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Aula 00 Penal Militar- Alterada

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Curso de Direito Penal Militar para a PMDF 
Teoria e Exercícios 
Prof. Tatiana Santos – Aula 00 
 
 
 
 
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AULA 00 (Demonstrativa): APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. APRESENTAÇÃO DA PROFESSORA E DO CURSO 2 
2. CRONOGRAMA DO CURSO 2 
3. FÓRUM DE DÚVIDAS 3 
4. AULA DEMONSTRATIVA 3 
5. ABREVIATURAS (SIGLAS) 4 
6. APRESENTAÇÃO 4 
7. CRIME MILITAR 5 
8. CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ 7 
9. CRIMES MILITARES EM TEMPO DE GUERRA 9 
10. INFRAÇÕES DISCIPLINARES 10 
11. JUSTIÇA CASTRENSE 11 
12. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA 11 
13. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE 12 
14. LEI SUPRESSIVA DE INCRIMINAÇÃO 12 
15. RETROATIVIDADE DE LEI MAIS BENIGNA 13 
16. MEDIDAS DE SEGURANÇA 13 
17. LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA 14 
18. TIPO PENAL CIRCUNSTANCIADO 15 
19. TEMPO DO CRIME 15 
20. CONTAGEM DE PRAZO 15 
21. LUGAR DO CRIME 16 
22. TERRITORIALIDADE 16 
23. TERRITÓRIO NACIONAL POR EXTENSÃO 17 
24. AMPLIAÇÃO A AERONAVES OU NAVIOS ESTRANGEIROS 17 
25. CONCEITO DE NAVIO 17 
26. PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO 17 
27. MILITARES ESTRANGEIROS 18 
28. LEGISLAÇÃO ESPECIAL 18 
29. SALÁRIO MÍNIMO 18 
30. EQUIPARAÇÃO A COMANDANTE 19 
31. CONCEITO DE SUPERIOR 19 
32. CRIMES PRATICADOS EM PREJUÍZO DE PAÍS ALIADO 19 
33. CRIME PRATICADO EM PRESENÇA DO INIMIGO 20 
34. REFERÊNCIA A "BRASILEIRO" OU "NACIONAL" 20 
35. ESTRANGEIROS 21 
36. CASOS DE PREVALÊNCIA DO CÓDIGO PENAL MILITAR 21 
37. DAS QUESTÕES GABARITADAS E COMENTADAS 21 
38. LISTA DE QUESTÕES DESENVOLVIDAS NA AULA DE HOJE 30 
 
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1. APRESENTAÇÃO DA PROFESSORA E DO CURSO 
Olá, meu nome é Tatiana Santos. Sou advogada e especialista em 
ensino à distância. Aqui no Estratégia Concursos, sou professora de 
Direito Penal, Direito Processual Penal e respectivas legislações. 
Neste curso vamos estudar noções de Direito Penal Militar para o 
concurso da Polícia Militar do Distrito Federal. 
A nossa lista inclui a análise dos seguintes tópicos (conteúdo 
programático, conforme o edital do concurso): aplicação da lei penal 
militar; Teoria do Crime; da imputabilidade penal; concurso de agentes; 
das penas principais e das penas acessórias; efeitos da condenação; ação 
penal; extinção da punibilidade; dos crimes militares em tempo de paz; 
dos crimes contra a autoridade ou disciplina militar; dos crimes contra o 
serviço e o dever militar; dos crimes contra a administração militar, tudo 
isso conforme o cronograma anunciado. 
Teremos teoria esquematizada e exercícios comentados em 
todas as aulas! Abordaremos doutrina e jurisprudência conforme 
as exigências da banca examinadora para este concurso! 
VENHA ESTUDAR COMIGO AQUI NO ESTRATÉGIA CONCURSOS! 
http://www.estrategiaconcursos.com.br/curso/1617/direito-penal-militar-p-pmdf 
 
2. CRONOGRAMA DO CURSO 
Noções de Direito Penal Militar p/ PM-DF; 
Duração: Disponível até o dia da prova (16/12/2012 à 24/03/2013); 
Concurso: PM-DF (Polícia Militar do Distrito Federal); 
Professora: Tatiana Santos; 
Matéria: Direito Penal Específico. 
 Aula 00 (19/12/2012): 2.8. Noções de Direito Penal Militar. 1. 
Aplicação da lei penal militar. 
 Aula 01 (09/01/2013): 2. Do Crime. 3. Da Imputabilidade Penal. 4. 
Concurso de agentes. 
 Aula 02 (23/01/2013): 5. Das penas principais. 6. Das Penas 
acessórias. 7. Efeitos da condenação. 
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 Aula 03 (06/02/2013): 8. Ação penal. 9. Extinção da punibilidade. 
 Aula 04 (20/02/2013): 10. Dos crimes militares em tempo de paz. 
Dos crimes contra a autoridade ou disciplina militar. 
 Aula 05 (06/03/2013): 10. Dos crimes contra o serviço e o dever 
militar. Dos crimes contra a Administração Militar. 
 
3. FÓRUM DE DÚVIDAS 
Prezados alunos, uma parte importantíssima do processo ensino-
aprendizagem nos cursos à distância consiste na interação professor-
aluno. Aproveite a ferramenta que o Estratégia Concursos coloca à sua 
disposição para você tirar suas dúvidas da matéria: é uma linha direta 
com a professora. 
Participe do fórum! 
Mesmo que você não tenha alguma dúvida, invente uma! Crie! Revise! 
Discuta! Estou à sua disposição para lhe atender da melhor forma possível 
e com a maior brevidade possível. 
Vamos conversar sobre a matéria nos fóruns do Estratégia, ok? 
 
4. AULA DEMONSTRATIVA 
Agora vem a aula de apresentação do curso, onde abordaremos a 
respeito da Lei que encaminha ao mundo jurídico o CPM, nos tópicos do 
nosso conteúdo programático. A aula de hoje já vai abordar 1 ponto da 
matéria, mas o nosso objetivo aqui também é o de disponibilizar a você 
um “modelo” das próximas aulas. 
Em especial, na aula de hoje, analisaremos os seguintes tópicos: princípio 
da legalidade, lei supressiva de incriminação, retroatividade de lei mais 
benigna, apuração da maior benignidade, medidas de segurança, lei 
excepcional ou temporária, tempo do crime, lugar do crime, 
territorialidade, extraterritorialidade, território nacional por extensão, 
ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros, conceito de navio, pena 
cumprida no estrangeiro, crimes militares em tempo de paz, crimes 
militares em tempo de guerra, militares estrangeiros, equiparação a 
militar da ativa, militar da reserva ou reformado, defeito de incorporação, 
tempo de guerra, contagem de prazo, legislação especial. salário-mínimo, 
crimes praticados em prejuízo de país aliado, infrações disciplinares, 
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crimes praticados em tempo de guerra, assemelhado, pessoa considerada 
militar, equiparação a comandante, conceito de superior, crime praticado 
em presença do inimigo, referência a "brasileiro" ou "nacional", 
estrangeiros, como funcionários da justiça militar, casos de prevalência do 
código penal militar. 
Bons estudos! Abraço grande! 
Professora Tatiana Santos. 
 
5. ABREVIATURAS (SIGLAS) 
Queridos alunos, vamos combinar que todas as vezes que eu fizer 
referência ao Código Penal Militar, vou usar a sigla CPM. Ok? 
Por sua vez, acho que todos já sabem, mas o faço apenas para reforçar: 
CF ........................................................................ Constituição Federal 
CPM ..................................................................... Código Penal Militar 
CR .................................. Constituição da República Federativa do Brasil 
Lei n... .......................................................................... Lei número... 
MP ........................................................................... Ministério Público 
PMDF .................................................. Polícia Militar do Distrito Federal 
STF .............................................................. Supremo Tribunal Federal 
STJ ........................................................... Superior Tribunal de Justiça 
 
6. APRESENTAÇÃO 
O Direito Penal Militar é bem antigo. Há evidências de que os povos da 
antiguidade tinham noção jurídica de delitos militares, cujos agentes 
ativos (os criminosos) eram julgados pelos próprios militares. 
Foi no Direito Romano que o Direito Penal Militar ganhou corpo jurídico 
mais específico e autônomo em relação aos demais ramos do Direito. 
Os princípios da jurisdição militar moderna vieram com a Revolução 
Francesa, a partir de 1789.NO BRASIL, o Direito Penal Militar chegou com Dom João VI, por meio do 
Alvará de 21 de abril de 1808. 
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Atualmente, o Código Penal Militar está contido no Decreto-lei número 
1.001, publicado em 21 de outubro de 1969. 
Numa visão geral do atual CPM brasileiro, a organização da lei penal 
militar adotou critério novo para a época. 
O Código foi dividido em Parte Geral e Parte Especial, de acordo com os 
códigos penais modernos. 
CÓDIGO PENAL MILITAR 
PARTE GERAL 
PARTE ESPECIAL 
CRIMES MILITARES 
EM TEMPO DE PAZ 
CRIMES MILITARES 
EM TEMPO DE GUERRA 
Princípios e regras 
gerais... 
Aqui temos os tipos penais circunstanciados... 
Seguindo-se a tradição jurídica do nosso país, a Parte Geral integra Livro 
Único, seguindo-se títulos e capítulos. Na Parte Especial, fez-se a divisão 
dos crimes militares em tempo de paz e em tempo de guerra. 
Essa só foi uma apresentação geral da matéria (introdução). Veremos 
mais sobre esse assunto nos tópicos seguintes. 
 
7. CRIME MILITAR 
Uma das principais “preocupações” do Direito Penal Militar está em saber 
se um determinado crime é considerado militar ou não. 
Existem vários critérios. 
Um dos critérios mais importantes é chamado de “ratione personae”, ou 
seja, “em razão da pessoa”. 
O crime militar é aquele praticado por militar em situação de atividade 
ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou assemelhado. 
 
O que é ser militar? 
Consoante o que dispõe o CPM, é considerado militar, para efeito da 
aplicação do próprio CPM, qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de 
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guerra, seja incorporada (ou convocada ou matriculadas) às instituições 
das forças armadas, para nelas servir em posto, graduação, ou sujeição à 
disciplina militar. 
O militar possui regime jurídico próprio, instituição peculiar, lógica que só 
faz sentido no seu próprio contexto. 
Os princípios básicos e fundamentais de tudo o que se diz de “militar” é a 
disciplina e a hierarquia. É assim desde os povos na antiguidade e seus 
exércitos. 
O militarismo é uma das mais antigas e sólidas instituições sociais. 
A carreira do militar é organizada em duas categorias básicas: 
 POSTOS: escalonamento dos graus hierárquicos conferidos aos 
oficiais; 
 GRADUAÇÕES: escalonamento dos graus hierárquicos dos praças. 
 
Mas, o que seria o “militar em situação de atividade”? 
O militar em situação de atividade é aquele que esteja NO SERVIÇO 
ATIVO. 
ATENÇÃO! Para a aplicação da lei penal militar ao 
MILITAR não importa se ele está “em serviço”, não 
importa se ele está “a serviço”, não importa se ele 
está fardado ou “a paisana”. 
Se um soldado do Exército, de folga, agride fisicamente um soldado da 
Polícia Militar, da ativa, ainda que também esteja de folga, comete crime 
militar? 
RESPOSTA: SIM! 
 CONCLUSÃO: para caracterizar o CRIME MILITAR, 
não importa se o militar seja o sujeito ativo do crime 
(o criminoso) ou o sujeito passivo (a vítima). Não 
importa se o militar esteja no serviço ou de folga, de 
férias, de licença, afastado etc. Para caracterizar o 
crime militar, o sujeito (ativo ou passivo) tem que ser 
militar DA ATIVA. 
Em princípio, não há crime militar se o sujeito (ativo ou passivo) estiver 
na reserva ou reformado (aposentado). 
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Há exceções:... O militar da reserva ou reformado, empregado na 
administração militar, equipara-se ao militar em 
situação de atividade, para o efeito da aplicação da 
lei penal militar. 
O militar da reserva, ou reformado, conserva as 
responsabilidades e prerrogativas do posto ou 
graduação, para o efeito da aplicação da lei penal 
militar, quando pratica ou contra ele é praticado 
crime militar. 
 
8. CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ 
Como dito, esse capítulo da aula é um dos mais importantes para a 
doutrina, pois define a aplicação ou não do Código Penal Militar. 
Nesse sentido, para a aplicação do Código Penal Militar o fato-crime tem 
que ser crime militar. 
 
Mas, o que é crime militar? 
Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: 
 Os crimes de que trata o CPM, quando definidos de modo diverso na 
lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, 
salvo disposição especial; 
 Os crimes previstos no CPM, embora também o sejam com igual 
definição na lei penal comum, quando praticados: a) por militar 
em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma 
situação ou assemelhado; b) por militar em situação de atividade ou 
assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, contra 
militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; c) por 
militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de 
natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à 
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou 
civil; d) por militar durante o período de manobras ou exercício, 
contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; 
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o 
patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa 
militar; 
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 Os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por 
civil, contra as instituições militares, considerando-se como 
instituições as hipóteses já referias e também nos seguintes casos: 
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a 
ordem administrativa militar; b) em lugar sujeito à administração 
militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou 
contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no 
exercício de função inerente ao seu cargo; c) contra militar em 
formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, 
observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento 
ou manobras; d) ainda que fora do lugar sujeito à administração 
militar, contra militar em função de natureza militar, ou no 
desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da 
ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente 
requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal 
superior. 
A legislação adotou TRÊS grandes critérios: 
TABELA DOS CRITÉRIOS PARA DEFINIR O CRIME MILITAR 
TAL ANÁLISE É CIRCUNSTÂNCIA ELEMENTAR DO TIPO PENAL 
HIPÓTESES EM QUE SE APLICA A LEI PENAL MILITAR 
1) RATIONE 
LEGIS ou 
RATIONE 
MATERIAE 
 
Em razão da lei. O crime militar é aquele previsto no Código Penal 
Militar. Os crimes são definidos de modo diverso (diferente) em 
relação ao direito penal comum. Sob o ângulo da “ratione legis”, o 
crime pode ser praticado por qualquer pessoa (sem ressalvas). 
2) RATIONE 
PERSONAE 
 
Em razão a pessoa. Evidencia a qualidade dos sujeitos do crime 
(ativo e passivo). O crime militar é aquele praticado por militar da 
ativa e, em alguns casos, por civis. 
3) RATIONE 
LOCI 
 
Em razão do lugar. Evidencia a tutela (proteção) da Administração 
Militar ou a ordem administrativa. 
OBSERVAÇÃO 1!... NÃO existe mais a figura do 
assemelhado, pois este era considerado o servidor 
público civil sujeito à legislação militar. 
Está escrito: “Considera-se assemelhado o servidor, 
efetivo ou não, dos Ministériosda Marinha, do Exército 
ou da Aeronáutica, submetido a preceito de disciplina 
militar, em virtude de lei ou regulamento”. 
Nesse caso, os civis que trabalham nos Ministérios, 
hoje, são regidos, na área federal, pela Lei 8.112/90. 
Não são militares. Não são mais assemelhados. 
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Lembremos, no entanto, que a categoria “a 
funcionários” para o CPM compreende os juízes, os 
representantes do Ministério Público, os funcionários e 
auxiliares da Justiça Militar. 
OBSERVAÇÃO 2!... Os incorporados às Forças 
Armadas são os conscritos, no regime de serviço militar 
obrigatório, aos 18 ou 19 anos de idade. ATENÇÃO!... 
Eventual defeito do ato de incorporação não exclui a 
aplicação da lei penal militar, salvo se alegado ou 
conhecido antes da prática do crime. 
OBSERVAÇÃO 3!... Os “aposentados” podem ser de 
dois tipos: 1) RESERVA REMUNERADA = são os 
militares “aposentados” (temporários), mas reúnem as 
condições de serem convocados para o retornarem ao 
serviço ativo, se houver necessidade; 2) REFORMADOS 
= também são “aposentados” (definitivos), pois não 
têm mais condições de serem eventualmente 
convocados. 
Quem são os militares DA ATIVA, para os efeitos da lei penal militar? 
RESPOSTA: OS MILITARES DE CARREIRA; OS INCORPORADOS 
ÀS FORÇAS ARMADAS NO SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO 
INICIAL; OS COMPONENTES DA RESERVA DAS FORÇAS 
ARMADAS QUANDO CONVOCADOS (OU REINCLUÍDOS, 
DESIGNADOS OU MOBILIZADOS); OS ALUNOS DOS ÓRGÃOS DE 
FORMAÇÃO DE MILITARES E, em tempo de guerra, TODO 
CIDADÃO BRASILEIRO MOBILIZADO PARA O SERVIÇO ATIVO 
NAS FORÇAS ARMADAS. 
 
9. CRIMES MILITARES EM TEMPO DE GUERRA 
Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra: 
 Os especialmente previstos no CPM para o tempo de guerra; 
 Os crimes militares previstos para o tempo de paz; 
 Os crimes previstos no CPM, embora também o sejam com igual 
definição na lei penal comum ou especial, quando praticados, 
qualquer que seja o agente: 
o Em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado; 
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o Em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer 
a preparação, a eficiência ou as operações militares ou, de 
qualquer outra forma, atentam contra a segurança externa do 
País ou podem expô-la a perigo; 
 Os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não 
previstos no CPM, quando praticados em zona de efetivas 
operações militares ou em território estrangeiro, militarmente 
ocupado. 
Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial, 
aplicam-se as penas cominadas para o tempo de paz, com o aumento 
de um terço. 
Essa é uma causa especial de aumento de pena. A maioria da doutrina 
entende que a referida causa especial de aumento de pena se aplica em 
todos os casos de crimes militares em tempo de guerra, salvo para os 
crimes especificamente previstos no CPM para o tempo de guerra, pois a 
figura típica de cada crime já prevê, no seu íntimo essencial, vale dizer, 
na lei penal, a natural majorante do cenário efetivo de uma guerra. 
 
10. INFRAÇÕES DISCIPLINARES 
O CPM não compreende as infrações dos regulamentos disciplinares. Isso 
porque as infrações disciplinares são matéria de direito administrativo, 
enquanto que as infrações criminais são matéria de direito penal. 
As infrações podem ser... 
PENAIS DISCIPLINARES 
São regidas pelo CPM São regidas por leis administrativas 
Matéria de DIREITO PENAL Matéria de DIREITO ADMINISTRATIVO 
OBSERVAÇÃO!... 
 
 
 
 
 
Na hipótese de concurso de crime militar e 
contravenção ou transgressão militar, caso 
todas as condutas envolvidas sejam da mesma 
natureza, aplica-se, tão-somente, a pena 
prevista na lei penal, isto é, a pena relativa ao 
crime. 
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11. JUSTIÇA CASTRENSE 
Curiosamente, a justiça militar é também chamada de justiça castrense. 
Os militares ou, em alguns casos, civis que vierem a praticar os crimes 
previstos no CPM estão sujeitos à jurisdição da Justiça Castrense. 
Sobre a Justiça Castrense, assim afirma a Lei Maior, a Constituição da 
República Federativa do Brasil: 
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar: 
I - o Superior Tribunal Militar; 
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. 
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze 
Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, 
depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo 
três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre 
oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da 
Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da 
carreira, e cinco dentre civis. 
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo 
Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta 
e cinco anos, sendo: 
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e 
conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional; 
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e 
membros do Ministério Público da Justiça Militar. 
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar 
os crimes militares definidos em lei. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o 
funcionamento e a competência da Justiça Militar. 
 
12. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA 
Declinar da competência é “abrir mão da competência”. A justiça militar 
abre mão de sua competência militar na hipótese de crime doloso contra a 
vida e cometidos contra civil. Isso porque, se você reparar bem, estamos 
diante de um crime de competência do tribunal do júri. 
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Nesse caso, o processamento e o julgamento do agente ativo serão da 
competência da justiça comum, salvo quando praticados no contexto de 
ação militar. 
 
13. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE 
Não há crime sem lei anterior que o defina (legalidade), nem pena sem 
prévia cominação legal (anterioridade). Em latim, essa frase é escrita 
assim: “nullum crimen, nulla poena sine lege”. 
Os autores da doutrina penal dizem que o citado princípio é, ao mesmo 
tempo, um direito e uma garantia. 
É um direito de todo cidadão de ver das condutas tipificadas como penais 
somente por lei. A lei tem que ser anterior ao fato. 
Isso é também uma garantia fundamental, pois nos protege contra 
eventuais arbitrariedades do Estado. 
O princípio da legalidade é também chamado de RESERVA LEGAL, pois 
está “reservado” à lei a definição do crime. Então, crime não é o que eu 
acho que seja crime. Crime não é o que você acha que é crime. Crime é o 
que a lei define como crime. 
DEFINIR o crime é estabelecer TAXATIVAMENTE as hipóteses penais, 
evitando-se, na escrita da lei, formulações genéricas, vagas ou ambíguas. 
O crime é, então, configurado (definido) em lei ordinária federal, após o 
regular (correto) processo legislativo. Com isso, temos a chamada 
legitimação democrática e a afirmação concreta do Estado Democrático de 
Direito. 
ATENÇÃO! O princípio da legalidade impede que se 
defina o crime por costumes ou analogia 
(comparação). Os costumes e a analogia jurídica são 
fontes do Direito, mas não servem para definir figuras 
tipicamente penais. 
 
14. LEI SUPRESSIVA DE INCRIMINAÇÃO 
Ninguém pode ser punido por fato quelei posterior deixa de considerar 
crime, cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença 
condenatória irrecorrível, SALVO QUANTO AOS EFEITOS DE 
NATUREZA CIVIL. 
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Cuidado! A “abolitio criminis” só atinge os efeitos penais de sentença 
condenatória. A “abolitio criminis” não tira da pessoa as consequências 
civis, administrativas e políticas do crime. Em outras palavras, com uma 
lei posterior ao fato que deixa de tipificar esse fato como crime, eventual 
pessoa acusada ou condenada pela prática do crime deixa de ser acusada 
ou condenada, mas as consequências civis, administrativas e políticas 
continuam a operar seus efeitos. 
 
15. RETROATIVIDADE DE LEI MAIS BENIGNA 
NA GRANDE REGRA, A LEI PENAL NÃO RETROAGE, SALVO PARA 
BENEFICIAR O RÉU. 
Então, nesse sentido, lei posterior que, de qualquer outro modo, 
favorece o agente, aplica-se retroativamente, ainda quando já tenha 
sobrevindo sentença condenatória irrecorrível. 
Essa regra do CPM se chama de NOVATIO LEGISL IN MELLIUS, ou seja, 
nova lei para melhorar. Trata-se de uma lei publicada em data posterior a 
um dado fato-crime e que, sem suprimir o caráter ilícito do fato, vem 
beneficiar o agente ativo do crime. 
Não se trata de abolição do crime. Antes, diz respeito a qualquer que seja 
a circunstância ou o elemento legal que pode beneficiar o réu. A lei, nesse 
caso, retroage. 
Mas, na prática é difícil saber se uma dada lei vem beneficiar, de fato, o 
réu. Então, temos a chamada regra da apuração da maior benignidade ao 
réu: “Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior 
devem ser consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas 
normas aplicáveis ao fato”. 
 
16. MEDIDAS DE SEGURANÇA 
A medida de segurança ocorre, em princípio, quando o réu precisa de 
tratamento médico ou de acompanhamento (custódia) psiquiátrico. 
Quando uma lei deixa de considerar determinado fato como 
hipótese penal, ocorreu um fenômeno jurídico que chamamos 
de ABOLITIO CRIMINIS (abolição, extinção do crime). 
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Veja que não podemos negar direito à assistência à saúde ao réu. Ao 
mesmo tempo, não podemos encaminhar o réu a um hospital comum. 
Então, foi criada a chamada “medida de segurança”. 
Essa “medida de segurança” = tratamento médico ou psiquiátrico deve ter 
regras definidas em lei. 
No COM, há a regra segundo a qual as medidas de segurança regem-se 
pela lei vigente ao tempo da sentença, prevalecendo, entretanto, se 
diversa, a lei vigente ao tempo da execução. 
 
17. LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA 
As leis excepcionais ou temporárias também são chamadas de leis auto-
revogáveis. O cuidado que temos que ter é saber que essas leis 
continuam valendo para os fatos ocorridos durante a sua vigência. 
Está escrito no CPM que a lei excepcional ou temporária, embora 
decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
A doutrina diz que quando uma lei é usada, mesmo após a sua vigência, 
ocorre um fenômeno jurídico chamado de ultratividade. É o que ocorre 
com as leis excepcionais e temporárias. 
Outra coisa importante é saber a seguinte diferença: 
LEI EXCEPCIONAL LEI TEMPORÁRIA 
A vigência da lei cessa com a 
cessação das circunstâncias de fato 
que determinaram a publicação da 
lei. 
A vigência da lei cessa 
AUTOMATICAMENTE pelo decurso 
de determinado tempo já definido 
quando da criação da lei. 
Atende, normalmente, uma 
situação de emergência. 
Atende, normalmente, a uma 
situação tão-somente em razão do 
decurso de tempo. 
 
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18. TIPO PENAL CIRCUNSTANCIADO 
Não podemos confundir lei excepcional e temporária com “tipo penal 
circunstanciado”. Nos TEMPO DE GUERRA ou TEMPO DE PAZ temos 
hipóteses definidas na lei penal militar como circunstâncias que fazem 
parte do tipo penal específico. Não se trata de lei penal excepcional ou 
temporária, ok? 
Mas, aproveitando a oportunidade, o que é “tempo de guerra”? 
O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação 
da lei penal militar, começa com a declaração ou 
o reconhecimento do estado de guerra, ou com o 
decreto de mobilização se nele estiver 
compreendido aquele reconhecimento; e termina 
quando ordenada a cessação das hostilidades. 
O ESTADO DE GUERRA pode ser considerado pela 
prática de atos de guerra = atos de violência 
deliberada praticados por um Estado, por meio 
de sua Força Armada, contra outro Estado. 
Vamos lembrar que a competência para declarar guerra e celebrar a paz é 
da União (art. 21 da CR). 
 
19. TEMPO DO CRIME 
O CPM adotou a Teoria da Ação (também chamada de Teoria da 
Atividade), para definir o momento exato em que o crime foi praticado. 
Está escrito que se considera praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o do resultado. 
Com isso, podemos saber qual lei deve ser aplicada no processamento e 
no julgamento do fato típico penal militar. 
 
20. CONTAGEM DE PRAZO 
No cômputo dos prazos definidos no CPM inclui-se o dia do 
começo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário 
comum. Essa é regra puramente PROCEDIMENTAL. 
A regra serve para os prazos legais, no processo. Também serve 
para marcar a prescrição penal a partir do tempo do crime. 
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21. LUGAR DO CRIME 
Está escrito que se considera praticado o fato, no lugar em que se 
desenvolveu a atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob 
forma de participação, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se 
o resultado. 
A regra acima se chama UBIQUIDADE. É isso mesmo! O CPM adotou a 
Teoria da Ubiquidade para definir o local do crime e, com base na ideia de 
se punir com maior efetividade condutas penais, tanto faz o crime ser 
considerado no local onde ocorreu a conduta do agente ativo (provável 
criminoso) ou o local onde ocorreu o resultado do fato no bem jurídico do 
sujeito passivo (vítima). 
Nos crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que 
deveria realizar-se a ação omitida. 
 
22. TERRITORIALIDADE 
Na regra, o Estado que edita uma lei penal aplica a lei penal no território 
sob sua jurisdição. Essa é a regra da territorialidade e decorre da noção 
política e jurídica de soberania do Estado. 
Está escrito que deve ser aplicada a lei penal militar brasileira, sem 
prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao 
crime cometido, no todo ou em parte no território nacional, ou fora dele, 
ainda que, neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido 
julgado pela justiça estrangeira. 
A aplicação da lei penal brasileira no Brasil independe do agente (ativo ou 
passivo) e independe da repercussão do fato no estrangeiro. 
Como você pode ver, o Brasil deve respeitar tratados ou acordos 
internacionais. Daí porque alguns autores dizerem que no Brasil adotamos 
o Princípio da Territorialidade Temperada. 
O que é território? 
Segundo a doutrina, o conceito não é só geográfico, pois território 
corresponde a todo o espaço onde o Estado exerce sua soberania. 
Portanto, a definição é física e política. 
O território em sentidoestrito é composto pelo solo e subsolo, as águas 
interiores, o mar territorial, a zona contígua ao mar territorial, a zona de 
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exploração econômica exclusiva da plataforma continental e o espaço 
aéreo. 
 
23. TERRITÓRIO NACIONAL POR EXTENSÃO 
A noção de “território por extensão” corresponde à 
extraterritorialidade. 
Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extensão do 
território nacional as aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se 
encontrem, sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados 
por ordem legal de autoridade competente, ainda que de propriedade 
privada. 
No contexto militar, a extraterritorialidade se justifica pelo Princípio da 
Defesa (também chamado de proteção real). O que importa, nesse caso, 
para a aplicação da lei penal é o bem jurídico tutelado (que se pretende 
proteger). O Estado deve fazer incidir sua lei penal sempre que tiver um 
bem jurídico violado por condutas ilícitas, seja quem for o criminoso 
(agente ativo) ou o lugar o crime. 
 
24. AMPLIAÇÃO A AERONAVES OU NAVIOS ESTRANGEIROS 
É também aplicável a lei penal militar ao crime praticado a bordo de 
aeronaves ou navios estrangeiros, desde que em lugar sujeito à 
administração militar, e o crime atente contra as instituições militares 
brasileiras. 
 
25. CONCEITO DE NAVIO 
Para efeito da aplicação do Código Penal Militar, considera-se “navio” toda 
embarcação sob comando militar. Curiosamente, o CPM não se ocupou em 
definir “aeronave” para aplicação do direito penal militar. 
 
26. PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO 
A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo 
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
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Há uma preocupação do legislador em evitar o chamado bis in idem. 
O que seria esse tal de “bis in idem”? O “bis in idem” quer dizer 
duplicidade, ou seja, ser punido duas vezes pelo mesmo crime. Isso, no 
Brasil, é proibido. 
Então, se uma pessoa (agente ativo do crime), vulgo criminoso, vier a ser 
condenado, após o devido processo legal, é claro, e se o réu vier a 
cumprir a sanção (pena) no estrangeiro, poderá descontar o tempo de 
pena cumprido lá fora do Brasil para efeitos de contagem do tempo da 
condenação no Brasil. 
Para isso, no entanto, as penas de lá e de cá devem ser do mesmo tipo, 
vale dizer, por exemplo, pena de prisão lá (no estrangeiro) e de prisão 
aqui (no Brasil). 
Assim sendo, cumprida a pena no estrangeiro, o tempo de cumprimento lá 
será descontado na execução da lei brasileira no Brasil. Agora, é claro, se 
a pena cumprida no estrangeiro for superior à imposta no Brasil, a pena 
não será executada aqui. 
 
27. MILITARES ESTRANGEIROS 
Os militares estrangeiros, quando em comissão ou estágio nas Forças 
Armadas Brasileiras, ficam sujeitos à lei penal militar brasileira, 
ressalvado o disposto em tratados ou convenções internacionais. Tal regra 
decorre da soberania do Brasil. 
 
28. LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
As regras gerais do CPM aplicam-se aos fatos incriminados por lei penal 
militar especial, se esta não dispõe de modo diverso. 
Isso quer dizer que há a possibilidade de o legislador prever outras figuras 
tipicamente penais em leis penais especiais (extravagantes). 
 
29. SALÁRIO MÍNIMO 
É estranho esse dispositivo no CPM, pois não há previsão legal de pena 
pecuniária (em dinheiro) de multa nessa legislação. 
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A Constituição Federal, no seu art. 7º, IV veda a vinculação do salário 
mínimo para qualquer fim. 
Apesar disso tudo, está escrito: “Para os efeitos penais, salário mínimo é o 
maior mensal vigente no país, ao tempo da sentença”. 
Podemos “usar” o salário mínimo apenas para alguns efeitos legais, tais 
como: furto atenuado, estelionato, dano atenuado. 
 
30. EQUIPARAÇÃO A COMANDANTE 
Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal 
militar, toda autoridade com função de direção. 
A doutrina interpreta a expressão “comandante” de forma mais ampla, 
designando-o como o responsável pela condução, instrução, preparo, 
emprego, disciplina, hierarquia de uma unidade, tropa ou fração desta. 
Nesse sentido, comandante é toda autoridade militar que exerce a soma 
de autoridade, deveres e responsabilidades na condução de homens ou na 
liderança de Organização Militar. 
O Comandante é a pessoa que ocupa o nível de direção de unidade militar 
e, portanto, é a autoridade tópica, de nível alto. 
 
31. CONCEITO DE SUPERIOR 
O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de 
igual posto ou graduação, considera-se superior, para efeito da aplicação 
da lei penal militar. 
O comandante é a autoridade tópica, ou seja, aquele que está no topo de 
uma unidade militar. É noção prática, real, efetiva. 
A noção de “superior” é mais teórica, geral, pois o “superior” pressupõe 
hierarquia. Onde tem um “superior”, tem um “inferior”, pois a carreira 
militar é feita de escalonamento de cargos, postos e graduações. 
 
32. CRIMES PRATICADOS EM PREJUÍZO DE PAÍS ALIADO 
Ficam sujeitos às disposições do CPM os crimes praticados em prejuízo de 
país em guerra contra país inimigo do Brasil: 
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● Se o crime é praticado por brasileiro; 
● Se o crime é praticado no território nacional, ou em território 
estrangeiro, militarmente ocupado por força brasileira, qualquer que 
seja o agente. 
Isso não faz do país em guerra aliado automático do Brasil, mas dá 
segurança jurídica e política nas relações do Brasil e o outro país em 
guerra. 
 
33. CRIME PRATICADO EM PRESENÇA DO INIMIGO 
Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quando o fato ocorre em 
zona de efetivas operações militares, ou na iminência ou em situação de 
hostilidade. 
A ideia da “presença do inimigo” é teórica. A regra deste tópico 
representa, tão-somente, margem de segurança. 
O critério adotado na regra supracitada é o temporal. A condição é 
verificada ao tempo em que o crime for praticado, desde que o contexto 
se realize em efetivas operações militares OU na iminência de situação de 
hostilidade. 
 
34. REFERÊNCIA A "BRASILEIRO" OU "NACIONAL" 
Quando a lei penal militar se refere a "brasileiro" ou "nacional", 
compreende as pessoas enumeradas como brasileiros na Constituição do 
Brasil. 
Nesse sentido, temos que consultar o art. 12 da CF: 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde 
que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde 
que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a 
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residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, 
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas 
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um 
ano ininterrupto e idoneidade moral; 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República 
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver 
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos 
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. 
 
35. ESTRANGEIROS 
Para os efeitos da lei penal militar, são considerados estrangeiros os 
apátridas e os brasileiros que perderam a sua respectiva condição de 
nacionalidade. 
 
36. CASOS DE PREVALÊNCIA DO CÓDIGO PENAL MILITAR 
Os crimes contra a segurança externa do país ou contra as instituições 
militares, definidos no CPM, excluem os da mesma natureza definidos em 
outras leis. 
ORA, se o crime é militar, o direito penal militar é aplicado. Trata-se de 
uma aplicação prática e direta do princípio da especialidade, pois lei 
especial (específica, especializada) prevalece sobre lei geral. 
 
37. DAS QUESTÕES GABARITADAS E COMENTADAS 
1. A lei penal militar excepcional ou temporária possui 
disciplinamento diverso do contido no Código Penal (CP) 
comum, uma vez que preconiza, de forma expressa, a 
ultratividade da norma e impõe a incidência da retroatividade 
da lei penal mais benigna. (CESPE - 2011 - STM - Analista 
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Comentários: 
Queridos alunos, o que é ultratividade? A ultratividade é instituto 
jurídico segundo o qual a lei excepcional ou a lei temporária continuam 
válidas e eficazes para os fatos praticados durante a vigência dessas 
leis. 
Vamos a um exemplo: 
Suponhamos que a Lei X teve a sua vigência de 1º de janeiro de 2003 
a 31 de dezembro de 2003. É exemplo de lei temporária. Durou 
exatamente 1 ano. 
OK... 
Agora, vamos supor que no ano de 2005 determinado fato-crime foi 
“descoberto” e, feito o inquérito penal militar, chegou-se à confirmação 
de que o fato foi praticado exatamente em 2003. 
Pergunto: quando foi que a Lei X foi revogada? 
A Lei X foi revogada em 31 de dezembro de 2003. 
O juiz militar pode aplicar a Lei X ao caso? 
Sim! Pois o fato foi praticado durante a vigência da Lei X. 
Como se chama a hipótese de se aplica determinada lei a um caso, 
mesmo após a sua revogação? 
Esse “fenômeno” jurídico se chama ultratividade. 
Qual o erro da questão acima? 
À lei penal temporária ou excepcional aplica-se a ultratividade. O art. 
4º do CPM não impõe a regra da retroatividade. 
 
Gabarito: ERRADO. 
2. A norma penal militar tem que ser mais severa que a norma 
penal comum. 
 
Comentários: 
A severidade da norma penal militar encontra amparo nos princípios da 
hierarquia e da disciplina, sendo, por essa razão, incompatível com os 
institutos despenalizadores da legislação penal comum. 
 
Gabarito: CERTO. 
3. Aplica-se o princípio da ubiquidade para o caso de crimes contra 
a segurança externa do Brasil ou contra as instituições 
militares. 
 
Comentários: 
Nesse caso, o CPM, no seu art. 28, diz que prevalece a legislação 
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militar. Bem, isso não tem nada a ver com o princípio da ubiquidade. 
Aplica-se aqui o princípio da especialidade, pois a legislação militar é 
considerada especial em relação à legislação comum. 
 
Gabarito: ERRADO. 
4. Considere que um militar em atividade se ausente de sua 
unidade por período superior a quinze dias, sem a devida 
autorização, sendo que, no decorrer de sua ausência, lei nova, 
mais severa e redefinindo o crime de deserção, entre em vigor. 
Nessa situação, será aplicada a lei referente ao momento da 
conduta de se ausentar sem autorização, porquanto o CPM 
determina o tempo do crime de acordo com a teoria da 
atividade. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área 
Judiciária – Específicos) 
 
Comentários: 
Sim, o art. 5º do CPM aplicou a Teoria da Atividade. Isso é verdade! 
Tanto assim que o tempo do crime corresponde àquele em que a 
conduta foi praticada. 
Mas, a hipótese aqui desenvolvida trata de crime continuado. Tanto 
assim que o comando da questão fala “... no decorrer de sua 
ausência...”. Nesse espaço de tempo, veio lei mais severa. Nesse caso, 
não se deve aplicar a lei mais branda. 
Em relação a crime continuado, existe um entendimento do Supremo 
Tribunal Federal que diz o seguinte: 
“A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade 
ou permanência delitiva”. Essa é a Súmula 711 do STF. 
Como no caso acima, então, a nova lei veio durante a continuidade 
delitiva do crime, aplica-se a nova lei, ainda que seja para piorar a 
situação do réu. Não se aplica a lei no momento da ausência da pessoa 
indicada no comando da questão. 
 
Gabarito: ERRADO. 
5. Considere que, em conluio, um servidor público civil lotado nas 
forças armadas e um militar em serviço tenham-se recusado a 
obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de 
serviço. Nessa situação, somente o militar é sujeito ativo do 
delito de insubordinação, que é considerado crime propriamente 
militar, o que exclui o civil, mesmo na qualidade de coautor. 
(CESPE - 2010 - DPU - Defensor Público) 
 
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Comentários: 
Segundo Rogério Wagner Pinto, como crime propriamente militar 
entende-se a infração penal, prevista no Código Penal Militar, específica 
e funcional do ocupante do cargo militar, que lesiona bens ou 
interesses das instituições militares, no aspecto particular da disciplina, 
da hierarquia, do serviço e do dever militar. 
A insubordinação é crime propriamente militar e só pode ser praticado 
por militar. 
Lembre-se de que o assemelhado era o servidor público civil sujeito à 
administração militar. Essa “figura” não existe mais. 
 
Gabarito: CERTO. 
6. De acordo com a legislação penal militar, em tempo de paz, são 
considerados crimes comuns e são julgados pelo tribunal do júri 
os crimes dolosos contra a vida cometidos por militar contra 
civil. 
(CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário: Área Judiciária) 
 
Comentários: 
O art. 9º do CPM, de fato, diz que os crimes dolosos, contra a vida, 
quando praticados por militares, contra civis, devem ser processados e 
julgados pela justiça comum. Por isso são crimes comuns. 
 
Gabarito: CERTO. 
7. De acordo com a legislação penal militar, os crimes culposos 
contra a vida, em tempo de paz, praticados por militar em 
serviço são considerados crimes militares. (CESPE - 2004 - STM 
- Analista Judiciário - Área Judiciária) 
 
Comentários: 
Essa questão deve ser interpretada restritivamente, pois o examinador 
não deu muitos detalhes. O fato é que em tempos de paz, devemos 
aplicar o art. 9º do CPM. O crime doloso contra a vida é da 
competência constitucional do tribunal do júri, na justiça comum. No 
entanto, o comando da questão acima falou em CRIME CULPOSO. 
Nesse caso, no contexto desta questão, o crime fica no âmbito da 
justiça militar. 
 
Gabarito: CERTO. 
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8. É crime contra a ordem administrativa militar o uso de 
documento falso com o objetivo de fazer o sujeito ingressar nos 
quadros das Forças Armadas. 
 
Comentários: 
Configuração, em tese, de crime militar, à luz do art. 9º, inciso III, 
letra "a", do Código Penal Militar - Art. 315 do CPM – DOCUMENTO 
FALSO, em princípio, perpetrado com o intuito de enganar a 
Administração Militar e ingressar nas Forças Armadas. - Rejeitada a 
arguição de incompetência da Justiça Militar da União 
 
Gabarito: CERTO. 
9. Em relação ao tempo do crime, o Código Penal Militar adotou a 
teoria da atividade. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - 
Execução de Mandados – Específicos) 
 
Comentários: 
A Teoria da Atividade (também chamada de teoria da ação) foi 
realmente a teoria adotada no direito penal militar, haja vista o 
disposto no art. 5º do CPM. 
Nesse sentido, considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que seja outro o momento do resultado do crime. 
 
Gabarito: CERTO. 
10. Mário, aos 18 anos de idade, apresentou-se à Marinha para o 
serviço militar obrigatório. Após alguns dias, em serviço, veio a 
praticar um crime. No entanto, ao fazer o inquérito policial 
militar, descobriu-se que o seu ato de incorporação estava com 
defeito jurídico, pois assinado por autoridade incompetente 
para tal. Mário não está sujeito à jurisdição penal militar. 
 
Comentários: 
Mário está sujeito sim à jurisdição militar. Ocorre que o citado defeito 
foi descoberto após a prática do crime. Aplica-se a Teoria da Aparência, 
pois Mário estava, sinceramente, agindo como militar, no contexto 
militar, ainda que o defeito não valide juridicamente sua incorporação. 
Vamos lembrar que o art. 14 do CPM DIZ QUE O DEFEITO DO ATO DE 
INCORPORAÇÃO NÃO EXCLUI A APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR. O 
DEFEITO DO ATO DE INCORPORAÇÃO SÓ AFASTARIA A APLICAÇÃO DA 
LEI PENAL MILITAR NA HIPÓTESE DE O DEFEITO TER SIDO ALEGADO 
OU CONHECIDO ANTES DA PRÁTICA DO CRIME. 
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Gabarito: ERRADO. 
11. Na regra, o civil não pratica crime militar. Se vier a praticá-lo, 
não poderá ser tratado como se fosse um militar, sob pena de 
violação do princípio da isonomia. 
 
Comentários: 
O civil não pode ser considerado sujeito ativo de crime propriamente 
militar, porquanto não se sujeita à hierarquia e disciplina, as quais 
somente podem ser afrontadas pelo militar. Quando praticam delitos 
acidentalmente militares, civil e soldado devem receber o mesmo 
tratamento para fins de concessão de benefícios e imposição de 
vedações, sob pena de afronta ao princípio da isonomia. É justamente 
o princípio da isonomia que determina o mesmo tratamento ao civil e 
ao militar na análise da dinâmica do fato-crime, salvo se a condição de 
militar seja elementar essencial do tipo penal. 
 
Gabarito: ERRADO. 
12. No Código Penal Militar, para efeitos de incidência da norma 
penal castrense, consideram-se como extensão do território 
nacional as aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se 
encontrem, sob comando militar ou militarmente utilizados ou 
ocupados por ordem legal de autoridade competente, ainda que 
de propriedade privada. É também aplicável a lei penal militar 
ao crime praticado a bordo de aeronaves ou navios 
estrangeiros, desde que em lugar sujeito à administração 
militar, e o crime atente contra as instituições militares. (CESPE 
- 2011 - STM - Analista Judiciário - Execução de Mandados - 
Específicos) 
 
Comentários: 
Essa questão está exatamente de acordo com o disposto no art. 7º do 
Código Penal Militar. 
 
Gabarito: CERTO. 
13. O agente que, sendo civil, de forma agressiva, desobedece a 
ordem dada por um militar em serviço, em operação da Força de 
Pacificação, no Complexo do Alemão. Nessa circunstância, é 
incompetente a justiça militar da União para o processamento e 
julgamento do caso. 
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Comentários: 
O agente responde à Ação Penal Militar como incurso nas penas do art. 
301 do CPM, sob a imputação de que, de forma agressiva, teria 
desobedecido à ordem de parar dada pelos militares que se 
encontravam no exercício de suas atribuições legais, pois participavam 
da operação denominada Força de Pacificação, zelando pela integridade 
da população do Complexo do Alemão. 
Não se configura constrangimento ilegal à liberdade do agente o 
regular processamento do feito, considerando que o referido delito a 
ele imputado está descrito na legislação penal castrense e trata-se de 
crime contra a Administração Militar, praticado por Civil fora de lugar 
sujeito à Administração Militar, contra militares no exercício da 
preservação da ordem pública (art. 9º, inciso III, alínea "d", do CPM), 
não podendo prosperar a tese referente à incompetência da Justiça 
Militar da União para processar e julgar o feito. 
 
Gabarito: ERRADO. 
14. O artigo 9º do Código Penal Militar trata das hipóteses de 
incidência da Lei Penal Militar em tempo de paz. Analise os 
fatos abaixo: 
“Num final de semana, um Coronel da Ativa Y viaja de férias 
para Poços de Caldas/MG e encontra o Tenente da Reserva 
PMMG X, que fora seu subordinado e desafeto. 
Inesperadamente, o Tenente X agride o Coronel Y na saída do 
hotel em que estavam hospedados.” 
 
Assinale a alternativa CORRETA: 
a) A atitude do Tenente X configura crime militar, mas por se 
tratar de oficial da reserva o autor, o processo tramitará na 
Justiça Comum. 
b) A atitude do Tenente X configura crime militar, por se tratar 
de crime de militar para militar e o processo tramitará na 
Justiça Militar. 
c) A atitude do Tenente X não configura crime militar, mas o 
processo tramitará na Justiça Militar por se tratar de crime de 
militar para militar. 
d) A atitude do Tenente X não configura crime militar, mas sim 
crime comum, e o processo tramitará na Justiça Comum. 
(FUMARC - 2011 - PM-MG - Oficial da Polícia Militar) 
 
Comentários: 
Por que a conduta do Tenente X não se sujeita à legislação penal 
militar? Repare que o Tenente X está na reserva. Nesse caso, ele é 
Curso de Direito Penal Militar para a PMDF 
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considerado um “civil” (não militar). 
A questão não deu mais detalhes e, por isso, no seu contexto, temos 
um fato-crime praticado por um civil. A competência é da justiça 
comum. 
 
Gabarito: LETRA “D”. 
15. O civil que pratica o crime de furto de quantia em dinheiro 
pertencente a instituição militar comete, de acordo com a 
legislação penal militar, crime militar. (CESPE - 2004 - STM - 
Analista Judiciário - Área Judiciária) 
 
Comentários: 
Neste caso o crime é sim considerado militar, pois praticado contra a 
instituição militar. O critério aqui utilizado para definir o crime militar é 
o ratione loci, ou seja, em razão do lugar do crime. 
Considerando que o crime violou um bem de interesse da instituição 
militar, o crime será considerado militar. 
 
Gabarito: CERTO. 
16. O crime doloso contra a vida (homicídio) praticado por militar, 
contra militar, é da competência do tribunal do júri, devendo, 
então, ser processado e julgado pela justiça comum. 
 
Comentários: 
O critério para designar a competência atinentea crimes militares tem 
fundamento no CPM, que os define. O crime praticado por militar da 
ativa contra militar da ativa é considerado crime militar, por força do 
previsto no artigo 9º, inciso II, letra "a", do CPM, dentro da 
competência da Justiça Militar da União. A condição de militar do 
agente e da vítima, no caso, é o que caracteriza o crime militar, 
independe, pois, de qualquer relação da motivação do crime com a 
disciplina e hierarquia militares. 
Vamos lembrar que o art. 9º, parágrafo único, do CPM afirma que os 
crimes dolosos contra a vida poderão ir para a justiça comum SE 
COMETIDOS CONTRA UM CIVIL. 
 
Gabarito: ERRADO. 
17. O critério de definição do crime militar, tipo: “ratione loci”, vale 
dizer, em razão do lugar do crime, não pode pretender a 
punição de pessoa civil (não-militar), ainda que a conduta viole 
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patrimônio sob a Administração Militar. 
 
Comentários: 
Compete à Justiça Especializada Militar e não à Justiça Federal Comum 
processar e julgar a obtenção de vantagem ilícita decorrente do desvio 
de recursos pertencentes à Fazenda Nacional que estavam sob à 
Administração Militar. 
O crime praticado por civil é considerado crime militar quando atinge 
as instituições militares, compreendendo como tal o praticado contra o 
patrimônio sob Administração Militar (art. 9º, inciso III, alínea "a", do 
CPM). 
 
Gabarito: ERRADO. 
18. O uso de documento falso em licitação promovida pela 
Administração Militar é crime militar, pois viola o patrimônio 
dessa Administração Militar. 
 
Comentários: 
O uso de documento falso em licitação promovida pela Administração 
Militar enquadra-se nos tipos penais previstos nos artigos 90 e 93 da 
Lei nº 8.666/93. A fraude na licitação atenta contra a Fazenda 
Nacional. Competência da Justiça Federal Criminal, em razão da 
matéria. 
Observe que se o problema for apenas de procedimentos licitatórios, 
ainda não houve pagamento e, portanto, não há violação patrimonial 
de um bem da Administração Militar. 
De fato, a competência para o caso é da justiça comum (federal). 
 
Gabarito: ERRADO. 
19. Se um civil estiver no quartel militar e desfere a um militar em 
serviço ofensas graves, por ser pessoa não-militar, responderá 
por crime, sob a competência da justiça comum. 
 
Comentários: 
Ação praticada por civil, em local sujeito à Administração Militar, contra 
militar em serviço constitui, em tese, crime militar (CRITÉRIOS: ratione 
loci e ratione materiae). 
A competência, portanto, é da justiça militar. 
 
Gabarito: ERRADO. 
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20. Zhandra, filha de militar reformado que veio a falecer num 
acidente em viagem de férias, sacou dezenas de benefícios 
previdenciários do pai, porque tinha conta conjunta, deixando 
de avisar a administração militar do ocorrido. Ainda que 
Zhandra seja civil, responde pela legislação penal militar. 
 
Comentários: 
Compete à Justiça Militar da União processar e julgar o crime de 
estelionato previdenciário praticado por civil, se lesado o patrimônio 
administrado pelas Forças Armadas. 
O julgamento de civis pela Justiça Militar da União não fere o princípio 
do juiz natural e nem desrespeita a Convenção Interamericana de 
Direitos Humanos, pois a competência da Justiça Militar foi definida na 
Constituição Federal e no Código Penal Militar. 
Comete o crime de estelionato previdenciário, quem se aproveita e 
movimenta a conta bancária de ex-pensionista falecido mesmo que 
também seja correntista da mesma conta. 
Em casos semelhantes, há julgados no STM, no seguinte sentido: 
 
“Segundo o IPM – Inquérito Policial Militar, após o falecimento de ex-
servidor civil aposentado, o Exército Brasileiro o manteve em folha de 
pagamento por desconhecimento do óbito, período no qual a conta 
corrente em que eram depositados os proventos de aposentadoria 
sofreu diversos saques, gerando considerável prejuízo ao erário. 
Descrição, em tese, de crime militar contra o patrimônio sob 
Administração Militar. Materialidade comprovada e autoria confessada 
pela filha do ex-servidor, que era sua procuradora e participou 
tardiamente o seu falecimento à Administração Militar. Suposta 
conduta que, consoante jurisprudência deste Tribunal, subsume-se ao 
art. 251 do CPM (estelionato)”. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
38. LISTA DE QUESTÕES DESENVOLVIDAS NA AULA DE HOJE 
1. A lei penal militar excepcional ou temporária possui disciplinamento 
diverso do contido no Código Penal (CP) comum, uma vez que 
preconiza, de forma expressa, a ultratividade da norma e impõe a 
incidência da retroatividade da lei penal mais benigna. (CESPE - 2011 - 
STM - Analista Judiciário - Execução de Mandados – Específicos) 
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2. A norma penal militar tem que ser mais severa que a norma penal 
comum. 
3. Aplica-se o princípio da ubiquidade para o caso de crimes contra a 
segurança externa do Brasil ou contra as instituições militares. 
4. Considere que um militar em atividade se ausente de sua unidade por 
período superior a quinze dias, sem a devida autorização, sendo que, 
no decorrer de sua ausência, lei nova, mais severa e redefinindo o 
crime de deserção, entre em vigor. Nessa situação, será aplicada a lei 
referente ao momento da conduta de se ausentar sem autorização, 
porquanto o CPM determina o tempo do crime de acordo com a teoria 
da atividade. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária 
– Específicos) 
5. Considere que, em conluio, um servidor público civil lotado nas forças 
armadas e um militar em serviço tenham-se recusado a obedecer a 
ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço. Nessa 
situação, somente o militar é sujeito ativo do delito de insubordinação, 
que é considerado crime propriamente militar, o que exclui o civil, 
mesmo na qualidade de coautor. (CESPE - 2010 - DPU - Defensor 
Público) 
6. De acordo com a legislação penal militar, em tempo de paz, são 
considerados crimes comuns e são julgados pelo tribunal do júri os 
crimes dolosos contra a vida cometidos por militar contra civil. 
(CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário: Área Judiciária) 
7. De acordo com a legislação penal militar, os crimes culposos contra a 
vida, em tempo de paz, praticados por militar em serviço são 
considerados crimes militares. (CESPE - 2004 - STM - Analista 
Judiciário - Área Judiciária) 
8. É crime contra a ordem administrativa militar o uso de documento falso 
com o objetivo de fazer o sujeito ingressar nos quadros das Forças 
Armadas. 
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9. Em relação ao tempo do crime, o Código Penal Militar adotou a teoria 
da atividade. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Execução de 
Mandados – Específicos) 
10. Mário, aos 18 anos de idade, apresentou-se à Marinha para o serviço 
militar obrigatório. Após alguns dias, em serviço, veio a praticar um 
crime. No entanto, ao fazer o inquérito policial militar, descobriu-se que 
o seu ato de incorporação estava com defeito jurídico, pois assinado 
por autoridade incompetente para tal. Mário não está sujeito à 
jurisdição penal militar. 
11. Na regra, o civil não pratica crime militar.Se vier a praticá-lo, não 
poderá ser tratado como se fosse um militar, sob pena de violação do 
princípio da isonomia. 
12. No Código Penal Militar, para efeitos de incidência da norma penal 
castrense, consideram-se como extensão do território nacional as 
aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se encontrem, sob 
comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem 
legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada. É 
também aplicável a lei penal militar ao crime praticado a bordo de 
aeronaves ou navios estrangeiros, desde que em lugar sujeito à 
administração militar, e o crime atente contra as instituições militares. 
(CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Execução de Mandados - 
Específicos) 
13. O agente que, sendo civil, de forma agressiva, desobedece a ordem 
dada por um militar em serviço, em operação da Força de Pacificação, 
no Complexo do Alemão. Nessa circunstância, é incompetente a justiça 
militar da União para o processamento e julgamento do caso. 
14. O artigo 9º do Código Penal Militar trata das hipóteses de incidência da 
Lei Penal Militar em tempo de paz. Analise os fatos abaixo: 
“Num final de semana, um Coronel da Ativa Y viaja de férias para 
Poços de Caldas/MG e encontra o Tenente da Reserva PMMG X, que 
fora seu subordinado e desafeto. Inesperadamente, o Tenente X agride 
o Coronel Y na saída do hotel em que estavam hospedados.” 
 
Assinale a alternativa CORRETA: 
a) A atitude do Tenente X configura crime militar, mas por se tratar de 
oficial da reserva o autor, o processo tramitará na Justiça Comum. 
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b) A atitude do Tenente X configura crime militar, por se tratar de 
crime de militar para militar e o processo tramitará na Justiça Militar. 
 
c) A atitude do Tenente X não configura crime militar, mas o processo 
tramitará na Justiça Militar por se tratar de crime de militar para 
militar. 
d) A atitude do Tenente X não configura crime militar, mas sim crime 
comum, e o processo tramitará na Justiça Comum. (FUMARC - 2011 - 
PM-MG - Oficial da Polícia Militar) 
15. O civil que pratica o crime de furto de quantia em dinheiro pertencente 
a instituição militar comete, de acordo com a legislação penal militar, 
crime militar. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área 
Judiciária) 
16. O crime doloso contra a vida (homicídio) praticado por militar, contra 
militar, é da competência do tribunal do júri, devendo, então, ser 
processado e julgado pela justiça comum. 
17. O critério de definição do crime militar, tipo: “ratione loci”, vale dizer, 
em razão do lugar do crime, não pode pretender a punição de pessoa 
civil (não-militar), ainda que a conduta viole patrimônio sob a 
Administração Militar. 
18. O uso de documento falso em licitação promovida pela Administração 
Militar é crime militar, pois viola o patrimônio dessa Administração 
Militar. 
19. Se um civil estiver no quartel militar e desfere a um militar em serviço 
ofensas graves, por ser pessoa não-militar, responderá por crime, sob 
a competência da justiça comum. 
20. Zhandra, filha de militar reformado que veio a falecer num acidente em 
viagem de férias, sacou dezenas de benefícios previdenciários do pai, 
porque tinha conta conjunta, deixando de avisar a administração 
militar do ocorrido. Ainda que Zhandra seja civil, responde pela 
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*** 
Despeço-me de todos com um abraço grande!... Bons 
estudos!... Obrigada por sua presença nesta aula 
demonstrativa! Espero ver você na próxima aula e nos 
fóruns, combinado? Professora Tatiana Santos. 
PS: ACOMPANHE OS ARTIGOS QUE PUBLICO A RESPEITO DOS 
TEMAS DO NOSSO CURSO!

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