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Vascularização do Encéfalo

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VASCULARIZAÇÃO DO 
ENCÉFALO 
01. INTRODUÇÃO  
Embora represente apenas cerca de 
2,5% do peso do corpo, o encéfalo 
re cebe aproximadamente um sexto 
do débito cardíaco e um quinto do 
oxigê nio consumido pelo corpo em 
repou so. Isto acontece pois o 
sistema ner voso é formado de 
estruturas nobres e altamente 
especializadas, as quais exigem 
para o seu metabolismo, um 
suprimento permanente e elevado 
de glicose e oxigênio.   
A vascularização arterial encefálica 
provém das artérias carótida interna 
e vertebral (Figura 1), cujos ramos 
ter minais estão situados no espaço 
su baracnóideo. A drenagem venosa 
en cefálica ocorre pelas veias 
cerebrais e cerebelares que drenam 
para os seios venosos durais 
adjacentes.  
Os processos patológicos que aco 
metem os vasos cerebrais ocorrem 
com frequência cada vez maior com 
o aumento da vida média do homem 
moderno. Estes são os acidentes 
vas culares cerebrais (AVC) 
hemorrágicos ou oclusivos, também 
denominados isquêmicos 
(tromboses e embolias). Eles 
interrompem a  
circulação de determinadas áreas en 
cefálicas, causando necrose do te 
cido nervoso, e são acompanhados 
de alterações motoras, sensoriais ou 
psíquicas, que podem de ser caracte 
rísticas para a área e a artéria 
lesada. A prevenção, o diagnóstico 
e o trata  
mento de todos esses processos exi 
gem um estudo da vascularização 
do sistema nervoso central, o que 
será feito a seguir.  
02. IRRIGAÇÃO ARTERIAL 
2.1 Artéria Caródita Interna  
As artérias carótidas internas origi 
nam-se no pescoço, a partir das ar 
térias carótidas comuns (Figura 1). 
A parte cervical de cada artéria 
ascen de verticalmente através do 
pesco ço, sem ramificações, até a 
base do crânio. Cada artéria 
carótida interna entra na cavidade 
do crânio através do canal carótico  na parte petrosa do temporal. 
VASCULARIZAÇÃO DO ENCÉFALO ​4   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As artérias carótidas 
internas seguem 
através dos seios 
cavernosos, no in terior 
dos quais descrevem 
no plano vertical um 
“S”, denominado de 
sifão carotídeo (Figura 
2). No seio caverno so, 
a artéria carótida 
interna caminha   
próximo aos nervos 
abducentes (NC VI) e muito 
próxima aos nervos oculo motor (NC 
III), troclear (NC IV) e ramo 
oftálmico do nervo trigêmeo (NC V), 
passando no sulco carótico na 
lateral do corpo do esfenoide. 
VASCULARIZAÇÃO DO ENCÉFALO ​5  
 
Os ramos terminais das 
artérias caró tidas internas 
são as artérias cerebrais 
anterior e média. Tais 
artérias se sub dividem em 
ramos menores superfi  
 
ciais e profundos, rumo as         
estruturas internas que podem ser         
identificados em exames de       
arteriografia cerebral (Figura 3). 
 
.  
Elas percorrem, a seguir, a face ven  
tral do bulbo e, aproximadamente no   
nível do sulco bulbo-pontino, 
fundem-  
-se para constituir um tronco único, a   
artéria basilar (Figura 4). As artérias   
vertebrais dão origem às duas arté  
rias espinhais posteriores e à artéria   
espinhal anterior que vascularizam a   
medula (Figura 4). Originam ainda as   
  
2.2 Artérias Vertebral e Basilar  
As artérias vertebrais direita e es 
querda destacam-se das artérias 
subclávias correspondentes. Elas so 
bem no pescoço dentro dos forames 
transversos das vértebras cervicais 
e perfuram a membrana 
atlanto-occipi tal, a dura-máter e a 
aracnoide, pene trando no crânio 
pelo forame magno.   
artérias cerebelares inferiores poste 
riores, que irrigam a porção inferior 
posterior do cerebelo.   
A artéria basilar percorre geralmen 
te o sulco basilar da ponte e termina 
bifurcando-se para formar as arté 
rias cerebrais posteriores direita e es 
querda. Neste trajeto, a artéria 
basilar emite a artéria cerebelar 
superior que vasculariza o 
mesencéfalo e a parte superior do 
cerebelo; emite também a artéria 
cerebelar inferior anterior que se 
distribui à parte anterior da face in 
ferior do cerebelo. 
VASCULARIZAÇÃO DO ENCÉFALO ​7 
FIGURA 6 – Território de irrigação das artérias encefálicas  
Fonte: Moore (2014)  
Clinicamente, as artérias carótidas       
internas e seus ramos costumam ser           
chamados de circulação anterior do         
encéfalo. Já o sistema arterial verte  
brobasilar é denominado     
clinicamen te muitas vezes de         
circulação poste rior do encéfalo.  
2.3 Polígono de Willis  
As artérias cerebrais anteriores são 
unidas pela artéria comunicante an 
terior. Perto de seu término, as arté 
rias carótidas internas são unidas às 
artérias cerebrais posteriores pelas 
artérias comunicantes posteriores,   
completando o círculo arterial do cé 
rebro.  
O círculo arterial do cérebro, ou po 
ligono de Willis, é uma anastomose 
arterial de forma poligonal e está 
situ ado na base do cérebro, onde 
circun da o quiasma óptico, 
relacionando-se ainda com a fossa 
interpeduncular. É formado pelas 
porções proximais das artérias 
cerebrais anterior, média e 
posterior, pela artéria comunicante 
anterior e pelas artérias comunican 
tes posteriores, direita e esquerda. 
A artéria comunicante anterior é pe 
quena e anastomosa as duas 
artérias cerebrais anteriores adiante 
do quias ma óptico. As artérias 
comunicantes posteriores unem, de 
cada lado, as carótidas internas 
com as cerebrais posteriores 
correspondentes (Figura 5). Deste 
modo, elas anastomosam o sistema 
carotideo interno ao siste ma 
vertebrobasilar. Entretanto, esta 
anastomose é apenas potencial 
pois, em condições normais, não há 
passa gem significativa de sangue 
do siste ma vertebrobasilar para o 
carotideo interno ou vice-versa.   
Do mesmo modo, praticamente não 
existe troca de sangue entre as me 
tades esquerda e direita do círculo 
ar terial. O círculo arterial do 
cérebro, em casos favoráveis, 
permite a manu tenção de fluxo 
sanguíneo adequa do em todo o 
cérebro, em casos de obstrução de 
uma ou mais das quatro artérias 
que o irrigam. É fácil enten der que a 
obstrução, por exemplo, da carótida 
direita, determina queda de pressão 
em seu território, o que faz com que 
o sangue flua para através da 
artéria comunicante anterior e da 
artéria comunicante posterior 
direita. Entretanto, o círculo arterial 
do cére bro é sede de muitas 
variações, que tornam imprevisível 
o seu compor tamento diante de um 
determinado quadro de obstrução 
vascular.   
2.4 Território cortical das artérias   
cerebrais e repercussões clínicas 
de suas obstruções  
Em casos de obstrução de uma des 
tas artérias ou de seus ramos mais 
calibrosos, lesões de áreas mais ou 
menos extensas do córtex cerebral 
podem acontecer, manifestando-se 
como quadro sintomatológico carac 
terístico. Desta forma, pode-se de 
senvolver síndromes específicas das 
artérias cerebrais anterior, média e 
posterior.   
O estudo minucioso destas síndro 
mes, objeto dos cursos de 
neurologia, exige conhecimento dos 
territórios corticais irrigados pelas 
três artérias cerebrais, o que será 
feito a seguir.  
a) artéria cerebral anterior - ​Um 
dos ramos de bifurcação da carótida 
interna, a artéria cerebral anterior di 
rige-se para diante e para cima (Fi 
gura 4), curva-se em torno do joelho 
do corpo caloso e ramifica-se na 
face medial de cada hemisfério, 
desde o lobo frontal até o sulco 
parietoccipital. Distribui-se também 
à parte mais alta da face 
dorsolateral de cada hemisfé rio, 
onde se limita com o território da 
artéria cerebral média.  
SE LIGA! ​A obstrução de uma das arté 
rias cerebrais anteriores causa, entre 
ou tros sintomas, paralisia e 
diminuição da sensibilidade no 
membro inferior do lado oposto, 
decorrente da lesão de partes  
VASCULARIZAÇÃO DO ENCÉFALO ​10 ​nam o pedúnculo cerebral e, percor  
das áreas corticais motora e sensitiva,           
que correspondem ao membro inferior         
e se localizam na porção alta dos giros               
pré e pós-central (lóbulo paracentral).   
b) artéria cerebral média - ​Ramo 
principal da carótida interna, a arté 
ria cerebral médiapercorre o sulco 
lateral em toda a sua extensão, dis 
tribuindo ramos que vascularizam a 
maior parte da face dorsolateral de 
cada hemisfério (Figura 4). Este terri 
tório compreende áreas corticais im 
portantes, como a área motora, a 
área somestésica, o centro da 
palavra fala da e outras.   
SE LIGA! ​Obstruções da artéria 
cerebral média, quando não são fatais, 
deter minam sintomatologia muito rica, 
com paralisia e diminuição da 
sensibilida de do lado oposto do corpo 
(exceto no membro inferior), podendo 
haver ainda graves distúrbios da 
linguagem. Para distinguir 
acometimentos medulares de lesões 
decorrentes da obstrução da ar téria 
cerebral média, temos que lembrar 
que a obstrução da mesma resulta em 
comprometimento cognitivo cortical.  
c) artéria cerebral posterior - ​Ra 
mos de bifurcação da artéria basilar 
(Figuras 4), as artérias cerebrais pos 
teriores dirigem-se para trás, contor  
rendo a face inferior do lobo 
temporal, ganham o lobo occipital.  
SE LIGA! ​A artéria cerebral posterior 
irri ga, pois, a área visual situada nos 
lábios do sulco calcarino e sua 
obstrução causa cegueira em uma 
parte do campo visual.  
03. IRRIGAÇÃO VENOSA  
Para falarmos sobre a irrigação ve 
nosa, devemos falar sobre algumas 
estruturas formadas pelas menin 
ges do encéfalo, mais especifica 
mente sobre os seios da dura-má 
ter.  
3.1 Seios da dura-máter  
Em determinadas áreas, os dois 
folhetos da dura-máter do encéfalo 
se separam, delimitando cavidades. 
Algumas destas cavidades são re 
vestidas de endotélio e contêm san 
gue venoso, constituindo os seios 
da dura-máter, que se dispõem, em 
sua maioria, ao longo da inserção 
das pregas da dura-máter (Figura 
6). A maioria dos seios tem secção 
triangular e suas paredes não se 
colabam; o sangue proveniente das 
veias do encéfalo e do globo ocular 
é drenado para eles e destes para 
as veias jugulares internas. 
temporal. 
VASCULARIZAÇÃO DO ENCÉFALO ​11  
Podemos dividir os seios em dois 
grupos: seios da abóboda craniana 
e seios da base do crânio:  
Seios venosos da abóboda.  
a) seio sagital superior – ​Impar e 
mediano, percorre a margem de 
inserção superior da foice do 
cérebro, que é um septo vertical 
mediano que ocupa a fissura 
longitudinal do cére bro, separando 
os dois hemisférios cerebrais 
(Figura 7). O seio sagital superior 
termina próximo à protube rância 
occipital interna, na chamada 
confluência dos seios, formada pela 
confluência dos seios sagital supe 
rior, reto e occipital e, desta 
estrutura, se dá o início dos seios 
transversos esquerdo e direito;  
b) seio sagital inferior – ​Situa-se 
na margem livre da foice do 
cérebro, terminando no seio reto;  
c) seio reto – ​Localiza-se ao lon go 
da linha de união entre a foice do 
cérebro e a tenda do cerebelo. A 
tenda do cerebelo projeta-se para 
diante como um septo transversal 
entre os lobos occipitais e o 
cerebelo, de modo a separar a fossa 
posterior da fossa média do crânio. 
O seio reto recebe, em sua 
extremidade anterior, o seio sagital 
inferior e a veia cerebral magna 
(também chamada de veia de 
Galeno), terminando na confluência 
dos seios.  
d) seio transverso – ​É par e 
dispõe- -se de cada lado ao longo 
da inser  
ção da tenda do cerebelo no osso oc               
cipital, desde a confluência dos         
seios até a parte petrosa do osso             
temporal,   
onde passa a ser denominado 
seio sigmoide;  
e) seio sigmoide – ​Em forma de 
“S”, é uma continuação do seio 
transver so até o forame jugular, 
onde conti nua diretamente com a 
veia jugular interna. O seio 
sigmoide drena a quase totalidade 
do sangue venoso da cavidade 
craniana.  
f) seio occipital – ​Dispõe-se ao lon 
go da margem de inserção da foice 
do cerebelo no osso occipital, 
como se fosse o “seio sagital do 
cerebelo”.   
A foice do cerebelo é um pequeno 
septo vertical mediano, situado 
abai xo da tenda do cerebelo, entre 
os dois hemisférios cerebelares. 
VASCULARIZAÇÃO DO ENCÉFALO ​12 ​FOICE DO CÉREBRO  
Seios 
venosos da 
base:  
a) seio   
cavernoso 
– ​Situa-se   
de cada   
lado do   
corpo do   
esfenoide 
e da sela     
túrcica. Recebe sangue     
proveniente das veias oftálmica       
su  
perior e central da retina, além de 
algumas veias do cérebro (Figura 
8). Drena através dos seios petroso 
superior e petroso inferior, além de 
comunicar-se com o seio cavernoso 
contralateral, através do seio inter 
cavernoso. Como dito 
anteriormente, o seio cavernoso é 
atravessado pela artéria carótida 
interna, pelo nervo abducente e, já 
próximo à sua pa  
SEIO SAGITAL   
SUPERIOR  
VEIA CEREBRAL   
MAGNA  
SEIO RETO  
CONFLUÊNCIA DOS SEIOS  
rede lateral, pelos nervos troclear, 
oculomotor e pelo ramo oftálmico 
do nervo trigêmeo.   
b) seio intercavernoso – ​Unem os 
dois seios cavernosos, envolvendo 
a hipófise  
c) seio petroso superior – ​Dispõe-           
-se de cada lado, ao longo da inser               
ção da tenda do cerebelo na           
porção   
petrosa do osso temporal. Drena 
sangue do seio cavernoso para o 
seio sigmoide, terminando próximo 
à continuação deste com a veia 
jugular interna; 
VASCULARIZAÇÃO DO ENCÉFALO ​13  
d) seio petroso inferior – ​Percorre           
o sulco petroso inferior entre o           
seio cavernoso e o forame jugular,           
onde termina lançando-se na veia         
jugular   
interna;  
e) seio esfenoparietal – ​Percorre a 
face interior da pequena asa do 
esfe noide desemboca no seio 
cavernoso;  
 
f) plexo basilar – ​Ímpar, ocupa a 
porção basilar do occipital. Comuni 
ca-se com os seios petroso inferior 
e cavernoso, liga-se ao plexo do 
forame occipital e, através deste, 
ao plexo venoso vertebral interno.  
14  
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS  
1. Machado A, Haertel LM. 
Neuroanatomia funcional. 3ª ed. 
São Paulo: Atheneu, 2006.  
2. Moore KL. Anatomia orientada 
para a clínica. 7ª ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 
2014.  
3. Rubin 
M, Safdieh JE. Netter 
neuroanatomia essencial.

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