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º Transtornos Depressivos Conceito Transtorno depressivo (maior) é uma doença crônica que se inicia normalmente, na juventude. Cursa com rebaixamento do humor (humor deprimido; para baixo). Tem um impacto enorme na qualidade de vida do indivíduo uma vez que ocasiona incapacidade funcional e comprometimento da saúde física e mental. TRISTEZA X DEPRESSÃO Tristeza é um sentimento comum, depressão é uma tristeza muito intensa e persistente, que não melhora tão facilmente. Epidemiologia Normalmente, iniciam-se na segunda/terceira décadas de vida, tem uma prevalência de 2 a 3 mulheres para cada homem; a prevalência geral é de aproximadamente 10% da população; em hospitais clínicos a prevalência pode chegar a 33%. É a quarta causa de incapacidade no mundo e, de acordo com estimativas, em 2020 a doença será a segunda maior causa mundial de inabilidade para o trabalho. Etiologia • Fator genético • Fatores hormonais • Doenças orgânicas (hipovitaminose – C e D principalmente) • “Traumas psicológicos” (perda física ou emocional) • TCE (Traumatismo Crânioencefálico) • Uso de substâncias psicoativas (SPAs) • Uso de medicamentos (corticoides, roacutan, etc.) • Gestações Qualquer adoecimento pode levar a comprometer a saúde mental de um indivíduo chegando a ser uma depressão secundária, mas algumas doenças podem cursar com sintomas iguais aos da depressão, são clinicamente iguais e causam uma síndrome consumptiva, exemplos: Câncer Doenças tireoidianas Síndrome consumptiva Doenças neurológicas Doenças infecciosas (HTLV, SIDA...) Demências Fisiopatologia A hipótese mais aceita até hoje é a disfunção/ queda de pelo menos um dos neurotransmissores monoaminégicos – norepinefrina, dopamina, serotonina e histamina. Das aminas biogênicas, a norepinefrina e a serotonina são os dois neurotransmissores mais implicados na fisiopatologia dos transtornos do humor. NEUROTRANSMISSORES Serotonina (5HT) alguns pacientes com impulsos suicidas têm concentrações baixas de metabólitos da serotonina no líquido cerebrospinal (LCS) e concentrações baixas de zonas de captação de serotonina nas plaquetas. Dopamina (DA) dados indicam que sua atividade pode estar reduzida na depressão. Noradrenalina (NA) a ativação dos os receptores beta2 pré-sinápticos na depressão resulta em redução da quantidade de norepinefrina liberada. Esses receptores também regulam a quantidade de serotonina liberada. Quadro clinico Humor deprimido; anedonia (Perda do interesse ou prazer em atividades que antes eram prazerosas); Alterações do sono (*inversão do ciclo sono-vigília” insônia ou hipersonia - sonolência excessiva diurna); Alterações do apetite e peso; Anergia/prostração; Hipobulia/avolição (queda da vontade); Humor irritado; oscilações de humor; Choro fácil; Sentimento de inutilidade/menos-valia; Prejuízos de atenção, memória e pensamento; Pensamento de morte/suicida. Critérios diagnósticos 1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias; (Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável); 2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (anedonia); 3. Perda ou ganho de apetite/peso; 4. Alterações do sono (*inversão do ciclo sono-vigília”; Insônia ou hipersonia (sonolência excessiva diurna); 5. Agitação ou retardo psicomotor observado por outras pessoas; 6. Fadiga ou perda de energia (anergia); 7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes); 8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão; 9. Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio. ! Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. ! Para especificar a gravidade atual: Leve: Dois sintomas. Moderada: Três sintomas. Moderada-grave: Quatro ou cinco sintomas. Grave: Quatro ou cinco sintomas e com agitação motora SAÚDE MENTAL º Do Sofrimento ao Suicídio Segue uma sequencia que se inicia com o sofrimento, depois vem o pensamento de morte eu pode evoluir para a ideação suicida, para o planejamento suicida, até chegar a uma tentativa de suicídio. Suicídio ativo (quando algo é feito diretamente com a intenção de se matar – ex: quando eu sei que está vindo um carro e atravesso a rua) x Suicídio passivo (intencional – a pessoa assume um comportamento de risco - ex: quando eu sei que está vindo um carro e atravesso sem olhar) É interessante rastrear fatores de proteção: conjugue, espiritualidade, filhos, alguém de confiança. Classificação Internacional das Doenças – CID F32: episódios depressivos leve/moderado/grave. – situação momentânea. O episódio depressivo deve durar pelo menos duas semanas, e normalmente uma pessoa com esse diagnóstico também experimenta pelo menos quatro sintomas por exemplo, alterações no apetite e peso, alterações no sono e na atividade, falta de energia, sentimentos de culpa, problemas para pensar e tomar decisões e pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. O tratamento do primeiro episodio depressivo dura pelo menos 6 meses. O segundo episódio tratar por 2 anos. A partir do terceiro episódio mantem o tratamento de forma continua. F33: transtorno depressivo recorrente – Indivíduos que estão vivenciando pelo menos um segundo episódio de depressão. O individuo tem um episódio depressivo, é tratado, passa um tempo em remissão dos sintomas, ate ter um novo episódio depressivo. (O DSM-5 exige que episódios distintos de depressão sejam separados por pelo menos dois meses, durante os quais o paciente não tenha sintomas significativos de depressão). Diagnóstico diferencial • Transtornos ansiosos • Ciclotimia: pelo menos dois anos de ocorrência frequente de sintomas hipomaníacos que não podem ser diagnosticados como um episódio maníaco e de sintomas depressivos que não podem ser diagnosticados como um episódio depressivo maior. • Transtorno de Humor Bipolar • Transtornos orgânicos • No idoso: demências Subtipos Distimia (“lembrar-se de seu Lunga”... “velho rabugento”) é caracterizado por sintomas depressivos mais leves do que os da depressão maior, que persistem por pelo menos dois anos, com um período livre de sintomatologia de apenas dois meses em cada ano. Depressão Unipolar/Melancólica (+ comum): (insônia e perda do apetite) Depressão Bipolar (irritabilidade) uma distimia mais grave Depressão Atípica (reatividade, irritabilidade, hipersonia, hiperfagia) Depressão Pós-Parto Transtorno Misto Ansioso e Depressivo Depressão Psicótica Tratamento Mudança do Estilo de Vida (MEV); psicoterapia; psicofármacos; eletroconvulsoterapia e cetamina; psicoeducação. Tratamento farmacológico ANTIDEPRESSIVOS • Resolvem a disfunção de neurotransmissores a longo prazo, inibem sua recaptação, fazem com que ele fique mas tempo na fenda sináptica, estimule mais receptores e faz com que o neurotransmissor “trabalhe mais”. Não causam dependência. • Inibidores seletivos de recaptação de serotonina: sertralina, escitalopram, fluoxetina (são os mais utilizados) • Duais: inibidores não seletivos de recaptação de serotonina, eles inibem a recaptação de 5ht e NA; duloxetina, venlafaxina, desvenlafaxina • Tricíclicos: estimulam os 3 neurotransmissores mas possuem muitos efeitos colaterais, amitriptilina, nortriptilina, clomipramina. • Outros: mirtazapina, bupropiona ANSIOLÍTICOS: são sintomáticos (usados para aliviar os sintomas). Benzodiazepínicos: moduladores alostéricos, (receita azul; causam dependência); • Atuam como ansiolíticos, anticonvulsivantes, hipnóticos, amnésicos, relaxantes musculares; • Clonazepam, diazepam: meia vida longa; • Alprazolam, bromazepam: meia vida intermediária; • Lorazepam, midazolam: meia vida curta/ultrac. Em tratamento continuo usa-se antidepressivo ou ansiolítico? O ideal é que os dois sejam prescritos juntos, quando o ansiolítico começar a fazer efeito ele pode ser suspenso. TABELA DE EQUIVALÊNCIA DO BZD EFEITOS COLATERAIS (com anos de uso) Dependência; Tolerância; Aceleram processos demenciais; Risco de uso abusivo; Depressão respiratória (em altas doses, ou associados ao álcool); Alterações º psicomotoras/risco de queda e acidentes; Disfunção cognitiva; Abstinência (tremor, irritabilidade, náuseas, cefaleia etc). Prevenção (MEV) Atividades físicas regulares (30 min, 3-5 vezes por semana); Exercer espiritualidade; Exposição ao sol (10-20min por dia, entre 10:00 e 15:00); Lazer; Higiene do sono; Hábitos alimentares saudáveis; Yoga; Meditação; Atenção Plena/Mindfulness; Exercícios de respiração; Acupuntura; Ventosoterapia; Auriculoterapia. CURIOSIDADES: • PSEUDODEMÊNCIA: é uma depressão em idoso; depressão que cursa com sintomas cognitivos, relacionados à atenção, organização das ideias, memoria. • Cigarro em curto prazo causa hipotensão e em longo prazo causa hipertensão DICAS SOBRE HIGIENE DO SONO - Por Francisco Medauar Filho - 1. Ter horário para tomar os remédios, dormir e acordar. O organismo precisa de rotina. Tente regrar melhor os seus horários! 2. Evite café a partir das 15h. A cafeína é um psicoestimulante, e usar após 15h pode atrapalhar o seu sono, lhe deixando mais agitado. 3. Evite trabalhar ou estudar na cama. Se usamos a cama com essas duas finalidades, o organismo para de perceber a cama como um local de relaxamento, e deixamos de ter sono quando deitamos. 4. Faça atividade física! De preferência, pela manhã. Isso vai te dar mais disposição e vc vai gastar mais energia no decorrer do dia, tendo mais sono à noite. 5. Evite fazer atividade física à noite. Para a maioria das pessoas, isso acelera a frequência cardíaca e deixa a pessoa mais agitada. Mas, se você faz à noite e sente que isso te relaxa e você dorme bem, pode manter! 6. Evite tirar "cochilos prolongados" (mais de 45 minutos) durante o dia. 7. À noite, evite alimentos pesados ou termogênicos (canela, pimenta, gengibre, chá verde, chá de hibisco). Evite também beber muita água antes de dormir (principalmente gelada!), ou dormir com sede. Tente achar um meio termo que não te faça levantar durante a noite para urinar ou beber água. 8. Antes de dormir, EVITE uso de CELULAR, TABLET, TELEVISÃO, COMPUTADOR. Esses dispositivos nos despertam, retardam nosso sono e o tornam mais superficial. 9. Antes de dormir, faça atividades mais calmas e relaxantes, como meditação, leitura de livros, oração e exercícios de respiração. Tente já ficar numa luz mais indireta, num ambiente calmo, para já ir "entrando no clima" de dormir. 10. Depois de tomar os medicamentos para dormir, DEITE! Se você toma o remédio para dormir mas fica levantando, vendo tv, faz atividade física ou se estimula de alguma forma, você está dificultando a ação do medicamento. E aí, neste caso, são necessárias doses maiores do medicamento (algo que poderia ser evitado!). HORA DE PRATICAR: 1. Sobre o suicídio, marque a alternativa correta: a) Mulheres jovens usam meios mais letais. b) É comum que o suicídio ocorra sem um sofrimento psíquico prévio. É como dizem, popularmente: "fulano se matou do nada". c) Homens idosos apresentam mais tentativas. d) O suicídio é uma das principais causas de mortes evitáveis. 2. Sobre Transtornos Depressivos, marque o correto: a) Na depressão típica, também chamada de melancólica, que é a mais comum, o humor do paciente normalmente está irritado. b) Tem uma prevalência baixa, próxima a 1% da população geral. c) A hipótese mais aceita para explicar a sua fisiopatologia é a que envolve disfunções hormonais. d) É um transtorno mais comum em mulheres. 3. Sobre um episódio depressivo, marque a correta: a) Os sintomas devem estar presentes por, pelo menos, 7 dias (na maior parte do tempo). b) Humor deprimido e anedonia são os dois critérios maiores. c) Seu diagnóstico é feito com "tristeza e ideação suicida, por, pelo menos, 15 dias". d) Ter um episódio depressivo na vida já caracteriza um Transtorno Depressivo Recorrente. 4. São fatores que podem ser gatilhos para o surgimento de um transtorno de humor, EXCETO: a) Uso recreativo de maconha. b) Tabagismo. c) Uso de corticoides em altas doses. d) Falência (financeira).
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