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TÉTANO EM CÃES E GATOS; Etiologia/classificação: O Clostridium tetani é um bacilo reto, delgado, gram-positivo, móvel, flagelado, sem cápsula. É anaeróbio obrigatório. Os esporos possuem grande tenacidade, podendo sobreviver até 10 anos em amostras dessecadas. A bactéria produz três proteínas tóxicas, a tetanolisina que amplia a necrose tecidual local, a tetanoespasmina que é responsável por hipertonia e espasmos musculares e a toxina não espasmogênica que é responsável por fenômenos autônomos resultantes da hiperestimulação do sistema nervoso simpático. Epidemiologia: Com grande resistência os cães e gatos são considerados um acometimento raro. A porta de entrada frequentemente, é uma ferida perfurante profunda que fornecem a anaerobiose necessária para a multiplicação do agente, porem os esporos podem permanecer latentes nos tecidos por algum tempo e somente produzirem doença clinica, quando as condições tissulares favorecerem a sua proliferação. Patogenia: As infecções ocorrem quando os endósporos são introduzidos na pele ou a partir do solo e fezes. Sendo incomum em cães e gatos, ocorre pela ação da toxina (tétano espasmina) oriundas dos esporos convertidos em sua forma vegetativa, que ascendem os nervos periféricos até atingirem a medula espinhal, As toxinas liberadas bloqueiam a liberação do neurotransmissor inibidor de glicina e a liberação do ácido gama-amino butírico, levando a graves contrações musculares e respostas musculares intensas a estímulos externos. No entanto, não são observadas lesões micro ou macroscópicas no sistema nervoso dos animais acometidos Sinais clínicos: Um sinal observado no início da doença inclui o trismo, onde os músculos da mandíbula são contraídos de tal forma a impedir a abertura da boca. Já em casos mais graves, pode-se observar opistótono, condição em que a contratura dos músculos costais leva à inclinação dos membros e cabeça para trás. Outros sinais clínicos que podem ser observados incluem rigidez de membros, espamos localizados, disfagia, taxas cardíacas, respiratórias e expressões faciais alteradas. Em gatos, é mais comum a forma localizada de tétano, enquanto os cães costumam apresentar a forma generalizada, sendo a taxa de mortalidade nesta espécie de 50%, porém, se a enfermidade for reconhecida precocemente e cuidados intensivos forem realizados, pode-se observar uma taxa de sobrevivência de até 90% · Tétano generalizado: feridas na cabeça ou em regiões próximas · Tétano localizado: afeta mais gatos, apresenta rigidez, espasmos de músculos próximos a lesão · Tétano leve: marcha rígida, orelhas eretas, cauda elevada e contração dos músculos faciais (riso sardônico) · Tétano grave: animal em decúbito rigidez extensora dos membros · Período de incubação de uma a três semanas · Efeitos clínicos semelhantes · Dependem do sítio anatômico de replicação da bactéria · Quantidade de toxina produzida · Susceptibilidade das espécies Proflaxia: · Assepsia · Tratar as feridas adequadamente · Vacina · Reduzir objetos cortantes Diagnostico: O diagnóstico se dá por meio dos sinais clínicos do paciente e pelo histórico de ferida recente. Os exames laboratoriais auxiliam no tratamento do paciente e no controle das complicações. O hemograma habitualmente é normal, exceto quando há infecção secundária associada. As transaminases e a ureia podem se elevar nas formas graves. Nos casos de insuficiência respiratória, é importante realizar gasometria e dosagem de eletrólitos. · Diagnostico com base nos sinais clínicos · Esfregaços · Culturas em anaerobiose · Neurotoxina circulante no soro dos animais Tratamento: O tratamento do tétano inclui cuidados de suporte ao paciente, administração de antitoxina tetânica de origem equina e antibioticoterapia para a eliminação dos micro-organismos produtores de toxinas. Os agentes empregados com intuito de eliminar os micro-organismos incluem a penicilina G, metronidazol e tetraciclinas, no entanto, se ocorrer o desenvolvimento de pneumonia por aspiração ou infecção urinária, deve-se realizar o tratamento específico destas afecções, baseado na cultura e antibiograma . Em hospitalizações prolongadas, deve-se considerar a colocação de uma sonda esofágica para realização do aporte nutricional do paciente O seu tratamento tem como intuito eliminar o microrganismo patogênico, garantir os cuidados de manutenção e suprimir os efeitos da toxina. Desta forma, o tratamento do tétano em cães constitui basicamente em antiboticoterapia para tentar exterminar as bactérias, fluidoterapia de suporte, administração de relaxantes musculares e soro antitetânico para a neutralização das toxinas. Quanto mais rápido for realizado o diagnóstico da doença, maiores são as chances de recuperação do animal.
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