Prévia do material em texto
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA E INCLUSIVA APRESENTAÇÃO CURRÍCULO LATTES Profa. Dra. Ana Luiza Barbosa Anversa ● Doutora em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade Estadual de Londrina ( PEF-UEM/UEL); ● Mestre em Educação Física ( PEF-UEM/UEL); ● Especialista em Prescrição Personalizada de Exercícios Físicos- Personal Training pela Universidade Estadual de Maringá (UEM); ● Especialista em Educação a Distância e Tecnologias Educacionais pela Universidade Cesumar (UNICESUMAR); ● Especialista em orientação, supervisão e gestão escolar pelo Centro Universitário Internacional Uninter (UNINTER); ● MBA em Gestão do conhecimento nas organizações pelo Centro Universitário Metropolitano de Maringá (UNIFAMMA) ● Graduada em Educação Física (Universidade Estadual de Maringá); ● Graduada em Pedagogia (Centro Universitário Internacional Uninter); ● Vice- Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar, Educação e Políticas Educacionais (GEEFE) (Universidade Estadual de Maringá); Experiência na área de Educação Física e Pedagogia, atuando principalmente nos seguintes temas: princípios pedagógicos, estágio supervisionado, formação e intervenção profissional, identidade profissional, planejamento e educação física para pessoas com deficiência. Link para acesso ao currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/7812424308966855 http://lattes.cnpq.br/7812424308966855 Prof. Me. Bruna Solera ● Doutoranda em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade Estadual de Londrina (PEF- UEM/UEL); ● Mestre em Educação Física (PEF - UEM/UEL); ● Especialista em Tecnologias Aplicadas ao Ensino a Distância (Centro Universitário Cidade Verde); ● Especialista em Educação Especial (Instituto Paranaense de Educação de Maringá-PR); ● Especialista em Psicomotricidade no Contexto Escolar (Instituto Paranaense de Educação, Maringá-PR); ● Graduada em Educação Física Bacharelado (Universidade Estadual de Maringá); ● Graduada em Educação Física Licenciatura (Universidade Estadual de Maringá); ● Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar, Educação e Políticas Educacionais (GEEFE) (Universidade Estadual de Maringá); ● Coordenadora do curso de Educação Física na modalidade de Educação à Distância, no Centro Universitário Cidade Verde (UniFCV). Experiência de atuação com a pessoa com deficiência e com o Esporte Paralímpico por meio do Programa de Atividade Física Adaptada (PROAFA) e da arbitragem de Bocha Paralímpica. Link para acesso ao currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/4778060448341914 http://lattes.cnpq.br/4778060448341914 APRESENTAÇÃO DA APOSTILA Olá estudante, Seja bem vindo (a) a apostila de “Educação Física Adaptada e Inclusiva”! Neste material iremos tratar de temas pertinentes a sua formação profissional no que se refere a Educação Física Adaptada e Inclusão. Sua apostila está dividida em quatro unidades. Vamos conhecê-las? Na unidade I, intitulada de “Educação Física Adaptada e Inclusão”, você terá oportunidade de adquirir conhecimentos acerca dos aspectos históricos da Educação Física Adaptada, da pessoa com deficiência, assim como, entender o que é a deficiência. Vamos contemplar em nosso conteúdo, os modelos de deficiência e as características das deficiências física, visual, auditiva e intelectual. Na unidade II, “Esportes Adaptados e Paralímpicos” vamos discutir a diferença entre esportes adaptados e esportes paralímpicos. Você sabe o que diferencia tais nomenclaturas? Além disso, você conhecerá os esportes paralímpicos de verão e de inverno. Já na unidade III, chamada de “Educação Física Escolar Inclusiva", teremos como foco o debate da inclusão e seus aspectos legais no contexto escolar. Falaremos sobre acessibilidade e traremos dicas de como incluir alunos com deficiência em suas aulas. Por fim, na unidade IV “Educação Física e Populações Especiais”, estudaremos a obesidade, gestantes e idosos de forma a caracterizá-los e a partir disso, verificarmos como podemos atuar de forma a possibilitar a eles, uma intervenção profissional de qualidade, seja no espaço escolar ou fora dele. Esperamos que ao final dessa jornada do conhecimento você compreenda melhor o universo da inclusão e da Educação Física para pessoas com deficiência, além de quais ações podem ser desenvolvidas pelo profissional da área dentro e fora da escola. Desejamos a você uma excelente caminhada pelas estradas do conhecimento! UNIDADE I EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA E INCLUSÃO Professora Doutora Ana Luíza Barbosa Anversa Professora Mestre Bruna Solera Plano de Estudo: • Aspectos históricos da Educação Física Adaptada; • Pessoa com deficiência: da exclusão à inclusão na sociedade e na escola; • O que é deficiência: conceitos e características. Objetivos de Aprendizagem: • Contextualizar historicamente a Educação Física Adaptada e a deficiência; • Compreender os modelos e os tipos de deficiência. INTRODUÇÃO Olá estudante, Seja bem vindo(a) a primeira unidade da apostila de “Educação Física Adaptada e Inclusão”! A unidade I tem como objetivo apresentar conhecimentos que servirão como base para as demais unidades, sendo essenciais para o entendimento da deficiência ao longo da história e quais os desdobramentos que levaram à como a sociedade vê e se relaciona com a pessoa com deficiência nos dias atuais. Esta unidade está dividida em três tópicos. São eles: Tópico 1. “Aspectos históricos da Educação Física Adaptada”. Tópico 2. “Pessoa com deficiência: da exclusão à inclusão na sociedade e na escola” e Tópico 3. “O que é deficiência: conceitos e características”. No primeiro momento vamos entender os aspectos históricos da Educação Física Adaptada e quais ações e indicativos legais, médicos e pedagógicos levaram a esse campo de atuação que conhecemos hoje, ou seja, vamos caminhar sobre as trilhas históricas do esporte e seus indicativos para inclusão. Na sequência conheceremos melhor o cotidiano das pessoas com deficiência, refletindo em especial sobre os termos exclusão, segregação, integração e inclusão. Você vai descobrir como as pessoas com algum tipo de “diferença” eram vistas no passado e quais as barreiras e potencialidades as mesmas apresentam. Por fim, no terceiro tópico você irá conhecer os tipos de deficiência. Você sabe quais são os aspectos funcionais que acometem cada deficiência e quais os riscos e possibilidades de ações inerentes às deficiências física, visual, auditiva e intelectual? Vamos conhecê-las! Bons estudos! Imagem do Tópico: https://www.deficienteciente.com.br/origem-dos-jogos-paraolimpicos.html Fonte: Deficiente ciente [s.d]. 1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA A história da Educação Física Adaptada vem se consolidando nos últimos anos com práticas direcionadas à inclusão, seja no âmbito esportivo, educacional, da saúde e qualidade de vida. No entanto, vale ressaltar que essas ações não são recentes, há relatos sobre a utilização de exercícios físicos como o tratamento médico ou terapia desde os anos 3.000 a.C., mas à sistematização das propostas e adoção do termo Educação Física Adaptada se deu apenas em 1950 por meio da American Association for Health Physical Education, Recreation and Dance (AAHPERD). O termo Educação Física Adaptada é o mais utilizado mundialmente, mas podemos encontrar referenciais teóricos e materiais da área que adotam os termos Educação Física Especial, Educação Física para pessoas com Deficiência, Educação Física Adaptada ou ainda Atividades Motoras adaptadas. Mas afinal, porque surgiu a Educação Física Adaptada?Os referenciais teóricos da área, indicam que à Educação Física Adaptada surgiu como uma forma de abranger pessoas que não atendiam um padrão estético corporal https://www.deficienteciente.com.br/origem-dos-jogos-paraolimpicos.html socialmente aceito, ou seja, que não apresentavam corpos bonitos, fortes e saudáveis para prática esportiva competitiva, para os métodos ginásticos, incursões militares ou ações laborais. De início as propositivas eram com o intuito de ocupar corpos vulneráveis ou destituídos de contribuição social e econômica, reduzindo à instauração de doenças e gastos com a saúde pública (FREITAS; CIDADE, 2010). Com o passar do tempo, em especial após as grandes guerras mundiais, a pessoas com deficiência começa a ser compreendida em suas individualidades e necessidades, fomentando o olhar para práticas corporais como meio de fortalecimento físico e reintegração social. Foi após a Segunda Guerra Mundial que a Educação Física Adaptada ganhou maior visibilidade, sendo utilizada como exercícios terapêuticos em hospitais para recuperar a força e função muscular perdidos nos tempos de convalescência. Essa prática incentivou a criação de centros de reabilitação. Foi em um desses centros de reabilitação, Centro Nacional de Lesionados Medulares, incentivado pelo Dr. Ludwig Guttman que os jogos e esportes adaptados para amputados, paraplégicos ou outras deficiências se tornaram mais populares. Ele acreditava que a Educação Física Adaptada era uma parte essencial no tratamento médico, considerando tanto as mazelas de ordem física como psicológicas e de reintegração social. Foi por meio de suas ações que ocorreu o Jogo de Stoke Mandeville, envolvendo 16 veteranos de guerra em competição de arco e flecha. Hoje em dia, de acordo com Winnick (2004) a Educação Física Adaptada se configura como um programa de práticas corporais elaborado para suprir as necessidades individuais das pessoas com deficiência ou alguma limitação, contemplando desde questões motoras, físicas e esportivas até ações direcionadas à saúde e bem estar. Frente ao exposto, nota-se que a princípio à Educação Física era uma prática corporal direcionada apenas para corpos dentro de um “padrão” de normalidade, para o desenvolvimento de destrezas físicas, mas frente aos avanços científicos que desmistificam as deficiências e com o quadro de militares lesionados devido às guerras, o pensar novas possibilidades de práticas corporais voltadas para saúde, bem estar e integração social se tornaram de suma importância, fomentando os indicativos da Educação Física adaptada que temos hoje. SAIBA MAIS Você sabia que nos cursos de formação inicial em Educação Física questões sobre a deficiência, suas características e possibilidades de intervenção só foram inseridas no currículo na década de 1980, incentivados pelas propositivas do Ano Internacional da Pessoa Deficiênte (1981), pressões políticas governamentais propostas pelas Organização das nações Unidas (ONU) e pela renovação crítica/pedagógica que à área passou nesse período. Mas mesmo assim, o que se vê ainda são fragilidades sobre a compreensão sobre a deficiência, estando a maioria das ações centradas apenas nos conhecimentos e vivências dos esportes adaptados. Imagem do Tópico: https://tendimag.files.wordpress.com/2014/03/freaks-2.jpg Fonte: Tendências do imaginário, 2014. Fonte: As autoras. #SAIBA MAIS# https://tendimag.files.wordpress.com/2014/03/freaks-2.jpg 2 PESSOA COM DEFICIÊNCIA: DA EXCLUSÃO A INCLUSÃO NA SOCIEDADE E NA ESCOLA O percurso histórico da pessoa com deficiência não foi fácil, assim como, ainda não é. Mas após passar pela exclusão e diversos desafios, tais sujeitos chegam aos dias atuais, dias estes marcados pela inclusão. Você conhece essa história? Vamos conhecê- la ou relembrá-la. Existem registros das pessoas com deficiência ao longo da história. Na Grécia Antiga, em Esparta e Atenas, os recém nascidos que possuíam algum tipo de deficiência eram abandonados em cavernas profundas ou a própria sorte (DIEHL, 2006), assim como em Roma, na qual as pessoas “defeituosas” (como chamavam-nas na época) eram eliminadas. Isso acontecia pois, não havia reconhecimento de qualquer humanidade nelas, devido a presença de “defeitos” (ARANHA, 2001). As pessoas com deficiência passavam por um momento de exclusão. No decorrer da Idade Média, as pessoas com deficiência deixaram de ser exterminadas, no entanto passaram a ser excluídas do contexto social (DIEHL,2006). Com isso, crianças, jovens, adultos com deficiência passaram a ser isolados em porões, ilhas, vales, asilos, dentre outros. Esse período passou a ser chamado de segregação (DIEHL, 2006; GAIO, 2006). Então estudante, as pessoas com deficiência que antes eram eliminadas, agora são isoladas do convívio social, veja a figura 1. Figura 1. Representação da Exclusão e Segregação da Pessoa com deficiência na sociedade Fonte: Governo do Paraná/UNIFESP, 2020. https://www.unifesp.br/campus/san7/todas-noticias/2298-deficiencia-o-desafio-da-acessibilidade-e- da-inclusao-social Ao final da Idade Média, se tem o predomínio da razão e interesse pelo o homem e pela natureza e então, começaram a surgir indícios de pesquisas sobre a deficiência (DIEHL, 2006). Foi entre os séculos XVI e XVIII que médicos começaram a procurar causa da deficiência (KASSAR, 1999). Especificamente no século XVIII se tem as primeiras instituições voltadas ao tratamento das deficiências (DIEHL, 2006), como exemplo temos o Instituto Real, em Paris, a primeira escola para cegos. Ainda no século XVII, XVIII e XIX, as pessoas com deficiência se apresentavam em circos e em praças públicas. Tais sujeitos eram alvos de zombaria (FAVATO, 2018). Observe a figura 2. Nela está Josephene Myrtle Corbin, conhecida como “a mulher de quatro pernas”, ela era uma tração no circo, no "show de horrores” nos Estados Unidos. Ela se apresentava como “aberração”. https://www.unifesp.br/campus/san7/todas-noticias/2298-deficiencia-o-desafio-da-acessibilidade-e-da-inclusao-social https://www.unifesp.br/campus/san7/todas-noticias/2298-deficiencia-o-desafio-da-acessibilidade-e-da-inclusao-social Figura 2. Josephene Myrtle Corbin Fonte: Mistérios do Mundo, [s.d]. https://misteriosdomundo.org/wp-content/uploads/2020/04/727px-Myrtle_Corbin-690x1024.jpg Os estudos científicos foram se proliferando e atingiram seu auge no século XX (DIEHL, 2006). Havia também um crescimento do interesse em “normalizar” as pessoas com deficiência, por isso, há o surgimento de escolas e clínicas de reabilitação. Esperava-se que tais pessoas se recuperassem para conviver em sociedade. A reabilitação seria uma forma de integração ao mundo, visto ele, como “normal”. Com isso, tinha-se como objetivo, inserir a pessoa com deficiência na sociedade sem transformações do ambiente social, esse processo foi conhecido como Movimento de Integração (MARQUES; GUTIERREZ, 2014). https://misteriosdomundo.org/wp-content/uploads/2020/04/727px-Myrtle_Corbin-690x1024.jpg Durante esse movimento, as pessoas eram aceitas na sociedade, mas elas deveriam ser capazes de vencer e se adaptar ao ambiente social (CIDADE; FREITAS, 2002). Veja a figura 3 Figura 3. Representação da integração da pessoa com deficiência Fonte: Governo do Paraná/UNIFESP, 2020. https://www.unifesp.br/campus/san7/todas-noticias/2298-deficiencia-o-desafio-da-acessibilidade-e-da- inclusao-social Tal movimento não deu muito certo! Isso porque só a reabilitação não estava sendo suficiente para ajudar as pessoas com deficiência a se “normalizarem” e conseguirem conviver em sociedade, então, percebeu-se a necessidade de outra iniciativa, ou seja, viu-se que a sociedade poderia ter papel essencial nesta questão. Sendo assim, chega- se à inclusão. A inclusão é um movimento no qualo sujeito passa a fazer parte da sociedade. Observe a figura 4. https://www.unifesp.br/campus/san7/todas-noticias/2298-deficiencia-o-desafio-da-acessibilidade-e-da-inclusao-social https://www.unifesp.br/campus/san7/todas-noticias/2298-deficiencia-o-desafio-da-acessibilidade-e-da-inclusao-social Figura 4. Representação da inclusão Fonte: Governo do Paraná/UNIFESP, 2020. https://www.unifesp.br/campus/san7/todas-noticias/2298-deficiencia-o-desafio-da-acessibilidade-e-da- inclusao-social De acordo com Aranha (2001, p. 18) a inclusão é, Processo de ajuste mútuo, onde cabe à pessoa com deficiência manifestar-se com relação a seus desejos e necessidades e à sociedade, a implementação dos ajustes e providências necessárias que a ela possibilitem o acesso e a convivência no espaço comum, não segregado. Neste momento, a sociedade passa a assumir responsabilidade na construção de possibilidades para que as pessoas com deficiência possam conviver em melhores condições. A inclusão ela não substitui a integração, mas vem melhorá-la (SOLERA, 2018). Até a chegada da inclusão, Leis e declarações foram sendo criadas e conquistadas pelas pessoas com deficiência. Estas foram trilhando caminhos para chegarmos até a inclusão e também reafirmando-a na sociedade. Hoje temos a Lei mais atual que direcionada a esses sujeitos, é a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015). Esta Lei tem como objetivo, conforme mencionado em seu Art. 1º “assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania” (BRASIL, 2015). Ademais, esta Lei afirma que assegurar os direitos das pessoas com deficiência é dever do Estado, da sociedade e da família, veja a citação que segue: https://www.unifesp.br/campus/san7/todas-noticias/2298-deficiencia-o-desafio-da-acessibilidade-e-da-inclusao-social https://www.unifesp.br/campus/san7/todas-noticias/2298-deficiencia-o-desafio-da-acessibilidade-e-da-inclusao-social http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.146-2015?OpenDocument Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico. Neste documento, todos os direitos mencionados são esmiuçados. Visite-o na íntegra. SAIBA MAIS Você sabia que ao longo da história a pessoa com deficiência já foi chamada de monstro, monstruosidade? Pois é. Com o passar do tempo, várias nomenclaturas foram utilizadas para se referir a estes sujeitos, como deficiente, portador de deficiência. Mas o termo mais adequado e atual para se referir a elas, é PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Imagem :Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/disabled-people-disabilities-prosthesis-blind- woman-1182651652 Fonte: As autoras. https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/disabled-people-disabilities-prosthesis-blind-woman-1182651652 https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/disabled-people-disabilities-prosthesis-blind-woman-1182651652 3 O QUE É A DEFICIÊNCIA: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Estudantes, o que é deficiência? Pare e reflita sobre este questionamento e em seguida prossiga a leitura. Sem dúvidas você já deve ter se deparado, em algum espaço, com alguma pessoa com deficiência, não é mesmo? Pois é, nos dias atuais, esses sujeitos se fazem mais presentes (atuantes) na sociedade, isso porque, como vimos nos tópicos anteriores, hoje a sociedade oferece meios para que as pessoas com deficiência tenham condições de participarem da vida social, presenciamos um momento de inclusão. Mesmo que a sociedade, assim como o espaço escolar, não seja totalmente inclusivo, estamos buscando a cada dia possibilitar maior equidade, e veja bem, já evoluímos! O que vamos discutir em seguida, faz parte dessa bagagem em prol da inclusão, pois o conhecimento desmistifica concepções e abre nossos olhos para novos caminhos. 3.1 Deficiência: modelo médico x social Você já ouviu falar em modelos de deficiência? Pois é. Eles existem. Eles se referem a formas de se entender a deficiência. São eles: Modelo Médico e Modelo Social. No modelo médico, deficiência, de acordo com a Organização Mundial da Saúde - Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) (2004, p. 49), é definida como “problemas nas funções ou nas estruturas do corpo, tais como um desvio importante ou uma perda”. Marques, Cidade e Lopes (2009, p. 119), trazem a deficiência como “problemas nas funções ou nas estruturas do corpo como um desvio significativo ou uma perda”. Tais conceitos associam a deficiência à dimensão biológica dos sujeitos. Com isso, as alterações ou danos, significaram impedimento, que levaria a incapacidade (FERREIRA; GUIMARÃES, 2003). Incapacidade para Marques, Cidade e Lopes (2009, p. 119) “é uma desvantagem individual, resultante do impedimento ou da deficiência, que limita ou impede o cumprimento ou desempenho de um papel social”. A deficiência nesse olhar, é algo natural do corpo, tendo por exemplo, como suporte para melhoria da qualidade de vida desses sujeitos, a medicina, a reabilitação. Sendo apenas do sujeito a responsabilidade por não conseguir ir e vir, por exemplo, de forma independente na sociedade. Com o passar dos anos, esse modelo foi perdendo força e abrindo espaço para outras formas de pensamento. Então, a este modelo médico, integrou-se um conceito construído a partir da área das humanidades, o modelo social. De acordo com este modelo, a deficiência não está relacionada apenas ao corpo, e sim a restrição social (SOLERA, 2018). Assim a deficiência teria sua causa associada a imposição social de barreiras que irão impedir ou dificultar às pessoas com deficiência usufruírem seus direitos. Estudante, conseguiu identificar a diferença entre os modelos? É importante ressaltar que eles se complementam. Então podemos afirmar que a deficiência está associada a questões biológicas sim, mas ela só se torna uma desvantagem em uma sociedade cheia de barreiras. Devemos então, contribuir para que possamos possibilitar a nossos alunos, um ambiente, um espaço que possibilite a ele frequentar, conviver e se desenvolver de forma autônoma, sem barreiras. Para finalizar, trazemos a definição de pessoa com deficiência, segundo a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Esta é a Lei mais atual relacionada à pessoa com deficiência, sendo assim ela é vista como, Art. 2º [..] aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (BRASIL, 2015). É possível observar nesta definição a tentativa de junção dos modelos que estamos tratando neste subtópico, conseguiu identificar? Ao mesmo tempo em que se relaciona a pessoa com deficiência ao um impedimento, ela afirma que este pode ser fortalecido por meio da interação com barreiras, o que implica na dificuldade de participação plenae efetiva na sociedade. Estudante, definir a deficiência não é tarefa simples, assim como não se trata de algo engessado, é algo biológico e social, que poderá refletir em nossa atuação. Então temos a responsabilidade de entender do que trata este assunto e contribuir com a minimização de barreiras para uma inclusão efetiva. 3.2 Deficiência Física De acordo com Marques, Cidade e Lopes (2009, p. 128) a deficiência física “caracteriza-se por uma alteração da estrutura anatômica ou da função que interfere na movimentação e/ou locomoção do indivíduo e lhe causa dificuldades de participar da vida de forma independente”. Para Diehl (2006, p. 92), as pessoas com deficiência física são aquelas que “apresentam algum tipo de comprometimento para a realização dos padrões motores esperados”. Isso resulta na dificuldade em executar os padrões motores, o que pode consequentemente pode comprometer ou não a realização de alguns movimentos como: “caminhar, correr, saltar, manipular coordenadamente objetos e movimentos de estabilização”. As deficiências físicas podem ser de origem cerebral, medular, muscular ou ósseo-articular, o que afetará diferentes áreas motoras. Vamos conhecer então algumas deficiências? 3.2.1 Origem Cerebral As deficiências de origem cerebral, de acordo com Diehl (2006), têm sua causa devido a lesões que acontecem no cérebro, afetando diferentes partes do corpo. Segundo Diehl (2006) e Marques, Cidade e Lopes (2009) as deficiências podem causar: ● Monoplegia: quando um membro do corpo é afetado. ● Diplegia: quando afeta dois membros. ● Triplegia: quando afeta três membros. ● Quadriplegia: quando afeta quatro membros. ● Hemiplegia: comprometimento completo, apenas de um lado do corpo. ● Paraplegia: comprometimento de ambos os membros inferiores. A paralisia cerebral é o tipo mais comum de deficiência de origem cerebral. 3.2.1.1 Paralisia Cerebral Figura 5. Criança com Paralisia Cerebral Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/cheerful-boy-disability-rehabilitation-center-kids-524271736 A Paralisia Cerebral (PC), para Diehl (2006, p. 94), “é uma lesão que afeta o Sistema Nervoso Central (SNC) antes que seu desenvolvimento tenha se completado, causando desordem motora e sensitiva na movimentação ampla e fina do corpo”. A PC pode ser classificada de acordo com o tipo de alteração do controle de movimento. Veja a seguir. ● Espástica: O tônus muscular está aumentado (HERNÁNDEZ et al., 2018). Há uma desordem nos movimentos voluntários do sujeito, fazendo com que todo o corpo participe de um movimento, que em pessoas sem a PC espástica, envolveria apenas uma parte do corpo (DIEHL, 2006). ● Atetóica: Neste tipo, o tônus muscular apresenta variações, podendo em momentos estar em hipotonia e em outros em hipertonia. Essa mudança se dá conforme a atividade e também provoca movimentos involuntários anormais (HERNÁNDEZ et al., 2018). Esse movimento involuntário pode acontecer até mesmo em repouso (DIEHL, 2006). ● Atáxica: O tônus muscular tende a estar diminuído com frequência. Há um distúrbio motor que acarreta em problemas na postura e na coordenação motora, o que consequentemente reflete em dificuldades no equilíbrio e na percepção tátil https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/cheerful-boy-disability-rehabilitation-center-kids-524271736 (DIEHL, 2006). As crianças podem ter dificuldades em se manter em uma determinada posição (HERNÁNDEZ et al., 2018). De acordo com Hernández et al. (2018) a alteração cerebral tende a dar origem a transtornos do movimento e do tônus muscular, como vimos nos tipos mencionados anteriormente. Isso resulta na falta de coordenação e de equilíbrio muscular. Destacamos ainda, que a gravidade da PC pode variar bastante. Podemos ter crianças com profundas alterações da postura, com quase que ausência total de autonomia, assim como, podemos ter apenas crianças com uma desordenação para movimentos finos. Pessoas podem ter a necessidade de utilizar uma comunicação alternativa (Figura 6), enquanto outras podem se comunicar verbalmente, como os demais sujeitos. Figura 6. Pasta de comunicação alternativa Fonte: Blog AEE 2013 Bruna. http://aeeufc2013bruna.blogspot.com/2013/09/pasta-de-comunicacao-alternativa.html A figura 6, mostra uma pasta de comunicação alternativa, ou seja, é um meio de comunicação para a PC. Então as figuras e as páginas podem ser adicionadas conforme necessidade do sujeito, que por sua vez, apontará a figura de acordo com o que ele deseja ou necessita dizer. Veja estudante, podemos nos deparar com crianças que apresentam comprometimento intelectual associado a PC, mas isso não é regra. A PC está ligada a dificuldades motoras. Sendo assim, na maioria dos casos o intelecto está preservado, possibilitando a essas pessoas, por exemplo, a participação em jogos complexos. Devemos tomar cuidado ao depararmos com tais sujeitos, pois muitas das pessoas confundem as dificuldades motoras, com deficiência intelectual, e com essa falta de conhecimento, agem de forma errônea, fortalecendo atitudes que andam na contramão da inclusão. Fique atento! http://aeeufc2013bruna.blogspot.com/2013/09/pasta-de-comunicacao-alternativa.html SAIBA MAIS “A incidência normal da PC é de cerca de 2% das crianças nascidas vivas, mas este número varia segundo as séries estudadas, os critérios de seleção, o tempo e o tipo de comunidade analizada" (HERNÁNDEZ et al., 2018, p. 19). #SAIBA MAIS# 3.2.2 Origem Muscular As deficiências físicas neste tipo, tem sua origem associada a questão muscular, há uma degeneração progressiva da musculatura. Sua origem é genética e esta ligada ao sexo (DIEHL, 2006). O tipo mais comum é chamado de Distrofia Muscular de Duchenne. Vamos conhecer? 3.2.2.1 Distrofia Muscular Progressiva de Duchenne A Distrofia Muscular Progressiva de Duchenne é uma “doença neuromuscular transmitida por herança recessiva ligada ao gênero: as mães são portadoras do gene responsável que desencadeia a enfermidade e esta afeta a 50% dos filhos homens” (HERNÁNDEZ, et al., 2018, p. 24). Diehl (2006) afirma que é uma deficiência rara em meninas. Ela aparece em torno dos 4 anos de idade e, segundo Diehl (2006) possui duas etapas bem definidas: 1. No primeiro momento há o aparecimento de um desequilíbrio da marcha que, aos poucos, vai aumentando e evolui para um desvio na coluna que acaba por piorar a postura, levando a criança ao uso de cadeira de rodas. 2. A partir dos 10 anos, aproximadamente, há um agravamento da degeneração e o adolescente irá precisar ser auxiliado em todas as tarefas, atividades, isso porque tem uma perda de força. De forma geral, pessoas com Distrofia Muscular Progressiva de Duchenne vão a óbito em torno de 20 anos, por insuficiência respiratória (DIEHL, 2008). Hernández et al. (2018, p.25) destacam que, na realização de atividade física, deve-se levar em consideração estas características. Atividades na água não são ótima ideia, pois as pessoas conseguirão se deslocar com maior facilidade. Ademais, é importante ressaltar que a criança com Distrofia de Duchenne “não pode esgotar sua musculatura no decorrer da prática física, embora esta seja uma terapia”. 3.2.3 Origem Ósseo-articular As deficiências de origem ósseo-articular, são aquelas em que as lesões afetam principalmente o tecido ósseo e/ou articular. Isso pode levar a sequelas no aparato motor (DIEHL, 2006). Tais lesões podem ser originadas antes ou durante o nascimento da criança, que são as chamadas de malformações congênitas, ou podem ainda, ser adquiridas ao longo da vida, como exemplo temos a amputação. 3.2.3.1 Malformações A malformação pode acontecer durante a gestão ou no momento do nascimento. Isso pode resultar na ausência de um membro completoou ausência de alguma parte. Essa ausência de membro ou de parte dele pode ser causada por toxicidade de medicamentos, podemos mencionar como exemplo a talidomida (DIEHL, 2006). Figura 8. Malformação na mão Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/malaga-andalusia-spain-15-april-2019-1762186289 Diehl (2006) aponta que há também outra forma de malformação congênita. Esta diz respeito à rigidez articular, há a calcificação das articulações de forma com que o sujeito pede a mobilidade dos locais atingidos. 3.2.3.2 Amputação A amputação, de acordo com Hernández et al. (2018, p. 30) é “perda total ou parcial de uma extremidade superior ou inferior”. Amputação é uma lesão adquirida, em geral, tem como causa algum trauma que acaba afetando o sistema nervoso periférico, causando sequelas graves, que por sua vez, se torna necessário a retirada do membro um pouco acima da lesão (DIEHL, 2006). O médico irá preservar a parte de cima do membro que foi amputado. Este restante é chamado de coto. É o coto que permite a colocação da prótese (DIEHL, 2006). Tais próteses substituem a extremidade perdida (HERNÁNDEZ, et al., 2018). https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/malaga-andalusia-spain-15-april-2019-1762186289 Figura 9. Membro inferior amputado. Fonte: Shutterstock. https://image.shutterstock.com/image-photo/amputated-woman-cinematic-image-beautiful- 600w-1892122660.jpg Estudante, é importante ressaltar que a amputação pode acontecer em qualquer momento da vida. Suas causas podem ser: ● Congênitas: quando acontece a falta de formação embrionária. ● Traumáticas: por acidentes de trânsito ou de trabalho… ● Vasculares: ocorre em pessoas que possuem diabetes ou arteriosclerose. ● Tumorais: por tumores. 3.2.4 ORIGEM MEDULAR https://image.shutterstock.com/image-photo/amputated-woman-cinematic-image-beautiful-600w-1892122660.jpg https://image.shutterstock.com/image-photo/amputated-woman-cinematic-image-beautiful-600w-1892122660.jpg As deficiências de origem medular são aquelas causadas por lesões na região da coluna medular, com isso, afeta-se a sensibilidade, o controle motor ou os dois. Ela pode ocorrer na coluna cervical (C1 a C7), torácica (T1 a T12), lombar (L1 a L5) ou sacral (DIEHL, 2006). Veja a figura 6, que representa a coluna. Figura 10. Coluna vertebral Fonte: Shutterstock https://image.shutterstock.com/image-vector/human-spine-vertebral-column-name-600w- 1478879357.jpg A deficiência de origem medular, podem ter suas lesões originadas da Espinha Bífida, Traumatismos e outros. 3.2.4.1 Espinha Bífida De acordo com Hernández et al. (2018, p. 16), a espinha bífida é “uma malformação congênita que consiste numa falha no fechamento do tubo neural durante o período embrionário”. Quando a criança ainda está útero, não acontece o fechamento total da coluna vertebral quando ela se forma, e com isso, algumas vértebras ficam abertas e parte da medula espinhal fica para fora (HERNÁNDEZ et al., 2018). A criança que nasce com a espinha bífida apresenta uma protuberância nas costas bem evidente. Hernández et al. (2018) traz uma primeira classificação: ● Espinha bífida oculta: aqui não há protuberância e nem manifestação externa de algo. Este é o tipo mais leve e comum de espinha bífida (MARQUES; CIDADE; LOPES, 2009). Figura 11. Espinha bífida oculta Fonte: Tua Saúde, s/d. https://www.tuasaude.com/espinha-bifida-oculta/ ● Meningocele: há meninge e líquido cefalorraquidiano na protuberância, não células nervosas. Para Marques, Cidade e Lopes (2009), essa forma de espinha bífida raramente tem danos neurológicos. https://www.tuasaude.com/espinha-bifida-oculta/ Figura 12. Meningocele Fonte: Saúde News, 2020. https://www.amato.com.br/meningocele-mielomenigocele-espinha-bifida/ ● Mielomeningocele: malformação medular, acarretando em hérnia dorsal com células nervosas. Este é o tipo mais grave. A mielomeningocele acontece com mais frequência nas vértebras lombares, o que limita a deficiência aos membros inferiores (MARQUES; CIDADE; LOPES, 2009). https://www.amato.com.br/meningocele-mielomenigocele-espinha-bifida/ Figura 13. Mielomeningocele Fonte: Blog Casa Adaptada, 2016. https://casadaptada.com.br/2016/12/mielomeningocele-causas-sintomas-e-tratamentos/ 3.2.4.2 Traumatismos medulares A coluna é parte integrante do Sistema Nervoso Central, qualquer lesão que aconteça nela, causará danos irreversíveis. Segundo Diehl (2006, p. 98), “conforme o trauma, o indivíduo pode perder parcial ou totalmente a sensibilidade do corpo e o controle dos movimentos logo abaixo de onde ocorreu a lesão”. A altura da lesão na coluna está relacionada com a consequência desta, ou seja, quanto mais alta a lesão maior o comprometimento. Veja a seguir um quadro com a explicação acerca das lesões, classificações e consequências. https://casadaptada.com.br/2016/12/mielomeningocele-causas-sintomas-e-tratamentos/ Quadro 1. Lesões, classificações e consequências ALTURA DA LESÃO CLASSIFICAÇÃO CONSEQUÊNCIA Acima da C4 Tetraplegia alta Perda da capacidade respiratória, perda sensitiva e do controle motor dos quatro quatro membros e tronco. Cervicais abaixo da C4 Tetraplegia Perda sensitiva e do controle motor dos quatro membros e tronco. Torácicas Paraplegia alta Perda sensitiva e do controle motor dos membros inferiores e tronco. Lombares Paraplegia baixa Perda sensitiva e do controle motor da musculatura do quadril e dos membros inferiores. Sacrais e coccígeas Paralisia parcial Perda parcial da sensibilidade e do controle motor da musculatura e dos membros inferiores. Fonte: Diehl, 2006, p.98. REFLITA Você sabia que a principal origem das deficiência físicas no Brasil advém de acidentes de trânsito e de trabalho? Pois é. Essa informação é verdadeira. Fonte: Hernádez et al., 2018. #REFLITA# 3.3 Deficiência Visual Figura 14. Criança com deficiência visual Fonte: Shutterstock. https://image.shutterstock.com/image-photo/blind-visually-impaired-childkidtoddlerpreschoolerboy- walking-600w-1192950877.jpg Então estudante, você sabe o que é a deficiência visual e como devemos chamar tais sujeitos? Vamos juntos descobrir. A deficiência visual, é um termo que usamos para nos referirmos à perda visual que não pode ser corrigida com lentes por prescrição regular (SILVA; VITAL; MELLO, 2012), “se refere a uma limitação sensorial que anula a ou reduz a capacidade ver” (MARQUES; CIDADE; LOPES, 2009). A deficiência visual pode ser de origem congênita ou adquirida, ou seja, o sujeito nasce com a deficiência ou a adquire ao longo da vida. Um exemplo para essa aquisição, seria o glaucoma, a retinose pigmentar, retinoblastoma, diabetes tipo 1. A pessoas que possuem deficiência visual ela pode ser cega ou ter baixa visão. A pessoa cega é aquela que não consegue ver nada. A cegueira é a “ausência ou perda da visão em ambos os olhos, ou um campo inferior a 0,1 grau do melhor olho” (DIEHL, 2006, p. 62), isso mesmo após correção. Falando sobre o viés https://image.shutterstock.com/image-photo/blind-visually-impaired-childkidtoddlerpreschoolerboy-walking-600w-1192950877.jpg https://image.shutterstock.com/image-photo/blind-visually-impaired-childkidtoddlerpreschoolerboy-walking-600w-1192950877.jpg educacional, Diehl (2006) afirma que a cegueira é vista como perda total da visão ou resíduo mínimo de visão que leva o aluno a utilizar do Braille (sistema de escrita tátil) para ler e escrever, além de outros recursos didáticos necessários. Observe a figura abaixo, nela você encontra o alfabeto em braille. Figura 15. Alfabeto em braille Fonte: Shutterstock https://image.shutterstock.com/image-illustration/braille-visually-impaired-writing-system-600w-1858649119.jpg A pessoa que possui baixa visão, são aquelas que “apresentam desde condições de indicar projeção luminosa, até o grau em que a redução de sua acuidade visual limite o desempenho das atividades diárias da vida” (MARQUES; CIDADE; LOPES, 2009, p. 140). Na educação elas também necessitam de recursos didáticos especiais, como alteração da cor do papel, impressão com letras grandes. As pessoas com deficiência visual podem usar uma bengala. Esta bengala possui cores, que por sua vez ajudam a identificar a deficiência. Veja a figura 16. https://image.shutterstock.com/image-illustration/braille-visually-impaired-writing-system-600w-1858649119.jpg https://image.shutterstock.com/image-illustration/braille-visually-impaired-writing-system-600w-1858649119.jpg Figura 16. Cores de bengala e tipos de deficiência Fonte: Folha da Terra, 2019. https://www.portalfolhadaterra.com.br/wp-content/uploads/2019/12/Deficientes- visuais.jpg.pagespeed.ce_.NNnkmDdN5D.jpg Estudante, a pessoa que utiliza a bengala branca é cega. A pessoa que usa a bengala verde, possui baixa visão e a pessoa com a bengala vermelha e branca, significa que é surda e cega. Além da bengala a pessoa com deficiência visual pode utilizar como meio de orientação e mobilidade o cão-guia (figura 17) (ele indica os espaços em que a pessoa pode se deslocar com segurança) e o guia humano ou vidente (a pessoa com deficiência visual é orientada por uma pessoa que enxerga) (figura 18). https://www.portalfolhadaterra.com.br/wp-content/uploads/2019/12/Deficientes-visuais.jpg.pagespeed.ce_.NNnkmDdN5D.jpg https://www.portalfolhadaterra.com.br/wp-content/uploads/2019/12/Deficientes-visuais.jpg.pagespeed.ce_.NNnkmDdN5D.jpg Figura 17. Cão guia Fonte: shutterstock. https://image.shutterstock.com/image-photo/guide-dog-helping-blind-woman-600w- 714740041.jpg Figura 18. Guia humano Fonte: Solera (2021) 3.4 Deficiência Auditiva A pessoa que possui deficiência auditiva, é chamada de surda, sendo assim ela possui surdez. A surdez caracteriza-se pela “perda total ou parcial da capacidade de https://image.shutterstock.com/image-photo/guide-dog-helping-blind-woman-600w-714740041.jpg https://image.shutterstock.com/image-photo/guide-dog-helping-blind-woman-600w-714740041.jpg conduzir ou perceber sinais sonoros, ou seja, corresponde à perda parcial ou total da audição” (DUARTE; GORLA, 2009, p. 24). A surdez pode ser: ● Surdez de condução: a lesão está localizada no ouvido externo ou médio, o que leva a diminuição da audição na intensidade sonora. ● Surdez neurossensorial: lesão no ouvido interno, no labirinto. Há a diminuição ou perda da capacidade de perceber o som. Independente do tipo de surdez, as alterações poderão ocorrer em maior ou menor grau. De acordo com Duarte e Gorla (2009, p. 25) “ o surdo, muitas vezes escuta o som, mas não compreende o que está escutando, e isso pode desencadear irritação, frustração, curiosidade e desmotivação, que podem interferir em seu processo cognitivo e psicológico". Mas estudante, você sabe como se identifica e mede o grau de audição de uma pessoa? Por meio de testes audiométricos. Veja o quadro abaixo (Quadro 2) sobre os níveis de limiares auditivas. Quadro 2. Níveis de limiares auditivas DEFICIÊNCIA AUDITIVA LIMIAR AUDITIVO EXEMPLOS APROXIMADOS Leve 25 a 40 dB Sussurro/cochicho Moderada 41 a 55dB Voz fraca Acentuada 56 a 70 dB Voz normal Severa 71 a 85dB Tráfego, furadeira, voz forte Grave 86 a 90 dB Liquidificador, voz muito forte Profunda Superior a 91dB Trem, britadeira, buzina de automóvel, turbina de avião, sons que causam dor. Fonte: Diehl, 2006, p. 43. Sendo assim, pessoas que têm perda auditiva em ambos os ouvidos e escutam entre 25 a 40 dB são consideradas pessoas com deficiência auditiva leve. Estes sujeitos irão conseguir ouvir o som de uma conversa sussurrada, mas eles não ouvem, por exemplo, os barulhos das folhas. E assim por diante conforme mencionado no quadro 2. É importante destacar que a surdez pode ser congênita ou adquirida. E a pessoa com deficiência auditiva utilizará da língua de sinais para sua comunicação. Esta língua “é uma forma de comunicação estritamente visual, comunicada através de gestos codificados, tais como expressões faciais e pequenos movimentos do corpo” (DIEHL, 2006, p. 45). Figura 19. Língua de sinais Fonte: Shutterstock. https://image.shutterstock.com/image-photo/african-deaf-kid-girl-her-600w-1687124812.jpg 3.5 Deficiência Intelectual A deficiência intelectual é aquela que está associada a um funcionamento intelectual abaixo da média. Para Silva, Vital e Mello (2009) a deficiência intelectual é resultado de múltiplos fatores, mas o que há de comum, é a insuficiência intelectual. Geralmente esses sujeitos possuem um ritmo mais lento de aprendizagem. Esse https://image.shutterstock.com/image-photo/african-deaf-kid-girl-her-600w-1687124812.jpg funcionamento abaixo da média, interfere em atividades como comunicação, realizações de tarefas diárias, adaptação social, segurança, lazer, trabalho, entre outros. Há tipos de deficiência intelectual, que dependendo do grau de comprometimento dos sujeitos, eles irão apresentar algumas características. Esses tipos estão relacionados com QI (Quociente de Inteligência), que é um indicador derivado de vários testes que avaliam a capacidade cognitiva das pessoas. Para Silva, Vital e Mello (2009), são eles: ● Profundo (QI abaixo de 19): esses indivíduos apresentam independência completa, eles não conseguem cuidar de si mesmos. Possuem limitações extremamente acentuadas de aprendizagem. ● Severo (QI entre 20 e 35): os sujeitos ainda precisam de apoio tanto em casa quanto na escola. Há um acentuado prejuízo de comunicação e mobilidade. Essas pessoas podem chegar a resultados por meio de atividades condicionadas e repetitivas de forma supervisionada. ● Moderado (QI entre 36 e 51): indivíduo que possui um considerável atraso na aprendizagem e na maioria dos casos apresenta problemas motores visíveis. Apesar disso, tal sujeito apresenta maior facilidade social, assim como a inserção social na família, na escola e na comunidade. ● Leve (QI entre 55 e 69): são as pessoas que apresentam uma aprendizagem lenta, mas que possuem capacidade para realizar tarefas escolares e da vida diária. ● Limítrofe (QI entre 68 e 84): Aqui o sujeito é considerado como a pessoa que possui um desvio de inteligência por conta de algumas dificuldades em exercer tarefas que precisam de raciocínio lógico e grande demanda cognitiva. Como exemplo de deficiência intelectual temos a Síndrome de Down. 3.5.1 Síndrome De Down A Síndrome de Down é uma anomalia causada por um acidente genético na hora da divisão cromossômica das células (DIEHL, 2006). Em pessoas sem esta síndrome, as células possuem 46 cromossomos e estes estão distribuídos em 23 pares. Na Síndrome de Down, o erro acontece no cromossomo 21, que fica com 3 cromossomos, ao invés de dois (figura 20). Figura 20. Trissomia 21 Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/down-syndrome-trisomy-chromosome-21- 1526557787 Por isso, esta síndrome também é conhecida como Trissomia 21 (DANIELSKI, 2001). Este tipo de erro acontece em 95% dos casos de Síndrome de Down. Os outros 5% estão entre a Translação e a Síndrome de Down em Mosaico. A Translação é caracterizada “por uma translocação entre o cromossomo 21 e um dos demais cromossomos, geralmente o 12 ou o 22” (DIEHL, 2006, p. 79). Ela ocorre em cerca de 4% dos pacientes. A Síndrome de Down em Mosaico, ocorre em 1% dos sujeitos. Neste caso “a “primeira célula” do embrião é normal e o erro ocorre no momento da primeira duplicação desta célula e se repete em cada célula enquanto o feto se desenvolve” (DANIELSKI, 2001, p. 25).Apesar desses casos, as pessoas com Síndrome de Down possuem algumas prováveis características. São elas: “Hipotonia, baixa estatura, pescoço curto, orelhas com aparência dobrada típica, boca aberta com a língua protrusa, prega no canto dos olhos semelhante à das pessoas da raça mongólica, pele áspera e seca, dentes pequenos” (DIEHL, 2006, p. 79). A mobilidade pode ser desajeitada e acanhada (DANIELSKI, 2001). Figura 21. Criança com Síndrome de Down Fonte: Shutterstock. https://image.shutterstock.com/image-photo/cute-little-girl-painted-hands-600w-296822216.jpg Você já deve ter visto uma criança com Síndrome de Down, não é mesmo estudante? Devido a questão genética, é possível reconhecermos tais sujeitos em boa parte dos casos, pois a aparência entre eles é muito semelhante. Veja a próxima figura. https://image.shutterstock.com/image-photo/cute-little-girl-painted-hands-600w-296822216.jpg Figura 22. Crianças com Síndrome de Down. Fonte:Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/children-down-syndrome-friendly-company-dogs- 753545983 Essas crianças podem apresentar algumas anomalias, como: instabilidade atlantoaxial, convulsões, epilepsia, cardiopatias congênitas, duplicação intestinal, infecções do aparelho respiratório, estrabismo/miopia, entre outras (DIEHL, 2006). Ademais, possuem também deficiência intelectual, tendo um processo de aprendizagem mais lento, dificuldade de manter a atenção por muito tempo, antecipar e selecionar estímulos e respostas (MARQUES; CIDADE; LOPES, 2009). https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/children-down-syndrome-friendly-company-dogs-753545983 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/children-down-syndrome-friendly-company-dogs-753545983 CONSIDERAÇÕES FINAIS Estudante, chegamos ao fim de nossa primeira unidade da apostila de “Educação Física Adaptada e Inclusiva”. Nesta empreitada inicial, desvendamos o campo voltado à pessoa com deficiência. Você teve a oportunidade de ter contato com aspectos históricos da Educação Física Adaptada e da pessoa com deficiência, assim como, pode conhecer algumas das características e tipos das deficiências física, visual, auditiva e intelectual. Frente a isso podemos concluir que: O esporte adaptado surgiu com o intuito de auxiliar as pessoas mutiladas da guerra em sua recuperação e partir disso, tem evoluído a cada dia e possibilitado às pessoas que o pratica diversos pontos positivos, não é mesmo? Além disso, trouxe para a Educação Física a oportunidade de olhar para um corpo fora de um padrão socialmente estabelecido, buscando compreender suas práticas e propositivas para além do corpo perfeito, saudável, forte, etc. O percurso histórico da pessoa com deficiência não foi fácil. Pelo contrário, foi sempre desafiador. Mas apesar de tais sujeitos terem percorrido os caminhos da exclusão, segregação, integração, hoje nos deparamos com o momento de inclusão, no qual, as pessoas com deficiência podem se sentir pertencentes à sociedade, assim como possuem melhores condições para convivência e seu desenvolvimento autônomo. No entanto, vale ressaltar que ainda temos muito a fazer. Quanto às deficiências física, visual, auditiva e intelectual, é preciso ter em mente a importância de conhecer cada detalhe destas e suas especificidades. Apesar de termos definido, por exemplo, os tipos de deficiência física, cada sujeito pode apresentar uma condição particular. Fique atento! Por fim estudante, estes conhecimentos são extremamente importantes para o decorrer de seus estudos em nossa apostila. Conhecer a história é uma forma de entender os desdobramentos atuais, assim como, conhecer os tipos de deficiência é a base para em seguida conhecer as modalidades esportivas destinadas a ela. Vamos em frente! LEITURA COMPLEMENTAR Caro(a) estudante, vimos que as pessoas com deficiência apresentam algumas especificidades que devem ser levadas em consideração ao intervimos junto a elas e que nem todas as ações partem efetivamente dos preceitos da integração e inclusão. Quando olharmos a pessoa com deficiência apenas em suas limitações e buscamos ajudá-la fazendo as coisas por ela e não a auxiliando a fazer por si mesmo (em suas potencialidades) não estamos incluindo e sim evidenciando suas dificuldades, agindo de forma assistencialista. Por isso, lembre-se de sempre ver o que a pessoa com deficiência consegue fazer para então buscar a melhor forma de ajudá-la, viabilizando autonomia a mesma. Nesta unidade, conhecemos as deficiências em seus conceitos e características, compreendendo seus modelos e tipos e vimos também que a Educação Física Adaptada,expressão relativamente nova (proposta em 1950 pela Association for Health, Physical Education, Recreation and Dance) vem se instaurando como um campo de atuação que busca promover saúde, bem estar físico, psicológico, social e cognitivo para essas pessoas, por isso, é um campo multifacetado que diariamente se reinventa e abre novas possibilidades de práticas e atuação profissional. As primeiras ações sistematizadas para os propósitos supra apresentados, partiram das propositivas do Dr. Ludwig Guttman, conhecido como pai da Educação Física Adaptada, em especial dos esportes paralímpicos. No Brasil, segundo Costa e Souza (2004) a preocupação com práticas direcionadas às pessoas com deficiência e ao esporte adaptado ganham força em 1950, com enfoque médico, ou seja, direcionado para prevenção de doenças e exercícios de correção e prevenção, mas de certa forma, nos dias de hoje ainda possuem algumas lacunas que precisam ser revistas e melhoradas, ampliando o olhar para a Educação Física Adaptada como um meio de inserção social e efetiva inclusão. Vocês já pararam para pensar que os esportes adaptados/paralímpicos, são sim um meio de reintegração social, saúde, qualidade de vida, etc., mas muitas vezes essas práticas são realizadas apenas entre pessoas com deficiência? Para uma efetiva inclusão e atender os propósitos em sua plenitude, essas experiências corporais precisam envolver pessoas com e sem deficiência, por isso os esportes adaptados precisam ser fomentados no contexto escolar, de centros esportivos, academias, clubes e associações, entre tantos outros. Carmo (2002) traz reflexões importantes; será que a Educação Física está preparada para tratar o uno e o diverso em uma mesma prática corporal? Quais práticas propõe a participação conjunta de pessoas com e sem deficiência? Será possível uma educação inclusiva? As escolas, alunos, professores, espaços públicos estão preparados e abertos para essas experiências? Ficam aqui algumas reflexões importantes para a Educação Física Adaptada e para busca da inclusão, esperamos que ao longo deste material você encontre respostas para esses e tantos outros questionamentos. Fonte: Anversa; Solera (2021) LIVRO • Título. Educação Física Adaptada. • Autor. Maria de Fátima Fernanda Vara; Ruth Eugênia Cidade. • Editora. Intersaberes. • Sinopse . A prática de atividades físicas é de suma importância para a manutenção da saúde das pessoas. Quando a atividade física é um esporte, os ganhos são ainda maiores, uma vez que ele proporciona, entre outras habilidades, a de superação de obstáculos. Nesse sentido, a educação física adaptada entra em cena para garantir que o desenvolvimento de práticas tão benéficas da cultura corporal de movimento e do esporte estejam ao alcance de todos. Acompanhe-nos nestas páginas e descubra novas formas de ensinar, explorar e valorizar a possibilidade e o potencial de cada aluno, de modo que a diferença seja a motivação para novas oportunidades de aprendizado. FILME/VÍDEO • Título. Intocáveis. • Ano. 2019. • Sinopse. O filme“Intocáveis”, escrito e dirigido por Eric Toledano e Olivier Nakache, conta a história de tetraplégico milionário, que contrata um homem da periferia para ser o seu acompanhante, apesar de sua aparente falta de preparo. Ao longo do filme, a relação que antes era profissional cresce e vira uma amizade que mudará a vida dos dois. REFERÊNCIAS ARANHA, M. S. F. Paradigmas da relação da sociedade com as pessoas com deficiência. Revista do Ministério Público do Trabalho, São Paulo, n. 21, p. 160-173, mar. 2001. BRASIL, Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF, 2015a. Sessão 1, p. 2. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2015/lei-13146-6-julho- 2015-781174-norma-pl.html. Acesso: 25 abri. 2021. CARMO, A.A do. Inclusão escolar e a educação física: que movimentos são estes. Revista Integração, p. 6-13, 2002. CIDADE, R. E. A.; FREITAS, P. S. Introdução à educação física e ao desporto para pessoas com deficiência. Curitiba: Ed. da UFPR, 2002. COSTA, A. M. da; SOUSA, S. B. Educação física e esporte adaptado: história, avanços e retrocessos em relação aos princípios da integração/inclusão e perspectivas para o século XXI. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 25, n. 3, 2004. DANIELSKI, V. Síndrome de Down: uma contribuição à habilitação da criança com Down. 2ª ed. São Paulo: Ave Maria, 2001. DIEHL, R. M. Jogando com as diferenças: jogos para crianças e jovens com deficiência. São Paulo: Phorte, 2006. DUARTE, E.; GORLA, J. I. Pessoas com deficiência. In: GORLA, J. I.; CAMPANA, M. B.; OLIVEIRA, L. Z. (org). Teste e avaliação em esporte adaptado. São Paulo: Phorte, 2009. FAVATTO, N. C. Educação Física Inclusiva. Maringá: Unicesumar, 2018. FERREIRA, M. E. C.; GUIMARÃES, M. Educação Inclusiva. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. FREITAS, P. S; CIDADE, R. E. A. Introdução a educação física adaptada para pessoas com deficiência. Curitiba: Editora UFPR, 2010. GAIO, R. Para além do corpo deficiente. Jundiaí: Fontoura, 2006. HERNÁNDEZ, M.; RODRÍGUEZ, A. B.; JANÉ, T. B.; GRES, N. C. Atividade Física Adaptada: o jogo e os alunos com deficiência. Petrópolis: Vozes, 2018. KASSAR, M. C. M. Deficiência múltipla e educação no Brasil: discurso e silêncio na história dos sujeitos. Campinas,SP: Autores Associados, 1999. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.146-2015?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.146-2015?OpenDocument MARQUES, R. F.R.; GUTIERREZ, G. L. O esporte paralímpico no Brasil: profissionalismo, administração e classificação de atletas. São Paulo: Phorte, 2014. MARQUES, A. C.; CIDADE, R. E. C.; LOPES, K. A. T. Questões da deficiência e as ações no Programa Segundo Tempo.In: OLIVEIRA, A. A. B.; PERIM, G. L. Fundamentos Pedagógicos do Programa Segundo Tempo: da reflexão à prática. Maringá: Eduem, 2009. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde-CIF. Lisboa, 2004. Disponível em: http://www.inr.pt/uploads/docs/cif/CIF_port_%202004.pdf. Acesso em: 3 mar. 2021. SOLERA, Bruna. Deficiência, corpo e inclusão: um estudo a partir de praticantes de esportes paralímpicos. 2018. Dissertação (Mestrado em Educação Física)– Centro de Ciências da Saúde. Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2018. SILVA, A.; VITAL, R.; MELLO, M. T. Deficiência, incapacidades e limitações que influenciam na prática do esporte paralímpico. In: MELLO, M. T.; WINCKLER, C. Esporte Paralímpico. São Paulo: Atheneu, 2012. WINNICK, J. Educação física e esportes adaptados. São Paulo: Manole, 2004. UNIDADE II ESPORTES ADAPTADOS E PARALÍMPICOS Professora Doutora Ana Luíza Barbosa Anversa Professora Mestre Bruna Solera Plano de Estudo: • Esportes Adaptados x Esportes Paralímpicos; • Esportes Paralímpicos de Verão; • Esportes Paralímpicos de Inverno. Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar e caracterizar os Esportes Adaptados e Esportes Paralímpicos; • Conhecer as modalidades de verão e inverno de Esporte Paralímpico. INTRODUÇÃO Olá estudante, Seja bem vindo (a) a segunda unidade da nossa apostila de “Educação Física Adaptada e Inclusiva”! Esta unidade, intitulada de “Esportes Adaptados e Paralímpicos” tem como objetivo possibilitar a você conhecimentos acerca das modalidades esportivas que foram adaptadas ou criadas para pessoas com deficiência, destacando os esportes Paralímpicos de verão e de inverno. Sendo assim, dividimos esta unidade em três momentos: tópico 1 “Esportes Adaptados x Esportes Paralímpicos”, tópico 2 “Esportes Paralímpicos de Verão” e tópico 3 “Esportes Paralímpicos de Inverno”. No primeiro tópico iremos conceituar esporte adaptado e esporte paralímpico, assim como diferenciá-los. Você conhece essa diferença? Já no tópico seguinte, você terá a oportunidade de conhecer as modalidades que integram o programa de esporte paralímpico de verão, como, a bocha, basquete em cadeira de rodas, canoagem, ciclismo, entre outros. E por fim, no terceiro tópico, haverá a exposição das modalidades esportivas paralímpicas de inverno, como esqui cross country, curling em cadeira de rodas, hóquei no gelo, snowboard, esqui alpino e biatlo. Será uma caminhada incrível que contribuirá com a sua formação e atuação profissional. Bons estudos! Imagem do Tópico: https://image.shutterstock.com/image-vector/group-multiracial-man-woman-on- 600w-1787474846.jpg www.shutterstock.com/ 1 ESPORTES ADAPTADOS X ESPORTE PARALÍMPICOS: CONCEITOS E HISTÓRIA O esporte adaptado é uma terminologia que abrange a prática esportiva realizada pelas pessoas com deficiência com o objetivo de inclusão ou melhoria nas questões motoras (COSTA; WINCKLER, 2012). Ele é baseado em modalidades convencionais que foram adaptadas para a participação desses sujeitos (exemplo, Basquete em Cadeira de Rodas, Vôlei Sentado, Bocha) ou foram criadas especificamente para atender as necessidades de uma deficiência, como é o caso do goalball, esporte criado exclusivamente para pessoas com deficiência visual. Enquanto o esporte paralímpico, se caracteriza como uma das formas do esporte adaptado (MARQUES; GUTIERREZ, 2014). As modalidades que se encaixam aqui, são reconhecidas pelo Comitê Paralímpico Internacional. Sendo assim, ele se constitui como um espaço mais restrito, pois remete a prática de modalidades de verão e modalidades https://image.shutterstock.com/image-vector/group-multiracial-man-woman-on-600w-1787474846.jpg https://image.shutterstock.com/image-vector/group-multiracial-man-woman-on-600w-1787474846.jpg http://www.shutterstock.com/ de inverno e demanda uma avaliação médica e funcional do praticante, para partidas oficiais. Tais modalidades estão presentes nos chamados Jogos Paralímpicos. De acordo com Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), seguem as modalidades que temos em tal competição: Modalidades de Verão: Atletismo; Basquete em Cadeira de Rodas; Bocha; Canoagem; Ciclismo; Esgrima em Cadeira de Rodas; Futebol de 5; Futebol de 7; Goalball; Halterofilismo; Hipismo; Judô; Natação; Parabadminton; Parataekwondo; Remo; Rugby em Cadeira de Rodas; Tênis de Mesa; Tênis em Cadeira de Rodas; Tiro com Arco; Tiro Esportivo; Triatlo; Vôlei Sentado. Modalidades de Inverno: Esqui Cross-Country; Curling em Cadeira de Rodas; Esqui Alpino; Biatlo; Hóquei no Gelo; Snowboard. Conheça essas modalidades nos próximos tópicos. O Esporte Paralímpico possui um logotipo/símbolo. Observe a figura 1. Figura 1. Logotipo atual Paralímpico Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/london-april-16-paralympic-symbol-on-188368247Este símbolo é composto por 3 Agitos das cores vermelho, azul e verde. O Agito significa “Eu me movimento” em latim. As cores dos Agitos representam as cores mais utilizadas em todas as bandeiras do mundo. Os três agitos circulam um ponto central, com o objetivo de enfatizar o papel do Comitê Internacional Paralímpico (IPC) em reunir atletas de todo o mundo e fazê-los competir. 1.2 Jogos Paralímpicos Os Jogos Paralímpicos acontecem a cada 4 anos, em geral nos mesmos anos dos esportes olímpicos. Nele estão os melhores atletas do mundo. É o segundo maior evento https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/london-april-16-paralympic-symbol-on-188368247 esportivo, perde apenas para as Olímpiadas. Mas é o maior evento quando se trata de esporte para pessoas com deficiência. A primeira edição aconteceu no ano de 1952, em Stoke Mandeville, onde havia apenas pessoas com lesão medular, dois países e 130 atletas participando. A competição de chamou 1º Jogos Internacionais Stoke Mandeville. Mas o Brasil começou a participar apenas em 1972, na Alemanha (Heidelberg). Do total de 984 atletas, dez eram do Brasil competindo em cinco modalidades, e o restante, de 43 países. Já em 1976, em Toronto (Canadá), participaram do evento pessoas de 38 países com lesão medular, amputação, deficiência visual e outras deficiências, com 1.657 atletas. Destes, 23 eram brasileiros competindo em oito modalidades. O evento e a participação em geral, assim como do Brasil, foram crescendo, incluindo deficiências e modalidades esportivas ao longo das edições. Em 2008, na China (Beijing), 150 países participaram com um total de 1.970 atletas, o Brasil levou 186 atletas que competiram em 13 modalidades (PARSONS; WINCKLER, 2012) e 2016 foi o ano em que o país teve sua maior participação na Paralimpíada, tanto em número de atletas quanto de modalidades. Veja o quadro 1. Quadro 1. Informações sobre os Jogos Paralímpicos, entre 1960 e 2016. Logotipo, ano, local, logomarca, número de países participantes, número de atletas no total, colocação do Brasil, número de atletas brasileiros, total de medalhas do Brasil e modalidades de participação brasileira Ano Local Nº de Países Nº de Atletas Colocação do Brasil Nº de atletas Total de medalhas Modalidades de participação brasileira 1952 Stoke Mandeville 2 130 - - - - 1960 Roma, Itália 23 400 - - - - 1964 Tóquio, Japão 21 357 - -- - - 1968 Tel Aviv, Israel 29 750 - - - - 1972 Heidelberg , Alemanha 43 984 32º 10 0 Basquetebol, atletismo, natação e tiro com arco. 1976 Toronto, Canadá 38 1.657 32 º 23 2 Atletismo, basquetebol, bocha paralímpica e bocha, dardo, sinuca, tênis de mesa, levantamento de peso. 1980 Arnhem, Holanda 42 1.973 42 º 15 0 Basquetebol e natação. 1984 Stoke Mandeville , Inglaterra e Nova York,EUA 41 Ingl. 45 EUA 1.100 Ingl. 1.800 EUA 24 º 31 22 Atletismo e natação. 1988 Seul, Coréia do Sul 61 3.013 25 º 60 27 Atletismo, judô, natação, tênis de mesa e basquetebol em cadeira de rodas. 1992 Barcelona, Espanha 82 3.021 30 º 41 7 Atletismo, ciclismo, futebol de 7, judô, natação e tênis de mesa. 1996 Atlanta, EUA 103 3.195 37 º 60 21 Atletismo, basquetebol em cadeira de rodas, ciclismo, futebol de 7, judô, natação, levantamento de peso, tênis em cadeira de rodas e tênis de mesa 2000 Sidney, Austrália 122 3.843 24 º 64 22 Atletismo, basquetebol DM, ciclismo, esgrima, futebol de 7, judô, natação, levantamento de peso e tênis de mesa 2004 Atenas, Grécia 136 3.806 14 º 96 33 Atletismo, basquetebol DM, ciclismo, esgrima, futebol de 7, judô, natação, levantamento de peso e tênis de mesa 2008 Beijing, China 150 3.970 9 º 186 47 Atletismo, basquete em cadeira de rodas, ciclismo, hipismo, futebol de 5, futebol de 7, goalball, judô, Tênis em cadeira de rodas, remo e tênis de mesa 2012 London, Great Britain 164 4.245 7º 182 43 Atletismo, bocha, ciclismo, hipismo, futebol de 5, futebol de 7, goalball, judô, levantamento de potência, tênis em cadeira de rodas, remo , vela, natação, tiro esportivo, basquete em cadeira de rodas, esgrima em cadeira de rodas. 2016 Rio de Janeiro, Brasil 160 4.328 8 º 283 72 Atletismo, basquete em cadeira de rodas (BCR), bocha, canoagem, ciclismo de estrada, ciclismo de pista, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, hipismo, judô, natação, remo, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo, vela e vôlei sentado. Fonte: Adaptação de Parsons; Winckler (2012); International Paralympic Committee (201?). Na última edição dos Jogos Paralímpicos, Rio 2016, o megaevento contou com mais de 4.000 atletas de 170 países (quadro 2), sendo 283 atletas brasileiros que competiram nas 23 modalidades do programa paralímpico, com cobertura jornalística de 154 países (PORTAL BRASIL, 2016). Quadro 2. Países que participaram dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 CONTINENTE PAÍS ÁFRICA Algeria Angola Benin Botswana Burkina Faso Burundi Cameroon Cape Verde Central African Republic Congo DR Congo Cote d'Ivoire Egypt Ethiopia Gabon Gambia Ghana Guinea Guinea-Bissau Kenya Lesotho Libya Madagascar Malawi Mali Mauritius Morocco Mozambique Namibia Niger Nigeria Rwanda Sao Tome & Principe Senegal Seychelles Sierra Leone Somalia South Africa UR of Tanzania Togo Tunisia Uganda Zimbabwe Argentina Aruba Bermuda US Virgin Islands https://www.paralympic.org/rio-2016/algeria https://www.paralympic.org/rio-2016/angola https://www.paralympic.org/rio-2016/benin https://www.paralympic.org/rio-2016/botswana https://www.paralympic.org/rio-2016/burkina-faso https://www.paralympic.org/rio-2016/burundi https://www.paralympic.org/rio-2016/cameroon https://www.paralympic.org/rio-2016/cape-verde https://www.paralympic.org/rio-2016/central-african-republic https://www.paralympic.org/rio-2016/central-african-republic https://www.paralympic.org/rio-2016/congo https://www.paralympic.org/rio-2016/democratic-republic-congo https://www.paralympic.org/rio-2016/cotedivoire https://www.paralympic.org/rio-2016/egypt https://www.paralympic.org/rio-2016/ethiopia https://www.paralympic.org/rio-2016/gabon https://www.paralympic.org/rio-2016/gambia https://www.paralympic.org/rio-2016/ghana https://www.paralympic.org/rio-2016/guinea https://www.paralympic.org/rio-2016/guinea-bissau https://www.paralympic.org/rio-2016/kenya https://www.paralympic.org/rio-2016/lesotho https://www.paralympic.org/rio-2016/libya https://www.paralympic.org/rio-2016/madagascar https://www.paralympic.org/rio-2016/mali https://www.paralympic.org/rio-2016/mauritius https://www.paralympic.org/rio-2016/mauritius https://www.paralympic.org/rio-2016/mozambique https://www.paralympic.org/rio-2016/namibia https://www.paralympic.org/rio-2016/nigeria https://www.paralympic.org/rio-2016/rwanda https://www.paralympic.org/rio-2016/sao-tome-principe https://www.paralympic.org/rio-2016/sao-tome-principe https://www.paralympic.org/rio-2016/senegal https://www.paralympic.org/rio-2016/seychelles https://www.paralympic.org/rio-2016/sierra-leone https://www.paralympic.org/rio-2016/somalia https://www.paralympic.org/rio-2016/south-africa https://www.paralympic.org/rio-2016/tanzania https://www.paralympic.org/rio-2016/tanzania https://www.paralympic.org/rio-2016/togo https://www.paralympic.org/rio-2016/tunisia https://www.paralympic.org/rio-2016/uganda https://www.paralympic.org/rio-2016/zimbabwe https://www.paralympic.org/rio-2016/argentina https://www.paralympic.org/rio-2016/aruba https://www.paralympic.org/rio-2016/bermuda https://www.paralympic.org/rio-2016/us-virgin-islandshttps://www.paralympic.org/rio-2016/us-virgin-islands AMÉRICA Brazil Canada Chile Colombia Costa Rica Cuba Dominican Republic Ecuador El Salvador Guatemala Haiti Honduras Jamaica Mexico Nicaragua Panama Peru Puerto Rico Suriname Trinidad & Tobago Uruguay USA Venezuela ÁSIA Afghanistan Bahrain Cambodia Uzbekistan People's Republic of China Hong Kong, China India Indonesia Islamic Republic of Iran Iraq Japan Jordan Kazakhstan DPR Korea Korea Kuwait Kyrgyzstan Lao People's Democratic Republic Macao, China Nepal Malaysia Mongolia Myanmar Philippines Oman Pakistan Palestine Sri Lanka https://www.paralympic.org/rio-2016/brazil https://www.paralympic.org/rio-2016/canada https://www.paralympic.org/rio-2016/chile https://www.paralympic.org/rio-2016/colombia https://www.paralympic.org/rio-2016/costa-rica https://www.paralympic.org/rio-2016/cuba https://www.paralympic.org/rio-2016/dominican-republic https://www.paralympic.org/rio-2016/dominican-republic https://www.paralympic.org/rio-2016/ecuador https://www.paralympic.org/rio-2016/el-salvador https://www.paralympic.org/rio-2016/guatemala https://www.paralympic.org/rio-2016/haiti https://www.paralympic.org/rio-2016/honduras https://www.paralympic.org/rio-2016/jamaica https://www.paralympic.org/rio-2016/mexico https://www.paralympic.org/rio-2016/nicaragua https://www.paralympic.org/rio-2016/panama https://www.paralympic.org/rio-2016/peru https://www.paralympic.org/rio-2016/puerto-rico https://www.paralympic.org/rio-2016/trinidad-tobago https://www.paralympic.org/rio-2016/trinidad-tobago https://www.paralympic.org/rio-2016/uruguay https://www.paralympic.org/rio-2016/usa https://www.paralympic.org/rio-2016/venezuela https://www.paralympic.org/rio-2016/afghanistan https://www.paralympic.org/rio-2016/bahrain https://www.paralympic.org/rio-2016/cambodia https://www.paralympic.org/rio-2016/uzbekistan https://www.paralympic.org/rio-2016/china https://www.paralympic.org/rio-2016/china https://www.paralympic.org/rio-2016/hong-kong https://www.paralympic.org/rio-2016/india https://www.paralympic.org/rio-2016/indonesia https://www.paralympic.org/rio-2016/iran https://www.paralympic.org/rio-2016/iran https://www.paralympic.org/rio-2016/iraq https://www.paralympic.org/rio-2016/japan https://www.paralympic.org/rio-2016/jordan https://www.paralympic.org/rio-2016/kazakhstan https://www.paralympic.org/rio-2016/democratic-people-republic-korea https://www.paralympic.org/rio-2016/korea https://www.paralympic.org/rio-2016/kuwait https://www.paralympic.org/rio-2016/kyrgyzstan https://www.paralympic.org/rio-2016/laos https://www.paralympic.org/rio-2016/laos https://www.paralympic.org/rio-2016/macao https://www.paralympic.org/rio-2016/nepal https://www.paralympic.org/rio-2016/malaysia https://www.paralympic.org/rio-2016/mongolia https://www.paralympic.org/rio-2016/myanmar https://www.paralympic.org/rio-2016/philippines https://www.paralympic.org/rio-2016/oman https://www.paralympic.org/rio-2016/pakistan https://www.paralympic.org/rio-2016/palestine https://www.paralympic.org/rio-2016/sri-lanka Qatar Saudi Arabia Singapore Thailand Syrian Arab Republic Chinese Taipei Tajikistan Vietnam Timor-Leste Turkmenistan United Arab Emirates EUROPA Armenia Austria Azerbaijan Belarus Belgium Bosnia and Herzegovina Bulgaria Croatia Cyprus Czech Republic Denmark Estonia Faroe Islands Finland FYR Macedonia France Georgia Germany Great Britain Greece Hungary Iceland Ireland Israel Italy Latvia Lithuania Luxembourg Malta Republic of Moldova Montenegro Netherlands Norway Poland Portugal Romania Serbia Slovakia Slovenia Spain https://www.paralympic.org/rio-2016/qatar https://www.paralympic.org/rio-2016/saudi-arabia https://www.paralympic.org/rio-2016/singapore https://www.paralympic.org/rio-2016/thailand https://www.paralympic.org/rio-2016/syria https://www.paralympic.org/rio-2016/syria https://www.paralympic.org/rio-2016/chinese-taipei https://www.paralympic.org/rio-2016/tajikistan https://www.paralympic.org/rio-2016/vietnam https://www.paralympic.org/rio-2016/turkmenistan https://www.paralympic.org/rio-2016/uae https://www.paralympic.org/rio-2016/uae https://www.paralympic.org/rio-2016/armenia https://www.paralympic.org/rio-2016/austria https://www.paralympic.org/rio-2016/azerbaijan https://www.paralympic.org/rio-2016/belarus https://www.paralympic.org/rio-2016/belgium https://www.paralympic.org/rio-2016/bosnia-herzegovina https://www.paralympic.org/rio-2016/bosnia-herzegovina https://www.paralympic.org/rio-2016/bulgaria https://www.paralympic.org/rio-2016/croatia https://www.paralympic.org/rio-2016/cyprus https://www.paralympic.org/rio-2016/czech-republic https://www.paralympic.org/rio-2016/denmark https://www.paralympic.org/rio-2016/estonia https://www.paralympic.org/rio-2016/faroe-islands https://www.paralympic.org/rio-2016/finland https://www.paralympic.org/rio-2016/macedonia https://www.paralympic.org/rio-2016/macedonia https://www.paralympic.org/rio-2016/france https://www.paralympic.org/rio-2016/greece https://www.paralympic.org/rio-2016/germany https://www.paralympic.org/rio-2016/great-britain https://www.paralympic.org/rio-2016/greece https://www.paralympic.org/rio-2016/hungary https://www.paralympic.org/rio-2016/iceland https://www.paralympic.org/rio-2016/ireland https://www.paralympic.org/rio-2016/israel https://www.paralympic.org/rio-2016/italy https://www.paralympic.org/rio-2016/latvia https://www.paralympic.org/rio-2016/lithuania https://www.paralympic.org/rio-2016/luxembourg https://www.paralympic.org/rio-2016/malta https://www.paralympic.org/rio-2016/moldova https://www.paralympic.org/rio-2016/montenegro https://www.paralympic.org/rio-2016/netherlands https://www.paralympic.org/rio-2016/norway https://www.paralympic.org/rio-2016/poland https://www.paralympic.org/rio-2016/portugal https://www.paralympic.org/rio-2016/romania https://www.paralympic.org/rio-2016/serbia https://www.paralympic.org/rio-2016/slovakia https://www.paralympic.org/rio-2016/slovenia https://www.paralympic.org/rio-2016/spain Sweden Switzerland Turkey Ukraine OCEANIA Australia Fiji New Zealand Papua New Guinea Fonte: Adaptação International Paralympic Committee (201?). Note estudante, que com o passar das edições do Jogos Paralímpicos, houve uma evolução na participação do Brasil, assim como, teve um aumento no ganho de medalhas e melhor posicionamento na classificação geral, tendo atingido o 7º lugar em Londres, o melhor deles. No Rio 2016, apesar de colocado em 8º lugar, o país levou maior número de atletas e conquistou mais medalhas que na edição anterior. SAIBA MAIS O termo paralímpico é “uma associação entre o prefixo grego “para”, que significa paralelo, e o termo “olímpico”, que segundo o IPC(2010), representa a condição paralela entre os Jogos Olímpicos e Paralímpicos” (PARSONS; WINCKLER, 2014, p. 6). Vale ressaltar que por muitos anos foi utilizado o termo paraolímpico, unindo “paraplegia” e “olimpíada”, mas o fato de envolver outras deficiências para além de cadeirantes, somada a questões linguísticas resultou na mudança do termo. https://www.paralympic.org/rio-2016/sweden https://www.paralympic.org/rio-2016/switzerland https://www.paralympic.org/rio-2016/turkey https://www.paralympic.org/rio-2016/ukraine https://www.paralympic.org/rio-2016/australia https://www.paralympic.org/rio-2016/fiji https://www.paralympic.org/rio-2016/new-zealand https://www.paralympic.org/rio-2016/papua-new-guinea https://www.paralympic.org/rio-2016/papua-new-guinea Imagem do Tópico: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/RMWtiz2JuRpChuT1xVJ8VGFQZ0fqSjJQPnkbmLZCBMhkOBc6 fUt26Utrd7S3Ijv4Pt5c0F9ARYI8JHjW_mNT4c6Wv_0GwpzZiGoU_1iPyuE4ymD37QivG51_FMhOtXJ3XRI pbanGtcvHwb1xVHAlecYth62TkxVEn- ENLvVlql5QSpILHE_avGMkvvgngbcilXclg6BwOcz1HBx7NPUMf5GW550ET4IkWTt1yEs1Iw2Lg6QCWYt AoEHoXYuDfnzcJ1YYV22AHzP9_NXHFaoRj_A0g_iwGS6pFonte: Rede Nacional de Esporte, 2016. http://rededoesporte.gov.br/pt-br/noticias/brasil-alcanca-feito-inedito-vence-a-coreia-do-sul-e-e- ouro-na-bocha #SAIBA MAIS# https://lh3.googleusercontent.com/proxy/RMWtiz2JuRpChuT1xVJ8VGFQZ0fqSjJQPnkbmLZCBMhkOBc6fUt26Utrd7S3Ijv4Pt5c0F9ARYI8JHjW_mNT4c6Wv_0GwpzZiGoU_1iPyuE4ymD37QivG51_FMhOtXJ3XRIpbanGtcvHwb1xVHAlecYth62TkxVEn-ENLvVlql5QSpILHE_avGMkvvgngbcilXclg6BwOcz1HBx7NPUMf5GW550ET4IkWTt1yEs1Iw2Lg6QCWYtAoEHoXYuDfnzcJ1YYV22AHzP9_NXHFaoRj_A0g_iwGS6p https://lh3.googleusercontent.com/proxy/RMWtiz2JuRpChuT1xVJ8VGFQZ0fqSjJQPnkbmLZCBMhkOBc6fUt26Utrd7S3Ijv4Pt5c0F9ARYI8JHjW_mNT4c6Wv_0GwpzZiGoU_1iPyuE4ymD37QivG51_FMhOtXJ3XRIpbanGtcvHwb1xVHAlecYth62TkxVEn-ENLvVlql5QSpILHE_avGMkvvgngbcilXclg6BwOcz1HBx7NPUMf5GW550ET4IkWTt1yEs1Iw2Lg6QCWYtAoEHoXYuDfnzcJ1YYV22AHzP9_NXHFaoRj_A0g_iwGS6p https://lh3.googleusercontent.com/proxy/RMWtiz2JuRpChuT1xVJ8VGFQZ0fqSjJQPnkbmLZCBMhkOBc6fUt26Utrd7S3Ijv4Pt5c0F9ARYI8JHjW_mNT4c6Wv_0GwpzZiGoU_1iPyuE4ymD37QivG51_FMhOtXJ3XRIpbanGtcvHwb1xVHAlecYth62TkxVEn-ENLvVlql5QSpILHE_avGMkvvgngbcilXclg6BwOcz1HBx7NPUMf5GW550ET4IkWTt1yEs1Iw2Lg6QCWYtAoEHoXYuDfnzcJ1YYV22AHzP9_NXHFaoRj_A0g_iwGS6p https://lh3.googleusercontent.com/proxy/RMWtiz2JuRpChuT1xVJ8VGFQZ0fqSjJQPnkbmLZCBMhkOBc6fUt26Utrd7S3Ijv4Pt5c0F9ARYI8JHjW_mNT4c6Wv_0GwpzZiGoU_1iPyuE4ymD37QivG51_FMhOtXJ3XRIpbanGtcvHwb1xVHAlecYth62TkxVEn-ENLvVlql5QSpILHE_avGMkvvgngbcilXclg6BwOcz1HBx7NPUMf5GW550ET4IkWTt1yEs1Iw2Lg6QCWYtAoEHoXYuDfnzcJ1YYV22AHzP9_NXHFaoRj_A0g_iwGS6p https://lh3.googleusercontent.com/proxy/RMWtiz2JuRpChuT1xVJ8VGFQZ0fqSjJQPnkbmLZCBMhkOBc6fUt26Utrd7S3Ijv4Pt5c0F9ARYI8JHjW_mNT4c6Wv_0GwpzZiGoU_1iPyuE4ymD37QivG51_FMhOtXJ3XRIpbanGtcvHwb1xVHAlecYth62TkxVEn-ENLvVlql5QSpILHE_avGMkvvgngbcilXclg6BwOcz1HBx7NPUMf5GW550ET4IkWTt1yEs1Iw2Lg6QCWYtAoEHoXYuDfnzcJ1YYV22AHzP9_NXHFaoRj_A0g_iwGS6p http://rededoesporte.gov.br/pt-br/noticias/brasil-alcanca-feito-inedito-vence-a-coreia-do-sul-e-e-ouro-na-bocha http://rededoesporte.gov.br/pt-br/noticias/brasil-alcanca-feito-inedito-vence-a-coreia-do-sul-e-e-ouro-na-bocha 2 ESPORTES PARALÍMPICOS DE VERÃO: HISTÓRICO, CARACTERIZAÇÃO, REGRAS OFICIAIS. Estudante, nesse tópico você irá conhecer alguns dos Esporte Paralímpicos de verão. Vamos lá? 2.1 Atletismo O atletismo é uma modalidade adaptada para as pessoas com deficiência física, visual e intelectual, seja eles, do sexo feminino ou masculino. Os competidores são divididos em classes esportivas, geralmente os números indicam o grau de comprometimento (quanto menor o número mais grave à deficiência) e as letras indicam o tipo de esporte. Essas classes consideram a funcionalidade na prática esportiva para os atletas com deficiência física e a acuidade visual para os atletas com deficiência visual (COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO). 2.1.1 Provas de Atletismo No Atletismo Paralímpico há provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos, tanto no feminino quanto masculino. De acordo com o CPB, são elas: 2.1.1.1 Provas de Pista As provas de pista são: ● Velocidades : 100m, 200m, 400, rev. 4x400m e rev. 4x100m ● Meio fundo: 800m, 1.500m ● Fundo: 5.000, 10.000m ● Salto em distância ● Salto em altura ● Salto Triplo 2.1.1.2 Provas de Rua As provas de rua são: ● Maratona: 42km ● Meia-maratona: 21km 2.1.1.3 Provas de Campo As Provas de Campo são: ● Lançamento de disco e club; ● Lançamento de dardo ● Arremesso de peso. 2.1.2 Classes no Atletismo Os atletas são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência identificado por meio da classificação funcional. Os que disputam provas de pista (velocidade, meio fundo, fundo e saltos) e de rua (maratona), levam a letra T (de track) em sua classe (COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO). ● T | Track (pista) ● T11 a T13 | Deficiências visuais ● T20 |Deficiências intelectuais ● T31 a T38 | Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes: 35 a 38 para andantes) ● T40 e T41 |Anões ● T42 a T44 |Deficiência nos membros inferiores ● T45 a T47 |Deficiência nos membros superiores ● T51 a T54 |Competem em cadeiras de rodas ● T61 a T64 |Amputados de membros inferiores com prótese Para os atletas que participam das provas de campo, sendo elas os arremessos e lançamentos, há a identificação com a letra F (field) em sua classificação, conforme segue. ● F | Field ● F11 a F13 | Deficiências visuais ● F20 | Deficiências intelectuais ● F31 a F38 | Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes: 35 a 38 para andantes) ● F40 e F41 | Anões ● F42 a F46 | Amputados ou deficiência nos membros superiores ou inferiores (F42 a F44 para membros inferiores e F45 a F46 para membros superiores) ● F51 A F57 | competem em cadeiras de rodas (sequelas de poliomielite, lesões medulares, amputações) Estudante, os atletas com deficiência visual possuem atletas-guia e de apoio. Essa utilização varia de acordo com a classe funcional. Nas provas de 5000m, de 10.000m e na maratona, os atletas das classes T11 e T12 podem ter o auxílio de até dois atletas- guia durante o percurso. No caso de pódio, recebe medalha o atleta-guia que terminar a prova (COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO). E durante a prova, como funciona o auxílio do atleta-guia? Para os atletas T11, eles correm ao lado do atleta-guia e usa um cordão de ligação (figura 2). No salto em distância eles são auxiliados por um apoio. Figura 2. T11 e seu atleta-guia Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/rio-brazil-september-10-2016-gomes-1461178952 Para os atletas T12 o atleta-guia e apoio são opcionais. Já os T13 não podem usar atleta-guia e nem apoio no salto. 2.2 Basquete Em Cadeira De Rodas O Basquete em Cadeira de Rodas (BCR), é uma modalidade de esporte paralímpico que sofreu adaptações, ou seja, ele foi inspirado no basquete convencional. Essa modalidade envolve pessoas com deficiência física/motora, do sexo feminino e masculino. A quadra e cesta usadas nesta modalidade, seguem os padrões olímpicos. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/rio-brazil-september-10-2016-gomes-1461178952 Figura 3. Basquete em Cadeira de Rodas Fonte: Shutterstock. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/rio-de-janeirobrazil-september-16-2016-568484779 A partida de BCR tem duração de quatro quartos de 10 minutos e suas regras são as mesmas do basquete olímpico, contando com uma adaptação: cada atleta deve quicar, arremessar ou passar a bola a cada dois toques de dedo na cadeira (COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO). Em quadra, cada equipe deve conter 5 atletas. Cada time possui uma pontuação referente aos atletas em quadra, e essa pontuação não pode ultrapassar 14 pontos no total. 2.2.1 Classes no Basquete em Cadeira de Rodas https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/rio-de-janeirobrazil-september-16-2016-568484779 Na classificação funcional, os atletas serão avaliados conforme comprometimento físico-motor, com base nessa avaliação, eles vão receber pontos em uma escala de 1 a 4,5 (COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO). Então, quanto maior a deficiência, menor a classe, e vice-versa. Nesse sentido, a equipe precisa ter atletas com uma pontuação diversificada, o que impossibilita que só se tenha atletas com menor comprometimento. 2.3 BOCHA A Bocha é um esporte que sofreu adaptações para possibilitar a participação de pessoas com deficiência. Os atletas dessa modalidade são do sexo feminino ou masculino com deficiência severa ou elevado grau de paralisia cerebral. A Bocha exige que os atletas pensem em estratégias a cada jogada, então os jogadores, apesar do alto grau de comprometimento motor, não possuem deficiência intelectual. A competição consiste em lançar bolas de cor (azul e vermelhas) o mais próximo possível da bola alvo (também chamada de Jack). Para isso, os atletas ficam em um espaço demarcado, chamado de box. Os atletas devem lançar as bolas dentrodos limites da quadra, para esse lançamento é permitido usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio. Os atletas com maior comprometimento contam com a ajuda de um assistente desportivo (também chamados de calheiros) em seu lançamento. Figura 4. Atleta de Bocha Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro, 2016. https://cpb.org.br/noticia/detalhe/1727/ct-paralimpico-brasileiro-recebe-a-quarta-edicao-da-copa-brasil- de-bocha 2.3.1 Classes da Bocha A bocha conta com 4 classes, elas são divididas de acordo com o grau da deficiência e da necessidade de auxílio ou não. Vamos conhecê-las? BC1: o atleta apresenta paralisia cerebral com disfunção motora que afeta todo o corpo (VIEIRA; CAMPEÃO, 2012). Nesta classe a opção de auxílio de ajudantes, estes por sua vez podem estabilizar a cadeira de rodas do jogador e entregar a bola, quando pedido). https://cpb.org.br/noticia/detalhe/1727/ct-paralimpico-brasileiro-recebe-a-quarta-edicao-da-copa-brasil-de-bocha https://cpb.org.br/noticia/detalhe/1727/ct-paralimpico-brasileiro-recebe-a-quarta-edicao-da-copa-brasil-de-bocha Figura 5. Atleta BC1 Fonte: Globo.com, 2012. Foto de Guilherme Taboada / CPB Disponivel em: http://globoesporte.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2012/09/jose-carlos-fica-em-4- na-bocha-paralimpica-e-ja-pensa-no-brasileiro.html. Acesso em 23 de jul. 2021. BC2: o atleta também apresenta paralisia cerebral com disfunção disfunção motora que afeta o corpo todo (VIEIRA; CAMPEÃO, 2012), no entanto, o seu comprometimento é menor do que na classe BC1. Estes atletas não podem ter assistente. http://globoesporte.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2012/09/jose-carlos-fica-em-4-na-bocha-paralimpica-e-ja-pensa-no-brasileiro.html http://globoesporte.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2012/09/jose-carlos-fica-em-4-na-bocha-paralimpica-e-ja-pensa-no-brasileiro.html Figura 6. Atleta BC2 Fonte: CQ. Disponível em: https://gq.globo.com/GQ-no-podio/noticia/2016/09/bocha-ja-rendeu-oito-medalhas-ao- brasil-nos-jogos-paralimpicos.html. Acesso em: 23 de jul. 2021. BC3: O atleta pode apresentar paralisia cerebral ou uma deficiência de origem não cerebral ou degenerativa (VIEIRA; CAMPEÃO, 2012). Esta é a classe na qual estão os atletas com maior comprometimento motor, estão inclusas as deficiência muito severas. Os atletas podem usar instrumento auxiliar (ponteira e calha), e ainda podem ser ajudados por um assistente desportivo. https://gq.globo.com/GQ-no-podio/noticia/2016/09/bocha-ja-rendeu-oito-medalhas-ao-brasil-nos-jogos-paralimpicos.html https://gq.globo.com/GQ-no-podio/noticia/2016/09/bocha-ja-rendeu-oito-medalhas-ao-brasil-nos-jogos-paralimpicos.html Figura 7. Atleta BC3 Fonte: Rede Nacional do Esporte, 2016. Disponível em: http://rededoesporte.gov.br/pt-br/noticias/brasil-alcanca-feito-inedito-vence-a-coreia-do-sul-e-e-ouro-na- bocha. Acesso em 23 de jul. 2021. BC4: Os atletas nesta classe também possuem deficiência severas, eles tem uma grave disfunção locomotora nos quatro membros (VIEIRA; CAMPEÃO, 2012). Recebem assistência apenas os atletas que jogam com o pé. Figura 8. Atleta BC4 Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro,2017. Disponível em: https://cpb.org.br/noticia/detalhe/1598/atletas-da-bocha-voltam-cedo-aos-treinamentos- para-a-temporada-de-2017. Acesso em: 23 de jul. 2021. http://rededoesporte.gov.br/pt-br/noticias/brasil-alcanca-feito-inedito-vence-a-coreia-do-sul-e-e-ouro-na-bocha http://rededoesporte.gov.br/pt-br/noticias/brasil-alcanca-feito-inedito-vence-a-coreia-do-sul-e-e-ouro-na-bocha https://cpb.org.br/noticia/detalhe/1598/atletas-da-bocha-voltam-cedo-aos-treinamentos-para-a-temporada-de-2017 https://cpb.org.br/noticia/detalhe/1598/atletas-da-bocha-voltam-cedo-aos-treinamentos-para-a-temporada-de-2017 2.3.2 Divisões de jogo A Bocha pode ser jogada de forma individual, em pares (duplas) ou equipes (3 atletas para cada lado). Em todas as divisões, cada lado terá 6 bolas de cor. Um lado jogará com as bolas vermelhas e outro lado com as bolas azuis. Então no caso de duplas, cada atleta terá 3 bolas, e em equipes, cada um terá duas bolas. Ambos lados possuem apenas uma bola branca (a primeira bola a ser lançada no jogo). 2.4 Ciclismo O Ciclismo é uma modalidade adaptada que pode ser praticada por pessoas com paralisia cerebral, deficiência visual, amputação e lesão medular (usuários de cadeira de rodas), de ambos os sexos. Esta modalidade segue as regras da União Internacional de Ciclismo, tendo apenas algumas diferenças. As provas provas podem ser de estrada e pista. Temos quatro tipos de Bikes. De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro, são elas: Convencionais: Esta bikes são para atletas amputados e com outras deficiências físico- motoras. Elas podem ter adaptações específicas para o uso de câmbios e freios. Figura 10. Bike convencional Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/beaurouvrefrancejul-21-winner-le-tour-de-108206228 Triciclos: Estas bikes possuem duas rodas atrás para dar mais equilíbrio. Os atletas que a usam são aqueles com paralisia cerebral. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/beaurouvrefrancejul-21-winner-le-tour-de-108206228 Figura 11. Triciclos Fonte: Jornal de Indaiatuba. Photo Credit To Arquivo - Giuliano Miranda/ RIC-PMI http://www.jornalexemplo.com.br/jornal/indaiatuba-recebe-copa-brasil-de-paraciclismo/ Handbikes: São impulsionados pelos braços. São para atletas com paraplegia e tetraplegia. http://www.jornalexemplo.com.br/jornal/indaiatuba-recebe-copa-brasil-de-paraciclismo/ Figura 12. Handbike Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/moscow-russia-12-may-2018-handbike-1089427016 Tandem: são bicicletas de dois lugares, elas são utilizadas pelos atletas com deficiência visual que vão atrás e são conduzidos por seus guias que vão na frente (CIVATTI, 2012). https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/moscow-russia-12-may-2018-handbike-1089427016 Figura 13. Tandem Fonte: Pedal, Photo por Marcio Rodrigues. 2018. Disponível em: https://www.pedal.com.br/mundial-de-paraciclismo-de-pista-2018-brasil-tera-maior-delegacao-da- historia_texto12781.html. Acesso em: 23 de jul. 2021. 2.4.1 Classes do Ciclismo Os atletas de ciclismo são divididos em quatro tipos de classes. De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro, são elas: ● H1 a H5 | Atletas impulsionam a bicicleta adaptada (handbike) com os braços. ● T1 e T2 | Ciclistas com paralisia cerebral cuja deficiência impede de andar numa bicicleta convencional (competem em triciclos). ● C1 a C5 | Atletas competem em bicicletas convencionais. Classes direcionadas aos competidores com deficiência físico-motora e amputados. ● Tandem | Classe destinada aos deficientes visuais. As bicicletas são de dois lugares e o ciclista da frente, ou “piloto” enxerga normalmente. 2.5 Futebol de 5 O Futebol de 5 é uma modalidade adaptada e exclusiva para cegos e pessoas com deficiência visual do sexo masculino. Sua elaboração baseia-se nas regras do futsal adotadas pela FIFA (FREIRE; MORATO, 2012). As adaptações que existem, vem para https://www.pedal.com.br/mundial-de-paraciclismo-de-pista-2018-brasil-tera-maior-delegacao-da-historia_texto12781.html https://www.pedal.com.br/mundial-de-paraciclismo-de-pista-2018-brasil-tera-maior-delegacao-da-historia_texto12781.html contemplar as especificidades da deficiência. As medidas da quadra de jogo são as mesmas do futsal e o seu piso pode ser madeira, borracha sintética, mas ultimamente tem se utilizado grama sintética (COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO). Junto às linhas laterais, são colocadas bandas, que impedem que a bola saia de campo. Cada time é formado por 5 jogadores, sendo um goleiro vidente(ele não pode ter participado de competições oficiais da Fifa nos últimos cinco anos) e quatro na linha (com deficiência visual). A bola possui guizos internos para que os atletas consigam ouvi- la, sendo assim as partidas são silenciosas, podendo haver manifestação da torcida apenas na hora do gol. O jogo tem duração de dois tempos de 25 minutos com 10 minutos de intervalo. Os jogadores usam uma venda nos olhos, caso eles a toquem, cometerão uma falta. Com cinco infrações o atleta é expulso de campo, e pode ser substituído por outro jogador. Além disso, há no jogo um guia (chamador). Ele fica atrás do gol adversário com o objetivo de orientar os atletas de seu time. O chamador pode dizer onde os jogadores devem se posicionar e para onde devem chutar. O técnico e goleiro também auxiliam em quadra. Figura 14. Futebol de 5 Fonte: Adaptação Educa + Brasil. 2019. https://images.educamaisbrasil.com.br/content/banco_de_imagens/guia-de-estudo/D/futebol-para-cegos- chamador.jpg 2.5.1 Classes no Futebol de 5 Após a aferição visual dos atletas, eles são classificados em três classes: B1: são os atletas com maior comprometimento, são cegos ou com percepção de luz, no entanto não reconhecem o formato de uma mão a qualquer distância. B2: atletas com baixa visão, com percepção de vultos. B3: atletas com menor comprometimento, conseguem definir imagens. Nos Jogos Paralímpicos competem apenas as classes B1. 2.6 Futebol De 7 O Futebol de 7 é uma modalidade adaptada baseada no futebol, da qual participam atletas do sexo masculino, com paralisia cerebral, indivíduos com sequelas de traumatismo crânio-encefálico ou de acidentes vasculares cerebrais (CRUZ, 2012). As regras são da FIFA, com a diferença de que os arremessos laterais podem ser cobrados com apenas uma das mãos e não há impedimento (COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO). https://images.educamaisbrasil.com.br/content/banco_de_imagens/guia-de-estudo/D/futebol-para-cegos-chamador.jpg https://images.educamaisbrasil.com.br/content/banco_de_imagens/guia-de-estudo/D/futebol-para-cegos-chamador.jpg Figura 15. Futebol de 7 Fonte: Esporte MS, 2018. https://esportems.com.br/site/2018/11/28/com-quatro-times-do-ms-comeca-hoje-disputa-do-brasileiro-de- futebol-pc-7-em-sao-paulo/ Campo de Jogos: o campo tem no máximo 75mx55m, com balizas de 5mx2m. A marca do pênalti fica a 9,20m do centro da linha de gol. Número de atletas: cada equipe possui 7 jogadores, sendo um deles o goleiro. O time conta ainda com 5 reservas. Tempo de jogo: A partida dura 60 minutos, que são divididos em dois tempos de 30 minutos com intervalo de 10 minutos. 2.6.1 Classes no Futebol de 7 No Futebol de 7, há 3 classes. Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro são elas: FT1: são os atletas que possuem comprometimento severo. FT2: atletas que possuem comprometimento mediano. FT3: os atletas possuem comprometimento leve. De acordo com a regra atual é obrigatório que exista sempre, pelo menos um atleta da classe FT1 em campo. Caso não seja possível, o time deve jogar com um dois https://esportems.com.br/site/2018/11/28/com-quatro-times-do-ms-comeca-hoje-disputa-do-brasileiro-de-futebol-pc-7-em-sao-paulo/ https://esportems.com.br/site/2018/11/28/com-quatro-times-do-ms-comeca-hoje-disputa-do-brasileiro-de-futebol-pc-7-em-sao-paulo/ jogadores a menos. Além disso, cada equipe só pode contar com no máximo um atleta da classe FT3 em campo, durante toda a partida (COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO). 2.7 Goalball O Goalball é uma modalidade criada exclusivamente para pessoas com deficiência visual, tanto para o sexo femino quanto masculino. O objetivo deste esporte é fazer gols, é balançar a rede adversária. Os arremessos são realizados com as mãos e devem ser rasteiros ou tocar pelo menos uma vez nas áreas obrigatórias. A equipe é composta por 3 atletas em quadra que são ao mesmo tempo arremessadores e defensores. E 3 jogadores são reservas. Os atletas podem ser cegos ou de baixa visão, e para que não haja vantagem, todos os atletas devem entrar em quadra bandados e vendados (MORATO; ALMEIDA, 2012). A quadra tem as mesmas dimensões da quadra de vôlei (9m de largura por 18m de comprimento). De cada lado da quadra, há um gol com 9m de largura e 1,30m de altura. Figura 16. Goalball Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro. 2017. Disponível em: https://cpb.org.br/noticia/detalhe/1053/campeonato-das-americas-de-goalball-comeca-nesta-quarta-feira- 29-em-sp. Acesso em: 23 de jul. 2021. O jogo é dividido em dois tempos de 12 minutos, com 3 minutos de intervalo. A bola usada no Goalball é de borracha e possui um guizo em seu interior, então esta modalidade também é um jogo silencioso para que os atletas escutem a bola. https://cpb.org.br/noticia/detalhe/1053/campeonato-das-americas-de-goalball-comeca-nesta-quarta-feira-29-em-sp https://cpb.org.br/noticia/detalhe/1053/campeonato-das-americas-de-goalball-comeca-nesta-quarta-feira-29-em-sp Figura 17. Bola de Goalball Fonte: Shutterstock. https://image.shutterstock.com/image-photo/rio-de-janeirobrazil-september-8-600w-579176449.jpg 2.7.1 Classes no Goalball No Goalball temos 3 classes, B1, B2 e B3. Essas classes competem juntas. Todas as classificações são realizadas por meio da mensuração do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema (COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO). Todos os atletas, independente da classificação, usam vendas. B1: os atletas são cegos totais ou com percepção de luz, no entanto, não conseguem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância. B2: os atletas possuem percepção de vultos. B3: os atletas conseguem definir imagens. https://image.shutterstock.com/image-photo/rio-de-janeirobrazil-september-8-600w-579176449.jpg 2.8 Vôlei Sentado O Vôlei Sentado é uma modalidade adaptada para a prática de homens e mulheres com alguma deficiência física ou relacionada à locomoção (COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO). As regras são as mesmas do vôlei olímpico (melhor de 4 sets). A exceção é que se pode bloquear o saque, no entanto, os jogadores devem manter contato com o chão o tempo todo. Ganha a partida a equipe que vencer três sets. A quadra possui medidas específicas. Ela mede 10m X 6m. A rede fica a 1,15m do chão no masculino, e a 1,05m no feminino. Cada time é composto por 6 jogadores. Figura 18. Vôlei Sentado Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/rio-de-janeirobrazil-august-28-2016-1722204562 2.8.1 Classificação no Vôlei Sentado https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/rio-de-janeirobrazil-august-28-2016-1722204562 De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro, no Vôlei Sentado os atletas são divididos em dois grupos, sendo eles, VS1 e VS2. VS1: nesta classe estão os atletas com uma deficiência que tem maior impacto nas funções essenciais da modalidade, por exemplo, amputados de perna. VS2: nesta classe encontram-se os atletas com uma deficiência com menor interferência nas funções em quadra, por exemplo, amputação de parte do pé, amputação de polegar. Então, no Vôlei Sentado temos atletas com deficiências menos severas. Imagem do Tópico: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/sochi-russia-march-9-2014-winners-182701439 3 ESPORTES PARALÍMPICOS DE INVERNO: CARACTERIZAÇÃO E REGRAS OFICIAS BÁSICAS https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/sochi-russia-march-9-2014-winners-182701439 Neste momento vamos falar sobre os esportes paralímpicos de inverno, Esqui Cross-Country; Curling em Cadeira de Rodas; Esqui Alpino; Biatlo; Hóquei no Gelo; Snowboard. 3.1 Esqui Cross-country O Esqui cross-country é uma modalidade que permite a participação de atletas com deficiência física e visual. Sobre a deficiência física: dependendo da limitação, o esquiadorpoderá usar um sit-ski, ou seja, uma cadeira equipada com par de esquis). Figura 19. Esqui cross-country: deficiência física Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/sochi-russia-march-9-2014-roman-182638610 Sobre deficiência visual: tais atletas competem com um guia, ou não. As classes B2 e B3 podem escolher se irão competir com guia ou não. Homens e mulheres participam de provas de distâncias curtas, que envolvem provas de velocidade, provas de distância média (5 km a 20 km) e longas, que variam de 10 km a 20 km. Além disso, ainda temos o revezamento por equipe. 3.2 Curling Em Cadeira De Rodas O curling em cadeira de rodas é uma adaptação do curling (um esporte coletivo praticado em pista de gelo, que tem como objetivo lançar pedras de granito o mais próximo possível do alvo, para isso usa-se varredores). As equipes são formadas por homens e mulheres, A modalidade é aberta para pessoas com qualquer tipo de dificuldade de locomoção (paraplegia, lesão da medula espinhal, paralisia cerebral, esclerose múltipla e amputação de pernas). Os times devem elaborar estratégias para empurrar sua pedra em direção ao alvo ou bloquear as pedras da outra equipe utilizando um bastão. Os atletas devem calcular o peso, a volta e o caminho que a pedra deve ser jogada (COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO). Figura 19. Curling em Cadeira de Rodas Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/sochi-russia-mar-8-2014-paralympic-218340160 3.3 Esqui Alpino O esqui alpino paralímpico é uma adaptação do esqui alpino. A modalidade é praticada em uma pista de esqui, localizada geralmente entre montanhas. Os atletas devem percorrer um percurso decente em velocidade com passagens obrigatórias por destacas plantadas na neve (portas). O objetivo é completar o percurso o mais rápido possível. O Esqui alpino possui três categorias. De pé: são para atletas com alguma amputação (LW 1 a LW9). Sentados: possuem alguma deficiência de paraplegia (Lw10- Lw12). Deficiência Visual: são para atletas com deficiência visual (B1-B3). Neste caso os atletas terão um guia, que pode iniciar a prova sem passar pelo portão inicial, permitindo que ele esteja um pouco à frente do atleta para oferecer a ele instruções verbais. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/sochi-russia-mar-8-2014-paralympic-218340160 Há duas provas técnicas: Slalom: possui um percurso que exige curvas abruptas, há menor distâncias entre as portas. Slalom Gigante: apresenta maior distância entre as portas. Temos também duas disciplinas de velocidade: Super-G e Downhill: possuem menos mudança de direção, isso porque a distância entre as portas é maior. Por fim, se tem o Super Combinado, que combina uma prova técnica com uma prova de velocidade. Figura 20. Esqui Alpino Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/sochi-russia-march-9-2014-yevgeniy-182569505 3.4 Biatlo De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o Biatlo é um esporte que combina o esqui cross-country com o tiro esportivo. Os atletas são divididos nas categorias sentado, em pé e com deficiência visual. O esporte foi adotado como uma disciplina formal nos Jogos Paralímpicos de Inverno de Lillehammer, em 1994. O Biatlo paralímpico consiste em 7,5m, dividido em 3 etapas de 2,5m, entre as duas etapas os atletas devem acertar dois alvos localizados a uma distância de 10m. A modalidade combina resistência física e capacidade de tiro. Os rifles dos atletas cegos são equipados com óculos eletroacústicos. Quanto mais próximo do alvo o atleta aponta, mais alto é o tom. Figura 21. Biatlo Fonte: Sthutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/pyeongchang-2018-march-14th-biathlon-center- 1077395165 3.5 Hóquei No Gelo O hóquei no gelo, de acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro é um esporte rápido, com alta exigência física, jogado por homens e mulheres com deficiência física nos membros inferiores do corpo. Os atletas usam trenós com duas lâminas, duas varas (uma tem uma ponta para empurrar e outra para o tiro). A disputa é entre dois times de 13 jogadores e dois goleiros. Figura 22. Hóquei no gelo Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/sochi-russia-mar-12-2014-paralympic-230309908 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/pyeongchang-2018-march-14th-biathlon-center-1077395165 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/pyeongchang-2018-march-14th-biathlon-center-1077395165 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/sochi-russia-mar-12-2014-paralympic-230309908 3.6 Snowboard No snowboard os atletas são divididos em dois grupos, com comprometimento nos membros inferiores (categorias SBLL-1, SBLL-2) e com comprometimento nos membros superiores (categoria SB-UL) . Há provas de: Snowboard cross: na qual os atletas percorrem um trajeto cheio de obstáculos. A classificação é feita com tomada de tempo individual. Depois os competidores avançam conforme cada round. Banked slalom, os atletas têm o trajeto com banco de viradas, todos os atletas descem três vezes, o melhor tempo determina o resultado final. Figura 23. Snowboard Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/2018-march-16th-peyongchang-paralympic-games- 1077389600 REFLITA O conhecimento faz parte da concretização do movimento de inclusão, sendo assim, temos o compromisso em transmitir o aprendizado aos nossos alunos, a fim de minimamente contribuir para desmistificar preconceitos imbricados em pessoas leigas quando o assunto é deficiência. Fonte: As autoras. #REFLITA# https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/2018-march-16th-peyongchang-paralympic-games-1077389600 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/2018-march-16th-peyongchang-paralympic-games-1077389600 CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao fim de mais uma unidade da apostila de “Educação Física Adaptada”. Nesta segunda etapa da nossa disciplina, objetivamos possibilitar a você conhecimentos acerca das modalidades esportivas que foram adaptadas ou criadas para pessoas com deficiência. Para isso, traçamos caminhos que nos levaram a entender que a o esporte adaptado, se constitui como uma manifestação adaptada ou criada para a participação de pessoas com deficiência, enquanto o esporte paralímpico é uma forma do esporte adaptado, no entanto, direcionado a um ambiente mais restrito de modalidades, ou seja, inclui apenas as modalidades presentes nos Jogos Paralímpicos de Verão e Inverno. A respeito dos esportes paralímpicos apresentados, vimos que todos eles buscam adequar suas regras e os materiais utilizados durante a prática, de forma que potencialize a performance dos atletas. Assim como, toda modalidade possui uma classificação funcional, a qual permite que as disputas sejam justas. Estudante, os conhecimentos trazidos não se esgotam nas páginas de nossa apostila. Sendo assim, busque a cada dia conhecer com maior profundidade o visto neste momento, assim como, conteúdos novos, com isso, daremos mais um passo em direção a uma formação e uma atuação profissional de qualidade. Vamos em frente! LEITURA COMPLEMENTAR Caro(a) estudante, você reparou ao longo dessa unidade, que os Jogos Paralímpicos contemplam as deficiências físicas, visuais e intelectuais? Frente a isso, você deve ter pensado e a deficiência auditiva, porque não é contemplada nesse evento? A resposta é simples, os atletas surdos participam de um evento específico, conhecido como “Surdolímpiadas”. O Comitê Paralímpico Internacional, apresenta que a realização de evento específico para os atletas surdos se dá pela limitação do número de atletasnos Jogos Paralímpicos, não sendo possível contemplar todos os atletas das diferentes deficiências. E devido ao alto custo que envolveria a contratação de intérpretes de línguas de sinais. Em relação a Surdolimpíadas, a primeira edição do evento ocorreu em 1924 em Paris-França, sendo nomeado de Jogos Internacionais para Surdos ou Jogos Internacionais Silenciosos, essa nomenclatura foi adotada até o ano de 1965. De 1966 a 1999 a competição assumiu o nome de Jogos Mundiais para surdos e em 2000, passou-se a adotar o termo Surdolimpíadas (assumido até hoje) (WINNICK, 2004). O evento é organizado pelo Comitê Internacional de Desporto para Surdos (ICSD) e ocorre a cada quatro anos. Para participar dos jogos é preciso que o atleta tenha perdido 55 decibéis no seu melhor ouvido e não é permitido o uso de recursos para a deficiência, como aparelhos auditivos, implantes cocleares, entre outros. Esse evento paradesportivo também possui sua versão verão e inverno. Nos jogos de verão são contempladas 13 modalidades esportivas individuais (atletismo, badminton, boliche, caratê, ciclismo, judô, lutas, natação, orientação, tênis, tênis de mesa, taekwondo e tiro desportivo) e quatro modalidades esportivas coletivas (basquete, futebol, vôlei e vôlei de praia). Já no evento de inverno são contempladas quatro modalidades individuais (esqui alpino, esqui cross-country, snowboard e xadrez) e duas coletivas (Curling e Hóquei no gelo). Atualmente, o evento conta com a participação de 108 federações nacionais. O Brasil teve sua primeira participação no evento na década de 1990, mas até os dias de hoje, conta com poucos atletas e apoio financeiro, devido a falta de visibilidade. Por fim, vale ressaltar que a Surdolimpíadas apresenta algumas particularidades. Não há adaptações nas modalidades, elas seguem as mesmas regras dos esportes para as pessoas sem deficiência, a única adaptação é à substituição de avisos e sinalizações sonoras por visuais, por exemplo, apitos são substituídos por sinais de luz, placas ou bandeiras com cores, etc. Fonte: Anversa e Solera (2021) LIVRO • Título. Esporte Paralímpico. • Autor. Marco Túlio de Mello e Ciro Winckler. • Editora. Atheneu • Sinopse. O Livro Esporte Paralímpico tem como objetivo divulgar e consolidar o conhecimento sobre um dos movimentos esportivos que mais cresce no Brasil nos últimos anos. O livro tem seu conteúdo dividido em 3 grandes tópicos: Na primeira parte, serão tratados os aspectos históricos, filosóficos e políticos do esporte paralímpico; no segundo tópico serão abordados os impactos da deficiência sobre o rendimento esportivo e a classificação esportiva das pessoas com deficiência; e no terceiro serão apresentadas as 20 modalidades esportivas disputadas no programa dos Jogos Paralímpicos de Verão. FILME/VÍDEO • Título. Pódio para todos (Rising Phoenix) • Ano. 2020 • Sinopse. O filme, “Pódio para todos”, é um documentário que traz depoimentos de nove atletas de elite de diferentes países, ativistas e dirigentes, sobre os Jogos Paralímpicos e como esse evento se reflete na forma que vemos a deficiência, à diversidade e a excelência. REFERÊNCIAS COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO. Modalidades. Brasília, DF, 201?. Disponível em: <http://www.cpb.org.br/modalidades>. Acesso em: 5 maio 2021. COSTA, A. M.; WINCKLER, C. A. Educação física e o esporte paralímpico. In: MELLO, M. T.; WINCKLER, C. Esporte paralímpico. São Paulo: Atheneu, 2012. p. 15 - 20. CIVATTI, C. Ciclismo. In: MELLO, M. T.; WINCKLER, C. Esporte paralímpico. São Paulo: Atheneu, 2012. CRUZ, P. Futebol de sete. In: MELLO, M. T.; WINCKLER, C. Esporte paralímpico. São Paulo: Atheneu, 2012. FREIRE; J.; MORATO, M. O. Futebol de Cinco. In: MELLO, M. T.; WINCKLER, C. Esporte paralímpico. São Paulo: Atheneu, 2012. MARQUES, R. F.R.; GUTIERREZ, G. L. O esporte paralímpico no Brasil: profissionalismo, administração e classificação de atletas. São Paulo: Phorte, 2014. MORATO, M.; ALMEIDA, J. J. G. Goalball. In: MELLO, M. T.; WINCKLER, C. Esporte paralímpico. São Paulo: Atheneu, 2012. PARSONS, A.; WINCKLER, C. A Esporte e a pessoa com deficiência: contexto histórico. In: MELLO, M. T.; WINCKLER, C. Esporte paralímpico. São Paulo: Atheneu, 2012. PORTAL BRASIL. Esporte. 2016. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/esporte/2016/09/brasil-tera-atletas-em-22-modalidades-da- paralimpiada. Acesso em: 5 maio. 2021. VIEIRA, I. B.; CAMPEÃO, M. Bocha. In: MELLO, M. T.; WINCKLER, C. Esporte Paralímpico. São Paulo: Atheneu, 2012. WINNICK, J. P. Educação Física e esportes adaptados. 3. ed. São Paulo: Manole, 2004. UNIDADE III EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E INCLUSIVA Professora Doutora Ana Luíza Barbosa Anversa Professora Mestre Bruna Solera Plano de Estudo: • Questões legais acerca da inclusão de pessoas com deficiência; • Acessibilidade x Barreiras; • Aulas de Educação Física Inclusivas: o que, como e porque fazer? Objetivos de Aprendizagem: • Conhecer as questões legais acerca da inclusão de pessoas com deficiência na escola; • Compreender a acessibilidade; • Estudar as aulas de Educação Física como espaço para inclusão dos alunos com deficiência. INTRODUÇÃO Olá estudante, Seja bem vindo (a) a Unidade III da apostila de “Educação Física Escolar e Inclusiva”! Após você ter adquirido conhecimentos acerca da deficiência, do esporte adaptado, dos tipos de deficiência, das modalidades de esporte paralímpico, nesta unidade chamada de “Educação Física Inclusiva” as discussões se ampliarão, e será possibilitado a aquisição de saberes acerca da Educação Física como meio de promover, contribuir e trabalhar com a inclusão, seja na escola ou fora dela. Para isso, nossa unidade está dividida em 3 tópicos. Tópico 1 “Questões legais acerca da inclusão de pessoas com deficiência”, tópico 2 “Acessibilidade x barreiras” e tópico 3 “Aulas de Educação Física inclusivas: o que, como e porque fazer?”. No primeiro tópico iremos falar sobre Leis, declarações que dão suporte, que garantem direitos às pessoas com deficiência, tanto com relação a sua presença no espaço escolar, como o direito à vida, a reabilitação, a saúde, ao trabalho, a moradia… Já no tópico seguinte, vamos estudar a acessibilidade. Você sabe o que é a acessibilidade? Será que em sua cidade as ruas, as calçadas, o transporte público oferece condições para o ir e vir das pessoas com deficiência? Vamos juntos desvendar tais questões. E por fim, no terceiro tópico, vamos focar nas aulas de Educação Física como meio de promoção da inclusão e como espaço de envolvimento e participação de todos os alunos, independente de sua condição. Assim como, traremos dicas e estratégias para utilizarmos em nossa prática profissional, seja ela, dentro ou fora da escola, para envolver a todos. Esperamos que aproveitem esta parte da caminhada rumo a uma formação profissional que respeita e envolve a todos em suas intervenções. Bons estudos! Imagem do Tópico: https://image.shutterstock.com/image-photo/man-protecting-inclusion-text-multi- 600w-1639058665.jpg 1 QUESTÕES LEGAIS ACERCA DA INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Caro aluno, como vimos anteriormente, a Organização das Nações Unidas (ONU) define a pessoa com deficiência como aquela que tem impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, que diante de barreiras diversas, tem sua participação plena e efetiva na sociedade e com as demais pessoas limitada. Vimos também que para que ocorra a efetiva inclusão da pessoa com deficiência na sociedade, é importante que a sociedade se adapte a pessoa com deficiência e não o contrário, reduzindo barreiras arquitetônicas, comunicacionais, metodológicas ou pedagógicas e atitudinais ou sociais. A LeiBrasileira de Inclusão (BRASIL, 2015) aponta que é fundamental garantir o acesso à informação e a comunicação e tratar com punição quem descumpre esses pontos, quebrando as barreiras que impedem a efetiva inclusão. Para se atingir esse propósito, algumas questões legais são implementadas. Dentre as Leis e indicativos internacionais de inclusão podemos destacar: ● 1990: Declaração de Jomtien (Tailândia), indicando a necessidade da inclusão e permanência de todos na escola. Esse documento foi elaborado na Conferência Mundial sobre Educação para Todos e traz pontos referentes às necessidades básicas de aprendizagem para crianças, jovens e adultos. Não é específico da https://image.shutterstock.com/image-photo/man-protecting-inclusion-text-multi-600w-1639058665.jpg https://image.shutterstock.com/image-photo/man-protecting-inclusion-text-multi-600w-1639058665.jpg pessoa com deficiência, mas traz indicativos importantes para a vida com dignidade e qualidade de vida. ● 1994: Declaração de Salamanca (Espanha), parte das “Regras e padrões sobre Equalização de Oportunidades para Pessoas com Deficiência" da ONU que indica a necessidade de inclusão da pessoa com deficiência no ensino regular e o apoio ao desenvolvimento da educação especial. Além disso, o documento apresenta a estrutura de ação em educação especial e as linhas de ação em nível nacional. ● 1999: Convenção de Guatemala, traz direcionamentos interamericanos para a eliminação das formas de descriminação contra à pessoa com deficiência, com o objetivo de prevenir e eliminar todas as formas de descriinação e propiciar a plena integração à sociedade, além de definir os direitos iguais à participação, aprendizagem e trabalho. ● 2006: Realização da convenção sobre os direitos da pessoa com deficiência, adotada pela ONU em comemoração ao Dia Internacional dos Direitos Humanos. Essa convenção teve como propósito “promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais para todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente” (SICORDE, 2007, p.16). ● 2013: Apresentação do Relatório da situação mundial da Infância pela UNICEF, que traz dados estatísticos sobre as crianças com deficiência e apresenta indicativos de como superar barreiras da inclusão e viabilizar a participação ativa destas na sociedade. ● 2015: Apresentação dos objetivos do desenvolvimento sustentável, indicando a necessidade da educação inclusiva e equitativa para todos. Já nas Leis e indicativos nacionais de inclusão destaca-se: ● 1988: Constituição Federal, que defende a educação como direito de todos e dever do Estado em oferecer atendimento educacional especializado. ● 1994: Direcionamentos do Ministério da Educação (MEC) quanto aos aspectos éticos e políticos para as ações educacionais de normatização e integração da pessoa com deficiência. ● 1996: Implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) indicando a necessidade da Educação Especial e criação de instituições privadas sem fins lucrativos. ● 2003: Instauração da Portaria 3.284 que torna obrigatória condições de acessibilidade para autorização e reconhecimento de cursos em nível superior. ● 2005: Programa Acessibilidade no Ensino Superior, que propõe normativas para o atendimento da pessoa com deficiência física e sensorial, destacando à adaptação arquitetônica e Decreto 5.626 que indica a necessidade de inclusão da LIBRAS como disciplina curricular obrigatória nos cursos superiores destinados à formação de professores e no curso de Fonoaudiologia e optativa nos demais cursos de educação superior e educação profissional. ● 2007: Homologação do Plano de Desenvolvimento Educacional, indicando a importância da acessibilidade arquitetônica, sala de recursos e formação docente para atendimento das pessoas com deficiência. E Decreto 6.094 garantindo o acesso e permanência da pessoa com deficiência no ensino regular. ● 2008: Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva, ação que visa acompanhar os avanços do conhecimento e das lutas sociais em prol da qualidade da educação para todos os estudantes. Essa política destaca o atendimento educacional especializado complementar ou suplementar, mas destaca que o atendimento em escolas especiais não potencializa a educação inclusiva. ● 2009: Resolução 02/2009 que trata das Diretrizes Operacionais para o atendimento educacional especializado na educação básica, indicando que atendimentos em sala de recursos e atendimentos especializados não são substitutivos das classes comuns, por isso devem ser ofertados em turno inverso da escolarização. ● 2011: Plano Nacional dos direitos da pessoa com deficiência (Decreto 7.612/2011), destacando a educação inclusiva, inclusão social e ampliação da participação da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, acessibilidade, ampliação das políticas de assistência social, prevenção das causas da deficiência, atenção à saúde e promoção o acesso, desenvolvimento e da inovação em tecnologia assistiva. ● 2013: Parecer CNE/CEB nº 2/2013, que indica a possibilidade de ampliação da terminalidade específica e flexibilização curricular, adequando os componentes curriculares à possibilidade cognitiva dos alunos, ou seja, atendendo desde os que não puderem atingir o nível exigido no tempo proposto, devido a sua deficiÊncia, até à aceleração para concluir o cronograma escolar frente à casos de superdotação. ● 2015: Lei Brasileira de Inclusão da pessoa com deficiência (Lei 13.146), que instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência, promovendo “condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, visando à inclusão social e cidadania” (BRASIL, 2015, p.1). Imagem do Tópico: https://image.shutterstock.com/image-photo/cropped-image-man-his- wheelchair-600w-1130626052.jpg 2 ACESSIBILIDADE X BARREIRAS Estudante, você sabe o que é a acessibilidade? Reflita sobre esta pergunta e em seguida prossiga a leitura. De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015), a acessibilidade se refere a: Possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (BRASIL, 2015). A acessibilidade é um direito da pessoa com deficiência. Sua garantia é dever do Estado, da sociedade e da família. Sendo assim, a escola deve ser acessível, a educação, todos os ambientes e serviços ofertados devem possibilitar a pessoa com deficiência condições para sua utilização com segurança e autonomia. Sassaki (2005) classifica a acessibilidade em 6 tipos. São eles: acessibilidade atitudinal, acessibilidade arquitetônica, acessibilidade metodológica, acessibilidade comunicacional, acessibilidade instrumental e acessibilidade programática. Vamos conhecê-las? ● Acessibilidade atitudinal: refere-se a percepção do outro sem preconceitos, sem estigmas, sem estereótipos e sem discriminação. Aqui, o mencionado é superado por meio de programas e práticas de conscientização das pessoas em geral acerca da diversidade humana. A atitude das pessoas possibilita a quebra de barreiras, à compreensão sobre a deficiência e suas potencialidades e os meios para abordar e auxiliar as pessoas que precisam. https://image.shutterstock.com/image-photo/cropped-image-man-his-wheelchair-600w-1130626052.jpg https://image.shutterstock.com/image-photo/cropped-image-man-his-wheelchair-600w-1130626052.jpghttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.146-2015?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.146-2015?OpenDocument ● Acessibilidade arquitetônica: a acessibilidade arquitetônica refere-se a não ter barreiras ambientais físicas nos espaços urbanos, nos edifícios, no transporte coletivo, na sala de aula e espaços públicos e privados. Figura 1. Acessibilidade no transporte coletivo Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/inside-public-bus-reserved-seat-label-1787912381 Para as pessoas com deficiência física é preciso que se tenham rampas, espaço reservado para a deficiência física, como na figura 2. Banheiros também devem ser adequados, possibilitando condições para o uso independente (figura 3). Figura 2. Banheiro acessível https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/inside-public-bus-reserved-seat-label-1787912381 Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/disabled-accessibility-toilet-bathroom-1041846595 No caso da deficiência visual, são exemplos de acessibilidade estrutural o piso tátil (figura 4) e avisos sonoros para travessia na faixa de pedestres (figura 5). https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/disabled-accessibility-toilet-bathroom-1041846595 Figura 3. Piso tátil para pessoas com deficiência visual Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/visually-impaired-man-using-tactile-tiles-1511839871 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/visually-impaired-man-using-tactile-tiles-1511839871 Figura 4. Semáforo sonoro para pessoas com deficiência visual Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/search/accessibility+traffic+light ● Acessibilidade metodológica: também conhecida como acessibilidade pedagógica, ela quer dizer sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo, como adaptações curriculares, uso de todos os estilos de aprendizagem, aulas com base nas inteligências múltiplas, novo visão sobre avaliação da aprendizagem. São exemplos, pranchas de comunicação, texto impresso e ampliado, softwares ampliadores de comunicação alternativa, leitores de tela, entre outros. https://www.shutterstock.com/pt/search/accessibility+traffic+light Figura 5. Prancha de comunicação alternativa Fonte: CIVIAM. https://civiam.com.br/pranchas-de-comunicacao-alternativa-ao-alcance-de-todos/ https://civiam.com.br/pranchas-de-comunicacao-alternativa-ao-alcance-de-todos/ Figura 6. Teclado acessível para pessoas com deficiência visual Fonte:Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/close-blind-person-hands-using-computer-1768963037 Na figura 7 observe estudante, que no teclado convencional há um teclado em braile. Outro recurso que se pode utilizar é o DOSVOX. Ele é um sistema computacional baseado no uso sintetizador de voz. O sistema conversa com a pessoa com deficiência visual, facilitando o uso de computadores. ● Acessibilidade comunicacional: a acessibilidade comunicacional se refere a não ter barreiras na comunicação interpessoal (face-a-face, língua de sinais, linguagem corporal), na comunicação escrita (jornal, livros, entrevistas com braille, com letras ampliadas e outras tecnologias assistivas) e na comunicação virtual (acessibilidade digital). https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/close-blind-person-hands-using-computer-1768963037 ● Acessibilidade instrumental: sem barreiras nos instrumentos e utensílios de estudos (lápis, caneta, borracha, carteira), sem barreiras nas atividades da vida diária (higiene, comer, vestir) e de lazer, esporte e recreação (dispositivos que atendam às pessoas com deficiência, independente de qual ela seja). Figura 7. Adaptação para escrita com lápis Fonte: Reab, 2017. https://www.reab.me/materiais-adaptados-para-a-escrita/ ● Acessibilidade programática: a acessibilidade programática se refere a ausência de barreiras nas políticas públicas, em regulamentos e em normas no geral. Além do mencionado e trazido seguindo os estudos de Sassaki (2005). Temos ainda a acessibilidade digital. Este tipo de acessibilidade se refere a apresentação de informações em formatos alternativos. Exemplo: a instituição de ensino superior que disponibiliza o seu material teórico em formato que possibilite a pessoa com deficiência, independente de qual for ela, condições para acesso à informação e ao conhecimento. De encontro com a acessibilidade, temos as barreiras, sendo elas, https://www.reab.me/materiais-adaptados-para-a-escrita/ Qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança (BRASIL, 2015). As barreiras, acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015), podem ser classificadas como: a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo. Figura 8. Barreira urbanística Fonte: Beta. [s.d]. http://www.betaredacao.com.br/garantir-acessibilidade-e-desafio-para-a-administracao-publica/ b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados; Figura 9. Barreira arquitetônica http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.146-2015?OpenDocument http://www.betaredacao.com.br/garantir-acessibilidade-e-desafio-para-a-administracao-publica/ Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/young-man-wheelchair-who-cant-get-189613025 c) barreiras nos transportes: existentes nos sistemas e meios de transportes. d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação; e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas; f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/young-man-wheelchair-who-cant-get-189613025 2.1 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS Estudante, temos na sociedade algo que se chama Tecnologias Assistivas (TA). Já ouviu falar algo sobre isso? Pois bem. A TA de acordo com Bersch (2007, p. 2) pode ser vista como “um auxílio que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência”.“Tecnologia assistiva é uma expressão utilizada para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, consequentemente, promover vida independente e inclusão” (BERSCH, 2007, p. 31). Quando olhamos para a TA no espaço escolar, podemos afirmar que ela é um meio de buscar com criatividade, uma opção para que nossos alunos realizem o que desejam ou precisam. É encontrar uma estratégia para que ele possa fazer de outro jeito. É valorizar o seu jeito de fazer e aumentar suas capacidades de ação e interação a partir de suas habilidades. É conhecer e criar novas alternativas para a comunicação, escrita, mobilidade, leitura, brincadeiras, artes, utilizaçãode materiais escolares e pedagógicos, exploração e produção de temas através do computador, etc. É envolver o aluno ativamente, desfiando-se a experimentar e conhecer, permitindo que construa individual e coletivamente novos conhecimentos. É retirar do aluno o papel de espectador e atribuir-lhe a função de ator (BERSCH, 2007, p. 31). Para Solera (2020) a TA vem como uma possibilidade para posicionar o aluno no centro do processo educacional e, com isso, contribuir com sua autonomia. Bersch (2007, p. 37), afirma que a TA se organiza por modalidades. Veja abaixo. ● Auxílios para a vida diária e vida prática. ● Comunicação Aumentativa e Alternativa. ● Recursos de acessibilidade ao computador. ● Adequação Postural (posicionamento para função). ● Auxílios de mobilidade. ● Sistemas de controle de ambiente. ● Projetos arquitetônicos para acessibilidade. ● Recursos para cegos ou para pessoas com visão subnormal. ● Recursos para surdos ou pessoas com déficits auditivos. ● Adaptações em veículos. Vamos conhecer cada uma delas? De acordo com Bersch (2017): a) Auxílios para a vida diária e vida prática: são materiais e produtos que contribuem com o desempenho de forma autônoma e independente em tarefas do dia a dia, assim como, tem como objetivo facilitar o cuidado de pessoas com deficiência que dependem de auxílio em atividades como se alimentar, cozinhar, vestir-se e outras necessidades. São exemplos: talheres modificados, velcro, barras de apoio. Além disso, aqui também se insere equipamentos que auxiliam as pessoas com deficiência visual em sua independência na realização de tarefas, como, consultar o relógio, usar a calculadora, identificar peças de vestuário, escrever dentre outros. Figura 11. Talher adaptado Fonte: Shutterstock. https://image.shutterstock.com/image-photo/spoon-fork-cutlery-sick-disabled-600w-1705169623.jpg b) Comunicação Aumentativa e Alternativa: A CAA é direcionada ao atendimento de pessoas sem fala e ou escrita funcional ou com defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar, escrever e/ou compreender. São exemplos, pranchas de comunicação (utilizadas para que os sujeitos consigam expressar seus desejos, questões, sentimentos…) (figura 12) e computadores com softwares específicos que contribuem com a efetiva comunicação. Figura 12. Prancha de comunicação Fonte: UFRGS, 2020. Disponível em: https://www.ufrgs.br/coronavirus/base/hospitais-de-porto-alegre-recebem-pranchas-para-auxiliar-a- comunicacao-com-pacientes/. Acesso em: 23 de jul. 2021. c) Recursos de Acessibilidade ao computador: Conjunto de hardware e software pensados para deixar os computadores acessíveis para as pessoas com deficiência visual, auditiva, intelectual e motora. Nesses recursos estão inclusos mouses, teclados e outros (dispositivos de entrada) e sons, imagens, informações táteis (dispositivos de saída). Como exemplo podemos citar teclados modificados, software de reconhecimento de voz, órteses, ponteiras para digitação e etc. https://www.ufrgs.br/coronavirus/base/hospitais-de-porto-alegre-recebem-pranchas-para-auxiliar-a-comunicacao-com-pacientes/ https://www.ufrgs.br/coronavirus/base/hospitais-de-porto-alegre-recebem-pranchas-para-auxiliar-a-comunicacao-com-pacientes/ Figura 13. Teclado adaptado para pessoas com deficiência visual Fonte: Shutterstock. https://image.shutterstock.com/image-photo/asian-young-blind-person-woman-600w-1763944685.jpg Figura 14. Ponteira para digitação Fonte: Blog Acessibilidade, 2010. Disponível em: https://image.shutterstock.com/image-photo/asian-young-blind-person-woman-600w-1763944685.jpg http://mundoacessivel.blogspot.com/2010/03/conheca-os-equipamentos-para.html. Acesso em: 23 de jul. 2021. d) Sistemas de Controle do Ambiente: por meio de um controle remoto as pessoas podem ligar, desligar e ajustar a luz, o som, a TV, ventilador, abrir e fechar portas. e) Projetos arquitetônicos para acessibilidade: projetos de edificação e urbanismo que possibilita o acesso, funcionalidade e mobilidade para todas as pessoas com deficiência. São exemplos, elevadores, banheiros, mobiliários e etc. Figura 15. Mobiliário adaptado Fonte: Pinterest, s/d. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/328481366542530701/. Acesso em: 23 de jul. 2021. f) Órteses e próteses: as órteses são colocadas junto a um segmento do corpo, contribuindo uma melhor posição, estabilização ou função do mesmo (figura 16). As próteses substituem partes do corpo que são ausentes (figura 17). http://mundoacessivel.blogspot.com/2010/03/conheca-os-equipamentos-para.html https://br.pinterest.com/pin/328481366542530701/ Figura 16. Órtese Fonte:Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/feet-5yearold-boy-orthopedic-splints-learn-1698528505 / https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/feet-5yearold-boy-orthopedic-splints-learn-1698528505 https://www.inspirar.com.br/cursos/extensao/orteses-e-tecnologia-assistida-na-fisioterapia-neurofuncional/ Figura 17. Prótese Fonte: Shutterstock https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/athletes-different-ages-running-leg-prosthesis-1630042093 g) Adequação Postural: auxílio para manter a postura alinhada, estável, confortável. Exemplo: almofadas no leito, estabilizadores ortostáticos etc. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/athletes-different-ages-running-leg-prosthesis-1630042093 Figura 18. Estabilizador Fonte: Meu Anjo Gabriela, 2014. Disponível em: http://meuanjogabriela.com.br/gabi-no-parapodium/. Acesso em: 23 de jul. 2021. h) Auxílios de Mobilidade: cadeiras de rodas, andadores, bengalas são meios de auxiliar na mobilidade pessoal das pessoas com deficiência. i) Recursos para surdos ou pessoas com déficits auditivos: são auxílios que incluem aparelhos para surdez, sistemas com alerta visual e tátil, celular com mensagens escritas, vibrações, livros e dicionários digitais com a língua de sinais. j) Recursos para cegos ou para pessoas com visão subnormal: recursos que vão desde o braille até softwares de ampliação de tela, lupas e teclado ampliados. k) Adaptações em veículos: são acessórios que ajudam as pessoas com deficiência física a dirigir um automóvel, a entrar e sair do transporte coletivos, como elevadores, rampas. http://meuanjogabriela.com.br/gabi-no-parapodium/ Imagem do Tópico: Blog Moda Infantil https://blog.brandili.com.br/5-desenhos-com-licoes-bonitas-sobre-inclusao/cuerdas-es-un- cortometraje-de-animacion-escrito-y-dirigido-por-pedro-solis-garcia-2/ 3 AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVAS: O QUE, COMO E PORQUE FAZER? O que devemos fazer ao receber alunos com deficiência em nossas aulas? O primeiro passo é simples e valoriza o aluno. Devemos perguntar a ele, o que ele PODE fazer, o que ele CONSEGUE fazer. Ou seja, vamos iniciar nosso diagnóstico da deficiência, a partir das potencialidades dos sujeitos que a contém. Claro que vamos levar em consideração as suas fragilidades e necessidades, mas inicialmente para que ele se sinta incluído, partir de suas potencialidades é indispensável. Além desta atitude positiva, tem muitas outras que devemos ter em nossa atuação profissional. Veja a seguir. 3. 1 Atitudes Positivas https://blog.brandili.com.br/5-desenhos-com-licoes-bonitas-sobre-inclusao/cuerdas-es-un-cortometraje-de-animacion-escrito-y-dirigido-por-pedro-solis-garcia-2/ https://blog.brandili.com.br/5-desenhos-com-licoes-bonitas-sobre-inclusao/cuerdas-es-un-cortometraje-de-animacion-escrito-y-dirigido-por-pedro-solis-garcia-2/ 3.1.1 Atitudes dos professores para com os alunos com deficiência física De acordo com Marques, Cidade e Lopes (2009), são atitudes positivas dos professores para o trabalho com alunos com deficiência física:● Acolher e valorizar o nosso aluno com ênfase em suas potencialidades; ● Criar um clima que ofereça segurança e confiança para que o aluno consiga expressar suas vivências, expectativas, preocupações e medos; ● Ficar alerta com possíveis situações de apatia, tristeza e cansaço; ● Estimular a expressão corporal e linguística, sobretudo em alunos com acometimentos mais severos; ● Em relação a aprendizagem, ter uma atitude aberta, flexível e incessante na busca da melhor forma de comunicação, aplicação das estratégias metodológicas e avaliação; ● Ter flexibilidade na organização de horários das atividades; ● Observar permanentemente; ● Manter rotinas que ajude os alunos a antecipar situações e a estruturar temporalmente seu mundo; ● Ter atitude investigativa e aberta, procurar experimentar novos métodos, materiais ou sugestões. Além disso, é importante: ● Facilitar o acesso dos alunos com deficiência física, por meio da eliminação de barreiras arquitetônicas (rampas, elevadores), contribuindo com a garantia da mobilidade dos alunos dentro da escola ou do espaço de atuação; ● Providenciar adaptações específicas, como muletas, andadores, cadeiras de rodas; ● Verificar a adaptação dos banheiros; ● Saber como manejar e familiarizar-se com instrumentos mais específicos, como, sondas, coletores etc; ● Utilizar recursos pessoais como amigo tutor, voluntários e familiares. 3.1.2 Cuidados a serem tomados pelo professor em relação à pessoa com deficiência visual Ao atuar com pessoas com deficiência visual, devemos tomar alguns cuidados, para que nossa prática interventiva seja efetiva e inclusiva. São elas: ● Sempre verbalizar as atividades que serão realizadas. Falar de forma clara, objetiva e tranquila. Isso facilitará a percepção do aluno; ● Caso necessário, demonstrar o exercício a partir da ajuda física; ● Saber o nome do aluno. Isso transmite segurança a ele; ● Usar dicas específicas ambientais, como muros, cheiro característico de algum local, posição do sol. Isso auxiliará o aluno em sua locomoção e formação de um mapa mental do ambiente físico; ● Evitar ambientes com muitos estímulos sonoros para desenvolver suas atividades; ● Ao se aproximar ou se afastar de pessoas com deficiência visual sempre o comunicar sobre isso, se apresentar e se despedir; ● Buscar trabalhar as atividades por etapas, para que os alunos se sintam seguros; ● Não demonstre excesso de proteção. O aluno cego é um ser humano, deve ser tratado como os demais e ter liberdade; ● Integrar seus conteúdos com as adaptações necessárias para inclusão de todos os alunos. IMPORTANTE! Com profissionais, devemos reconhecer o nível de orientação e mobilidade de cada pessoa, de cada aluno com deficiência visual para conseguir lidar de forma mais efetiva com a deficiência. A principal via de recepção da informação das pessoas com deficiência visual é a audição. A interação no ambiente e com as pessoas e crianças sem deficiência visual facilitará seu desenvolvimento. 3.1.3 Cuidados para trabalhar com as pessoas com deficiência auditiva Para se trabalhar com pessoas com deficiência, precisamos ter alguns cuidados, que contribuirão com a inclusão desses sujeitos. ● Durante sua intervenção sempre fala com seu aluno de frente para ele. Muitos deles podem fazer leitura labial; ● Fale de forma objetiva e clara; ● Não masque chicletes enquanto fala; ● Utilize estratégias visuais para aplicar suas atividades; ● Não mude constantemente as regras das atividades e sempre que fizer isso, chame todos os alunos e dê uma instrução clara; ● Tente estimular o maior envolvimento dos alunos; ● Utilize Libras. 3.1.4 Orientações gerais para inclusão das pessoas com deficiência intelectual Para inclusão de pessoas com deficiência intelectual é preciso considerar alguns aspectos para facilitar a inclusão desses sujeitos durante nossa prática profissional. Atitudes: ● Aja naturalmente; ● Não superproteger o aluno com deficiência intelectual; ● Garanta a participação de todos; ● Promova desafios; ● Garanta a autonomia; ● Estimule a prática esportiva sem preconceitos ou medos; ● Não subestime a capacidade dos alunos; Na prática: ● Selecionar atividades que estejam de acordo com o desenvolvimento do aluno; ● Seja criativo, proponha atividades que chame a atenção dos alunos; ● Se necessário faça adaptações nas atividades; ● Atividades mais complexas devem ser desenvolvidas por etapas; ● Evite instruções longas e preze por orientações claras e breves. 3. 2 Amigo Tutor Você conhece o amigo tutor? Ele é um colega da turma, da sala, que irá auxiliar a pessoa com deficiência em suas atividades durante a aula ou em seus deslocamentos pela escola ou em outros espaços. O amigo tutor pode ser alguém próximo do aluno com deficiência. O professor ainda pode revezar essa função entre a turma, mas, é importante saber que, ser o amigo tutor, deve ser algo prazeroso para quem desempenha esse papel. Ao exercer o papel de amigo tutor é preciso se atentar para alguns aspectos como: posicionamento, procurando sempre estar a frente ou próximo da pessoa que irá tutoriar; vestimenta, a roupa do tutor precisa ser confortável não limitando movimentação e auxílio, além disso deve se atentar para alguns pontos. Ao ser tutor de uma pessoa baixa visão buscar roupas com maior contraste, se da pessoa com transtorno espectro autista, evitar cores vibrantes, acessórios e perfumes com fragrância muito forte. Motivação, o amigo tutor precisa sempre estar motivado e buscar motivar o tutoriado, estimulando-o a tentar executar as tarefas e superar as barreiras apresentadas, além disso é importante que o tutor conheça as barreiras que a atividade e/ou ambiente irão oferecer para analisar e estruturar a melhor forma de auxílio. Fulk e King (2001) apresentam que na formação e atuação como tutor, algumas Diretrizes devem ser consideradas: ● Explicar a finalidade e papéis de ação: o tutor deve conhecer sua função e quais ações devem ser desenvolvidas, além disso, precisa conhecer as principais características da deficiência na qual irá atuar. ● Colaboração e Cooperação: é importante conhecer a diferença entre os termos e analisar a situação para ver qual das duas atenderá melhor às demandas da pessoa com deficiência e da atividade proposta. ● Treinamento: a pessoa que irá exercer a tutoria precisa conhecer e vivenciar a deficiência, além de discutir junto aos seus pares, professores ou especialistas quais as melhores estratégias de feedback e correção. ● Modelar comportamentos: estimulando a pessoa com deficiência a tentar executar a atividade proposta dentro de suas potencialidades, auxiliando-a a relacionar com situações cotidianas e outras tarefas que demandem ações similares. ● Roteiros pré-estabelecidos: para atuar da melhor forma o amigo tutor precisa ter ciência do que será desenvolvido para que não precise compreender ou receber instruções sobre a tarefa durante a execução da mesma. ● Acompanhamento e orientação: analisar as principais barreiras apresentadas e como acompanhar e orientar a pessoa com deficiência. ● Avaliação do processo de tutoria: após a ação desenvolvida analisar os pontos positivos e negativos, buscando feedback junto a pessoa com deficiência e ao professor ou profissional responsável pelas atividades propostas. Figura 19. Amigo tutor Fonte: Pinterest. [s.d]. https://br.pinterest.com/pin/492229434265061697/ A utilização do amigo tutor é uma estratégia válida e que de fato funciona. 3.3 Educação Física e Inclusão na Escola No espaço escolar vamos nos deparar com uma diversidade de alunos, entre eles, os com deficiência. A Educação Física, como componente curricular obrigatório e presente na Educação Básica, deve possibilitar o envolvimentode todos os alunos em suas aulas, independente de sua condição. Para isso o professor assume importante papel. É ele quem deverá planejar as aulas considerando estratégias para incluir o aluno com deficiência, possibilitando vivências, experiências efetivas e ativas na Educação Física, o que por sua vez, levará uma aprendizagem com sentido e significado a esse sujeito. É importante ressaltar que o professor deve pensar em todos os alunos de sua turma ao elaborar seu plano, e não apenas nos estudantes com algum tipo de deficiência! Fique atento a isso. https://br.pinterest.com/pin/492229434265061697/ Como esse pensar em todos pode ser efetivado? Algo valioso para a inclusão e participação ativa dos alunos com deficiência é a adaptação. O que isso quer dizer? Você como professor pode pensar em uma aula para toda a turma e partir disso, adaptar o envolvimento do aluno com deficiência. Por exemplo: a aula é sobre Jogos e Brincadeiras, na brincadeira escolhida, é preciso passar entre os cones saltando, no caso da deficiência física, o aluno pode passar os cones os contornando. Além disso, temos o amigo tutor, como vimos anteriormente, ele é uma peça essencial para contribuir com a participação dos indivíduos que não possuem independência para locomoção. Há inúmeras formas de adaptar as nossas aulas ! Use a criatividade! O que não devemos fazer é deixar este aluno de lado, excluído, ou simplesmente fazendo trabalhos teóricos ou sendo assistente do professor. Além disso, é importante mencionar que em nossas aulas, podemos e devemos trabalhar com os esportes adaptados. A partir disso, iremos possibilitar aos alunos sem a deficiência a vivência da mesma. É uma experiência incrível, o que também contribui com a conscientização dos demais acerca das dificuldades e desafios dos alunos com deficiência. Veja em seguida imagens com possibilidades para se trabalhar os esportes adaptados na escola. Figura 20. Basquete adaptado Fonte: Colégio Sagrado Coração. [s.d]. Disponível em: http://www.novosite.ssps.org.br/novosite/public.asp?7362-18416-o-esporte-adaptado. Acesso em: 23 de jul. 2021. Na figura 20, temos a adaptação para a prática do Basquete em Cadeira de Rodas. Repare que o professor utilizou cadeiras convencionais para isso. É uma ótima ideia, no caso de não se ter cadeira de rodas para todos os alunos. http://www.novosite.ssps.org.br/novosite/public.asp?7362-18416-o-esporte-adaptado Figura 21. Goalball Fonte: Colégio Certus. [s.d]. Disponível em: https://certus.com.br/blog/esporte/inclusao-voce-ja-ouviu-falar-do-goalball/. Acesso em: 23 de jul. 2021. Na figura 21, temos a prática do Goalball na escola. As vendas foram adaptadas com coletes, os gols são demarcados com cones e a bola, é uma bola de volêi envolvida por sacolas, para que esta produza som. Outra opção para a bola, é pegar uma bola que está sem condições de uso e fazer um furinho nela, e por ele, inserir um gizo. As vendas também podem ser confeccionadas com TNT. https://certus.com.br/blog/esporte/inclusao-voce-ja-ouviu-falar-do-goalball/ Figura 22. Bocha Fonte: Diversa: educação inclusiva na prática. 2015. Disponível em: https://diversa.org.br/relatos-de- experiencia/bocha-inclusiva-incentiva-protagonismo-de-aluno-com-deficiencia-fisica/. Acesso em: 23 de jul. 2021. Na figura 22, os alunos estão jogando Bocha. Para isso você pode utilizar qualquer bolinha que se tenha na escola, bolinhas de plástico, bolinhas de meia, bolinhas de alpiste. Basta que você tenha 6 bolas azuis, 6 bolas vermelhas e uma bola branca. Dependendo do material das bolas, você escolherá qual o melhor piso para o jogo. Sabemos que a Bocha é jogada na quadra, mas isso não impede que façamos uma adaptação do local. Durante o jogo os alunos podem ficar sentados no chão ou em cadeiras. https://diversa.org.br/relatos-de-experiencia/bocha-inclusiva-incentiva-protagonismo-de-aluno-com-deficiencia-fisica/ https://diversa.org.br/relatos-de-experiencia/bocha-inclusiva-incentiva-protagonismo-de-aluno-com-deficiencia-fisica/ Figura 23. Volêi Sentado Fonte: Professor Leandro Miller. https://www.youtube.com/watch?v=-Y7f6u5kyTM Na figura 23, temos o vôlei sentado. Veja que tal modalidade pode ser facilmente trabalhada em suas aulas. Na grande maioria das escolas há bola de vôlei e rede, sendo assim, para jogar basta adaptar a altura da rede. Na ausência dela, utilize uma corda. 3.3.1 Atendimento Educacional Especializado e a Educação Física Estudante, nas escolas você poderá encontrar o professor AEE. Você sabe quem são eles? AEE significa, Atendimento Educacional Especializado. Este atendimento é realizado por professores, sendo estes, aqueles especializados em Educação Inclusiva, com conhecimentos das especificidades da atuação com pessoas com deficiência (SOLERA, 2020). Tais professores possuem a responsabilidade em possibilitar a autonomia dos alunos com deficiência, melhor qualidade de vida e ampliação de suas habilidades (como comunicação e mobilidade) (BERSCH; MACHADO, 2007). Além disso, eles estabelecem parcerias com outras áreas, como engenharia, terapia ocupacional, fisioterapeuta para o desenvolvimento de serviços e recursos adequados aos alunos que necessitam e que fazem parte desse atendimento. https://www.youtube.com/watch?v=-Y7f6u5kyTM O aluno frequenta o AEE no contra turno escolar. O AEE pode ser realizado na sala de recursos multifuncionais. Mas além disso, o professor AEE deve atuar em parceria com os demais professores da escola, como o de Educação Física. Nesse sentido, o professor de Educação Física, de sala de aula comum, irá identificar possíveis barreiras para este aluno e comunicar ao AEE. E em conjunto, possibilitarão um processo de ensino e aprendizagem com sentido e significado ao aluno, assim como contribuirão com seu desenvolvimento e sua autonomia. SAIBA MAIS Além do auxílio prestado pelo amigo tutor a pessoa com deficiência, podemos contar com o trabalho colaborativo e a consultoria. O trabalho colaborativo ocorre quando dois profissionais ou professores atuam de modo conjunto, ou seja, se tem um direcionado para a ação a ser desenvolvida (por exemplo o professor regular, preparador físico) e um professor ou prosional especialista em Educação Física Adaptada, nesse caso à ação se dá em planejar em conjunto as atividades à serem desenvolvidas, pensando em metodologias inclusivas e adaptações necessárias às práticas propostas. Já na consultoria o auxílio prestado é indireto, o professor/profissional que trabalha com pessoas com deficiência busca auxílio de um especialista que o ajuda a identificar as potencialidades e dificuldades, presta feedback das ações desenvolvidas e reanalisar as ações de modo a torná-las mais significativas, atuando assim na estruturação do planejamento e na solução de problemas. Fonte: FULK e KING (2001). #SAIBA MAIS# REFLITA A Educação Física é para todos, logo precisamos saber como auxiliar a pessoa com deficiência ou alguma limitação de forma natural e espontânea. Por isso é importante que informações sobre as deficiências e as formas específicas de ajuda sejam propagadas na sociedade, de modo a reduzir o preconceito e aumentar as formas de inclusão e participação ativa das pessoas com deficiência. Reflita como você pode contribuir com essa ação. Fonte: As autoras. #REFLITA# CONSIDERAÇÕES FINAIS Caros estudantes, chegamos ao fim de nossa terceira unidade da apostila “Educação Física Adaptada”. Essa unidade teve por objetivo apresentar as questões legais acerca da inclusão de pessoas com deficiência na escola, debatendo sobre pontos relacionados à acessibilidade e barreiras para a inclusão e como favorecer a participação ativa e autônoma das pessoas com deficiência na educação física escolare prática de exercícios físicos. Para se atingir esses propósitos, conhecemos os principais indicativos legais internacionais e nacionais que regulamentam a inclusão e quais as prepositivas direcionadas à superação das barreiras de acessibilidade (atitudinal, arquitetônica, metodológica, comunicacional e instrumental). Sobre a Educação Física Escolar e Inclusiva, debatemos sobre algumas ações pedagógicas adotadas pelo cenário escolar, como o uso de tecnologias assistivas, atendimento especializado e atitudes positivas que podem ser adotadas ao se trabalhar com as diferentes deficiências, indicando também a importância do amigo tutor nesse processo de inclusão. Esperamos que os conhecimentos trazidos contribuam com sua prática interventiva e que essas se reflitam no contexto social, contribuindo para efetividade dos indicativos legais mas principalmente para à inclusão e construção de um novo olhar para a deficiência. Além disso, almeja-se que o atendimento especializado prestado por vocês vá além dos indicados ao longo desta unidade. Vamos em frente! LEITURA COMPLEMENTAR Ao longo desta unidade conhecemos sobre as questões legais da inclusão da pessoa com deficiência e como essas se refletem nas questões da acessibilidade e nas aulas/atividades relacionadas à Educação Física. Mas como tem se dado a acessibilidade e inclusão na sociedade contemporânea? Amaral (2019) indica que para se ter inclusão social é importante garantir participação igualitária, e isso remete à questões educacionais, políticas, laborais, culturais, etc. Será que essa inclusão tem ocorrido? Pense nas estruturas da sua cidade, quais são as estratégias de inclusão adotadas pelas empresas, comércio, universidades, cinemas, teatros, entre outros? Acreditamos que muito se avançou nos últimos anos, mas ainda se tem muito a fazer, logo mesmo com indicativos legais ainda temos espaços de exclusão social do indivíduo. Segundo Silva (2014, p.138) para se ter a inclusão é necessário “investir em tecnologias assistivas, diagnósticos de áreas e atividades possíveis de adaptações”, além de capacitação de equipes. Logo no cenário da Educação Física precisa-se de um planejamento estrutural e pedagógico para que a inclusão se efetive em escolas, centros esportivos, academias, etc. Na questão arquitetônica os espaços para à prática de exercícios físicos precisa ofertar além de rampas de acesso e banheiros adaptados, a utilização de pisos antiderrapantes e táteis, espaços específicos para pessoas com deficiência nas arquibancadas, nas piscinas é necessário bancos de transferência, degraus e rampas submersos e barras de apoio nas bordas (ABNT, 2015), além de maior espaço entre as carteiras ou materiais de musculação e um ambiente organizado sem grandes mudanças de distribuição. Na questão comunicacional precisamos estar preparados para nos comunicar com as pessoas com deficiência, seja por meio da LIBRAS ou gestos previamente combinados, sabendo descrever exercícios, movimentos e espaços de modo auxiliar o deficiênte visual e tendo nas quadras esportivas painéis eletrônicos (placar), que emita sinais sonoros e de luz em momentos e ações específicos das partidas esportivas. Na questão atitudinal precisamos ver as pessoas com deficiência sempre em suas potencialidades, não subestimando e proporcionando vivências que venham a enriquecer suas experiências motoras. Além disso, é importante que a sociedade como um todo respeite os espaços direcionados para esse público (filas prioritárias, vagas de estacionamento, etc.) Por fim, na questão pedagógica alunos e professores precisam ser treinados para ofertar assistência física primária e secundária condizente e discernir quando uma ou outra se faz necessária. A assistência física primária é quando se explica o exercício ou atividade por meio de instrução verbal, gestual ou gráfica, auxiliando na execução apenas questões pontuais. Já a assistência física secundária é quando o instrutor ou tutor toca na pessoa com deficiência auxiliando-a a executar o movimento do geral para específico, essa assistência só deve ser oferecida em casos específicos, uma vez que de certa forma reduz a autonomia do praticante. Fonte: Anversa e Solera (2021). LIVRO • Título. Deficiência e Inclusão Escolar • Autor. Elsa Midori Shimazaki e Edilson Roberto Pacheco (Org.) • Editora. Eduem (Disponível em: http://old.periodicos.uem.br/~eduem/novapagina/?q=node/710) • Sinopse . O livro Deficiência e Inclusão Escolar, traz reflexões de pesquisadores da área sobre a educação especial, abordando a relação com à família, à inclusão escolar, a aprendizagem e o desenvolvimento, as características morfofuncionais das deficiências e as tecnologias assistiva, além de indicativos para inclusão das pessoas com deficiência no ensino regular. FILME/VÍDEO • Título: Extraordinário (Wonder) • Ano. 2017 • Sinopse: Auggie Pullman (Jacob Tremblay) é um garoto de 10 anos com uma deformação facial congênita, que já passou por muitas cirurgias. O filme retrata seu ingresso no ensino regular, e como ele lida com a constante observação e avaliação dos colegas de escola. REFERÊNCIAS AMARAL, L. C. Pessoa com deficiência: inclusão e acessibilidade na sociedade contemporânea. Legis Augustus, v. 12, n. 1, p. 33-52, 2019. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência a edificações, espaços, mobiliário e equipamentos urbanos. 2. ed. Rio de Janeiro, 2015. BRASIL. Constituição da República Federativa (1988). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso: 14 maio 2021. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996: dispõe sobre as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ Acesso: 14 maio 2021. BRASIL. Decreto nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005: dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2005/decreto-5626-22-dezembro-2005- 539842-publicacaooriginal-39399-pe.html Acesso: 14 maio 2021. BRASIL. Convenção sobre os Direitos das pessoas com deficiência. Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Brasília, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=424- cartilha-c&category_slug=documentos-pdf&Itemid=30192 Acesso: 14 maio 2021. BRASIL. Decreto nº 6.094 de 24 de abril de 2007: Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6094.htm Acesso: 14 maio 2021. BRASIL. Portaria 3.284: dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência, para instruir os processos de autorização e de reconhecimento de cursos e de credenciamento de instituições. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/portaria3284.pdf Acesso: 14 maio 2021. BRASIL. Resolução nº 04/2009: institui as Diretrizes Operacionais para o atendimento educacional especializado na educação básica, modalidade Educação Especial. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf Acesso: 14 maio 2021. BRASIL. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011: dispõe sobre a Educação Especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2011/decreto/d7611.htm Acesso: 14 maio 2021. BRASIL. Parecer CNE/CEB n.02/2013: Consulta sobre a possibilidade de aplicação de “terminalidade específica" nos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=12517- pceb002-13-pdf&category_slug=fevereiro-2013-pdf&Itemid=30192.Acesso: 14 maio 2021. BRASIL, Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF, 2015a. Sessão 1, p. 2. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2015/lei-13146-6-julho- 2015-781174-norma-pl.html. Acesso: 14 maio 2021. BERSCH, R. Tecnologia Assistiva -TA. In: SCHIRMER, C. R.; BROWNING, N.; BERSCH, R.; MACHADO, R. Atendimento Educacional Especializado: deficiência física. Brasília: SEESP/SEED/MEC, 2007. BERSCH, R.; MACHADO, R. Atendimento Educacional Especializado para a Deficiência Física In: SCHIRMER, C. R.; BROWNING, N.; BERSCH, R.; MACHADO, R. Atendimento Educacional Especializado: deficiência física. Brasília: SEESP/SEED/MEC, 2007. FULK, Barbara M.; KING, Kathy. Classwide peer tutoring at work. Teaching Exceptional Children, v. 34, n. 2, p. 49-53, 2001. MARQUES, A. C.; CIDADE, R. E. C.; LOPES, K. A. T. Questões da deficiência e as ações no Programa Segundo Tempo.In: OLIVEIRA, A. A. B.; PERIM, G. L. Fundamentos Pedagógicos do Programa Segundo Tempo: da reflexão à prática. Maringá: Eduem, 2009. SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: o paradigma do século 21. Revista Inclusão. ano I, n. 1, p. 19-23, out., 2005. SICORDE - SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE DEFICIÊNCIA. Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência. Brasília: Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 2007. SILVA, R. S. A inclusão no mercado de trabalho formal e a construção da identidade de pessoas com deficiência: um estudo de caso. 89 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Administração). Centro Universitário UNA, Belo Horizonte, 2014. SOLERA, B. Atendimento educacional de alunos com deficiência física. Unifatecie: Paranavaí, 2020. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.146-2015?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.146-2015?OpenDocument UNESCO. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem. UNESCO: Jomtien, 1990. UNESCO. Declaração de Salamanca: sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. Salamanca: Espanha, 1994. UNICEF. Situação Mundial da Infância: Criança com Deficiência, 2013. Disponível em: https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/unicef_sowc/sit_mund_inf_2013_deficienc ia.pdf Acesso: 14 maio 2021. UNIDADE IV EDUCAÇÃO FÍSICA: CONHECENDO OUTRAS CONDIÇÕES Professora Doutora Ana Luíza Barbosa Anversa Professora Mestre Bruna Solera Plano de Estudo: • Obesidade, gestantes e idosos e a atuação do profissional em espaços formais e informais; • Transtorno do Espectro Autista e Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade Objetivos de Aprendizagem: • Conhecer a obesidade, gestantes e idosos e a atuação do profissional em espaços formais e informais; • Estudar o Transtorno do Espectro Autista e Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. INTRODUÇÃO Olá estudante, Seja bem vindo (a) a última unidade da nossa apostila de “Educação Física Adaptada e Inclusiva”! Nesta unidade intitulada de “Educação Física: foco em outras condições” você terá a oportunidade de conhecer populações com necessidades especiais ou transtornos, e como você pode intervir com esse grupo quando se deparar com eles ao longo de sua caminhada profissional. Para tanto, essa unidade está estruturada em dois tópicos. No tópico 1 “Educação Física e Populações Especiais”, abordaremos conhecimentos que possibilitarão a você conhecer aspectos relacionados à obesidade, às gestantes e aos idosos, assim como, os cuidados devem ser considerados para a intervenção com essa população. Já no tópico 2 “Educação Física: foco nos transtornos” você terá oportunidade de estudar e se aproximar do Transtorno do Espectro Autista e Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, vendo as principais características destes e como atuar de modo a amenizar os reflexos desses transtornos no cotidiano de ações e/ou no processo de aprendizagem. Vamos juntos até o fim desta viagem! Bons estudos! Imagem do Tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/full-length-profile-shot-pregnant- woman-1881188110 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E POPULAÇÕES ESPECIAIS A inclusão não se refere apenas às pessoas com deficiência, mas sim, a todas minorias ou possíveis pessoas que estejam ou possam ser excluídas da sociedade devido às suas necessidades especiais. Sendo assim, devemos também incluir em nossa prática pedagógica esses grupos, e para tanto precisamos conhecê-los em suas características, potencialidades e limitações. 1.1 Obesidade, Gestantes e Idosos e a Atuação Profissional em Espaços Formais e Informais https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/full-length-profile-shot-pregnant-woman-1881188110 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/full-length-profile-shot-pregnant-woman-1881188110 Estudante, em sua atuação profissional, seja ela em espaço formal (escola) como informal (contexto não escolar), você irá se deparar com uma diversidade de sujeitos, que demandam conhecimentos e ações diferenciadas. Nas unidades anteriores falamos bastante sobre a pessoa com deficiência, mas além dela, temos que considerar e conhecer os grupos especiais, como a obesidade, as gestantes e os idosos. Vamos lá? 1.1.1 Obesidade Figura 1. Obesidade Fonte: Shutterstock. Há algum tempo atrás, a obesidade e os depósitos de gordura estavam associados ao sinônimo de saúde e a falta de doença, dessa forma, as crianças, os adolescentes, os adultos que estivessem acima do peso, não iriam contrair doenças (ZANUTO; ZWARG; TEIXEIRA, 2008). Com o decorrer dos anos, o excesso de peso foi aumentando e hoje, ele é considerado o principal problema de saúde pública enfrentado não só no Brasil, mas no mundo, devido a sua associação com algumas das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). A obesidade é caracterizada como uma doença multifatorial, o que isso quer dizer? Que ela possui várias causas, como, fatores genéticos, psicológicos, metabólicos e ambientais (ZANUTO; ZWARG; TEIXEIRA, 2008). Então a obesidade pode ter sua gênese de fatores endógenos (genéticos, psicogênicos exemplo, compulsão alimentar), endócrinos (por exemplo, síndrome do ovário policístico) fatores medicamentosos (exemplo, antidepressivos)) e/ ou exógenos (alimentação, o estresse, a inatividade física). A obesidade está associada a várias doenças (quadro 1). Quadro 1. Doenças provocadas pela obesidade Orgão Patologia Associada Cardiovascular Hipertensão arterial, doença cardiovascular (hipertrofia ventricular esquerda), varizes e trombose. Respiratório Dispnéia, apnéia obstrutiva do sono. Gastrointestinal Hérnia de hiato, colelitíase, estenose hepática, cirrose, hemorróidas, câncer colorretal. Metabólico Dislipidemia, diabetes mellitus 2, resistência à insulina. Gravidez Complicações obstétricas, macrossomia fetal. Mamas Câncer e ginecomastia. Uterino Câncer de endométrio e cervical. Urológico Câncer de próstata e incontinência urinária. Pele Dermatites por sudorese, micoses, linfoedema e celulite. Ortopédico Osteoartrites, gota e problemas ortopédicos e articulares. Endócrino Hipercortisolismo, ovário policístico, hiperandrogenismo e irregularidade menstrual. Renal Proteinúria. Fonte: ZANUTO; ZWARG; TEIXEIRA, 2008. Adaptado de Halpern e Mancini (2002) e Pi-Sunyer (2002). Então caro estudante, a obesidade é uma doença de várias causas que se manifesta por meio do excesso de massa corporal, excesso de gordura no corpo, este excesso é algo anormal e com isso prejudica a saúde, levando apatologias como as mencionadas no quadro 1. A obesidade pode ser classificada de acordo com a distribuição da massa de gordura. Sendo assim ela pode ser andróide e ginóide (figura 2). Figura 2. Obesidade Andróide e Ginóide Fonte: Adaptado IMEB. https://imeb.com.br/corpo-em-formato-de-maca-pode-indicar-risco-aumentado-de-diabetes/. O tipo ginóide (pêra) apresenta a distribuição de gordura geralmente na região do quadril, nas extremidades. Já a tipo andróide (maçã) possui o tecido adiposo na região abdominal e no tronco. Independente do tipo, precisamos como profissionais da Educação Física atender tais sujeitos, seja na escola ou fora dela. A atividade física regular traz benefícios para o organismo, sendo assim, pessoas ativas obesas apresentam menor morbidade e mortalidade do que sedentários (ZANUTO; ZWARG; TEIXEIRA, 2008). Além disso, o exercício físico e uma alimentação saudável são meios infalíveis para perder peso. É possível afirmar que a prática do exercício físico é meio de tratamento da obesidade. Sendo assim, nós como profissionais temos papel importantíssimo na prescrição de treinos para auxiliar nessa doença. Para isso é preciso considerar o quadro do aluno, verificar se além do excesso de peso ele possui patologias, fragilidades, limitações e monitorar essas ao longo de sua prática interventiva. Conhecer o nosso aluno é indispensável. https://imeb.com.br/corpo-em-formato-de-maca-pode-indicar-risco-aumentado-de-diabetes/ Já na escola, é o espaço no qual os professores de Educação Física, possibilitarão a seus alunos conhecimentos sobre os benefícios do exercício físico, sobre os tipos de treinos, é onde os sujeitos serão motivados a manterem uma vida fisicamente ativa, assim como, a terem hábitos saudáveis para que se tenha, consequentemente uma melhor qualidade de vida. SAIBA MAIS Há estudos que indicam que em 2025 o Brasil será o quinto país do mundo a ter problemas de obesidade em sua população. Fonte: ZANUTO; ZWARG; TEIXEIRA, 2008. #SAIBA MAIS# 1.1.2 Gestantes Figura 3. Gestante Fonte: Shutterstock A gravidez geralmente tem duração de 38 a 42 semanas. Tal período pode ser dividido por trimestres. 1º Trimestre (entre 0 a 12 semanas): neste momento tem-se a implantação do óvulo fertilizado no útero da mãe. Ela já começa a sentir os primeiros sintomas da gravidez. Espera- se um ganho de peso entre 00 e 1,5kg. 2º Trimestre (entre 13 e 26 semanas): fase na qual a gestante se sente bem. A barriga se torna visível. Momento de sentir os primeiros movimentos fetais. Geralmente nessa etapa da gravidez exercícios físicos de baixo impacto são indicados, uma vez que auxiliará a mãe a se preparar para o trabalho de parto, fortalecerá a musculatura lombar e o assoalho pélvico. 3º Trimestre (entre 27 e 42 semanas): são nesses meses que a gestante sentirá os maiores desconfortos, como falta de ar, dificuldade para dormir confortavelmente, inchaço nos pés, dor na região lombar. Há contrações regulares, conhecidas como contrações de treinamento (Braxton Hicks). Com base nesses indicativos, estudos que apontam que mulheres que são fisicamente ativas têm menor possibilidade de surgimento de problemas durante a gestação, além disso, tendem a ganhar menos peso. Para Pfrimer e Teixeira (2008, p. 274), Por meio da prática de atividades físicas regulares, a gestante poderá diminuir as diversas dores de origem musculoesqueléticas, em razão do fortalecimento de músculos fracos e alongamento de músculos tensos e encurtados, levando à adoção de uma postura corporal mais adequada. O exercício contribui para o aumento do gasto energético da gestante, sendo coadjuvante no controle do peso corporal, evitando maior sobrecarga articular em virtude de um peso corporal excessivo. São várias as contribuições do exercício físico para as gestantes, não é mesmo? A prática da atividade física deveria estar na rotina de todas as mulheres que passam pela gestação, afinal, ela proporciona uma melhora no condicionamento físico facilitando o momento do parto. Embora a gravidez não seja uma doença, passa por diversas transformações e os benefícios adquiridos através da prática de atividade física podem diminuir o desconforto desse período (SOUZA et al., 201?, p. 262). Mas quando devemos iniciar tais práticas com essa população? Para Pfrimer e Teixeira (2008), este momento é sempre após a autorização médica. No início deve-se evitar estímulos novos, já que o bebê está em formação. Após o terceiro mês o bebê já está quase que totalmente formado, a partir daí ele irá crescer e desenvolver o que já está pronto. Assim, se a gestante era sedentária, a prática do exercício físico deve-se iniciar após o terceiro mês, mas se ela já era uma pessoa ativa antes de engravidar, ela deve continuar desde o primeiro trimestre (restrições podem existir no caso de se tratar de uma gravidez de risco). Na escola também podemos nos deparar com adolescentes grávidas, então durante as aulas de Educação Física, deve-se também ter a permissão do médico para o envolvimento da gestante nas atividades práticas. “A gravidez na adolescência requer um olhar individualizado por se tratar de uma temática complexa envolvida na rotina escolar” (SOUZA et al., 201?, p. 261). Mas é preciso considerar que “as aulas de educação física podem ser o único acesso às atividades esportivas e os cuidados com a saúde durante a gravidez são fundamentais para o desenvolvimento do feto e da gestante” (SOUZA et al., 201?, p. 261). Veja estudante, que tanto dentro quanto fora da escola, nós como profissionais de Educação Física temos o compromisso em tomar os devidos cuidados com as gestantes, assim como, devemos conhecer esta condição para poder intervir de forma adequada. Aqui temos o início de seus conhecimentos. Ainda há muito para aprender. 1.1.3 Idosos Fonte: Shutterstock. De acordo com o Estatuto do Idoso (BRASÍLIA, 2009), é considerado idoso aquele indivíduo com 60 anos ou mais. Apesar disso, há um Projeto de Lei (PL5383/2019 que propõe a alteração de 60, para 65 anos. O idoso tem todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, o que assegura-lhe “todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade” (BRASÍLIA, 2009, p. 7). O idoso possui prioridades. São elas: I - atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população; II - preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas; III - destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso; IV - viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações; V - priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência; VI - capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos; VII - estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento; VIII - garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais (BRASÍLIA, 2009). É preciso considerar que o envelhecimento é uma etapa do desenvolvimento humano (PEIXOTO; TEIXEIRA, 2008). Com o avanço da idade é comum nos depararmos com alterações na mobilidade, perda da função física, devido à redução da força muscular, da tolerância ao exercício físico, aumento dos quadros de DCNT, como as cardiovasculares e metabólicas, e devido ao aumento de risco dequedas e fraturas. Perante isso, é de suma importância que o profissional de Educação Física esteja qualificado e habilitado a intervir junto a esse grupo, auxiliando na capacidade funcional, saúde mental, cognitiva e psicossocial dos mesmo. Conforme indicado por Oliveira (2021), ao trabalharmos com exercícios físicos com o público idoso, precisamos partir de atividades com evidência científica, que sejam seguros e de fácil compreensão, utilizando-se de materiais acessíveis que atendam as necessidades e limitações físicas e funcionais. Os autores indicam que é importante que sejam realizados 300 minutos de atividade física moderada por semana e de 75 a 150 minutos de atividade vigorosa, que tenham por foco, principalmente, os grandes grupos musculares e ações cotidianas como sentar e levantar, caminhar, puxar e empurrar, equilibrar-se etc. Os principais exercícios indicados para o público idoso são os resistidos, na água, aeróbicos ou funcionais. Os exercícios resistidos, tem por objetivo o desenvolvimento da qualidade muscular, devem ser desenvolvidos junto a esse público de forma sequencial e sistematizada, atentando-se para uma sequência dinâmica, que envolva diferentes grupos musculares e com velocidades de execução na fase concêntrica e excêntrica. Para tanto Bertelli-Costa e Oliveira (2021) ressaltam que as variáveis de treinamento devem ser consideradas, destacando: ● Intensidade: refere-se a carga empregada no exercício físico. Para definição da mesma é importante a realização de testes como o de força máxima ou a percepção subjetiva de esforço (esse é mais utilizado para esse público). ● Volume: refere-se à quantidade do trabalho realizado na sessão considerando o número de séries/ repetições e a carga empregada (peso). Os autores indicam com base em Nelson et al., (2007) que o volume indicado ao público idoso é de 2 a 3 séries com 6 a 15 repetições cada, e que esse volume deve passar por progressão ao longo do período de treinamento. ● Densidade: refere-se a relação entre duração e frequência, indicando a frequência semanal e duração dos intervalos entre séries e entre exercícios. A densidade indicada é de duas a três sessões por semana, podendo ter variações, com intervalos curtos (até 60 segundos), moderados (de 60 à 120 segundos) e longos (igual ou superior a 180 segundos). Os exercícios na água são indicados para esse grupo por apresentar a diminuição do peso corporal/ impacto devido a flutuação, se refletindo em variáveis fisiológicas e cinesiológicas. Mezzaroba e Oliveira (2021, p. 159) apontam que exercícios na água propiciam um ambiente relaxante e atrativo, trabalho da maioria dos grupos musculares, boa amplitude muscular (devido a facilidade de execução) e redução do impacto nas articulações. Além disso, os autores apontar que práticas como a natação e o fitness aquático contribuem para “[...] cinco componentes do condicionamento físico, sendo: resistência aeróbica, resistência muscular localizada, força, flexibilidade e composição corporal”, além de contribuir com o “[..] equilíbrio, agilidade, reflexo e coordenação motora”. Já os aeróbicos, caracterizado pelo padrão cíclico com fonte energética predominantemente oxidativa e realizado de forma regular e sistematizada, melhoram a função arterial e fluxo sanguíneo, o metabolismo, aptidão cardiorrespiratória e composição corporal, podendo ser contínuo, intervalado ou combinado (CHACON- MIKAHIL; CASTRO; SARDELI, 2021). Os autores indicam, com base no American College of Sports Medicine (2017), que exercícios aeróbicos de intensidade moderada são indicados cinco dias por semana ou mais, intensidade vigorosa, três vezes ou mais e quando combinados de três à cinco veze por semana e basear-se em uma escala de percepção de esforço ( de 0 à 10) e na frequência cardíaca. Os exercícios funcionais voltam-se para o trabalho específico de qualidades físicas de forma multiarticular, o que auxilia na saúde e autonomia dos idosos. Para estruturar um programa de treinamento funcional é de suma importância considerar os princípios biológicos e metodológicos do treinamento físico. Para tanto, em geral, são estruturados em forma de circuito, que propicia uma recuperação ativa entre os exercícios. Por fim, conforme a autora supracitada, esse circuito é estruturado em quatro blocos, sendo o primeiro com exercícios de mobilidade e estabilidade articular, o segundo e terceiro bloco voltado para aspectos neuromusculares e o quarto para exercícios cardiometabólicos. A intensidade de cada bloco precisa considerar a capacidade individual e se embasar na percepção subjetiva de esforço. SAIBA MAIS “Evidências científicas têm fortalecido a teoria de que o sedentarismo ao longo da vida é uma das principais causas da fragilidade física das pessoas idosas”. Fonte: Peixoto e Teixeira, 2008, p. 289. #SAIBA MAIS# 2 EDUCAÇÃO FÍSICA: FOCO NOS TRANSTORNOS 2.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE O transtorno do espectro autista (TEA), é caracterizado pelo déficit permanente na comunicação e interação social e pelo comportamento e/ou interesse repetitivo ou restrito (DSM-V-5, 2013; GOERGEN, 2014). O TEA pode ser dividido por graus: ● Nível I: A pessoa apresenta falta de empatia, baixa capacidade para fazer amizades, conversação unilateral dando respostas inconsistentes. Apresenta foco por assuntos específicos, movimentos desordenados e comportamento repetitivo e restrito. Nesse nível o nível de apoio é baixo. ● Nível II: A pessoa apresenta menor grau de autonomia e dificuldade de se expressar verbalmente, devido a um déficit nas habilidades de comunicação verbais e não verbais, devido a isso apresenta necessidade de apoio substancial. ● Nível III: O grau de comprometimento pode interferir no desenvolvimento da criança e na sua independência na realização de atividades cotidianas. Devido a severos prejuízos na comunicação, não conseguem estabelecer interações e apresentam alto nível de estresse, necessitando de apoio muito substancial. Ainda não se sabe ao certo quais são as causas que levam ao autismo, no entanto, estudos evidenciaram que o transtorno é desencadeado devido a falhas no processo de interação entre neuroliginas e neurotoxinas durante as sinapses, o que leva à um desequilíbrio entre os sinais excitatórios e inibitórios. Por não se ter uma causa clara e sinais e sintomas que parte da interação social e linguagem, a maioria dos diagnósticos são fechados após os três anos de idade, momento em que as crianças estão juntando palavras e formando frases (GOERGEN, 2014). Mas alguns indicativos podem gerar alerta anteriormente a esse período, sendo: ● Dificuldade de se relacionar com crianças e adultos ● Fala pobre ou falha ● Sensibilidade aos sons ● Brincadeiras inapropriadas com brinquedos ● Dificuldades de sair da rotina ● Choro ou riso inapropriado ● Falta de noção de perigo ● Hiperatividade ou passividade extrema ● Sensibilidade ao contato/toque físico ● Atração estranha por objeto ● Falta de contato visual ● Não responder à ser chamado pelo nome ● Falha na execução de funções sociais (ex: mandar beijo) ● Atraso na linguagem e no desenvolvimento motor ● Realização de movimentos involuntários ( estereotipias) ou de movimentos auto regulatórios. ● Dificuldade em brincar de faz de conta. No cenário da Educação Física, Goergen (2014) indica que geralmente as crianças com autismo apresentam-se irritadas ao serem inseridas em atividades coletivas. Por exemplo, em atividades com bola ficam extasiados e por isso apresentam dificuldades em seguir sequências de regras do jogo, além disso, estímulos causados por texturas, olfato, coloração, luz, podem prejudicar seu engajamento nas ações propostas. Já o Transtorno do Déficit de Atençãoe Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta o autocontrole, resultando em problemas de atenção, hiperatividade ou impulsividade. Geralmente esse transtorno inicia entre os seis e doze anos de idade gerando comportamentos que persistem por mais de seis meses, esses comportamentos geralmente afetam a capacidade de controlar o comportamento, sustentar à atenção e controlar ou inibir impulsos proporcionados por situações e/ou atividades (BARKLEY, 2020). Com base no autor supracitado, alguns passos podem ser adotados para melhorar o comportamento de uma pessoa com TDAH, sendo: ● Estabelecer relação de respeito, cooperação e compreensão. ● Reduzir conflitos, aborrecimentos ou discussões. ● Fortalecer e/ou fomentar comportamentos adequados e sociais. ● Dar comandos claros e efetivos. O tratamento do TDAH envolve acompanhamento psicológico, alteração no estilo de vida/alimentação e medicação. Segundo Mattos (2020) essas estratégias buscam modificar os níveis de dopamina e noradrenalina em especial nas áreas cerebrais responsáveis pela atenção, emoção, motivação e atividade motora. Vale ressaltar que o uso de medicamentos deve ser analisado junto a uma equipe multiprofissional. SAIBA MAIS Você já deve ter ouvido falar sobre a Síndrome de Asperger, um transtorno neurobiológico que leva à pessoa a ter dificuldade de socialização, atos motores repetitivos e interesses restritos, gerando, por vezes, grandes habilidades devido a repetição de movimentos. No entanto, desde 2013 com a quinta edição do Manual de Diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5) o termo entrou em desuso, passando a ser considerado uma forma branda de autismo (não apresenta perdas intelectuais ou verbais). Fonte: As autoras. #SAIBA MAIS# REFLITA Você sabia que o autismo afeta quatro a cinco vezes mais meninos do que meninas? E que a estimativa é que uma em cada 68 crianças apresentam o transtorno? Será que estamos preparados para trabalhar junto com esse público? Fonte: As autoras. #REFLITA# CONSIDERAÇÕES FINAIS Caros estudantes, chegamos ao fim de nossa quarta unidade da apostila “Educação Física Adaptada”. Nela debatemos sobre a Educação Física e o exercício físico para populações especiais, com o objetivo de conhecer como o profissional da área pode atuar junto à obesos, gestantes, idosos no contexto formal e não formal de ensino, além de estudarmos sobre o Transtorno do Espectro Autista e Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. Vimos que assim como as pessoas com deficiência as população especial também demanda conhecimentos específicos do profissional, viabilizando o melhor para sua saúde e qualidade de vida. Os obesos podem apresentar concomitantemente doenças crônicas não transmissíveis, que demandam atenção específica e alguns cuidados do professor/profissional de Educação Física em sua prática interventiva. As gestantes, apresentam diferentes ações dos profissionais da área ao longo dos trimestres gestacionais. A prática de exercícios físicos corretos e bem orientados podem prevenir o aumento de peso excessivo, quadros de diabetes gestacional e/ou pré- eclâmpsia,além de auxiliar no momento do parto e sua recuperação. Os idosos por sua vez, é a população que mais cresce no Brasil, e hoje temos idosos conscientes da importância de uma vida fisicamente ativa e saudável, por isso precisamos estar preparados para atendê-los da melhor forma possível, adaptando exercícios físico, especialmente em relação à intensidade, volume e densidade. Por fim, as pessoas com TEA e TDAH precisam de ações que amenizem as consequências do transtorno, auxiliando no desenvolvimento de ações cotidianas, no processo de aprendizagem e socialização. Para isso é importante conhecermos as características dos transtornos e como evitar práticas que gerem desconforto ou reações negativas nas mesmas. Esperamos que os conhecimentos trazidos nesta unidade te ajudem a compreender as demandas e necessidades das pessoas com necessidades especiais, para que então sejam estruturadas práticas interventivas condizentes aos anseios dos mesmos e ao contexto em que eles estiverem inseridos (escola, academia, clube, centros esportivos, etc.) Vamos em frente! LEITURA COMPLEMENTAR Conforme vimos nesta unidade, o exercício físico é de suma importância para o idoso e para um envelhecimento saudável, que garanta autonomia na execução das atividades de vida diária. No entanto, um fator que pode acometer o idoso e prejudicar seu engajamento na prática de exercícios físicos é o risco de quedas, uma vez que conforme indica Teixeira (2021, p.271) elas podem estar “[...] associadas a lesões, diminuição da atividade funcional, incapacidades, prejuízos psicológicos e, em casos extremos, à morte”. Perante isso, para amenizar o risco de quedas, precisamos em nossas práticas e também no ambiente domiciliar, propiciar exercícios e ações que garantam e/ou desenvolvam o equilíbrio postural, de modo a manter posturas, movimentos e deslocamentos. O ato de equilibrar-se não envolve apenas o equilíbrio estático (manter-se em pé), também temos o equilíbrio dinâmico (quando se envolve movimento) e rotacional (quando envolve eixos corporais). Por isso, o autor supracitado indica que os sistemas sensoriais devem ser considerados na hora de prescrever uma atividade e/ou exercício. Já parou para pensar como podemos fazer isso? O sistema visual orienta o corpo no espaço, levando ao sistema nervoso dados sobre disposição sobre o espaço físico e possíveis obstáculos. Frente a isso é importante propor atividades que envolvam mudanças de direção (para frente, trás, lados, diagonal) e transpor objetos (cordas, cones, escada funcional, etc.) O sistema vestibular é localizado no ouvido interno e auxilia na localização do corpo no espaço físico e a trajetória realizada, sendo essencial para a manutenção do equilíbrio. Para trabalhar esse sistema é importante atividades que estimule o idoso a olhar para a direita e para à esquerda, sentar e levantar, apanhar objetos no chão, subir e descer escadas, trabalhar equilíbrios em diferentes superfícies (cimento, areia, colchonete, buzu, etc.) Por fim, o sistema somatossensorial que relaciona movimento e superfícies e as adaptações envolvidas em ações de equilíbrio e desequilíbrio, demandando ações rápidas e por vezes movimentos reflexos. Podem ser trabalhados exercícios de marcha, apoio unipodal, apoio com pés unidos e afastados, atividades em plataformas vibratórias, agachamentos, atividades com bola, carregar objetos, andar em linha reta, atividades que envolvam tempo de reação, agilidade, entre outros. Deste modo, queridos alunos e alunas, antes de desenvolver ações junto aos idosos, e também aos demais grupos especiais vistos nessa unidade, planeje sua aula, considerando qual será o foco das atividades propostas, o ambiente e materiais disponíveis, à complexidade da tarefa e a organização do espaço. Fonte: Anversa; Solera (2021). LIVRO • Título. Autismo: fala, linguagem e comunicação • Autor. Silva Dias Caldas • Editora. Contentus • Sinopse . O Livro, disponível em nossa biblioteca virtual, traz maiores informações sobre o Autismo. Estruturado em seis capítulos, você aprofundará seus conhecimentos sobre o desenvolvimento da linguagem, a linguagem no transtorno do espectro do autismo, comunicação, sistemas de comunicação, aprendizagem e autismo e brincadeiras e autismo. FILME/VÍDEO • Título. Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador • Ano. 1993 • Sinopse. “No filme Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador, lançado em 1994, o ator Leonardo DiCaprio interpreta Arnie, um adolescente que está prestes a completar 18 anos e sofre de autismo.Na trama, o personagem passa por crises constantes, nas quais, por vezes, tenta fugir de casa ou agredir a si próprio.” (AGÊNCIA UNIVERSITÁRIA DE NOTÍCIAS, Ano: 48 - Edição Nº: 116) • Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=MuwJ41XNN2E REFERÊNCIAS BARKLEY, R.À. Aprendendo a viver TDAH: transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Tradução de Luis Reyes Gil, 1 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2020. BERTELLI- COSTA, T.; OLIVEIRA, D.V. O programa de exercícios resistidos para idoso. In: OLIVEIRA, D.V (org). Educação Física em Gerontologia. Curitiba: Appris, 2021. BRASÍLIA. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estatuto do Idoso. Brasília/DF, 2009. CHACON-MIKAHIL, M.P.T; CASTRO, A. SARDELI, A.V. Prescrição do treinamento aeróbio para idosos. In: OLIVEIRA, D.V (org). Educação Física em Gerontologia. Curitiba: Appris, 2021. GOERGEN, M.S. Sobre o diagnóstico em transtorno do espectro do autismo (TEA): considerações introdutórias à temática. In: SCHMITD, C (org). Autismo, educação e transdisciplinaridade. Campinas: Papirus, 2014. MATTOS, P. No mundo da lua: 100 perguntas e respostas sobre o tratamento do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), 17 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2020. MEZZAROBA, P.V; OLIVEIRA, D.V. Treinamento aquático para idosos- natação e fitness aquático. In: OLIVEIRA, D.V (org). Educação Física em Gerontologia. Curitiba: Appris, 2021. NELSON, Miriam E. et al. Physical activity and public health in older adults: recommendation from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Circulation, v. 116, n. 9, p. 1094, 2007. OLIVEIRA, D.V (org). Educação Física em Gerontologia. Curitiba: Appris, 2021. SOUZA, S.C. Treinamento funcional para idosos. In: OLIVEIRA, D.V (org). Educação Física em Gerontologia. Curitiba: Appris, 2021. PEIXOTO, C.; TEIXEIRA, L. Envelhecimento: uma visão. In: TEIXEIRA, L. Atividade Física Adaptada e Saúde. São Paulo: Phorte, 2008. PFRIMER, L.D. F. M.; TEIXEIRA, L. Exercícios Físicos Adaptados à Gravidez. In: TEIXEIRA, L. Atividade Física Adaptada e Saúde. São Paulo: Phorte, 2008. SCHMIDT, C (org). Autismo, educação e transdisciplnaridade. Campinas: Papirus, 2014. SOUZA, D. L. A. et al. Gestantes na educação física escolar: reflexão sobre a contribuição dos professores de Educação Física. Educação Física e Ciências do Esporte: Uma Abordagem Interdisciplinar - Volume 2. 201?. TEIXEIRA, Denilson de Castro. Exercício físico no equilíbrio e prevenção de quedas em idosos. In: OLIVEIRA, D.V (org). Educação Física em Gerontologia. Curitiba: Appris, 2021. ZANUTTO, R.; ZWARG, M. G. G.; TEIXEIRA, L. Atividade Física no Controle da Obesidade. In: In: TEIXEIRA, L. Atividade Física Adaptada e Saúde. São Paulo: Phorte, 2008. CONCLUSÃO GERAL Prezado(a) aluno(a), Ao longo deste material, procuramos trazer para você os principais conceitos a respeito da Educação Física Adaptada. Iniciamos nossos estudos e reflexões contextualizando a deficiência ao longo da história e quais as principais características das deficiências físicas e sensoriais. Esse percurso histórico nos ajudou a compreender que as deficiências são tão antigas quanto à própria humanidade, mas por muito tempo permaneceram veladas pela sociedade, por serem vistas como um pecado ou castigo. Até chegar na compreensão de que a deficiência se trata de um caráter patológico de causa orgânica, as pessoas desse grupo social passaram por momentos de eliminação, aceitação até conquistar meios e diretos em busca de sua efetiva inclusão. Compreendido à deficiência ao longo da história e seus desdobramentos na sociedade, discutimos sobre os esportes adaptados e paralímpicos, de verão e de inverno, destacando ações que levam a prática esportiva, à importância da Educação Física Adaptada e algumas ações que nos levam a refletir se realmente os esportes paralímpicos são inclusivos. Dando sequência conhecemos as questões legais da inclusão da pessoa com deficiência na escola e na sociedade, conhecendo os meios e barreiras de acessibilidade e como podemos intervir junto a esse grupo no cenário escolar e não escolar. Por fim, conhecemos alguns grupos que também demandam uma prática interventiva diferenciada, mesmo não tendo deficiência a população especial requer uma prática diferenciada e adaptada aos seus anseios e necessidades. Obesos, gestantes, idosos, pessoas com transtornos intelectuais apresentam peculiaridades e precisam de atendimento especializado, uma vez que, à prática de exercício físico se faz de suma importância para a saúde, qualidade de vida, autonomia e inclusão social dos mesmos. A partir de agora acreditamos que você já está preparado para desenvolver uma boa prática interventiva, compreendendo esse público não em suas limitações mas sim em suas potencialidades. Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado!