usando a teoria de reação em equilíbrio (A + B = C+ D); se aumentar alguma coisa de algum lado da reação, quem está do outro lado, aumenta junto. Quem está do mesmo lado inverte o sinal; E o mesmo princípio vale para o contrário, por exemplo, se diminuir B, quem está do outro lado ( C ) diminui também, quem está do mesmo lado, sentido inverso. Como interpretar? 1° passo: olhe para o pH - Está normal, ácido ou alcalino em relação à faixa normal (7,27 a 7,40) 2° passo: qual distúrbio ácido-básico justifica esse pH? 3° passo: considerar três variáveis – pH (acidose ou alcalose); HCO3; Pco2 GIULIA SPINOLA 46 46 GIULIA SPINOLA PH - DEPENDE [ ] HCO3 DISSOLVIDO E DE CO2. Os termos acidemia e alcalemia referem-se ao pH no fluido extracelular. Ácido é uma molécula capaz de doar prótons hidrogênio (H+), sendo forte quando a tendência de se dissociar é forte. O principal ácido do sangue é o dióxido de carbono (CO2). A principal base do sangue é o bicarbonato. É importante lembrar que o pH varia inversamente à concentração de H+. HCO3 ------------→ distúrbios metabólicos CO2 --------------→ distúrbios respiratórios pH baixo no sangue – acidemia (aumentar hidrogênio); • Diminui bicarbonato – aumentou hidrogênio (acidose metabólica); • CO2 aumenta – hidrogênio aumenta (acidose respiratória) Se abaixar o hidrogênio o pH fica alto = alcalemia • Aumentar o bicarbonato – hidrogênio diminui = alcalose metabólica • Diminuir o CO2 – hidrogênio aumenta = alcalose respiratória Exemplo: Onde descobrimos em uma interpretação primária uma alcalemia com alcalose respiratória, e daí nos perguntamos quais seriam as causas disso? Canino, SRD, M, 12ª. Traumatizado há 12 horas pH = 7,49 – alcalemia PaCO2 = 26 – alcalose respiratória Alcalose Respiratória É a redução da pressão parcial do gás carbônico no sangue decorrente da respiração rápida ou profunda (Taquipneico, mas não exagerado), e pode ocorrer por excitação do sistema nervoso GIULIA SPINOLA 47 47 GIULIA SPINOLA central (SNC), hipóxia, estímulo do centro respiratório, febre, afecções hepáticas com aumento de amônia, sepse, choque, hipertireoidismo. Como compensação ocorre hipoventilação, redução da excreção renal de hidrogênio, maior eliminação de bicarbonato, migração de potássio para o interior da célula e de hidrogênio para fora dela. A diminuição na concentração plasmática de bicarbonato leva a aumento na retenção de Cl- para compensar, causando hipercloremia. O limite da compensação renal da alcalose respiratória ocorre quando os níveis de bicarbonato chegam a 12-12 mmol/L. Os exames demonstram aumento de pH (normal quando compensado), redução da pCO2, bicarbonato normal (ou reduzido quando compensando), hipopotassemia, hipercloremia. O tratamento deve ser a correção da causa de base. Se o paciente estiver agitado, podem-se administrar sedativos para diminuir a frequência respiratória. A Redução do PCO2 faz o pH elevar-se: • PCO2 < 35 mmHg • pH > 7,45 CAUSAS 1. Hipertermia: medir a temperatura para avaliar 2. Aumento da demanda de oxigênio: (exercício - animal estava em atividade? Teve lesão muscular? /SIRS? /Sepse? /DOR?) 3. Baixo aporte de oxigênio (ficou preso sem O2?) 4. Alterações centrais: estresse 5. Hiperventilação: avaliar se ele está na ventilação e se está feita adequadamente? ALTERAÇÕES DE PH pH = 6,1 + log [HCO3-]/ 0,03 (PCO2) pH baixo – acidemia • HCO3 baixa – acidose metabólica GIULIA SPINOLA 48 48 GIULIA SPINOLA • PCO2 alta – acidose respiratória pH alto – alcalemia • HCO3 alta – alcalose metabólica • PCO2 baixa – alcalose respiratória Quando pedir a hemogasometria? Casos graves: • Doenças metabólicas importantes (endócrinas todas) • Quadros infecciosos • Perda de débito cardíaco • Alterações respiratórias • Na emergência é quase todo mundo, por isso é tão pedida, quem não pede fica sem essas ferramentas O organismo sempre irá reagir opostamente ao que acontece na doença como tentativa compensatória. O organismo sempre se defende, ele desencadeia um mecanismo de defesa pra fazer o pH voltar mais perto possível da normalidade, mas como isso ocorre: minimizando um problema, pois se o pH sai muito fora da normalidade ele perde o sistema de metabolismo, e metabolismo é enzimae para trabalhar elas precisam de pH correto. Se o pH altera muito ele para o ciclo de Krebs, piora contratilidade cardíaca, FH, respiração, sistema gastrointestinal, o paciente começa a morrer mesmo. E a defesa é 100% contrária do que a doença está produzindo. Exemplo: animal com cetoacidose diabética, ou seja, ele tem uma acidose metabólica, como ele de defende? O contrário seria a alcalose respiratória, ou seja, você olha o animal na internação com cetoacidose diabética ele está taquipneico, ele se defende compensando para fazer o pH voltar mais perto do normal. Exemplo 2: paciente com hemorragia pulmonar onde não consegue eliminar CO2 direito e daí o CO2 aumenta levando a uma acidose respiratória, qual é a defesa dele? Fazer uma alcalose metabólica aumentando bicarbonato e compensando. Se o organismo desenvolver uma doença grave ele tem que ser capaz de se defender, se ele não fizer isso ou fizer de forma errada, significa que ele tem uma outra doença associada chamado de PADRÃO MISTO. Exemplo: Diarreia (alteração metabólica) e pneumonia (alteração respiratória); Fibrose pulmonar (alteração respiratória) com doença renal (alteração metabólica) GIULIA SPINOLA 49 49 GIULIA SPINOLA Caso feito em aula 1. Qual o problema e qual a compensação? Se o paciente apresenta uma acidemia o problema só pode ser uma acidose, a alcalose é a defesa-compensação nesse caso. O problema é aquele que está direcionando para o pH. 2. Próximo passo: medir o tamanho do problema! a. Pega a média do valor de referência (no caso abaixo era 22), e ela caiu para 10 ou seja caiu 12, o problema é -12 de bicarbonato, para se defender espera-se que o organismo faça uma alcalose respiratória, porém não é qualquer valor, tem que ser o valor esperado, existe para cada tamanho de problema uma defesa que se espera do organismo. E se ele tiver a parte respiratória saudável ele vai estar dentro dessa janela. b. E como calcula isso? Precisa calcular o CO2 esperado. PCO2 esperado = Média do PCO2 + problema x fator (primeiro multiplica sempre) Calcular a defesa: I. Média do CO2 = 37 II. Problema = -12 III. 0,7 – é um fator preexistente Margem de erro: • 26,6 (28,6 – 2) • 30,6 (28,6 + 2) Se o animal teve o CO2 de 15 e o valor esperado seria de 26,6 a 30,6, se está fora significa que a defesa não está boa. E quando der fora significa que tem um problema MISTO, ou seja, tem uma segunda doença associada. Ou seja, esse paciente tem duas doenças, tem a cetoacidose diabética que deu uma acidose metabólica mas a parte dele não é normal e a doença/alteração que de uma alcalose respiratória, daí ele fala como exemplo de que o animal pode ter cetoacidose diabética com sepse vai dar esse padrão Resposta: acidose metabólica e alcalose respiratória (padrão misto) GIULIA SPINOLA 50 50 GIULIA SPINOLA Caso feito em aula O animal tinha uma acidose metabólica com valor de referência 37 e estava respondendo com uma alcalose respiratória com valor de referência 22. O valor passado de acidose foi 50 e o valor passado de alcalose foi 27 • Calculando o problema: 50 – 37 = + 13 *usou-se o valor de acidose porque é a doença • Calculando o bicarbonato esperado: 22 (valor referência) + 13 x 0,25 (valor fixo) = 25,25 • Margem de erro: 23,25 a 27,25, logo se a alcalose estava 27 ESTÁ DENTRO DO VALOR ESPERADO E ESTÁ RESPONDENDO CORRETAMENTE. VALOR COMPENSÁTORIOS USADOS ESPERADOS 1. Alterações metabólicas: resposta compensatória respiratória • 1 HCO3 = 0,7 PCO2 2. Alterações respiratórias: resposta compensatória metabólica a. Acidose aguda (3 a 5 dias) • 1 PCO2 = 0,15 HCO3 b. Acidose crônica (5 a 30 dias) • 1 PCO2 = 0,35 HCO3 c. Acidose hipercrônica (mais que 30 dias) • 1 PCO2 = 0,55 HCO3 d. Alcalose aguda (3 a 5 dias) • 1 PCO2 = 0,25 HCO3 e. Alcalose crônica (mais que 7 dias) • 1 PCO2 = 0,55 HCO3 Os dias são há quanto tempo o animal vem apresentando os sintomas Quando eu tiver alterações metabólicas e vai compensar na respiração o fator é sempre 0,7. Não interessa se é acidose, alcalose, se o problema for metabólico o fator sempre vai ser esse. Já se a alteração for respiratória se for acidose ou alcalose faz diferença e também a quanto tempo esses pacientes tem os sintomas. Avalia qual é a alteração e quanto tempo ele tem os sintomas. GIULIA SPINOLA 51 51 GIULIA SPINOLA Caso dado em aula Canino, SRD, M, 12 a. Traumatizado há 3 dias. Qual o desiquilíbrio primário? pH = 7,49 PaCO2 = 27 mmHg (30,8 – 42,8 mmHg) (37) HCO3 = 19 mEq/L. (18,8 – 25,6 mEq/L) (22) A compensação está dentro do esperado? HCO3 esperado = 22 – 10 x 0,25 = 22 – 2,5 = 19,5 (17,5 a 21,5) Logo, o problema é exclusivamente ALCALOSE RESPIRATÓRIO. Quando calcula o valor esperado compara o resultado com valor calculado, se der dentro compara com o valor da referência em seguida, quando der dentro desses dois valores a nomenclatura é: distúrbio simples NOMENCLATURA DOS DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS Dentro + dentro = Distúrbio Simples Distúrbio primário + palavra simples o Significa: Nenhuma ou Baixa resposta compensatória o A alteração não é tão grave ou passou tão pouco tempo que o organismo ainda não se defendeu, não precisou fazer alterações compensatórias. Ex: alcalose respiratória simples Dentro + fora = Quadro com compensação/ Compensados Distúrbio primário + palavra com + distúrbio compensatório + palavra compensatória o Alteração Sistema primário o Resposta compensatória sentido oposto Ex: acidose metabólica com alcalose respiratória compensatória Fora = Combinados/ Distúrbio Misto o Resultado já deu fora da compensação quando isso acontece chamamos de distúrbio misto nem precisa comparar com a referência. o Alteração patológico concomitantes nas duas direções Padrão misto + os dois distúrbios Ex: padrão misto de acidose metabólica e alcalose respiratória GIULIA SPINOLA 52 52 GIULIA SPINOLA Exercício- Qual o desiquilíbrio principal? Canino, SRD, M, 12 anos. o pH = 7,1 o PaCO2 = 27mmHg (30,8 – 42,8 mmHg) (37) o HCO3- = 8 mEq/L (18,8 – 25,6 mEq/L) (22) A compensação está dentro do esperado? Acidose metabólica – redução de HCO3- (22-8 = 14) Compensação: PaCO2 esperado = 37 – (14 x 0,7) = 27,2 (25,2 a 29,2) acidose metabólica com alcalose resp. compensatória Alcalose Metabólica É o aumento da concentração de bicarbonato plasmática e do pH (redução de H+), manifestado pela alcalemia. Em outros animais, ocorre por perda de hidrogênio e cloretos (vômito), diuréticos em que se perdem ácidos na urina, corticóides, alterações duodenais, Hiperaldosteonismo, hiperadrenocorticismo. o A hipovolemia favorece a alcalose (nesse caso o bicarbonato não consegue ser eliminado, pois o H+ está sendo reabsorvido nos túbulos distais). o A hipocalemia é outra situação que contribui para a alcalose (aumento na reabsorção de bicarbonato). O tratamento baseia-se na correção da causa de base. Além disso, pode-se fazer fluidoterapia com solução salina a 0,9%, e deve-se corrigir desequilíbrios eletrolíticos. O prognóstico é reservado CAUSAS 1. Administração de soluções alcalinas (i.e. bicarbonato) 2. Alcalose responsiva ao cloro • Alcalose pós hipercapnia • Perda desproporcional de cloro: (vomito e uso de diuréticos) 3. Alcalose não responsivas ao cloro: Excesso de mineralocorticoides (HAC, Hiperaldosteonismo) O aumento do HCO3 faz o pH elevar-se: • HCO3 > 26 mmEq/L • pH > 7,45 GIULIA SPINOLA 53 53 GIULIA SPINOLA Acidose Respiratória Está caracterizada por diminuição do pH e por um aumento na pressão parcial de gás carbônico. Ocorre devido a uma hipoventilação pulmonar que leva ao acúmulo de CO2. Esta hipoventilação pode ser ocasionada por problemas que provoquem falhas nas trocas de gases nos alvéolos, tais como obstruções no trato respiratório, pneumonia, pneumotórax, enfisema,transtornos neuromusculares, doenças ou drogas que deprimam o SNC (centro respiratório) ou inalação de CO2 em excesso. De especial importância é a anestesia geral inalatória em sistema fechado. Nestes casos a pCO2 mantém níveis elevados, porém, se a absorção do CO2 no sistema de anestesia estiver ineficiente ocorrerá um acúmulo de gás com consequente acidose respiratória. A resposta compensatória de curto prazo será inoperante devido ao comprometimento pulmonar, sendo, portanto, dependente dos mecanismos compensatórios renais de longo prazo. Esta resposta compensatória será feita mediante a retenção de HCO3 – (bicarbonato) e o aumento da excreção de H+ (hidrogênio). Nestes casos não é aconselhável fornecer bicarbonato exógeno, pois o mesmo será excretado sem afetar a concentração final de HCO3 - sanguíneo. CAUSAS o Depressão respiratória central: Fármacos, AVC, Neoplasia e Cinomose o Doenças no sistema respiratório: Pneumonia, Edema, Fibrose pulmonar, Contusão pulmonar, Efusões pleurais e pneumotórax o Doenças musculoesqueléticas: Paralisias flácidas o Ventilação controlada O aumento da PCO2 faz cair o Ph • PCO2 > 45 mmHg • pH < 7,45 Acidose Metabólica – dividido em dois grupos/causas A acidose metabólica é caracterizada por uma queda no pH e na concentração de HCO3 – (bicarbonato). Pode ser causada pelo aumento de íons H+ ou pela perda de bicarbonato. Causas: o Acúmulo de ácido láctico ou de corpos cetônicos, em alguns estados fisiológicos como exercício exagerado, jejum prolongado, diabetes ou cetose em vacas recém paridas ou em ovelhas com gestação avançada. GIULIA SPINOLA 54 54 GIULIA SPINOLA o Falhas renais que levem a uma menor capacidade de reter HCO3 - ou para excretar H+, ou também devido a perdas de bicarbonato em uma diarréia severa. Também pode ser devido à ingestão de salicilatos, paraldeído, metanol ou etilenoglicol. A resposta compensatória inicial é feita pelos sistemas tampão extracelulares, especialmente o tampão bicarbonato. Os sistemas tampão intracelulares (proteínas e fosfato) também contribuem no processo de tamponamento. Na acidose, o excesso de H+ extracelular invade o espaço intracelular, deslocando o K+ de dentro para fora da célula (troca catiônica). Este evento ajuda a prevenir o aumento excessivo de H+ extracelular. Essa troca pode causar hipercalemia, mesmo que as reservas de potássio no organismo estejam diminuídas devido a perdas no rim ou intestino. O efeito compensatório rápido será feito pelo pulmão. O decréscimo no pH é captado pelos químio-receptores dos grandes vasos, estimulando uma hiperventilação que causa uma diminuição da pCO2. Este efeito é, contudo, de curta duração. O efeito compensatório à longo prazo requer a ação do rim. Quando não há lesão renal, os túbulos aumentam a reabsorção de HCO3 - e a excreção de H+, especialmente sobre a forma de íons amônia (NH4+), uma vez que a excreção de H+ via fosfato não tem capacidade de aumentar muito. A compensação de uma acidose metabólica pode ser comprometida quando há deficiência da função renal. A redução do HCO3 faz cair o pH • HCO3 < 22 mmEq/L • pH < 7,35 ÂNION GAP AUMENTADO/ GANHA ÁCIDO – AUMENTO HIDROGÊNIO O animal possui uma doença que produz ácido, ou seja, o corpo ganha ácido. Quando o problema for produção de ácido, evitar dar bicarbonato. • Intoxicações por ácido salicílico • Intoxicação por ácido glicólico (metabólico de etilenoglicol) • Cetoacidose diabética • Acidose láctica: corpos cetônicos na cetoacidose • Acidose urêmica • Neoplasias por hiperlactatemia – produz ácido por anaerobiose • Parada cardíaca - produz ácido por perfusão ÂNION GAP NORMAL – PERDE BICARBONATO Para tratamento pode dar bicarbonato aumentando a sobrevida do animal, dar bicarbonato até voltar à normalidade. • Diarréia por perda intestinal de bicarbonato • Hipoadrenocorticismo GIULIA SPINOLA 55 55 GIULIA SPINOLA • Acidose tubular renal • Inibidores da anidrase carbônica • Ingestão de cloreto de amônia • Infusão de aminoácidos catiônicos • Acidose metabólica pós hipocapnia • Diluição plasmática por infusão de cloreto de sódio. TRATAMENTO Se for um ou o outro muda completamente o tratamento, pois se o problema de acidose é por estar produzindo o ácido deve-se evitar ao máximo dar bicarbonato. Quando produzir ácido, só vai dar bicarbonato se o pH for menor que 7.2 OU bicarbonato menor do que 8. Se der pode aumentar a mortalidade. pH < 7.2 ou HCO3 < 8 Se o problema for excesso de produção de hidrogênio eu só vou dar bicarbonato se o pH baixar de 7.2 ou bicarbonato abaixo de 8, pois quando acontece isso o organismo já entrou em colapso tendo dificuldades de manter funções vitais, daí precisa dar um pouquinho pra chegar o pH ao menos em 7.2. Agora se o mecanismo de acidose metabólica for perder bicarbonato como em uma diarréia por exemplo, a gente vai normalizar o pH dando bicarbonato. Isso acelera a recuperação e melhora o prognóstico do paciente. Para saber qual dos dois que está acontecendo faz-se uma técnica chamada ânion gap. ânion gap normal é perda de bicarbonato, então pode fazer. ânion gap aumentado é porque produz ácido (hidrogênio) e só faz pH menor 7.2 Calculo: GIULIA SPINOLA 56 56 GIULIA SPINOLA Teoria do ânion gap: todas as cargas negativas do corpo somada são iguais todas as cargas positivas somadas. (sódio + potássio) – (cloro + bicarbonato) = ânion gap • Por isso é tão importante fazer os eletrólitos juntos, nesse caso com a coleta correta. • Os valores devem ser comparados com valores de normalidade Se somar tudo que tem de negativo no corpo é igual tudo que tem de positivo, ninguém tem voltagem, temos uma neutralidade, tem coisas que medimos, que são íons negativos bicarbonato e cloro, e os que não saem no exame eles chamam de ânions não mensuráveis (ex: boro, sulfato, carbonato, citrato), a mesma coisa acontece do lado positivo, medimos sódio e potássio e o resto não vai sair no exame (ex: cálcio, ferro, cobre), se fosse medir tudo teria que medir a tabela periódica inteira. Ele chamou de cátions não mensuráveis. Ou seja, a diferença desses dois caras que a gente não mede, é o ânion gap, porem como vou medir aquilo que não sei o valor e descobriram que é a mesma coisa que medir o (sódio + potássio) – (cloro + bicarbonato). Valores normais: Cães 12 a 24 mEq/L Gatos 13 a 27 mEq/L ➢ Acidose metabólica com ânion gap aumentado só fazer bicarbonato se tiver pH menor que 7,2. ➢ Se tiver ânion gap normal, perdeu bicarbonato. Fazer bicarbonato até o pH ficar bom TERAPÊUTICA Se repor bicarbonato em quem não deve: aumenta a acidose no SNC deprimindo o paciente ou pode dar sequelas neurológicas. E aumenta hipóxia dos tecidos, terá uma alcalose após aplicação de insulina e aumenta a mortalidade e retarda a recuperação. LOGO TOMAR CUIDADO COM A TERAPEUTICA. Reposição de bicarbonato no diabético O que acontece se fizer bicarbonato pra quem não pode? Como exemplo um diabético com pH 7.3 com ânion gap aumentado, faço bicarbonato, primeiro aumenta acidose no cérebro o que deprime o paciente, segundo aumenta hipóxia nos tecidos e acelera mortalidade, quando fizer a insulina vai virar alcalose no final das contas morre mais e quem não morrer demora mais pra se recuperar. GIULIA SPINOLA 57 57 GIULIA SPINOLA Casos clínicos 1. Canino, SRD, M, 8 anos (há 4 dias) • pH = 7,2 • PaCO2 = 80 mmHg (37) • HCO3- = 22 mEq/L (22) PaCO2 aumentou = 80 – 37 = 43 HCO3- esperado = 22 + 43 x 0,15 = 28,45 (26,45 – 30,45) Resultado: Acidose respiratória e acidose metabólica – padrão misto 2. Canino, SRD, M, 12 anos (há 5 dias) • pH = 7,52 • PaCO2 = 26 mmHg (37) • HCO3- = 21 mEq/L (22) PaCO2 diminuiu = 37 – 26 = 11 HCO3 esperado = 22 – 11 x 0,25 = 19,25 (17,25 – 21,25) Resultado: alcalose respiratória simples
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