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CONTROLE CELULAR O controle celular é feito por proteinas reguladoras como as ciclinas, essa regulação ocorre em três pontos; entre G2/M, Metafase/ anafase e G1/S. A ação dessas proteinas diminuem com o avanço da célula no ciclo. 1. As G1/S-ciclinas ativam Cdks no final de G1 e, com isso, ajudam a desencadear a progressão ao Início, resultando no comprometimento à entrada no ciclo celular. Seus níveis diminuem na fase S. 2. As S-ciclinas se ligam a Cdks logo após a progressão ao Início e ajudam a estimular a duplicação dos cromossomos. Os níveis das S-ciclinas permanecem elevados até a mitose, e essas ciclinas também contribuem ao controle de alguns eventos mitóticos iniciais. 3. As M-ciclinas ativam Cdks que estimulam a entrada na mitose na transição G2/M. Os níveis de M-ciclinas diminuem na metade da mitose. O sistema de controle do ciclo celular depende de proteínas-cinase dependentes de ciclinas (Cdks) ciclicamente ativadas. Os mecanismos que controlam as atividades dos complexos de ciclina-Cdk incluem a fosforilação das subunidades das Cdks, a ligação de proteínas inibidoras de Cdk (CKIs), a proteólise de ciclinas e mudanças na transcrição de genes que codificam reguladores das Cdks. O sistema de controle do ciclo celular também depende decisivamente de dois complexos enzimáticos adicionais, o APC/C e as ubiquitinas-ligase SCF, que catalisam a ubiquitinação e a consequente degradacão de proteínas reguladoras específicas que controlam eventos críticos do ciclo. .As CDKs regulam a divisão celular pela fosforilação de proteínas críticas.Exemplo de algumas proteínas-alvo que atuam diretamente no ciclo celular e que s ãocontroladas pelas CDKs: As CDKs atuam sobre a estrutura da lâmina e da miosina e também sobre aatividade da proteína do retinoblastoma (Rb):- A estrutura do envelop e nuclear é mantida em par te por redes altamenteorganizadas de filamentos intermediários, compostos pela proteína lâmina. O des mantelamento do envelope nuclear antes da segregação das cromátides-irmãs na mitose é parcialmente devido à fosforilação da lâmina por u m CDK,que causa a despolimerização dos filamentos de lâmina. O segundo alvo da Cinase é ao sistema contráctil impelida por ATP (actina emiosina) que separa uma célula em divisão em 2 partes iguais durante acitocinese. Após a citocinese, a CDK fosforila uma pequena subunidade deregulação da miosina, causando a dissociação da miosina dos filamentos deactina e inativando a maquinaria contráctil. A desfosforilação possibilita aremontagem de todo o processo. O terceiro alvo da CDK muito i mportante é a prote ína do retinoblastoma (pRb).Quando é detectado dano no DNA, essa proteína participa de um mecanis moque para a divisão ce lular em G 1. A pRb atua em quase todos os tipos celularespara regular a div isão celular em resposta a uma grande variedade de estímulos.A pRb não fosforilada se liga ao fator de transcrição E2F, enquanto ligado apRb, o E2F não consegue estimular a transcrição de um grupo de genesnecessários para a síntese de DNA Nesse estágio o cic lo celular não pode progredir da fase G1 para a fase S, a faseque compromete a célu la com a mitose e a divisão celular. O mecanismo de bloqueio7pRb-E2F é interrompido quando pRb é fosforilada pela ciclina E-CDK2, o que ocorreem resposta a um sinal para avanço da divisão celular Quando as proteínas-cinases ATM e ATR detectam dano no DNA, (sinalizadopela presença da proteína MRN em um local com quebra na fita dupla), elas fosforilamp53, ativando-a para atuar como um fator de transcrição que estimula a síntese daproteína p21. Essa proteína inibe a atividade cinásica da ciclina E-CDK2. Na presençade p21, a pRb permanece não-fosforilada e ligada a E2F, bloqueando a at ividade destefator de transcrição e a célula fica parada e m G1. Isto permite que a célula tenha tempode reparar o DNA antes de entrar na fase S, evitando assim a desastrosa transferência degenoma defeituoso a u ma ou ambas as células-filhas. Quando o dano é sério demaispara permitir o reparo eficaz, esse sistema in icia um processo que leva à morte dacélula(apoptose) prevenindo o possível desenvolvimento de um câncer RESUMO DAS ETAPAS Resumo de mitose: A M-Cdk desencadeia os eventos do início da mitose, incluindo a condensação dos cromossomos, a formação do fuso mitótico e a ligação bipolar dos pares de cromátides-irmãs aos microtúbulos do fuso. Em células animais, a formação do fuso depende em grande parte da capacidade dos cromossomos mitóticos de estimular a nucleação local e a estabilidade de microtúbulos, assim como da capacidade de proteínas motoras de organizar os micro túbulos em um arranjo bipolar. A anáfase é desencadeada pelo APC/C, que estimula a degradação das proteínas que mantêm as cromátides-irmãs unidas. O APC/C também promove a destruição de ciclinas e, assim, a inativação da M-Cdk. A desfosforilação resultante de alvos das Cdks é necessária aos eventos que completam a mitose, incluindo a dissociação do fuso e a formação do novo envelope nuclear. Resumo de citocinese: Após a mitose concluir a formação de um par de núcleos-filhos, a citocinese finaliza o ciclo celular, dividindo a própria célula. A citocinese depende de um anel de filamentos de actina e miosina que se contrai no final da mitose em um sítio a meio caminho entre os cromossomos segregados. Em células animais, o posicionamento do anel contrátil é determinado por sinais liberados pelos microtúbulos do fuso da anáfase. A desfosforilação de alvos das Cdks, resultante da inativação das Cdks na anáfase, desencadeia a citocinese no momento correto após a anáfase. Depois da citocinese, a célula entra em um estado estável de G1 de baixa atividade das Cdks, onde aguarda por sinais para entrar em um novo ciclo celular Os genes que regulam a célula são p-53 esse interrompe o ciclo e o BRCA1 e 2 são genes de reparação, quando estão danificadas a célula não vai para a apoptose . Para que a célula se duplique o fator de crescimento vai se ligar com o receptor de membrana da célula e assim permite que ela se duplique. TUTORIA SP1 UC1 Objetivo 1:Descrever o ciclo celular completo e os mecanismos de regulação Idade avançada. O aumento da idade é considerado o fator mais importante para o desenvolvimento do câncer. O risco elevado de câncer com a idade é decorrente do acúmulo de mutações críticas ao longo do tempo, que ao final, se transformar em uma neoplasia pag 514- 481 bioquimica Normalmente, a divisão celular é regulada por uma família de fatores de crescimento extracelulares, proteínas que levam células em repouso a se dividirem e, em alguns casos, diferenciarem-se. Quando esse equilIbrio é perturbado por defeitos nas proteínas de regulação, o resultado, algumas vezes, é a formação de um clone celular que se divide repetidamente e sem regulação (um tumor), até que a sua presença interfira com o funcionamento dos tecidos normais - um câncer. A causa direta é quase sempre um defeito genético em uma ou mais das proteínas que regulam a divisão celular. Em alguns casos, um gene defeituoso é herdado de um dos pais. Em outros casos, a mutação ocorre quando um composto tóxico do meio ambiente (composto mutagênico ou carcinogênico), ou mesmo radiação de alta energia, interage com o DNA de uma única célula,danifica-o e introduz uma mutação. Os oncogenes são versões mutadas de genes que codificam proteínas sinalizadoras envolvidas na regulação do ciclo celular. Proto-oncogene é um gene normal que permite o ciclo celular ( ex: ciclinas, cdk) quando esses proto-oncogenes sofrem mutações ele passa a se chamar de oncogenes. Os genes de estabilidade (também chamados de genes de manutenção) codificam proteínas que atuam no reparo dos principais defeitos genéticos que resultam da replicação aberrante do DNA, da radiação ionizante ou de compostos carcinogênicos do ambiente. As mutações nesses genes levam a uma alta frequência de danos não reparados (mutações) em outros genes, incluindo proto-oncogenes e genes supressores de tumor, e, portanto, levam ao câncer. Entre os genes de estabilidade estão o ATM (ver Figura 12-37), a família de genes XP, na qual mutações levam ao xeroderma pigmentoso, e os genes BRCAJ, associados a alguns tipos de câncer de mama (ver Quadro 25-1). As mutações no gene da p53 também causam tumores. Em mais de 90% dos carcinomas cutâneos de células escamosas (cânceres de pele) e em aproximadamente 50% de todos os outros cânceres humanos, o p53 é defeituoso. Em resumo, três classes de defeitos contribuem para o desenvolvimento de câncer: (1) oncogenes, (2) mutações em genes supressores de tumores e (3) mutações em genes estabilizadores. Objetivo 2: Abordar os fatores que interferem nos mecanismos de regulação fisiológico do ciclo celular O dano inicial (ou mutação) pode ser causada por exposições ambientais, pode ser herdada na linhagem germinativa, ou pode ser espontânea e aleatória. O termo ambiental, utilizado neste contexto, refere-se a qualquer mutação adquirida causada por agentes exógenos, tais como os vírus ou produtos químicos ambientais, ou por produtos endógenos do metabolismo celular. Quatro classes de genes reguladores normais – os proto-oncogenes promotores do crescimento, os genes supressores do tumor que inibem o crescimento, os genes que regulam a morte celular programada (apoptose) e os genes envolvidos na reparo do DNA – são os principais alvos de mutações causadoras de câncer. Carcinogênese A carcinogênese caracteriza-se por mutações genéticas herdadas ou adquiridas pela ação de agentes ambientais, químicos, hormonais, radioativos e virais, denominados carcinógenos (COTRAN et al., 2000). A carcinogênese compreende quatros estádios: a iniciação que se caracteriza pela exposição das células aos carcinógenos com conseqüente mutação e formação de clones celulares atípicos e a promoção, que se caracteriza pela multiplicação desses clones celulares. Nessa fase, a supressão do contato com os carcinógenos pode interromper o processo (PERATONI, 1998). A progressão e a conversão maligna das células compõem respectivamente o terceiro e o quarto estádios da carcinogênese. Neles, as células transformadas apresentam autonomia para proliferar e, pela perda da coesão e obtenção da mobilidade, tornam-se invasivas (COOPER, 1995; MAREEL & LEROY, 2003).Os principais alvos da alteração genética são os proto- oncogenes, os genes supressores tumorais e os genes que controlam a morte celular programada ou apoptose (DELFINO et al., 1997). Acredita-se que os genes reparadores do DNA também possuam papel de destaque na carcinogênese, pois qualquer anormalidade nesses genes predisporia a mutações no genoma com subseqüente transformação neoplásica (LOURO, 2000; COTRAN et al., 2000).Os proto-oncogenes são genes promotores do crescimento e da diferenciação celular que controlam a divisão mitótica ordenada das células (McKINNELL, 1998).Eles são transformados em oncogenes pelo descontrole da expressão dos genes ou pela mutação, translocação ou rearranjo dos genes, resultando na síntese de um produto anormal, as oncoproteínas (CARREÑO et al., 1999).O crescimento celular resulta da ação de vários fatores estimuladores ou inibidores da divisão celular produzidos no meio intra ou extracelular (MAREEL & LEROY, 2003). O controle do crescimento celular é complexo e depende da expressão de vários genes, principalmente daqueles que codificam os fatores de crescimento e seus receptores (McKINNELL, 1998; CARREÑO et al., 1999).Os oncogenes e seus produtos podem aumentar a expressão dos genes das ciclinas e das quinases ciclina-dependentes (CDK), responsáveis pela progressão ordenada das células nas diversas fases do ciclo celular (PINES, 1995; McKINNELL, 1998). No ciclo normal, quando a célula recebe sinais promotores para seu crescimento, a síntese de ciclinas D e E é estimulada na fase G1. A progressão das células da fase S para a fase G2 é facilitada pelo controle da ciclina A ligada a CDK2 e CDK1. O papel exato da ciclina A não é conhecido, mas evidências sugerem que ela seja indispensável para a replicação do DNA (PINES, 1995). No início da fase g2 predomina a ciclina B que, ao formar complexos com CDK1, auxilia a passagem da célula para a fase M e fosforila proteínas necessárias para a mitose. As mutações que descontrolam a atividade das ciclinas e das CDK favorecem a proliferação celular (COTRAN et al., 2000).Dentre os genes supressores tumorais, estão aqueles que regulam a transcrição nuclear e o ciclo celular (Rb, p53, BRCA-1, BRCA-2), os genes que regulam a transdução de sinais (NF-1, APC) e os receptores da superfície celular (receptor do TGF-b e caderinas) (DENG & BRODIE, 2001). A pRb, produto do gene Rb, é uma fosfoproteína nuclear expressa em todos os tipos celulares, que em sua forma ativa, inibe a progressão das células da fase g1 para a fase S do ciclo celular (LOURO, 2000).O gene p53, denominado guardião do genoma, produz uma proteína que controla a replicação do DNA, a proliferação celular e a apoptose. Nas células com DNA alterado, a proteína p53 acumula-se no núcleo e liga-se ao DNA evitando sua replicação. Essa parada no crescimento celular na fase g1 permite à célula restaurar seu genoma (COTRAN et al., 2000). Entretanto, danos irreversíveis requerem a eliminação das células acometidas (PINES, 1995).Os genes BRCA-1 e BRCA-2 são supressores tumorais. A função desses genes não é totalmente conhecida, mas acredita-se que estejam envolvidos no controle da transcrição (COTRAN et al., 2000). Mutações nesses genes predispõem ao desenvolvimento do câncer de mama, ovário, próstata, cólon, pâncreas e de laringe (DENG & BRODIE, 2001; INGVARSSON, 2001).Os produtos dos genes NF-1 e do gene APC também são supressores tumorais (COTRAN et al., 2000). A proteína APC localiza-se no citoplasma e degrada a b-catenina, proteína que pode penetrar no núcleo e ativar a transcrição dos genes promotores do crescimento. Assim, mutações no gene APC estimulam a proliferação celular (COOPER, 1995). A neurofibromina, produto do gene NF-1 regula a transdução de sinais pela proteína ras e ativa a GTPase, enzima que facilita a conversão da proteína ras ativa em ras inativa. Com a mutação ou perda do gene NF-1, a proteína ras é mantida no seu estado ativo, estimulando também a proliferação celular (PERATONI, 1998).Vários tipos de moléculas expressas na superfície celular podem controlar o crescimento e o comportamento da célula, tais como os receptores do TGF-b que regulam a transcrição dos genes inibidores do crescimento e as proteínas que regulam a adesão celular representadas pelas caderinas (LOURO, 2000). Existe correlação positiva entre a agressividade do câncer, evidenciada pela menor sobrevida do paciente, e mutações nos gene CDH1 que codifica as caderinas (MAREEL & LEROY, 2003).Os genes que impedem (Bcl 2, Bcl-XL) ou induzem (Bax, Bad) à morte celular programada também são importantes na carcinogênese. O primeiro gene inibidor da apoptose descrito foi o bcl-2 (LOURO, 2000). A inibição da apoptose pelo bcl-2 pode ocorrer em qualquer estádio do ciclo celular, porém os mecanismos envolvidos ainda não foram totalmente elucidados. Postula-se que o bcl-2 aumente o tempo de sobrevida das células, favorecendo a atuação de outros oncogenes sobreelas (DELFINO et al., 1997). Objetivo 3. Definir e classificar neoplasia (BETHESDA E NIC) Lesões precursoras da neoplasia do colo uterino: neoplasias invasivas Carcinoma in situ (CIS): indica as lesões em que as células carcinomatosas indiferenciadas ocupavam a espessura total do epitélio, sem ruptura da membrana basal Displasia: atipia epitelial cervical intermediária entre o epitélio normal e o CIS. A displasia recebeu uma categorização adicional em três grupos – leve, moderada e grave – dependendo do grau de comprometimento da espessura epitelial por células atípicas. As lesões pré- neoplásicas cervicais passaram a ser indicadas segundo as categorias de displasia e CIS. Quanto ao grau histológico: o termo neoplasia intraepitelial cervical (NIC) indica uma ampla gama de atipia celular limitada ao epitélio. A NIC foi dividida em graus 1, 2 e 3. A NIC 1 correspondia à displasia leve, a NIC 2 à displasia moderada e a NIC 3 à displasia grave e CIS. Coilócitos: são células atípicas com uma cavitação ou auréola perinuclear no citoplasma que indica alterações citopáticas devidas à infecção pelo HPV. Terminologia histopatológica baseada em dois graus da doença: NIC de baixo grau que compreendia anomalias compatíveis com atipia coilocítica e lesões NIC 1 e NIC de alto grau que compreendia a NIC 2 e 3. As lesões de alto grau foram consideradas como genuínas precursoras da neoplasia invasiva. 1988 INCA-EUA. Besthesda (TBS): criação do termo lesão intraepitelial escamosa (SIL) e um esquema de dois graus que compreendia lesões de baixo grau (LSIL) e alto grau (HSIL). A classificação de TBS combina alterações condilomatosas (HPV) planas e NIC de baixo grau (NIC 1) em LSIL, enquanto a HSIL compreende NIC mais avançada, como NIC 2 e 3. O termo lesão foi usado para enfatizar que qualquer uma das alterações morfológicas em que se baseia um diagnóstico não identifica necessariamente um processo neoplásico. O sistema de estadiamento mais utilizado é o preconizado pela União Internacional Contra o Câncer (UICC), denominado Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos. Esse sistema baseia-se na extensão anatômica da doença, levando em conta as características do tumor primário (T), as características dos linfonodos das cadeias de drenagem linfática do órgão em que o tumor se localiza (N) e a presença ou a ausência de metástases a distância (M). Esses parâmetros recebem graduações, geralmente de T0 a T4; de N0 a N3; e de M0 a M1, respectivamente. Colposcopia: analise do trato genital feminino por ampliação de imagem por aparelho (colposcopio) com aumento de cerca de trinta vezes, para a avaliação visual e reconhecimento das areas normais e das acometidas pelo HPV A nomenclatura dos diferentes tipos de câncer está relacionada ao tipo de célula que deu origem ao tumor. Como o corpo humano possui diferentes tipos de células que formam os tecidos, o nome dado aos tumores depende do tipo de tecido que lhes deu origem. Nos tumores benignos, a regra é acrescentar o sufixo oma (tumor) ao termo que designa o tecido que os originou. Exemplos: • Tumor benigno do tecido cartilaginoso: condroma. • Tumor benigno do tecido gorduroso: lipoma. • Tumor benigno do tecido glandular: adenoma. Obs.: Essa regra possui algumas exceções, como o melanoma, o linfoma e o sarcoma, que são tumores malignos. Nos tumores malignos, considera-se a origem embrionária dos tecidos de que deriva o tumor: • Tumores malignos originados dos epitélios de revestimento externo e interno são denominados carcinomas; quando o epitélio de origem é glandular, passam a ser chamados adenocarcinomas. Exemplos: carcinoma de células escamosas, carcinoma basocelular, carcinoma sebáceo. • Tumores malignos originados dos tecidos conjuntivos (mesenquimais) têm o acréscimo de sarcoma ao final do termo que corresponde ao tecido. Exemplo: tumor do tecido ósseo – osteossarcoma. Ainda sobre a nomenclatura dos tumores, cabe ressaltar que, geralmente, além do tipo histológico, acrescenta-se a topografia. Por exemplo: • Adenocarcinoma de pulmão. • Adenocarcinoma de pâncreas. • Osteossarcoma de fêmur. Entretanto, há exceções. A nomenclatura dos tumores pode ser feita também das seguintes formas: • Utilizando o nome dos cientistas que os descreveram pela primeira vez (ou porque sua origem celular demorou a ser esclarecida, ou porque os nomes ficaram consagrados pelo uso). Exemplos: linfoma de Burkitt, sarcoma de Kaposi e tumor de Wilms. • Utilizando os nomes sem citar que são tumores, como por exemplo: doença de Hodgkin; mola Hidatiforme e micose fungoide. Embora os nomes não sugiram sequer neoplasia, trata-se de tumores do sistema linfático, de tecido placentário e da pele respectivamente. Objetivo 4. Estudar a fisiopatologia, quadro clínico, epidemiologia e os fatores de risco para o câncer de colon de útero. CONCEITO O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos contíguos ou à distância. Há duas principais categorias de carcinomas invasores do colo do útero, dependendo da origem do epitélio comprometido: o carcinoma epidermoide, tipo mais incidente e que acomete o epitélio escamoso (representa cerca de 90% dos casos), e o adenocarcinoma, tipo mais raro e que acomete o epitélio glandular (cerca de 10% dos casos). Ambos são causados por uma infecção persistente por tipos oncogênicos do Papiloma Vírus Humano (HPV). FATORES DE RISCO: Incluem: início precoce da vida sexual, múltiplos parceiros sexuais, promiscuidade, história de doença sexualmente transmitida (como Chlamydia trachomatis e herpes simplex vírus), multiparidade, Imunossupressão, baixo nível sócio-econômico, uso prolongado de anticoncepcional oral e história prévia de displasia escamosa da vulva ou vagina. A idade também interfere nesse processo, sendo que a maioria das infecções por HPV em mulheres com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo que acima dessa idade a persistência é mais frequente. EPIDEMIOLOGIA Com aproximadamente 570 mil casos novos por ano no mundo o câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Ele é responsável por 311 mil óbitos por ano, sendo a quarta causa mais frequente de morte por câncer em mulheres. Em 2019, ocorreram 6.596 óbitos por esta neoplasia, representando uma taxa ajustada de mortalidade por este câncer de 5.33/100 mil mulheres. O câncer do colo do útero é raro em mulheres até 30 anos e o pico de sua incidência se dá na faixa etária de 45 a 50 anos. A mortalidade aumenta progressivamente a partir da quarta década de vida. Na análise regional, o câncer do colo do útero é o primeiro mais incidente na região Norte (26,24/100 mil) e o segundo nas regiões Nordeste (16,10/100 mil) e Centro-Oeste (12,35/100 mil). Já na região Sul (12,60/100 mil), ocupa a quarta posição e, na região Sudeste (8,61/100 mil), a quinta posição. QUADRO CLINICO Mulheres com lesões pré-cancerígenas ou com câncer de colo do útero em estágio inicial geralmente não apresentam sintomas. Os sintomas muitas vezes não começam até que a doença se torne invasiva e acometa os tecidos próximos. Quando isso acontece os sintomas mais comuns são: Sangramento vaginal anormal. Sangramento menstrual mais prolongado que o habitual, Secreção vaginal incomum, com um pouco de sangue. Sangramento após a menopausa. Sangramento após a relação sexual. Dor durante a relação sexual. Dor na região pélvica. Em casos de doença avançada os sinais e sintomas podem incluir: Inchaço das pernas. Problemas ao urinar ou evacuar. Sangue na urina. O período de evolução de uma lesão cervical inicial para a forma invasiva é de aproximadamente 20 anos, embora possa ser mais rápido. Este período relativamente longo permite que ações preventivas sejam eficientes e alterem o quadro epidemiológico da doença, podendo ser curável em até 100% dos casos. Na fase pré-clínica (assintomática)do câncer cervical, a detecção de possíveis lesões precursoras se dá por meio da realização periódica do exame preventivo. O método convencional para rastreamento do câncer cervical é a colpocitologia oncológica, ou teste Papanicolaou, considerado um método de baixo custo, simples e de fácil execução. Estas características o tornam um método amplamente utilizado em programas de controle do câncer cérvico-uterino. No Brasil, o exame citopatológico é a estratégia de rastreamento recomendada pelo Ministério da Saúde prioritariamente para mulheres entre 25 e 59 anos26. Conforme a doença progride, os principais sintomas do câncer cervical são sangramento vaginal, corrimento e dor. FISIOPATOLOGIA Acredita-se que a infecção pelo HPV comece nas células basais ou parabasais do epitélio metaplásico. Se a infecção persiste, pode ocorrer a integração do genoma viral ao genoma celular do hospedeiro. A diferenciação e a maturação normal do epitélio escamoso metaplásico imaturo em maduro são interrompidas como resultado da expressão de oncoproteínas E6/E7 e da perda do controle de crescimento normal. Isto pode levar ao desenvolvimento de epitélio displásico anormal. Se o processo neoplásico segue ininterrupto, com o tempo as lesões precoces de baixo grau podem ocupar a espessura total do epitélio. Posteriormente, a doença pode atravessar a membrana basal e converter-se em neoplasia invasiva, estendendo-se aos órgãos adjacentes. A invasão atinge o sangue e vasos linfáticos e a doença se dissemina aos gânglios linfáticos e órgãos à distância. Objetivo 5. Discutir a prevenção (políticas públicas) e a detecção precoce na saúde primária do câncer do colo de útero. Para o controle do câncer do colo do útero, a melhora do acesso aos serviços de saúde e à informação são questões centrais. Isso demanda mudanças nos serviços de saúde, com ampliação da cobertura e mudanças dos processos de trabalho, e também articulação intersetorial, com setores do setor público e sociedade civil organizada. O amplo acesso da população a informações claras, consistentes e culturalmente apropriadas a cada região deve ser uma iniciativa dos serviços de saúde em todos os níveis do atendimento. O controle do tabagismo pode ajudar a minimizar o risco de câncer do colo do útero e é também uma das prioridades da Política Nacional de Promoção da Saúde (BRASIL, 2010b). PREVENÇÃO PRIMÁRIA A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV. A transmissão da infecção pelo HPV ocorre por via sexual, presumidamente por meio de abrasões microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital. Consequentemente, o uso de preservativos (camisinha) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer por intermédio do contato com a pele da vulva, a região perineal, a perianal e a bolsa escrotal. Atualmente há duas vacinas aprovadas e comercialmente disponíveis no Brasil: a bivalente, que protege contra os tipos oncogênicos 16 e 18, e a quadrivalente, que protege contra os tipos não oncogênicos 6 e 11 e os tipos oncogênicos 16 e 18. Ambas são eficazes contra as lesões precursoras do câncer do colo do útero, principalmente se utilizadas antes do contato com o vírus. Ou seja, os benefícios são significativos antes do início da vida sexual. Além disso, a adoção das vacinas anti-HPV não elimina a necessidade da prevenção secundária por meio do rastreamento, pois as mesmas não oferecem proteção para 30% dos casos de câncer do colo do útero causados por outros tipos virais oncogênicos. Rastreio de lesões precursoras do câncer do colo do útero Diretrizes Concluindo, como ainda não há programas organizados de rastreamento de câncer de colo uterino no Brasil, não há controle das mulheres que realizam os exames e nem da periodicidade com que o fazem. Portanto, atualmente não há ferramentas que garantam que o intervalo entre os controles será efetivamente ampliado a partir da adoção do teste de HPV, condição necessária para que se obtenha algum resultado de custo- efetividade favorável. Essa deficiência representa um importantíssimo obstáculo para o uso de testes de HPV no momento atual. Periodicidade: em mulheres entre 35 e 64 anos, depois de um exame citopatológico do colo do útero negativo, um exame subsequente pode ser realizado a cada três anos, com eficácia semelhante à realização anual (IARC, 1986) Recomendações: • O método de rastreamento do câncer do colo do útero e de suas lesões precursoras é o exame citopatológico. O intervalo entre os exames deve ser de três anos, após dois exames negativos, com intervalo anual (A). • O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual (A). • Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos (B). • Para mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame citopatológico, deve-se realizar dois exames com intervalo de um a três anos. Se ambos forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais (B). População-alvo Há vários fatos indicando que, direta ou indiretamente, o rastreamento em mulheres com menos de 25 anos não tem impacto na redução da incidência e/ou mortalidade por câncer do colo do útero. O estudo da IARC, acima mencionado, estimou que, ao iniciar o rastreamento aos 25 anos de idade, e não aos 20 anos, perde-se apenas 1% de redução da incidência cumulativa do câncer do colo do útero (IARC, 1986). PREVENÇÃO SECUNDÁRIA De acordo com a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2007), as estratégias para a detecção precoce são o diagnóstico precoce (abordagem de indivíduos com sinais e/ou sintomas da doença) e o rastreamento (aplicação de um teste ou exame em uma população assintomática, aparentemente saudável, com objetivo de identificar lesões precursoras ou sugestivas de câncer e encaminhá-las para investigação e tratamento)
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