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Literatura surda


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LITERATURA SURDA
O QUE É LITERATURA?
É uma arte de criar, a estética, o que vem de latim litteris, que significa letras, instrução, conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem e relaciona-se com as artes da gramática, da retórica e da poética. E também os demais diversos tipos na produção literária são: Prosa, ficção, romance, técnica, profissão, teatro, cinema, pinturas e outros.
O termo Literatura também é usado como referência a um conjunto escolhido de textos como, por exemplo, a literatura portuguesa, a literatura espanhola, a literatura inglesa, a literatura brasileira, a literatura japonesa, etc.
LITERATURA
 Conjunto das obras literárias de um país ou de uma época. Escritos narrativos, históricos, críticos, de eloquência, de fantasia, de poesia, etc.
A literatura é um objeto de conhecimento, construir ao saber, podendo ser prazer, entretenimento ou estudar, como uma disciplina nos âmbitos escolares, faculdade de letras ou artes e outros cursos, estudo de diversos autores e suas obras, a compreensão de sentidos da sua história marcante a importância da cultura que seja ocidental, clássica, literatura portuguesa, barroca, iluminismo, modernidade e outros.
LÍNGUA ESTÉTICA
Os termos: 
 De francês esthétique - o nome/ substantivo estética;
 Do grego aisthêtiké, forma do adjectivo aisthêtikós, sentir ou de compreender; que pode ser compreendido pelos sentidos. 
Os conceitos: 
 Beleza e apela aos sentidos; 
 A Língua estética pretende fazer mais do que transmitir informações; 
 Um objetivo-chave na literatura é criar uma experiência para seus leitores por meio da língua, ao invés de apenas afirmar alguma coisa; 
 Informações apresentadas como informações não podem ser incluídas na categoria de literatura, mas com a estrutura e língua certa, nesse sentido, podem ser reconhecidos, por exemplo, como uma história, um poema ou uma oração; 
 A experiência corporal das pessoas surdas é, muitas vezes, de visão e tato, em vez de som; 
 Faz parte da literatura.
Cada país tem a literatura, é influenciada pela cultura de sua língua do povo, a arte de criar, expressar a sua ideia no texto literário, a própria natureza do caráter estético, as suas palavras como expressa, pelo contexto histórico, a beleza, aquele que pretende emocionar e mostrar para a sociedade, o poder de expressar, arte de viver, ao pensamento e utiliza as palavras com liberdade.
Literatura Japonesa
“País da Neve”, adaptação da obra-prima de Yasunari Kawabata, o primeiro japonês a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura em um mangá belamente ilustrado que conta a história de um triângulo amoroso em que cobra especial destaque a bela paisagem e neve abrangente.
Literatura Inglesa
“Romeu e Julieta”, representa um dos maiores clássicos da literatura mundial e uma das obras mais emblemáticas. William Shakespeare (1564 - 1616) é considerado o maior escritor da língua inglesa. Poeta e dramaturgo, sua obra alcançou grande prestígio quando redescoberta no século XIX.
Literatura Espanhola 
O texto do livro de Ignacio Arellano e Carlos Mata Induráin. Vida e obra de Lope de Vega, Madri, Homolegens, 2011.
Inés, tus bellos ya me matan, ojos,
y al alma, roban pensamientos, mía,
desde aquel triste, que te vieron, día,
no tan crueles, por tu causa, enojos.
Tus cabellos, prisiones de amor, rojos,
con tal, me hacen vivir, melancolía,
que tu fiera, en mis lágrimas, porfía,
dará de mis, la cuenta a Dios, despojos.
Creyendo que de mí no, Amor, se acuerde,
temerario, levántase, deseo,
de ver a quien me, por desdenes, perde
Que es venturoso, si se admite, empleo,
esperanza de amor, me dice, verde,
viendo que te, desde tan lejos, veo.
Literatura Brasileira
O livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” é um clássico de Machado de Assis. A leitura desta obra é obrigatória no Ensino Médio, pois o livro costuma ser bastante cobrado em vestibulares.
LITERATURA SURDA
A noção de Literatura Surda começou a circular em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, principalmente onde havia escolas de surdos. Em 1864 foi fundada a Universidade Gallaudet (Gallaudet University), em Washington D.C. onde, com o passar do tempo, os sujeitos surdos, acadêmicos e pesquisadores construíram significados em torno da Literatura Surda, espalhando para seus próximos, na comunidade surda, como nos encontros de surdos, escolas de surdos, associação de surdos etc. Alguns alunos surdos estrangeiros formados na Universidade Gallaudet voltaram para sua terra natal, espalhando a notícia para a comunidade surda local. Os acadêmicos e pesquisadores começaram a divulgar materiais empíricos, fazendo distribuição de livros, vídeos, etc. de fontes da Literatura Surda.
Deaf American Prose: 1980-2010 (Gallaudet Deaf Literature Series, Vol. 1). Kristen C. Harmon, Jennifer L. Nelson.
“The Deaf poet is no oxymoron” traduzida: O poeta surdo não é um oxímoro de John Lee Clark. Tem 95 poemas de 35 poetas americanos surdos. Verso originalmente criado na American Sign Language.
Deaf American Literature: From Canival to the Canon Cyntia Peters, Universidade de Gallaudet, a literatura de língua de sinais americana (ASL).
1984- "Deaf Literature" American Culture: The Deaf Perspective. Assista um vídeo em ASL:
No brasil
A autora Karnopp (2008) fez as buscas nos documentos no passado, que não tiveram muitos registros sobre a literatura surda, “não é possível percorrer séculos, localizar e apresentar textos escritos ou vídeos produzidos por surdos de 1500 ou de séculos passados, pois não temos documentação e vídeos são uma invenção recente, de apenas algumas décadas.”.
literatura surda contemporânea, após o surgimento da tecnologia, da gravação de histórias através de fitas VHS, CD, DVD ou de textos impressos que apresentam imagens, fotos e/ou traduções para o português. O registro da literatura surda começou a ser possível principalmente a partir do reconhecimento da Libras e do desenvolvimento tecnológico, que possibilitaram formas visuais de registro dos sinais.
O QUE É LITERATURA SURDA
A Literatura surda é a produção de textos literários em sinais, que traduz a experiência visual, que entende a surdez como presença de algo e não como falta que possibilita outras representações de surdos e que considera as pessoas surdas como um grupo linguístico e cultural diferente. Karnopp (2006, p. 100), “a literatura do reconhecimento é de importância crucial para as minorias linguísticas que desejam afirmar suas tradições culturais nativas e recuperar suas histórias reprimidas”. Dessa forma, a Literatura Surda é um meio muito utilizado pela comunidade surda para difundir e defender sua cultura na sociedade. A Literatura Surda é composta por “histórias, contos, lendas, fábulas, anedotas, poesia, jogos, piadas e caricaturas” (BAHAN et all, 1996, apud MORGADO, 2011, p. 24).
A Literatura Surda, quando realizada através de sinais, utiliza-se de vários recursos próprios das línguas de sinais. 
As histórias contadas, principalmente por adultos surdos, são ricas para o seu desenvolvimento e, assim, a criança surda é estimulada a pensar, agir, fazer, ter consciência, tornar-se surda. As histórias em língua de sinais favorecem a aquisição da língua, da cultura e a construção de uma identidade surda. (Nichols, 2016, p. 54) Apesar de ser algo extremamente importante para a difusão da Cultura Surda e para a afirmação da identidade surda, a Literatura Surda é pouco investigada e é muito difícil encontrar livros, artigos ou estudos que tratam desse assunto (MORGADO, 2011, p. 29).
A participação da literatura surda não somente para surdos e também para sujeito ouvintes. Para cultivar a cultura surda, perceber a sua própria experiência visual, os modelos e valores históricos de surdos de gerações. E também auxilia o processo de alfabetização, ajuda a construir a identidade, cultura e subjetividade. Principalmente a importância de crianças e jovens, cultiva o desenvolvimento afetivo, social e cognitivo e entender a diferença de surdo e ouvinte. Fortalecer a sua cultura e preservação de língua de sinais, quebrando as barreirade ouvintes, o preconceito linguístico. Os surdos, a sua representação, os seus valores da experiência visual e não se compara a experiência auditiva dos ouvintes, a sua produção é de Libras, a sua compreensão é melhor devido a sua experiência cotidiana visual e no contexto histórico há diferenças dos ouvintes que possui o texto literário e da fala. A Literatura Surda sempre é vinculada a língua de sinais, é utilizada de histórias, a identidade e a cultura surda na narrativa.
Livro Patinho Surdo. ROSA, Fabiano; KARNOPP, Lodenir. Patinho Surdo. Canoas: ULBRA, 2005.
É Importante com as Rosa & Klein (2009, p. 3), “os sinalizantes contam as histórias em Língua de Sinais os quais produzem os classificadores, expressões corporais e faciais que são recursos linguísticos altamente visuais”. Na época a Libras não era muito conhecida, muitos pensavam era mímica, gestos e era apenas um sujeito surdo para comunicar porque não fala. “A língua de sinais era considerada apenas uma mímica gestual, e sempre houve preconceitos com relação ao uso de gestos para a comunicação.” (Santana, Bergamo, 2006, p.566).
Para a sociedade de ouvintes que não conhecem sobre o sujeito surdo, enxergam os surdos como humanamente inferiores, deficiente e diferente, tratam de qualidade superior, todo completo e assemelham aos seres humanos. “São as normas sociais que “autorizam” essa separação, normas que organizam toda a nossa vida social, modos de falar, de vestir-se, de atuar no mundo, de pensar, etc.” (Santana, Bergamo, 2006, p.566) Como os surdos tinham o espaço da literatura surda, mas eles não percebiam. “Há uma diversificada literatura presente em associações de surdos, em escolas, em pontos de encontro da comunidade surda. Algumas dessas histórias são contadas e resgatadas por surdos idosos e/ou por surdos contadores de histórias.” (Karnopp, 2008, p.5) A evidência de identidade e da cultura surda nas produções culturais foram resgatados em fitas de vídeo, as narrativas, os poemas, as piadas e os mitos. Os objetivos desta produção literária são “reconta a experiência das pessoas surdas, no que diz respeito, direta ou indiretamente, à relação entre as pessoas surdas e ouvintes, que são narradas como relações conflituosas, benevolentes, de aceitação ou de opressão do surdo”. Karnopp (2008, p.15).
TIPOS DE LITERATURA SURDA
Existem os tipos de literatura surda que podem ser uma arte, segue os tópicos: Ficção, Romance, Comédia; Oratório, ou falar em público (reuniões políticas, sermões); Autobiografia = não-ficção literária; Literatura política - lutam contra a opressão; Crônicas - descrições de pessoas, eventos ou vida; A literatura religiosa, Literatura Científica, Literatura Popular, Literatura Infanto-Juvenil; Músicas - ou os textos das canções; Poesia.
Já existem as publicações em língua de sinais que são os livros, materiais digitais, DVDs, VHS e os outros.
A partir do ano 2000, foi produzida os livros de literatura infantil, com os temas relacionada com surdos ou língua de sinais. Há alguns livros existem as traduções de clássicos infantis para a Libras, outros são adaptações de histórias clássicas para a Libras com mudanças no roteiro, na história e personagens, em menor quantidade, há livros que são criações.
Karnopp e Machado (2006) - Tradução dos textos da língua portuguesa para a língua de sinais. São livros de “Branca de Neve”, “Os Três Porquinhos” e “Chapeuzinho Vermelho”.
Objetivo: A criança possa ler seus livros favoritos e desenvolver o seu vocabulário. Descrição: Livros de estórias com desenhos coloridos, textos em Português e Libras. (Karnopp e Hessel, 2009).
Existem livros de literatura clássica traduzidos da língua portuguesa para a língua de sinais (disponíveis em DVD), como os textos produzidos e distribuídos pela Editora AraraAzul.
LITERATURA SINALIZADA
É usada para se referir às histórias que têm a língua de sinais, a identidade e a cultura surda incluída na narrativa. Geralmente é registrada em Libras, por meio de filmagens.
Não está escrita, mas produzida ao vivo, em performances sinalizadas.
Atualmente, a palavra "literatura" passou a incluir mais do que a palavra escrita.
 Pode significar uma forma especial de trabalhar criativamente com a língua em qualquer modalidade. 
 Assim a forma da Língua de Sinais, respeitada e valorizada pelas comunidades surdas como uma forma de arte que representa a sua cultura, também pode ser chamada de literatura. 
 A literatura de pessoas surdas na língua. 
 Uma literatura criada em uma língua gestual e visual, assim só existe quando alguém a realiza. 
 Às vezes, a literatura sinalizada é mais parecida com a pintura, a dança ou filme do que com a literatura escrita. Embora, frequentemente, a literatura use o vocabulário de Língua de Sinais, passa além destes para criar algo muito mais visual. 
 A literatura se apresenta com muitas formas de arte criativa, incluindo a literatura escrita, mas é diferente de qualquer uma dessas formas.
Conteúdo Literatura Sinalizada: 
 A literatura sinalizada sempre aborda surdez, de alguma forma, porque representa as opiniões da comunidade surda. 
 Histórias e poemas que apresentam experiências do narrador envolvem um personagem surdo. 
 Considera as outras "coisas grandes" na vida, como o amor, a natureza, a ambição, ou a política mundial.
 Temas de resistência surda e libertação. 
 Experiência sensorial das pessoas surdas de visão e tato. 
 Uma celebração do sucesso de pessoas surdas, a comunidade surda e sua língua
O QUE É SUJEITO SURDO
 É uma pessoa pratica uma língua visual-espacial como forma de comunicação, conforme o Luchi (2014) explica sobre “Cultura surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de se torná-lo acessível e habitável ajustando-os com as suas percepções visuais.”. Veja o que tem os tipos do sujeito surdo:
 LIBRAS como sua língua natural, a qual reflete valores culturais e guarda suas tradições e heranças vivas; 
 Comunicação espaço-visual;
 Experiência visual; 
 Comunidade surda Cultura surda, 
 Língua brasileira de sinais e 
 Identidade
Curiosidades: Artista Nancy Rourke, a pintura traz a história da surdez, bilinguísmo, militância surda, ouvintismo/audismo, em traços e cores muitos peculiares da artista.
Biografia: São Diego, Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos, em família ouvinte – até os seis anos, seus pais não sabiam sobre a sua surdez, e os médicos diziam que a pequenina tinha problemas de fala e de aprendizagem. Quando jovem, a artista estudou design gráfico e pintura no National Technical Institute for the Deaf (Instituto Técnico Nacional para Surdos), em Rochester, Nova Iorque, do outro lado de seu país, onde também se diplomou como mestre. Family Dog – Susan Dupor
O surdo é o que está no chão da pintura e todos os ouvintes estão sentados no sofá. Esta pintura tocou muitos, muitos surdos em toda parte, inclusive eu, porque nos reconhecemos nesta pintura. Artista Susan Dupor (fonte: http://www.duporart.com/), nasceu surda em Madison, WI. Do jardim de infância até o 12º ano, ela foi integrada em programas de "deficientes auditivos". Em 1987, ela se matriculou no Instituto Técnico Nacional dos Surdos (NITD) e também foi registrada na RIT. Sua maior era a Ilustração. Ela acabou se transferindo para a Escola do Instituto de Arte de Chicago e conseguiu seu BFA. Ela trabalhou em um estúdio de animação e, em seguida, continuou sua educação, ganhando seu mestrado em educação de surdos e educação artística da Universidade de Rochester e NITD. Ela ensinou por algum tempo no NITD e finalmente se mudou para Wisconsin e está ensinando arte na Wisconsin School for the Deaf. Ela diz em seu tempo livre, ela gosta de pintar. Como vemos as pinturas de duas artistas acima, são produções culturais dos surdos como a identidade, a diferença, a língua de sinais, a compreensão das
posições do sujeito (surdo e ouvinte), a poesia e a escrita da língua de sinais se adentram como questões necessárias à tradução da alteridade do sujeito surdo. O conjunto da cultura são o povo surdo, à história,vivências, experiências e nostalgias. A autora Perlin (2005, p.56) explica que o surdo tem diferença e não deficiência, o que importa é como assumimos o sujeito surdo. “A identidade e a cultura das pessoas surdas são complexas, já que seus membros frequentemente vivem num ambiente bilíngue e multicultural. Por um lado, as pessoas surdas fazem parte de um grupo visual, de uma comunidade surda que pode se estender além da esfera nacional, no nível mundial. É uma comunidade que atravessa fronteiras. Por outro lado, eles fazem parte de uma sociedade nacional, com uma língua de sinais própria e com culturas partilhadas com pessoas ouvintes de seu país.” (Quadros e Sutton-Spence, 2006). A palavra surdez é um grau de deficiência, é classificada entre: normal, perda leve, moderada, severa e profunda; e não relaciona com a identidade surda, somente o registro do clínico, mais para fonológico. Terminologia: Surda como forma possível de se estar no mundo, de ser Surdo (e “estar sendo Surdo”), distante de ideários biomédicos (patológicos) e caritativos.
A autora Sueli Fernandes, “mais de um século desse modelo, como prática hegemônica na educação de Surdos, acarretou no seguinte resultado: uma parcela mínima de surdos conseguiu desenvolver uma forma de comunicação sistematizada, seja oral, escrita ou sinalizada e a maioria foi excluída do processo educacional ou perpetuou-se em escolas ou classes especiais, baseadas no modelo clínico-terapêutico. Isso provocou o surgimento de uma geração de pessoas que não apenas fracassou no processo de domínio da língua oral, como também, generalizadamente, em seu desenvolvimento linguístico, emocional, acadêmico e social.”. O povo surdo consiste em: (...) sujeitos surdos que não habitam no mesmo local, mas que estão ligados por uma origem, por um código ético de formação visual, independente do grau de evolução linguística, tais como a língua de sinais, a cultura surda e quaisquer outros laços (STROBEL, p.29, 2008).
IDENTIDADE SURDA
 Vamos estudar os 7 tipos de identidade surda da autora Gladis Perlin, de como identificar o sujeito surdo:
Identidades Surdas (Identidade Política) Uma identidade marcada pela política surda. Os surdos que pertencem à comunidade surda e apresentam características culturais como sejam: 
1. Possuem a experiência visual que determina formas de comportamento, cultura, língua, etc;
 2. Carregam consigo a língua de sinais. Usam sinais sempre, pois é sua forma de expressão. Eles têm um costume bastante presente que os diferencia dos ouvintes e que caracteriza a diferença surda: a captação da mensagem é visual e não auditiva o envio de mensagens não usa o aparelho fonador, usa as mãos; 3. Aceitam-se como surdos, sabem que são surdos e assumem um comportamento de pessoas surdas. Entram facilmente na política com identidade surda, onde impera a diferença: necessidade de intérpretes, de educação diferenciada, de língua de sinais, etc;
 4. Passa aos outros surdos sua cultura, sua forma de ser diferente; 
5. Assumem uma posição de resistência;
 6. Assumem uma posição que avança em busca de delineação da identidade cultural; 
7. Assimilam pouco, ou não conseguem assimilar a ordem da língua falada, tem dificuldade de entendê-la; 
8. A escrita obedece à estrutura da língua de sinais, pode igualar-se a língua escrita, com reservas; 
9. Tem suas comunidades, associações, e/ou órgãos representativos e compartilham entre si suas dificuldades, aspirações, utopias; 
10. Usam tecnologia diferenciada: legenda e sinais na TV, telefone especial, campainha luminosa;
11. Tem uma diferente forma de relacionar-se com as pessoas e mesmo com animais.
Identidades Surdas Híbridas 
Os surdos que nasceram ouvintes e com o tempo alguma doença, acidente, etc. os deixaram surdos: 
1. Dependendo da idade em que a surdez chegou, conhecem a estrutura do português falado e o envio ou a captação da mensagem vez ou outra é na forma da língua oral; 
2. Usam língua oral ou língua de sinais para captar a mensagem. Esta identidade também é bastante diferenciada, alguns não usam mais a língua oral e usam sinais sempre; 
3. Assumem um comportamento de pessoas surdas, ex: usam tecnologia para surdos; 
4. Convive pacificamente com as identidades surdas; 
5. Assimilam um pouco mais que os outros surdos, ou não conseguem assimilar a ordem da língua falada, tem dificuldade de entendê-la; 
6. A escrita obedece a estrutura da língua de sinais, pode igualar-se a língua escrita, com reservas; 
7. Participam das comunidades, associações, e/ou órgãos representativos e compartilham com as identidades surdas suas dificuldades, políticas, aspirações e utopias; 
8. Aceitam-se como surdos, sabem que são surdos, exigem intérpretes, legenda e sinais na TV, telefone especial, companhia luminosa. Também em uma diferente forma de relacionar-se com as pessoas e mesmo com animais. 
Identidades Surdas Flutuantes 
Os surdos que não tem contato com a comunidade surda. Para Karol Paden são outra categoria de surdos vistos de não contarem com os benefícios da cultura surda. Eles também têm algumas características particulares. 
1. Seguem a representação da identidade ouvinte; 
2. Estão em dependência no mundo dos ouvintes seguem os seus princípios, respeitam-nos colocam-nos acima dos princípios da comunidade surda, às vezes competem com ouvintes, pois que são induzidos no modelo da identidade ouvinte; 
3. Não participam da comunidade surda, associações e lutas políticas; 
4. Desconhecem ou rejeitam a presença do intérprete de língua de sinais
 5. Orgulham-se de saber falar "corretamente"; 
6. Demonstram resistências a língua de sinais, cultura surda visto que isto, para eles, representa estereotipo; 
7. Não conseguiram identificar como surdos sentem-se sempre inferiores aos ouvintes; isto pode causar muitas vezes depressão, fuga, suicídio, acusação aos outros surdos, competição com ouvintes, há alguns que vivem na angustia no desejo continuo de ser ouvintes; 8. São as vitimas da ideologia oralista, da inclusão, da educação clinica, do preconceito e do preconceito da surdez; 9. São surdos, quer ouçam algum som, quer não ouçam, persiste em usar aparelhos auriculares, não usam tecnologia dos surdos. 5.1.4 Identidades Surdas Embaçadas As identidades surdas embaçadas são outro tipo que podemos encontrar diante da representação estereotipada da surdez ou desconhecimento da surdez como questão cultural. 1. Os surdos não conseguem captar a representação da identidade ouvinte. Nem consegue compreender a fala. 2. O surdo não tem condições de usar língua de sinais, não lhe foi ensinada nem teve contato com a mesma. 3. São pessoas vistas como incapacitadas 4. Neste ponto, ouvintes determinam seus comportamentos, vida e aprendizados. 5. É uma situação de deficiência, de incapacidade, de inércia, de revolta. 6. Existem casos de aprisionamento de surdos na família, seja pelo estereotipo ou pelo preconceito, fazendo com que alguns surdos se tornem incapacitados de chegar ao saber ou de decidirem-se por si mesmos. 7. Na família a falta de informação sobre o surdo é total e geralmente predomina a opinião do médico, e algumas clínicas reproduzem uma ideologia contra o reconhecimento da diferença. 8. Estes são alguns mecanismos de poder construído pelos ouvintes sobrepresentações clínico da surdez, colocando o surdo entre os deficientes ou retardados mentais. 5.1.5 Identidades Surdas de transição Estão presentes na situação dos surdos que devido a sua condição social viveram em ambientes sem contato com a identidade surda ou que se afastam da identidade surda. 1. Vive no momento de transito entre uma identidade a outra. 2. Se a aquisição da cultura surda não se dá na infância, normalmente a maioria dos surdos precisa passar por este momento de transição, visto que grande parte deles são filhos de pais ouvintes. 3. No momento em que esses surdos conseguem contato com a comunidade surda, a situação muda e eles passam pela des-ouvintização, ou seja, rejeição da representação da identidade ouvinte. 4. Embora passando por essa des-ouvintização,os surdos ficam com sequelas da representação, o que fica evidenciado em sua identidade em construção. 5. Há uma passagem da comunicação visual/oral para a comunicação visual/sinalizada. 6. Para os surdos em transição para a representação ouvinte, ou seja a identidade flutuante se dá o contrário. 5.1.6 Identidades Surdas de Diáspora As Identidades de diáspora divergem das identidades de transição. Estão presentes entre os surdos que passam de um país a outro ou, inclusive passam de um Estado brasileiro a outro, ou ainda de um grupo surdo a outro. Ela pode ser identificada como o surdo carioca, o surdo brasileiro, o surdo norte americano. É uma identidade muito presente e marcada. 5.1.7 Identidades Intermediárias O que vai determinar a identidade surda é sempre a experiência visual. Neste caso, em vista desta característica diferente distinguimos a identidade ouvinte da identidade surda. Temos também a identidade intermediaria geralmente identificada como sendo surda. Essas pessoas tem outra identidade pois tem uma característica que não lhes permite esta identidade isto é a sua captação de mensagens não é totalmente na experiência visual que determina a identidade surda. 1. Apresentam alguma porcentagem de surdez, mas levam uma vida de ouvintes. 2. Para estes são de importância os aparelhos de audição, 3. Importância do treinamento oral, 4. Busca de amplificadores de som... 5. Não uso de intérpretes de cultura surda, etc... 6. Quando presente na comunidade surda, geralmente se posiciona contra uso de interpretes ou considera o surdo como menos dotado e não entende a necessidade de língua de sinais de interpretes... 7. Tem dificuldade de encontrar sua identidade visto que não é surdo nem ouvinte.
O QUE É CULTURA SURDA
Bernardino (2010, p. 2), “a cultura surda está diretamente relacionada ao uso da LS. A língua é um fator de identificação do sujeito, e não é diferente entre os surdos”. Dessa forma, a língua de sinais é um símbolo de identidade e de luta dos surdos, sendo também um meio de interação social e de compartilhamento de experiências, crenças e valores (BERNARDINO, 2010, p. 5). Bernardino (2010, p. 3-5) também cita outras características que fazem parte da Cultura Surda, são elas: A existência de clubes e associações de surdos; A valorização do compartilhamento de informações; Ser direto no que diz, sem “rodeios”; Estarem juntos e participar de atividades sociais e esportiva juntos; Valorização do contato físico: abraço, o toque, etc.; O sinal-nome, que é um nome de batismo dado pela pessoa surda e que, geralmente, tem a ver com uma característica marcante da pessoa ou a primeira letra do seu nome, etc. Exemplos: CAMPANHIA A luz é substituída pelo som; ARTE SURDA Elas refletem os sentimentos das comunidades surdas, seus caminhos e suas angústias.; Babá e relógio eletrônico vibratório para surdos Relógio despertador que vibra na cama; Teatro para Surdos e Ouvintes; Respeito à Educação e Cultura Surda; Educação e Cultura Surda; Livros para crianças surdas; Legenda na TV ou seja Closed Caption; TV INÊS.
A cultura surda é um sujeito surdo, através de sua experiência visual, os surdos reúnem tem hábitos de contar histórias inclusive as crenças, atitudes, histórias, normas, valores, tradições literária e arte compartilhadas por pessoas Surdas. Inclusive sempre há diferenças entre o mundo surdo e o ouvinte. “Jeito surdo de ser, de perceber, de sentir, de vivenciar, de comunicar, de transformar o mundo de modo a torná-lo habitável.”. (Perlin, 2003).
As identidades e cultura são semelhantes, partilham experiências que permeiam a língua de sinais, Perlin (1998, p. 54) comenta sobre a importância do encontro entre surdos: “[....] aquilo no momento de meu encontro com os outros surdos era o igual que eu queria, tinha a comunicação que eu queria. Aquilo que identificava eles, identificava a mim também e fazia ser eu mesma, igual”. A cultura surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificálo a fim de se torna-lo acessível e habitável ajustando-os com as suas percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas e das “almas” das comunidades surdas. Isto significa que abrangeidentidades surdas são construídas dentro das representações possíveis da cultura surda, elas moldam-se de acordo com maior ou menor receptividade cultural assumida pelo sujeito. E dentro dessa receptividade cultural, também surge aquela luta política ou consciência o posicional pela qual o individuo representa a si mesmo, se defende da homogeneização, dos aspectos que o tornam corpo menos habitável, da sensação de invalidez, de inclusão entre os deficientes, de menos valia social. (PERLIN, 2004, p. 77-78). Conforme a Karin (2008) explica sobre cultura, esse termo divide em partes pelos indivíduos de um determinado grupo e que envolve as identidades, então a cultura surda expor como sujeito surdo compreender o mundo e transformá-lo em função essencial de suas percepções visuais, faz parte das ideias, crenças, hábitos e costumes. Complementa com a Karnopp (2008, p.8), ”Essa experiência visual, além do uso da língua de sinais, implica dividir a comunicação e isto também caracteriza a cultura surda.”. a língua, as ideias, as crenças, os costumes e os hábitos de povo surdo. Descreve a pesquisadora surda: [...] Asidentidades surdas são construídas dentro das representações possíveis da cultura surda, elas moldam-se de acordo com maior ou menor receptividade cultural assumida pelo sujeito. E dentro dessa receptividade cultural, também surge aquela luta política ou consciência o posicional pela qual o individuo representa a si mesmo, se defende da homogeneização, dos aspectos que o tornam corpo menos habitável, da sensação de invalidez, de inclusão entre os deficientes, de menos valia social. (PERLIN, 2004, p. 77-78). Conforme a Karin (2008) explica sobre cultura, esse termo divide em partes pelos indivíduos de um determinado grupo e que envolve as identidades, então a cultura surda expor como sujeito surdo compreender o mundo e transformá-lo em função essencial de suas percepções visuais, faz parte das ideias, crenças, hábitos e costumes. Complementa com a Karnopp (2008, p.8), ”Essa experiência visual, além do uso da língua de sinais, implica dividir a comunicação e isto também caracteriza a cultura surda.”. 
 COMUNIDADE SURDA
A Karin (2008, p.31) afirma sobre a “Comunidade Surda” é um grupo cultural que partilha uma língua de Sinais e uma herança comum, também pode incluir membros da família de Surdos, intérpretes de Língua de Sinais e pessoas que trabalham ou socializam com pessoas Surdas que se identificam com a Cultura Surda. A língua de sinais mostra-se fundamental na identificação da comunidade surda, embora outros aspectos sejam também importantes, como a convergência de aspectos políticos, sociais e linguísticos entre os membros dessa comunidade. A Cultura Surda está ligada à ouvinte: surdos convivem diariamente com ouvintes e isso traz grande influência. Portanto, a comunidade surda de fato não é só de sujeitos surdos, há também sujeitos ouvintes – membros de família, intérpretes, professores, amigos e outros – que participam em compartilham os mesmos interesses comuns em uma determinada região. Neste sentido, há dois planos que interagem quanto à identificação dos membros da comunidade surda: a descrição mais típica (ser surdo e usar a língua de sinais) e outra mais relacionada a uma ‘atitude surda’. A partir dessas considerações, torna-se complexo caracterizar a comunidade surda. Então entendermos que a comunidade surda de fato não é só de sujeitos surdos, há também sujeitos ouvintes – membros de família, intérpretes, professores, amigos e outros – que participam em compartilham os mesmos interesses em comuns em uma determinada localização.