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Resumo EAC – Fármacos 301 Anestésicos Locais • Os anestésicos locais atuam na membrana celular impedindo a geração e condução dos impulsos nervosos. • Os anestésicos têm ação direta nos canais de Na+ regulados por voltagem, assim, reduzem ou impedem o grande aumento transitório da permeabilidade das membranas excitáveis ao Na+. • A medida que a ação anestésica se desenvolve progressivamente no nervo, o limiar de excitabilidade elétrica aumenta gradativamente, a velocidade de elevação do potencial de ação reduz, a condução de impulsos fica mais lenta e o fator de segurança de condução diminui. • Os anestésicos bloqueiam primeiros as fibras C de pequeno diâmetro não mielinizadas e as fibras A-Delta de médio diâmetro mielinizadas. Em seguida, ocorre o bloqueio das fibras A-beta e A-Alfa. ➢ Efeitos adversos dos anestésicos locais • Os anestésicos locais podem interferir na função de todos os órgãos nos quais a condução ou transmissão de impulso, desse modo, produzem efeitos importantes no SNC, nos gânglios autônomos, na junção neuromuscular e em todos os tipos de músculos. • O risco acarretado por essas reações adversas é proporcional a concentração atingida na circulação. • Sistema Nervoso Central – depois da absorção, os anestésicos locais podem causar estimulação no SNC evidenciada por sonolência, inquietude, tremor e convulsões clônicas. - A lidocaína pode ocasionar disforia, euforia, abalos musculares e perda de consciência. - Após a estimulação central, dependendo da dose absorvida, pode ocorrer depressão do SNC e óbito geralmente ocasionado por insuficiência respiratória. • Sistema Cardiovascular – O principal local de ação é o miocárdio, no qual se observam reduções da excitabilidade elétrica, da velocidade de condução e da força de contração. - Os efeitos no sistema cardiovascular são observados apenas em concentrações sistêmicas altas e quando também há efeitos no SNC. - No entanto, em casos raros, pequenas doses podem provocar colapso cardiovascular e morte. Isso ocorre, provavelmente, da ação no marca-passo ou do início súbito de fibrilação ventricular. - Os efeitos adversos dos anestésicos locais podem ser causados por administração intravascular acidental, especialmente se a epinefrina também estiver presente. • Musculatura Lisa – os anestésicos deprimem as contrações do intestino intacto e dos segmentos intestinais. Além disso, relaxam as musculatura lisa dos brônquios e dos vasos sanguíneos (em baixas concentrações causam vasoconstrição). - As anestesias espinal, epidural e na cavidade peritoneal podem causar paralisia do sistema nervoso simpático e isso pode aumentar o tônus da musculatura gastrointestinal. • Junção neuromuscular e sinapse ganglionar – os anestésicos locais também interferem na transmissão na junção neuromuscular. Esses efeitos são atribuídos ao bloqueio dos receptores nicotínicos ACh em virtude das altas concentrações de anestésicos Cetamina – Anestésico Geral • A cetemina é um tipo de anestésico geral que inibe um canal iônico presente no receptor N-Metil-D-Aspartato (NMDA). • Os receptores NMDA são canais de cátion controlados por glutamato envolvidos na modulação a longo prazo das respostas sinápticas (potencialização a longo prazo) e na neurotoxidade mediada por glutamato. • A cetamina produz um estado hipnótico bem diferente dos produzidos pelos outros anestésicos, os pacientes apresentam profunda analgesia, não respondem a ordens, movem seus membros involuntariamente, desenvolvem amnésia, mas mantem os olhos abertos. Esse estado foi denominado anestesia dissociativa. ➢ Efeitos Colaterais – Sistema Nervoso • A cetemina tem atividade simpaticomimética indireta e pode dar suporte à pressão arterial na indução anestésica em pacientes que estão em risco de desenvolver hipotensão significativa. • O estado cataléptico induzido pela cetamina é acompanhado de nistagmo com dilatação pupilar, salivação, lacrimejamento e movimentos espontâneos dos membros com aumento global do tônus muscular. • A cetemina aumenta o fluxo cerebral e a pressão intracraniana (PIC) com alteração do metabolismo cerebral. • O delírio que surge na recuperação anestésica, caracterizado por alucinações, sonhos vividos e ilusões é uma complicação frequente da cetamina. ➢ Efeitos Colaterais – Sistema Cardiovascular • Ocorre aumento da pressão arterial, da frequência e débito cardíaco. • Os efeitos cardiovasculares são indiretos e na sua maioria mediados pela inibição da captação de catecolaminas em nível central e periférico. ➢ Efeitos Colaterais – Sistema Respiratório • A depressão respiratória é menos grave do que a de outros anestésicos gerais. • A cetamina tem um grande efeito broncodilador e, por isso, é uma anestesia adequada para pacientes sob alto risco de broncoespasmo. AINEs • Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) exercem atividade analgésica, anti-inflamatória e antipirética. • A maioria dos AINEs é de inibidores ativos locais competitivos, reversíveis das enzimas COX • Os AINEs são tradicionalmente agrupados por suas características químicas. Após o desenvolvimento dos inibidores seletivos de COX-2, surgiu a classificação em AINEs, que inibem tanto a COX-1 quanto a COX-2, e AINEs seletivos para COX-2. Mecanismo de Ação • Os principais efeitos terapêuticos dos AINEs derivam de sua capacidade de inibir a produção de prostaglandinas (PG) por meio da inibição da ciclo-oxigenese. • A COX converte o ácido araquidônico (AA) nos intermediários estáveis PGG2 e PGH2, além de promover a produção de prostanoides, TxA2 e uma variedade de PG. • Existem duas formas de COX, COX-1 e COX-2. Ambas as enzimas contribuem para a geração de prostanoides reguladores e homeostáticos e ambos contribuem para a formação de prostanoides nas síndromes de inflamação e dor. - O COX-1 é expresso como isoforma constitutiva dominante nas células epiteliais gástricas e é considerada a principal fonte de formação de PG citoprotetora. A inibição da COX-1 nesse local é tida como, em grande parte, a responsável pelos eventos gástricos adversos que complicam o tratamento com os AINEs. • Os AINES agem inibindo a ação da ciclo-oxigenase, enzima que catalisa a conversão do ácido araquidônico em prostaglandinas e prostaciclinas envolvidas no processo inflamatória e na sensibilização das unidades dolorosas centrais e periféricas. • Os AINEs não seletivo inibem tanto a COX-1 (constitutiva) como a COX-2 cuja expressão é induzidas pelas citocinas, pelos fatores de crescimentos e pelas endotoxinas. Efeitos Colaterais • De maneira geral: gastrite, úlcera gástrica e duodenal, nefrite intersticial, hepatite, propiciar sangramento por diminuir adesão plaquetária por diminuição da ação do tromboxano. Glicocorticoides • Os glicocorticoides são agentes importantes no tratamento de inúmeros distúrbios inflamatórios, imunológicos, hematológicos. • Os glicocorticoides são hormônios esteroides que exercem suas ações fisiológicas por meio de ligação ao receptor de glicocorticoides citosólico. - O complexo glicocorticoide-receptor de glicocorticoides transloca-se para o núcleo, no qual se liga a elementos de resposta aos glicocorticoides (GRE) na região promotora de genes específicos, com supraregulação ou infraregulação genica. • Ou seja, os glicocorticoides são hormônios esteroides que exercem suas ações fisiológicas por meio da regulação genica. • O efeito global de administração de glicocorticoides é profundamente anti-inflamatório e imunossupressor. • Os glicocorticoides exercem efeitos metabólicos importantes sobre praticamente todas as células do organismo e em doses farmacológicas suprimem a ativação das células imunes inatas. Mecanismo de Ação • Os glicocorticoides ligam-se aproteínas receptores especificas nos tecidos alvos para regular a expressão dos genes responsivos ao fármaco, modificando os níveis e os conjuntos de proteínas sintetizadas pelos tecidos alvos. • Em consequência do tempo para modular a expressão genica e a síntese de proteínas, os efeitos dos glicocorticoides não são em sua maioria imediatos. • Mecanismo: 1) O receptor dos glicocorticoides (GR) localiza-se predominantemente no citoplasma em sua forma inativa. 2) A ligação do esteroide resulta em ativação do receptor e sua translocação para o núcleo. 3) Após a ligação, o GR dissocia-se de suas proteínas associadas e dirige-se até o núcleo onde interage com sequencias especificas do DNA dentro da região reguladora de genes denominadas elementos responsivos aos glicocorticoides (GRE) esse processo é denominado transativação. 4) Os efeitos inibitórios sobre a expressão genica foram ligados as interações de proteína e proteína GR e outros fatores de transcrição (transpressão). E não, aos efeitos em GRE específicos. - A interação da proteína GR com fatores de transcrição NF- kB e AP-1 que regulam a expressão de diversos componentes do sistema imune reprimem a expressão de genes que codificam diversas citocinas importantes na regulação imune e anti- inflamatória. • Os efeitos metabólicos dos glicocorticoides são geralmente mediados pela ativação da transcrição (transativação), ao passo que os efeitos anti-inflamatórios são mediados em grande parte pelas interações do receptor GR com outros fatores de transcrição (transpressão) Função • Os corticoides reduzem o número de linfócitos e alteram profundamente a resposta imune destes. • Os fármacos podem impedir ou suprimir a inflamação em resposta a múltiplos eventos desencadeantes, incluindo estímulos mecânicos, químicos, infecciosos e imunes. • Os glicocorticoides inibem a produção de fatores por múltiplas células que são decisivos na geração da resposta inflamatória, como fatores vasoativos e quimioatraentes, redução de enzimas proteolíticas e lipolíticas, extravasamento diminuído dos leucócitos e diminuição da fibrose. • Há uma menor saída de neutrófilos dos vasos sanguíneos e redução da atividades dos neutrófilos, macrófagos e mastócitos. Isso ocorre devido a redução da liberação de substâncias quimioatraentes e a redução de fatores de adesão celular (CAM). • Redução geral da ativação das células T-Helper (Th), redução da expansão clonal das células T e troca da resposta imune do tipo Th1 para Th2. • Diminuição da cicatrização e reparo devido a redução da função dos fibroblastos, ocorrendo uma menor produção de colágeno. • Produção reduzida de prostanoides devido a expressão reduzida da ciclo-oxigenase-2. • Inibem a fosfolipase A2 que catalisa a síntese de ácido araquidônico necessário para a formação de prostaglandinas e dos leucotrienos. • Produção reduzida de várias citocinas • Redução das proteínas complemento no plasma, redução da liberação de histamina e produção de IgG. • Aumento da liberação de fatores anti-inflamatórios IL-10 e anexina-1. Efeitos Adversos • O aumento da suscetibilidade à infecção constitui um efeito adverso potencial da imunossupressão a longo prazo pelos glicocorticoides exógenos. • Os glicocorticoides elevam os níveis plasmáticos de glicose. - A resistência em insulina e o aumento da concentração plasmática de glicose exige maior produção de insulina pelas células beta pancreáticas para normalizar o nível de glicemia. - Em consequência disso, o diabetes melitus constitui uma complicação comum na administração prolongada de glicocorticoides. • Os glicocorticoides inibem a absorção de cálcio mediada pela vitamina D. - Isso resulta em hiperparatireoidismo secundário e, por consequência, um aumento da degradação óssea. - Os glicocorticoides também inibem diretamente a função dos osteoblastos. - Esses dois fatores contribuem para a perda óssea e em caso de terapia prolongada pode ocasionar osteoporose. • A administração crônica de glicocorticoides diminui a velocidade de crescimento linear do osso em crianças e administração desse medicamento pode ocasionar retardo de crescimento em crianças. • Os glicocorticoides podem produzir surtos psicóticos. Analgésicos Adjuvantes • São medicamentos de grupos farmacológicos variados que associados a outros medicamentos tem ação específica ou potenciadora no controle de determinados tipos de dor. • O mecanismo de ação dos analgésicos adjuvantes, já que não possuem função primária de controle da dor, é verificada na própria via de transmissão dolorosa. • É necessário sempre observar os possíveis efeitos colaterais, as vezes aproveitando os benefícios que estes podem trazer. Antidepressivos • Os medicamentos mais comumente usados, muitas vezes chamados de antidepressivos de segunda geração (não tricíclicos), são os inibidores seletivos de receptação da serotonina (ISRSs) e os inibidores de recaptação de serotonina-norepinefrina (IRSNs), que têm maior eficácia e segurança em relação à maioria dos medicamentos mais antigos (antidepressivos de primeira geração – tricíclicos) - Os inibidores de recaptação inibem tanto a SERT, transportador de serotonina neuronial, quanto a NET, o transportador neuronial de norepinefrina (NE). • Os antidepressivos de primeira geração, ou tricíclicos, agem realizando a inibem a captação de 5-HT e de norepinefrina. • A recaptação do transmissor é o principal mecanismo pelo qual a neurotransmissão é terminada; assim, a inibição da recaptação pode aumentar a neurotransmissão presumivelmente diminuindo a depuração do transmissor da sinapse e prolongando o tempo de permanência do transmissor na sinapse. Aumentar a neurotransmissão pode, em seguida, levar a mudanças adaptativas. ➢ Antidepressivos tricíclicos • São medicamentos que tem como principal mecanismo de ação (analgésico) a inibição da recaptação das monoaminas serotonina, noradrenalina e dopamina na fenda sináptica e nas vias de transmissão do impulso doloroso. • A inibição da recaptação permite maior tempo de atuação destes neurotransmissores nas sinapses atuando de maneira inibitória já que esses neurotransmissores agem nas vias descendentes inibitórias da dor modulando o estimulo doloroso. • O aumento das monoaminas nas fendas sinápticas inibe a nocicepção não só na medula, mas também no tronco cerebral e no tálamo. • Além desse efeito sobre captação de aminas, outras hipóteses para explicar o efeito analgésico dos antidepressivos são: 1. Bloqueio dos receptores de histamina 2. Bloqueio dos canais de cálcio 3. Bloqueio dos canais de sódio 4. Bloqueio da síntese de prostaglandinas 5. Bloqueio de atividade dos receptores NMDA 6. Bloqueio dos receptores muscarineos de acetilcolina 7. Potencialização da ação dos opioides. • As doses analgésicas costumam ser inferiores às usadas com ação antidepressiva e o inicio da ação ocorre entre três e sete dias. • A diferença do antidepressivo tricíclico (amitriptilina) e os antidepressivos de segunda geração (duloxetina) é que os tricíclicos apresentam uma ação mais generalizada no corpo e atuam em mais receptores produzindo mais efeitos colaterais, sendo um fato bom para os efeitos adjuvantes, porém não benéficos para o tratamento psiquiátrico. ➢ Efeitos colaterais dos antidepressivos tricíclicos • Os efeitos anticolinérgicos são, talvez, os mais comuns. Esses efeitos resultam em boca seca, sonolência, constipação intestinal, retenção urinária, visão embaçada e confusão. • A acentuada propriedade α-bloqueadora dos ACTs frequentemente resulta em hipotensão ortostática. • O antagonismo H1 exercido pelos ACTs está associado ao ganho de peso e sedação. • É comum ocorrência de efeitos sexuais.Anticonvulsionantes • São medicamentos imprescindíveis no tratamento da dor neuropática e em alguns casos de dor crônica de difícil controle. • Os anticonvulsionantes possuem diversas formas de atuação: 1) Destaca-se o bloqueio dos canais iônicos de sódio, impedindo a propagação do impulso doloroso na fibra nervoso impedindo a despolarização. 2) Aumentam o nível de neurotransmissor gabaérgicos (atuam na inibição da dor). 3) Reduzem o nível dos glumatérgicos (atuam na transmissão da dor). 4) Agem dessensibilizado os receptores NMDA evitando que mais estímulos dolorosos cheguem a nível central. • A pregabalina se liga a subunidade alfa-2-delta em canais de cálcio voltagem dependente e apresenta atividade analgésica, ansiolítica e anticonvulsivante. - Por diminuir o influxo de cálcio nos terminais nervosos reduz a liberação de neurotransmissores excitatórios (glutamato, noradrenalina e substância P). ➢ Efeitos colaterais • O uso dos gabapentinóides no tratamento de dor neuropática é vantajoso devido ao menor numero de efeitos colaterais em relação aos outros anticonvulsionantes. • Os efeitos colaterais são sonolência, vertigem, distúrbios gastrointestinais e edema periférico. Opioides • Os opioides são substâncias derivadas do ópio e são classificados em naturais ou sintéticos, de acordo com a natureza química. • Os opioides agem no controle da dor por meio de diversos efeitos, sendo o principal pela analgesia. • Quanto a intensidade de sua ação farmacológica são classificados em fracos ou forte, sendo os primeiros indicados para dor moderada e os últimos para dor intensa ou severa. • Existem quatro receptores opioides no organismo humano (sigma, K (kappa), ORL1 e μ (mu) acoplados a proteína G. • Os opioides variam não somente em sua especificidade para receptores, mas também em sua eficácia nos diferentes tipos de receptores. Desse modo, alguns agentes atuam como agonistas ou agonistas parciais em um tipo de receptor, e antagonistas ou agonistas parciais em outro, produzindo quadro farmacológico complicado. 1) Agonistas puros – etorfina e metadona possuem afinidade elevada pelos receptores μ (um). 2) Agonistas parciais – a morfina é um agonista parcial do receptor μ (um). A codeína também é um exemplo. 3) Misto de agonistas-antagonistas 4) Antagonistas – bloqueiam os efeitos dos opioides, naloxona e naltrexona. Mecanismo de Ação • Os mecanismos de ação dos opioides está identificado por sua atuação em receptores específicos em nível de sistema nervoso periférico e central. • Os principais receptores opioides relacionados a analgesia são os tipos mu e kappa das vias da dor. • Os opioides exercem efeito sobre os canais iônicos presentes na membrana neuronal, através do acoplamento direto com proteína G ao canal. • Os opioides agem: 1) Nas vias inibitórias descendentes estimulando a substância cinzenta periaquedutal (PAG), a atividade serotoninérgica, noradrenérgica e gabaérgicas que são inibitórios da nocicepção. 2) Na pré-sinapse, a ligação do opioide pode levar ao bloqueio dos canais de cálcio causando redução na liberação de neurotransmissores diminuindo a sinalização da dor. 3) Na pós-sinapse, a ligação aos opioides pode levar a uma maior condutância de potássio (saída de potássio da célula) ocasionando a hiperpolarização da celular e o torna menos sensível para disparar e transmitir o sinal de dor. 4) Ativando os receptores opioides localizados no sistema límbico modificando as reações emocionais (tolerância, euforia, bem estar). Efeitos ➢ Analgesia • A morfina tem efeito na maioria dos tipos de dores agudas e crônicas, embora os opioides no geral sejam menos eficazes nas síndromes de dor neuropática do que na dor associada a lesão tecidual, inflamação ou crescimento tumoral. • A morfina é antinociceptiva e também reduz o componente afetivo da dor. - Refletindo na sua ação supraespinal, possivelmente ao nível do sistema límbico. ➢ Euforia • A morfina causa sensação de contentamento e bem estar, sendo um efeito importante de seus efeitos analgésicos porque a agitação e ansiedade associadas a uma doença dolorosa ou trauma, são assim reduzidas. • A euforia é mediada através dos receptores um, enquanto a ativação dos receptores K produz disforia e alucinações ➢ Depressão respiratória • A depressão respiratória que provoca o aumento da PCO2 arterial ocorre com uma dose normal analgésica de morfina e é mediada por receptores um. • O efeito depressor está associado a diminuição da sensibilidade do centro respiratório a PCO2 arterial e a inibição da geração do ritmo respiratório. - As alterações na PCO2 são detectadas por neurônios quimiossensíveis no tronco cerebral e no núcleo medular. • O aumento do CO2 arterial (hipercapnia) normalmente resulta em um aumento compensatório na taxa de ventilação por minuto. Os opioides exercem efeito depressivo na resposta hipercapnica, fazendo com que o aumento da ventilação não seja suficiente para contrabalancear o aumento de CO2. - Os movimentos respiratórios são originados da atividade de um gerador de ritmo (complexo pré-Botzinger), dentro da coluna respiratória ventral da medula. ➢ Efeitos no trato gastrointestinal • Os opioides aumentam o tônus e reduzem a motilidade em muitas partes do sistema gastrintestinal, resultando em uma constipação que pode ser grave e problemática para o paciente. - O atraso resultante no esvaziamento gástrico pode retardar a absorção de outros fármacos. • A pressão no trato biliar aumenta em razão da contração da bexiga e constrição do esfíncter biliar. - Os opioides devem ser evitados em pacientes que sofrem de cólicas biliares devido a cálculos, nos quais a dor pode ser aumentada ao invés de aliviada. Pedro Lento Paredes Argotte Discente da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) (Turma XVII)
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