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ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Assunto: Reanimação Cardiopulmonar (Manual Operacional de Bombeiros Resgate Pré-Hospitalar e Manual do Curso de Capacitação e Socorro Pré-Hospitalar Militar - CCSPHM-IFISAL) ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Objetivo - Definir Parada Cardiopulmonar; - Saber identificar a Parada Cardiopulmonar; e - Descrever as Técnicas e Procedimentos de Reanimação Cardiopulmonar. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Introdução; Desenvolvimento; - Reanimação e Parada Cardiopulmonar . Sinais Vitais; . Parada Cardiorrespiratória - PCR; . Reanimação Cardiopulmonar – RCP; . Reanimação Cardiopulmonar para Leigos; . Quando suspender a RCP; . Considerações Finais. Conclusão. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Introdução O corpo humano é formado por vários sistemas complexos que desempenham funções no organismo. Alguns deles são essenciais e determinantes na vida do paciente, e quando apresentam algum tipo de problema podem levar uma pessoa a óbito em poucos minutos, como o Sistema Circulatório e o Sistema Respiratório. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Dessa forma, o socorrista deve aperfeiçoar- se, treinar e executar os procedimentos de reanimação com qualidade e eficiência, aumentando o sucesso dos atendimentos e da sobrevida de vítimas. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Sinais Vitais São parâmetros aferíveis, que indicam o comportamento do Sistema Circulatório e Respiratório. São eles: Frequência Respiratória (FR), Pulso (P), Temperatura (T) e Pressão Arterial (PA). Esses sinais devem ser avaliados pelo socorrista, que deve mantê-los estáveis. O profissional deve ainda preocupar-se com os 3 órgãos nobres, o coração, pulmão e o cérebro. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Todos desempenham papéis essenciais na manutenção da vida e são sensíveis à presença de dióxido de carbono que se acumula no organismo pela falta de oxigênio. A ausência de oxigênio causará lesões irreversíveis, caso o tempo se prolongue entre 5 e 6 minutos. A partir deste tempo haverá a morte celular. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Segundo a OMS, são aproximadamente 17 milhões de mortes todos os anos ocasionadas por doenças cardiovasculares, principalmente as paradas cardíacas e doenças arteriais. Os dados do SUS mostram que 35% das mortes no Brasil são decorrentes de problemas cardiovasculares, resultando em média 300 mil casos por ano. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Parada Cardiorrespiratória - PCR No atendimento de emergência de um paciente, suas condições podem se deteriorar até o ponto em que uma Parada Respiratória ou Cardiorespiratória se instale. Quando isso acontece, cessam as funções vitais do organismo, fazendo com que este não mais receba oxigênio, elemento fundamental para o seu funcionamento. Isso é mais crítico para as células do cérebro, que são as mais sensíveis. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR O sucesso do tratamento depende de agilidade por parte de quem esta prestando o socorro; desde a triagem da ocorrência até a realização dos procedimentos e entrega da vítima ao suporte avançado. Um estado de morte aparente se instala, que pode ser, em determinadas condições, recuperado, se forem realizadas manobras de reanimação, conhecidas como Reanimação Cárdiopulmonar, ou RCP. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Classificação Elas se classificam conforme sua etiologia em: intrínsecas e extrínsecas. O primeiro caso está relacionado com as cardiopatias. No segundo caso, oriundas de fatores externos, podem ser provocadas pela hipovolemia, paradas respiratórias, estado de choque e as contusões do miocárdio, entre outras, necessitando de tratamento destas causas primarias para tentar reverter a parada. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR O Suporte Básico de Vida (SBV) realiza a hemostasia, porém somente o Suporte Avançado de Vida (SAV) poderá realizar a reposição volêmica. Em adultos, onde a fibrilação ventricular assume importância ímpar, o prognóstico está diretamente relacionado com uma desfibrilação precoce. Assim, o uso de um DEA (Desfibrilador Externo Automático), quando disponível, é mandatório. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Causas de Parada Cardiorrespiratória As mais comuns são: - Obstrução de vias aéreas: . asfixia por corpo estranho, afogamento e outras; - Infarto Agudo do Miocárdio (IAM); - Choque elétrico; - Intoxicações e envenenamentos. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Causas de Parada Cardiorrespiratória As mais comuns são: - Obstrução de vias aéreas: . asfixia por corpo estranho, afogamento e outras; - Infarto Agudo do Miocárdio (IAM); - Choque elétrico; - Intoxicações e envenenamentos. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR RCP (Reanimação Cardiopulmonar) A RCP é um conjunto de procedimentos destinados a manter uma respiração artificial, ou seja, uma entrada de oxigênio nos pulmões e uma circulação de sangue oxigenado para o cérebro e outros órgãos vitais. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR O reconhecimento de PCR baseia-se exclusivamente na ausência de respiração e de pulso central. Uma vez reconhecido o evento, deve-se imediatamente chamar por ajuda, caso isso seja possível. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Procedimentos A RCP é reservada a pacientes com possibilidades de sobrevida. As manobras não estão indicadas em doentes terminais. A decisão de iniciar a RCP, quando possível, deve ser tomada antes mesmo de se instalar totalmente a PCR. Em dúvida, opta-se pela reanimação. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Os procedimentos a serem realizados se limitam ao SBV, onde, após terem sido feitos o DR XABC, não se constata a respiração nem o pulso em uma grande artéria. Consiste em oxigenação e perfusão de órgãos vitais, através de medidas simples, sem concurso de instrumental de qualquer natureza. Confirmada a inconsciência e reconhecida a PCR, dá-se início aos procedimentos conhecidos como “ABC da Reanimação”: ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR X Exsanguinação Contenção de hemorragia externa grave, a abordagem a esta, deve ser antes mesmo do manejo das vias aérea uma vez que, epidemiologicamente, apesar da obstrução de vias aéreas ser responsável pelos óbitos em um curto período de tempo, o que mais mata no trauma são as hemorragias graves. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR A Desobstrução das Vias Aéreas Nos indivíduos inconscientes, em decúbito dorsal, o relaxamento muscular faz com que a base da língua entre em contato com a parede posterior da faringe, obstruindo as vias aéreas. A epiglote também pode ocluir a livre passagem de ar para traqueia. 90% dos pacientes, com PCR têm suas vias aéreas obstruídas pela queda da língua e epiglote. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Noventa por cento dos pacientes, com PCR têm suas vias aéreas obstruídas pela queda da língua e epiglote. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR B Respiração artificial Ausentes os movimentos torácicos por 5s ou constatada a presença de respiração de pequena amplitude, dá-se início à ventilação artificial. Inicia- se com duas ventilações - uma a cada 3 segundos. Definida uma parada respiratória ou cardiorrespiratória, a ventilação deve ser mantida artificialmente. Diversos métodos podem ser usados. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Respiração “Boca-a-Boca” Com a mão na fronte do paciente, mantendo a extensão da cabeça, o reanimador pinça as asas do nariz com os dedos indicador e polegar. O polegar da outra mão abre levemente a boca. O reanimador inspira, coapta seus lábios em torno dos lábios do paciente e através de exalação vigorosa, insufla duas vezes os pulmões da vítima enquanto observa as excursões da caixa torácica. A duração da insuflação é de aproximadamente em 1,5s, correspondendo ao tempo inspiratório do paciente. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Importante Este método é muito eficiente, mas exige o uso de barreiras de proteção, como máscaras valvuladas ou filtros. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Respiração por Ambu e Máscara O sistema ambu-máscara protege mais o socorrista, mas geralmente é menos eficiente que o método “boca- a- boca”. O oxigênio deve ser administrado assim que possível. O sistema bolsa-ambu-máscara facilita o seuuso, embora algumas máscaras de respiração boca-a-boca também permitam o seu acoplamento. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Respiração por Ambu e Máscara O sistema ambu-máscara protege mais o socorrista, mas geralmente é menos eficiente que o método “boca- a- boca”. O oxigênio deve ser administrado assim que possível. O sistema bolsa-ambu-máscara facilita o seu uso, embora algumas máscaras de respiração boca-a-boca também permitam o seu acoplamento. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR A manobra de liberação das vias aéreas escolhida deve ser mantida o tempo todo. A abertura da boca durante a fase expiratória é necessária, uma vez que em 30% dos pacientes o palato mole se comporta como uma válvula, promovendo a obstrução nasal expiratória. A efetividade da ventilação é demonstrada pela elevação da caixa torácica, a audição e a percepção da saída de ar. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR C Circulação Artificial A circulação será restabelecida através da Massagem Cardíaca Externa (MCE). No adulto, o local de compressão torácica situa-se entre o terço médio e o terço inferior do esterno. Esse ponto é determinado através do rebordo costal até o apêndice xifoide. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Aproximadamente dois dedos acima do apêndice xifoide, aplicam-se as mãos sobrepostas; os dedos do reanimador não devem tocar o tórax. O reanimador fica ajoelhado ao lado do paciente, com os braços em extensão, usando parte do seu peso na compressão. Quando há dois reanimadores estes ocupam lados opostos e o responsável pela ventilação verifica o pulso carotídeo produzido pela MCE, que agirá como monitor de uma boa circulação. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Com um ou dois reanimadores, as compressões e ventilações são feitas na relação de 30:2, isto é, trinta compressões intercaladas com duas respirações. Uma boa compressão torácica pode ser conseguida comprimindo-se o esterno cerca de 4 a 5 cm no adulto. Para bebês e crianças, deve-se comprimir o tórax cerca de um terço à metade da dimensão da caixa torácica. As compressões devem ser rápidas, equivalendo a uma frequência em torno de 100 por minuto. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR A cada 05 ciclos de 2 ventilações e 30 compressões, a reanimação é interrompida por 5s para a verificação de pulso espontâneo. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Quando suspender a RCP A RCP deve ser suspensa sempre que sinais evidentes de morte estejam presentes. Estes são: - Presença óbvia de sinais de morte, como decapitação, esmagamento de órgãos vitais ou afundamento de tórax, abdome ou crânio com lesões graves incompatíveis com a vida; ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR - Sinais de rigidez cadavérica; - História de parada cardiorrespiratória há mais de quinze minutos com certeza. - presença de livores cadavérico; A dilatação das pupilas, por si só, não significa certeza de morte. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR A MCE deve ser suspensa quando a circulação for restaurada. É normal que, nos primeiros momentos, os batimentos cardíacos se mostrem irregulares e, por isso, nada é preciso fazer. Caso a respiração não retorne ou mesmo se mostre insuficiente, o socorrista deve tentar manter a respiração artificial dentro de uma freqüência normal, oferecendo oxigênio a 10 L/min por máscara, se houver. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Ainda, o trabalho da equipe pode ser suspenso quando a equipe estiver cansada e o atendimento possa ser transferido para outros profissionais de emergência com capacitação igual ou superior. O socorrista deve estar consciente de que simplesmente ser médico ou ser enfermeiro não é sinônimo de ser mais capaz em RCP do que um bom socorrista treinado em SBV. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Caso esteja sozinho, em lugar sem apoio, o socorrista poderá decidir pela cessação dos esforços de reanimação caso esteja extenuado e isso comprometer a sua própria sobrevivência ou de outrem. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Reanimação Cardiopulmonar para Leigos (não profissionais de emergência) Se a vítima está consciente apresentando sinais e sintomas característicos do infarto, sabendo que a mesma é cardiopata, pedir para mastigar um comprimido de AAS (ácido acetilsalicílico) para adultos, caso disponível ou de fácil acesso ao medicamento. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Verificar se a vítima não responde, se não está respirando ou se está com gasping (respiração do agonizante), em caso positivo acionar o serviço de emergência mais próximo. Se houver mais de uma pessoa no local, enquanto uma aciona o serviço, a outra começa a realizar a compressão; ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Se a testemunha não conhecer as manobras de RCP ou não está segura, faça apenas as compressões até a chegada do socorro. As compressões têm que ser rápidas e fortes, permitindo que o tórax retorne. A frequência de compressão deverá estar entre 100 e 120 por minuto. A forma de comprimir é utilizando as mãos sobrepostas, com braços sempre esticados em cima do osso esterno, na linha dos mamilos da vítima. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Considerações Finais A sequência da avaliação desde 2010 está padronizada nos movimentos de compressão, desobstrução e ventilação – C-A-B. A ventilação é muito importante, porém a compressão é essencial. As ventilações são feitas em tempo de 3 segundo, porém se a desobstrução não tiver sido eficiente na primeira tentativa, continue com as compressões e tente novamente a desobstrução, evitando interromper as compressões. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Todos os procedimentos de reanimação cardiopulmonar ora descritos estão contidos nas publicações divulgadas pela American Heart Association, que possui boas evidências científicas. Nos procedimentos de reanimação, sempre deverá ser utilizado os equipamentos de proteção individual – EPI. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Conclusão
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