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Transtornos por uso de substancias

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Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 
 
Psiquiatria 
Transtornos relacionado ao uso de 
substancias 
 
A dependência química é vista como uma condição medica de 
evolução crônica caracterizada por recaídas frequentes. Os 
principais sinais e sintomas da dependência química (ou 
também chamada de adição) correspondem a expressões de 
disfunções em regiões e circuitos específicos do cérebro. 
A adição é caracterizada por compulsão na procura é no uso 
da droga, perda de controle quanto ao uso e aparecimento 
de estados emocionais negativos, como disporia, ansiedade e 
irritabilidade, quando o acesso a droga é impedido. 
Anamnese 
Deve ser bem-feita, analisando se o uso daquela determinada 
substancia causa dano físico, psicológico ou social pro 
paciente. Tempo de uso e comorbidades também devem ser 
questionados. 
Sistema de recompensa 
Quando temos atividades prazerosas há liberação de 
dopamina / serotonina que dão a sensação de prazer. Porem 
em pessoas normais, essa liberação é gradual. O uso de 
substanciais pode acelerar o processo de liberação desses 
neurotransmissores, porem quando o efeito vai embora, 
ocorre uma quebra muito intensa de sensações, levando a 
pessoa a querer usar novamente aquela substancia para ter 
novamente a mesma sensação: ciclo vicioso. 
Todas as drogas aditivas ativam, direta u indiretamente o 
sistema de recompensa, o qual é composto pela área 
tegumentar ventral (ATV), pelo núcleo acumbente e pelo 
córtex pré-frontal, sua ativação leva a liberação de dopamina. 
Os outros três fenômenos presentes no decorrer do 
estabelecimento da dependência são: síndrome de 
abstinência (quando há parada ou redução do consumo da 
substancia), tolerância e fissura (desejo intenso de estar sob 
efeitos positivos, prazerosos, da substancia). 
Abuso ou uso nocivo ➔ consumo baixo com problemas 
recorrentes. 
Uso ➔ consumo baixo com poucos problemas 
Dependência química ➔ consumo alto com muitos 
problemas recorrentes. 
 
Evolução e gravidade 
O tempo necessário para instalação da dependência varia 
conforme a substancia, podendo ir de 1 ano (cocaína) há 
décadas com o álcool. 
A gravidade é avaliada pela frequência e intensidade dos 
problemas recorrentes da dependência, sendo que os 
prejuízos podem ser clínicos, ocupacionais, sociais, legais, 
familiares, etc. 
Comorbidades psiquiátricas 
É comum que pacientes com dependência química 
apresentem 1 ou mais transtornos psiquiátricos associados, 
como síndromes demenciais, transtornos psicóticos, 
depressivos ou ansiedade. 
Transtorno por uso 
Quando o uso da substancia é patológico, normalmente é 
causado por uso continuo que causa problemas significativos 
em todos os aspectos de vida do paciente. 
Transtorno induzido 
São os efeitos que aquela determinada substancia causa na 
pessoa. Podendo ser devido a intoxicação, abstinência ou 
outros transtornos mentais. 
Transtornos por uso de 
substancias 
Os pacientes que possuem esse transtorno não conseguem 
fazer controle da quantidade de substancia que vao ingerir. 
Critérios para baixo controle: 
• O tempo e a quantidade devem ser maiores do que 
da população em geral, constantemente. 
• O paciente tem vontade de parar ou de diminuir a 
quantidade de substancia ingerida (já tentou alguma 
vez e falhou por exemplo) 
• Tempo perdido significativo para consumir a 
substancia, para se recuperar de seus efeitos ou para 
adquirir a substancia 
Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 
 
• Fissura → vontade incontrolável de adquirir a 
substancia, fazer uso dela. 
Critérios para prejuízo social: 
• Fracasso nas obrigações que deveriam ser feitas 
• Problemas sociais constantes (familiares, amigos) não 
impedem o uso das substancias 
• Atividades importantes são deixadas de lado pelo uso 
da substancia (abandono) 
Critérios para uso arriscado: 
• Risco físico → acidentes automobilísticos por 
exemplo por uso de álcool 
• Problemas de saúde → são causados ou 
exacerbados pela substancia 
Critérios farmacológicos: 
• Tolerância ➔ deve-se usar quantidades cada vez 
maiores para adquirir o mesmo resultado de efeito 
(intoxicação) 
• Abstinência ➔ sintomas que surgem após a parada 
do uso da substancia (dependem da substancia) 
Para facilitar na pratica, podemos decorar 
os 4 grupos de transtorno: baixo controle, 
prejuízo social, uso arriscado e critérios 
farmacológicos. Desse modo fica mais fácil 
visualizar os pacientes em vez de termos 
que decorar os 11 critérios 
separadamente. 
 Leve: 2 – 3 critérios 
 Moderado: 4 – 5 critérios 
 Grave: 6 ou mais critérios 
Intoxicação x abstinência 
A intoxicação leva a uma síndrome 
reversível devido a ingestão, durante ou 
logo após o uso de uma determinada 
substancia. Já a abstinência são os sintomas 
que surgem após a redução ou 
interrupção do usa o da substancia. 
Substancias sedativas: sedativos, 
hipnóticos, ansiolíticos e álcool. 
• Na intoxicação causam depressão 
• Na abstinência causam ansiedade 
Substancias estimulantes: cocaína e 
anfetaminas 
• Na intoxicação causam psicose e 
ansiedade 
• Na abstinência causam depressão 
Tratamento 
O objetivo é a recuperação do sistema de recompensa 
através da promoção da abstinência e o cuidado para com os 
prejuízos da dependência. 
As etapas do tratamento são basicamente 3: motivação, 
desintoxicação e mudança no estilo de vida. 
1. Motivação 
Primeiramente o paciente nega os efeitos nocivos do uso de 
substancias e os problemas causados por ela aos olhos de 
familiares e amigos. Essa fase pode durar anos. Com o tempo 
o paciente começa a reconhecer os danos associados ao uso, 
mas pode permanecer vivendo uma ambivalência entre 
interromper o uso ou não 
2. Desintoxicação 
Depois de ser estabelecida uma relação de confiança entre 
medico e paciente, promove-se a parada do uso ou 
desintoxicação da substancia psicoativa. Os lapsos são comuns 
nessa fase e o paciente deve ser informado quanto aos efeitos 
Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 
 
imediatos decorrentes da abstinência que são característicos 
de cada substancia. 
Normalmente a abstinência causa efeitos opostos ao da 
droga. 
3. Mudança de estilo de vida 
Orienta-se o paciente em como alcançar uma rotina de vida 
sem o uso da substancia. Nessa etapa o sistema de 
recompensa pode se recuperar. 
Intervenções psicossociais 
As terapias mais indicadas são a TCC. Procura-se evitar 
terapias baseadas em insight ou provocadores de ansiedade 
por serem pouco uteis nos primeiros meses de tratamento. 
É valido ressaltar a importância dos grupos de apoio como AA 
e NA. 
Psicofarmacologia 
As comorbidades psiquiátricas devem ser medicadas sempre 
que possíveis. 
 Intervenção familiar 
E importante envolver os familiares mais próximos, 
principalmente nas fases iniciais de negação e ambiguidade do 
paciente em relação ao tratamento. 
Internação 
Se restringe a quadros de abstinência mais graves, quando há 
alguma condição medica importante associada a dependência 
ou quando há ausência de tratamentos ambulatoriais 
próximos ao paciente. Além de se ser indicada quando há 
falência no tratamento. 
Drogas, psicotrópicos e substancias 
psicoativas 
As drogas que podem alterar o funcionamento do SNC são 
chamadas de psicotrópicos e as que alteram a atividade mental 
são chamadas de substancias psicoativas. 
As drogas podem ser agrupadas de acordo com seu efeito 
em: estimulantes, depressores ou perturbadores. 
Opioides 
 São depressores do SNC e são divididos em naturais 
(morfina, codeína), semi0sinteticos (heroína) e sintéticos 
(metadona, tramadol, etc). 
Intoxicação ➔ analgesia, euforia, obstipação, retenção 
urinária, miose, hipotensão, bradicardia, depressão 
respiratória, coma e morte. 
Abstinência ➔ inicia-se de 8 a 10 horas após o uso e pode 
durar por dias: fissura,medo e ansiedade, dores musculares, 
sudorese, bocejos, piloereção, vômitos, diarréia, obstrução 
nasal (rinorréia), midríase, febre, taquicardia e aumento da 
pressão arterial. 
Tratamento ➔ medidas de suporte, naloxone (antagonista 
opioide). Retirada progressiva e lenta do opioide → 
substituição por um de meia vida mais longa → retirada desse 
com auxilio de medicações que ↓ os sintomas da abstencia 
(clonidina) 
 
Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 
 
Cocaína 
Droga estimulante do SNC. 
Intoxicação ➔ euforia, bem-estar, aumento da autoestima, 
tremor leve e dilatação pupilar (midríase). Em doses maiores 
podem ocorrer: bruxismo, comportamento violento, 
arritmias, acidose metabólica, rabdomiólise, convulsões, 
infarto agudo do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais. 
Tratamento ➔ suporte e manutenção. Evitar uso de 
betabloqueadores nessa condição. Não há medicamentos 
eficazes para o alivio dos sintomas de abstinência 
Abstinência ➔ disforia, sintomas depressivos e fissura. 
Estimulantes 
Anfetaminas e ecstasy 
Intoxicação ➔ aumento da vigília, excitação, taquicardia, 
sudorese, bruxismo, midríase, anorexia e efeitos 
alucinógenos, possivelmente mediados pela ação 
serotoninérgica. Ataques de pânico, irritabilidade, oscilação de 
humor e sintomas persecutórios são comuns. Os maiores 
riscos na intoxicação são hipertermia, convulsões, colapso 
cardiovascular e edema pulmonar cardiogênico. 
Abstinência ➔ igual ao da cocaína. 
Tratamento ➔ não tem diretrizes ainda. 
Maconha 
Droga sedativa, depressora. Promove: hiperemia conjuntiva, 
boca seca, sedação, confusão, alteração de atenção e 
memória de fixação, lentificação ou agitação psicomotora, 
incoordenação motora, alterações de sensopercepção 
(visuais e táteis) e aumento de apetite. Sintomas paranoides e 
ataques de pânico podem estar presentes na intoxicação. 
Abstinência ➔ fissura, irritabilidade, inquietação, sintomas 
depressivos e insônia. 
Tratamento ➔ não há medicamentos eficazes para o 
tratamento da dependência de maconha. 
Benzodiazepínicos 
Medicamentos depressores do SNC. 
Intoxicação ➔ sedação, vertigem, hiporreflexia, ataxia, 
depressão respiratória e coma (em altas doses e em 
associação com álcool, barbitúricos ou cocaína). 
Abstinência ➔ seu início pode variar entre 8 a 72 horas após 
a sua interrupção. São comuns: irritabilidade, ansiedade 
intensa, agitação psicomotora, insônia, pesadelos vívidos, 
hiperreflexia, cãibras e, mais raramente, convulsões. Os 
sintomas de abstinência podem ocorrer meses após a 
interrupção, constituindo uma síndrome de abstinência 
protraída. 
Solventes 
Incluem: éter e clorofórmio de uso clinico, vernizes, esmalte, 
colas e removedores. São considerados depressores do 
SNC. 
Intoxicação ➔ vertigem, nistagmo, fala empastada, euforia, 
alucinações auditivas e visuais, incoordenação motora, 
depressão miocárdica e respiratória. 
Complicações ➔ atrofia cerebelar, ataxia, surdez, anosmia, 
neuropatias, convulsões, hepatite tóxica, pneumonites 
intersticiais, pancreatite e insuficiência renal crônica. 
A existência de uma síndrome é controversa e o tratamento 
deve atender as complicações medicas. 
Alucinógenos e anticolinérgicos 
Incluem nesse item LSD, chá de lírio, cogumelo, biperideno, 
atropina, etc. 
Intoxicação ➔ quadros alucinatórios agudos e prolongados, 
delírios persecutórios, euforia, midríase, taquicardia, retenção 
urinária, obstipação (íleo paralítico) e, nos casos mais graves, 
hipertermia, delirium e convulsões. 
Não há descrição de uma síndrome de abstinência e o 
tratamento se da por medidas de reasseguramento (acalmar 
e fornecer dados da realidade) e bzd ou neurolépticos se 
houver agitação e sintomas psicóticos mais duradouros. 
Nicotina 
Abstinência ➔ ocorrem após meses de uso continuo. humor 
disfórico, insônia, irritabilidade, frustração, inquietação, 
dificuldade para se concentrar, desejo intenso pelo cigarro, 
frequência cardíaca diminuída e aumento do apetite. 
Um dos fatores mais associados interrupção do tratamento 
dos fumantes é a fissura. O tratamento é baseado em terapias 
de substituição da nicotina: (adesivo de nicotina ou goma de 
mascar) que visam aliviar os sintomas da abstinência. A 
bupropiona, a clonidina e a nortriptilina são usadas na redução 
da fissura e podem ser combinadas com as terapias de 
substituição da nicotina. 
Transtornos relacionados ao 
álcool 
Algumas doenças são relacionadas ao uso de álcool pomo: 
neoplasias, diabetes melito, doenças cardiovasculares, 
doenças gastrointestinais e doenças relacionadas ao período 
gestacional. 
Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 
 
Dependência do álcool 
O uso não saudável do álcool abrange desde o consumo que 
coloca a saúde do paciente em risco como problemas 
comportamentais. 
Normalmente o primeiro episódio de intoxicação ocorre na 
transição entre adolescência e vida adulta. É mais comum em 
homens adultos. 
Apresentação clinica 
Há sintomas físicos e comportamentais que abrangem a 
abstinência, a tolerância e a fissura. 
Abstinência ➔ ocorre quando há sintomas que se 
desenvolvem horas após a ingestão prolongada e excessiva de 
álcool, que cessa subitamente. Dentre seus sintomas 
encontram-se: tremores, alucinose, convulsões, delirium 
tremens e morte. 
Intoxicação ➔ fala arrastada nistagmos, comportamento 
desinibido, incoordenação, marcha hebria, hipotensão, 
taquicardia, prejuízos da memória, estupor ou coma. 
Ocorre sintomas em vários sistemas, dentre eles 
gastrointestinal, cardíaco, neurológico, psiquiátrico e outros. 
Marcadores de gravidade: ↑ da morbimortalidade, ↑ chance de 
suicídio, ↑ quantidade de acidentes, ↑ risco de afogamento, 
etc. 
Fatores de risco: consumo de outras substancia psicoativas, 
outros transtorno mentais como depressão, ansiedade, 
insônia, esquizofrenia, bipolaridade, etc. homens, etc.

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