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Cariologia 25/02/2021 Nome: Jemerson Santos do Monte Curso: Odontologia Matrícula: 20.1.001008 Semestre: 3º semestre Turno: Noturno Sede: Parque Ecológico Cárie é uma doença multifatorial biofilme-açúcar dependente, caracterizada pela perda de minerais causada pelos ácidos resultante do metabolismo da fermentação feita pelas bactérias presentes no biofilme. Essa atividade causa uma flutuação nos níveis do PH bucal, gerando o ganho e a perda de minerais. Antes da cárie, temos a formação do biofilme que se inicia por uma camada de saliva que fica aderida ao dente, denominada: Película adquirida, constituída de glicoproteínas e proteínas salivares, que é removida pela escovação, porém com pouco tempo ela se forma novamente. Dessa forma as bactérias que não se ligam a estrutura do esmalte (hidroxiapatita), se fixarão nessa película, de início essa fixação será fraca (pelas forças de Van Der Waals), reversível e posteriormente evolui para uma adesão irreversível. Com a população bacteriana primária fixada no dente, virá outras micro- organismos que se fixam na população inicial (por meio das fimbrias e lectinas presentes em sua membrana). Assim temos pôr fim a comunidade clímax num biofilme maturado. Desse modo se não removido, ao nos alimentarmos, os S. mutans começam a suprir-se da sacarose, fazem fermentam, produzem ácido lático, diminuindo o PH bucal, e consequentemente desmineralizando os dentes, sendo visível na forma de mancha branca, que inicia a cavitação e vai adentrando os tecidos. Passo-a-passo: 1) Formação da película adquirida 2) Adesão bacteriana 3) Coadesão de outras bactérias 4) Maturação do Biofilme 5) Mancha branca (Cárie clinicamente visível) Produção de ácidos ↓ PH Desmineralização Pode resultar em Cárie Importante: Ao diagnóstico clínico da cárie, é importante a secagem do elemento dentário, devido ao índice de refração, pois a diferença entre o índice da água e dos espaços intercristalinos não é visível a olho nu, enquanto que comparado com o ar, a diferença é visível na incidência da luz. Índices de Refração Espaços intercristalinos 1,62 Água 1,33 Ar 1 As manchas brancas geralmente se encontram na região cervical da coroa dental, face Interproximal e face oclusal, em fóssulas e fissuras, onde é propenso a ocorrer um maior acúmulo do biofilme. O dentista deve ter em mente essas características para diferenciar uma mancha branca de cárie de uma hipoplasia por exemplo (condição de hipomineralização do esmalte) Camadas do esmalte 1. Zona Superficial Aprismática ou Camada de Darling (mais resistente) Zonas relativamente intactas que apresentam a maior resistência as agressões, apresenta túneis que permitem a entrada de produtos bacterianos, sua porosidade fica entre 1 – 5%. 2. Corpo da Lesão ou Zona Sub-Superficial (maior e mais porosa) Ocupa maior parte da lesão do esmalte, tendo uma desmineralização mais rápida com maior solubilidade dos cristais e porosidade que fica entre 10 – 25% ou até maior. 3. Zona escura (resultado da Des-Re) Resultante dos episódios da Des-Re (desmineralização-remineralização) dentro da lesão, com porosidade em torno de 2 – 4%. 4. Zona translúcida (zona de combate) zona mais profunda da lesão e representa a frente de avanço contra a invasão, com porosidade por volta de 1%, que se aproxima ao esmalte intacto (0,1%) Importante: Mancha branca ativa ou inativa o tratamento é NÃO INVASIVO, será realizado apenas FLUORTERAPIA e INSTRUÇÃO DE HIGIENE ORAL. Mancha branca em dentina: amolecido, aspecto úmido e amarelado Etapas de ação frente a Cárie: 1. Prevenir instalação 2. Prevenir a progressão 3. Reparação Mancha Branca Ativa Mancha Branca Inativa Branca Acastanhada Rugosa Lisa Opaca Brilhosa Diagrama de Fejerskov Fejerskov é o pai da cariologia e nesse diagrama ele lista fatores modificadores (em amarelo) que estão relacionados diretamente com a intensidade da doença. E ao centro temos questões mais intrínsecas ao indivíduo que geram resultados diferentes no desenvolvimento da doença. • Fatores etiológicos primários (causadores): - Biofilme - Sacarose - Hospedeiro - Dieta - Microbiota (fermentação) Esses fatores aliados ao tempo resultam na formação da cárie. • Fatores etiológicos secundários (agravantes): - Aleitamento materno - Drogas que causam hipossalivação/xerostomia (antidepressivos, anti- hipertensivos, anticolinérgicos) - Doenças que causam hipossalivação/xerostomia (diabetes, síndrome de Sjogren, hipotireoidismo) - Renda - Escolaridade - Saneamento básico O Streptococcus mutans é o principal micro-organismo de superfícies lisas, responsável pelo início do processo de cárie. Se trata de uma bactéria Acidogênica e Acidúrica. Acidogênico - Capacidade de produzir ácido lático. O que é determinante para a patogenicidade sendo responsável pela dissolução do substrato. Acidúrico - Capacidade de sobrevivência de um micro-organismo em um ambiente com PH ácido permitindo que microrganismos desenvolvam sua atividade metabólica. Película adquirida - Protege contra a erosão dental - Regula o processo DES-RE - Mantém os dentes lubrificados protegendo contra atritos, alimentos abrasivos, tecidos moles e abrasão dos dentifrícios. Inicialmente a película adquirida é colonizada por cocos e bastonetes Gram-Positivos (S. sanguis, S. mitis, S. oralis), porém sem a devida higiene, ocorre sua maturação, se tornando mais densa e facilitando a adesão de micro- organismos Gram-Negativos (S. mutans e Lactobacillus) Classificações da Cárie: Quanto a atividade: - Ativa - Inativa Presença de restauração prévia: - Primária - Secundária Tecido envolvido: - Esmalte - Dentina - Cemento Localização: - Coronária - Radicular Presença de cavidade: - Cavitada - Não cavitada Sítio anatômico: - Superfície lisa - Fóssulas e fissuras Propagação em Fóssulas e Fissuras (cíngulo): Propagação em faces livres: Características da mancha branca EM ESMALTE ATIVA - Aspecto opaco - Superfície rugosa (aspecto de giz) - Forma oval e limites bem definidos - Cor branca (podendo ser pigmentada) - Com a progressão se torna branco-amarelada, amarelo-parda - Podendo progredir para uma cavitação Características da mancha branca EM ESMALTE INATIVA - Mancha branca com ponto enegrecidos, acastanhado - Aspecto brilhoso - Superfície lisa Dois cones sobrepostos pela base Cones sobrepostos pelo ápice Características da lesão cariosa EM DENTINA ATIVA - Aspecto amolecido - Brilhoso Características da lesão cariosa EM DENTINA INATIVA - Dentina bem enegrecida - Endurecido (pois está hipermineralizada) - Brilhoso Composição química da estrutura dental - Hidroxiapatita (estrutura pura) - Fluorapatita - Hidroxiapatita biológica (essa é a que compõe a estrutura dental) Hidroxiapatita - Mineral composto por cálcio, fósforo e hidroxila (OH) - Estrutura na forma de cristais hexagonais Ca10(PO4)(OH)2 Fluorapatita - Mineral muito parecido com a Hidroxiapatita, porém o OH é substituído por íons Flúor. - Flúor é menor que a hidroxila, então a estrutura fica menor e mais estável - Isso leva a uma diminuição da solubilidade quando comparado a hidroxila, deixando a composição mais resistente aos ácidos. Hidroxiapatita biológica - Mineral presente na estrutura dental - O termo “biológico” representa que o mineral não está em sua forma pura, mas formado em condições teciduais - Se liga a alguns “contaminantes”, os quais alteram significativamente as propriedades desses materiais em relação a hidroxiapatita pura. - Principais “contaminantes”: Carbonato e Fluoreto. O carbonato traz instabilidade aos cristais e é visto principalmenteem dentes decíduos. Quando o Fluoreto entra em contato na superfície do cristal, ao invés de virar Fluorapatita, vira Fluoreto de Cálcio, apenas dentro do mineral se tornaria Fluorapatita. Quando eu utilizo flúor no dente do paciente, cria-se Fluorapatita ou Fluoreto de cálcio? Pode ser criado os dois, dependendo do comportamento do flúor na hidroxiapatita, se vai entrar no cristal ou se vai ficar na superfície. Esmalte VS Dentina 97% Conteúdo Inorgânico 70% Conteúdo Inorgânico 1% conteúdo orgânico 18% Conteúdo orgânico (colágeno Tipo I) 2% água 12% água ↑ Dureza ↑ Resiliência ↑ Friabilidade (trincas) Sustentação do esmalte ↑ Resistência a fratura Amortece as forças mastigatórias Estrutura prismática Estrutura tubular (Túbulos dentinários) Estrutura interprismática Prolongamentos odontoblásticos Amelogênese Dentinogênese PH crítico: 5.5 PH crítico: 6.5 Ao lado temos as composições da dentina (Peritubular e intertubular) e os túbulos dentinários por onde passam os prolongamentos odontoblásticos. A cárie de dentina pode ser agrupada de duas formas: Dentina Infectada Dentina Afetada há a presença de bactérias só há o resultado da destruição bacteriana Camadas mais externas Camadas mais internas Amarelo acastanhado Amarelo acastanhado Amolecida Menos amolecida Deve ser removida Passível de remineralização Nos dois tipos há dor? Sim, porém não é um diagnóstico diferencial Dentina Primária: formada inicialmente para composição do órgão dental. Dentina Secundária: Formada ao longo da vida. Dentina terciária/reacional: Formada como forma de proteção contra agressões. Dentina esclerosada: hipermineralização, que irá calcificar e diminuir os túbulos dentinários resultando numa diminuição da permeabilidade da agressão. A saliva é um fluído com diversas funções: limpeza, remineralização, digestão, antiviral, antibacteriano, antifúngico, lubrificação, viscoelasticidade, inibição da desmineralização, regulação do PH. Nela há proteínas que se ligam de forma estável aos minerais, por isso ela estará num estado de hipersaturação, logo em estado normal o dente não perde minerais para a saliva, na verdade ele vai ganhar. Porém em caso de biofilme, o dente perderá minerais para ele, a fim de aumentar o PH do meio e manter o equilíbrio (Princípio de Le Chatelier). Métodos diagnósticos da cárie - Exame visual (principal e decisivo, até mesmo sobre a radiografia) - Exame tátil - Exame radiográfico (radiografia Interproximal) Exame visual - Dentes secos e limpos - Iluminação adequada - Instrumentação: espelho, sonda comba com ponta não afiada/Sonda OMS.
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