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Aula 01 D Penal Militar

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Curso de Direito Penal Militar para a PMDF 
Teoria e Exercícios 
Prof. Tatiana Santos – Aula 01 
 
 
 
 
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AULA 01: 
DO CRIME, DA IMPUTABILIDADE PENAL, CONCURSO DE AGENTES 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Do crime 2 
2. Breve revisão 3 
3. Subdivisão do Fato Típico 3 
4. Teoria Finalista da Ação: dolo e culpa no fato típico 4 
5. Crime culposo 6 
6. Distinção entre dolo e culpa 7 
7. Excepcionalidade do crime culposo 7 
8. Nenhuma pena sem culpabilidade 7 
9. Iter criminis 7 
10. Crime consumado 8 
11. Tentativa 8 
12. Pena de tentativa 9 
13. Desistência voluntária e arrependimento eficaz 10 
14. Resultado 11 
15. Relação de causalidade (nexo causal) 12 
16. Superveniência de causa 13 
17. Omissão relevante 13 
18. Elementos não constitutivos do crime 14 
19. Tipicidade 14 
20. Crime impossível 14 
21. Exclusão de crime 15 
22. Conceito de estado de necessidade 15 
23. Estado de necessidade como excludente do crime 16 
24. Excludente inominada de antijuridicidade 16 
25. Legítima defesa 17 
26. Excesso doloso 18 
27. Estrito cumprimento do dever legal 18 
28. Exercício regular de direito 18 
29. Elementos da Culpabilidade 18 
30. Redução facultativa da pena 20 
31. Embriaguez 20 
32. Menores 20 
33. Equiparação a maiores 20 
34. Erro de direito 21 
35. Erro de fato 22 
36. Erro culposo 22 
37. Erro provocado 22 
38. Erro sobre a pessoa 22 
Curso de Direito Penal Militar para a PMDF 
Teoria e Exercícios 
Prof. Tatiana Santos – Aula 01 
 
 
 
 
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39. Erro quanto ao bem jurídico 23 
40. Duplicidade do resultado no erro 23 
41. Coação irresistível 24 
42. Crítica da doutrina 24 
43. Coação física ou material 25 
44. Obediência hierárquica 25 
45. Atenuação de pena 26 
46. Estado de necessidade com excludente de culpabilidade 26 
47. Excesso escusável em legítima defesa 27 
48. Co-autoria 28 
49. Partícipe 28 
50. Condições ou circunstâncias pessoais 28 
51. Agravação de pena 29 
52. Atenuação de pena 29 
53. Cabeças 29 
54. Casos de impunibilidade 29 
55. Das questões gabaritadas e comentadas 30 
56. Lista de questões desenvolvidas na aula de hoje 37 
 
1. DO CRIME 
Temos que estudar neste ponto a chamada percepção analítica do crime. 
Essa percepção nos conduz à análise da definição técnica do crime. 
Analisar é “quebrar”, “separar”, “dividir” alguma coisa em várias ou em 
algumas partes. 
Nessa perspectiva, o crime é entendido tecnicamente como sendo uma 
ideia partida em alguns elementos. 
Para os adeptos da Teoria Tripartide do Crime, o crime tem 3 elementos, 
vale dizer, 3 partes. CRIME É = FATO TÍPICO + FATO ANTIJURÍDICO + 
PESSOA CULPÁVEL (CULPABILIDADE). 
Para os adeptos da Teoria Bipartide do Crime, o crime tem 2 elementos, 
isto é, 2 partes. CRIME É = FATO TÍPICO + FATO ANTIJURÍDICO. Nesse 
sentido, a CULPABILIDADE (pessoa culpável) é elemento a ser analisado 
separadamente da definição analítica do crime. A doutrina admite que o 
Código Penal Militar use a percepção analítica BIPARTIDE DO CRIME. 
O FATO TÍPICO é subdivido em outros 4 elementos. FATO TÍPICO É = 
CONDUTA + RESULTADO + NEXO DE CAUSALIDADE + TIPICIDADE. 
Então, para entendermos o “fato típico”, temos que estudar a respeito da 
conduta do agente ativo do crime, o resultado do crime, a relação causal 
entre a conduta e o resultado (nexo de causalidade) e, por fim, a 
tipicidade. 
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Teoria e Exercícios 
Prof. Tatiana Santos – Aula 01 
 
 
 
 
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Quanto ao FATO ANTIJURÍDICO, basta entendermos o seu conceito e sua 
contribuição para sabermos de um fato é crime mesmo! Podem ocorrer 4 
fatores que afastam uma conduta penal, ou seja, NÃO HAVERÁ CRIME SE 
O AGENTE ATIVO DO ILÍCITO PENAL VIER A COMETER O FATO TÍPICO 
SOB: 1) LEGÍTIMA DEFESA ou, 2) ESTADO DE NECESSIDADE ou, 3) 
EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO ou, 4) ESTRITO CUMPRIMENTO DE 
UM DEVER LEGAL. Repito: nessas 4 hipóteses, não há crime. 
 
2. BREVE REVISÃO 
Então, o que é crime (na perspectiva analítica)? Bem, segundo a Teoria 
Bipartide, o CRIME é “fato típico” e “antijurídico”. 
Quais são os 4 elementos básicos do “fato típico”? São: CONDUTA, 
RESULTADO, NEXO CAUSAL, TIPICIDADE. 
Quais são os 4 elementos básicos que podem excluir a antijuridicidade e, 
portanto, excluir o crime? São: LEGÍTIMA DEFESA, ESTADO DE 
NECESSIDADE, EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO, ESTRITO 
CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. 
 
3. SUBDIVISÃO DO FATO TÍPICO 
Vamos aprofundar um pouco mais no “FATO TÍPICO”, pois cada elemento 
dele pode ser subdivido da seguinte forma (aproveitando, veja o quadro 
completo do que vimos até agora): 
CRIME 
FATO TÍPICO FATO ANTIJURÍDICO 
CONDUTA 
Ação ou omissão  
Dolo ou culpa EXCLUDENTES... 
Consumação e tentativa  
Crime impossível 
L
e
g
ít
im
a
 d
e
fe
s
a
 
E
s
ta
d
o
 d
e
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 c
u
m
p
ri
m
e
n
to
 d
o
 
d
e
v
e
r 
le
g
a
l 
 
Desistência voluntária 
Arrependimento eficaz 
Coação irresistível 
Obediência Hierárquica 
RESULTADO Agravação pelo resultado 
NEXO CAUSAL 
Equivalência dos antecedentes 
Superveniência de causa 
Nexo causal normativo 
TIPICIDADE Teoria do Erro 
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Teoria e Exercícios 
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Nos tópicos a seguir, vou procurar desenvolver a Teoria conforme a lógica 
acima apresentada, fazendo as devidas anotações quanto ao contexto do 
crime militar, ok? Qualquer dúvida, envie sua questão no fórum de tira-
dúvidas e debates do Estratégia Concursos, na área do aluno. 
ATENÇÃO!... O objetivo desta aula não é detalhar minuciosamente todos 
os elementos da Teoria Penal, pois essa tarefa é do Direito Penal Comum. 
O grande objetivo desta aula é detalhar as particularidades do sistema e 
da lógica militar. 
 
TEORIA ANALÍTICA E BIPARTIDE DO CRIME 
1ª PARTE: DO FATO TÍPICO 
4. TEORIA FINALISTA DA AÇÃO: DOLO E CULPA NO FATO TÍPICO 
A conduta é feita, basicamente, do dolo. A conduta dolosa é a grande 
regra do direito penal. Por meio do dolo, o agente tem a intenção de 
praticar o crime, tem a intenção de atingir o resultado. O dolo é a 
intenção deliberada de atingir o resultado do crime, cuja conduta é 
praticada pelo agente ativo do crime (ou seja, conduta praticada pelo 
sujeito do crime, o suposto criminoso). 
Antigamente, acreditava-se que a conduta estava na culpabilidade. Essa 
visão antiga chamava-se de Teoria Causalista da Ação (também chamada 
de Teoria Clássica). Por meio dessa Teoria, bastava analisar a conduta do 
agente e o resultado e pronto, o crime já estava configurado. Então, de 
longe, se você visse uma pessoa agredindo outra, com o resultado morte, 
pronto! O crime de homicídio está consumado. Hoje é diferente!... A 
Teoria Causalista não se usa mais. 
A Teoria que se usa hoje para explicar o crime é a Teoria Finalista, onde é 
importante estudar a intenção do agente. 
Por exemplo, se você, de longe, vir uma pessoa agredindo outra, com o 
resultado morte, você já não pode mais concluir imediatamente pela 
configuração do crime de homicídio. Tem que chegar mais perto, mais 
perto ainda, tão perto que você tem que “entrar” na mente e no coração 
do criminoso, pois a finalidade da conduta tem que ser avaliada. Daí o 
nome Teoria Finalista da Ação ou da Omissão. A finalidade da conduta é 
que importa. Pode ser que no caso que falamos o homicídio tenha sido 
praticado em legítima defesa. A Teoria Causalista não enxerga a legítima 
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defesa, por exemplo. Para a Teoria Causalista, não importa se o agente 
está praticando a conduta por legítima defesa ou não. A Teoria Finalista 
vai analisar isso!... 
Então, por meio da Teoria Finalista da Conduta, é importante 
entendermos a finalidade da conduta do agente. A finalidade está no dolo. 
O dolo está no “verbo” da descrição típica do crime. Todos os crimes são 
inicialmente dolosos. A culpa é exceção à regra. 
Repare que agora a análise do dolo e da culpa está na conduta. 
Isso é uma das consequências da Teoria Finalista da Conduta. 
Antigamente...  
Explicava-se o 
crime pela Teoria 
Causalista... 
 
Dolo e culpa eram analisados na 
culpabilidade. Bastava analisar a 
conduta e o resultado. 
Hoje em dia...  
Explica-se o 
crime pela Teoria 
Finalista... 
 
Dolo e culpa são analisados na 
conduta, a qual está no fato 
típico. É necessário analisar a 
intenção (dolo) do criminoso. 
Veja o seguinte exemplo do seguinte tipo penal previsto no Código Penal 
Militar: 
Nome do 
Crime... 
Turbação de objeto ou documento 
Preceito 
Primário = 
TIPO PENAL 
Art. 145. Suprimir, subtrair, 
deturpar, alterar, desviar, ainda que 
temporariamente, objeto ou 
documento concernente à segurança 
externa do Brasil: 
Onde está o dolo? O dolo 
está no núcleo do tipo 
penal. 
Onde está o núcleo do 
tipo penal? Nos verbos... 
Preceito 
Secundário... 
Pena - reclusão, de três a oito anos. 
Observe que o núcleo do tipo penal do crime “turbação de objeto ou 
documento” tem 5 verbos: suprimir, subtrair, deturpar, alterar, desviar. O 
agente que pratica o ilícito penal previsto no art. 145 do CPM está sujeito 
à penal de reclusão de três a oito anos. 
Como saber que uma pessoa praticou o crime de “turbação de objeto ou 
documento”? Basta analisar, quanto à dinâmica dos fatos, se o agente 
veio a praticar um desses 5 verbos. Com isso, o juiz poderá concluir que o 
agente está incurso na pena prevista do art. 145 do CPM caso esse agente 
tenha o dolo de praticar um desses 5 verbos. O dolo vem com a intenção 
de praticar (agir) conforme um dos 5 verbos indicados. 
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Por exemplo, se ficar provado que uma pessoa agiu com a intenção de 
suprimir documento relativo à segurança externa do Brasil, pratica, em 
tese, o crime previsto no art. 145 do CPM e está sujeito à pena de 
reclusão de três a oito anos. 
É por isso que a lei penal militar diz que o crime doloso é configurado 
quando o agente quis o resultado (dolo direto) ou assumiu o risco de 
produzi-lo (dolo indireto – também chamado de dolo eventual). 
A doutrina diz que o dolo se configura no elemento subjetivo do injusto e 
a culpa corresponde ao elemento normativo do injusto. 
No crime doloso, o comportamento do agente é finalisticamente 
(deliberadamente) dirigido à produção do resultado típico. 
 
5. CRIME CULPOSO 
Diz-se o crime culposo, quando o agente, deixando de empregar a 
cautela, atenção, ou diligência ordinária, ou especial, a que estava 
obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia 
prever ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que 
poderia evitá-lo. 
No crime culposo, o comportamento do agente não é dirigido 
finalisticamente (deliberadamente) à produção do resultado. 
O resultado é atingido porque o agente agiu com imprudência, imperícia 
ou negligência. 
Quando uma pessoa age de forma irresponsável, sem zelo, sem cuidado, 
sem cautela, sem atenção ou sem diligência, a doutrina diz que tal pessoa 
violou o dever de cuidado. 
FORMAS DE VIOLAÇÃO DO DEVER DE CUIDADO 
IMPRUDÊNCIA  
Corresponde à conduta perigosa. É imprudente 
quem age de forma precipitada, insensata, com 
falta de moderação. 
NEGLIGÊNCIA  
É uma omissão, ausência de precaução, a não-
realização de um movimento que deveria ter sido 
colocado em prática. 
IMPERÍCIA  
É a falta de aptidão técnica para o exercício de uma 
tarefa. É uma pessoa que tem habilitação para 
exercer uma profissão (perícia), por exemplo, mas 
age sem o cuidado exigido para essa profissão 
(imperícia). 
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6. DISTINÇÃO ENTRE DOLO E CULPA 
DOLO CULPA 
Há a intenção de praticar o crime. Não há a intenção de praticar o crime. 
Elemento subjetivo do injusto penal. Elemento objetivo (normativo) do 
injusto penal. 
Todo crime é doloso. Só é culposo o crime que a lei prevê 
como culposo. 
O comportamento é dirigido a um 
resultado. 
O comportamento não é dirigido a um 
resultado. 
O resultado antijurídico é 
conscientemente desejado. 
O resultado antijurídico não é 
conscientemente desejado. 
Admite-se a tentativa. NÃO SE ADMITE A TENTATIVA. 
O resultado é atingido porque o agente 
quer atingir o resultado. 
O resultado é atingido por 
imprudência, imperícia ou negligência. 
 
7. EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO 
Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato 
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Isso prova que 
o dolo é a regra e a culpa é a exceção à regra. Todo crime é doloso. Não 
precisa vir na lei penal que um crime é doloso. O dolo é automático. 
A culpa, por sua vez, deve vir expressa, escrita, na lei. 
 
8. NENHUMA PENA SEM CULPABILIDADE 
Pelos resultados que agravam especialmente as penas só responde o 
agente quando os houver causado, pelo menos, culposamente. Um 
resultado mais grave não pode ser atribuído ao agente sem que este 
tenha agido com dolo ou, ao menos, com culpa. 
 
9. ITER CRIMINIS 
O chamado “iter criminis” corresponde à análise do “caminho do crime” 
até se chegar à sua consumação. 
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A doutrina diz ser importante analisar os passos do criminoso até se 
chegar à consumação do crime. Em resumo, o “caminho” do crime é o 
seguinte: 
COGITAÇÃO (IMAGINAÇÃO, MENTALIZAÇÃO, 
DECISÃO INTERIOR) – FASE INTERNA  ATOS 
PREPARATÓRIOS (COMEÇA AQUI A FASE 
EXTERNA)  ATOS EXECUTÓRIOS  
CONSUMAÇÃO. 
 
10. CRIME CONSUMADO 
Diz-se o crime consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de 
sua definição legal. A definição legal do crime está na descrição do tipo 
penal na lei penal. 
Se uma pessoa pratica todos os elementos do fato típico e antijurídico, há 
crime consumado. 
Assim sendo, se uma pessoa pratica um tipo penal previsto em lei, quer 
seja por ação, quer seja por omissão (conduta), dolo ou culpa, se há 
resultado, há nexo causal (ligação) entre a conduta e o resultado e se há 
tipicidade (adequação típica), bem como se há antijuridicidade, então, há 
crime consumado. 
 
11. TENTATIVA 
Diz-se o crime tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Então, a tentativa ocorre quando o agente quer o resultado (dolo direto) 
ou assume o risco de produzir o resultado (dolo indireto), inicia a prática 
dos atos executórios, mas o evento “crime” não chega à sua consumação 
por fatores estranhos à vontade dolosa do agente do crime. 
Para haver a possibilidade de tentativa, o crime tem que ser doloso. Não 
há tentativa na hipótese do crime culposo. 
 
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12. PENA DE TENTATIVA 
Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de 
um a dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, 
aplicar a pena do crime consumado. 
Essa excepcionalidade do crime tentado com a mesma pena do crime 
consumado é uma particularidade do sistema militar. 
Vamos relembrar: 
Dentro dessa linha inicial da matéria com o objetivo de informar a você 
que o direito penal militar, EM MUITOS PONTOS, é diferente do direito 
penal comum, compare os dois dispositivos a seguir no que diz respeito à 
definição do crime tentado (tentativa): 
DA TENTATIVA 
CÓDIGO PENAL COMUM 
ART. 14, II 
CÓDIGO PENAL MILITAR 
ART. 30, II 
  
Diz-se o crime tentado, quando 
iniciada a execução, não se 
consuma por circunstâncias alheias 
à vontade do agente. 
Parágrafo único. Salvo disposição 
em contrário, pune-se a tentativa 
com a pena correspondente ao 
crime consumado, diminuída de um 
a dois terços. 
Diz-se o crime tentado, quando, 
iniciada a execução, não se 
consuma por circunstâncias alheias 
à vontade do agente. 
Parágrafo único. Pune-se a tentativa 
com a pena correspondente ao 
crime (...), diminuída de 1 (um) a 
2/3 (dois terços), podendo o juiz, 
no caso de excepcional 
gravidade, aplicar a pena do 
crime consumado. 
Então, como você mesmo pode observar, a não aplicação da regra de 
redução da pena, na hipótese do Código Penal Comum, é objetiva, vale 
dizer, depende de DISPOSIÇÃO LEGAL EM CONTRÁRIO. 
Por sua vez, a não aplicação da regra de redução da pena no caso do 
Código Penal Militar é subjetiva, pois depende de uma avaliação feita pelo 
juiz. 
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A TENTATIVA (CRIME TENTADO)... 
NO SISTEMA PENAL COMUM... SISTEMA PENAL MILITAR... 
  
REGRA: redução da pena de 1 a 2/3 REGRA: redução da pena de 1 a 2/3 
NÃO OBSERVÂNCIA DA REGRA = 
depende de previsão legal. 
NÃO OBSERVÂNCIA DA REGRA = 
depende de avaliação do juiz. 
CRITÉRIO OBJETIVO CRITÉRIO SUBJETIVO 
 
13. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou 
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 
Com a desistência voluntária, o agente, após ter iniciado a prática dos 
atos executórios do crime, desiste, voluntariamente, de continuar no “iter 
criminis”, impedindo a produção do resultado. 
NA TENTATIVA NA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 
  
O RESULTADO NÃO É ATINGIDO 
POR FATORES ALHEIOS À VONTADE 
DO AGENTE. 
O RESULTADO NÃO É ATINGIDO EM 
FACE DA PRÓPRIA VONTADE DO 
AGENTE. 
O AGENTE PENSA ASSIM: 
Eu quero, mas não posso 
continuar... 
O AGENTE PENSA ASSIM: 
Eu posso, mas não quero 
continuar... 
O arrependimento eficaz ocorre depois que o agente ativo já esgotou sua 
atividade executória. 
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Ele (o agente ativo) se arrepende e volta na sua conduta, impedindo que 
o resultado ocorra. 
Há a conduta do agente no sentido de realizar todo o iter criminis, mas o 
resultado não chega por outra ação dele que impede que esse resultado 
seja atingido. 
Veja a seguinte distinção: 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ARREPENDIMENTO EFICAZ 
  
O AGENTE NÃO PRATICA TODOS 
OS ATOS EXECUTÓRIOS, PORQUE 
DESISTE DE FAZÊ-LO. 
O AGENTE PRATICA TODOS OS ATOS 
EXECUTÓRIOS. 
HÁ UM ATO SÓ QUE É 
INTERROMPIDO. 
HÁ DOIS ATOS: UM NO SENTIDO DE 
PRATICAR O CRIME E OUTRO NO SENTIDO 
DE IMPEDIR O RESULTADO. 
O RESULTADO NÃO É ATINGIDO 
PORQUE O AGENTE ATIVO 
DESISTE DE PROSSEGUIR NO 
ITER CRIMINIS. 
O RESULTADO NÃO É ATINGIDO PORQUE O 
AGENTE AGE NO SENTIDO DE IMPEDIR A 
PRODUÇÃO DO RESULTADO. O AGENTE 
ATACA A VÍTIMA E DEPOIS LHE DÁ 
SOCORRO. 
A DESISTÊNCIA TEM QUE SER 
VOLUNTÁRIA. 
O ARREPENDIMENTO TEM QUE SER 
EFICAZ. 
EM AMBOS OS CASOS, O RESULTADO NÃO SERÁ ATINGIDO! 
 
14. RESULTADO 
Vamos lembrar que o fato típico é composto pela análise da conduta do 
agente, o resultado do crime, o nexo (ligação) de causalidade (ligação 
entre a conduta e resultado) e tipicidade. 
Para que haja crime, via de regra, tem que haver resultado. O resultado 
corresponde às consequências do crime. Existem resultados materiais, 
como por exemplo, a morte (também chamados de resultado 
naturalístico). Existem alguns resultados formais, imateriais, como no 
caso de invasão de domicílio. 
 
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15. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (NEXO CAUSAL) 
Devemos sempre repetir, para fixarmos. O crime é fato típico e 
antijurídico. O fato típico ocorrerá, na regra, pela presença dos seguintes 
fatores na análise do fato-crime: conduta, resultado, nexo de causalidade 
e tipicidade. 
Já vimos os elementos da conduta e do resultado. Agora é a vez do nexo 
causal ou relação de causalidade ou nexo de causalidade (são expressões 
sinônimas). 
A relação de causalidade é também chamada de “nexo causal”. Alguns 
autores chamam de “nexo de causalidade”. É uma ligação entre a conduta 
e o resultado, do tipo: causa e consequência. 
A lei diz que o resultado de que depende a existência do crime somente é 
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão 
sem a qual o resultado não teria ocorrido. Na ação, há a possibilidade de 
nexo causal natural e na omissão há a possibilidade de nexo causal 
normativo. 
Para que haja crime, a conduta do agente tem que produzir o resultado. 
Conduta e resultado têm que estar ligados. Se o resultado for produzido 
por outros elementos, não há nexo de causalidade e, portanto, não há 
fato típico e, portanto, não há crime. 
O crime não pode ser atribuído a outra pessoa senão àquela cuja conduta 
deu causa direta ao crime. A causa é a conduta do agente (ação ou 
omissão) sem a qual o resultado não teria ocorrido. Essa é a Teoria da 
Equivalência dos Antecedentes Causais. 
O que diz essa Teoria? Se uma pessoa usou uma faca para matar alguém 
(ação), só essa pessoa que usou essa faca deve ser responsabilizado pelo 
crime. Quem produziu ou quem vendeu a faca não será, em princípio, 
obviamente, responsabilizado. Então, só quem produziu diretamente o 
resultado deve ser responsabilizado penalmente. 
NEXO CAUSAL = NEXO DE CAUSALIDADE = RELAÇÃO DE CAUSALIDADE 
TEORIA DA EQUIVALÊNCIA 
DOS ANTECEDENTES 
CAUSAIS 
= 
SÓ QUEM PRODUZIU DIRETAMENTE 
O RESULTADO DO CRIME DEVE SER 
PENALMENTE RESPONSABILIZADO 
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16. SUPERVENIÊNCIA DE CAUSA 
A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação 
quando, por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores, imputam-se, 
entretanto, a quem os praticou. 
Imaginemos que uma pessoa venha a esfaquear a vítima que vem a óbito. 
Vamos supor que o exame no IML venha a concluir que essa pessoa, NA 
VERDADE, veio a morrer de um ataque cardíaco e não pela facada. Vamos 
supor que o tal ataque cardíaco veio pelo susto que a vítima teve em face 
de ver aquela faca. 
Há uma superveniência de causa, ou seja, uma causa que veio depois. 
Como assim? Primeiro: a facada; depois: o ataque cardíaco. Vamos supor 
que a morte veio pelo segundo fator e não pelo primeiro. 
Se a perícia concluir que a verdadeira causa da morte veio pelo ataque 
cardíaco, então ocorreu a morte pela segunda causa(há aqui, então, 
superveniência de causa). Mas, o ataque cardíaco decorreu do susto da 
faca, então dizemos que houve uma superveniência relativamente 
independente, pois se não fosse a faca, talvez a vítima não tivesse tido o 
tal ataque cardíaco. 
 
17. OMISSÃO RELEVANTE 
Pode ocorrer nexo causal de conduta omissiva. Esse é o nexo causal 
normativo. 
Nesse caso, a omissão é penalmente relevante como causa quando o 
omitente (também chamado de abstêmio) devia e podia agir para evitar 
o resultado. 
O dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, 
proteção ou vigilância; a quem, de outra forma, assumiu a 
responsabilidade de impedir o resultado; e a quem, com seu 
comportamento anterior, criou o risco de sua superveniência. 
 
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18. ELEMENTOS NÃO CONSTITUTIVOS DO CRIME 
Deixam de ser elementos constitutivos do crime: I - a qualidade de 
superior ou a de inferior, quando não conhecida do agente; II - a 
qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço ou de 
quarto, ou a de sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação é praticada em 
repulsa a agressão. 
 
19. TIPICIDADE 
Bem, como vimos, crime é fato típico e antijurídico. Pelo menos, esse é o 
entendimento da Teoria Bipartide. Por essa teoria, o crime tem dois (bi-) 
elementos (duas partes). 
A primeira parte do crime é o “fato típico” e a segunda parte do crime é o 
“fato antijurídico”. Então, se na análise do fato-crime ficar caracterizado o 
fato típico e o fato antijurídico, então concluímos que o crime 
efetivamente ocorreu. 
O “fato típico” por sua vez, é composto, basicamente de 4 elementos: 
conduta, resultado, nexo causal e tipicidade. 
O que é “tipicidade”? 
A tipicidade ocorre quando o juiz aplica corretamente a lei penal. A 
tipicidade é também chamada de adequação típica, pois o fato-crime 
(realidade) tem que se “encaixar” perfeitamente na lei penal (teoria). 
A teoria e a realidade têm que se encaixar perfeitamente. Quando ocorre 
o encaixe, daí dizemos que houve adequação típica imediata e perfeita. A 
lei penal se encaixou no fato típico. Por outro ângulo, o juiz aplicou 
corretamente à lei penal no caso concreto, de forma correta e perfeita. 
Alguns autores dizem que a tipicidade pressupõe a conformidade de um 
fato a um modelo legal incriminador. Essa conformidade se convencionou 
chamar de adequação típica. 
 
20. CRIME IMPOSSÍVEL 
Quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime, nenhuma 
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pena é aplicável. Nesse caso, há a exclusão da própria tipicidade. Não há 
crime. 
***** 
 
TEORIA ANALÍTICA E BIPARTIDE DO CRIME 
2ª PARTE: EXCLUDENTES DE ANTIJURIDICIDADE 
21. EXCLUSÃO DE CRIME 
Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de 
necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento do 
dever legal; IV - em exercício regular de direito. 
Muito embora, nos casos acima, a conduta do agente é permitida, pois 
não é antijurídica, sendo, assim, jurídica, deve-se punir tanto os excessos 
dolosos como os excessos culposos. O agente deve agir na medida exata 
ou exigível nas circunstâncias do caso apenas para reprimir ou expulsar a 
sua noção de perigo. 
ATENÇÃO!... O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, 
excede culposamente os limites da necessidade, responde pelo fato, se 
este é punível, a título de culpa. Se a lei penal não prevê a hipótese de 
crime culposo, pois só há crime culposo se houver previsão explícita, o 
agente não responde pelo excesso, caso tenha praticado o excesso por 
imprudência, negligência ou imperícia. 
Então... se o excesso for doloso, o agente (vítima) responde. Se o excesso 
for culposo, temos que ver a lei. O agente só responde pelo excesso 
culposo se houver previsão legal de crime culposo. 
 
22. CONCEITO DE ESTADO DE NECESSIDADE 
Segundo a doutrina, o “estado de necessidade” se ocorrer, exclui o crime, 
pois exclui a antijuridicidade. O crime não é mais antijurídico. Ora, se 
não é mais antijurídico é porque é jurídico. Se uma conduta é jurídica, 
não há crime, concorda comigo? 
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Em linhas gerais, o estado de necessidade se afigura 
como sendo uma situação de perigo atual. Nesse caso, 
o agente, para salvar bens próprios ou de terceiros, 
vem lesionar (danificar) bens de outros. 
 
23. ESTADO DE NECESSIDADE COMO EXCLUDENTE DO CRIME 
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para 
preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou, 
nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua 
natureza e importância, é consideravelmente inferior ao mal evitado, e o 
agente não era legalmente obrigado a arrostar o perigo. 
Esse é o estado de necessidade justificante, pois sequer se pode falar em 
crime. Nesse caso, não há crime!... O agente não será punido porque não 
há crime. 
ATENÇÃO!... Nos casos de estado de necessidade, se era 
razoavelmente exigível o sacrifício do direito ameaçado, o 
juiz, tendo em vista as condições pessoais do réu, pode 
punir, mas atenuar a pena. Nesse caso, há crime, mas com 
a sanção (pena) reduzida. 
 
24. EXCLUDENTE INOMINADA DE ANTIJURIDICIDADE 
Não há igualmente crime, por exclusão da antijuridicidade, quando o 
comandante de navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência de 
perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, 
a executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, 
ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o 
saque. 
É um caso de “estado de necessidade” especial. Os comandantes, nos 
casos descritos acima, estão autorizados ao uso de “meios violentos”, 
para cumprir missões em situações muito especiais e difíceis, bem como 
para executar operações salvíficas (de salvamento) de vidas ou de 
instalações militares ou para evitar o desânimo, o terror, a desordem, a 
rendição, a resolva, o saque. 
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A doutrina chama esse “estado de necessidade” de “violência salvífica”. 
Mais uma particularidade do direito penal militar. 
OBSERVAÇÃO!!! Você reparou que esse caso de estado de 
necessidade especial só pode ser praticado por 
“comandante”? Lembra o que é “comandante”? Além do 
próprio conceito militar de comandante, para efeitos da lei 
penal militar, comandante é toda pessoa que exerce 
função de direção. Direção, pela lei, é um tipo de função 
tópica, da Alta Administração. No CPM, art. 23, há o 
seguinte dispositivo: “Equiparação a comandante. 
Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da 
lei penal militar, toda autoridade com função de direção”. 
 
25. LEGÍTIMA DEFESA 
Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos 
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito 
seu ou de outrem. 
A legítima defesa representa meio oportuno e adequado para a proteção 
de bens ou interesses jurídicos que venham a ser arbitrariamente 
atacados ou ameaçados. É uma espécie de delegação estatal ao particular, 
militar ou não. 
São requisitos legais da legítimadefesa: 
 A agressão sofrida pela vítima tem que ser atual ou iminente; 
 Tem que haver lesão ou ameaça de lesão a direito próprio ou alheio 
(de terceiro); 
 A vítima da agressão injusta tem que fazer a escolha de meios 
necessários e razoáveis apenas para repelir essa agressão, sob pena 
de responder por eventuais excessos (tanto assim que lei fala no 
uso dos “meios necessários”); 
 Toda causa de justificação implica o elemento subjetivo, qual seja: o 
agente tem que saber que está praticando atos em legítima defesa, 
em outras palavras: o agente tem que saber que está diante de 
injusta agressão, atual ou iminente, e tem que agir com o chamado 
“animus defendendi” (ânimo, vontade consciente de se defender). 
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26. EXCESSO DOLOSO 
O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por excesso 
doloso. Se houver excesso na legítima defesa há crime. O agente (vítima 
da agressão) responde pelo excesso, ainda que doloso, mas com a pena 
diminuída. 
 
27. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL 
Quem cumpre REGULARMENTE um dever legal não pode, ao mesmo, 
praticar ilícito penal. Se cumpre A LEI, não há ilícito!!! A pessoa tem que 
agir o seu dever legal nos estritos limites da lei. Nesse caso, a pessoa está 
fazendo o que a lei manda fazer. Não há antijuridicidade. Não há, 
portanto, crime. 
 
28. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO 
Aqui o dever não está estritamente previsto em lei. Trata-se da tutela 
(proteção) das liberdades individuais e liberdades públicas. 
 
**** 
 
DA CULPABILIDADE 
29. ELEMENTOS DA CULPABILIDADE 
Segundo a maior parte da doutrina, crime é fato típico e antijurídico. A 
culpabilidade é elemento analisado depois que presentes todos os fatores 
do fato típico e antijurídico. 
Para a Teoria Bipartide, a culpabilidade é espécie de senso de reprovação 
social da conduta do agente e é pressuposto da pena. 
A culpabilidade é formada por 3 elementos: imputabilidade, potencial 
conhecimento da ilicitude do fato e a exigibilidade de conduta diversa. 
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Teoria Analítica e Bipartide do Crime 
A culpabilidade é pressuposto da 
aplicação da PENA (punibilidade) 
CRIME = 
FATO 
TÍPICO 
+ 
FATO 
ANTIJURÍDICO 
 CULPABILIDADE  PUNIBILIDADE 
 (analisar...)   
 Imputabilidade PENA 
 
Potencial 
consciência do 
ilícito 
 
 
 
Exigibilidade de 
conduta 
diferente 
 Só merece 
pena quem 
praticar o 
crime e for 
culpável. 
 
Imputabilidade 
O imputável é aquele que pode assumir responsabilidade penal. O 
inimputável é aquele que não pode assumir responsabilidade penal, por 
algum fator. Para que haja culpabilidade e, portanto, a punibilidade do 
agente, ele tem que ser imputável. Se ocorrer inimputabilidade, o agente 
está isento de pena. 
A imputabilidade quer dizer o somatório de condições pessoais do agente 
e que o tornam capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta. O 
inimputável não tem condições de entender o que está fazendo em termos 
penais. 
Assim, ao imputável é possível atribuir o crime, pois é capaz de assumir 
responsabilidade penal. 
Diz a lei penal que não é imputável quem, no momento da ação ou da 
omissão, não possui a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou 
de determinar-se de acordo com esse entendimento, em virtude de 
doença mental, de desenvolvimento mental incompleto ou retardado. 
Vamos ver neste tópico problemas na imputabilidade. 
 
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30. REDUÇÃO FACULTATIVA DA PENA 
Se a doença ou a deficiência mental não suprime, mas diminui 
consideravelmente a capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a 
de autodeterminação, não fica excluída a imputabilidade, mas a pena 
pode ser atenuada, sem prejuízo à hipótese de internação em 
estabelecimento psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou ao 
estabelecimento penal, ou em seção especial de um ou de outro.. 
 
31. EMBRIAGUEZ 
Não é igualmente imputável o agente que, por embriaguez completa 
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da 
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou 
de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente por 
embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao 
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter 
criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
32. MENORES 
O menor de dezoito anos é inimputável. 
ATENÇÃO! QUANDO A LEI PENAL MILITAR DIZ QUE É 
IMPUTÁVEL O MENOR QUE JÁ TENDO COMPLETADO 
DEZESSEIS ANOS E QUE REVELA SUFICIENTE 
DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO PARA ENTENDER O 
CARÁTER ILÍCITO DO FATO E DETERMINAR-SE DE 
ACORDO COM ESTE ENTENDIMENTO, A NORMA É 
CONSIDERADA INCONSTITUCIONAL. 
 
33. EQUIPARAÇÃO A MAIORES 
Equiparam-se aos maiores de dezoito anos, ainda que não tenham 
atingido essa idade: a) os militares; b) os convocados, os que se 
apresentam à incorporação e os que, dispensados temporariamente desta, 
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deixam de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento; c) os alunos 
de colégios ou outros estabelecimentos de ensino, sob direção e disciplina 
militares, que já tenham completado dezoito anos. 
Os menores de dezesseis anos, bem como os menores de dezoito e 
maiores de dezesseis inimputáveis, ficam sujeitos às medidas educativas, 
curativas ou disciplinares determinadas em legislação especial. Nesse 
caso, o juiz deve remeter o caso à legislação definida como Estatuto da 
Criança e Adolescente, o ECA. 
 
Potencial conhecimento da ilicitude 
Para que haja culpabilidade e, portanto, a possibilidade de aplicação da 
pena, é exigível do agente o potencial conhecimento da ilicitude do fato. 
Se o agente não tem o potencial conhecimento da ilicitude do fato, não há 
culpabilidade e, portanto, não há pena. Está o agente isento de pena. 
A análise dos “erros” em Direito são exemplo de análise do potencial (ou 
não) conhecimento da ilicitude. 
 
34. ERRO DE DIREITO 
O erro é a falsa percepção da realidade. O erro por fenômenos físicos se 
chama de “erro de tipo”. O erro quanto ao conhecimento da lei ou quanto 
à sua interpretação se chama de “erro de proibição”. 
MAS... ... ... ATENÇÃO! O mero desconhecimento da lei não 
desonera o agente de responsabilidade penal. 
Quanto ao erro, a questão jurídica é a seguinte: “A pena pode ser 
atenuada ou substituída por outra menos grave quando o agente, salvo 
em se tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o 
fato, por ignorância ou erro de interpretação da lei, se escusáveis 
(desculpáveis)”. 
O erro escusável é desculpável, pois o agente cometeria o erro mesmo se 
empregasse toda sua atenção, diligência e cuidado que lhe são exigíveis. 
O erro escusável é o erro inevitável, também chamado de invencível. 
Nesse caso, o agente está isento de pena. 
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CUIDADO!... HÁ UMA EXCEÇÃOÀ REGRA DE ISENÇÃO DE PENA AO ERRO 
ESCUSÁVEL. NÃO HAVERÁ ISENÇÃO DE PENA QUANDO O ERRO FOR 
PRATICADO CONTRA O DEVER MILITAR. O dever militar deve ser 
praticado com um cuidado tal que não se admite erro com consequências 
penais. A doutrina acha isso muito rigoroso, introduzindo no ordenamento 
a responsabilidade objetiva. Mas, para quem conhece a realidade militar, 
a exceção citada pode fazer algum sentido. Temos aqui mais uma 
particularidade da lógica do sistema militar. 
 
35. ERRO DE FATO 
É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente 
escusável, a inexistência de circunstância de fato que o constitui ou a 
existência de situação de fato que tornaria a ação legítima. 
No erro de fato, o agente acredita, sinceramente, que sua conduta está 
em harmonia com a existência de uma situação de fato que transforma 
sua conduta penal em conduta permissiva. Se o erro for invencível, ou 
seja, plenamente escusável (desculpável), não há culpabilidade, o que 
isenta o agente da penalidade. 
 
36. ERRO CULPOSO 
Se o erro deriva de culpa, a este título responde o agente, se o fato é 
punível como crime culposo. 
 
37. ERRO PROVOCADO 
Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de 
dolo ou culpa, conforme o caso. 
 
38. ERRO SOBRE A PESSOA 
Quando o agente, por erro de percepção ou no uso dos meios de 
execução, ou outro acidente, atinge uma pessoa em vez de outra, 
responde como se tivesse praticado o crime contra aquela que realmente 
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pretendia atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades 
da vítima, mas as da outra pessoa, para configuração, qualificação ou 
exclusão do crime, e agravação ou atenuação da pena. 
Há duas modalidades de erro sobre a pessoa, registradas na doutrina: 
 Aberratio ictus = ocorre quando o agente “erra a mira”. Mira, por 
exemplo, a arma numa pessoa e acaba acertando outra. É o erro 
acidental. 
 Aberratio personae = ocorre quando o agente confunde a pessoa. 
Pensa estar, por exemplo, matando uma pessoa, quando, na 
verdade, é outra pessoa. É o erro por representação. 
Em ambos os casos acima, o erro é irrelevante, pois vale para o Direito 
Penal é a intenção (Teoria Finalista). Devemos focar qual era a intenção 
do agente, ou seja, quem ele pretendia realmente atingir. 
 
39. ERRO QUANTO AO BEM JURÍDICO 
Se, por erro ou outro acidente na execução, é atingido bem jurídico 
diverso do visado pelo agente, responde este por culpa, se o fato é 
previsto como crime culposo. Essa é a hipótese do aberratio criminis. 
 
40. DUPLICIDADE DO RESULTADO NO ERRO 
Se, no erro sobre a pessoa, é também atingida a pessoa visada, ou, no 
caso erro quanto ao bem jurídico, ocorre ainda o resultado pretendido, 
aplica-se a regra do concurso de crimes. 
 
Exigibilidade de conduta diversa 
Para que haja culpabilidade e, portanto, punibilidade, devemos entender 
presente no caso a exigibilidade de conduta diversa. Se não for exigível 
conduta diversa (conduta diferente) ao agente, não devemos falar em 
culpabilidade e, portanto, o agente está isento de pena. 
A análise da coação é exemplo de possibilidade de inexigibilidade de 
conduta diversa. Vejamos. 
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41. COAÇÃO IRRESISTÍVEL 
Não é culpado quem comete o crime sob coação irresistível ou que lhe 
suprima a faculdade de agir segundo a própria vontade. 
Coação é o emprego de força física ou de grave ameaça contra alguma 
pessoa, obrigando-a a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. 
A coação pode ser... 
FÍSICA MORAL 
  
Também chamada de “vis absoluta” 
ou “vis corporalis”. 
Também chamada de “vis 
compulsiva” 
Se configurada uma ou outra, as consequências são idênticas: isenção de 
pena, pois o agente não é culpável, desde que a coação seja realmente 
IRRESISTÍVEL. 
 
42. CRÍTICA DA DOUTRINA 
Os doutrinadores dizem que no caso da coação física, o agente passa a 
ser vítima, pois ausente, totalmente, sua conduta. Nesse caso, como não 
há conduta do agente, não há fato típico e, por isso, não há crime. Por 
isso, não há pena. 
Agora, quando a coação é moral, há conduta e se presentes os demais 
tópicos do fato típico e antijurídico, há crime. Porém, o agente comete o 
crime, não sendo, tão-somente, culpável. Nesse caso, também, não há 
pena, mas por motivo diferente da coação física. 
Veja o seguinte quadro: 
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Na coação física... Na coação moral... 
  
Não há crime. Há crime, mas não há culpabilidade. 
Em ambos os casos, não há pena, mas por motivos diferentes. 
 
43. COAÇÃO FÍSICA OU MATERIAL 
Nos crimes em que há violação do dever militar, o agente não pode 
invocar coação irresistível senão quando física ou material. Isso quer dizer 
que não se pode invocar, em favor do agente, a regra da exclusão da 
culpabilidade, na hipótese de coação moral, caso o agente deveria 
cumprir, ainda que sob coação moral, seu dever militar. 
A doutrina aqui também faz uma crítica, achando essa regra do dever 
militar, ainda que sob coação moral irresistível, de extremo rigor. 
 
44. OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA 
Não é culpado quem comete o crime em estrita obediência a ordem direta 
de superior hierárquico, em matéria de serviços, mas responde pelo crime 
o autor da coação ou da ordem. 
Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato manifestamente 
criminoso, ou há excesso nos atos ou na forma da execução, é punível 
também o inferior. 
Observe que para se caracterizar obediência hierárquica, deve-se ter o 
seguinte: 
 Uma relação de hierarquia entre o autor da ordem (o superior) e o 
subordinado; 
 A ordem não pode ser evidentemente ilegal; 
 A ordem deve referir-se à matéria em serviço; 
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 A ordem deve ser emanada de autoridade competente; 
 O subordinado não pode exceder aos limites da ordem dada, pois, 
se exceder, responde pelo excesso. 
 
45. ATENUAÇÃO DE PENA 
Nos casos de coação ou obediência hierárquica, se era possível resistir à 
coação, ou se a ordem não era manifestamente ilegal, o juiz, tendo em 
vista as condições pessoais do réu, pode atenuar a pena. 
 
46. ESTADO DE NECESSIDADE COM EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE 
Outro “problema” de exigibilidade de conduta diversa como fator formador 
da culpabilidade é o estado de necessidade exculpante. 
Não é culpado (ou seja, não tem culpabilidade) quem, para proteger 
direito próprio ou de pessoa a quem está ligado por estreitas relações de 
parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou, nem 
podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior 
ao direito protegido, desde que não lhe era razoavelmente exigível 
conduta diversa. 
Esse é o chamado de “estado de necessidade exculpante”. Na Teoria 
Bipartide, há crime, mas o agente está isento de pena, pois não é 
culpável. 
Cuidado! Para se caracterizar o “estado de necessidade” EXCULPANTE, o 
qual exclui a culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diferente, temos 
que ter presente, na análise da dinâmica dos fatos, o seguinte: 
 Existência de perigo certo e atual; 
 O perigo certo é o perigo verdadeiro, que está mesmoocorrendo, 
sincero, consciente; 
 O perigo atual é o perigo no tempo presente, já ocorrendo ou na 
iminência de ocorrer; 
 O perigo tem que ser a direito próprio ou a direito de terceiro; 
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 O terceiro tem que ser uma pessoa a quem o agente esteja ligado 
por estreita relação de parentesco ou afeição (inclusive, esse é um 
diferencial em relação ao estado de necessidade justificante – 
aquele em que o crime é excluído... em outras palavras: o “estado 
de necessidade exculpante” é assim justamente pelo fato de o 
agente defender direito próprio ou de pessoa que tenha laços 
próximos de parentesco ou de afeição – justamente por essa 
proximidade emocional com outras pessoas, o agente pode praticar 
o crime, mas não é culpável, por inexigibilidade de conduta 
diferente!); 
 O perigo tem que ser inevitável; 
 O perigo não pode ser voluntariamente provocado pelo agente; 
 Não há razoabilidade de sacrifício do interesse ou do direito sob 
perigo; 
 O agente ativo tem que ter conhecimento da situação exculpante. 
ATENÇÃO!... Nos casos de estado de necessidade, se era razoavelmente 
exigível o sacrifício do direito ou interesse ameaçado, o juiz, tendo em 
vista as condições pessoais do réu, pode punir, mas atenuar a pena. 
Nesse caso, há crime, mas com a sanção (pena) reduzida. 
 
47. EXCESSO ESCUSÁVEL EM LEGÍTIMA DEFESA 
Não é punível o excesso em face de legítima defesa quando resulta de 
escusável surpresa ou perturbação de ânimo, em face da situação. É mais 
um caso de exclusão de culpabilidade, por inexigibilidade de conduta 
(ação) diversa (diferente). 
Não é exigível da pessoa que sofre agressão injusta e que age em legítima 
defesa a punição quando essa agressão advém de surpresa ou 
perturbação afligida a essa pessoa. Há crime, mas não há punição. Exclui-
se a culpabilidade e não se aplica a pena. 
 
DO CONCURSO DE AGENTES 
A doutrina e a prática admitem que existam crimes em que mais de uma 
pessoa venha a praticá-lo de forma unida. Há a formação de um grupo de 
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pessoas para o crime. Duas ou mais pessoas se juntam para a prática 
criminosa. 
Quando isso ocorre há concurso de agentes. Assim sendo, conforme a 
doutrina, são requisitos do concurso de agentes: 
 Pluralidade de agentes e de condutas; 
 Relevância causal de cada conduta; 
 Ligação subjetiva entre os sujeitos concorrentes; 
 Identidade de infração penal. 
 
48. CO-AUTORIA 
Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas. A co-autoria ocorre quando duas ou mais pessoas têm o 
mesmo dolo! O autor e o co-autor praticam a conduta descrita no tipo 
penal. 
 
49. PARTÍCIPE 
O Código Penal não define “participação”, mas esta pode ser entendida 
em relação àquele que contribui com o empreendimento criminoso, 
emprestando auxílio, estímulo ou apoio ao(s) autor(es). O partícipe não 
pratica as condutas descritas no tipo penal, mas contribui afirmativamente 
com o crime. 
 
50. CONDIÇÕES OU CIRCUNSTÂNCIAS PESSOAIS 
A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da dos 
outros, determinando-se segundo a sua própria culpabilidade. Não se 
comunicam, outrossim, as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, 
salvo quando elementares do crime. 
A doutrina diz que a Teoria do Concurso de Pessoas é explicada pela 
Teoria Pluralista da Conduta, pois cada um dos concorrentes (agentes) 
pratica uma conduta própria, com um elemento subjetivo próprio e um 
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resultado próprio, em face do que, cada um, por si só, deve responder, 
individualmente, por sua própria conduta. É a individualização da 
responsabilidade penal. 
 
51. AGRAVAÇÃO DE PENA 
A pena é agravada em relação ao agente que: I - promove ou organiza a 
cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; II - coage 
outrem à execução material do crime; III – instiga ou determina a 
cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade, ou não punível em 
virtude de condição ou qualidade pessoal; IV - executa o crime, ou nele 
participa, mediante paga ou promessa de recompensa. 
 
52. ATENUAÇÃO DE PENA 
A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no crime é de 
somenos importância. 
 
53. CABEÇAS 
Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças os 
que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação. 
Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes 
considerados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de 
oficial. 
 
54. CASOS DE IMPUNIBILIDADE 
O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição em 
contrário, não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser 
tentado. 
 
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EXERCÍCIOS 
55. DAS QUESTÕES GABARITADAS E COMENTADAS 
1. A embriaguez patológica recebe o mesmo tratamento que a 
embriaguez voluntária ou culposa no CPM, segundo o qual 
ambas isentam de pena o agente, por não possuir este 
consciência no momento da prática do crime. (CESPE - 2004 - 
STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 
 
Comentários: 
A questão está errada, pois os dois tipos de “embriaguez” não tratadas 
da mesma forma. A embriaguez patológica é considerada involuntária 
e, portanto, não há pena. Mas a embriaguez voluntária, no contexto 
militar, não desconstitui o agente de pena, pois é culpável. 
 
Gabarito: ERRADO. 
2. A legislação penal militar admite o uso, em situação especial, de 
meios violentos por parte do comandante para compelir os 
subalternos a executar serviços e manobras urgentes, para 
evitar o desânimo, a desordem ou o saque. (CESPE - 2004 - STM 
- Analista Judiciário - Área Judiciária) 
 
Comentários: 
Sim, trata-se do “estado de necessidade” especial, inominado, também 
chamado de “violência salvífica”. Tal hipótese está prevista no 
parágrafo único do art. 42 do CPM. 
 
Gabarito: CERTO. 
3. Considerando-se que, em relação ao concurso de agentes, o 
CPM possui disciplinamento singular, entendendo o “cabeça” 
como o líder na prática de determinados crimes, é correto 
afirmar que, havendo participação de oficiais em crime militar, 
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ainda que de menor importância, para todos os efeitos penais, 
eles devem ser considerados como “cabeças”. 
(CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Execução de 
Mandados – Específicos) 
 
Comentários: 
Sim, os parágrafos 4º e 5º do art. 53 do CPM dizem que na prática de 
crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças os que 
dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação. Quando o crime é 
cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes considerados 
cabeças, assim como os inferiores que exercem função de oficial. 
 
Gabarito: CERTO. 
4. Considere a seguinte situação hipotética: João foi contratado 
para tirar a vida de Fernando. Quando vai executar o homicídio, 
não encontra Fernando e, como o irmão deste estava no local eera seu desafeto, tira-lhe a vida. Nessa situação, João praticou 
um homicídio com erro sobre a pessoa, não se devendo 
considerar as condições ou qualidades da vítima, mas as de 
Fernando. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia) 
 
Comentários: 
O item está errado, pois o CPM diz que quando o agente, por erro de 
percepção ou no uso dos meios de execução, ou outro acidente, atinge 
uma pessoa em vez de outra, responde como se tivesse praticado o 
crime contra aquela que realmente pretendia atingir. Devem ter-se em 
conta não as condições e qualidades da vítima, mas as da outra 
pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão do crime, e 
agravação ou atenuação da pena. 
Então, o item está errado, pois o juiz deve considerar as circunstâncias 
pessoais de quem o agente ativo tinha a intenção de matar. 
 
Gabarito: ERRADO. 
5. É CORRETO afirmar que há ilicitude penal no fato: 
a) praticado no estrito cumprimento do dever legal; 
b) praticado em contrariedade ao ordenamento jurídico; 
c) praticado no exercício regular de um direito; 
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d) praticado no estado de necessidade; 
e) praticado em virtude da presunção de uma agressão a direito 
próprio ou de outrem. (NUCEPE - 2010 - SEJUS-PI - Agente 
Penitenciário) 
 
Comentários: 
Para afirmarmos que HÁ ILICITUDE, há algo de errado. Então, há 
ilicitude, vale dizer, há antijuridicidade, o fato praticado em 
contrariedade com o ordenamento jurídico. 
 
Gabarito: LETRA “B”. 
6. É inimputável o agente que pratica o fato criminoso sem 
capacidade de entendimento e sem determinação, em razão de 
doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área 
Judiciária) 
 
Comentários: 
Diz a lei penal que não é imputável quem, no momento da ação ou da 
omissão, não possui a capacidade de entender o caráter ilícito do fato 
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, em virtude de 
doença mental, de desenvolvimento mental incompleto ou retardado. 
 
 
Gabarito: CERTO. 
7. É isento de pena quem imagina verdadeiramente estar agindo 
em legítima defesa, já que toda situação fática assim indica, 
apesar de tal não ocorrer, estar-se-á diante de uma 
discriminante putativa. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de 
Polícia) 
 
Comentários: 
Se a pessoa acha, sinceramente, que está agindo com legítima defesa, 
deve se beneficiar da excludente de culpabilidade. 
 
Gabarito: CERTO. 
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8. Inclui-se, dentre outras causas excludentes da ilicitude, 
a) a coação irresistível. 
b) a obediência hierárquica. 
c) a embriaguez voluntária. 
d) a emoção. 
e) o estado de necessidade. (FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - 
Técnico Judiciário - Segurança e Transporte) 
 
Comentários: 
Os itens “a”, “b”, “c”, e “d” são excludentes de culpabilidade. O item 
“e” é excludente de ilicitude, vale dizer, excludente de antijuridicidade, 
conforme a doutrina. 
 
Gabarito: LETRA “E”. 
9. Não há crime pela ausência de dolo pelo fato de este ser um 
elemento da antijuridicidade. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - 
Agente de Polícia) 
 
Comentários: 
O item está errado, pois o “dolo” não é elemento a ser analisado na 
antijuridicidade e sim no fato típico. 
 
Gabarito: ERRADO. 
10. O Código Penal Militar (CPM), ao estabelecer a relação de 
causalidade no crime, adotou o princípio da equivalência dos 
antecedentes causais, ou da conditio sine qua non, o qual se 
contrapõe à teoria monista adotada pelo mesmo código quanto 
ao concurso de pessoas. (CESPE - 2004 - STM - Analista 
Judiciário - Área Judiciária) 
 
Comentários: 
Na verdade, a questão está errada tão-somente pelo fato de no Brasil 
não adotarmos a Teoria Monista para explicar o concurso de agentes. 
Adotamos a Teoria Pluralista, onde cada um dos co-autores e dos 
partícipes responderá pelo crime na medida exata de sua culpabilidade. 
 
Gabarito: ERRADO. 
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11. O CPM estabelece que não se comunicam as condições ou 
circunstâncias de caráter pessoal, exceto quando elementares 
do crime, o que significa dizer que responde por crime comum a 
pessoa civil que, juntamente com um militar, cometa, por 
exemplo, crime de peculato tipificado no CPM. (CESPE - 2004 - 
STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 
 
Comentários: 
Na verdade, a conclusão está errada, pois responde sim, nos termos do 
Código Penal Militar, o civil que comete crime juntamente com o 
militar, desde que o civil conheça essa condição do militar. 
 
Gabarito: ERRADO. 
12. O CPM, ao adotar o princípio da participação de menor 
importância, estabeleceu uma exceção à teoria monista do 
concurso de agentes. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - 
Área Judiciária) 
 
Comentários: 
Sim... isso porque, na Teoria Monista, não há individualização 
(particularização) das condutas. Ao definir a participação de menor 
importância, o CPM está sim procurando particularizar a conduta e, 
portanto, está coerente com a Teoria Pluralista do Concurso de 
Pessoas. 
 
Gabarito: CERTO. 
13. Segundo a concepção material, crime é tudo aquilo que a 
sociedade entende que pode e deve ser proibido, mediante 
aplicação de sanção penal. Para a concepção formal, crime é a 
conduta proibida por lei, sob ameaça de aplicação de pena, ou 
seja, o fenômeno é tratado por uma visão legislativa. No seu 
conceito analítico, prevalece o entendimento de que crime é 
uma conduta típica, antijurídica e culpável. Acerca dos 
desdobramentos desta última teoria, assinale a alternativa 
correta. 
a) Pela teoria bipartida, o autor de um fato típico e antijurídico 
que tenha sido levado à sua prática por erro escusável de 
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proibição, sem ter a menor ideia de que o que pratica é ilícito, 
não é considerado um criminoso. 
b) O finalismo, de Hans Welzel, nem sempre considerou o crime 
como fato típico, antijurídico e culpável. 
c) Para a teoria causalista, o dolo e a culpa estão situados na 
culpabilidade. Então, logicamente, para quem adota essa teoria, 
impossível se torna acolher o conceito bipartido de crime. 
d) Da concepção analítica de crime, é possível inferir que o 
Direito Penal não estabeleceu distinção entre crime e 
contravenção penal. Tanto no crime quanto na contravenção 
não é cabível a fixação da multa de maneira isolada. 
e) É correto afirmar que a estrutura analítica do crime se liga, 
necessariamente, à adoção da concepção finalista, causalista ou 
social da ação delituosa. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Delegado 
de Polícia – Objetiva) 
 
Comentários: 
a) O item está errado, pois, na verdade, pela Teoria Bipartide do 
Crime, há sim crime, mas não há culpabilidade. 
b) O item também está errado, pois a escola finalista considerou sim o 
crime, em sua perspectiva analítica, como fato típico, antijurídico e 
culpável (Teoria Tripartide do Crime). 
c) Como a responsabilidade penal é subjetiva, ou seja, depende da 
presença do dolo e da culpa na análise do crime, não há como 
considerar crime na Teoria Causalista,na visão bipartide, pois, o crime, 
nesse caso é fato típico e antijurídico. Se tirarmos o dolo e a culpa do 
fato típico, a responsabilidade para imputação penal seria objetiva, o 
que não se admite em nosso sistema. 
d) Pela Teoria analítica, há sim distinção em crime e contravenção. 
Outra coisa, há sim a possibilidade de se aplicar multa de maneira 
isolada. Há infrações penais puníveis só com multa. 
e) Hoje em dia, a concepção analítica do crime se liga à Teoria 
Finalista. Essa concepção analítica (bipartide) não está coerente com a 
teoria social do crime. 
 
Gabarito: LETRA “C”. 
14. Sobre o Direito Penal Militar, analise as assertivas abaixo, 
assinalando, em seguida, a alternativa que sobre elas contenha 
o devido julgamento: 
I - Consideram-se crimes militares em tempo de paz os crimes 
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previstos no Código Penal Militar, quando definidos de modo 
diverso na lei penal comum ou nela não previstos, qualquer que 
seja o agente, salvo disposição especial. 
II - Se dois militares em serviço ativo juntamente com um 
militar inativo, ainda que não empregado regularmente na 
Administração Militar, ocuparem um quartel contrariamente à 
ordem superior, os três, em tese, estarão na prática do motim. 
III - O Código Penal Militar prevê o delito de dano culposo. 
IV - Consideram-se como extensão do território nacional 
aeronaves e navios brasileiros, sob comando militar ou 
militarmente utilizados ou ocupados por ordem legal de 
autoridade competente, ainda que de propriedade privada, 
desde que se encontrem em mar territorial nacional ou no 
espaço aéreo correspondente. 
JULGUE: 
a) Apenas a assertiva IV é falsa. 
b) Todas as assertivas são falsas. 
c) Não há assertiva falsa. 
d) Apenas as assertivas I e III são falsas. 
e) Apenas as assertivas II e III são falsas. (MPE-PB - 2010 - 
Promotor de Justiça) 
 
Comentários: 
Todos os itens estão certos. O item IV está errado, pois será extensão 
do território nacional os navios ou aeronaves, nas circunstâncias 
citadas, onde quer que os tais aparelhos estejam e não só se estiverem 
no território nacional. 
 
Gabarito: LETRA “A”. 
15. Um adolescente com dezessete anos de idade que, convocado 
ao serviço militar, após ser incorporado, praticar conduta 
definida no CPM como crime de insubordinação praticado contra 
superior será alcançável pela lei penal militar, a qual adotou, 
para os menores de dezoito e maiores de dezesseis anos de 
idade, o sistema biopsicológico, em que o reconhecimento da 
imputabilidade fica condicionado ao seu desenvolvimento 
psíquico. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área 
Judiciária – Específicos) 
 
Comentários: 
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A atual Constituição da República não admite responsabilidade penal 
aos menores de 18 anos de idade. Estão, tais menores, submetidos ao 
Estatuto da Criança e do Adolescente – o ECA. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
56. LISTA DE QUESTÕES DESENVOLVIDAS NA AULA DE HOJE 
1. A embriaguez patológica recebe o mesmo tratamento que a 
embriaguez voluntária ou culposa no CPM, segundo o qual ambas 
isentam de pena o agente, por não possuir este consciência no 
momento da prática do crime. (CESPE - 2004 - STM - Analista 
Judiciário - Área Judiciária) 
2. A legislação penal militar admite o uso, em situação especial, de meios 
violentos por parte do comandante para compelir os subalternos a 
executar serviços e manobras urgentes, para evitar o desânimo, a 
desordem ou o saque. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área 
Judiciária) 
3. Considerando-se que, em relação ao concurso de agentes, o CPM 
possui disciplinamento singular, entendendo o “cabeça” como o líder na 
prática de determinados crimes, é correto afirmar que, havendo 
participação de oficiais em crime militar, ainda que de menor 
importância, para todos os efeitos penais, eles devem ser considerados 
como “cabeças”. 
(CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Execução de Mandados – 
Específicos) 
4. Considere a seguinte situação hipotética: João foi contratado para tirar 
a vida de Fernando. Quando vai executar o homicídio, não encontra 
Fernando e, como o irmão deste estava no local e era seu desafeto, 
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tira-lhe a vida. Nessa situação, João praticou um homicídio com erro 
sobre a pessoa, não se devendo considerar as condições ou qualidades 
da vítima, mas as de Fernando. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente 
de Polícia) 
5. É CORRETO afirmar que há ilicitude penal no fato: 
a) praticado no estrito cumprimento do dever legal; 
b) praticado em contrariedade ao ordenamento jurídico; 
c) praticado no exercício regular de um direito; 
d) praticado no estado de necessidade; 
e) praticado em virtude da presunção de uma agressão a direito 
próprio ou de outrem. (NUCEPE - 2010 - SEJUS-PI - Agente 
Penitenciário) 
6. É inimputável o agente que pratica o fato criminoso sem capacidade de 
entendimento e sem determinação, em razão de doença mental, 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado. (CESPE - 2004 - 
STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 
7. É isento de pena quem imagina verdadeiramente estar agindo em 
legítima defesa, já que toda situação fática assim indica, apesar de tal 
não ocorrer, estar-se-á diante de uma discriminante putativa. 
(FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia) 
8. Inclui-se, dentre outras causas excludentes da ilicitude, 
a) a coação irresistível. 
b) a obediência hierárquica. 
c) a embriaguez voluntária. 
d) a emoção. 
e) o estado de necessidade. (FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Técnico 
Judiciário - Segurança e Transporte) 
9. Não há crime pela ausência de dolo pelo fato de este ser um elemento 
da antijuridicidade. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia) 
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10. O Código Penal Militar (CPM), ao estabelecer a relação de causalidade 
no crime, adotou o princípio da equivalência dos antecedentes causais, 
ou da conditio sine qua non, o qual se contrapõe à teoria monista 
adotada pelo mesmo código quanto ao concurso de pessoas. (CESPE - 
2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 
11. O CPM estabelece que não se comunicam as condições ou 
circunstâncias de caráter pessoal, exceto quando elementares do 
crime, o que significa dizer que responde por crime comum a pessoa 
civil que, juntamente com um militar, cometa, por exemplo, crime de 
peculato tipificado no CPM. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - 
Área Judiciária) 
12. O CPM, ao adotar o princípio da participação de menor importância, 
estabeleceu uma exceção à teoria monista do concurso de agentes. 
(CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 
13. Segundo a concepção material, crime é tudo aquilo que a sociedade 
entende que pode e deve ser proibido, mediante aplicação de sanção 
penal. Para a concepção formal, crime é a conduta proibida por lei, sob 
ameaça de aplicação de pena, ou seja, o fenômeno é tratado por uma 
visão legislativa. No seu conceito analítico, prevalece o entendimento 
de que crime é uma conduta típica, antijurídica e culpável. Acerca dos 
desdobramentosdesta última teoria, assinale a alternativa correta. 
 
a) Pela teoria bipartida, o autor de um fato típico e antijurídico que 
tenha sido levado à sua prática por erro escusável de proibição, sem 
ter a menor ideia de que o que pratica é ilícito, não é considerado um 
criminoso. 
b) O finalismo, de Hans Welzel, nem sempre considerou o crime como 
fato típico, antijurídico e culpável. 
c) Para a teoria causalista, o dolo e a culpa estão situados na 
culpabilidade. Então, logicamente, para quem adota essa teoria, 
impossível se torna acolher o conceito bipartido de crime. 
d) Da concepção analítica de crime, é possível inferir que o Direito 
Penal não estabeleceu distinção entre crime e contravenção penal. 
Tanto no crime quanto na contravenção não é cabível a fixação da 
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multa de maneira isolada. 
e) É correto afirmar que a estrutura analítica do crime se liga, 
necessariamente, à adoção da concepção finalista, causalista ou social 
da ação delituosa. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Delegado de Polícia – 
Objetiva) 
14. Sobre o Direito Penal Militar, analise as assertivas abaixo, assinalando, 
em seguida, a alternativa que sobre elas contenha o devido 
julgamento: 
I - Consideram-se crimes militares em tempo de paz os crimes 
previstos no Código Penal Militar, quando definidos de modo diverso na 
lei penal comum ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, 
salvo disposição especial. 
II - Se dois militares em serviço ativo juntamente com um militar 
inativo, ainda que não empregado regularmente na Administração 
Militar, ocuparem um quartel contrariamente à ordem superior, os três, 
em tese, estarão na prática do motim. III - O Código Penal Militar 
prevê o delito de dano culposo. 
IV - Consideram-se como extensão do território nacional aeronaves e 
navios brasileiros, sob comando militar ou militarmente utilizados ou 
ocupados por ordem legal de autoridade competente, ainda que de 
propriedade privada, desde que se encontrem em mar territorial 
nacional ou no espaço aéreo correspondente. 
JULGUE: 
a) Apenas a assertiva IV é falsa. 
b) Todas as assertivas são falsas. 
c) Não há assertiva falsa. 
d) Apenas as assertivas I e III são falsas. 
e) Apenas as assertivas II e III são falsas. (MPE-PB - 2010 - Promotor 
de Justiça) 
15. Um adolescente com dezessete anos de idade que, convocado ao 
serviço militar, após ser incorporado, praticar conduta definida no CPM 
como crime de insubordinação praticado contra superior será 
alcançável pela lei penal militar, a qual adotou, para os menores de 
dezoito e maiores de dezesseis anos de idade, o sistema biopsicológico, 
em que o reconhecimento da imputabilidade fica condicionado ao seu 
desenvolvimento psíquico. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - 
Área Judiciária – Específicos) 
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Despeço-me de todos com um abraço grande!... Bons 
estudos!... Obrigada por sua presença nesta aula! Espero 
ver você na próxima aula e nos fóruns, combinado? 
Professora Tatiana Santos. 
PS: ACOMPANHE OS ARTIGOS QUE PUBLICO A RESPEITO DOS 
TEMAS DO NOSSO CURSO!

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