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Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 34 AULA 02: Penas Principais, Penas Acessórias, Efeitos da Condenação SUMÁRIO PÁGINA 1. MATÉRIA DA AULA DE HOJE 2 2. QUESTÕES EXTRAS DA MATÉRIA DAS AULAS ANTERIORES 2 3. LISTA 1 DAS QUESTÕES DESENVOLVIDAS 8 4. GABARITO 1 11 5. DAS PENAS PRINCIPAIS 11 6. PENA DE MORTE 12 7. COMUNICAÇÃO 13 8. MÍNIMOS E MÁXIMOS GENÉRICOS 13 9. PENA ATÉ DOIS ANOS IMPOSTA A MILITAR 14 10. SEPARAÇÃO DE PRAÇAS ESPECIAIS E GRADUADAS 14 11. PENA DO ASSEMELHADO 15 12. PENA DOS NÃO ASSEMELHADOS 15 13. PENA SUPERIOR A DOIS ANOS, IMPOSTA A MILITAR 15 14. PENA PRIVATIVA DA LIBERDADE IMPOSTA A CIVIL 16 15. CUMPRIMENTO EM PENITENCIÁRIA MILITAR 16 16. PENA DE IMPEDIMENTO 16 17. PENA SUSPENSÃO EXERCÍCIO POSTO, GRADUAÇÃO, CARGO ou FUNÇÃO 16 18. CASO DE RESERVA, REFORMA OU APOSENTADORIA 17 19. PENA DE REFORMA 17 20. SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL 17 21. TEMPO COMPUTÁVEL 18 22. TRANSFERÊNCIA DE CONDENADOS 18 23. DAS PENAS ACESSÓRIAS 18 24. FUNÇÃO PÚBLICA EQUIPARADA 19 25. PERDA DE POSTO E PATENTE 19 26. INDIGNIDADE PARA O OFICIALATO 20 27. INCOMPATIBILIDADE COM O OFICIALATO 21 28. EXCLUSÃO DAS FORÇAS ARMADAS 21 29. PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA 21 30. INABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA 21 31. TERMO INICIAL 22 32. SUSPENSÃO DO PÁTRIO PODER, TUTELA OU CURATELA 22 33. SUSPENSÃO PROVISÓRIA 22 34. SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS 22 35. IMPOSIÇÃO DE PENA ACESSÓRIA 22 Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 34 36. TEMPO COMPUTÁVEL 23 37. DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO 23 38. LEGISLAÇÃO ESTUDADA NA AULA DE HOJE 23 39. DAS QUESTÕES GABARITADAS E COMENTADAS (LISTA 2) 26 40. LISTA 2 DAS QUESTÕES DESENVOLVIDAS 31 41. GABARITO 2 33 1. MATÉRIA DA AULA DE HOJE Aula 02 (23/01/2013): 5. Das penas principais. 6. Das Penas acessórias. 7. Efeitos da condenação. 2. QUESTÕES EXTRAS DA MATÉRIA DAS AULAS ANTERIORES As questões a seguir complementam a matéria dada até o momento. Vejam. Após, o conteúdo da matéria da aula de hoje. 1. A respeito da relação de causalidade, considere as teorias abaixo propostas pela doutrina: I. Teoria da causalidade adequada: um determinado evento só será produto da ação humana quando esta tiver sido apta e idônea a gerar o resultado. II. Teoria da equivalência das condições: quaisquer das condições que compõem a totalidade dos antecedentes é causa do resultado, pois a sua inocorrência impediria produção do evento. III. Teoria da imputação objetiva: só pode ser imputado ao agente a prática de um resultado delituoso quando o seu comportamento tiver criado, realmente, um risco não tolerado, nem permitido, ao bem jurídico. O Código Penal brasileiro adotou a (s) teoria (s) indicada (s) APENAS em a) I. b) I e II. c) I e III. d) II. e) II e III (FCC - 2011 - NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO – Advogado) Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 34 Comentários: De fato, para explicar a relação de causalidade, também chamada de “nexo causal”, a doutrina penal constrói a Teoria dos Equivalentes dos Antecedentes Causais, também chamada de Teoria da Equivalência das Condições. Tudo o que ocorre antes do crime é causa dele. Mas, só é imputável o agente que praticou a última causa. Por exemplo: se uma faca não tivesse sido produzida, poderia não matar alguém. Mas só é responsabilizado o agente que usou a faca para matar e não o fabricante da faca. Gabarito: LETRA “D”. 2. A respeito dos elementos do crime, é correto afirmar que a) o crime cujo tipo descreve conduta comissiva não pode ser praticado por omissão. b) o nexo de causalidade é a ligação entre a vontade do agente e a conduta delituosa. c) o resultado pode se restringir ao perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal. d) tipicidade é a relação entre a ação delituosa e o resultado almejado pelo agente. e) não exclui a imputação a superveniência de causa relativamente independente que por si só produziu o resultado. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário - Área Judiciária - e Administrativa) Comentários: A conduta comissiva é aquela conduta por ação. Conforme a doutrina, existem crimes omissivos próprios e impróprios. Nos crimes omissivos próprios a relevância do comportamento negativo já é prevista no tipo penal. Nos crimes omissivos próprios o tipo penal contém verbos do tipo “deixar”, “retardar”, “omitir” etc. Nos crimes omissivos impróprios, o verbo da incriminação é positivo (conduta comissiva), MAS O RESULTADO LESIVO TAMBÉM PODE SER PRODUZIDO POR UMA INAÇÃO. Por isso, o item A está errado. O item B está errado, pois o nexo de causalidade é uma ligação sim, mas entre a conduta do agente e o resultado danoso. Sim, o item está correto, pois, de fato, o resultado pode referir-se, em determinados crimes, apenas ao perigo de lesão de um determinado Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 34 valor jurídico. Nesse sentido, há crimes de perigo. Nesses casos, não há resultado naturalístico (resultado material, físico, visível, real), mas apenas perigo. Tipicidade significa a adequação do tipo penal em abstrato ao fato- crime real. É a subunção. É a aplicação correta da lei penal ao caso concreto. Por sua vez, a relação entre a ação delituosa e o resultado almejado pelo agente é o nexo de causalidade. O item E está errado, pois a superveniência de causa relativamente independente que por si só produziu o resultado gera sim responsabilidade a quem praticou os atos anteriores. Por exemplo: vamos supor que uma criminoso entra num táxi e aponta uma arma na cabeça do taxista, anunciando um assalto, gerando a morte do taxista por infarto, em face do susto que ele levou. O infarto é causa relativamente independente, pois se não fosse o susto, o taxista não teria morrido. Olha só a regra penal: “A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores, imputam-se, entretanto, a quem os praticou” (art. 29, §1º, CPM). Então, como você pode ver, há responsabilidade imputável (atribuível) a quem praticou os atos anteriores. Há uma responsabilidade do assaltante que apontou a arma para o taxista. Gabarito: LETRA “C”. 3. A tipicidade, elemento do fato típico, é a correspondência entre o fato praticado pelo agente e a descrição de cada espécie de infração contida na lei penal incriminadora, de modo que, sem tipicidade, não há antijuridicidade penal, pois, comportadas as exclusões legais, todo fato típico é antijurídico. (CESPE - 2009 - SEJUS-ES - Agente Penitenciário) Comentários: Muito interessante essa questão, pois, define exatamente o que é “tipicidade”. Vamos lembrar o seguinte: CRIME = FATO TÍPICO + FATO ANTIJURÍDICO. FATO TÍPICO = CONDUTA + RESULTADO + NEXO CAUSAL + TIPICIDADE. Em linhas gerais, todos esses elementos do “fato típico” reproduzem o comportamento humano descrito em lei como infração penal (crime ou contravenção). TIPICIDADE = é sim um dos elementos do fato típico. A tipicidade é a Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 34 correspondência entre a “teoria” e a “prática”. A teoria está escrita na lei. A prática é o fato-crime. Quando as duas coisas se ligam corretamente, temos a tipicidade. Se a tipicidade estiver ok, é porque os elementos anteriores também estão ok. Então, configura-se o fato típico e, com isso, a antijuridicidade. Gabarito: CERTO. 4. Fato típico é a) a modificação do mundo exterior descrita em norma legal vigente. b) a descrição constante da norma sobre o dever jurídico de agir. c) a ação esperada do ser humano em face de uma situação de perigo. d) o comportamento humano descrito em lei como crime ou contravenção. e) a possibilidade prevista em lei do exercício de uma conduta ilícita. (FCC - 2009 - MPE-SE - Técnico do Ministério Público – Área Administrativa) Comentários: Crime é fato típico e antijurídico (para os adeptos da Teoria Bipartide). Agora, vamos por em ordem as definições descritas nesta questão. A modificação do mundo exterior corresponde ao resultado do crime. A descrição constante da norma corresponde à legalidade do crime, relativamente à sua tipicidade. A ação esperada de um ser humano diante de uma situação de perigo pode ser entendida como sendo “inexigibilidade de conduta diversa”. A possibilidade do exercício de conduta ilícita pode ser vista como sendo as hipóteses de exclusão de ilicitude. Então, de fato, o item D é o gabarito, pois o comportamento humano descrito como crime ou contravenção = FATO TÍPICO. Gabarito: LETRA “D”. 5. No estado de necessidade, a) há necessariamente reação contra agressão. b) o agente responderá apenas pelo excesso culposo. c) deve haver proporcionalidade entre a gravidade do perigo Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 34 que ameaça o bem jurídico e a gravidade da lesão causada. d) a ameaça deve ser apenas a direito próprio. e) inadmissível a modalidade putativa. (FCC - 2011 - TCE-SP – Procurador) Comentários: a) ERRADO. A reação contra agressão só será necessariamente considerada nas hipóteses de legítima defesa. b) ERRADO. No estado de necessidade, o agente responde também pelo excesso doloso. c) CERTO. Sim, a reação do agente, em estado de necessidade, deve ser proporcional entre a gravidade do perigo e a sua forma de defesa. d) ERRADO. Conforme a legislação, no estado de necessidade, a ameaça pode ser de “direito alheio”. e) ERRADO Conforme a doutrina, é possível sim o estado de necessidade na modalidade putativa, ou seja, “estado de necessidade imaginário”. Gabarito: LETRA “C”. 6. No que concerne aos elementos do crime, é correto afirmar que a) não há crime sem ação. b) os animais irracionais podem ser sujeitos ativos de crimes. c) o sujeito passivo material de um delito é o titular do bem jurídico diretamente lesado pela conduta do agente. d) não há crime sem resultado. e) só os bens jurídicos de natureza corpórea podem ser objeto material de um delito. (FCC - 2012 - TJ-PE - Técnico Judiciário - Área Judiciária - e Administrativa) Comentários: O item A está errado, pois existe sim crime sem ação. São os casos de crimes por omissão. O item B está errado, pois jamais animais podem ser sujeitos ativos de um crime. O item C está certo, pois define corretamente o sujeito passivo, ou seja, o criminoso. O item D está errado, pois existe sim crime sem resultado, ou seja, os crimes formais ou de mera conduta. O exemplo clássico é o crime de invasão de domicílio. O item E está errado, pois existem interesses incorpóreos que podem sim ser objetos da tutela jurídica. Como exemplo, posso citar a honra. A honra de uma pessoa é um bem jurídico incorpóreo e Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 34 que está tutelado pelo direito penal. Gabarito: LETRA “C”. 7. Sobre o crime, de acordo com o Código Penal, é correto afirmar: a) Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado dolosamente. b) Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta ou relativa do meio, é impossível consumar-se o crime. c) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena e, se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. d) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena e serão consideradas, neste caso, também, as condições ou qualidades da vítima. e) Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, ainda que não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. (FCC - 2012 - TRE-CE - Analista Judiciário - Área Administrativa) Comentários: O CPM, no art. 34, temos a seguinte regra: “Pelos resultados que agravam especialmente as penas só responde o agente quando os houver causado, pelo menos, culposamente”. Por essa razão, o item “a” está errado. Mas... ... ... Qual o sentido jurídico do art. 34? Imaginemos dois resultados e 1 conduta. Imaginemos que uma pessoa quis quebrar a vidraça de uma igreja (dolo) e atira uma pedra nessa vidraça. Ocorrer que ao passar pela vidraça, a pedra atinge uma pessoa que estava dentro da igreja. Imaginemos que, nas circunstâncias do caso, fique provado que o agente não tinha o dolo de lesionar a pessoa dentro da igreja, mas o fato é que essa pessoa foi ferida, por culpa do agente. Então, 1 só conduta gerou dois resultados: 1º) a quebra da vidraça e, 2º) a lesão na pessoa. O resultado 1 chamaremos de resultado antecedente. O resultado 2 chamamos de consequente. Quando há dolo no antecedente e culpa no consequente, nós chamamos em Direito que ocorreu o preterdolo. O art. 34 diz que se houver, no consequente dolo ou culpa, o agente responde pela agravamento do resultado. Mas, se não ficar provado, ao menos, no consequente, a culpa, não há crime. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 34 O item B também está errado, pois art. 32 do COM diz que quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime, nenhuma pena é aplicável. O item B está escrito da ineficácia absoluta ou relativa do meio. Isso está errado. A tentativa não se pune por ineficácia ABSOLUTA do meio. O item C está certo. Reproduz exatamente o disposto no art. 21 do Código Penal Comum: “O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço”. O art. 37 do CPM diz que quando o agente, por erro de percepção ou no uso dos meios de execução, ou outro acidente, atinge uma pessoa em vez de outra, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela que realmente pretendia atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da vítima, mas as da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão do crime, e agravação ou atenuação da pena. ENTÃO, COMO DIZ A LEI PENAL, NÃO SERÃO CONSIDERADOS AS CONDIÇÕES E QUALIDADES DA VÍTIMA. Por que o item E está errado? Vejamos o que diz o art. 22 do CP. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coaçãoou da ordem. Repare que o item E fala em “... ainda que não manifestamente ilegal...”. Esse: “... ainda que...” não está na lei. O item E altera o sentido da lei penal sobre esse tópico. Esse “ainda que” dá a entender que tanto faz: a ordem pode ser manifestamente ilegal ou a ordem pode não ser manifestamente ilegal, pois ainda que manifestamente ilegal só seria punível o autor da coação ou da ordem. De outra sorte, há quem interprete que sempre o autor da coação ou da ordem será punível. Gabarito: LETRA “C”. 3. LISTA 1 DAS QUESTÕES DESENVOLVIDAS 1. A respeito da relação de causalidade, considere as teorias abaixo propostas pela doutrina: I. Teoria da causalidade adequada: um determinado evento só será produto da ação humana quando esta tiver sido apta e idônea a gerar o resultado. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 34 II. Teoria da equivalência das condições: quaisquer das condições que compõem a totalidade dos antecedentes é causa do resultado, pois a sua inocorrência impediria produção do evento. III. Teoria da imputação objetiva: só pode ser imputado ao agente a prática de um resultado delituoso quando o seu comportamento tiver criado, realmente, um risco não tolerado, nem permitido, ao bem jurídico. O Código Penal brasileiro adotou a (s) teoria (s) indicada (s) APENAS em a) I. b) I e II. c) I e III. d) II. e) II e III (FCC - 2011 - NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO – Advogado) 2. A respeito dos elementos do crime, é correto afirmar que a) o crime cujo tipo descreve conduta comissiva não pode ser praticado por omissão. b) o nexo de causalidade é a ligação entre a vontade do agente e a conduta delituosa. c) o resultado pode se restringir ao perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal. d) tipicidade é a relação entre a ação delituosa e o resultado almejado pelo agente. e) não exclui a imputação a superveniência de causa relativamente independente que por si só produziu o resultado. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário - Área Judiciária - e Administrativa) 3. A tipicidade, elemento do fato típico, é a correspondência entre o fato praticado pelo agente e a descrição de cada espécie de infração contida na lei penal incriminadora, de modo que, sem tipicidade, não há antijuridicidade penal, pois, comportadas as exclusões legais, todo fato típico é antijurídico. (CESPE - 2009 - SEJUS-ES - Agente Penitenciário) 4. Fato típico é a) a modificação do mundo exterior descrita em norma legal vigente. b) a descrição constante da norma sobre o dever jurídico de agir. c) a ação esperada do ser humano em face de uma situação de perigo. d) o comportamento humano descrito em lei como crime ou Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 34 contravenção. e) a possibilidade prevista em lei do exercício de uma conduta ilícita. (FCC - 2009 - MPE-SE - Técnico do Ministério Público – Área Administrativa) 5. No estado de necessidade, a) há necessariamente reação contra agressão. b) o agente responderá apenas pelo excesso culposo. c) deve haver proporcionalidade entre a gravidade do perigo que ameaça o bem jurídico e a gravidade da lesão causada. d) a ameaça deve ser apenas a direito próprio. e) inadmissível a modalidade putativa. (FCC - 2011 - TCE-SP – Procurador) 6. No que concerne aos elementos do crime, é correto afirmar que a) não há crime sem ação. b) os animais irracionais podem ser sujeitos ativos de crimes. c) o sujeito passivo material de um delito é o titular do bem jurídico diretamente lesado pela conduta do agente. d) não há crime sem resultado. e) só os bens jurídicos de natureza corpórea podem ser objeto material de um delito. (FCC - 2012 - TJ-PE - Técnico Judiciário - Área Judiciária - e Administrativa) 7. Sobre o crime, de acordo com o Código Penal, é correto afirmar: a) Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado dolosamente. b) Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta ou relativa do meio, é impossível consumar-se o crime. c) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena e, se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. d) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena e serão consideradas, neste caso, também, as condições ou qualidades da vítima. e) Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, ainda que não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. (FCC - 2012 - TRE-CE - Analista Judiciário - Área Administrativa) Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 34 4. GABARITO 1 1 2 3 4 5 6 7 LETRA D LETRA C CERTO LETRA D LETRA C LETRA C LETRA C ***** DA MATÉRIA DA AULA DE HOJE 5. DAS PENAS PRINCIPAIS O sistema de penas no Código Penal Militar subdivide-se em “penas principais” e “penas acessórias”. Se um fato é, realmente, crime (típico e antijurídico) e culpável, o agente ativo (o criminoso), após sentença penal transitada em julgado, merece a pena, vale dizer, sanção, a punição. Há três teorias que explicam a existência do sistema de penas: 1) Teoria da Retribuição: também chamada de Teoria Absoluta da Pena. Nesse caso, o objetivo da pena é a de punir, no sentido de retribuir o mal que o criminoso causou à vítima e à sociedade. É uma espécie de vingança pública para substituir a vingança privada. 2) Teoria Utilitária: também chamada de Teoria Relativa da Pena. Nesse caso, o objetivo da pena é a prevenção da conduta, ou seja, a tentativa de se evitar a ocorrência do delito no seio social. 3) Teoria Mista: também chamada de Teoria Conciliatória. Nesse caso, essa teoria corresponde à soma das outras duas. A pena é uma retribuição do mal causado e, ao mesmo tempo, elemento intimidador, pois previne a ocorrência de novos crimes. Vamos estudar nesta aula o sistema de pena, também chamada de punibilidade, começando pelas “penas principais”. Nesse sentido, o CPM diz claramente que as penas principais são: Morte; Reclusão (é pena privativa de liberdade, entre 1 ano e 30 anos); Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 34 Detenção; (é pena privativa de liberdade, definida no intervalo de 30 dias a 10 anos) Prisão (é pena privativa de liberdade, para casos mais simples); Impedimento (é pena restritiva de liberdade... não é prisão, mas medida de natureza ressocializadora por natureza); Suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função; Reforma. O sistema de penalidades deve ser interpretado restritivamente, pois essa é a lógica penal. Então, as penas principais indicadas acima são somente essas e não podem ser estendidas a outras hipóteses. A lista dos tipos de pena, como dizemos em Direito, é uma lista fechada (numerus clausus). A lista não é, portanto, aberta (exemplificativa). 6. PENA DE MORTE A pena de morte é executada por fuzilamento. O art. 707 do Código de Processo Penal Militar dá mais detalhes sobre a execução da pena de morte. O procedimento está no grupamento das disposições legais relativas aos procedimentos especiais relativos à justiça militar em tempo deguerra. Diz o diploma processual que o militar que tiver de ser fuzilado sairá da prisão com uniforme comum e sem insígnias e terá os olhos vendados, salvo se o recusar, no momento em que tiver que receber as descargas. As vozes de fogo serão substituídas por sinais. O civil deverá ser executado nas mesmas condições, devendo deixar a prisão decentemente vestido. Ao condenado, nessa situação, é assegurada a assistência religiosa. Alguns autores dizem que a “morte” imposta pelo Estado não é “pena” propriamente dita, mas circunstância especial decorrente do estado de guerra. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 34 OBSERVAÇÃO: A PENA DE MORTE PODE SER TROCADA POR OUTRA PENA (COMUTAÇÃO = TROCA) OU PODE SER “PERDOADA” (INDULTO). Bem, para que a pena de morte seja comutada ou sofra indulto, a decisão partirá do Presidente da República (art. 21, XII. Compete ao Presidente da República (...) conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei). O prazo do Presidente para decidir sobre a possibilidade de promover a comutação ou o indulto é de 7 (sete) dias, a partir da condenação transitada em julgado. Veja a regra no tópico a seguir, bem como uma exceção à essa regra. 7. COMUNICAÇÃO A sentença definitiva (transitada em julgado) da condenação à morte é comunicada, logo que passe em julgado, ao Presidente da República, e não pode ser executada senão depois de sete dias após a comunicação. Se a pena é imposta em zona de operações de guerra, pode ser imediatamente executada, quando o exigir o interesse da ordem e da disciplina militares. A doutrina diz que essa regra não é mais apropriada, pois os sistemas de comunicação são mais eficientes em relação à época em que o Código Penal Militar foi feito. Vamos lembrar que a data do Código Penal Militar é de 21 de outubro de 1969. 8. MÍNIMOS E MÁXIMOS GENÉRICOS O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de trinta anos; o mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o máximo de dez anos. ATENÇÃO!... Há casos em que os limites do preceito secundário não vêm explícitos na lei penal. Então, devemos usar a regra acima, do art. 58 do CPM. Veja o caso do crime de “sobrevoo em local interdito”. Art. 148 do CPM. Sobrevoar local declarado interditado: Pena – reclusão, até 3 (três) anos. Olha!... No caso do art. 148 do CPM, a lei penal fixou a pena máxima, mas nada disse da pena mínima. Nesse caso, aplicamos a pena mínima para a hipótese de Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 34 reclusão, conforme o art. 58 do CPM. Como a reclusão tem pena mínima de 1 ano, a pena mínima do art. 140 do CPM é de 1 ano. A doutrina registra, também, informação relevante da seguinte forma: veja o caso de “Homicídio Qualificado” no contexto dos crimes militares em tempo de guerra. Art. 400. Praticar homicídio, em presença do inimigo: (...) III – a) por motivo fútil OU, b) mediante paga ou promessa de recompensa, por cupidez, para excitar ou saciar desejos sexuais, ou por outro motivo torpe OU, c) com emprego de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo ou qualquer outro meio dissimulado ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum OU d) à traição, de emboscada, com surpresa ou mediante outro recurso insidioso, que venha a dificultar ou tornar impossível a defesa da vítima... EM TODOS ESSES CASOS: PENA – MORTE, GRAU MÁXIMO; RECLUSÃO, DE 20 ANOS, GRAU MÍNIMO. A doutrina diz que essa pena acima não é intervalo. Só há duas hipótese 1ª) MORTE ou 2ª) reclusão de 20 anos. Há crimes que são aplicada num intervalo; outros, não. 9. PENA ATÉ DOIS ANOS IMPOSTA A MILITAR A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada a militar ativo ou inativo, é convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a suspensão condicional: I - pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar (uma alojamento, por exemplo); II - pela praça, em estabelecimento penal militar (no “xadrez”), onde ficará separada de presos que estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos. 10. SEPARAÇÃO DE PRAÇAS ESPECIAIS E GRADUADAS Para efeito de separação da regra acima, no cumprimento da pena de prisão, atender-se-á, também, à condição das praças especiais e à das graduadas, ou não; e, dentre as graduadas, à das que tenham graduação especial. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 34 11. PENA DO ASSEMELHADO Vamos lembrar que não existe mais a figura do assemelhado. 12. PENA DOS NÃO ASSEMELHADOS Para os servidores civis dos Ministérios e Comandos Militares e órgãos sob controle destes, regula-se a correspondência pelo padrão de remuneração. O objetivo dessa regra converge para a possibilidade de os civis (servidores públicos) cumprirem suas condenações em condições similares aos oficiais ou praças. 13. PENA SUPERIOR A DOIS ANOS, IMPOSTA A MILITAR A pena privativa da liberdade por mais de 2 (dois) anos, aplicada a militar, é cumprida em penitenciária militar e, na falta dessa, em estabelecimento prisional civil, ficando o recluso ou detento sujeito ao regime conforme a legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, também, poderá gozar. Então, a regra é a seguinte: relativamente aos militares, a pena privativa de liberdade de até dois anos no máximo, poderá haver prisão em Organização Militar, se não for o caso de suspensão condicional da pena (sursis). No entanto, se a pena privativa de liberdade for superior a 2 anos, a execução da pena deve ocorrer, preferencialmente, em penitenciária militar. A execução da pena será do Juiz-Auditor Militar para aqueles que a cumprirem em penitenciárias militares. Se numa dada região não houver penitenciária militar, a execução da pena será em estabelecimento civil comum (penitenciária comum). Se a execução da pena for feita em estabelecimento prisional comum (penitenciária comum), a administração da execução da pena caberá ao juiz do Juízo de Execuções Penais da Justiça Comum. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 34 14. PENA PRIVATIVA DA LIBERDADE IMPOSTA A CIVIL O civil cumpre a pena aplicada pela Justiça Militar, em estabelecimento prisional civil (penitenciária comum, civil, não-militar), ficando ele sujeito ao regime conforme a legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, também, poderá gozar, conforme a Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984). 15. CUMPRIMENTO EM PENITENCIÁRIA MILITAR Por crime militar praticado em tempo de guerra poderá o civil ficar sujeito a cumprir a pena, no todo ou em parte em penitenciária militar, se, em benefício da segurança nacional, assim o determinar a sentença. 16. PENA DE IMPEDIMENTO A pena de impedimento sujeita o condenado a permanecer no recinto da unidade, sem prejuízo da instrução militar. A doutrina diz que o “impedimento” tem nítido caráter ressocializador e educativo. EM VEZ DA CELA, O CONDENADO FICA NUMA SALA DE INSTRUÇÃO OU NA COMPANHIA DA TROPA EM EXERCÍCIOS MILITARES! Esse tipo de pena investe na recuperação pela “re-educação” (instrução) militar. Diz a doutrina que, infelizmente, pena de “impedimento” só é usada no crime de “insubmissão”,previsto no art. 183 do CPM. 17. PENA SUSPENSÃO EXERCÍCIO POSTO, GRADUAÇÃO, CARGO ou FUNÇÃO A pena de suspensão do exercício do posto (dos oficiais), graduação (dos praças), cargo ou função consiste na agregação, no afastamento, no licenciamento ou na disponibilidade do condenado, pelo tempo fixado na sentença, sem prejuízo do seu comparecimento regular à sede do serviço. Não será contado como tempo de serviço, para qualquer efeito, o do cumprimento dessa pena. É afastamento do serviço público militar. A doutrina diz que a pena desse tópico é visto hoje muito mais como um efeito da condenação e não como uma pena autônoma. Mas, para a Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 34 prova do seu concurso, pode considerar esse tipo de procedimento uma pena. O cargo militar é um conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades cometidos a um militar em serviço ativo. Para os militares, há a possibilidade de cargo e o exercício de função. Mas, não existe a possibilidade do exercício da função sem um cargo público. Em outras palavras, não existe a possibilidade de um cargo em comissão (uma função sem um cargo efetivo). Tanto assim que o art. 23 da Lei 6.880/1980 diz que a função militar é o exercício das obrigações inerentes ao cargo militar. 18. CASO DE RESERVA, REFORMA OU APOSENTADORIA Se o condenado, quando proferida a sentença, já estiver na reserva, ou reformado ou aposentado, a pena prevista neste artigo será convertida em pena de detenção, de três meses a um ano. 19. PENA DE REFORMA A pena de reforma sujeita o condenado à situação de inatividade, não podendo perceber mais de um vinte e cinco avos do soldo, por ano de serviço, nem receber importância superior à do soldo. O soldo do militar equivale aos vencimentos dos civis. 20. SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL O condenado a que sobrevenha doença mental deve ser recolhido a manicômio judiciário ou, na falta deste, a outro estabelecimento adequado, onde lhe seja assegurada custódia e tratamento. O Código de Processo Penal Militar prevê a transferência do condenado da penitenciária para o hospital psiquiátrico. Aplica-se, no caso, não mais uma “pena” e sim uma “medida de segurança”. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 34 21. TEMPO COMPUTÁVEL Computam-se na pena privativa de liberdade o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, e o de internação em hospital ou manicômio, bem como o excesso de tempo, reconhecido em decisão judicial irrecorrível, no cumprimento da pena, por outro crime, desde que a decisão seja posterior ao crime de que se trata. Esse procedimento se chama de detração penal. O tempo que uma pessoa fica decorrente da decretação de prisão em flagrante ou de prisão provisória, será descontado do tempo que uma pessoa fica na hipótese da prisão definitiva. A prisão definitiva é aquela que advém depois da condenação transitada em julgado, ou seja, da condenação da qual não cabe mais recurso. 22. TRANSFERÊNCIA DE CONDENADOS O condenado pela Justiça Militar de uma região, distrito ou zona pode cumprir pena em estabelecimento de outra região, distrito ou zona. Isso é possível no caso de necessidade excepcional a justificar a medida. 23. DAS PENAS ACESSÓRIAS São penas acessórias: A perda de posto e patente; A indignidade para o oficialato; A incompatibilidade com o oficialato; A exclusão das forças armadas; A perda da função pública, ainda que eletiva; A inabilitação para o exercício de função pública; A suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela; A suspensão dos direitos políticos. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 34 Segundo a doutrina, tais penas têm natureza extrapenal, pois geram repercussões na esfera administrativa, política, civil etc da pessoa do condenado. 24. FUNÇÃO PÚBLICA EQUIPARADA Equipara-se à função pública a que é exercida em empresa pública, autarquia, sociedade de economia mista, ou sociedade de que participe a União, o Estado ou o Município como acionista majoritário. 25. PERDA DE POSTO E PATENTE A perda de posto e patente resulta da condenação a pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos, e importa a perda das condecorações. A condenação que resulta a perda do posto e da patente só pode decorrer de decisão de Tribunal Militar ou Civil. Quando falamos em “Tribuna”, referimo-nos a órgão judiciário de segunda instância ou de instância superior. A decisão da perda do posto e patente não pode ser de juiz de primeiro grau. Quando o tribunal decide pela perda do posto e patente, consequentemente, declara a indignidade do oficial para o exercício do oficialato e a incompatibilidade do oficial para o exercício do oficialato. Em face disto, a doutrina diz que a perda do posto e patente pode ter caráter de pena autônoma. Mas, para a sua prova, pode marcar que a perda do posto e patente, conforme a lei penal, é pena acessória. Repare atentamente o que diz o art. 142 da Lei Maior: As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 34 Não caberá "habeas-corpus" em relação a punições disciplinares militares. Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando- se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; O oficial só perderá o posto (cargo de OFICIAL) e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar (2ª instância) de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra. O oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento no referido Tribunal Militar; Nada impede que a condenação a gerar pena acessória (perda do posto e patente) que converge à perda do posto e da patente decorra da Justiça Militar ou da Justiça Comum. 26. INDIGNIDADE PARA O OFICIALATO A doutrina diz que a indignidade para o oficialato decorre da perda do posto e patente. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o militar condenado, qualquer que seja a pena, nos crimes de traição, espionagem ou covardia, ou em qualquer dos definidos nos arts. 161, 235, 240, 242, 243, 244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312. Esses crimes são os seguintes: desrespeito a símbolo nacional, pedaristia ou outro atolibidinoso, furto simples, roubo simples, extorsão simples, extorsão mediante sequestro, chantagem, estelionato, abuso de pessoa, peculato, peculato mediante aproveitamento de erro de outrem, falsificação de documento, falsidade ideológica. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 34 27. INCOMPATIBILIDADE COM O OFICIALATO A doutrina diz que a incompatibilidade para o oficialato decorre da perda do posto e patente. Fica sujeito à declaração de incompatibilidade com o oficialato o militar condenado nos crimes dos arts. 141 (entendimento para gerar conflito ou divergência com o Brasil) e 142 (tentativa contra a soberania do Brasil). 28. EXCLUSÃO DAS FORÇAS ARMADAS A condenação da praça a pena privativa de liberdade, por tempo superior a dois anos, importa sua exclusão das Forças Armadas. 29. PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA Incorre na perda da função pública o civil: Condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder ou violação de dever inerente à função pública; Condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade por mais de dois anos. O disposto na regra acima aplica-se, também, ao militar da reserva, ou reformado, se estiver no exercício de função pública de qualquer natureza. Essa regra depende do devido processo legal, onde são oportunizadas ao acusado ampla defesa e contraditório. 30. INABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA Incorre na inabilitação para o exercício de função pública, pelo prazo de dois até vinte anos, o condenado a reclusão por mais de quatro anos, em virtude de crime praticado com abuso de poder ou violação do dever militar ou inerente à função pública. Essa regra depende do devido processo legal, onde são oportunizadas ao acusado ampla defesa e contraditório. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 34 31. TERMO INICIAL O prazo da inabilitação para o exercício de função pública começa ao termo da execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança imposta em substituição, ou da data em que se extingue a referida pena. 32. SUSPENSÃO DO PÁTRIO PODER, TUTELA OU CURATELA O condenado a pena privativa de liberdade por mais de dois anos, seja qual for o crime praticado, fica suspenso do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, enquanto dura a execução da pena, ou da medida de segurança imposta em substituição. 33. SUSPENSÃO PROVISÓRIA Durante o processo pode o juiz decretar a suspensão provisória do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela. 34. SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS Durante a execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança imposta em substituição, ou enquanto perdura a inabilitação para função pública, o condenado não pode votar, nem ser votado. A suspensão de direitos políticos é consequência natural da condenação, conforme o art. 15 da CF: É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: (...) III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. 35. IMPOSIÇÃO DE PENA ACESSÓRIA Salvo os casos dos arts. 99, 103, nº II, e 106, a imposição da pena acessória deve constar expressamente da sentença. Quais são os casos dos dispositivos citados? Bem, o art. 99 do CPM fala a respeito da perda de posto e patente. O art. 103, II, também do CPM fala a respeito do condenado por outro crime a Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 34 pena privativa de liberdade por mais de 2 anos. O art. 106 fala da suspensão dos direitos políticos. 36. TEMPO COMPUTÁVEL Computa-se (conta-se) no prazo das inabilitações temporárias o tempo de liberdade resultante da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, se não sobrevém revogação dessas medidas. Assim sendo, o réu beneficiado pela suspensão condicional da pena ou do livramento condicional terá também o benefício de vir correndo o prazo para a inabilitação. 37. DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO São efeitos extrapenais da condenação: Tornar certa a obrigação de reparar o dano resultante do crime (esse é um efeito civil da condenação penal); A perda em favor da Fazenda Nacional: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a sua prática. ESSA CORRESPONDE AO CONFISCO. OBSERVAÇÃO: não haverá a perda referida no item anterior em relação ao direito do lesado ou de terceiro de boa-fé. Então, os proprietários dos instrumentos do crime perdem a propriedade desses instrumentos, salvo se forem proprietários de boa-fé. Os efeitos penais da condenação correspondem à aplicação da pena principal. **** 38. LEGISLAÇÃO ESTUDADA NA AULA DE HOJE TÍTULO V DAS PENAS CAPÍTULO I DAS PENAS PRINCIPAIS (...) Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 34 Penas principais Art. 55. As penas principais são: a) morte; b) reclusão; c) detenção; d) prisão; e) impedimento; f) suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função; g) reforma. Pena de morte Art. 56. A pena de morte é executada por fuzilamento. Comunicação Art. 57. A sentença definitiva de condenação à morte é comunicada, logo que passe em julgado, ao Presidente da República, e não pode ser executada senão depois de sete dias após a comunicação. Parágrafo único. Se a pena é imposta em zona de operações de guerra, pode ser imediatamente executada, quando o exigir o interesse da ordem e da disciplina militares. Mínimos e máximos genéricos Art. 58. O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de trinta anos; o mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o máximo de dez anos. Pena até dois anos imposta a militar Art. 59 - A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada a militar, é convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a suspensão condicional: (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) I - pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar; II - pela praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de presos que estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos. Separação de praças especiais e graduadas Parágrafo único. Para efeito de separação, no cumprimento da pena de prisão, atender-se-á, também, à condição das praças especiais e à das graduadas, ou não; e, dentre as graduadas, à das que tenham graduação especial. Pena do assemelhado Art. 60. O assemelhado cumpre a pena conforme o posto ou graduação que lhe é correspondente. Pena dos não assemelhados Parágrafo único. Para os não assemelhados dos Ministérios Militares e órgãos sob contrôle destes, regula-se a correspondência pelo padrão de remuneração. Pena superior a dois anos, imposta a militar Art. 61 - A pena privativa da liberdade por mais de 2 (dois) anos, aplicada a militar, é cumprida em penitenciária militar e, na falta dessa, em estabelecimento prisional civil, ficando o recluso ou detento sujeito ao regime conforme a legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, também, poderá gozar. (Redaçãodada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) Pena privativa da liberdade imposta a civil Art. 62 - O civil cumpre a pena aplicada pela Justiça Militar, em estabelecimento prisional civil, ficando ele sujeito ao regime conforme a legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, também, poderá gozar. (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) Cumprimento em penitenciária militar Parágrafo único - Por crime militar praticado em tempo de guerra poderá o civil ficar sujeito a cumprir a pena, no todo ou em parte em penitenciária militar, se, em benefício da segurança nacional, assim o determinar a sentença. (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) Pena de impedimento Art. 63. A pena de impedimento sujeita o condenado a permanecer no recinto da unidade, sem prejuízo da instrução militar. Pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função Art. 64. A pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função consiste na agregação, no afastamento, no licenciamento ou na disponibilidade do condenado, pelo tempo fixado na sentença, sem prejuízo do seu comparecimento regular à sede do serviço. Não será contado como tempo de serviço, para qualquer efeito, o do cumprimento da pena. ../LEIS/L6544.htm#art59 ../LEIS/L6544.htm#art59 ../LEIS/L6544.htm#art61 ../LEIS/L6544.htm#art62 ../LEIS/L6544.htm#art62 Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 34 Caso de reserva, reforma ou aposentadoria Parágrafo único. Se o condenado, quando proferida a sentença, já estiver na reserva, ou reformado ou aposentado, a pena prevista neste artigo será convertida em pena de detenção, de três meses a um ano. Pena de reforma Art. 65. A pena de reforma sujeita o condenado à situação de inatividade, não podendo perceber mais de um vinte e cinco avos do soldo, por ano de serviço, nem receber importância superior à do soldo. Superveniência de doença mental Art. 66. O condenado a que sobrevenha doença mental deve ser recolhido a manicômio judiciário ou, na falta deste, a outro estabelecimento adequado, onde lhe seja assegurada custódia e tratamento. Tempo computável Art. 67. Computam-se na pena privativa de liberdade o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, e o de internação em hospital ou manicômio, bem como o excesso de tempo, reconhecido em decisão judicial irrecorrível, no cumprimento da pena, por outro crime, desde que a decisão seja posterior ao crime de que se trata. Transferência de condenados Art. 68. O condenado pela Justiça Militar de uma região, distrito ou zona pode cumprir pena em estabelecimento de outra região, distrito ou zona. (...) CAPÍTULO V DAS PENAS ACESSÓRIAS Penas Acessórias Art. 98. São penas acessórias: I - a perda de posto e patente; II - a indignidade para o oficialato; III - a incompatibilidade com o oficialato; IV - a exclusão das forças armadas; V - a perda da função pública, ainda que eletiva; VI - a inabilitação para o exercício de função pública; VII - a suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela; VIII - a suspensão dos direitos políticos. Função pública equiparada Parágrafo único. Equipara-se à função pública a que é exercida em empresa pública, autarquia, sociedade de economia mista, ou sociedade de que participe a União, o Estado ou o Município como acionista majoritário. Perda de posto e patente Art. 99. A perda de posto e patente resulta da condenação a pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos, e importa a perda das condecorações. Indignidade para o oficialato Art. 100. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o militar condenado, qualquer que seja a pena, nos crimes de traição, espionagem ou cobardia, ou em qualquer dos definidos nos arts. 161, 235, 240, 242, 243, 244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312. Incompatibilidade com o oficialato Art. 101. Fica sujeito à declaração de incompatibilidade com o oficialato o militar condenado nos crimes dos arts. 141 e 142. Exclusão das forças armadas Art. 102. A condenação da praça a pena privativa de liberdade, por tempo superior a dois anos, importa sua exclusão das forças armadas. Perda da função pública Art. 103. Incorre na perda da função pública o assemelhado ou o civil: I - condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder ou violação de dever inerente à função pública; II - condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade por mais de dois anos. Parágrafo único. O disposto no artigo aplica-se ao militar da reserva, ou reformado, se estiver no exercício de função pública de qualquer natureza. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 34 Inabilitação para o exercício de função pública Art. 104. Incorre na inabilitação para o exercício de função pública, pelo prazo de dois até vinte anos, o condenado a reclusão por mais de quatro anos, em virtude de crime praticado com abuso de poder ou violação do dever militar ou inerente à função pública. Termo inicial Parágrafo único. O prazo da inabilitação para o exercício de função pública começa ao termo da execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança imposta em substituição, ou da data em que se extingue a referida pena. Suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela Art. 105. O condenado a pena privativa de liberdade por mais de dois anos, seja qual for o crime praticado, fica suspenso do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, enquanto dura a execução da pena, ou da medida de segurança imposta em substituição (art. 113). Suspensão provisória Parágrafo único. Durante o processo pode o juiz decretar a suspensão provisória do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela. Suspensão dos direitos políticos Art. 106. Durante a execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança imposta em substituição, ou enquanto perdura a inabilitação para função pública, o condenado não pode votar, nem ser votado. Imposição de pena acessória Art. 107. Salvo os casos dos arts. 99, 103, nº II, e 106, a imposição da pena acessória deve constar expressamente da sentença. Tempo computável Art. 108. Computa-se no prazo das inabilitações temporárias o tempo de liberdade resultante da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, se não sobrevém revogação. (...) CAPÍTULO VI DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO Obrigação de reparar o dano Art. 109. São efeitos da condenação: I - tornar certa a obrigação de reparar o dano resultante do crime; Perda em favor da Fazenda Nacional II - a perda, em favor da Fazenda Nacional, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a sua prática. (...) 39. DAS QUESTÕES GABARITADAS E COMENTADAS (LISTA 2) 1. A legislação penal militar estabelece que a pena de morte é executada por fuzilamento e que, nessa situação, o condenado militar deverá deixar a prisão com o uniforme sem as insígnias, e o condenado civil deverá estar vestido decentemente, devendo ambos os condenados estar de olhos vendados no momento da execução, salvo se o recusarem. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) Comentários: Apesar de esse item ter sido anulado pela banca, em princípio, contém Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.TatianaSantos www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 34 as regras corretas da execução da pena de morte. Gabarito: “CERTO”. 2. A pena acessória de exclusão das Forças Armadas prevista no CPM será obrigatoriamente aplicada à praça cuja condenação à pena privativa de liberdade for superior a dois anos. (CESPE - 2007 - DPU - Defensor Público) Comentários: Sim a regra legal é esta: a condenação da praça a pena privativa de liberdade, por tempo superior a dois anos, importa sua exclusão das Forças Armadas. Gabarito: CERTO. 3. Assinale a opção correta com base no direito penal militar. a) No sistema penal militar, o estado de necessidade segue a teoria diferenciadora do direito penal alemão, que faz o balanço dos bens e interesses em conflito. O estado de necessidade pode ser exculpante ou justificante. O primeiro é causa de exclusão da culpabilidade e o segundo, de exclusão de ilicitude. b) A reunião de dois ou mais militares, com armamento ou material bélico de propriedade militar, para a prática de violência à pessoa ou à coisa pública ou particular, em lugar sujeito à administração militar, constitui crime militar próprio e autônomo. Os crimes que ocorrem fora do lugar sujeito à administração militar, contra o patrimônio da administração pública civil e a propriedade particular, constituem delitos de formação de quadrilha ou bando, apenados na esfera penal castrense. c) O crime de violência contra superior somente se caracteriza como delito material com a efetiva lesão ao superior hierárquico direto do agente, tendo como bem jurídico tutelado a integridade física do militar que exerce as funções de comando. Somente o militar em atividade poderá ser autor desse delito. d) A indignidade para o oficialato é sanção administrativa disciplinar e sua aplicação ocorre no âmbito administrativo disciplinar. A incompatibilidade para o oficialato é sanção penal acessória e somente poderá ser aplicada pelo Poder Judiciário, mediante procedimento próprio. e) A pena de impedimento prevista no CPM é aplicável a qualquer crime militar, próprio ou impróprio, desde que seja inferior a dois anos. Essa pena obsta o exercício das funções Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 34 policiais e militares pelo prazo mínimo de dois anos, submetendo o apenado, quando se tratar de oficial, à pena acessória de perda do posto. (CESPE - 2010 - MPE-ES - Promotor de Justiça) Comentários: O item A está em conformidade com a Teoria, pois deverá ser analisado, no caso concreto, num juízo de valores, os bens poupados e os bens destruídos. O item B está errado ao final, pois a formação da quadrilha ou bando, quando o crime pretendido atentar contra o patrimônio ou administração pública civil e propriedade particular, por esse motivo, em princípio, não estão sujeito à legislação castrense, ou seja, à legislação militar. O item C está errado, pois o crime de violência contra superior é crime formal e independe do resultado material da conduta do agente. Outra coisa: não necessariamente o militar deverá estar em atividade para cometer o referido crime. O item D está errado, pois tanto a indignidade para o oficialato como a incompatibilidade para o oficialato são penas penais acessórias. O item E está errado, pois o crime de impedimento é aplicado só a um caso: do crime de insubmissão. Gabarito: LETRA “A”. 4. Considere que decisão do conselho de justiça substitua a pena privativa de liberdade imposta na sentença condenatória por tratamento ambulatorial, não obstante o réu ter permanecido preso por sessenta dias e cumprido integralmente a pena anteriormente fixada. Nessa situação, é incabível a decisão do conselho de justiça, mesmo diante de incontestável demonstração da periculosidade do réu. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – Específicos) Comentários: O item está certo, porque fala claramente que o réu já teria cumprido a condenação, no que toca ao cumprimento integral da pena. Aí, não tem como aplicar a essa pessoa a referida medida de segurança. Gabarito: CERTO. 5. De acordo com a legislação penal militar, a condenação da praça e a do civil a pena privativa de liberdade superior a dois anos implicam, respectivamente, a exclusão do militar das Forças Armadas e a perda da função pública do civil. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 34 Comentários: A condenação da praça a pena privativa de liberdade, por tempo superior a dois anos, importa sua exclusão das Forças Armadas. Incorre na perda da função pública o civil condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder ou violação de dever inerente à função pública e o condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade por mais de dois anos. Gabarito: CERTO. 6. Julgue os itens que se seguem acerca do direito penal militar e do direito processual penal militar. “O CPM dispõe sobre hipóteses de crimes militares, próprios e impróprios, e sobre infrações disciplinares militares. Entre as sanções penais, está expressa a possibilidade de se aplicar a pena de multa nos casos de delitos de natureza patrimonial ou de infração penal que cause prejuízos financeiros à administração militar”. (CESPE - 2010 - DPU - Defensor Público) Comentários: O item está errado, pois não há previsão da pena de multa no sistema penal militar. Gabarito: ERRADO. 7. No direito penal militar, as penas principais são: morte, reclusão, detenção, prisão, impedimento, reforma e suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) Comentários: Essa questão está de acordo com o art. 55 do CPM. Gabarito: CERTO. 8. Nos termos das disposições gerais do CPM, é cabível para os crimes militares a cominação das penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e de multa, conforme também prevê o Código Penal comum. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – Específicos) Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 34 Comentários: A questão está errada, pois não há previsão de pena de multa no sistema penal militar. Gabarito: ERRADO. 9. O CPM prevê, dentre outras, as seguintes penas acessórias, marque a alternativa CORRETA. a) Perda de posto e patente, Transferência Compulsória e Suspensão dos Direitos Políticos. b) Indignidade para o Oficialato, Incompatibilidade com o Oficialato e Inabilitação para o exercício de função pública. c) Reforma Administrativa, Perda de posto e patente e Inabilitação para o exercício de função pública. d) Incompatibilidade para com o Oficialato, Exação e Perda da Função Pública. (FUMARC - 2011 - PM-MG - Oficial da Polícia Militar) Comentários: O item A está errada, pois não há previsão da pena acessória de transferência compulsória. O item B está correto, em conformidade com o art. 98 do CPM. A reforma administrativa torna o item C errado. A exação não está prevista em lei. Gabarito: LETRA “B”. 10. Se, no distrito da culpa de militar condenado, por crime militar, ao cumprimento de pena privativa de liberdade de oito anos de reclusão, não houver penitenciária militar, a execução da penadeverá ocorrer em estabelecimento civil comum, ficando a sua execução a cargo do juízo de execuções penais, sob a égide da legislação penal comum. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – Específicos) Comentários: Sim, a regra está certa, pois se numa dada região não houver penitenciária militar, a execução da pena será em estabelecimento civil comum (penitenciária comum). Se a execução da pena for feita em estabelecimento prisional comum (penitenciária comum), a administração da execução da pena caberá ao juiz do Juízo de Execuções Penais da Justiça Comum. Gabarito: CERTO. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 34 40. LISTA 2 DAS QUESTÕES DESENVOLVIDAS 1. A legislação penal militar estabelece que a pena de morte é executada por fuzilamento e que, nessa situação, o condenado militar deverá deixar a prisão com o uniforme sem as insígnias, e o condenado civil deverá estar vestido decentemente, devendo ambos os condenados estar de olhos vendados no momento da execução, salvo se o recusarem. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 2. A pena acessória de exclusão das Forças Armadas prevista no CPM será obrigatoriamente aplicada à praça cuja condenação à pena privativa de liberdade for superior a dois anos. (CESPE - 2007 - DPU - Defensor Público) 3. Assinale a opção correta com base no direito penal militar. a) No sistema penal militar, o estado de necessidade segue a teoria diferenciadora do direito penal alemão, que faz o balanço dos bens e interesses em conflito. O estado de necessidade pode ser exculpante ou justificante. O primeiro é causa de exclusão da culpabilidade e o segundo, de exclusão de ilicitude. b) A reunião de dois ou mais militares, com armamento ou material bélico de propriedade militar, para a prática de violência à pessoa ou à coisa pública ou particular, em lugar sujeito à administração militar, constitui crime militar próprio e autônomo. Os crimes que ocorrem fora do lugar sujeito à administração militar, contra o patrimônio da administração pública civil e a propriedade particular, constituem delitos de formação de quadrilha ou bando, apenados na esfera penal castrense. c) O crime de violência contra superior somente se caracteriza como delito material com a efetiva lesão ao superior hierárquico direto do agente, tendo como bem jurídico tutelado a integridade física do militar que exerce as funções de comando. Somente o militar em atividade poderá ser autor desse delito. d) A indignidade para o oficialato é sanção administrativa disciplinar e sua aplicação ocorre no âmbito administrativo disciplinar. A incompatibilidade para o oficialato é sanção penal acessória e somente poderá ser aplicada pelo Poder Judiciário, mediante procedimento próprio. e) A pena de impedimento prevista no CPM é aplicável a qualquer crime militar, próprio ou impróprio, desde que seja inferior a dois anos. Essa pena obsta o exercício das funções policiais e militares pelo prazo mínimo de dois anos, submetendo o apenado, quando se tratar de Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 34 oficial, à pena acessória de perda do posto. (CESPE - 2010 - MPE-ES - Promotor de Justiça) 4. Considere que decisão do conselho de justiça substitua a pena privativa de liberdade imposta na sentença condenatória por tratamento ambulatorial, não obstante o réu ter permanecido preso por sessenta dias e cumprido integralmente a pena anteriormente fixada. Nessa situação, é incabível a decisão do conselho de justiça, mesmo diante de incontestável demonstração da periculosidade do réu. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – Específicos) 5. De acordo com a legislação penal militar, a condenação da praça e a do civil a pena privativa de liberdade superior a dois anos implicam, respectivamente, a exclusão do militar das Forças Armadas e a perda da função pública do civil. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 6. Julgue os itens que se seguem acerca do direito penal militar e do direito processual penal militar. “O CPM dispõe sobre hipóteses de crimes militares, próprios e impróprios, e sobre infrações disciplinares militares. Entre as sanções penais, está expressa a possibilidade de se aplicar a pena de multa nos casos de delitos de natureza patrimonial ou de infração penal que cause prejuízos financeiros à administração militar”. (CESPE - 2010 - DPU - Defensor Público) 7. No direito penal militar, as penas principais são: morte, reclusão, detenção, prisão, impedimento, reforma e suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 8. Nos termos das disposições gerais do CPM, é cabível para os crimes militares a cominação das penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e de multa, conforme também prevê o Código Penal comum. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – Específicos) 9. O CPM prevê, dentre outras, as seguintes penas acessórias, marque a alternativa CORRETA. a) Perda de posto e patente, Transferência Compulsória e Suspensão Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 34 dos Direitos Políticos. b) Indignidade para o Oficialato, Incompatibilidade com o Oficialato e Inabilitação para o exercício de função pública. c) Reforma Administrativa, Perda de posto e patente e Inabilitação para o exercício de função pública. d) Incompatibilidade para com o Oficialato, Exação e Perda da Função Pública. (FUMARC - 2011 - PM-MG - Oficial da Polícia Militar) 10. Se, no distrito da culpa de militar condenado, por crime militar, ao cumprimento de pena privativa de liberdade de oito anos de reclusão, não houver penitenciária militar, a execução da pena deverá ocorrer em estabelecimento civil comum, ficando a sua execução a cargo do juízo de execuções penais, sob a égide da legislação penal comum. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – Específicos) 41. GABARITO 2 1 “CERTO” 2 CERTO 3 LETRA A 4 CERTO 5 CERTO 6 ERRADO 7 CERTO 8 ERRADO 9 LETRA B 10 CERTO ***** Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 02 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 34 Despeço-me de todos com um abraço grande!... Bons estudos!... Obrigada por sua presença nesta aula! Espero ver você na próxima aula e nos fóruns, combinado? Professora Tatiana Santos. PS: ACOMPANHE OS ARTIGOS QUE PUBLICO A RESPEITO DOS TEMAS DO NOSSO CURSO!
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