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15/11/2017 1 DOENÇAS DO ESTÔMAGO Estômago – O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo do corpo, abaixo do abdome, logo abaixo das últimas costelas. – É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. – Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J". – Quando está cheio de alimento, o estômago torna-se ovóide ou arredondado. Funções do Estômago – Armazenamento – Mistura com secreções gástricas (quimo) – Esvaziamento adequado potencializando o processo absortivo Anatomia Fisiológica PARTES – Fundo (porção superior) – Corpo (porção central) – Antro (inicia na incisura angular e termina no piloro) http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/63/Estomago.svg 15/11/2017 2 Anatomia Fisiológica CAMADAS (TÚNICAS) – Mucosa (secreta o suco gástrico) – Submucosa (tecido conjuntivo rico em nervos, vasos sangüíneos e linfáticos, infiltrado de linfócitos, macrófagos e mastócitos) – Musculosa (muito desenvolvida, circula o corpo do estômago e sua espessura aumenta bastante no piloro, onde forma o esfíncter pilórico) – Serosa (fina, representada por um epitélio pavimentoso simples – é o peritônio) Anatomia Fisiológica TIPOS CELULARES – Parietais ou Oxínticas: HCl e FI – Principais ou Zimogênicas: Pepsinogênio – Mucosas: muco (e pouco pepsinogênio) – Células G: gastrina SUCO GÁSTRICO parietais + principais + mucosas Suco Gástrico Líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm ácido clorídrico (HCl), muco e várias enzimas, como a pepsina, a renina e a lipase. A pepsina, na presença de HCl, quebra as moléculas de proteínas em moléculas menores. A renina coagula o leite. A lipase age sobre alguns tipos de gordura. A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco (FI), necessário à absorção da vitamina B12. 1. DISPEPSIA OU INDIGESTÃO • Desconforto no TGI superior CAUSAS – Deglutição de ar junto com os alimentos – Ingestão de líquidos carbonatados – Ingestão rápida de alimentos – Excesso de alimentação – Mastigação insuficiente ou inadequada – Tensão – Transtornos emocionais, etc. Pode originar-se no estômago ou pode refletir uma doença da vesícula biliar, apendicite crônica, úlcera ou desarranjo de algum órgão, como o cólon 15/11/2017 3 1. DISPEPSIA OU INDIGESTÃO SINTOMAS – Sensação de plenitude gástrica – Náuseas/vômitos – Pirose – Eructações e regurgitações ácidas – Dores e/ou mal-estar na parte superior do epigástrico 1. DISPEPSIA OU INDIGESTÃO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO – Antiácido – Anti-flatulento – Antidepressivo – Antiespasmódico PSICOTERÁPICO DIETOTERÁPICO Dietoterapia • Valor Calórico suficiente para atingir ou manter um bom estado nutricional • CHO 50 – 60% (fermentação) • PTN 0,8 – 1,0g/Kg • LIP 25 – 30% (observar a tolerância individual) 1. DISPEPSIA OU INDIGESTÃO Dietoterapia • Vitaminas e minerais atendendo às recomendações (avaliar interações medicamentosas) • Fibras 20 –30g (modificadas pelo processo de cocção) • Evitar: frituras, alimentos fermentáveis, flatulentos, ricos em enxofre e de difícil digestibilidade, sucos industrializados, refrigerantes e bebidas alcoólicas. 1. DISPEPSIA OU INDIGESTÃO http://incluso.es/wp-content/Medicamentos.jpg http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://estaticos02.cache.el-mundo.net/elmundosalud/especiales/2005/09/parkinson/img/psicoterapia.gif&imgrefurl=http://www.elmundo.es/elmundosalud/especiales/2005/09/parkinson/psicoterapia.html&h=239&w=250&sz=6&hl=pt-BR&start=3&um=1&tbnid=QiM2i4KtVv6j-M:&tbnh=106&tbnw=111&prev=/images%3Fq%3Dpsicoterapia%26svnum%3D10%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26rlz%3D1T4SKPB_pt-BRBR230BR237%26sa%3DN 15/11/2017 4 Dietoterapia: • Dieta balanceada • Evitar comer rapidamente • Evitar mastigar de forma deficiente • Evitar ingerir alimentos em excesso • Observar alimentos que causam intolerância AÇÃO DE ALIMENTOS E DE OUTROS ELEMENTOS NO ESTÔMAGO Alimentos muito quentes – Levam à congestão da mucosa gástrica, a secreção ácida e o tempo de esvaziamento gástrico. Infusos concentrados – a secreção ácida e produzem dispepsia Bebida alcoólica – a secreção ácida Refrigerante à base de cola – a pressão do EEI e facilita RGE Nicotina – pressão EEI e do esfíncter pilórico – RGE – a resposta da secreção ácida à gastrina – a ação da cimetidina e de outros fármacos usados para a diminuição da secreção ácida noturna, que tem papel importante na ulcerogênese Condimentos picantes – a secreção ácida e causam irrritação da mucosa Pimenta vermelha e páprica – Contém capsaicina (irritante da mucosa, a secreção ácida) Pimenta Preta – Produz irritação gástrica – a secreção ácida – Dispepsia Páprica Pimenta Vermelha Pimenta Preta Pimenta Chilli e mostarda – Produzem eritema e lesão gástrica Caldos concentrados em purina – São excitantes da mucosa GI e a secreção ácida Alimentos ricos em gordura – Retardam o esvaziamento gástrico Fatores psicossomáticos ou estímulos ambientais – Podem ou a motilidade gástrica (por vias eferentes simpáticas e parassimpáticas) Pimenta Chilli Mostarda http://www.etudo.com.br/wp-content/uploads/2006/11/cola-osso-mulheres.jpg http://homepage.ruhr-uni-bochum.de/Zhan.Xiao/cha.jpg http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.rosaroura.com/IMG/condimentos.jpg&imgrefurl=http://www.rosaroura.com/alimentacion.php&h=258&w=345&sz=27&hl=pt-BR&start=4&um=1&tbnid=u0F6nag243qJkM:&tbnh=90&tbnw=120&prev=/images%3Fq%3Dcondimentos%26svnum%3D10%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26rlz%3D1T4SKPB_pt-BRBR230BR237%26sa%3DN 15/11/2017 5 2. GASTRITE Lesão da mucosa gástrica Sintomas: náuseas, vômitos, indisposição, anorexia, dor de cabeça, hemorragia, dor, sentimento de plenitude, dor epigástrica vaga, erucção. CLASSIFICAÇÃO •Agudas (simples, corrosiva e tóxica) •Crônicas (superficial, atrófica e hipertrófica) 2.1. GASTRITE AGUDA CARACTERÍSTICAS Gastrites Agudas permitem uma abordagem simplificada por serem de: Aparecimento súbito Evolução rápida (curta duração) Facilmente associadas a um agente causador Desaparecimento sem seqüelas. CAUSAS Medicamentos, infecções e estresse físico ou psíquico podem levar a uma GA: Àcido acetil-salicílico (AAS, Aspirina, etc), AINEs, corticóides, bebidas alcoólicas e a ingestão acidental ou suicida de certas substâncias corrosivas são exemplos de agentes agressores. Alimentos contaminados por microorganismos (bactérias, vírus ou suas toxinas) são causa freqüente de inflamação aguda do estômago como parte de uma infecção genericamente chamada de gastroenterite aguda. 2.1. GASTRITE AGUDA QUADRO CLÍNICO Dor em queimação no abdômen, azia, perda de apetite, sangramentos digestivos em casos complicados (conhecido como hemorragia digestiva superior aguda, com vômitos e evacuações com sangue). A hemorragia digestiva pode correr como complicação de situações graves como o estresse pela longa permanência dos doentes em UTI’s, em períodos pós-operatórios, queimaduras extensas, politraumas e infecção generalizada. 2. 2. GASTRITE CRÔNICA CARACTERÍSTICAS Há uma inflamação difusa ou parcial da mucosa gástrica, com o antro sendo o local primariamente atingido, podendo durar meses ou décadas. CAUSAS A bactéria Helicobacter pylori pode determinar uma Gastrite Crônica. Na Gastrite Crônica Atrófica (situação em que se muito as células da mucosa gástrica) há uma considerável na produção de HCl, importante na digestão e na ação bactericida. Por vezes a bile despejada no duodeno reflui para o estômago causandoinflamação crônica. QUADRO CLÍNICO Na maioria das vezes a GC é assintomática. 15/11/2017 6 TRATAMENTO GASTRITE Medicamentoso: Antiácidos, Inibidores da bomba de prótons, Bloqueadores H2, Antibióticos Dietoterápico A dieta varia de acordo com a etiologia e os sintomas, necessitando ser adaptada. Visa: Recuperar o EN do paciente Favorecer o trabalho gástrico, a secreção gástrica, evitando o progresso das lesões e a hemorragia. Promover o esvaziamento adequado do estômago para permitir que o revestimento mucoso se regenere. Evitar ou minimizar os efeitos colaterais e as interações com os nutrientes provocados pelos fármacos em uso. Proporcionar hidratação adequada ao paciente. Dietoterapia • VCT adequado para manter um bom EN • CHO 50 – 60% (tendendo a hipoglicídica nos quadros agudos) • LIP 25 –30% (tendendo a hipolipídica nos quadros agudos) • PTN 0,8 – 1,4 g/Kg peso/dia • Fibras 20 – 30g (cocção / subdivisão) • Vitaminas e minerais ajustado à necessidade do paciente (ANP) Dietoterapia • Água ANPEvitar excesso de líquidos durante as refeições, o que pode causar desconforto (distensão gástrica) • Fracionamento aumentado nos quadros agudos • Consistência pastosa/branda (crônica) ou líquida completa/pastosa (aguda) • Alimentos a serem evitados café, refrigerantes, pimenta (?), alimentos flatulentos, alimentos ricos em enxofre e de difícil digestibilidade. IMPORTANTE Liberar a dieta de acordo com a aceitação do paciente! 3. ÚLCERA PÉPTICA • Ulceração aguda ou crônica que se instala em uma porção do TGI acessível à secreção gástrica. • Pode ser localizada: – Estômago (pequena curvatura e região pilórica) – Duodeno (faces anterior e posterior da primeira porção) – Esôfago (terço inferior) http://www.tododrogas.net/archivos_index/medicamentos.jpg 15/11/2017 7 Incidência: 40% em adultos (mais comum em homens) e 50% em crianças. Cerca de 45% dos pacientes que apresentam perfuração vem a falecer. Etiologia: Aumento do ác. gástrico e pepsina Drogas antiinflamatórias não esteróides Infecção por Helicobacter pylori Outros fatores: fumo, fatores genéticos, stress 3. ÚLCERA PÉPTICA • Pode complicar-se com hemorragia, infecção, penetração em estruturas vizinhas e obstrução pilórica. • O desequilíbrio entre os fatores agressivos e defensivos provoca ulceração péptica aguda ou crônica. Etiopatogenia • Genética (hereditariedade) • Tabagismo – O fumo diminui a secreção de muco e bicarbonato e aumenta o refluxo duodenogástrico, aumentando o risco de formação de úlceras. • Café e bebidas cafeinadas – A cafeína aumenta a secreção ácida do estômago • Álcool – Estimula o ácido gástrico e provoca hemorragias subepiteliais gástricas (hemorragia e edema) • AINEs e Corticosteróides – Inibem a produção de muco e bicarbonato • Fatores emocionais • Estase antral • Refluxo biliar ou duodenogástrico • Infecção (H. pylori) Helicobacter pylori • Potencialmente patogênica (embora seja encontrada em várias regiões do TGI) • Estima-se que 10 a 20% de seus portadores chegam a desenvolver alguma forma de patologia relacionada. • É participante ativa na etiologia da maioria das úlceras, principalmente em indivíduos idosos. • O desenvolvimento de patologias relacionadas envolve cepas com maior potencial patogênico e fatores genéticos específicos (que tornariam o hospedeiro mais suscetível às complicações). http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.jyi.org/articleimages/101/originals/img1.jpg&imgrefurl=http://www.jyi.org/features/ft.php%3Fid%3D101&h=430&w=574&sz=30&hl=pt-BR&start=7&um=1&tbnid=6kID-fm0-TLqPM:&tbnh=100&tbnw=134&prev=/images%3Fq%3DH%2BPYLORI%26svnum%3D10%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26rlz%3D1T4SKPB_pt-BRBR230BR237 15/11/2017 8 Helicobacter pylori MECANISMO DE AÇÃO O H. Pylori leva ao desenvolvimento de um processo inflamatório agudo da mucosa gástrica, envolvendo a migração predominante de neutrófilos da circulação sistêmica para o local de lesão. infiltrado celular na mucosa gástrica padrão de gastrite superficial Continuidade do processo inflamatório... Helicobacter pylori MECANISMO DE AÇÃO transição de fase aguda para crônica (aumento de macrófagos e linfócitos da circulação sistêmica na região inflamada) aumento do infiltrado e cronificação do processo inflamatório Lesões no epitélio de revestimento (erosões e diminuição da camada de muco) ÚLCERA Quadro Clínico • Náuseas • Pirose • Vômitos • Hemorragia digestiva alta (hematêmese) • Melena • Anemia Diagnóstico Anamnese Exame físico Exame endoscópico, citológico e histológico Dietoterapia Objetivos • Normalizar o EN do paciente; • Minimizar a sintomatologia na fase agudizada; • Basear a dieta no princípio do repouso fisiológico do estômago e da manutenção de um estado ótimo de nutrição; • Evitar a distensão abdominal; • Evitar ou diminuir os efeitos colaterais dos fármacos em uso e as interações negativas com os nutrientes; • Educação nutricional. 15/11/2017 9 Dietoterapia • Calorias adequadas para manter ou atingir um bom estado nutricional • CHO 50 – 60% (evitar [ ] de dissacarídeos p/ evitar a fermentação. • Lipídios 25 –30% atenção ao perfil lipídico • PTN 10 – 15% (Cuppari,2003) / 1,2 g/Kg de peso/dia (fase aguda) e até 1,5 g/Kg de peso/dia (fase de recuperação) – objetivo: cicatrização (Reis,2003) • Vit./Min. ANP (regeneração) Dietoterapia • Fibras 20 – 30g (cocção/subdivisão p/ facilitar o processo digestivo) • Líquidos normais, ligeiramente tendendo a hiper (hidratação e funcionamento intestinal) • Caldo [ ] em purina isento (idem DRGE) • Alimentos a serem evitados (excitantes da mucosa gástrica): ricos em enxofre, de difícil digestibilidade, flatulentos, fermentáveis, infusos concentrados, carminativos, bebidas alcoólicas e derivados de cola. Dietoterapia • Fracionamento aumentado na fase aguda e normal na recuperação. • Volume reduzido na fase aguda e normal na recuperação. • Consistência tolerância (Líquida completa a pastosa – fase aguda – e branda a normal – fase de recuperação) • Temperatura normal da preparação, evitando muito quente que leva à congestão da mucosa gástrica, aumenta a secreção ácida e diminui o tempo de esvaziamento gástrico. • Observar tolerância individual aos alimentos Orientações • Evitar chicletes • Evitar sucos de frutas cítricas somente se houver intolerância • Evitar alimentos irritantes da mucosa: pimenta, cebola, alho, café • Evitar bebidas alcoólicas e fumo • Evitar uso de antiinflamatórios não esteróides • Tomar antiácidos 1 a 3h antes das refeições e antes de dormir (hipertensos). • Evitar refrigerantes tipo cola • Respeitar intolerâncias alimentares • Orientar maior tempo para a mastigação para favorecer a produção de saliva 15/11/2017 10 CIRURGIAS GÁSTRICAS Vagotomia: interrupção dos nervos vago ou pneumogástrico de modo a anular o estímulo neurogênico da secreção gástrica. Piloroplastia: indicada quando ocorrer estenose pilórica, para permitir drenagem gástrica. Consiste na dilatação ou alargamento do esfíncter pilórico. Gastrectomia: compreende o fundo, antro e parte do duodeno ou mesmo estômago todo. Tipos: Billroth I: gastroduodenostomia término-terminal Parcial: Billroth II – gastroduodenostomia látero-lateral/gastroduodenostomia término-lateral Total: esofagojejunostomia término-lateral • Complicações: • capacidade de armazenamento • digestão de nutrientes • formaçãode quimo ácido necessário para digestão • secreção de FI • Consequência da Ressecção Gástrica: • produção de HCl • esvaziamento gástrico rápido • limitação das alterações físicas, químicas e biológicas dos alimentos • da capacidade gástrica, capacidade de mistura • perda da função mecânica do antro (completa subdivisão dos alimentos) • acloridria (80-90% dos casos) • ausência de função niveladora de temperatura e osmolaridade da cavidade gástrica, dificultando a formação do quimo
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