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Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 41 AULA 01: DO CRIME, DA IMPUTABILIDADE PENAL, CONCURSO DE AGENTES SUMÁRIO PÁGINA 1. Do crime 2 2. Breve revisão 3 3. Subdivisão do Fato Típico 3 4. Teoria Finalista da Ação: dolo e culpa no fato típico 4 5. Crime culposo 6 6. Distinção entre dolo e culpa 7 7. Excepcionalidade do crime culposo 7 8. Nenhuma pena sem culpabilidade 7 9. Iter criminis 7 10. Crime consumado 8 11. Tentativa 8 12. Pena de tentativa 9 13. Desistência voluntária e arrependimento eficaz 10 14. Resultado 11 15. Relação de causalidade (nexo causal) 12 16. Superveniência de causa 13 17. Omissão relevante 13 18. Elementos não constitutivos do crime 14 19. Tipicidade 14 20. Crime impossível 14 21. Exclusão de crime 15 22. Conceito de estado de necessidade 15 23. Estado de necessidade como excludente do crime 16 24. Excludente inominada de antijuridicidade 16 25. Legítima defesa 17 26. Excesso doloso 18 27. Estrito cumprimento do dever legal 18 28. Exercício regular de direito 18 29. Elementos da Culpabilidade 18 30. Redução facultativa da pena 20 31. Embriaguez 20 32. Menores 20 33. Equiparação a maiores 20 34. Erro de direito 21 35. Erro de fato 22 36. Erro culposo 22 37. Erro provocado 22 38. Erro sobre a pessoa 22 Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 41 39. Erro quanto ao bem jurídico 23 40. Duplicidade do resultado no erro 23 41. Coação irresistível 24 42. Crítica da doutrina 24 43. Coação física ou material 25 44. Obediência hierárquica 25 45. Atenuação de pena 26 46. Estado de necessidade com excludente de culpabilidade 26 47. Excesso escusável em legítima defesa 27 48. Co-autoria 28 49. Partícipe 28 50. Condições ou circunstâncias pessoais 28 51. Agravação de pena 29 52. Atenuação de pena 29 53. Cabeças 29 54. Casos de impunibilidade 29 55. Das questões gabaritadas e comentadas 30 56. Lista de questões desenvolvidas na aula de hoje 37 1. DO CRIME Temos que estudar neste ponto a chamada percepção analítica do crime. Essa percepção nos conduz à análise da definição técnica do crime. Analisar é “quebrar”, “separar”, “dividir” alguma coisa em várias ou em algumas partes. Nessa perspectiva, o crime é entendido tecnicamente como sendo uma ideia partida em alguns elementos. Para os adeptos da Teoria Tripartide do Crime, o crime tem 3 elementos, vale dizer, 3 partes. CRIME É = FATO TÍPICO + FATO ANTIJURÍDICO + PESSOA CULPÁVEL (CULPABILIDADE). Para os adeptos da Teoria Bipartide do Crime, o crime tem 2 elementos, isto é, 2 partes. CRIME É = FATO TÍPICO + FATO ANTIJURÍDICO. Nesse sentido, a CULPABILIDADE (pessoa culpável) é elemento a ser analisado separadamente da definição analítica do crime. A doutrina admite que o Código Penal Militar use a percepção analítica BIPARTIDE DO CRIME. O FATO TÍPICO é subdivido em outros 4 elementos. FATO TÍPICO É = CONDUTA + RESULTADO + NEXO DE CAUSALIDADE + TIPICIDADE. Então, para entendermos o “fato típico”, temos que estudar a respeito da conduta do agente ativo do crime, o resultado do crime, a relação causal entre a conduta e o resultado (nexo de causalidade) e, por fim, a tipicidade. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 41 Quanto ao FATO ANTIJURÍDICO, basta entendermos o seu conceito e sua contribuição para sabermos de um fato é crime mesmo! Podem ocorrer 4 fatores que afastam uma conduta penal, ou seja, NÃO HAVERÁ CRIME SE O AGENTE ATIVO DO ILÍCITO PENAL VIER A COMETER O FATO TÍPICO SOB: 1) LEGÍTIMA DEFESA ou, 2) ESTADO DE NECESSIDADE ou, 3) EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO ou, 4) ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL. Repito: nessas 4 hipóteses, não há crime. 2. BREVE REVISÃO Então, o que é crime (na perspectiva analítica)? Bem, segundo a Teoria Bipartide, o CRIME é “fato típico” e “antijurídico”. Quais são os 4 elementos básicos do “fato típico”? São: CONDUTA, RESULTADO, NEXO CAUSAL, TIPICIDADE. Quais são os 4 elementos básicos que podem excluir a antijuridicidade e, portanto, excluir o crime? São: LEGÍTIMA DEFESA, ESTADO DE NECESSIDADE, EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO, ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. 3. SUBDIVISÃO DO FATO TÍPICO Vamos aprofundar um pouco mais no “FATO TÍPICO”, pois cada elemento dele pode ser subdivido da seguinte forma (aproveitando, veja o quadro completo do que vimos até agora): CRIME FATO TÍPICO FATO ANTIJURÍDICO CONDUTA Ação ou omissão Dolo ou culpa EXCLUDENTES... Consumação e tentativa Crime impossível L e g ít im a d e fe s a E s ta d o d e n e c e s s id a d e E x e rc íc io r e g u la r d e d ir e it o E s tr it o c u m p ri m e n to d o d e v e r le g a l Desistência voluntária Arrependimento eficaz Coação irresistível Obediência Hierárquica RESULTADO Agravação pelo resultado NEXO CAUSAL Equivalência dos antecedentes Superveniência de causa Nexo causal normativo TIPICIDADE Teoria do Erro Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 41 Nos tópicos a seguir, vou procurar desenvolver a Teoria conforme a lógica acima apresentada, fazendo as devidas anotações quanto ao contexto do crime militar, ok? Qualquer dúvida, envie sua questão no fórum de tira- dúvidas e debates do Estratégia Concursos, na área do aluno. ATENÇÃO!... O objetivo desta aula não é detalhar minuciosamente todos os elementos da Teoria Penal, pois essa tarefa é do Direito Penal Comum. O grande objetivo desta aula é detalhar as particularidades do sistema e da lógica militar. TEORIA ANALÍTICA E BIPARTIDE DO CRIME 1ª PARTE: DO FATO TÍPICO 4. TEORIA FINALISTA DA AÇÃO: DOLO E CULPA NO FATO TÍPICO A conduta é feita, basicamente, do dolo. A conduta dolosa é a grande regra do direito penal. Por meio do dolo, o agente tem a intenção de praticar o crime, tem a intenção de atingir o resultado. O dolo é a intenção deliberada de atingir o resultado do crime, cuja conduta é praticada pelo agente ativo do crime (ou seja, conduta praticada pelo sujeito do crime, o suposto criminoso). Antigamente, acreditava-se que a conduta estava na culpabilidade. Essa visão antiga chamava-se de Teoria Causalista da Ação (também chamada de Teoria Clássica). Por meio dessa Teoria, bastava analisar a conduta do agente e o resultado e pronto, o crime já estava configurado. Então, de longe, se você visse uma pessoa agredindo outra, com o resultado morte, pronto! O crime de homicídio está consumado. Hoje é diferente!... A Teoria Causalista não se usa mais. A Teoria que se usa hoje para explicar o crime é a Teoria Finalista, onde é importante estudar a intenção do agente. Por exemplo, se você, de longe, vir uma pessoa agredindo outra, com o resultado morte, você já não pode mais concluir imediatamente pela configuração do crime de homicídio. Tem que chegar mais perto, mais perto ainda, tão perto que você tem que “entrar” na mente e no coração do criminoso, pois a finalidade da conduta tem que ser avaliada. Daí o nome Teoria Finalista da Ação ou da Omissão. A finalidade da conduta é que importa. Pode ser que no caso que falamos o homicídio tenha sido praticado em legítima defesa. A Teoria Causalista não enxerga a legítima Curso de Direito Penal Militar para aPMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 41 defesa, por exemplo. Para a Teoria Causalista, não importa se o agente está praticando a conduta por legítima defesa ou não. A Teoria Finalista vai analisar isso!... Então, por meio da Teoria Finalista da Conduta, é importante entendermos a finalidade da conduta do agente. A finalidade está no dolo. O dolo está no “verbo” da descrição típica do crime. Todos os crimes são inicialmente dolosos. A culpa é exceção à regra. Repare que agora a análise do dolo e da culpa está na conduta. Isso é uma das consequências da Teoria Finalista da Conduta. Antigamente... Explicava-se o crime pela Teoria Causalista... Dolo e culpa eram analisados na culpabilidade. Bastava analisar a conduta e o resultado. Hoje em dia... Explica-se o crime pela Teoria Finalista... Dolo e culpa são analisados na conduta, a qual está no fato típico. É necessário analisar a intenção (dolo) do criminoso. Veja o seguinte exemplo do seguinte tipo penal previsto no Código Penal Militar: Nome do Crime... Turbação de objeto ou documento Preceito Primário = TIPO PENAL Art. 145. Suprimir, subtrair, deturpar, alterar, desviar, ainda que temporariamente, objeto ou documento concernente à segurança externa do Brasil: Onde está o dolo? O dolo está no núcleo do tipo penal. Onde está o núcleo do tipo penal? Nos verbos... Preceito Secundário... Pena - reclusão, de três a oito anos. Observe que o núcleo do tipo penal do crime “turbação de objeto ou documento” tem 5 verbos: suprimir, subtrair, deturpar, alterar, desviar. O agente que pratica o ilícito penal previsto no art. 145 do CPM está sujeito à penal de reclusão de três a oito anos. Como saber que uma pessoa praticou o crime de “turbação de objeto ou documento”? Basta analisar, quanto à dinâmica dos fatos, se o agente veio a praticar um desses 5 verbos. Com isso, o juiz poderá concluir que o agente está incurso na pena prevista do art. 145 do CPM caso esse agente tenha o dolo de praticar um desses 5 verbos. O dolo vem com a intenção de praticar (agir) conforme um dos 5 verbos indicados. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 41 Por exemplo, se ficar provado que uma pessoa agiu com a intenção de suprimir documento relativo à segurança externa do Brasil, pratica, em tese, o crime previsto no art. 145 do CPM e está sujeito à pena de reclusão de três a oito anos. É por isso que a lei penal militar diz que o crime doloso é configurado quando o agente quis o resultado (dolo direto) ou assumiu o risco de produzi-lo (dolo indireto – também chamado de dolo eventual). A doutrina diz que o dolo se configura no elemento subjetivo do injusto e a culpa corresponde ao elemento normativo do injusto. No crime doloso, o comportamento do agente é finalisticamente (deliberadamente) dirigido à produção do resultado típico. 5. CRIME CULPOSO Diz-se o crime culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo. No crime culposo, o comportamento do agente não é dirigido finalisticamente (deliberadamente) à produção do resultado. O resultado é atingido porque o agente agiu com imprudência, imperícia ou negligência. Quando uma pessoa age de forma irresponsável, sem zelo, sem cuidado, sem cautela, sem atenção ou sem diligência, a doutrina diz que tal pessoa violou o dever de cuidado. FORMAS DE VIOLAÇÃO DO DEVER DE CUIDADO IMPRUDÊNCIA Corresponde à conduta perigosa. É imprudente quem age de forma precipitada, insensata, com falta de moderação. NEGLIGÊNCIA É uma omissão, ausência de precaução, a não- realização de um movimento que deveria ter sido colocado em prática. IMPERÍCIA É a falta de aptidão técnica para o exercício de uma tarefa. É uma pessoa que tem habilitação para exercer uma profissão (perícia), por exemplo, mas age sem o cuidado exigido para essa profissão (imperícia). Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 41 6. DISTINÇÃO ENTRE DOLO E CULPA DOLO CULPA Há a intenção de praticar o crime. Não há a intenção de praticar o crime. Elemento subjetivo do injusto penal. Elemento objetivo (normativo) do injusto penal. Todo crime é doloso. Só é culposo o crime que a lei prevê como culposo. O comportamento é dirigido a um resultado. O comportamento não é dirigido a um resultado. O resultado antijurídico é conscientemente desejado. O resultado antijurídico não é conscientemente desejado. Admite-se a tentativa. NÃO SE ADMITE A TENTATIVA. O resultado é atingido porque o agente quer atingir o resultado. O resultado é atingido por imprudência, imperícia ou negligência. 7. EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Isso prova que o dolo é a regra e a culpa é a exceção à regra. Todo crime é doloso. Não precisa vir na lei penal que um crime é doloso. O dolo é automático. A culpa, por sua vez, deve vir expressa, escrita, na lei. 8. NENHUMA PENA SEM CULPABILIDADE Pelos resultados que agravam especialmente as penas só responde o agente quando os houver causado, pelo menos, culposamente. Um resultado mais grave não pode ser atribuído ao agente sem que este tenha agido com dolo ou, ao menos, com culpa. 9. ITER CRIMINIS O chamado “iter criminis” corresponde à análise do “caminho do crime” até se chegar à sua consumação. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 41 A doutrina diz ser importante analisar os passos do criminoso até se chegar à consumação do crime. Em resumo, o “caminho” do crime é o seguinte: COGITAÇÃO (IMAGINAÇÃO, MENTALIZAÇÃO, DECISÃO INTERIOR) – FASE INTERNA ATOS PREPARATÓRIOS (COMEÇA AQUI A FASE EXTERNA) ATOS EXECUTÓRIOS CONSUMAÇÃO. 10. CRIME CONSUMADO Diz-se o crime consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. A definição legal do crime está na descrição do tipo penal na lei penal. Se uma pessoa pratica todos os elementos do fato típico e antijurídico, há crime consumado. Assim sendo, se uma pessoa pratica um tipo penal previsto em lei, quer seja por ação, quer seja por omissão (conduta), dolo ou culpa, se há resultado, há nexo causal (ligação) entre a conduta e o resultado e se há tipicidade (adequação típica), bem como se há antijuridicidade, então, há crime consumado. 11. TENTATIVA Diz-se o crime tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Então, a tentativa ocorre quando o agente quer o resultado (dolo direto) ou assume o risco de produzir o resultado (dolo indireto), inicia a prática dos atos executórios, mas o evento “crime” não chega à sua consumação por fatores estranhos à vontade dolosa do agente do crime. Para haver a possibilidade de tentativa, o crime tem que ser doloso. Não há tentativa na hipótese do crime culposo. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br9 de 41 12. PENA DE TENTATIVA Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de um a dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado. Essa excepcionalidade do crime tentado com a mesma pena do crime consumado é uma particularidade do sistema militar. Vamos relembrar: Dentro dessa linha inicial da matéria com o objetivo de informar a você que o direito penal militar, EM MUITOS PONTOS, é diferente do direito penal comum, compare os dois dispositivos a seguir no que diz respeito à definição do crime tentado (tentativa): DA TENTATIVA CÓDIGO PENAL COMUM ART. 14, II CÓDIGO PENAL MILITAR ART. 30, II Diz-se o crime tentado, quando iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Diz-se o crime tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime (...), diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços), podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado. Então, como você mesmo pode observar, a não aplicação da regra de redução da pena, na hipótese do Código Penal Comum, é objetiva, vale dizer, depende de DISPOSIÇÃO LEGAL EM CONTRÁRIO. Por sua vez, a não aplicação da regra de redução da pena no caso do Código Penal Militar é subjetiva, pois depende de uma avaliação feita pelo juiz. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 41 A TENTATIVA (CRIME TENTADO)... NO SISTEMA PENAL COMUM... SISTEMA PENAL MILITAR... REGRA: redução da pena de 1 a 2/3 REGRA: redução da pena de 1 a 2/3 NÃO OBSERVÂNCIA DA REGRA = depende de previsão legal. NÃO OBSERVÂNCIA DA REGRA = depende de avaliação do juiz. CRITÉRIO OBJETIVO CRITÉRIO SUBJETIVO 13. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Com a desistência voluntária, o agente, após ter iniciado a prática dos atos executórios do crime, desiste, voluntariamente, de continuar no “iter criminis”, impedindo a produção do resultado. NA TENTATIVA NA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA O RESULTADO NÃO É ATINGIDO POR FATORES ALHEIOS À VONTADE DO AGENTE. O RESULTADO NÃO É ATINGIDO EM FACE DA PRÓPRIA VONTADE DO AGENTE. O AGENTE PENSA ASSIM: Eu quero, mas não posso continuar... O AGENTE PENSA ASSIM: Eu posso, mas não quero continuar... O arrependimento eficaz ocorre depois que o agente ativo já esgotou sua atividade executória. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 41 Ele (o agente ativo) se arrepende e volta na sua conduta, impedindo que o resultado ocorra. Há a conduta do agente no sentido de realizar todo o iter criminis, mas o resultado não chega por outra ação dele que impede que esse resultado seja atingido. Veja a seguinte distinção: DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ARREPENDIMENTO EFICAZ O AGENTE NÃO PRATICA TODOS OS ATOS EXECUTÓRIOS, PORQUE DESISTE DE FAZÊ-LO. O AGENTE PRATICA TODOS OS ATOS EXECUTÓRIOS. HÁ UM ATO SÓ QUE É INTERROMPIDO. HÁ DOIS ATOS: UM NO SENTIDO DE PRATICAR O CRIME E OUTRO NO SENTIDO DE IMPEDIR O RESULTADO. O RESULTADO NÃO É ATINGIDO PORQUE O AGENTE ATIVO DESISTE DE PROSSEGUIR NO ITER CRIMINIS. O RESULTADO NÃO É ATINGIDO PORQUE O AGENTE AGE NO SENTIDO DE IMPEDIR A PRODUÇÃO DO RESULTADO. O AGENTE ATACA A VÍTIMA E DEPOIS LHE DÁ SOCORRO. A DESISTÊNCIA TEM QUE SER VOLUNTÁRIA. O ARREPENDIMENTO TEM QUE SER EFICAZ. EM AMBOS OS CASOS, O RESULTADO NÃO SERÁ ATINGIDO! 14. RESULTADO Vamos lembrar que o fato típico é composto pela análise da conduta do agente, o resultado do crime, o nexo (ligação) de causalidade (ligação entre a conduta e resultado) e tipicidade. Para que haja crime, via de regra, tem que haver resultado. O resultado corresponde às consequências do crime. Existem resultados materiais, como por exemplo, a morte (também chamados de resultado naturalístico). Existem alguns resultados formais, imateriais, como no caso de invasão de domicílio. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 41 15. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (NEXO CAUSAL) Devemos sempre repetir, para fixarmos. O crime é fato típico e antijurídico. O fato típico ocorrerá, na regra, pela presença dos seguintes fatores na análise do fato-crime: conduta, resultado, nexo de causalidade e tipicidade. Já vimos os elementos da conduta e do resultado. Agora é a vez do nexo causal ou relação de causalidade ou nexo de causalidade (são expressões sinônimas). A relação de causalidade é também chamada de “nexo causal”. Alguns autores chamam de “nexo de causalidade”. É uma ligação entre a conduta e o resultado, do tipo: causa e consequência. A lei diz que o resultado de que depende a existência do crime somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Na ação, há a possibilidade de nexo causal natural e na omissão há a possibilidade de nexo causal normativo. Para que haja crime, a conduta do agente tem que produzir o resultado. Conduta e resultado têm que estar ligados. Se o resultado for produzido por outros elementos, não há nexo de causalidade e, portanto, não há fato típico e, portanto, não há crime. O crime não pode ser atribuído a outra pessoa senão àquela cuja conduta deu causa direta ao crime. A causa é a conduta do agente (ação ou omissão) sem a qual o resultado não teria ocorrido. Essa é a Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais. O que diz essa Teoria? Se uma pessoa usou uma faca para matar alguém (ação), só essa pessoa que usou essa faca deve ser responsabilizado pelo crime. Quem produziu ou quem vendeu a faca não será, em princípio, obviamente, responsabilizado. Então, só quem produziu diretamente o resultado deve ser responsabilizado penalmente. NEXO CAUSAL = NEXO DE CAUSALIDADE = RELAÇÃO DE CAUSALIDADE TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS = SÓ QUEM PRODUZIU DIRETAMENTE O RESULTADO DO CRIME DEVE SER PENALMENTE RESPONSABILIZADO Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 41 16. SUPERVENIÊNCIA DE CAUSA A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores, imputam-se, entretanto, a quem os praticou. Imaginemos que uma pessoa venha a esfaquear a vítima que vem a óbito. Vamos supor que o exame no IML venha a concluir que essa pessoa, NA VERDADE, veio a morrer de um ataque cardíaco e não pela facada. Vamos supor que o tal ataque cardíaco veio pelo susto que a vítima teve em face de ver aquela faca. Há uma superveniência de causa, ou seja, uma causa que veio depois. Como assim? Primeiro: a facada; depois: o ataque cardíaco. Vamos supor que a morte veio pelo segundo fator e não pelo primeiro. Se a perícia concluir que a verdadeira causa da morte veio pelo ataque cardíaco, então ocorreu a morte pela segunda causa(há aqui, então, superveniência de causa). Mas, o ataque cardíaco decorreu do susto da faca, então dizemos que houve uma superveniência relativamente independente, pois se não fosse a faca, talvez a vítima não tivesse tido o tal ataque cardíaco. 17. OMISSÃO RELEVANTE Pode ocorrer nexo causal de conduta omissiva. Esse é o nexo causal normativo. Nesse caso, a omissão é penalmente relevante como causa quando o omitente (também chamado de abstêmio) devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; a quem, de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; e a quem, com seu comportamento anterior, criou o risco de sua superveniência. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 41 18. ELEMENTOS NÃO CONSTITUTIVOS DO CRIME Deixam de ser elementos constitutivos do crime: I - a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do agente; II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou a de sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação é praticada em repulsa a agressão. 19. TIPICIDADE Bem, como vimos, crime é fato típico e antijurídico. Pelo menos, esse é o entendimento da Teoria Bipartide. Por essa teoria, o crime tem dois (bi-) elementos (duas partes). A primeira parte do crime é o “fato típico” e a segunda parte do crime é o “fato antijurídico”. Então, se na análise do fato-crime ficar caracterizado o fato típico e o fato antijurídico, então concluímos que o crime efetivamente ocorreu. O “fato típico” por sua vez, é composto, basicamente de 4 elementos: conduta, resultado, nexo causal e tipicidade. O que é “tipicidade”? A tipicidade ocorre quando o juiz aplica corretamente a lei penal. A tipicidade é também chamada de adequação típica, pois o fato-crime (realidade) tem que se “encaixar” perfeitamente na lei penal (teoria). A teoria e a realidade têm que se encaixar perfeitamente. Quando ocorre o encaixe, daí dizemos que houve adequação típica imediata e perfeita. A lei penal se encaixou no fato típico. Por outro ângulo, o juiz aplicou corretamente à lei penal no caso concreto, de forma correta e perfeita. Alguns autores dizem que a tipicidade pressupõe a conformidade de um fato a um modelo legal incriminador. Essa conformidade se convencionou chamar de adequação típica. 20. CRIME IMPOSSÍVEL Quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime, nenhuma Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 41 pena é aplicável. Nesse caso, há a exclusão da própria tipicidade. Não há crime. ***** TEORIA ANALÍTICA E BIPARTIDE DO CRIME 2ª PARTE: EXCLUDENTES DE ANTIJURIDICIDADE 21. EXCLUSÃO DE CRIME Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento do dever legal; IV - em exercício regular de direito. Muito embora, nos casos acima, a conduta do agente é permitida, pois não é antijurídica, sendo, assim, jurídica, deve-se punir tanto os excessos dolosos como os excessos culposos. O agente deve agir na medida exata ou exigível nas circunstâncias do caso apenas para reprimir ou expulsar a sua noção de perigo. ATENÇÃO!... O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede culposamente os limites da necessidade, responde pelo fato, se este é punível, a título de culpa. Se a lei penal não prevê a hipótese de crime culposo, pois só há crime culposo se houver previsão explícita, o agente não responde pelo excesso, caso tenha praticado o excesso por imprudência, negligência ou imperícia. Então... se o excesso for doloso, o agente (vítima) responde. Se o excesso for culposo, temos que ver a lei. O agente só responde pelo excesso culposo se houver previsão legal de crime culposo. 22. CONCEITO DE ESTADO DE NECESSIDADE Segundo a doutrina, o “estado de necessidade” se ocorrer, exclui o crime, pois exclui a antijuridicidade. O crime não é mais antijurídico. Ora, se não é mais antijurídico é porque é jurídico. Se uma conduta é jurídica, não há crime, concorda comigo? Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 41 Em linhas gerais, o estado de necessidade se afigura como sendo uma situação de perigo atual. Nesse caso, o agente, para salvar bens próprios ou de terceiros, vem lesionar (danificar) bens de outros. 23. ESTADO DE NECESSIDADE COMO EXCLUDENTE DO CRIME Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua natureza e importância, é consideravelmente inferior ao mal evitado, e o agente não era legalmente obrigado a arrostar o perigo. Esse é o estado de necessidade justificante, pois sequer se pode falar em crime. Nesse caso, não há crime!... O agente não será punido porque não há crime. ATENÇÃO!... Nos casos de estado de necessidade, se era razoavelmente exigível o sacrifício do direito ameaçado, o juiz, tendo em vista as condições pessoais do réu, pode punir, mas atenuar a pena. Nesse caso, há crime, mas com a sanção (pena) reduzida. 24. EXCLUDENTE INOMINADA DE ANTIJURIDICIDADE Não há igualmente crime, por exclusão da antijuridicidade, quando o comandante de navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o saque. É um caso de “estado de necessidade” especial. Os comandantes, nos casos descritos acima, estão autorizados ao uso de “meios violentos”, para cumprir missões em situações muito especiais e difíceis, bem como para executar operações salvíficas (de salvamento) de vidas ou de instalações militares ou para evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a resolva, o saque. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 41 A doutrina chama esse “estado de necessidade” de “violência salvífica”. Mais uma particularidade do direito penal militar. OBSERVAÇÃO!!! Você reparou que esse caso de estado de necessidade especial só pode ser praticado por “comandante”? Lembra o que é “comandante”? Além do próprio conceito militar de comandante, para efeitos da lei penal militar, comandante é toda pessoa que exerce função de direção. Direção, pela lei, é um tipo de função tópica, da Alta Administração. No CPM, art. 23, há o seguinte dispositivo: “Equiparação a comandante. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, toda autoridade com função de direção”. 25. LEGÍTIMA DEFESA Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. A legítima defesa representa meio oportuno e adequado para a proteção de bens ou interesses jurídicos que venham a ser arbitrariamente atacados ou ameaçados. É uma espécie de delegação estatal ao particular, militar ou não. São requisitos legais da legítimadefesa: A agressão sofrida pela vítima tem que ser atual ou iminente; Tem que haver lesão ou ameaça de lesão a direito próprio ou alheio (de terceiro); A vítima da agressão injusta tem que fazer a escolha de meios necessários e razoáveis apenas para repelir essa agressão, sob pena de responder por eventuais excessos (tanto assim que lei fala no uso dos “meios necessários”); Toda causa de justificação implica o elemento subjetivo, qual seja: o agente tem que saber que está praticando atos em legítima defesa, em outras palavras: o agente tem que saber que está diante de injusta agressão, atual ou iminente, e tem que agir com o chamado “animus defendendi” (ânimo, vontade consciente de se defender). Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 41 26. EXCESSO DOLOSO O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por excesso doloso. Se houver excesso na legítima defesa há crime. O agente (vítima da agressão) responde pelo excesso, ainda que doloso, mas com a pena diminuída. 27. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL Quem cumpre REGULARMENTE um dever legal não pode, ao mesmo, praticar ilícito penal. Se cumpre A LEI, não há ilícito!!! A pessoa tem que agir o seu dever legal nos estritos limites da lei. Nesse caso, a pessoa está fazendo o que a lei manda fazer. Não há antijuridicidade. Não há, portanto, crime. 28. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO Aqui o dever não está estritamente previsto em lei. Trata-se da tutela (proteção) das liberdades individuais e liberdades públicas. **** DA CULPABILIDADE 29. ELEMENTOS DA CULPABILIDADE Segundo a maior parte da doutrina, crime é fato típico e antijurídico. A culpabilidade é elemento analisado depois que presentes todos os fatores do fato típico e antijurídico. Para a Teoria Bipartide, a culpabilidade é espécie de senso de reprovação social da conduta do agente e é pressuposto da pena. A culpabilidade é formada por 3 elementos: imputabilidade, potencial conhecimento da ilicitude do fato e a exigibilidade de conduta diversa. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 41 Teoria Analítica e Bipartide do Crime A culpabilidade é pressuposto da aplicação da PENA (punibilidade) CRIME = FATO TÍPICO + FATO ANTIJURÍDICO CULPABILIDADE PUNIBILIDADE (analisar...) Imputabilidade PENA Potencial consciência do ilícito Exigibilidade de conduta diferente Só merece pena quem praticar o crime e for culpável. Imputabilidade O imputável é aquele que pode assumir responsabilidade penal. O inimputável é aquele que não pode assumir responsabilidade penal, por algum fator. Para que haja culpabilidade e, portanto, a punibilidade do agente, ele tem que ser imputável. Se ocorrer inimputabilidade, o agente está isento de pena. A imputabilidade quer dizer o somatório de condições pessoais do agente e que o tornam capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta. O inimputável não tem condições de entender o que está fazendo em termos penais. Assim, ao imputável é possível atribuir o crime, pois é capaz de assumir responsabilidade penal. Diz a lei penal que não é imputável quem, no momento da ação ou da omissão, não possui a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, em virtude de doença mental, de desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Vamos ver neste tópico problemas na imputabilidade. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 41 30. REDUÇÃO FACULTATIVA DA PENA Se a doença ou a deficiência mental não suprime, mas diminui consideravelmente a capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a de autodeterminação, não fica excluída a imputabilidade, mas a pena pode ser atenuada, sem prejuízo à hipótese de internação em estabelecimento psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em seção especial de um ou de outro.. 31. EMBRIAGUEZ Não é igualmente imputável o agente que, por embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente por embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 32. MENORES O menor de dezoito anos é inimputável. ATENÇÃO! QUANDO A LEI PENAL MILITAR DIZ QUE É IMPUTÁVEL O MENOR QUE JÁ TENDO COMPLETADO DEZESSEIS ANOS E QUE REVELA SUFICIENTE DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO PARA ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO E DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESTE ENTENDIMENTO, A NORMA É CONSIDERADA INCONSTITUCIONAL. 33. EQUIPARAÇÃO A MAIORES Equiparam-se aos maiores de dezoito anos, ainda que não tenham atingido essa idade: a) os militares; b) os convocados, os que se apresentam à incorporação e os que, dispensados temporariamente desta, Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 41 deixam de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento; c) os alunos de colégios ou outros estabelecimentos de ensino, sob direção e disciplina militares, que já tenham completado dezoito anos. Os menores de dezesseis anos, bem como os menores de dezoito e maiores de dezesseis inimputáveis, ficam sujeitos às medidas educativas, curativas ou disciplinares determinadas em legislação especial. Nesse caso, o juiz deve remeter o caso à legislação definida como Estatuto da Criança e Adolescente, o ECA. Potencial conhecimento da ilicitude Para que haja culpabilidade e, portanto, a possibilidade de aplicação da pena, é exigível do agente o potencial conhecimento da ilicitude do fato. Se o agente não tem o potencial conhecimento da ilicitude do fato, não há culpabilidade e, portanto, não há pena. Está o agente isento de pena. A análise dos “erros” em Direito são exemplo de análise do potencial (ou não) conhecimento da ilicitude. 34. ERRO DE DIREITO O erro é a falsa percepção da realidade. O erro por fenômenos físicos se chama de “erro de tipo”. O erro quanto ao conhecimento da lei ou quanto à sua interpretação se chama de “erro de proibição”. MAS... ... ... ATENÇÃO! O mero desconhecimento da lei não desonera o agente de responsabilidade penal. Quanto ao erro, a questão jurídica é a seguinte: “A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o agente, salvo em se tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou erro de interpretação da lei, se escusáveis (desculpáveis)”. O erro escusável é desculpável, pois o agente cometeria o erro mesmo se empregasse toda sua atenção, diligência e cuidado que lhe são exigíveis. O erro escusável é o erro inevitável, também chamado de invencível. Nesse caso, o agente está isento de pena. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 41 CUIDADO!... HÁ UMA EXCEÇÃOÀ REGRA DE ISENÇÃO DE PENA AO ERRO ESCUSÁVEL. NÃO HAVERÁ ISENÇÃO DE PENA QUANDO O ERRO FOR PRATICADO CONTRA O DEVER MILITAR. O dever militar deve ser praticado com um cuidado tal que não se admite erro com consequências penais. A doutrina acha isso muito rigoroso, introduzindo no ordenamento a responsabilidade objetiva. Mas, para quem conhece a realidade militar, a exceção citada pode fazer algum sentido. Temos aqui mais uma particularidade da lógica do sistema militar. 35. ERRO DE FATO É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente escusável, a inexistência de circunstância de fato que o constitui ou a existência de situação de fato que tornaria a ação legítima. No erro de fato, o agente acredita, sinceramente, que sua conduta está em harmonia com a existência de uma situação de fato que transforma sua conduta penal em conduta permissiva. Se o erro for invencível, ou seja, plenamente escusável (desculpável), não há culpabilidade, o que isenta o agente da penalidade. 36. ERRO CULPOSO Se o erro deriva de culpa, a este título responde o agente, se o fato é punível como crime culposo. 37. ERRO PROVOCADO Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de dolo ou culpa, conforme o caso. 38. ERRO SOBRE A PESSOA Quando o agente, por erro de percepção ou no uso dos meios de execução, ou outro acidente, atinge uma pessoa em vez de outra, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela que realmente Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 41 pretendia atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da vítima, mas as da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão do crime, e agravação ou atenuação da pena. Há duas modalidades de erro sobre a pessoa, registradas na doutrina: Aberratio ictus = ocorre quando o agente “erra a mira”. Mira, por exemplo, a arma numa pessoa e acaba acertando outra. É o erro acidental. Aberratio personae = ocorre quando o agente confunde a pessoa. Pensa estar, por exemplo, matando uma pessoa, quando, na verdade, é outra pessoa. É o erro por representação. Em ambos os casos acima, o erro é irrelevante, pois vale para o Direito Penal é a intenção (Teoria Finalista). Devemos focar qual era a intenção do agente, ou seja, quem ele pretendia realmente atingir. 39. ERRO QUANTO AO BEM JURÍDICO Se, por erro ou outro acidente na execução, é atingido bem jurídico diverso do visado pelo agente, responde este por culpa, se o fato é previsto como crime culposo. Essa é a hipótese do aberratio criminis. 40. DUPLICIDADE DO RESULTADO NO ERRO Se, no erro sobre a pessoa, é também atingida a pessoa visada, ou, no caso erro quanto ao bem jurídico, ocorre ainda o resultado pretendido, aplica-se a regra do concurso de crimes. Exigibilidade de conduta diversa Para que haja culpabilidade e, portanto, punibilidade, devemos entender presente no caso a exigibilidade de conduta diversa. Se não for exigível conduta diversa (conduta diferente) ao agente, não devemos falar em culpabilidade e, portanto, o agente está isento de pena. A análise da coação é exemplo de possibilidade de inexigibilidade de conduta diversa. Vejamos. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 41 41. COAÇÃO IRRESISTÍVEL Não é culpado quem comete o crime sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo a própria vontade. Coação é o emprego de força física ou de grave ameaça contra alguma pessoa, obrigando-a a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. A coação pode ser... FÍSICA MORAL Também chamada de “vis absoluta” ou “vis corporalis”. Também chamada de “vis compulsiva” Se configurada uma ou outra, as consequências são idênticas: isenção de pena, pois o agente não é culpável, desde que a coação seja realmente IRRESISTÍVEL. 42. CRÍTICA DA DOUTRINA Os doutrinadores dizem que no caso da coação física, o agente passa a ser vítima, pois ausente, totalmente, sua conduta. Nesse caso, como não há conduta do agente, não há fato típico e, por isso, não há crime. Por isso, não há pena. Agora, quando a coação é moral, há conduta e se presentes os demais tópicos do fato típico e antijurídico, há crime. Porém, o agente comete o crime, não sendo, tão-somente, culpável. Nesse caso, também, não há pena, mas por motivo diferente da coação física. Veja o seguinte quadro: Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 41 Na coação física... Na coação moral... Não há crime. Há crime, mas não há culpabilidade. Em ambos os casos, não há pena, mas por motivos diferentes. 43. COAÇÃO FÍSICA OU MATERIAL Nos crimes em que há violação do dever militar, o agente não pode invocar coação irresistível senão quando física ou material. Isso quer dizer que não se pode invocar, em favor do agente, a regra da exclusão da culpabilidade, na hipótese de coação moral, caso o agente deveria cumprir, ainda que sob coação moral, seu dever militar. A doutrina aqui também faz uma crítica, achando essa regra do dever militar, ainda que sob coação moral irresistível, de extremo rigor. 44. OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA Não é culpado quem comete o crime em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em matéria de serviços, mas responde pelo crime o autor da coação ou da ordem. Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato manifestamente criminoso, ou há excesso nos atos ou na forma da execução, é punível também o inferior. Observe que para se caracterizar obediência hierárquica, deve-se ter o seguinte: Uma relação de hierarquia entre o autor da ordem (o superior) e o subordinado; A ordem não pode ser evidentemente ilegal; A ordem deve referir-se à matéria em serviço; Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 41 A ordem deve ser emanada de autoridade competente; O subordinado não pode exceder aos limites da ordem dada, pois, se exceder, responde pelo excesso. 45. ATENUAÇÃO DE PENA Nos casos de coação ou obediência hierárquica, se era possível resistir à coação, ou se a ordem não era manifestamente ilegal, o juiz, tendo em vista as condições pessoais do réu, pode atenuar a pena. 46. ESTADO DE NECESSIDADE COM EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE Outro “problema” de exigibilidade de conduta diversa como fator formador da culpabilidade é o estado de necessidade exculpante. Não é culpado (ou seja, não tem culpabilidade) quem, para proteger direito próprio ou de pessoa a quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde que não lhe era razoavelmente exigível conduta diversa. Esse é o chamado de “estado de necessidade exculpante”. Na Teoria Bipartide, há crime, mas o agente está isento de pena, pois não é culpável. Cuidado! Para se caracterizar o “estado de necessidade” EXCULPANTE, o qual exclui a culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diferente, temos que ter presente, na análise da dinâmica dos fatos, o seguinte: Existência de perigo certo e atual; O perigo certo é o perigo verdadeiro, que está mesmoocorrendo, sincero, consciente; O perigo atual é o perigo no tempo presente, já ocorrendo ou na iminência de ocorrer; O perigo tem que ser a direito próprio ou a direito de terceiro; Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 41 O terceiro tem que ser uma pessoa a quem o agente esteja ligado por estreita relação de parentesco ou afeição (inclusive, esse é um diferencial em relação ao estado de necessidade justificante – aquele em que o crime é excluído... em outras palavras: o “estado de necessidade exculpante” é assim justamente pelo fato de o agente defender direito próprio ou de pessoa que tenha laços próximos de parentesco ou de afeição – justamente por essa proximidade emocional com outras pessoas, o agente pode praticar o crime, mas não é culpável, por inexigibilidade de conduta diferente!); O perigo tem que ser inevitável; O perigo não pode ser voluntariamente provocado pelo agente; Não há razoabilidade de sacrifício do interesse ou do direito sob perigo; O agente ativo tem que ter conhecimento da situação exculpante. ATENÇÃO!... Nos casos de estado de necessidade, se era razoavelmente exigível o sacrifício do direito ou interesse ameaçado, o juiz, tendo em vista as condições pessoais do réu, pode punir, mas atenuar a pena. Nesse caso, há crime, mas com a sanção (pena) reduzida. 47. EXCESSO ESCUSÁVEL EM LEGÍTIMA DEFESA Não é punível o excesso em face de legítima defesa quando resulta de escusável surpresa ou perturbação de ânimo, em face da situação. É mais um caso de exclusão de culpabilidade, por inexigibilidade de conduta (ação) diversa (diferente). Não é exigível da pessoa que sofre agressão injusta e que age em legítima defesa a punição quando essa agressão advém de surpresa ou perturbação afligida a essa pessoa. Há crime, mas não há punição. Exclui- se a culpabilidade e não se aplica a pena. DO CONCURSO DE AGENTES A doutrina e a prática admitem que existam crimes em que mais de uma pessoa venha a praticá-lo de forma unida. Há a formação de um grupo de Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 41 pessoas para o crime. Duas ou mais pessoas se juntam para a prática criminosa. Quando isso ocorre há concurso de agentes. Assim sendo, conforme a doutrina, são requisitos do concurso de agentes: Pluralidade de agentes e de condutas; Relevância causal de cada conduta; Ligação subjetiva entre os sujeitos concorrentes; Identidade de infração penal. 48. CO-AUTORIA Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas. A co-autoria ocorre quando duas ou mais pessoas têm o mesmo dolo! O autor e o co-autor praticam a conduta descrita no tipo penal. 49. PARTÍCIPE O Código Penal não define “participação”, mas esta pode ser entendida em relação àquele que contribui com o empreendimento criminoso, emprestando auxílio, estímulo ou apoio ao(s) autor(es). O partícipe não pratica as condutas descritas no tipo penal, mas contribui afirmativamente com o crime. 50. CONDIÇÕES OU CIRCUNSTÂNCIAS PESSOAIS A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da dos outros, determinando-se segundo a sua própria culpabilidade. Não se comunicam, outrossim, as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. A doutrina diz que a Teoria do Concurso de Pessoas é explicada pela Teoria Pluralista da Conduta, pois cada um dos concorrentes (agentes) pratica uma conduta própria, com um elemento subjetivo próprio e um Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 41 resultado próprio, em face do que, cada um, por si só, deve responder, individualmente, por sua própria conduta. É a individualização da responsabilidade penal. 51. AGRAVAÇÃO DE PENA A pena é agravada em relação ao agente que: I - promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; II - coage outrem à execução material do crime; III – instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade, ou não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. 52. ATENUAÇÃO DE PENA A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no crime é de somenos importância. 53. CABEÇAS Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças os que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação. Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes considerados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de oficial. 54. CASOS DE IMPUNIBILIDADE O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição em contrário, não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. **** Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 41 EXERCÍCIOS 55. DAS QUESTÕES GABARITADAS E COMENTADAS 1. A embriaguez patológica recebe o mesmo tratamento que a embriaguez voluntária ou culposa no CPM, segundo o qual ambas isentam de pena o agente, por não possuir este consciência no momento da prática do crime. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) Comentários: A questão está errada, pois os dois tipos de “embriaguez” não tratadas da mesma forma. A embriaguez patológica é considerada involuntária e, portanto, não há pena. Mas a embriaguez voluntária, no contexto militar, não desconstitui o agente de pena, pois é culpável. Gabarito: ERRADO. 2. A legislação penal militar admite o uso, em situação especial, de meios violentos por parte do comandante para compelir os subalternos a executar serviços e manobras urgentes, para evitar o desânimo, a desordem ou o saque. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) Comentários: Sim, trata-se do “estado de necessidade” especial, inominado, também chamado de “violência salvífica”. Tal hipótese está prevista no parágrafo único do art. 42 do CPM. Gabarito: CERTO. 3. Considerando-se que, em relação ao concurso de agentes, o CPM possui disciplinamento singular, entendendo o “cabeça” como o líder na prática de determinados crimes, é correto afirmar que, havendo participação de oficiais em crime militar, Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 41 ainda que de menor importância, para todos os efeitos penais, eles devem ser considerados como “cabeças”. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Execução de Mandados – Específicos) Comentários: Sim, os parágrafos 4º e 5º do art. 53 do CPM dizem que na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças os que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação. Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes considerados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de oficial. Gabarito: CERTO. 4. Considere a seguinte situação hipotética: João foi contratado para tirar a vida de Fernando. Quando vai executar o homicídio, não encontra Fernando e, como o irmão deste estava no local eera seu desafeto, tira-lhe a vida. Nessa situação, João praticou um homicídio com erro sobre a pessoa, não se devendo considerar as condições ou qualidades da vítima, mas as de Fernando. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia) Comentários: O item está errado, pois o CPM diz que quando o agente, por erro de percepção ou no uso dos meios de execução, ou outro acidente, atinge uma pessoa em vez de outra, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela que realmente pretendia atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da vítima, mas as da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão do crime, e agravação ou atenuação da pena. Então, o item está errado, pois o juiz deve considerar as circunstâncias pessoais de quem o agente ativo tinha a intenção de matar. Gabarito: ERRADO. 5. É CORRETO afirmar que há ilicitude penal no fato: a) praticado no estrito cumprimento do dever legal; b) praticado em contrariedade ao ordenamento jurídico; c) praticado no exercício regular de um direito; Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 41 d) praticado no estado de necessidade; e) praticado em virtude da presunção de uma agressão a direito próprio ou de outrem. (NUCEPE - 2010 - SEJUS-PI - Agente Penitenciário) Comentários: Para afirmarmos que HÁ ILICITUDE, há algo de errado. Então, há ilicitude, vale dizer, há antijuridicidade, o fato praticado em contrariedade com o ordenamento jurídico. Gabarito: LETRA “B”. 6. É inimputável o agente que pratica o fato criminoso sem capacidade de entendimento e sem determinação, em razão de doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) Comentários: Diz a lei penal que não é imputável quem, no momento da ação ou da omissão, não possui a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, em virtude de doença mental, de desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Gabarito: CERTO. 7. É isento de pena quem imagina verdadeiramente estar agindo em legítima defesa, já que toda situação fática assim indica, apesar de tal não ocorrer, estar-se-á diante de uma discriminante putativa. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia) Comentários: Se a pessoa acha, sinceramente, que está agindo com legítima defesa, deve se beneficiar da excludente de culpabilidade. Gabarito: CERTO. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 41 8. Inclui-se, dentre outras causas excludentes da ilicitude, a) a coação irresistível. b) a obediência hierárquica. c) a embriaguez voluntária. d) a emoção. e) o estado de necessidade. (FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Segurança e Transporte) Comentários: Os itens “a”, “b”, “c”, e “d” são excludentes de culpabilidade. O item “e” é excludente de ilicitude, vale dizer, excludente de antijuridicidade, conforme a doutrina. Gabarito: LETRA “E”. 9. Não há crime pela ausência de dolo pelo fato de este ser um elemento da antijuridicidade. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia) Comentários: O item está errado, pois o “dolo” não é elemento a ser analisado na antijuridicidade e sim no fato típico. Gabarito: ERRADO. 10. O Código Penal Militar (CPM), ao estabelecer a relação de causalidade no crime, adotou o princípio da equivalência dos antecedentes causais, ou da conditio sine qua non, o qual se contrapõe à teoria monista adotada pelo mesmo código quanto ao concurso de pessoas. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) Comentários: Na verdade, a questão está errada tão-somente pelo fato de no Brasil não adotarmos a Teoria Monista para explicar o concurso de agentes. Adotamos a Teoria Pluralista, onde cada um dos co-autores e dos partícipes responderá pelo crime na medida exata de sua culpabilidade. Gabarito: ERRADO. Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 41 11. O CPM estabelece que não se comunicam as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, exceto quando elementares do crime, o que significa dizer que responde por crime comum a pessoa civil que, juntamente com um militar, cometa, por exemplo, crime de peculato tipificado no CPM. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) Comentários: Na verdade, a conclusão está errada, pois responde sim, nos termos do Código Penal Militar, o civil que comete crime juntamente com o militar, desde que o civil conheça essa condição do militar. Gabarito: ERRADO. 12. O CPM, ao adotar o princípio da participação de menor importância, estabeleceu uma exceção à teoria monista do concurso de agentes. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) Comentários: Sim... isso porque, na Teoria Monista, não há individualização (particularização) das condutas. Ao definir a participação de menor importância, o CPM está sim procurando particularizar a conduta e, portanto, está coerente com a Teoria Pluralista do Concurso de Pessoas. Gabarito: CERTO. 13. Segundo a concepção material, crime é tudo aquilo que a sociedade entende que pode e deve ser proibido, mediante aplicação de sanção penal. Para a concepção formal, crime é a conduta proibida por lei, sob ameaça de aplicação de pena, ou seja, o fenômeno é tratado por uma visão legislativa. No seu conceito analítico, prevalece o entendimento de que crime é uma conduta típica, antijurídica e culpável. Acerca dos desdobramentos desta última teoria, assinale a alternativa correta. a) Pela teoria bipartida, o autor de um fato típico e antijurídico que tenha sido levado à sua prática por erro escusável de Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 41 proibição, sem ter a menor ideia de que o que pratica é ilícito, não é considerado um criminoso. b) O finalismo, de Hans Welzel, nem sempre considerou o crime como fato típico, antijurídico e culpável. c) Para a teoria causalista, o dolo e a culpa estão situados na culpabilidade. Então, logicamente, para quem adota essa teoria, impossível se torna acolher o conceito bipartido de crime. d) Da concepção analítica de crime, é possível inferir que o Direito Penal não estabeleceu distinção entre crime e contravenção penal. Tanto no crime quanto na contravenção não é cabível a fixação da multa de maneira isolada. e) É correto afirmar que a estrutura analítica do crime se liga, necessariamente, à adoção da concepção finalista, causalista ou social da ação delituosa. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Delegado de Polícia – Objetiva) Comentários: a) O item está errado, pois, na verdade, pela Teoria Bipartide do Crime, há sim crime, mas não há culpabilidade. b) O item também está errado, pois a escola finalista considerou sim o crime, em sua perspectiva analítica, como fato típico, antijurídico e culpável (Teoria Tripartide do Crime). c) Como a responsabilidade penal é subjetiva, ou seja, depende da presença do dolo e da culpa na análise do crime, não há como considerar crime na Teoria Causalista,na visão bipartide, pois, o crime, nesse caso é fato típico e antijurídico. Se tirarmos o dolo e a culpa do fato típico, a responsabilidade para imputação penal seria objetiva, o que não se admite em nosso sistema. d) Pela Teoria analítica, há sim distinção em crime e contravenção. Outra coisa, há sim a possibilidade de se aplicar multa de maneira isolada. Há infrações penais puníveis só com multa. e) Hoje em dia, a concepção analítica do crime se liga à Teoria Finalista. Essa concepção analítica (bipartide) não está coerente com a teoria social do crime. Gabarito: LETRA “C”. 14. Sobre o Direito Penal Militar, analise as assertivas abaixo, assinalando, em seguida, a alternativa que sobre elas contenha o devido julgamento: I - Consideram-se crimes militares em tempo de paz os crimes Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 41 previstos no Código Penal Militar, quando definidos de modo diverso na lei penal comum ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial. II - Se dois militares em serviço ativo juntamente com um militar inativo, ainda que não empregado regularmente na Administração Militar, ocuparem um quartel contrariamente à ordem superior, os três, em tese, estarão na prática do motim. III - O Código Penal Militar prevê o delito de dano culposo. IV - Consideram-se como extensão do território nacional aeronaves e navios brasileiros, sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada, desde que se encontrem em mar territorial nacional ou no espaço aéreo correspondente. JULGUE: a) Apenas a assertiva IV é falsa. b) Todas as assertivas são falsas. c) Não há assertiva falsa. d) Apenas as assertivas I e III são falsas. e) Apenas as assertivas II e III são falsas. (MPE-PB - 2010 - Promotor de Justiça) Comentários: Todos os itens estão certos. O item IV está errado, pois será extensão do território nacional os navios ou aeronaves, nas circunstâncias citadas, onde quer que os tais aparelhos estejam e não só se estiverem no território nacional. Gabarito: LETRA “A”. 15. Um adolescente com dezessete anos de idade que, convocado ao serviço militar, após ser incorporado, praticar conduta definida no CPM como crime de insubordinação praticado contra superior será alcançável pela lei penal militar, a qual adotou, para os menores de dezoito e maiores de dezesseis anos de idade, o sistema biopsicológico, em que o reconhecimento da imputabilidade fica condicionado ao seu desenvolvimento psíquico. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – Específicos) Comentários: Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 41 A atual Constituição da República não admite responsabilidade penal aos menores de 18 anos de idade. Estão, tais menores, submetidos ao Estatuto da Criança e do Adolescente – o ECA. Gabarito: ERRADO. 56. LISTA DE QUESTÕES DESENVOLVIDAS NA AULA DE HOJE 1. A embriaguez patológica recebe o mesmo tratamento que a embriaguez voluntária ou culposa no CPM, segundo o qual ambas isentam de pena o agente, por não possuir este consciência no momento da prática do crime. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 2. A legislação penal militar admite o uso, em situação especial, de meios violentos por parte do comandante para compelir os subalternos a executar serviços e manobras urgentes, para evitar o desânimo, a desordem ou o saque. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 3. Considerando-se que, em relação ao concurso de agentes, o CPM possui disciplinamento singular, entendendo o “cabeça” como o líder na prática de determinados crimes, é correto afirmar que, havendo participação de oficiais em crime militar, ainda que de menor importância, para todos os efeitos penais, eles devem ser considerados como “cabeças”. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Execução de Mandados – Específicos) 4. Considere a seguinte situação hipotética: João foi contratado para tirar a vida de Fernando. Quando vai executar o homicídio, não encontra Fernando e, como o irmão deste estava no local e era seu desafeto, Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 41 tira-lhe a vida. Nessa situação, João praticou um homicídio com erro sobre a pessoa, não se devendo considerar as condições ou qualidades da vítima, mas as de Fernando. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia) 5. É CORRETO afirmar que há ilicitude penal no fato: a) praticado no estrito cumprimento do dever legal; b) praticado em contrariedade ao ordenamento jurídico; c) praticado no exercício regular de um direito; d) praticado no estado de necessidade; e) praticado em virtude da presunção de uma agressão a direito próprio ou de outrem. (NUCEPE - 2010 - SEJUS-PI - Agente Penitenciário) 6. É inimputável o agente que pratica o fato criminoso sem capacidade de entendimento e sem determinação, em razão de doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 7. É isento de pena quem imagina verdadeiramente estar agindo em legítima defesa, já que toda situação fática assim indica, apesar de tal não ocorrer, estar-se-á diante de uma discriminante putativa. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia) 8. Inclui-se, dentre outras causas excludentes da ilicitude, a) a coação irresistível. b) a obediência hierárquica. c) a embriaguez voluntária. d) a emoção. e) o estado de necessidade. (FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Segurança e Transporte) 9. Não há crime pela ausência de dolo pelo fato de este ser um elemento da antijuridicidade. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia) Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 41 10. O Código Penal Militar (CPM), ao estabelecer a relação de causalidade no crime, adotou o princípio da equivalência dos antecedentes causais, ou da conditio sine qua non, o qual se contrapõe à teoria monista adotada pelo mesmo código quanto ao concurso de pessoas. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 11. O CPM estabelece que não se comunicam as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, exceto quando elementares do crime, o que significa dizer que responde por crime comum a pessoa civil que, juntamente com um militar, cometa, por exemplo, crime de peculato tipificado no CPM. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 12. O CPM, ao adotar o princípio da participação de menor importância, estabeleceu uma exceção à teoria monista do concurso de agentes. (CESPE - 2004 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) 13. Segundo a concepção material, crime é tudo aquilo que a sociedade entende que pode e deve ser proibido, mediante aplicação de sanção penal. Para a concepção formal, crime é a conduta proibida por lei, sob ameaça de aplicação de pena, ou seja, o fenômeno é tratado por uma visão legislativa. No seu conceito analítico, prevalece o entendimento de que crime é uma conduta típica, antijurídica e culpável. Acerca dos desdobramentosdesta última teoria, assinale a alternativa correta. a) Pela teoria bipartida, o autor de um fato típico e antijurídico que tenha sido levado à sua prática por erro escusável de proibição, sem ter a menor ideia de que o que pratica é ilícito, não é considerado um criminoso. b) O finalismo, de Hans Welzel, nem sempre considerou o crime como fato típico, antijurídico e culpável. c) Para a teoria causalista, o dolo e a culpa estão situados na culpabilidade. Então, logicamente, para quem adota essa teoria, impossível se torna acolher o conceito bipartido de crime. d) Da concepção analítica de crime, é possível inferir que o Direito Penal não estabeleceu distinção entre crime e contravenção penal. Tanto no crime quanto na contravenção não é cabível a fixação da Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 41 multa de maneira isolada. e) É correto afirmar que a estrutura analítica do crime se liga, necessariamente, à adoção da concepção finalista, causalista ou social da ação delituosa. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Delegado de Polícia – Objetiva) 14. Sobre o Direito Penal Militar, analise as assertivas abaixo, assinalando, em seguida, a alternativa que sobre elas contenha o devido julgamento: I - Consideram-se crimes militares em tempo de paz os crimes previstos no Código Penal Militar, quando definidos de modo diverso na lei penal comum ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial. II - Se dois militares em serviço ativo juntamente com um militar inativo, ainda que não empregado regularmente na Administração Militar, ocuparem um quartel contrariamente à ordem superior, os três, em tese, estarão na prática do motim. III - O Código Penal Militar prevê o delito de dano culposo. IV - Consideram-se como extensão do território nacional aeronaves e navios brasileiros, sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada, desde que se encontrem em mar territorial nacional ou no espaço aéreo correspondente. JULGUE: a) Apenas a assertiva IV é falsa. b) Todas as assertivas são falsas. c) Não há assertiva falsa. d) Apenas as assertivas I e III são falsas. e) Apenas as assertivas II e III são falsas. (MPE-PB - 2010 - Promotor de Justiça) 15. Um adolescente com dezessete anos de idade que, convocado ao serviço militar, após ser incorporado, praticar conduta definida no CPM como crime de insubordinação praticado contra superior será alcançável pela lei penal militar, a qual adotou, para os menores de dezoito e maiores de dezesseis anos de idade, o sistema biopsicológico, em que o reconhecimento da imputabilidade fica condicionado ao seu desenvolvimento psíquico. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – Específicos) Curso de Direito Penal Militar para a PMDF Teoria e Exercícios Prof. Tatiana Santos – Aula 01 Prof.Tatiana Santos www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 41 **** Despeço-me de todos com um abraço grande!... Bons estudos!... Obrigada por sua presença nesta aula! Espero ver você na próxima aula e nos fóruns, combinado? Professora Tatiana Santos. PS: ACOMPANHE OS ARTIGOS QUE PUBLICO A RESPEITO DOS TEMAS DO NOSSO CURSO!
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