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A ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO ESPAÇO ESCOLAR EM TEMPOS DE PANDEMIA Psicólogas Escolares: Bruna Vieira Von Zuben Michele Posch Gomes de Carvalho Vilian Cristina Gobetti Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado – NIAPE Secretaria Municipal de Educação OBJETIVO GERAL: Abordar a intersetorialidade como estratégia de enfrentamento às vulnerabilidades psicossociais da criança e as contribuições da Psicologia Escolar em tempos de pandemia. De um modo geral, é comum entre as pessoas a compreensão de que ser criança resume-se em ser feliz, alegre, despreocupado, ter condições de vida favoráveis ao seu desenvolvimento, ou seja, a infância é considerada o "melhor tempo da vida". Mas nem sempre é deste modo que a infância é vivida por todas as crianças. Basta olharmos ao redor, para vermos meninos e meninas na rua, esmolando, se prostituindo, sendo explorados no trabalho, sem tempo para brincar, sofrendo violências de todos os tipos. Assim, é necessário que a gente pense melhor sobre quais são e como se construíram as diferentes concepções de infância na nossa sociedade desde tempos mais remotos, pois são elas que fundamentam a noção do que é ser criança atualmente. HISTÓRIA DA INFÂNCIA As crianças no passado já foram tratadas como adultos em miniatura ou pequenos adultos. Os cuidados especiais que elas recebiam, quando os recebiam, eram reservados apenas aos primeiros anos de vida, e aos que tinham uma condição social e financeira melhor. A partir dos três ou quatro anos, as crianças já participavam das mesmas atividades dos adultos, por meio de trabalhos forçados nos campos ou em locais insalubres, além de serem alvos de todos os tipos de atrocidades praticados pelos adultos, não parecendo existir nenhuma diferenciação maior entre as crianças e os mais velhos. Posteriormente, por volta do século XVIII, passou-se a defender a ideia de natureza boa, pura e ingênua da criança, e da necessidade de respeitá-la e deixá-la livre para que a natureza pudesse agir no seu curso normal, favorecendo o pleno desenvolvimento saudável das crianças. A infância e a criança tornaram-se, então, objetos de estudos e saberes de diferentes áreas, constituindo-se num tema de interesse comum e interdisciplinar (de interesse da Psicologia, Antropologia, Sociologia, Medicina, Fonoaudiologia, Pedagogia, dentre outras tantas), e continua a ser nos dias atuais. HISTÓRIA DA INFÂNCIA A história da infância no Brasil é marcada pelo preconceito, exploração e abandono da criança, pois, desde o início, houve diferenciação entre as crianças, segundo sua classe social, com direitos e lugares diversos na sociedade. Então no Brasil, o cuidado com a infância somente se iniciou por volta do século XIX, tendo se intensificado nos séculos seguintes. No Brasil moderno surgiu um termo que conceitua bem a criança desvalida: menor. Este termo foi inicialmente utilizado para designar uma faixa etária associada às crianças pobres, passando a ter, posteriormente, uma conotação de valor negativo. Por entender o "menor" como uma situação de perigo social e individual, o primeiro código de menores, datado de 1927, acabou por construir uma categoria de crianças menos humanas, menos crianças do que as outras crianças, quase uma ameaça à sociedade. Foi somente com a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, que o termo "menor" foi abolido. A INFÂNCIA NO BRASIL OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado • O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ECA foi instituído pela Lei 8.069, de 1990, e regulamenta os direitos das crianças e dos adolescentes inspirado pelas diretrizes fornecidas pela Constituição Federal. O Estatuto é o principal instrumento normativo do Brasil sobre os direitos da criança e do adolescente, incorporou os avanços preconizados na Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas (1989) e trouxe o caminho para se concretizar o Artigo 227 da Constituição Federal, que determinou direitos e garantias. • BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8069, de 13 de julho de 1990 Fonte da imagem: https://www.brasildefatopr.com.br/2018/07/19/artigo-or-eca-faz-28-anos-e- escancara-o-quanto-brasil-ainda-precisa-evoluir https://www.brasildefatopr.com.br/2018/07/19/artigo-or-eca-faz-28-anos-e-escancara-o-quanto-brasil-ainda-precisa-evoluir OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado • Em atenção ao Art. 227 “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à Profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e Comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” • O Estatuto estabeleceu a implantação de um Sistema de Garantia de Direitos com responsabilidades compartilhadas entre família, sociedade e Poder Público, com o dever de estabelecer todos os meios para sua concretização. OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado Em atenção ao Art. 4º do ECA - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. • Durante uma pandemia é esperado que estejamos frequentemente em estado de alerta, preocupados, confusos, estressados e com sensação de falta de controle frente às incertezas do momento. (FIOCRUZ, 2020). Imagem disponível em: https://cmosdrake.com.br/blog/estresse/. • Estressores do momento de pandemia podem colocar os indivíduos e as famílias em uma condição de vulnerabilidade, ou mesmo fortalecer uma condição de vulnerabilidade pré-existente. VULNERABILIDADES DO PERÍODO DE AFASTAMENTO SOCIAL https://cmosdrake.com.br/blog/estresse/ • A diminuição das redes de apoio, o que dificulta o compartilhamento do cuidado e aumenta a demanda parental - crianças estão fora da rotina escolar, com acesso restrito a atividades de grupo e esportes, com menor contato com a família extensa; • O impacto econômico negativo nas famílias, o qual tende a aumentar preocupações sobre as garantia de subsistência - adultos em trabalho remoto ou mesmo com perda das fontes de renda; • O tempo e a intensidade do confinamento, o que pode aumentar o estresse entre pais/responsáveis e levar ao aumento de conflitos interpessoais - por sobrecarga para a manutenção de todas as atividades dentro de casa, desafio na conciliação e adaptação de rotinas; • O aumento do uso abusivo de álcool e outras drogas no ambiente familiar - que causam diminuição na capacidade de contenção dos próprios atos. (FIOCRUZ, 2020) FATORES QUE PODEM AUMENTAR A PROBABILIDADE DA OCORRÊNCIA DE VULNERABILIDADES • A pandemia atinge as famílias de forma desigual, dependendo de marcadores sociais como gênero, cor da pele, etnia, faixa etária, renda e estrato social. • As mesmas medidas de distanciamento social que podem desacelerar a contaminação pela COVID-19 também podem aumentar outras demandas preocupantes de saúde pública. (FIOCRUZ, 2020) Imagem disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/perifaconnection/2020/03/o-coronavirus-mata-mas-a-desigualdade-social-acelera-o-obito.shtml. VULNERABILIDADES DO PERÍODO DE AFASTAMENTO SOCIAL https://www1.folha.uol.com.br/colunas/perifaconnection/2020/03/o-coronavirus-mata-mas-a-desigualdade-social-acelera-o-obito.shtml • A violência dentro das famílias, a agressão mais oculta de todas, porém a mais poderosa, pois pode desestruturar uma personalidade em desenvolvimento, além de propor uma relação de poder desigual e assimétrica entre o adulto e a criança. • A violênciadoméstica caracteriza-se por toda ação ou omissão por parte do adulto que possa resultar em prejuízo ao desenvolvimento físico ou psicossocial da criança ou do adolescente. • De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a violência pode ser de natureza física, sexual, psicológica, em forma de privação ou abandono. • Sua ocorrência é um problema de enorme proporção, que atinge todos os países e está presente em todas as culturas, classes, níveis de escolaridade, renda familiar e origens étnicas. (WAKSMAN; HIRSCHHEIMER, 2011) Imagem disponível em: http://jornalperspectiva.com.br/noticias/acao-pelo-fim-da-violencia-contra-criancas-e-adolescentes-no-brasil/. A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA http://jornalperspectiva.com.br/noticias/acao-pelo-fim-da-violencia-contra-criancas-e-adolescentes-no-brasil/ • O local onde as crianças mais vivenciam violência é dentro de casa. (WAKSMAN; HIRSCHHEIMER, 2011). • Evidências mostram que a violência e a vulnerabilidade das crianças aumentam durante os períodos de encerramento escolar associados a emergências complexas, as quais aproximam-se das características da pandemia da COVID-19. (FIOCRUZ, 2020). • As consequências da violência familiar, as quais podem incluir desde mal estar psicossocial a situações mais graves que envolvem traumas psicológicos e repercussões físicas de diversas naturezas, traz prejuízos ao crescimento e desenvolvimento e, dependendo da gravidade, podem levar à morte. (FIOCRUZ, 2020). Imagem disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-05/violencia-contra-criancas-pode-crescer-32-durante-pandemia. A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-05/violencia-contra-criancas-pode-crescer-32-durante-pandemia • De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, enquanto o aumento da violência contra mulher tem sido detectado por pesquisas no 190, o mesmo não tem ocorrido no caso da violência contra crianças, onde percebe-se uma diminuição significativa das denúncias de abuso ou negligência. Tais dados podem indicar uma diminuição das oportunidades de detecção e denúncia e não a diminuição de incidência de violência. • O fechamento de escolas e outras organizações comunitárias tem limitado a capacidade dos principais parceiros das comunidades em detectar e denunciar abusos. • Em situações de pandemia, como da COVID-19, os indicadores de diversos países como China, Espanha e Brasil evidenciam que os casos de violência já existentes se agravam e, ao mesmo tempo, emergem novos casos. • É fundamental que todos nós, profissionais das redes de proteção estejamos cientes dos riscos deste aumento durante a pandemia e que somos atores importantes na identificação e acompanhamento das crianças, por isso, devemos ter um olhar preparado para detectar e lidar com tais situações. (FIOCRUZ, 2020) DADOS DA VIOLÊNCIA NA PANDEMIA • COMO O FENÔMENO DA VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA ME AFETA? • COMO EU LIDO COM ESTE TEMA NO MEU ÍNTIMO? • COMO EU LIDAVA COM POSSÍVEIS SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA ANTERIORMENTE? ESTE É O MOMENTO DE OLHAR PARA O FENÔMENO DA VIOLÊNCIA! Imagem disponível em: https://www.feac.org.br/precisamos-falar-sobre-violencia-sexual-de-criancas-e-adolescentes/. REFLEXÕES SOBRE A VIOLÊNCIA https://www.feac.org.br/precisamos-falar-sobre-violencia-sexual-de-criancas-e-adolescentes/ • A violência física provavelmente deixa marcas, e é mais facilmente observada. Mas alterações comportamentais também podem nos trazer sinais de alerta para os outros tipos de violência. • Sinais de ansiedade como comportamento mais obsessivo, tiques, manias, apreensão e desconfiança, apatia, sonolência, introspecção ou extrema agitação ou irritação, dores e queixas psicossomáticas. Ou seja, comportamentos extremos em geral: agressivos, destrutivos, tímidos, passivos, submissos, retraídos, choro excessivo, tudo isso deve ser alvo de atenção, especialmente neste retorno. • Mudanças comportamentais como essas, que exigem um conhecimento prévio do comportamento da criança, colocam o professor como um ator muito importante na observação e no enfrentamento à violência. Imagem disponível em: https://www.guiadobebe.com.br/a-agressividade-infantil-bullying/. SINAIS DE ALERTA https://www.guiadobebe.com.br/a-agressividade-infantil-bullying/ • Os primeiros cuidados de atenção psicossocial podem ser realizados por qualquer profissional das redes de proteção e cuidado a crianças e adolescentes. Envolve escuta atenta, sem muitos questionamentos e sem julgamentos, a fim de buscar formas para reduzir a vulnerabilidade social por meio da garantia de necessidades básicas, bem como manejar o estresse agudo. • A notificação é um instrumento de garantia de direitos. Tão importante quanto a notificação da suspeita de violência é a realização do acolhimento, da orientação, do apoio à pessoa em situação de violência e do seguimento na rede de proteção e cuidado. • A ficha de notificação é um instrumento disparador da linha de cuidado às pessoas em situação de violência. A partir dela os serviços das redes – saúde, assistência social, educação, sociedade civil organizada e terceiro setor – buscarão estratégias de proteção, oferecendo apoio a quem demanda o cuidado. CUIDADOS INICIAIS E NOTIFICAÇÃO Imagem disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vig ilancia_em_saude/doencas_e_agravos/index.php?p=6073 https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_e_agravos/index.php?p=6073 CONSELHO DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado A articulação do sistema comprometido com o melhor interesse da criança e a sua proteção integral permitiu a criação de novos órgãos, dentre os quais se destaca Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente. Como principal espaço de formulação, discussão e controle das políticas públicas de atenção à população infantil, os Conselhos de Direitos devem ser criados nos níveis municipal, estadual e federal, sem que haja hierarquia entre essas instâncias. SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS - SGD NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado • Concebido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Sistema de Garantia de Direitos representa a articulação e a integração de várias instâncias do poder público na aplicação de mecanismos de promoção, defesa e controle para a efetivação dos direitos humanos da criança e do adolescente, nos níveis federal, estadual, distrital e municipal. Embora diversos órgãos e autoridades possuam atribuições específicas a desempenhar, o SGD lhes confere igual responsabilidade na apuração e integral solução dos problemas existentes, tanto no plano individual quanto no coletivo. • O SGD pressupõe o trabalho em rede das instituições e dos atores envolvidos na proteção da infância. É a atuação do SGD que materializa as políticas públicas, como direitos fundamentais, e atua diante da violação de direitos, realizando o controle social, por meio da sociedade civil, que contribui participando dos conselhos, executando políticas complementares, produzindo conhecimento e mobilizando a sociedade em geral. https://www.childhood.org.br/sistema-de-garantia-de-direitos-um-aliado-na-protecao-da-infancia https://www.childhood.org.br/sistema-de-garantia-de-direitos-um-aliado-na-protecao-da-infancia SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS - SGD NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado O TRABALHO ESPECÍFICO DOS ÓRGÃOS DA REDE DE PROTEÇÃO NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado • O Conselho Tutelar, no âmbito de suas atribuições específicas, aplica medidas de proteção a crianças ou adolescentes com os seus direitos ameaçados ou violados em estreita cooperação com todos os órgãos do Sistema de Garantia de Direitos.Imagem disponível em: http://www.caucaia.ce.gov.br/index.php?tabela=pagina&acao=noticia_simples&codigo=2689 http://www.caucaia.ce.gov.br/index.php?tabela=pagina&acao=noticia_simples&codigo=2689O TRABALHO ESPECÍFICO DOS ÓRGÃOS DA REDE DE PROTEÇÃO NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado A Escola pode constituir-se em um espaço de identificação de sinais de violência e/ou de revelação de situações de violência contra crianças e adolescentes. Fonte da imagem: https://blog.vortice.inf.br/insatisfacao-dos-pais-com-a-escola-conheca-os-principais-motivos Os profissionais de educação devem estar atentos a alguns comportamentos que podem sinalizar que a criança ou adolescente tem sido vítima de violência. https://blog.vortice.inf.br/insatisfacao-dos-pais-com-a-escola-conheca-os-principais-motivos/ SUS - Sistema Único de Saúde NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), os serviços de atenção às pessoas em situação de violência estão organizados desde a atenção básica até o nível mais complexo de atenção e conta com equipe multiprofissional para o desempenho de suas atribuições, realizando o Acolhimento, Atendimento, Notificação e Seguimento na Rede. Também é competência dos serviços de saúde a notificação compulsória de casos suspeitos ou confirmados de violência contra esse público. A notificação é uma ferramenta que tem por objetivo produzir evidências epidemiológicas, subsidiando o planejamento, o monitoramento, a avaliação e a execução de políticas públicas integradas e intersetoriais. É um instrumento importante para gerar ações do cuidado, intervenções oportunas, como também de proteção de crianças e adolescentes baseadas em evidências. Fonte da imagem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_%C3%9Anico_de_Sa%C3%BAde https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_%C3%9Anico_de_Sa%C3%BAde SUAS – Sistema Único de Assistência Social NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado No âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) é realizado atendimento protetivo nos limites de sua competência funcional, encaminhando a vítima para o serviço especializado do território ou, quando da sua inexistência, para o profissional de referência da Proteção Social Especial no local, para que seja realizada a escuta especializada. O acompanhamento especializado compreende a realização de atendimentos continuados, segundo as demandas e especificidades de cada situação (atendimentos individuais, familiares e em grupo; orientação jurídico-social; entre outras atividades tipificadas). Proporciona espaço de escuta qualificada e reflexão, além de suporte social, emocional e jurídico-social às famílias e aos indivíduos acompanhados, visando ao fortalecimento da função protetiva da família, enfrentamento da situação de violação/violência e construção de novas possibilidades de interação familiares e com o contexto social. Fonte da imagem: https://www.perdoes.mg.leg.br/institucional/noticias/camara-aprova-sistema-unico-da-assistencia-social- de-perdoes/image/image_view_fullscreen https://www.perdoes.mg.leg.br/institucional/noticias/camara-aprova-sistema-unico-da-assistencia-social-de-perdoes/image/image_view_fullscreen Em caso de suspeita ou confirmação de violência contra crianças e adolescentes, ligue: 3894-2558 / 3935-2735 Conselho Tutelar de Indaiatuba SafernetBrasil : A rede recebe denúncias de cyberbullying e crimes realizados em ambiente on-line. Para denunciar, acesse new.safernet.org.br/ Outros órgãos também trabalham com apoio a crianças, adolescentes e suas famílias: • Centro de Valorização da Vida – O CVV trabalha com apoio emocional e prevenção do suicídio, e atende qualquer pessoa que precise conversar, anonimamente. Ligue 188 ou acesse cvv.org.br • Defensoria Pública – A defensoria defende pessoas que não podem pagar por um advogado particular. Também atua quando um grupo de pessoas tem um direito violado, como falta de acesso à saúde. (OAB/ SP - Indaiatuba - Casa do Advogado - Rua Humaitá, 1539 - Cidade Nova - Fone: (19) 3834-6593 / 3835-3984 / 3816-5211 - e- mail: indaiatuba@oabsp.org.br) • Ministério Público – O Ministério Público fiscaliza órgãos e agentes públicos. Vítimas de irregularidades policiais, falta de atendimento no conselho tutelar ou outros órgãos, acione o MP. (http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Promotorias_de_Justica/regioes_adm/relacoes_regionais/rel_regiona is_campinas/cam_Indaiatuba) • Ouvidorias – Cada órgão tem uma ouvidoria própria para receber sugestões, elogios e reclamações que não foram resolvidas de outra forma. Caso tenha um problema com algum órgão, busque o contato da ouvidoria do mesmo. Adaptado de: https://cdn.plan.org.br/wp-content/uploads/2020/05/guia-de-bolso-protecao-infantil-2020-covid19.pdf OUTROS ÓRGÃOS mailto:indaiatuba@oabsp.org.br REFLEXÃO NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado COMO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO, INTEGRADO AO SISTEMA DE GARANTIAS DE DIREITOS, QUAL O MEU PAPEL E A MINHA CONTRIBUIÇÃO? Fonte da imagem: https://boraviver.com.br/como-o-suas-atua-para-reduzir-desigualdades/ https://boraviver.com.br/como-o-suas-atua-para-reduzir-desigualdades/ • A Psicologia Escolar no retorno das aulas terá como foco a adaptação a este “novo normal”, pois todo o ambiente e ações da escola terão de ser reorganizadas e repensadas. Isso inclui não só a reorganização do espaço físico, como também a forma de nos relacionarmos uns com outros, a metodologia empregada para otimização da aprendizagem, o manejo de sentimentos, as vias de expressão do sofrimento, entre outros. Fonte da imagem: https://pt.slideshare.net/CassiaNathalia1/psicologia-escolar-49859104 CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA ESCOLAR • Teremos, portanto, que pensar a educação para além da escolarização (para além de uma linearidade), pensar em uma educação que esteja conectada à vida, pois a educação não é uma preparação para a vida, ela é a própria vida (John Dewey). Não basta a instrução, estamos preocupados com a construção de sujeitos capazes de produzir conhecimento. Assim, devemos nos nortear pelo princípio de uma educação conectada à vida e comprometida com a garantia de direito, e de uma escola como um espaço público, de socialização, de produção de subjetividade. CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA ESCOLAR: • Que no retorno as crianças participem ainda mais ativamente do processo de ensino-aprendizagem, que elas possam trazer elementos de seu cotidiano, de suas experiências e descobertas e que estas se relacionem com o conteúdo pedagógico estudado. Isto pela razão de torna-la protagonista, como também para auxiliá-la a dar significado ao período vivido. • Muitas crianças podem ter perdido entes queridos no período da pandemia, vivenciado lutos e perdas muito dolorosas, sofrido privações de diversas ordens, terem tido mudanças drásticas na rotina, estarem desmotivadas e entristecidas. Assim, a construção de um espaço novo, democrático, dialogado, seguro, sobretudo acolhedor, pode contribuir para uma organização interna muito maior. Fonte da imagem: https://www.terapianet.com.br/o-papel-do-psicologo-na-escola/ CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA ESCOLAR: NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA ESCOLAR: NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado • Dessa forma, não é possível no retorno às aulas desconsiderar o atual contexto, sem perder de vista que as pessoas estão enfrentando esta pandemia de formas muito diferentes, marcadamente por uma desigualdade social bastante acentuada. Então, não é mais possível retornar para as nossas atividades do ponto em que tínhamos parado anteriormente. Nossos objetivos devem ser coletivos, e a construção de respostas terá de ser conjunta. • O “como faremos”, “como será o retorno”, “como as crianças vão retornar e lidar com essa nova escola” se tratam de questionamentos ainda sem respostas. E embora a gente tenha algumas previsões e considerações sobre possibilidades, é somente na vivência deste retorno que algumas situações e sentimentos poderão ser melhor definidos e administrados, uma vez que serão vivenciados dentro de um coletivo. CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIAESCOLAR: NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado • Pensamos que a Psicologia Escolar poderá contribuir de forma a dar continência e suporte para toda a equipe da escola e para os alunos, viabilizando espaços de escuta, de acolhimento, de colaboração, de busca por estratégias, de orientação, tanto dentro como fora da escola. Também pretendemos dar continuidade no atendimento remoto às famílias. • Este atendimento às famílias dos alunos da rede municipal de ensino consiste no preenchimento de um formulário no Portal da Educação, identificando algumas das principais queixas, e o retorno deste contato por telefone pelo setor de psicologia escolar. CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA ESCOLAR: NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado • Pensando, ainda, naqueles alunos que foram submetidos a situações de muita vulnerabilidade no período de afastamento social, temos que ter nosso olhar sensível, humanizado. • Entendemos, também, que nosso papel enquanto psicólogas escolares é o de auxiliar as escolas na articulação com os outros setores do município, visto que demandas muito complexas, vão exigir esforços redobrados e de todos. CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA ESCOLAR: NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado Algumas reflexões: • “Como eu estou me sentindo e vivenciando este tempo de pandemia?” • “Quais os significados e representações deste período eu construí?” • “Como estou me preparando para este retorno escolar?” • “Quais podem ser as minhas contribuições para a construção de um espaço escolar democrático e acolhedor?” • Considerando que mudanças serão necessárias, “que tipo de escola eu quero ajudar a construir?” • “Em que tipo de escola eu almejo trabalhar daqui em diante?” Fonte da imagem: https://jornalvoznet.com.br/doutrina-espirita-o-poder-do-pensamento/ https://www.childhood.org.br/sistema-de-garantia-de-direitos-um-aliado-na-protecao-da-infancia REFERÊNCIAS NIAPE – Núcleo Integrado de Apoio Pedagógico Especializado BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. https://www.childhood.org.br/sistema-de-garantia-de-direitos-um-aliado-na-protecao-da-infancia CAMPOS, Nicole; OLIVEIRA, Sara. Proteção Infantil e ajuda humanitária na pandemia de COVID-19. Plan International. Disponível em: https://cdn.plan.org.br/wp-content/uploads/2020/05/guia-de-bolso-protecao-infantil-2020-covid19.pdf. Acesso em 01/06/2020. SOUZA, Nelson Rosário de. A Política Pública e o Espaço Democrático: o caso do Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente de Curitiba (Comtiba). Disponível em: http://www.cienciapolitica.org.br/encontro/estpol/3.3.doc WAKSMAN, Renata Dejtiar; HIRSCHHEIMER, Mário Roberto. Manual de Atendimento às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência. Núcleo de Estudos da Violência Doméstica contra a Criança e o Adolescente. Brasília/DF, 2011. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/manual%20atendimento%20crianca%20adolescente.pdf. Acesso em 27/05/2020. Educação E Convivência em tempos de quarentena: Vamos conversar a respeito? Debates urgentes ON-LINE. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZflSty4RFng. Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia de COVID-19. Recomendações Gerais. Fundação Oswaldo Cruz: Ministério da Saúde. Disponível em: https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/QgrcJHsHkKGCFBbvpQspgwCjVKgVPrgrdLQ?projector=1&messagePartId=0.1. Acesso em 19/05/2020. Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia de COVID-19. Violência Doméstica e Familiar na COVID-19. Fundação Oswaldo Cruz: Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/wp-content/uploads/2020/04/Sa%c3%bade-Mental-e-Aten%c3%a7%c3%a3o-Psicossocial-na- Pandemia-Covid-19-viol%c3%aancia-dom%c3%a9stica-e-familiar-na-Covid-19.pdf. Acesso em 26/05/2020. https://www.childhood.org.br/sistema-de-garantia-de-direitos-um-aliado-na-protecao-da-infancia https://cdn.plan.org.br/wp-content/uploads/2020/05/guia-de-bolso-protecao-infantil-2020-covid19.pdf http://www.cienciapolitica.org.br/encontro/estpol/3.3.doc https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/manual atendimento crianca adolescente.pdf https://www.youtube.com/watch?v=ZflSty4RFng https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/QgrcJHsHkKGCFBbvpQspgwCjVKgVPrgrdLQ?projector=1&messagePartId=0.1 https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/wp-content/uploads/2020/04/Sa%c3%bade-Mental-e-Aten%c3%a7%c3%a3o-Psicossocial-na-Pandemia-Covid-19-viol%c3%aancia-dom%c3%a9stica-e-familiar-na-Covid-19.pdf.
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