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1 4 - Ferramentas para Dominar os Aspectos Mentais

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Curso TNT 
Módulo 1 
1.4 - Ferramentas para Dominar os Aspectos Mentais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright 2016 - todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial desta apostila. 
Os fracassos estão muito mais relacionados à falta de determinação e à desistência do que a 
quaisquer outros fatores externos. 
 
Por tudo o que foi visto até agora podemos perceber que, dado que somos seres emocionais e 
consequentemente não é possível eliminarmos ou isolarmos totalmente essa nossa natureza, 
devemos, então, aprender a utilizar isso em nosso favor. Aliás, tentar eliminar nossas emoções 
seria até improdutivo, pois poderia afetar outros aspectos de nossa vida pessoal, em que as 
emoções desempenham um papel primordial. O que podemos, conhecendo nossas características 
e o modo como reagimos às situações da vida, é procurarmos moldar nosso temperamento e 
estilo pessoal às necessidades comportamentais exigidas para o bom desempenho das operações 
de trading. 
 
Devemos também ficar atentos quanto aos mecanismos mentais que nosso cérebro utiliza para 
fazer com que evitemos determinadas situações. Por essa razão, conhecer esses mecanismos, e 
entender como eles agem em nossa mente, é fundamental para o controle das emoções. 
 
Autossabotagem 
 
Imagine a seguinte situação: você definiu as regras da operação, sabe exatamente onde vai entrar, 
qual será o seu stop gain e, principalmente, sabe que o stop loss o manterá rigidamente dentro de 
seu controle de risco. Mas, na hora da operação, você nota que algo não sai como você havia 
planejado, então você começa a sabotar a sua própria regra. Você começa a fazer uma espécie de 
trailing stop ao contrário, ou seja, vai puxando seu stop para trás porque acredita que o preço vai 
voltar na direção de sua operação. E para ajudar a piorar, você lembra da técnica do preço médio 
e começa a colocar mais lotes em sua operação perdedora, pois acredita legitimamente que aquilo 
é apenas uma correção e que o preço já vai voltar. Assim, dominado por esse viés, você segue 
retrocedendo o seu stop até o momento que, finalmente, percebe que a tendência mudou e, 
derrotado, sai da operação com um enorme prejuízo e um emocional abalado. 
 
Do começo ao fim desse processo, seu lado emocional foi afetado por uma sequência de emoções 
diferentes. Logo no começo, sua primeira reação foi negar que aquilo estivesse acontecendo com 
você. Em seguida, você começou a negociar com o mercado e com a sua própria operação (lembra 
aquele momento que você fugiu do seu planejamento e resolveu fazer preço médio na esperança 
de que poderia consertar a operação?) para, na sequência, começar a apelar para rezas, cismas e 
simpatias. 
 
Vendo que nada disso funcionou e você acabou no prejuízo, seu próximo sentimento é o de raiva, 
aquela vontade irrefreável de se vingar do mercado, momento este em que, nervoso, começa a 
trocar os pés pelas mãos e a fazer besteiras, literalmente jogando sua estratégia na lata de lixo. 
 
Sentindo-se arruinado, vem a depressão. Aquele terrível sentimento de derrota, de fracasso, uma 
crença de que você é incapaz, de que não nasceu para essa atividade. Você começa a pensar em 
desistir e partir para outra coisa. 
 
Por fim, vendo que nada disso resolveu coisa alguma, você se deixa vencer e aceita a derrota. E se 
estiver suficientemente determinado ou motivado, só então irá buscar ajuda, seja estudando mais, 
seja voltando para as salas de trading ao vivo, seja frequentando um curso formal. 
 
Toda esta sequência de emoções, sensações e sentimentos é algo bastante familiar a todos 
aqueles que sofrem algum tipo de perda, e é parte de um mecanismo que seu cérebro adota para 
permitir a você lidar com grandes perdas e tragédias, como doenças fatais, luto, divórcio, falência 
e quaisquer outras situações que tragam perda e dor. 
 
Este processo, que afeta todo e qualquer ser humano, foi primeiramente estudado pela psiquiatra 
suíça radicada nos EUA, Elizabeth Kübler-Ross, conhecida mundialmente por seus escritos e 
trabalhos com a terminalidade da vida. Em 1969 ela escreveu o seu livro mais importante e que 
causou grande impacto na área dos cuidados de saúde, On Death and Dying (Sobre a Morte e o 
Morrer). 
Com o avanço dos estudos, descobriu-se que este processo, que mais tarde ficou conhecido como 
Modelo de Kübler-Ross ( http://migre.me/uomYF ), aplica-se a todas as situações que envolvem 
perda, seja ela material, física ou emocional. 
 
As cinco fases descritas no estudo ocorrem independentemente da vontade ou da capacidade do 
sujeito que sofre a perda. São elas: negação, negociação, raiva, depressão e aceitação. 
 
Estudos psicológicos desenvolvidos em todas as mais importantes universidades do mundo 
demonstram que, além de inescapável, este processo é altamente saudável para que o ser 
humano possa elaborar sua relação com a perda sem que isso gere traumas insuperáveis ao longo 
de sua vida. 
 
Por isso, se porventura você passar por uma grande perda, levar um stop importante ou mesmo 
quebrar, mantenha a consciência de que irá passar por essas cinco fases e dê-se o tempo 
necessário para elaborar tudo isso. Apesar de dolorido, este processo o tornará mais forte. Evite, 
também, operar enquanto você não passar por todas as cinco fases. 
 
Esse padrão pode acometer qualquer pessoa e independe de capacidade intelectual. Está mais 
ligado à inteligência emocional. 
 
Hábitos 
 
Há quase quatro séculos antes de Cristo, o filósofo Aristóteles já afirmava que nós somos o que 
fazemos repetidamente. Isto significa que a excelência, mais que um ato isolado, é resultado de 
um hábito. 
 
Todos os hábitos começaram, em algum momento da nossa vida, a partir de uma decisão 
consciente. Com o passar do tempo, por algum motivo, passamos a repetir aquele ato 
consistentemente. Quando menos se percebe, aquilo entrou em nossa rotina diária, virou um 
hábito. E tanto faz se o comportamento é bom ou ruim, se é produtivo ou destrutivo. Um hábito é 
a repetição de um determinado padrão que muito pouco questionamos. 
 
Muitas vezes o hábito se instalou em um determinado momento ou fase de nossa vida porque ele 
provavelmente serviu para resolver um problema naquele momento. A questão é que o tempo 
passou, a vida que você tem hoje provavelmente é bem diferente da que tinha quando esse hábito 
foi formado, suas necessidades mudaram, mas o hábito ficou lá. 
 
Se for um hábito saudável ou positivo, é claro que isso irá contribuir para a sua qualidade de vida 
em geral. Contudo, existem hábitos que podem ser prejudiciais a sua saúde física ou mental, ou 
mesmo ao seu convívio social. 
 
E, dependendo de um conjunto particular de disposições mentais, crenças e valores, certos 
hábitos podem se transformar em vícios, trazendo sérios prejuízos à vida como um todo. 
 
 
 
 
 
Saiba mais: 
Neste vídeo, o psicoterapeuta Mário Negrão, em entrevista ao 
canal G1 do Paraná, fala sobre as diferenças entre hábito, rotina e 
vício. Acesso em: http://migre.me/uonLp ou através do QR Code ao 
lado. 
 
 
 
 
 
 
Portanto, é preciso uma vigília constante sobre seus atos, suas atitudes e situações que podem dar 
início à formação de hábitos prejudiciais. 
 
A boa notícia é que este mecanismo que funciona para coisas ruins, também funciona para coisas 
boas, ou seja, você é plenamente capaz de substituir hábitos ruins por hábitos bons e, também, 
acrescentar novos hábitos. 
 
Se quiser alcançar a excelência operacional em seus trades e na sua profissão, deve esforçar-se 
para adquirir os hábitos adequados aos seus objetivos. Sabendo quais hábitos cultivar, de quais se 
livrar e como se desviar do caminho do vício operacional, você certamente estará cada vez mais 
próximo do sucesso. 
 
 
 
 
Saiba mais: 
Seiti Arata, da Arata Academy, comenta o livro O Poder do Hábito. 
Acesse em: http://migre.me/uondV ou através do QR Code ao lado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Leia o livro: O Poder do Hábito. Autor: Charles Duhigg. Editora Objetiva, 2012. 
 
 
 
 
 
Mapeamentodo Perfil Comportamental 
 
O caminho do autoconhecimento é fascinante. A constatação de que evoluímos a cada momento 
nos oferece condições cada vez melhores de conduzir nosso trabalho e nossa vida de modo 
confiante e produtivo. E a autoconfiança é um dos fatores que tem grande influência nas decisões 
que tomamos durante um trade. A segurança psicológica faz com que tomemos decisões 
acertadas, que sejamos capazes de seguir uma regra disciplinadamente e, como vimos, isso 
representa quase tudo em um trade. 
 
Mapear o seu próprio perfil comportamental lhe trará o benefício de saber o que pode esperar de 
si mesmo nas mais diversas situações. E diversidade é algo constante em nossa atividade como 
traders. À medida que mexe com nossas emoções, as operações disparam reações em nós. E se 
soubermos de antemão como reagiremos, poderemos nos precaver, evitando certas situações ou 
nos preparando para lidar com outras. 
 
Logo abaixo, você tem acesso a links que o ajudarão a realizar este mapeamento. Mas não limite-
se ao teste apresentado. Busque novos significados, procure outros sites e vídeos que falem sobre 
as especificidades do seu perfil comportamental. Você, rapidamente, notará que quanto mais 
souber acerca de si mesmo, gradativamente melhores se tornarão suas operações e sua vida. 
 
 
Dica TNT 
Conheça o seu perfil DISC. Nos links abaixo, você encontrará o teste e também explicações 
adicionais sobre cada perfil. 
 
 Acesso ao teste http://migre.me/uotNs 
 Detalhes sobre as 4 dimensões comportamentais do DISC: http://migre.me/uotOa 
 
 
 
 Saiba mais: 
 Neste livro, o autor ensina como descobrir quais são os seus pontos fortes e 
mostra como é possível utilizá-los para alcançar o sucesso em seus empreendimentos. 
 Livro: Descubra Seus Pontos Fortes. Autores: 
Marcus Buckingham, Donald O. Clifton. Editora Sextante, 2008 
 
 
 
 
Missão pessoal 
Por que é importante para todos nós encontrarmos nossa missão pessoal? 
A resposta para isso é, ao mesmo tempo, fácil e complexa, e é assim porque está vinculada ao 
propósito da existência. Todos nós chegamos ao mundo em condições por vezes muito distintas. 
Alguns nascem em uma família feliz e harmoniosa, outros nascem com problemas de saúde, 
pessoas nascem ricas, outras nascem pobres. Mas, independente das condições com que 
iniciamos a nossa existência, uma angústia nivela todos nós, e essa angustia está relacionada a 
uma simples pergunta: por que eu existo? 
Muitas pessoas passam a vida toda sem obter essa resposta e, por mais que a procurem por todo 
lado, só vão encontrar a resposta quando olharem para dentro de si mesmas. 
 
Talvez você esteja se perguntando o porquê deste assunto bem no meio de um curso de trading. 
 
Bem, a resposta é que existem várias razões. A primeira e mais imediata é que se você souber a 
razão da sua existência, você poderá conduzir sua vida em torno disso, independente da profissão 
que escolher. Se, por exemplo, sua missão de vida é ajudar pessoas desfavorecidas, você pode 
utilizar parte da riqueza que venha a fazer no trading para alcançar esse propósito. Ou ainda, se 
sua missão de vida é ajudar as pessoas através da educação, você pode ser um professor de 
investimentos com base em análise técnica para ensinar pessoas a construir riqueza a partir do 
mercado financeiro. 
 
Outro benefício que se tem ao conhecer sua missão pessoal, é que toda a sua vida vai ganhar um 
novo sabor, uma vez que estará constantemente motivado para trabalhar na realização do seu 
propósito. E um trader motivado possuirá uma força psicológica inabalável, e você já sabe como é 
importante fortalecer nossa psicologia para alcançar a consistência no trading. Sem contar que 
isso também fará de você uma pessoa melhor, mais animada, e sua vida se tornará mais leve. 
 
Para ir além, você deve se perguntar: qual é a razão da minha existência? Por que eu estou aqui no 
Planeta Terra, nesta vida? O que eu nasci para fazer? Se a resposta vier de bate-pronto (muitas 
vezes vem!), você muito provavelmente já terá a sua missão pessoal. Se você não souber, vale a 
pena pensar sobre o assunto e observar o que você tem de valores e o que gosta de fazer. 
 
 
Dica TNT 
 
 Como encontrar sua missão pessoal - construir sua declaração de missão. 
 Acesse: http://migre.me/uooXe. No site tem ainda um link para uma ferramenta que 
 auxilia o processo de construção da sua missão pessoal. 
 
 
 
 
 Leia também o livro: 
 Em Busca de Sentido. Autor: Viktor Frankl. Editora Vozes, 2015.

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