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Tema 08 – O Esporte Adaptado como Alternativa para Inclusão de Alunos com Deficiência Bloco 1 Dra. Aline Miranda Strapasson Práticas Inclusivas em Educação Física W BA0221_v1_0 O esporte adaptado é aquele criado especificamente para um tipo de deficiência, como é o caso do Goalball para deficientes visuais, ou é adaptado, como no caso do Basquete em Cadeira de Rodas, para permitir que as pessoas com deficiência (PD) participem de forma autônoma e satisfatória. 1. Introdução Adaptar significa modificar. Então, quando falamos de adaptação esportiva, podemos estar nos referindo à: • Modificação do espaço físico da modalidade, como no voleibol sentado, em que existe redução do tamanho da quadra e da altura da rede; e, • Modificação das regras, por exemplo: atletas de atletismo que são cegos necessitam de atletas guia para conseguir realizar as provas de corrida. Outra característica dos esportes adaptados é a Classificação Funcional (CF). A classificação é dita funcional pelo fato de os atletas serem avaliados em relação à sua funcionalidade em situação de jogo. Visa organizar os atletas em classes para que possam competir em condições de paridade funcional, consequentemente a competição torna-se mais justa. Também objetiva permitir que atletas com maior comprometimento físico tenham a oportunidade de participar de competições (TEIXEIRA; RIBEIRO, 2006). Portanto, a CF serve para assegurar uma competição justa e eliminar as possibilidades de injustiça entre participantes de classes semelhantes e dar prioridade para as deficiências mais severas (GUTTMANN, 1976; STROHKENDL, 1996). O esporte adaptado pode ser visto através de diferentes ângulos, que constituem diferentes formas de manifestação: • Esporte Saúde (ação terapêutica; profilaxia, reabilitação e/ou manutenção da saúde). • Esporte Educacional (ensino- aprendizagem; modificação de conhecimento do e pelo corpo). • Esporte Lazer (ocupação do tempo livre e obtenção de prazer). • Esporte de Rendimento (no qual o resultado e a competição são mais relevantes) (COSTA; WINCKLER, 2012). O esporte adaptado é uma realidade mundial que auxilia as PD em aspectos diversos, como: afetivo, cognitivo, motor e social. Por que eu digo isso? O que seria da vida de milhares de pessoas com 10, 15, 20 anos ou qualquer idade perderam a capacidade de andar, de ver, de se movimentar, de sentir, de ouvir ou de entender? O esporte adaptado tem o poder de: • Reconectar a pessoa com si mesma, melhorando o autoconhecimento, a autoaceitação e autoestima; • Trabalhar e melhorar os aspectos relacionados à inteligência; • Promover uma evolução nas questões motoras, propiciando maior independência e autonomia; e • Possibilitar viver em sociedade com um grupo de pessoas ativas, animadas, divertidas e cheias de histórias de superação. O esporte adaptado posiciona-se na sociedade contemporânea como importante meio de inclusão social (COSTA e SILVA et al, 2013). Pode ser praticado em ambientes integrados, em que as PD interagem com pessoas sem deficiência, ou em ambientes especiais, nos quais a participação é reservada a tais indivíduos (WINNICK, 2004). Essa vertente do esporte se apresenta na sociedade contemporânea em diversos ambientes e sob diferentes formas, porém existe um movimento que se destaca: o esporte Paralímpico, principal meio de divulgação do esporte adaptado, que tem nos Jogos Paralímpicos seu principal evento em nível mundial (MARQUES et al. 2009). Quem tem o privilégio de trabalhar com o esporte adaptado e tem a sensibilidade de se colocar no lugar do outro consegue valorizar as pequenas coisas da vida e perceber que o ser humano é frágil como uma taça de cristal e, ao mesmo tempo, forte como aço. Incentive a prática do esporte entre as PD e se entregue ao universo de superações e emoções. Tema 08 – O Esporte Adaptado como Alternativa para Inclusão de Alunos com Deficiência Bloco 2 Dra. Aline Miranda Strapasson Práticas Inclusivas em Educação Física 1. Introdução Dentre as várias modalidades Paralímpicas existentes, vamos falar sobre o Para-Badminton (PBd). Há relatos informais de que o PBd surgiu em Stoke Mandeville, na Inglaterra, em 1995. 1. Introdução Foi reconhecido em 1996 pela “Associação Internacional de Badminton para Deficientes” (IBAD, 2009), que oportuniza a prática da modalidade como forma de lazer ou esporte para as pessoas com deficiência física (DF). O PBd no Brasil (com regras oficializadas) foi introduzido em 2006, por iniciativa do professor de Educação Física Létisson Samarone Pereira, em Brasília – DF (STRAPASSON, 2016). Já aconteceram 10 Campeonatos Mundiais de PBd. O Brasil participou da 8ª edição na Guatemala 2011 (2 atletas e 3 técnicos), da 9ª edição na Alemanha 2013 (10 atletas e 3 técnicos) e da 10ª edição na Inglaterra 2015 (com 12 atletas, 5 técnicos, 1 fisioterapeuta, 1 psicóloga) (STRAPASSON, 2016). As regras básicas da modalidade são as mesmas do Badminton convencional, regidas pela Federação Mundial de Badminton (BWF), e têm adaptações para atender a população com DF (BWF, 2013a). As principais DF elegíveis para o PBd são: Lesão Medular, Paralisia Infantil, Espinha bífida, Paralisia cerebral, Distrofia muscular, Amputação, Malformação, Lesão de plexo braquial, Nanismo, entre outras. As adaptações do PBd são: • Categorias; • Quadra; e • Equipamentos adicionais (cadeira de rodas específica para a modalidade, muletas e próteses) (BWF, 2012; BWF, 2013b). As categorias No PBd, os jogadores com DF são classificados em três diferentes grupos que incluem seis classes esportivas, duas destinadas a usuários de cadeira de rodas (UCR) e quatro destinadas a não UCR, que são denominadas: WH1, WH2, SL3, SL4, SU5 e SS6. • Classe esportiva para UCR – Wheelchair Sport Class: WH1 e WH2. • Classe esportiva para andantes – Standing Sport Class: SL3 e SL4 (para atletas com comprometimento predominante de membros inferiores). • Classe esportiva para andantes – Standing Sport Class: SU5 (para atletas com comprometimento predominante de membros superiores). • Classe esportiva para pessoas com baixa estatura – Short Stature Sport Class: SS6 (para atletas com nanismo). A Quadra Nas categorias WH1 e WH2 a quadra tem redução de tamanho para os jogos de simples (4,72m x 3,05m) e de duplas (4,72m x 6,10m). Há redução de tamanho também na categoria SL3 para os jogos de simples (13,40m x 3,05). A cadeira de rodas A cadeira de rodas deve ser específica para a modalidade na qual os estabilizadores dianteiros e traseiros (rodinhas) previnem que o atleta, em sua cadeira de rodas, caia para trás (WILLIAMS, 2012). 2. Conclusão O PBd fará sua estréia nos Jogos Paralímpicos em Tóquio 2020, após a aprovação do Conselho de Administração do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) em reunião no dia 07 de outubro de 2014 (Berlim, Alemanha) (IPC, 2014).
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