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Direitos Reais e Posse

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Conceito 
 Direitos reais = Direito das coisas 
 Consiste e um conjunto de princípios e 
normas que disciplina a relação jurídica 
referente às coisas suscetíveis de 
apropriação pelo homem, segundo uma 
finalidade social. 
Características 
 Legalidade/ pessoalidade: os direitos reais 
somente existem se a respectiva figura 
estiver prevista em lei (art. 1.225 do 
CC/2002); 
 Taxatividade: enumeração legal dos 
direitos reais é taxativa (numerus clausus), 
não admite ampliação pela simples vontade 
das partes; 
 Publicidade 
 Eficácia erga omnes: os direitos reais são 
oponíveis a todas as pessoas, 
indistintamente. 
 Inerência/aderência: o direito real adere à 
coisa, acompanhando-a em todas as suas 
mutações. 
 Sequela: é característica exclusiva dos 
direitos reais. 
O titular de um direito real poderá perseguir 
a coisa afetada, para buscá-la onde se 
encontre, e em mãos de quem quer que 
seja. 
 Obrigações propter rem 
 São obrigações que decorrem de um direito 
real sobre determinada coisa, que adere a 
essa e a acompanha nas modificações do 
seu titular; 
 As obrigações propter rem se transmite 
automaticamente para o novo titular da 
coisa a que se relacionam; 
 
 
 
 
Posse 
 Podemos identifica-la como um domínio fático da 
pessoa sobre a coisa. 
 
Natureza jurídica 
 Savigny: a posse tem natureza hibrída, seria um 
fato, mas quanto aos efeitos, seria um direito; 
 Ihering: a posse seria um direito; 
 Pablo Stolze: a posse é um fato tutelado pelo 
Direito. Já que não se encontra no rol dos direitos 
reais. 
Teorias da posse: 
 Teoria Subjetiva de Savigny: a posse se 
dividiria em animus (intenção de ter a coisa) e 
corpus (o poder material sobre a coisa). 
 Possuidor seria aquele que, além ter a intenção 
de se assenhorar do bem, dispõe do poder 
material sobre ele. 
 Teoria Objetiva de Ihering: Possuidor 
seria aquele que, mesmo sem dispor do poder 
material sobre o bem, comporta-se como se fosse 
o proprietário, imprimindo-lhe destinação 
econômica. 
• Exemplo: locador, que embora não esteja 
utilizando o imóvel diretamente, é possuidor, ao 
locá-lo e auferir as alugueis. 
 Teoria Sociológica: Por exemplo, quando a 
sociedade atribui ao sujeito o exercício da posse. 
Aquele que der a destinação social ao bem da 
vida será o possuidor; 
• A posse tem autonomia em face da propriedade; 
• Ênfase ao caráter econômico e a função social da 
propriedade. 
 Teoria adotada pelo Código Civil: Adotou 
a Teoria Objetiva de Ihering sendo também 
influenciado pelo princípio da função social. 
Mesmo se o sujeito não é proprietário, mas 
exerce os poderes (usa, goza, usufrui, dispõe, 
reivindica) de um, pode ser considerado 
possuidor. Pois o que legitima a posse é o 
Direitos reais 
exercício pleno ou não dos poderes, e assim é 
cumprida a função social da propriedade. 
Classificação da posse: 
 Quanto ao exercício e gozo: 
• posse direta: é aquela exercida mediante o 
poder material ou contato direto com a coisa, 
exemplo: o locatário; 
• Posse indireta: temos como exemplo o 
locador, que frui ou goza dos aluguéis, sem 
que esteja direta e pessoalmente exercendo 
poder físico ou material sobre o imóvel 
locado. 
• Obs: a posse direta pode coexistir 
simultaneamente com a posse indireta, cabe 
aos possuidores defender a sua posse entre 
si ou entre terceiros. 
 Quanto à existência de vício (caráter 
objetivo): 
• posse justa: a posse não violenta, 
clandestina ou precária (art. 1200 CC). 
• posse injusta: quando for violenta, 
clandestina ou precária. 
• Obs: a posse precária é aquela concedida a 
título de favor e é licita Ex.: eu empresto meu 
apartamento à fulano por 2 anos. 
• Essa posse precária é justa, no entanto, 
quando eu proprietária, após os 2 anos 
negociados peço a reintegração da posse, e 
o João agindo de má-fé se recusa (vício de 
precariedade), a posse precária passa a ser 
injusta. 
 Quanto à legitimidade do título (caráter 
subjetivo): 
• boa-fé subjetiva: é o estado de ânimo do 
agente que age inocentemente, sem 
conhecimento de algo. (art.1201 CC) 
• Justo título: É um instrumento que conduz 
um possuidor a iludir-se que ele é 
realmente proprietário. Trata-se de um título 
que parece ser formalmente idôneo e eficaz 
a prova de propriedade, mas apresenta um 
defeito que a impede, por carecer de uma 
natureza formal ou substancial. 
• boa-fé objetiva: O agente tem 
conhecimento do que está se tratando e 
age eticamente. 
• má-fé: o possuidor não ignora que tem 
posse indevida. (art.1202 CC) 
 Quanto ao tempo: 
• posse nova: tem menos de ano e dia. 
• posse velha: mais de ano e dia. A tutela é 
provisória 
 Quanto à proteção: 
• posse ad interdicta: Esse tipo de posse 
autoriza a utilização do interdito proibitório, 
mas não serve para a usucapião. Para 
existir o possuidor basta demonstrar os 
elementos essenciais à posse, corpus e 
animus, e a moléstia. 
• posse ad usucapionem: Essa posse 
autoriza a aquisição do bem por usucapião. 
Basta que o possuidor preencha alguns 
mais requisitos essenciais à posse. 
Aquisição da posse: 
 Art. 1204 CC: Adquire-se a posse desde o 
momento em que se torna possível o 
exercício, em nome próprio, de qualquer 
dos poderes inerentes à propriedade. 
 Quem pode adquirir (art. 1205): 
• Pela própria pessoa; 
• Por seu representante ou procurador; 
• Por terceiro sem procuração, com 
ratificação obrigatória. 
 Transmissibilidade da posse (art. 
1206) 
• A posse transmite-se aos herdeiros ou 
legatários do possuidor com os mesmos 
caracteres. 
• Princípio da continuidade do caráter 
da posse: salvo prova em contrário, 
deve-se manter a posse o mesmo 
caráter com que foi adquirida; 
 neme si ipsi causam possessionis 
mutare potest: ninguém pode, por si 
só, mudar a causa que fundamenta a 
posse. 
• Tipos de sucessão (art. 1207): 
 Sucessão Universal: quando os 
herdeiros continuam na posse dos 
bens herdados. Transmissão 
obrigatória. 
 União/ sucessão singular: quando 
alguém transfere, por relação jurídica, 
a posse a outrem, pelo que suas 
posses se unem. Transmissão 
facultativa. 
 
 Art. 1208: “Não induzem posse os atos de 
mera permissão ou tolerância assim como 
não autorizam a sua aquisição os atos 
violentos, ou clandestinos, senão depois de 
cessar a violência ou a clandestinidade. 
 Assim, a posse injusta violenta ou 
clandestina, após 1 ano e um dia 
será considerada justa. 
 Art. 1209: Em regra, havendo transmissão 
da posse de um imóvel (bem principal), 
também haverá a transmissão dos móveis 
que o guarnecem (bem acessório) 
 Princípio do acessório segue o 
principal. 
Perda da posse: 
 Art. 1223: A perda se opera quando se 
extingue o exercício, de fato, sobre o bem, 
dos poderes inerentes à propriedade 
(usar, gozar, dispor, reivindicar) mesmo 
contra a vontade do possuidor. 
 Art. 1224: Perda da posse para o 
possuidor que não toma as medidas 
cabíveis ao ter conhecimento dos 
esbulhos não pode insurgir-se contra o ato 
do terceiro. 
 Segundo Maria Helena Diniz, são modos 
de perda da posse: abandono da coisa, 
tradição (venda do bem), perda da própria 
coisa, destruição da coisa etc. 
Efeitos da posse: 
 Percepção dos frutos e produtos: 
• Frutos/rendimentos: Utilidades que a 
coisa principal periodicamente 
produz, cuja percepção NÃO diminui 
a sua substância. (ex: maçã, bezerro, 
juros, aluguel.) 
• Percipiendos: frutos que deveriam 
ter sidos colhidos, mas não foram, 
estragaram. 
• Estantes: 
• Consumidos: não existem mais, 
foram colhidos e consumidos. 
• Se a percepção da coisa lhe causa 
destruição total ou parcial, não há que se 
falar em frutos. 
• O possuidor de boa-fé tem direito, 
enquanto ela durar, aos frutos colhidos 
ou percebidos. (art. 1214) 
• O possuidor de má-fé, restitui apenas as 
despesas de produção e custeio dos 
frutos percebidos. 
• Frutoscolhidos com antecipação 
também devem ser restituídos. 
• Produtos: Utilidades que a coisa 
principal cuja percepção/extração 
diminui sua substância. (ex: pedras, 
metais...) 
• Art. 1232 Regra: o proprietário do solo, é 
senhor dos produtos gerados pela coisa. 
 Responsabilidade pela perda ou 
deterioração da coisa: 
• Perda: total perecimento; 
• Deterioração: estrago ou dano parcial; 
• Somente responderá aquele possuidor que 
atua de boa-fé e deu causa (teve dolo ou 
culpa) ao evento danoso. 
• O possuidor de má-fé, responde pela perda 
ou deterioração da coisa, ainda que 
acidentais, salvo se provar que o dano 
ocorreria mesmo se tivesse na posse do 
reivindicante. 
 Indenização e retenção pelas 
benfeitorias realizadas: 
• Se o possuidor realiza benfeitorias 
(melhoramentos, obras, despesas, 
plantações, construções) na coisa deve ser 
indenizado pelo proprietário da coisa, afinal a 
coisa sofreu uma valorização com tais 
melhoramentos. Se o proprietário não 
indenizar, o possuidor poderá exercer o 
direito de retenção, ou seja, terá o direito de 
reter (conservar, manter) a coisa em seu 
poder em garantia dessa indenização contra 
o proprietário. 
• Benfeitorias voluptuárias: são aquelas 
empreendidas para mero deleite ou prazer, 
sem aumento da utilidade da coisa. (ex. 
escultura de pedra num jardim). 
• Benfeitorias úteis: empreendidas com o 
escopo de facilitar a utilização da coisa. (ex. 
abertura de uma nova entrada p/ garagem da 
casa). 
• Benfeitorias necessária: realizada para evitar 
um estrago iminente ou a deterioração da 
coisa principal. (ex. reparos/manutenções) + 
importante que as úteis. 
• Possuidor de boa-fé terá sempre direito à 
indenização e retenção pelas benfeitorias 
necessárias e uteis. 
• Nas benfeitorias voluptuárias poderão ser 
levantadas (retiradas) pelo possuidor, se a 
coisa puder ser retirada sem estragar e se o 
dono não preferir comprá-las, não cabendo 
indenização ou retenção. 
• Quanto às benfeitorias úteis, existe mais um 
detalhe: os arts. 505 e 578 do CC exigem 
autorização expressa do proprietário para 
autorizar a indenização e retenção por 
benfeitorias úteis. E se o proprietário 
realmente não queria o jardim, e no final do 
contrato iria construir uma piscina? 
• Ao possuidor de má-fé nunca cabe direito de 
retenção, não pode retirar as voluptuárias e 
só tem direito de indenização pelas 
benfeitorias necessárias.

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