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COVID-19 PARTO E PUERPÉRIO Saúde da Mulher IV Monitora Eduarda Felippe COVID-19 1.amostra de secreção 2.amostra de secreção 3.sorologia Gestantes com COVID-19 Febre: manifestação mais prevalente também entre gestantes (40%). Tosse: segunda manifestação clínica mais frequente (39%). Idade materna avançada, índice de massa corpórea elevado e comorbidades prévias foram os fatores de risco mais relevantes nas pacientes gestantes que desenvolveram doença mais grave necessitando de cuidados intensivos. Trabalho de parto prematuro foi a complicação mais prevalente entre esses pacientes que desenvolveram Covid-19; Os índices de cesariana nessas pacientes foram mais elevados; A necessidade de cuidados intensivos neonatais foi frequente nos recém nascidos dessas mães acometidas por Covid-19 (UTI neonatal). Aumento da incidência de pré-eclâmpsia, o que pode ser justificado pelo dano endotelial causado pelo estresse oxidativo placentário e efeito antiangiogênico, que provoca hipertensão e proteinúria, aumento das enzimas hepáticas, insuficiência renal e até mesmo trombocitopenia. Admissão Pacientes obstétricas geralmente dão entrada como urgência. Caso de pacientes sintomáticas: swab ou teste rápido Paramentação adequada dos profissionais. Atenção à desparamentação!!! ADMISSÃO EM OBSTETRÍCIA Toda parturiente e seu acompanhante devem ser triados para casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 antes da sua admissão no serviço obstétrico Esteve em contato que signifique exposição, independentemente de ser em sua residência ou ambientes que possa frequentar e que possuía caso suspeito ou confirmado, mesmo estando assintomática; Relatar febre aferida ou referida e tosse ou dor de garganta ou dispneia. Apresentar resultado de exame positivo para SARS- CoV-2 nos últimos 14 dias. Será considerada suspeita ou confirmada a gestante que: Gestantes assintomáticas não suspeitas ou testadas negativas para o vírus SARS-CoV-2: neste caso, também o acompanhante deverá ser triado e excluída a possibilidade de infecção pelo vírus. Gestantes positivas para o vírus SARS-CoV-2 ou suspeitas: o acompanhante permitido deverá ser de convívio diário da paciente. O acompanhante deve ser permitido nas seguintes situações: ADMISSÃO EM OBSTETRÍCIA Em qualquer situação, não deve haver revezamentos e os acompanhantes deverão ficar restritos ao local de assistência à parturiente, sem circulação nas demais dependências do hospital Conforme resultado da triagem: Triagem negativa: a parturiente deve ser manejada habitualmente conforme protocolos de boas práticas já vigentes com acompanhante também classificado como negativo para COVID-19. Triagem positiva (gestante ou acompanhante): A parturiente deve ser transferida para quarto em isolamento idealmente em regime PPP, utilizar máscara cirúrgica, receber orientações e meios de higienizar as mãos e receber cuidado de pessoal devidamente protegido com EPI. A circulação no quarto deverá ser restrita. O acompanhante também deverá usar máscara cirúrgica e ser considerado portador do SARS-CoV-2. Linguagem clara e objetiva com a parturiente e acompanhante para minimizar angústias e ansiedades sobre o quadro clínico e as medidas de precaução a serem adotadas AGRAVAMENTO DE QUADRO RESPIRATÓRIO Devem ser considerados os sinais de agravamento e choque • FC >100 bpm • FR ≥ 22 irpm • PAS ≤ 100 mmHg • Saturação de O2 < de 95% • Enchimento capilar > 2 segundos. • Diminuição do volume urinário. • Glasgow < 15 • Dispneia/taquipneia • Alteração da ausculta pulmonar (crépitos) • Cianose • Tontura/ Confusão mental/agitação psicomotora/ torpor • Diminuição da movimentação fetal Sinais de agravamento Sinais de choque • PAM < 65 mmHg • Lactato > 2 mMol/L • Insuficiência respiratória (SO2 < 95%, PaO2 < 70, PCO2 > 50, pH < 7,35) • Oligúria < 0,5 ml/kg/h A infecção por SARS-CoV-2 em si não é uma indicação para antecipação do parto, a menos que haja uma necessidade de estabilidade de oxigenação materna. INDICAÇÃO DE HOSPITALIZAÇÃO Monitoramento contínuo da saturação de O2 por oximetria de pulso, com o registro a cada hora durante o trabalho de parto, além das avaliações habituais. Valor menor que 95% deve ser considerado sinal de alerta de deterioração do quadro pulmonar, indicando necessidade de reavaliação clínica imediata e terapêutica adequada. Alguns protocolos recomendam monitorização fetal contínua durante o trabalho de parto e parto destas pacientes. Se esta estiver indisponível, prezar pela ausculta intermitente frequente e de qualidade dos batimentos cardíacos fetais. INDICAÇÃO DE HOSPITALIZAÇÃO Não é recomendado o parto de em domicílios ou em Centros de Parto Normal (CPN), mas sim em centros de referência, com maior nível de complexidade para os eventuais casos de descompensações materna e/ou fetais. Não se recomenda também o parto na água em virtude da impossibilidade de proteção adequada da equipe e do neonato de contaminação pelo SARS-CoV-2 (que é eliminado nas fezes). Os métodos não farmacológicos de alívio à dor, podem e devem ser ofertados de modo a favorecer a evolução fisiológica do parto. O acesso ao chuveiro fornece benefício adicional de promover a antissepsia do corpo da gestante em trabalho de parto em relação às partículas virais. INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO Diante da possibilidade de interrupção prematura da gestação, o uso de corticoide para promover a maturidade pulmonar fetal deverá ser avaliado caso a caso. • Em relação à cesariana em gestantes diagnosticadas com Covid-19, entre 26 e 40 semanas de gestação não há indicação exclusiva para tal procedimento. No entanto, deverão ser mantidas as indicações obstétricas e/ou clínicas considerando caso a caso. PÓS-PARTO Acompanhante após o parto deve ser permitido somente em situações onde há instabilidade clínica da gestante ou condições específicas do RN, ou ainda menores de idade. Puérperas e bebês em boas condições deverão ter alta a partir de 24 horas em alojamento conjunto, de acordo com as diretrizes da portaria GM nº 2.068, de 21 de outubro de 2016, que institui diretrizes para organização da atenção integral e humanizada à gestante e ao recém-nascido no alojamento conjunto Existe a possibilidade de parturientes e puérperas desenvolverem sintomas da COVID-19 durante a internação, tendo em vista o período estimado de incubação de 0 a 14 dias (média de 5-6 dias). Toda a equipe deve estar ciente dessa possibilidade, principalmente aqueles que medem regularmente os dados vitais da paciente. O foco é identificar o mais precocemente possível o início de novos sintomas respiratórios (como tosse, desconforto respiratório, dor de garganta, entre outros) ou febre inexplicada igual ou superior a 37,8ºC, e providenciar isolamento imediato quando suspeita de COVID-19 PÓS-PARTO Em mães infectadas pela Covid-19 é recomendada a manutenção do aleitamento materno, considerando o benefício do aleitamento e a ausência, até o momento, de evidências de transmissão do SARS-CoV-2 por essa via. Ressalta-se que todas as precauções deverão ser mantida. A primeira gestante, 40 anos, possuía comorbidades prévias, neutropenia familiar diagnosticada na infância e diabetes gestacional, além de infecções respiratórias leves tratadas com antibióticos na gestação. No hospital, desenvolveu trombocitopenia, redução do fibrinogênio e aumento da tromboplastina parcial ativada. A via de parto foi a cesariana, a qual progrediu com hemorragia pós- parto de 1,5L, com melhora da coagulopatia no 2° dia de pós-operatório. A segunda, 23 anos, também evoluiu com trombocitopenia, aumento da tromboplastina parcial ativada, coagulopatia e transaminite. A gestante pariu, não houve sangramento excessivo e a coagulopatia foi corrigida no 1° dia pós-operatório. Em ambas pacientes, foi observado aumento do D-dímero e realizada heparina profilática de baixo peso molecular. CASO CLÍNICO BRASIL. Ministério daSaúde. Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência. Protocolo de manejo clínico da Covid-19 na Atenção Especializada. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência. 1. ed. rev. Brasília, DF, 2020. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manejo_clinico_covid-19_atencao_especializada.pdf BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Nota técnica COSMU/CGCIVI/DAPES/SAPS/MS nº 9/2020: Recomendações para o trabalho de parto, parto e puerpério durante a pandemia da covid-19. Brasília, DF, 2020. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2020/04/SEI_MS-0014382931-NotaTecnica_9.4.2020_parto.pdf OLIVEIRA, Maysa Arlany de et al . Recomendações para assistência perinatal no contexto da pandemia de COVID-19. Rev. Bras. Saude Mater. Infant., Recife , v. 21, supl. 1, p. 65-75, fev. 2021 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1519-38292021000100065&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 05 mar. 2021. Epub 24-Fev-2021. https://doi.org/10.1590/1806-9304202100s100004. Allotey J, et al. Clinical manifestations, risk factors, and maternal and perinatal outcomes of coronavirus disease 2019 in pregnancy: living systematic review and meta-analysis. BMJ 2020;370:m3320. doi: 10.1136/bmj.m3320 Souza, Hayanna & Matos, Mariana & Costa, Ricardo & Lima, Maria & Cardoso, Alexandre & Bezerra, Mauro. (2020). COVID-19 e gestação: manifestações clínicas, alterações laboratoriais e desfechos maternos, uma revisão sistemática de literatura/COVID-19 and pregnancy: clinical manifestations, laboratorial alterations and maternal endpoints, a systematic review of the literature. Brazilian Journal of Health Review. 3. 15901-15918. 10.34119/bjhrv3n6-023. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/1471-0528.16682 https://www.rcog.org.uk/globalassets/documents/guidelines/2021-02-19-coronavirus-covid-19-infection-in-pregnancy-v13.pdf Referencias https://doi.org/10.1590/1806-9304202100s100004 https://www.bmj.com/content/370/bmj.m3320 https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/1471-0528.16682 https://www.rcog.org.uk/globalassets/documents/guidelines/2021-02-19-coronavirus-covid-19-infection-in-pregnancy-v13.pdf
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