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Transtorno Bipolar

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Tutorial 3: Resolvendo a crise de combustível 
1. Estudar o Transtorno Afetivo Bipolar ou Transtorno Bipolar do Humor. 
Quando falamos em humor, nos referimos a uma emoção persistente, mas que pode alternar de um extremo a outro 
de forma bastante rápida e isso influencia no comportamento do indivíduo. Diversos adjetivos são usados para 
descrever o humor: deprimido, triste; e alguns podem ser observados pelo médico - sinal (p. ex., um rosto infeliz), e 
outros podem ser sentidos apenas pelo paciente - sintoma (p. ex., desesperança). 
Outros sinais e sintomas de transtorno do humor incluem mudanças no nível de atividade, nas capacidades cognitivas, 
na fala e nas funções vegetativas (p. ex., sono, apetite, atividade sexual e outros ritmos biológicos). Esses transtornos 
quase sempre resultam em comprometimento do funcionamento interpessoal, social e ocupacional. 
Pacientes com episódios tanto maníacos quanto depressivos ou somente com episódios maníacos são considerados 
com TRANSTORNO BIPOLAR. Os termos “mania unipolar” e “mania pura” às vezes são usados para pacientes bipolares 
que não têm episódios depressivos. 
HIPOMANIA é um episódio de sintomas maníacos que não satisfaz os critérios para episódio maníaco e CICLOTIMIA é 
uma forma menos graves de transtorno bipolar. 
 
• MANIA 
Um EPISÓDIO MANÍACO é um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável 
que dura pelo menos uma semana, ou menos se o paciente tiver de ser hospitalizado. Um EPISÓDIO HIPOMANÍACO 
dura pelo menos quatro dias e é semelhante a um episódio maníaco, exceto por não ser grave o suficiente para causar 
comprometimento no funcionamento social ou ocupacional e por aspectos psicóticos não estarem presentes. Tanto a 
mania como a hipomania estão associadas com: 
a) autoestima inflada 
b) necessidade de sono diminuída 
c) distratibilidade 
d) grande atividade física e mental 
e) envolvimento excessivo em comportamento prazeroso. 
O TRANSTORNO BIPOLAR I é definido como tendo um curso clínico de um ou mais episódios maníacos e, às vezes, 
episódios depressivos maiores. A duração média de um episódio depressivo no transtorno bipolar do tipo I é de 15 
semanas. Um EPISÓDIO MISTO é um período de pelo menos uma semana no qual tanto um episódio maníaco quanto 
um episódio depressivo maior ocorrem quase diariamente. E o TRANSTORNO BIPOLAR II é caracterizada por episódios 
de depressão maior e hipomania, em vez de mania. 
 
➢ EPIDEMIOLOGIA 
PREVALÊNCIA= Transtorno bipolar I: 0-2,4; Transtorno bipolar II: 0,3-4,8; Ciclotimia: 0,5-6,3 e Hipomania: 2,6-7,8. 
INCIDÊNCIA= é considerada inferior a 1%, mas ela é difícil de estimar, porque formas mais leves desse transtorno muitas 
vezes passam despercebidas. 
SEXO= prevalência igual entre homens e mulheres. Episódios maníacos são mais comuns em homens, e episódios 
depressivos são mais comuns em mulheres. Quando episódios maníacos ocorrem em mulheres, elas têm mais 
probabilidade do que os homens de apresentar um quadro misto (p. ex., mania e depressão). As mulheres também têm 
uma taxa mais alta de CICLAGEM RÁPIDA, definida como quatro ou mais episódios maníacos no período de um ano. 
IDADE= é precoce, variando da infância (a partir dos 5 ou 6 anos) aos 50 anos, com idade média de 15 a 19 anos, ou até 
mais, em casos raros, com idade média de 30 anos. 
 
➢ COMORBIDADE 
Enquanto os homens apresentam com mais frequência transtornos por uso de substâncias, as mulheres têm 
transtornos de ansiedade ou alimentares comórbidos. Os transtornos por uso de substâncias e de ansiedade 
comórbidos pioram o prognóstico da doença e aumentam de maneira acentuada o risco de suicídio. 
 
➢ ETIOLOGIA 
FATORES BIOLÓGICOS: Das aminas biogênicas, a norepinefrina e a serotonina são os dois neurotransmissores mais 
implicados na fisiopatologia dos transtornos do humor. 
A dopamina também está presente de forma aumentada nesse transtorno, assim como a atividade adrenocortical. A 
acetilcolina também está envolvida, já que os agonistas podem produzir letargia, falta de energia e retardo psicomotor 
em indivíduos saudáveis, reduzindo os sintomas na mania. 
GENÉTICA: Uma história familiar de transtorno bipolar confere um risco maior para transtornos do humor em geral e, 
em particular, um risco muito maior para transtorno bipolar. Os cromossomos 18q e 22q são as duas regiões com 
evidência mais forte de ligação a transtorno bipolar. 
 
➢ DIAGNÓSTICO 
A designação transtorno bipolar I é sinônimo do que antes era conhecido como transtorno bipolar – uma síndrome em 
que um conjunto completo de sintomas de mania ocorre durante o curso do transtorno. Os critérios diagnósticos para 
transtorno bipolar II são caracterizados por episódios depressivos e hipomaníacos durante o curso do transtorno, mas 
os episódios de sintomas maníaco-símiles não satisfazem por completo os critérios diagnósticos para uma síndrome 
maníaca completa. Episódios maníacos claramente precipitados por tratamento antidepressivo (p. ex., farmacoterapia, 
eletroconvulsoterapia [ECT]) não indicam transtorno bipolar I. 
 
✓ TRANSTORNO BIPOLAR I, EPISÓDIO MANÍACO ÚNICO 
De acordo com o DSM-5, os pacientes devem estar vivenciando seu primeiro episódio maníaco para satisfazer os 
critérios diagnósticos para transtorno bipolar I, episódio maníaco único. Esse requisito baseia- -se no fato de que 
pacientes que estão tendo seu primeiro episódio de depressão do transtorno bipolar I não podem ser distinguidos 
daqueles afetados por transtorno depressivo maior. 
✓ TRANSTORNO BIPOLAR I, RECORRENTE 
Os episódios maníacos são considerados distintos quando são separados por pelo menos dois meses sem sintomas 
significativos de mania ou hipomania. 
✓ TRANSTORNO BIPOLAR II 
Os critérios diagnósticos para transtorno bipolar II especificam a gravidade, a frequência e a duração dos sintomas 
hipomaníacos. De uma perspectiva clínica, os psiquiatras podem achar difícil distinguir eutimia de hipomania em um 
paciente que esteve cronicamente deprimido por muitos meses ou anos. Como ocorre no transtorno bipolar I, os 
episódios hipomaníacos induzidos por antidepressivos não são diagnósticos de transtorno bipolar II. 
 
➢ ESPECIFICADORES 
COM ASPECTO PSICÓTICO: o transtorno bipolar I é mais comum em famílias de probandos com depressão psicótica do 
que em famílias de probandos com depressão não psicótica. Os próprios sintomas psicóticos são, muitas vezes, 
categorizados como congruentes com o humor, ou seja, em harmonia com o transtorno do humor (“Eu mereço ser 
punido porque sou muito mau”), ou incongruentes com o humor, em desarmonia com o transtorno do humor. 
Pacientes com transtornos do humor com psicoses congruentes com o humor têm um tipo de transtorno do humor 
psicótico; entretanto, aqueles com transtorno do humor com sintomas psicóticos incongruentes com o humor podem 
ter transtorno esquizoafetivo ou esquizofrenia. Os seguintes fatores foram associados a mau prognóstico para pacientes 
com transtornos do humor: longa duração dos episódios, dissociação temporal entre o transtorno do humor e os 
sintomas psicóticos e história de mau ajustamento social pré-mórbido. A presença de aspectos psicóticos também tem 
implicações significativas para o tratamento. Esses pacientes normalmente requerem medicamentos antipsicóticos 
além dos antidepressivos e dos estabilizadores do humor. 
COM ASPECTO MELANCÓLICO: Os aspectos melancólicos do DSM-5 podem ser aplicados a episódios depressivos 
maiores no transtorno depressivo maior, no transtorno bipolar I ou no transtorno bipolar II. 
COM ASPECTO ATÍPICO: Os aspectos atípicos do DSM-5 podem ser aplicados ao episódio depressivo maior mais recente 
no transtorno depressivo maior, no transtorno bipolar I, no transtorno bipolar II ou na distimia. A depressão atípica 
pode mascarar sintomas maníacos. 
CICLAGEM RÁPIDA: Pacientes com transtorno bipolar I com ciclagem rápida tendem a ser mulheres e a tervivenciado 
episódios depressivos e hipomaníacos. Os critérios do DSM-5 especificam que o paciente precisa ter pelo menos quatro 
episódios dentro de um período de 12 meses. 
 
➢ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
✓ EPISÓDIOS DEPRESSIVOS 
Episódios depressivos podem ocorrer no transtorno depressivo maior assim como no transtorno bipolar I. Alguns 
pacientes com transtorno bipolar I têm estados mistos com aspectos tanto maníacos quanto depressivos, e alguns 
parecem vivenciar episódios de depressão rápidos – de minutos a poucas horas – durante os episódios maníacos. 
✓ EPISÓDIOS MANÍACOS 
Um estado de humor elevado, expansivo ou irritável é a característica de um episódio maníaco. O estado de humor 
eufórico muitas vezes é contagiante. Embora pessoas não envolvidas possam não reconhecer a natureza incomum do 
estado de humor do paciente, os que o conhecem identificam-no como anormal. De forma alternativa, o humor pode 
ser irritável, em especial quando os planos excessivamente ambiciosos do paciente são contrariados. Os pacientes 
muitas vezes exibem uma mudança do humor predominante, de euforia no início do curso da doença para uma 
posterior irritabilidade. 
Pacientes maníacos tendem a consumir álcool em excesso, talvez em uma tentativa de automedicação. Sua natureza 
desinibida reflete-se no uso excessivo do telefone, jogo patológico, tendência a se despir em lugares públicos, usar 
roupas e joias de cores brilhantes em combinações incomuns ou extravagantes e desatenção a pequenos detalhes, 
agem de maneira impulsiva e, ao mesmo tempo, com um sentido de convicção e propósito. Estão frequentemente 
preocupados com ideias religiosas, políticas, financeiras, sexuais ou persecutórias que podem evoluir para sistemas 
delirantes complexos. Algumas vezes, sofrem regressão e brincam com sua urina e suas fezes. 
MANIA EM ADOLESCENTES: A mania em adolescentes costuma ser diagnosticada de forma errônea como transtorno 
da personalidade antissocial ou esquizofrenia. Os sintomas podem incluir psicose, abuso de álcool ou outras 
substâncias, tentativas de suicídio, problemas escolares, ruminação filosófica, sintomas de TOC, queixas somáticas 
múltiplas, irritabilidade acentuada levando a brigas e a outros comportamentos antissociais. 
 
✓ TRANSTORNO BIPOLAR II 
As características clínicas de transtorno bipolar II são as do transtorno depressivo maior combinadas com as de um 
episódio hipomaníaco. 
 
➢ EXAME DO ESTADO MENTAL 
DESCRIÇÃO GERAL. Excitados, tagarelas, às vezes divertidos e, frequentemente, hiperativos. Às vezes, estão 
francamente psicóticos e desorganizados, necessitando de contenção física e injeção intramuscular de sedativos. 
HUMOR, AFETO E SENTIMENTOS. Eufóricos, mas também podem ser irritáveis, têm baixa tolerância à frustração, podem 
apresentar labilidade emocional, mudando do riso para irritabilidade e para depressão em minutos ou horas. 
FALA. Não podem ser interrompidos enquanto estão falando e costumam ser intrusivos e desagradáveis para com as 
pessoas a seu redor. Sua fala é frequentemente confusa. À medida que a mania fica mais intensa, a fala se torna mais 
alta, mais rápida e difícil de interpretar. Quando o estado de ativação aumenta, a fala é repleta de trocadilhos, piadas, 
rimas, jogos de palavras e irrelevâncias. Em um nível de atividade ainda maior, as associações se tornam frouxas, a 
capacidade de se concentrar desvanece e aparecem fuga de ideias, ressonância e neologismos. Na excitação maníaca 
aguda, a fala pode ser totalmente incoerente e indistinguível da de uma pessoa com esquizofrenia. 
DISTÚRBIOS PERCEPTUAIS. Delírios ocorrem em 75% de todos os pacientes maníacos. Os delírios congruentes com o 
humor são frequentemente relacionados com grande riqueza, capacidades extraordinárias ou poder. Delírios e 
alucinações bizarros e incongruentes com o humor também aparecem na mania. 
PENSAMENTO. O conteúdo do pensamento de pacientes maníacos inclui temas de autoconfiança e 
autoengrandecimento. Esses indivíduos distraem-se com facilidade, e o desempenho cognitivo no estado maníaco 
caracteriza-se por um fluxo de ideias incontido e acelerado. 
SENSÓRIO E COGNIÇÃO. De modo genérico, a orientação e a memória estão intactas, ainda que alguns pacientes 
maníacos possam ser tão eufóricos a ponto de responder incorretamente a perguntas para testar a orientação. 
CONTROLE DOS IMPULSOS. Cerca de 75% de todos os pacientes maníacos são agressivos ou ameaçadores. Eles tentam 
o suicídio e cometem homicídio, mas a incidência desses comportamentos é desconhecida. 
JULGAMENTO E INSIGHT. O comprometimento do julgamento é característica de indivíduos maníacos. Eles podem 
violar leis sobre cartões de crédito, atividades sexuais e finanças e, por vezes, envolvem suas famílias na ruína financeira. 
Também têm pouco entendimento de sua doença. 
CONFIABILIDADE. Os indivíduos maníacos são notoriamente não confiáveis em suas informações. Uma vez que a 
mentira e o disfarce são comuns na mania, os médicos inexperientes podem tratar esse grupo com desdém inadequado. 
 
➢ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
TRANSTORNO BIPOLAR I: Quando um paciente com transtorno bipolar I tem um episódio depressivo, o diagnóstico 
diferencial é o mesmo que para um paciente que está sendo avaliado para um diagnóstico de transtorno depressivo 
maior. Se estiver maníaco, contudo, esse diagnóstico inclui transtornos bipolar I, bipolar II, ciclotímico, do humor 
causado por uma condição médica geral e transtorno do humor induzido por substância. Para sintomas maníacos, 
exigem consideração especial os transtornos da personalidade borderline, narcisista, histriônica e antissocial. 
TRANSTORNO BIPOLAR II: O diagnóstico diferencial de pacientes que estão sendo avaliados para um transtorno do 
humor deve incluir outros transtornos do humor, transtornos psicóticos e transtorno de personalidade borderline. 
Indivíduos com transtorno da personalidade borderline muitas vezes têm vidas gravemente perturbadas, semelhantes 
às dos pacientes com transtorno bipolar II, devido aos múltiplos episódios de sintomas significativos de transtorno do 
humor. 
 
➢ CURSO E PROGNÓSTICO 
CURSO: O transtorno bipolar I, com muita frequência, começa com depressão (75% das vezes em mulheres, 67% em 
homens) e é uma condição recorrente. A maioria dos pacientes experimenta tanto episódios depressivos quanto 
maníacos, ainda que 10 a 20% experimentem apenas episódios maníacos. Os episódios maníacos costumam ter início 
rápido (horas ou dias), mas podem evoluir ao longo de algumas semanas. Um episódio maníaco não tratado dura cerca 
de três meses. Das pessoas que têm um episódio maníaco isolado, 90% têm probabilidade de vivenciar outro. À medida 
que a condição progride, o tempo entre os episódios frequentemente diminui. Após cerca de cinco episódios, 
entretanto, o intervalo entre eles tende a se estabilizar em 6 a 9 meses. Dos indivíduos com transtorno bipolar, 5 a 15% 
têm quatro ou mais episódios por ano e podem ser classificados como cicladores rápidos. 
Sua incidência entre crianças e adolescentes é de aproximadamente 1%, e o início pode ocorrer já aos 8 anos. O 
transtorno bipolar I com início tão precoce está associado com mau prognóstico. 
PROGNÓSTICO: Pacientes com transtorno bipolar I têm um prognóstico pior do que os afetados por transtorno 
depressivo maior. Cerca de 40 a 50% dos pacientes com transtorno bipolar I podem ter um segundo episódio maníaco 
no período de dois anos do primeiro episódio. Aproximadamente 7% dos indivíduos com transtorno bipolar I não 
apresentam recorrência dos sintomas; 45% têm mais de um episódio, e 40% têm um transtorno crônico. 
 
➢ TRATAMENTO 
Lítio + Antidepressivos + Antipsicóticos atípicos (risperidona) + Benzodiazepínicos + Anticonvulsivantes estabilizadores 
do humor (carbamazepina, valproato e lamotrigina). 
CARBONATO DE LÍTIO. O carbonato de lítio é considerado o protótipo do “estabilizador do humor”. Contudo, visto que 
o iníciode sua ação antimaníaca é lento, ele geralmente é suplementado nas fases iniciais do tratamento por 
antipsicóticos atípicos, anticonvulsivantes estabilizadores do humor ou benzodiazepínicos de alta potência. Os níveis 
terapêuticos do lítio estão entre 0,6 e 1,2 mEq/L. 
CARBAMAZEPINA. A carbamazepina tem sido usada no mundo todo por décadas como tratamento de primeira linha 
para mania aguda. Suas doses típicas para tratar mania aguda variam entre 600 e 1.800 mg por dia associadas com 
níveis sanguíneos entre 4 e 12 microg/mL. 
CLONAZEPAM E LORAZEPAM. Os anticonvulsivantes benzodiazepínicos de alta potência usados na mania aguda incluem 
clonazepam e lorazepam. Ambos podem ser eficazes e são amplamente utilizados para tratamento adjuvante de 
agitação maníaca aguda, insônia, agressividade e disforia, bem como de pânico. A segurança e o perfil de efeito colateral 
benigno desses agentes os tornam adjuvantes ideais ao lítio, à carbamazepina ou ao valproato. 
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS. Todos os antipsicóticos atípicos – olanzapina, risperidona, quetiapina, ziprasidona e 
aripiprazol – demonstraram efeitos antimaníacos. 
 
• TRANSTORNO CICLOTÍMICO 
O transtorno ciclotímico é sintomaticamente uma forma leve do transtorno bipolar II, caracterizado por episódios de 
hipomania e depressão leve. No DSM-5, é definido como um “distúrbio do humor crônico e flutuante”, com muitos 
períodos de hipomania e de depressão. Alguns pacientes com transtorno ciclotímico são caracterizados por terem sido 
crianças sensíveis, hiperativas ou mal-humoradas. 
Na população em geral, a prevalência ao longo da vida desse transtorno é estimada em cerca de 1%. O transtorno 
ciclotímico, como a distimia, muitas vezes coexiste com o transtorno da personalidade borderline. A razão mulher-para-
homem do transtorno ciclotímico é de cerca de 3 para 2, e 50 a 75% de todos os pacientes têm um início entre as idades 
de 15 e 25 anos. As famílias de pessoas com o transtorno muitas vezes têm membros com transtorno relacionado a 
substâncias. 
 
 
2. Estudar as personalidades boderline e antissocial. 
Personalidade refere-se a todas as características de adaptação de formas únicas a ambientes internos e externos em 
constante modificação. Transtornos da personalidade são comuns e crônicos. Eles ocorrem em 10 a 20% da população 
em geral, e sua duração é expressa em décadas. Aproximadamente 50% de todos os pacientes psiquiátricos apresentam 
um transtorno da personalidade, com frequência comórbido com outras síndromes clínicas. De modo geral, os sintomas 
de transtorno da personalidade são egossintônicos (i.e., aceitáveis ao ego, em contraste com egodistônicos) e 
aloplásticos (i.e., adaptam-se ao tentar alterar o ambiente externo em vez de a si mesmos). 
 
➢ SUBTIPOS 
Os subtipos de transtorno da personalidade classificados no DSM-5 são: 
GRUPO A: esquizotípico, esquizoide e paranoide. Características estranhas ou de afastamento. 
GRUPO B: narcisista, borderline, antissocial e histriônico. Características dramáticas, impulsivas ou erráticas. 
GRUPO C: obsessivo-compulsivo, dependente e evitativo. Características de ansiedade e medo. 
 
• BORDERLINE 
Encontram-se no limiar entre neurose e psicose e têm por característica afeto (expressão de uma emoção), humor 
(estado emocional do indivíduo), comportamento, relações objetais e autoimagem extraordinariamente instáveis. 
Acredita-se que o transtorno da personalidade borderline esteja presente em 1 a 2% da população e seja duas vezes 
mais comum em mulheres do que em homens. 
 
➢ DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
 
Quase sempre parecem estar em crise. Mudanças de humor são comuns. A 
pessoa pode estar inclinada a discussões em um momento, deprimida no 
momento seguinte e, mais tarde, se queixar de não ter sentimentos. Pode 
apresentar episódios psicóticos de curta duração (denominados episódios 
micropsicóticos) e seus sintomas psicóticos quase sempre são limitados, 
fugazes ou questionáveis. O comportamento do paciente com transtorno da 
personalidade borderline é de extrema imprevisibilidade, e é raro suas 
realizações estarem no mesmo nível de suas capacidades. A natureza 
dolorosa de sua vida reflete-se em atos autodestrutivos repetidos. Esse tipo 
de paciente pode cortar os pulsos e executar outras formas de 
automutilação para obter ajuda dos outros, para exprimir raiva ou para se 
anestesiar do afeto que o consome. Uma vez que se sentem tanto 
dependentes quanto hostis, as pessoas com esse transtorno têm 
relacionamentos interpessoais tumultuosos. Elas podem ser dependentes 
das pessoas com quem têm intimidade e, quando se frustram, expressar uma 
grande raiva dirigida aos amigos mais íntimos. Essas pessoas não conseguem 
tolerar a ideia de ficar sozinhas e preferem uma busca frenética por 
companhia, sem importar o quanto ela lhe seja insatisfatória. Para mitigar a solidão, mesmo que por breves períodos, 
aceitam um estranho como amigo ou se comportam de forma promíscua. Costumam se queixar de sentimentos 
crônicos de vazio e tédio e da falta de um senso de identidade coerente (difusão de identidade); quando pressionadas, 
frequentemente reclamam de como se sentem sempre deprimidas, apesar do turbilhão de outros afetos. Do ponto 
de vista funcional, pacientes com transtorno da personalidade borderline distorcem seus relacionamentos 
caracterizando cada pessoa como totalmente boa ou totalmente má. Eles enxergam as pessoas ou como figuras de 
ligação afetuosas, ou como figuras sádicas odiosas que os privam de suas necessidades de segurança e ameaçam 
abandoná-los sempre que se sentem dependentes. Como resultado dessa cisão, a pessoa boa é idealizada, e a pessoa 
má, desvalorizada. Deslocamentos de fidelidade de uma pessoa ou um grupo para outros são frequentes. Alguns 
clínicos usam os conceitos de panfobia, pan-ansiedade, pan-ambivalência e sexualidade caótica para delinear as 
características desses pacientes. 
 
 
 
• ANTISSOCIAL 
Incapacidade de se adequar às regras sociais que normalmente governam diversos aspectos do comportamento 
adolescente e adulto de um indivíduo. Embora se caracterize por atos contínuos de natureza antissocial ou criminosa, 
o transtorno não é sinônimo de criminalidade. 
Prevalência de 0,2 a 3%; a prevalência mais elevada é encontrada entre as amostras mais graves de homens com 
transtorno por uso de álcool (acima de 70%) e na população carcerária, na qual pode chegar a 75%. É muito mais comum 
em homens do que em mulheres. O início do transtorno ocorre antes dos 15 anos de idade. 
 
➢ DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
Pacientes com transtorno da personalidade antissocial podem enganar até o 
clínico mais experiente. Durante a entrevista, podem parecer calmos e 
confiáveis, mas, sob o verniz escondem-se tensão, hostilidade, irritabilidade 
e fúria. Uma entrevista de estresse, na qual o paciente seja confrontado 
vigorosamente com incoerências em sua história, pode ser necessária para 
revelar a patologia. 
Frequentemente podem parecer normais e até mesmo simpáticos e 
lisonjeiro. Suas histórias, no entanto, revelam perturbação do funcionamento 
ou várias áreas da vida. Mentiras, vadiagem, fuga de casa, roubos, brigas, 
abuso de substância e atividades ilegais são experiências típicas. Eles 
costumam impressionar clínicos do sexo oposto com os aspectos sedutores e 
pitorescos de sua personalidade, mas clínicos do mesmo sexo podem vê-los 
como manipuladores e exigentes. 
Indivíduos com transtorno da personalidade antissocial não exibem 
ansiedade nem depressão, uma ausência que pode parecer amplamente 
incongruente com suas situações, embora ameaças de suicídio e 
preocupações somáticas possam ser comuns. Suas próprias explicações para seu comportamento antissocial fazem-no 
parecer gratuito, mas seu conteúdo mental revela a completa ausência de delírios e de outros sinais de pensamento 
irracional. Na realidade, eles com frequência têm umsenso de realidade aguçado e costumam impressionar 
observadores com sua boa inteligência verbal. 
Pessoas com esse transtorno são autênticas representantes dos vigaristas. Elas são extremamente manipuladoras e 
com frequência podem convencer os outros a participar de esquemas para obter dinheiro fácil ou para alcançar fama 
ou notoriedade. Esses esquemas podem, no fim, levar o incauto a ruína financeira ou constrangimento social, ou a 
ambos. Indivíduos com esse transtorno não falam a verdade, e não se pode confiar neles para executar qualquer tipo 
de tarefa ou aderir a qualquer padrão convencional de moralidade. Promiscuidade, abuso conjugal, abuso infantil e 
condução de veículos em estado de embriaguez são eventos comuns em suas vidas. Um achado de destaque é a 
ausência de remorso por tais atos; ou seja, eles parecem não ter uma consciência. 
 
 
3. Estudar o risco de suicídio nesses pacientes. 
O episódio depressivo no transtorno bipolar está associado com elevadas morbidade e mortalidade. Uma pesquisa 
mostrou que os dias de trabalho perdidos por pacientes com transtorno bipolar decorrem principalmente da gravidade 
e da persistência dos sintomas depressivos em comparação com os episódios de mania. Cerca de 30% dos pacientes 
apresentam tentativas de suicídio ao longo da vida. A presença de desesperança e a gravidade dos sintomas depressivos 
estão entre os principais fatores preditores de tentativa de suicídio. Destaca-se que a mortalidade por suicídio no 
transtorno bipolar é nove vezes maior que na população geral. 
As evidências também apontam que pacientes com transtorno bipolar II têm risco mais alto tanto de tentar quanto de 
completar o suicídio do que os que apresentam transtorno bipolar I e transtorno depressivo maior. 
A expectativa de vida de pacientes bipolares é menor em comparação à da população geral, em parte, em decorrência 
dos elevados índices de suicídio e da elevada frequência de comorbidades clínicas. Aparentemente, a comorbidade no 
transtorno bipolar é mais regra que exceção. Entre as comorbidades clínicas mais comuns, destacam-se as doenças 
endócrino-metabólicas, como obesidade e diabetes melito, e as doenças cardiovasculares. Entre 50 e 70% dos pacientes 
apresentam também algum tipo de comorbidade psiquiátrica, salientando-se os transtornos de ansiedade e 
dependência e/ ou abuso de substância.

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