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choque - sepse - icce

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MARCELLA GARRIDO 1 
 
Emergência e cuidados intensivos 
 
05/05/2020 Choque Marcella Garrido 
 
 Definição de choque: é a diminuição do fluxo sanguíneo efetivo e da distribuição de oxigênio 
aos tecidos, resultando em baixa da demanda tecidual. 
É o estado no qual a redução ampla e profunda da perfusão tecidual efetiva ocasiona 
incialmente lesão tecidual reversível que, mais tarde, torna-se irreversível 
O paciente chocado tem alteração circulatória importante, onde o oxigênio não é distribuído 
corretamente pelo corpo, gerando baixa demanda tecidual, é uma deficiência circulatória, 
problema está no debito cardíaco, não no sistema respiratório. 
Classificar o choque é muito importante para determinar o tratamento, muda o prognóstico, 
mas quase nada as manifestações clínicas, quase todo tipo de choque tem os mesmos 
sintomas, o organismo não difere o que está acontecendo. 
Há dois tipos de classificação de choque, onde um explica o que está acontecendo para o 
debito cardíaco estar baixo (hipovolêmico, cardiogênico, distributivo e obstrutivo). 
 
 Tipos de choque: ‘’classificação primaria’’ 
• Hipovolêmico -> DC baixo, pois está faltando volume, para tratar deve repor volume, se 
for rápido a tendência é que fique tudo bem, mas se demorar fica irreversível. 
Ex: desidratação vomito + diarreia ou DRC, hemorragia. 
• Cardiogenico -> DC baixo, porque tem um problema no coração (cardiopata), deve 
tratar a cardiopatia. 
Ex: cardiomiopatia dilatada, arritmia. 
• Choque distributivo -> o paciente está distribuindo mal o volume sanguíneo que tem 
no corpo. 
Ex: choque anafilático, o animal faz vasodilatação absurda, ocorrendo choque 
distributivo, para tratar deve fornecer vasoconstritor + fluido. 
• Obstrutivo -> há a obstrução de algum vaso importante, deve desobstruir para tratar 
Ex: trombo na cava (não tem bom retorno venoso – DC baixo), tumor na aorta, torção 
gástrica. 
Classificação generalista, não é especifica 
Essa classificação é bem generalista pois, ao falar choque hipovolêmico pode ser um cão com 
diarreia e vomito que desidratou, ou um cão está com hemorragia, e o tratamento não é o 
mesmo. Por isso existe uma segunda classificação, ela é baseada na etiopatogenia, o porquê 
ocorreu o choque e não o que está acontecendo. 
Classificação baseada da etiopatogenia o porquê o choque ocorreu (hemorrágico, séptico, 
neurogênico e anafilático) 
• Hemorrágico -> Entrou em choque porque está perdendo sangue – é um tipo de choque 
hipovolêmico, deve realizar transfusão. 
• Séptico -> É um tipo de distributivo pois, causa vasodilatação, mas no tratamento desse 
paciente deve incluir antibiótico obrigatoriamente. 
• Neurogênico -> É um tipo de distributivo, mas não adianta só fazer vasoconstrição, tem 
que proteger o sistema nervoso (neuroprotetor). É quando tem alguma alteração 
MARCELLA GARRIDO 2 
 
neurológica que o paciente perde o controle vascular, fazendo vasodilatação, tendo que 
fazer a vasoconstrição, mas também precisa proteger ou tratar a lesão neurológica. 
• Anafilático -> É misto, sendo hipovolêmico e distributivo. Deve fazer volume – 
fluidoterapia e vasoconstrição, mas a principal particularidade dele é que tem que 
segurar a reação alérgica, deve fazer corticoide e antialérgico – está sendo específico. O 
choque anafilático gera edema generalizado e o edema é liquido de dentro do vaso para 
fora do vaso, com isso o volume que fica no intravascular é pequeno, então ele fica 
hipovolêmico, além de vasodilatar junto com isso, ficando distributivo também, por isso 
é tão grave, é a mistura de dois. 
Todos choques podem causar trombo, mas o séptico é o que mais causa. 
Saber as classificações é importante pois, irá mudar muito o tratamento (hemorrágico dá 
sangue, mas anafilático não), o prognóstico (hemorragia se repor o sangue rápido a tendência 
é que ele fique bem, mas choque anafilático e neurogênico não é tão fácil estabilizar) e quase 
nada as manifestações clinicas – tem basicamente os mesmos sintomas os choques, como no 
caso de uma hemorragia externa é possível ver o animal sangrando, anafilático irá ver edema, 
séptico irá ter febre e hipoglicemia que não é comum, neurogênico pode ver alguma alteração 
neurológica, mas tirando isso o resto é tudo igual em relação aos sinais e sintomas.’ 
PARA O ORGANISMO CHOQUE = HIPOVOLEMIA 
❖ Exemplos: 
CASO 1: Choque hemorrágico, hemorragia abdominal (tumor abdominal), o sangue fica no 
peritônio então não volta para o coração, o coração fica murcho e a hora que bater de novo irá 
jogar pouco sangue na aorta, distendo pouco os barorreceptores, entende que chegou pouco 
volume – hipovolemia. 
CASO 2: Choque cardiogênico, animal com insuficiência cardíaca congestiva esquerda (ICCE), o 
coração bate e ao invés de ir para a aorta volta boa parte para o átrio e pulmão, ou seja, o que 
vai para aorta é pouco, estimula pouco o barorreceptor e chega pouco volume no rim, o 
organismo é hipovolemia. 
CASO 3: choque anafilático, edema generalizado e vasodilatação, o sangue sai do vaso e o 
pouco que tem fica na periferia, não volta pro coração, ficando murcho e batendo com pouco 
volume, gerando hipovolemia. 
 
Sinai clínicos de choque: taquicardia, hipotensão, taquipneia, mucosas pálidas, TPC 
aumentado -> defesa da hipovolemia 
Fisiopatologia: 
1. Hipovolemia ativa o sistema nervoso simpático, liberando 3 hormônios: 
✓ Cortisol 
✓ Adrenalina 
✓ Noradrenalina 
Cortisol: hormônio hiperglicemiante (SNS gasta muita glicose, é trabalho muscular), ou seja, 
quando mais alta estiver a glicemia, pior foi o trauma. 
MARCELLA GARRIDO 3 
 
Adrenalina e noradrenalina: são neurotransmissores do SNS, geram taquipneia (O2 para 
quebrar a glicose), vasoconstrição para irrigar órgãos mais importantes (palidez, aumento de 
TPC, extremidades frias) gera oliguria 
 
 
 
2. O SNC tenta compensar, através de 2 hormônios: 
✓ ACTH: libera cortisol e aldosterona (retém sódio no rim junto com H2O = oliguria) 
✓ Vasopressina (ADH): aumenta vasoconstrição diminuindo ainda mais a produção de 
urina 
 
 
SNA
ATIVAÇÃO 
SIMPÁTICA
CORTISOL
HIPERGLICEMIA
SUPORTE 
ENERGÉTICO
ADRENALINA
VASOCONSTRIÇÃO
REDISTRIBUIÇÃO 
DE VOLUME
NORADRENALINA
VASOCONSTRIÇÃO
REDISTRIBUIÇÃO 
DE VOLUME
INOTROPISMO CRONOTROPISMO
SNC
ACTH
ALDOSTERONA
REABSORÇÃO DE 
ÁGUA
HIPERVOLEMIA
CORTISOL
HIPERGLICEMIA
SUPORTE 
ENERGÉTICO
VASOPRESSINA
REABSORÇÃO DE 
AGUA
HIPERVOLEMIA
VASOCONSTRIÇÃO
REDISTRIBUIÇÃO 
DE VOLUME
MARCELLA GARRIDO 4 
 
3. Nos rins ocorre a ativação do sistema renina angiotensina aldosterona 
 
O rim é um dos órgãos que mais sofre, pois nele agem diversos mecanismos para compensar a 
hipovolemia como a vasoconstrição provocada por noradrenalina e adrenalina, ação da 
aldosterona e vasopressina, por isso que muitos pacientes que chocam acabam desenvolvendo 
DRC 
 
Lactato: produzido quando as células estão sofrendo hipóxia, pois fazem anaerobiose 
produzindo o ácido lático, por isso é importante dosar o lactato sempre em pacientes na 
emergência. 
A privação de oxigênio geralmente ocorre na seguinte ordem: 
 Pele (pálido) 
 Intestino (hiporexia, vomito, diarreia) 
 Músculos (apático) 
 Rins (oliguria) 
 Fígado (icterícia) 
 Pulmão (dispneia) 
 Coração/cérebro (parada cardiorrespiratória) 
Se o lactato der um pouco aumentado, significa que está cortando O2 de poucos órgãos; se o 
lactato estiver muito alto significa que vários órgãos já estão sofrendo hipóxia. 
 
Quanto mais alto tiver o lactato mais grave é, pois significa que tem um número maior de células 
produzindo ácido lático. Quando dá alto, tem pouco tempo para reverter. 
 
 
Obs: Qualquer trauma gera edema. 
 
 
RINS
RENINA
REABSORÇÃO DE 
ÁGUA
HIPERVOLEMIA
MARCELLA GARRIDO 5 
 
Estadiamento do choque 
O estadiamento do choque, deve ser feito assim que o paciente chegar para saber se o 
paciente já está chocadoou se tem potencial para evoluir e entrar em choque. 
➔ Estágio compensado: momento inicial do choque, sinais vitais normais ou pouco alterados, 
animal deve ser mantido em observação. 
Hipermetabolismo, momento inicial onde o organismo eleva devagar a FC e FR, faz leve 
vasoconstrição para compensar o edema/hemorragia que ocorreu, portando é indicado manter 
o animal em observação no mínimo 8h, ideal seria 48h que é o pico da inflamação 
Deve fazer analgesia fraca (tramal e dipirona) AINE, colocar em fluido muito lenta 
(4gotas/min), tirar todos os parâmetros e repetir o procedimento a cada hora 
O ideal é a FC ir diminuindo já que o animal está em descanso (observação), agora se começar 
a subir os valores, o paciente está fazendo grande edema/hemorragia e está descompensado 
Sem alteração de lactato. 
o Hipermetabolismo 
 Cronotropismo positivo discreto (normal) 
 Inotropismo positivo 
 Taquipnéia discreta (normal) 
 Aumento da resistência vascular sistêmica 
 Aumento do consumo de oxigênio 
 TPC < 1seg 
 Mucosas hipercoradas 
 Atividade mental normal 
 
➔ Estagio descompensado inicia ou hiperdinamico: começa a alterar todos os parâmetros – 
tratamento agressivo e mostra alto grau de atividade do SN simpático 
Aumenta lactato, taquicardia (FC 200) gata não faz taquicardia em choque, quebra a barreira 
intestinal (sistema imunológico para de funcionar) ocorre translocação bacteriana e pode 
desencadear sepse, taquipneia, cai PA, aumenta TPC, mucosa pálida, animal frio, apático e 
oliguria 
Deve fazer muito fluidoterapia (peso x 20) com volume adequado e na velocidade certa, e 
oxigenioterapia 
o Descompensado inicial: 
 Vasocontrição seletiva 
 Hipóxia tecidual 
 Cronotropismo positivo progressivo (cão) 
 Inotropismo negativo (fatores pancreáticos) 
 Quebra da barreira intestinal 
 Taquipnéia (shunt pulmonar) 
 Hipotensão arterial 
 Redução do consumo de oxigênio 
 TPC > 2 seg 
 Mucosas hipocoradas 
 Oligúria ou anuria 
 Hipotermia 
 Menor atividade mental 
 
➔ Estagio descompensado ou hipodinamico: prognostico ruim, desliga o SN simpático, 
o que estava em vasoconstrição faz vasodilatação, o que era taquicardia vira 
MARCELLA GARRIDO 6 
 
bradicardia, pressão desaba, mucosa muita pálida/cianótica, TPC inviável, hipotermia, 
coma. 
Geralmente é irreversível 
 Perda da Autorregulação 
 Vasodilatação generalizada 
 Bradicardia 
 Inotropismo negativo 
 Hipotensão arterial 
 Mucosas pálidas ou cianóticas 
 TPC inviável 
 Anúria 
 Hipotermia 
 Coma 
 
 Pra que serve a dosagem do lactato? 
Ref: 2,2 quanto mais alto, pior o estado do animal, se estiver tratando corretamente o 
esperado é que caia 20% a cada hora, porem para dosar a cada hora é inviável pelo custo 
Protocolo golden hours: medir 3 vezes ao dia 
✓ Quando o animal chega 
✓ Após 6h (deve cair pelo menos 50% do valor inicial) 
✓ Após 24h (deve dar dentro do valor de referência) 
Se o valor não chegar nessas referencias, significa que o tratamento não está sendo eficiente, 
deve melhorar. 
o Comparar o valor de 6h com o de 24h (se o valor de 24h for > que de 6h, prognostico 
muito ruim, mesmo mudando terapia há pouca chance de reverter o caso). 
 
 
Tratamento 
O tratamento do choque sempre se inicia com oxigenioterapia e fluidoterapia, exceto no 
choque cardiogênico. 
Fluidoterapia: Existem 5 tipos de fluidoterapias, no brasil 4, pois não há a hemoglobina 
sintética (hemoglobina bovina que usa pra transportar oxigênio quando não há sangue 
disponível). 
 
1. Cristaloides isotônicos 
2. Coloides sintéticos 
3. Cristaloides hipertônicos 
4. Hemocomponentes 
Cristaloide isotônico (Ringer Lactato – solução fisiológica): sempre irá usa, a duvida é se usa 
isolado ou com outra solução: 
Não são muito eficientes em estabilizar pressão, pois hidrata a célula, mas 75% do liquido 
extravasa do vaso em 1 hora, caindo a pressão novamente, esse é o problema de usa sozinho 
São eficazes em hidratar as células, mas podem até causar edema. 
 
A velocidade do soro é mais importante que o volume, deve ser feito o teste de carga (soro 
feito por período curto e bem rápido): 
 
 
MARCELLA GARRIDO 7 
 
▪ Bomba de infusão: 60ml/kg/hr 
 
peso do animal x 60 = vazão: irá dar quantos ml por hora tem que fazer na bomba, colocando 
para descer durante 10 - 15 minutos, após desse período deve parar a bomba e reavaliar o 
paciente. Caso estabilize deve ficar monitorando só e manter na velocidade de manutenção, 
caso não estabilize pode refazer em até 3 vezes – teste de carga. 
Ex: 5kg x 60 = 300ml por 10 a 15 min e para a bomba. (75ml +-) 
 40kg x 60 = 2400 -> deve fazer mais bombas = 4 bombas, mas não é tão eficiente 
pois animal se mexe muito, sendo mais indicado mais animais de pequeno/médio 
porte), sendo melhor então fazer 2 bombas de RL e associar com outro solução 
 
 Geralmente usa-se 1 bomba para cada 10 kg 
 
▪ Sem bomba de infusão: peso x 20 
 
Ex: 15kg x 20 = 300 gotas/minuto -> 2 acessos, pois não pinga em 1 cateter só 
 
Porém esse tipo de fluido está produzindo coisas ruins, vai acarretar alguns problemas como a 
formação de edema (retorno venoso ruim – DC baixo) organismo irá fazer um shunt (abre 
comunicação entre arteríola e vênula, sem passar por capilar, ou seja, o sangue começa a 
voltar oxigenado, melhora o DC e chega sangue para o cérebro, (paciente levanta a cabeça, 
parece melhorar), mas as células que ficam nos capilares estão morrendo, elevando muito 
lactato nesse momento, se até aqui der muito muito volume rápido para o paciente, a pressão 
no capilar volta, fecha o shunt e volta a circular normalmente – reversível. 
Se não der grande volume rápido, os capilares formam trombos, não há mais como fazer a 
desobstrução dos coágulos – irreversível. 
LACTATO ALTO + PLAQUETA BAIXA = CID 
 
coagulação intravascular disseminada (CID) 
Deve entrar com anticoagulante, para tentar minimizar a formação de trombo, mas não deixa 
de ser irreversível. 
 
irá diluir fatores plasmáticos e irá causar acidose hiperclorêmica no paciente, contudo, ainda 
é a melhor coisa a ser feita. A acidose irá acontecer pois, tanto ringer com lactato quando a 
solução fisiológica tem muito cloro, ao dar cloro para um animal ele irá jogar o bicarbonato 
fora causando acidose. 
E se conseguir pegar só uma veia de um paciente de 40 kg? SOLOUÇÃO HIPERTONICA ANTES 
DO RINGER LACTATO 
Cristaloide hipertônico (cloreto de sódio 7,5%): usar quando não pode esperar (hemorragia) 
ou quando não conseguir fornecer a quantidade necessária no tempo ideal de ringer lactato 
(raças grandes/gigantes). 
Atrai água aumentando volemia do paciente na hora – expansor exclusivamente intravascular 
Contra indicado em casos de desidratação severa e hipernatremia. 
 
2 a 4ml/kg em 5 minutos 
Ex: 50kg x 3 = 150ml em 5 minutos 
anaerobiose Gastou com a coagulação 
MARCELLA GARRIDO 8 
 
Estabiliza o paciente muita rápido com a solução hipertônica, mas a PA só fica boa por 1 hora, 
deve colocar no ringer lactato em seguida e não realizar o teste de carga, fazer apenas a 
metade do volume (BI: peso x 30 - s/ BI: peso x 10) 
 
Concentrações: 
• 0,9% 0,9% = 12,ml 
• 7,5% - 7,5% 
• 20% 20% = 6,6ml 
 
 
Coloides sintéticos (amido hidroxietilico/gelatina): usa em último casos – aumenta 
mortalidade (desencadeia resposta imunológica/inflamatória), melhores em estabilizar pressão 
por tempo prolongado, só pode ser utilizado em pacientes sem processo inflamatório instalado. 
 
10ml/kg 
 
Hemocomponentes: derivados do sangue 
Existem 4 situações que pode-se usar 
 Hemorragia muito grande (perda > 30% volume de sangue) -> repor com concentrado de 
hemácias ou sangue total 
 Proteína muito baixa -> repor com albumina ou plasma (mais barato) 
 Coagulopatias -> repor com plasma 
 Anemia severa -> reporcom concentrado de hemácia ou sangue total 
 Plaquetas baixas -> repor com concentrado de plaquetas 
Corre risco de reação transfusional sempre 
 
V (ml) = 70 (gato) ou 90 (cão) x peso x % de sangramento 
100 
 
Albumina: 20ml/kg 
Plasma: 10ml/kg 
 
Ex: gato 5kg perdeu metade de sangue do corpo 
V = 70 x 5 x 50 -> 175ml 
 100 
➔ Saber quanto o animal sangrou: 
 
 
MARCELLA GARRIDO 9 
 
I – Parar a hemorragia e realizar fluidoterapia – não precisa de transfusão nem teste de carga 
II – Realizar teste de carga, fluidoterapia e observação – não precisa de transfusão 
III – Realizar teste de carga, fluidoterapia e transfusão usar 40% se conseguir contar FC no 
pulso da a. femoral 
IV- Usar 50% se não conseguir contar a FC no pulso da a. femoral (pulso filiforme) 
 
Atendimento rápido – emergência 
1. Interromper sangramento 
2. Oxigenioterapia 
3. Fluidoterapia + PAS 
a) Se hipotenso: Teste de carga com ringer lactato 3 tentativas, se manter 
hipotenso + solicitar bolsa de sangue 
b) Hipertônica 
c) Se tiver PAS baixa -> fármacos vasoativos (inotrópico depois vasoconstritor) 
d) Coloide 
e) 1 dose de corticoide: hidrocortisona ou fludrocortisona 
 
Obs: Se paciente continuar com hemorragia não deixar PAS passar de 90mmHg, pois irá 
remover os coágulos que estancaram a hemorragia e a hemorragia irá voltar, só elevar a 
pressão depois que o paciente estancar a hemorragia interna. 
 
12/05/2020 Sepse 
 
 Definição: disfunção orgânica ameaçadora a vida causada pela desregulação orgânica frente a 
infecção, ou seja, presença de uma infecção que afeta os órgãos, fazendo com que haja a 
disfunção do mesmo, podendo ameaçar a vida do paciente. 
 
▪ Disfunção orgânica, causada por infecção capaz de ameaçar a vida 
 
Qual o órgão mais afetado? Depende, a sepse gera uma inflamação generalizada no 
organismo, afetando vários sistemas 
 
o Sistema cardiovascular: quando começa a infecção começa a produção de radicais 
libres, as bactérias liberam LPS, que quando cai na circulação e chega no miocárdio 
provoca grande depressão miocárdica, podendo aparecer arritmia ou déficit de 
contratilidade com hipotensão, reduz fibrinólise e ativa plaquetas, gerando trombos 
CID. 
 
Anticoagulante é indicado na sepse, pois diminui mortalidade se utilizado corretamente 
 
o Sistema respiratório: as bactérias começam a lesar o endotélio pulmonar, 
extravasando sangue para o pulmão, o organismo tenta amenizar para evitar uma 
hemorragia pulmonar, formando trombos -> edema pulmonar, diminuição da 
complacência, reduz ventilação, reduzindo perfusão, reduzindo os surfactantes 
(pneumocito tipo II) havendo área de colabamento pulmonar, gerando síndrome de 
angustia respiratória aguda (SAA, paciente pode desencadear insuficiência 
respiratória. 
 
o Sistema digestório: intestino começa a receber menos sangue, principalmente as 
microvilosidades, gerando área de necrose/isquemia - lesão, levando bactérias do 
intestino para circulação, potencializando o processo inflamatório 
MARCELLA GARRIDO 10 
 
 
O fígado é responsável pela produção do fator de coagulação, gerando coagulopatias, 
responsável pela glicemia também, deixando o paciente hipoglemico se parar de 
funcionar, aumenta bilirrubina deixando o paciente ictérico, pode ocorrer também 
encefalopatia hepática. 
 
o Sistema endócrino: pelo excesso de cortisol primeiramente ocorre uma hiperglicemia 
pela resistência a insulina, depois que o cortisol acabar ocorre a síndrome de 
esgotamento da adrenal, deixando o paciente refratário e com hipotensão grave 
 
o Rins: diminui a perfusão renal, gerando lesao renal levando a insuficiência renal aguda 
 
o Neurológico: hipoperfusão com microtrombos, encefalopatia urêmica e hepática, junto 
com hipoglicemia 
 
Sepsis 1: 
 
Existem 3 padronizações de sepse no mundo. 
 
Nem toda infecção é sepse, só é sepse quando junto da infecção o paciente apresentar 
quadro de SIRS – síndrome de resposta inflamatória sistêmica (paciente começou a 
inflamar de forma sistêmica) 
 
Sepse = infecção + resposta inflamatória sistêmica 
 
Observar os seguintes parâmetros: 
 
Variáveis Critérios 
FC 
 
▪ Cão: < 70 bpm ou >160 bpm 
▪ Gato: < 100 bpm ou > 250 bpm 
 
FR/ PaCO2 
 
> 20 mrpm ou PaCO2 < 32 mmHg 
 
Temperatura 
 
< 37,5 °C ou > 39,7 °C 
 
Leucócitos 
 
< 4000/mm3 ou > 12000/mm3 
10% em desvio a esquerda 
 
 
 
➔ Se tiver 2 desses valores alterados e sem dor = SIRS (inflamação sem infecção) 
 
Ex: paciente com piometra e FC, FR e temperatura normais, com 40.000 leucocitos: 
Significa que tem apenas infecção no útero, mas não possui inflamação sistremica 
(apenas infecção) 
 
MARCELLA GARRIDO 11 
 
Ex2: paciente politraumatizado por atropelamento, FC e FR elevados, temperatura 
normal e leucopenia 
Medicado com analgésico, não demonstrou dor, e continua taquicardico e taquipneico, 
mas não observa nenhum sinal de infecção (sem infecção com inflamação) 
Significa que paciente está com SIRS 
 
➔ Se tiver 2 desses valores alterados + infecção = SEPSE 
 
Ex3: animal com perfuração intestinal por um espeto 
Hipotérmico e com leucocitose. Com contaminação de liquido peritoneal (peritonite 
bacteriana) 
Significa que animal está com SEPSE (infecção + inflamação) 
 
Ex4: paciente com piometra, febre e leucocitose 
Significa que está em sepse – deve ficar internada ate a cirurgia 
 
Obs: se tiver dor deve tratar antes para depois verificar se tem sirs ou sepse, pois a dor altera 
os valores dos sinais vitais 
 
Sepse grave: quando o paciente além de estar em sepse possuir alguma dessas alterações 
também: 
 
 
 
Paciente deve ser internado ! 
 
 
Sepsis 2: 
 
Ao começar a tratar o paciente de sepse 1 era difícil dizer sobre melhora ou piora, portanto, o 
pessoal da medicina resolveu atualizar e fazer o sepse 2, que também é chamado de PIRO. 
A ideia é ótima, mas o sistema de atendimento é de um mundo não existente pois, de acordo 
com eles assim que o paciente apresentasse um diagnóstico de SEPSE ou de infecção, ele 
deveria conversar com um epidemiologista para identificar fatores predisponentes à choque 
séptico – questões familiares, se usa algum imunossupressor ou quimioterápico, se são 
MARCELLA GARRIDO 12 
 
pacientes neonatos ou idosos que são mais sensíveis, já é grave, mesmo que o paciente ainda 
não tivesse acometimento maior. A partir desse momento, o infectologista deve averiguar o 
agente infeccioso, qual é a carga bacteriana, local de infecção e o grau de comprometimento. 
Após isso, uma outra pessoa vai olhar os exames procurando sinais de SIRS e marcadores 
inflamatórios como proteína reativa, fibrinogênio, alterações de hemogasometria. E por fim 
uma última uma pessoa que irá monitorar de forma continua esse paciente, para identificar 
uma disfunção orgânica. A pessoa teria que ter a disposição 4 médicos simultaneamente, 
portanto, isso nunca foi implementado no sistema de atendimento 
 
 
 
 
 
 
Sepsis 3: 
 
Como viram que não daria certo o PIRO, foi criado o SEPSE 3 – é o que estamos até hoje. Ele é 
quase uma volta para o SEPSE 1, mas com algumas atualizações que são extremamente 
importantes. 
É chamado de técnica SOFA. 
• Gasometria: avaliar função respiratória 
• Dosagem de plaquetas: monitorar coagulação 
• Bilirrubina: monitorar o fígado 
• PA: monitorar sistema cardiovascular 
• Escala de Glasgow: avaliar grau de consciência 
• Creatinina: monitorar função renal 
MARCELLA GARRIDO 13 
 
 
 
Sendo assim, possível de dar uma nota para o estado do paciente, quanto maior a pontuação 
do SOFA, pior a gravidade. 
 
A vantagem é de que assim conseguimos monitorar a evolução do paciente, se o tratamento 
está melhorando ou não, de acordo com o valor do SOFA. 
 
➔ 1 ponto com infecção já é sepse -> já deve internar 
▪ No brasil interna acima de 2, e abaixo desse valoro caso é analisado 
Quick SOFA : não é uma realidade na veterinária. 
Tratamento sepse: 
1. Colocar no oxigênio 
2. Fluidoterapia com ringer lactato + antibiótico cefalosporina + metronidazol 
3. Medir PAS = 120mmHg (se estiver boa -> monitorar por SOFA; se estiver hipotenso 
deve realizar 
a) Teste de carga com ringer lactato (3 tentativas), se não funcionar ou não 
conseguir o número de acessos necessários: 
b) hipertônica 
c) vasoativos 
d) coloide 
e) 1 dose de corticoide: hidrocortisona ou fludrocortisona 
Diferenças do tratamento de choque hemorrágico e séptico 
Hemorrágico: PAS 90mmHg Utiliza bolsa de sangue 
Séptico: PAS 120mmHg Utiliza antibiótico 
 
Obs: choque séptico é quando o animal tem sepse e está hipotenso. 
MARCELLA GARRIDO 14 
 
 Infecção: quando há crescimento bacteriano, mas não há inflamação sistêmica 
 Sepse: infecção + sinais de SIRS 
 Choque séptico: infecção + sinais de SIRS + hipotensão 
 
 Tratamento emergencial de ICCE - Edema pulmonar 
 
❖ Introdução: 
O edema pulmonar é o motivo de choque cardiogênico mais comum, devido a insuficiência de 
válvula mitral dando ICCE. 
❖ Etiologia: 
A ICCE geralmente acontece porque a válvula mitral do animal não está funcionando direito, no 
momento em que o ventrículo esquerdo contrai ao invés do sangue sair pela aorta, muito dele 
volta para o átrio, no começo o átrio esquerdo aumenta de tamanho e absorve esse volume, 
porém quando crônico irá gerar refluxo pulmonar. 
Ocorre volta de sangue para o pulmão, que volta em uma determinada pressão, como por 
exemplo um refluxo com pressão de 10 mmHg. Irá se chocar com o sangue que está chegando 
no pulmão gerando uma hipertensão pulmonar de origem cardiogênica. 
A pressão que volta (10 mmHg) se soma com a pressão de vinda, ou seja, o sangue deveria 
chegar com 25 mmHg, mas se está voltando 10 mmHg e isso significa que começou a chegar 
com 35 mmHg, tornando a pressão alta nos capilares pulmonares com isso a saída de liquido 
aumenta de dentro do vaso para os alvéolos, que não volta para o capilar porque a pressão 
não diminui em nenhum momento, ocorrendo assim o edema pulmonar. 
❖ Tratamento: diminuir a pressão pulmonar 
Obs: precisa ter PAS boa 
 
1. Oxigenioterapia 
2. Diurético – furosemida – IV bolus e infusão continua, se não tiver bomba de 
infusão continua pode reaplica IV a cada 1 – 2 horas. 
3. Medir PA 
a) se PA estiver boa - Furosemida irá funcionar e pode entrar com 
vasodilatador 
b) hipotenso – furosemida não vai agir: 
- > Teste de carga com glicose 5% (animal em edema pulmonar não 
pode com sódio) abre totalmente o soro e deixa correr de 5 a 10 ml/kg 
 PA boa: usar vasodilatador – 
amlodipina/hidralazina/isossorbida/nitropussiato de 
sódio 
 PA ruim: dobutamina (melhor vasoativo para 
cardiopata), se mesmo assim a PA não subir, associar 
com noradrenalina 
4. Tranquilização e analgesia por conta da dispneia: morfina 0,1 – 0,2 mg/kg/h 
infusão (cão) ou SC no gato a cada 6h + metadona 0,1 mg/kg ou butorfanol 
(0,1 – 0,3 mg/kg).

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